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Momento Histórico do Realismo

A Europa na 2ª metade do século XIX

Na segunda metade do século XIX, a Europa caracteriza-se


fundamentalmente pela consolidação do poder da burguesia, com suas bases
ideológicas (o liberalismo político) e materiais (o liberalismo econômico)
estabilizadas.
Esse processo por um lado se traduz na implementação acelerada do sistema
capitalista, cujo avanço industrial já esboça a mecanização, destacam-se o
crescente uso da eletricidade e a maior eficiência das comunicações, que
importantes descobertas garantem: máquinas a vapor sofisticam o sistema de
locomoção; novas técnicas de impressão agilizam a circulação de livros e jornais.
Por outro lado, esse mesmo processo intensifica contradições e tensões
político-sociais, pois marginaliza a maior parte da população e, em especial, o
proletariado urbano, que não tem acesso aos benefícios do progresso e que luta
contra a opressão da ideologia burguesa dominante então.
A “Comuna de Paris”, de 1871 (tentativa da classe proletária de tomar o poder
político), constitui o ponto culminante de uma série de movimentos e crises que se
alastram por toda a Europa desde 1860 e colocam em xeque o modelo burguês-
capitalista predominante.
Nesse contexto, o grande desenvolvimento cientifico e filosófico, de cunho
fortemente racionalista, em parte provocado pela utilização da ciência como suporte
do crescimento econômico-industrial, dá origem à conhecida “Geração Materialista”.
Ela dominará o cenário a intelectual da 2ª metade do século XIX (principalmente
entre 1870 e 1900), em todos os campos do conhecimento.
Com sua poderosa influencia, uma sucessão de “ismos” passa a explicar a
realidade e o comportamento humano, dentro dos parâmetros das chamadas leis
naturais, fundamentadas nas ciências sociais, como a sociologia, que assume uma
posição de liderança no cenário das idéias.
O positivismo de Augusto Comte, o determinismo histórico e geográfico de
Taine, o evolucionismo de Darwin, o socialismo utópico de Proudhon e o socialismo
científico de Marx e Engels, a negação do Cristianismo e da atitude religiosa em
geral de Renan, entre outras correntes científicas e filosóficas, constituem os
principais alicerces do período. Acreditava-se sobretudo na racionalidade e no
cientificismo como formas de ser e de ver a existência, numa perspectiva
fundamentalmente materialista.
Palavras como evolução, processos, progresso e suas variantes
predominavam em todos os setores do conhecimento, que elegiam a dimensão da
existência visível, material, mensurável, traduzível em formulas acabadas, como seu
valor absoluto e inquestionável.
Em consonância com essas idéias surge no cenário artístico-literário o
Realismo-Naturalismo, ou, melhor dizendo, surgem as Escolas Realistas, que
compreendem três estilos: o Realismo, o Naturalismo e o Parnasianismo. Esses
estilos possuem traços específicos que os diferenciam, embora sejam todos uma
reação todos uma reação contra o Romantismo, cujas formulas encontravam-se
envelhecidas.

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