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A, ao trafegar pela av.

Y , teve o seu automóvel atingido pelo veículo de B, gerando prejuízos


materiais. Além disso A sofreu lesões corporais que o fizeram ser conduzido ao hospital
ficando lá internado durante três dias. A profissão exercida por A é de taxista e tendo em vista
o acidente ocorrido A ficou sem possibilidade de exerce-la durante trinta dias. A prova
testemunhal atesta que B avançou o sinal de transito vindo a colidir com o carro de A, apesar
da inexistência de B.O feito no local do acidente.

Você é advogado de A e promove contra B uma ação indenizatória por Danos Materiais e
morais.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 01.ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE


IBITUBA - SP

ABC cooperativa de taxi, pessoa jurídica de direito privado, neste ato


representada por seu sócio Sr. A, com endereço na Rua Laura nº 2 na Cidade de Ibituba, por
seu advogado e procurador infra-assinado (procuração em anexo), com escritório profissional
na Rua Luana nº 10, na Cidade de Ibituba, vem, com fulcro no art. 159 e 1059 do Código Civil,
art. 275, inciso II, alinea e do Código de Processo Civil, requer a presente

AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS c/c DANOS MORAIS E LUCROS CESSANTES


CAUSADOS EM ACIDENTE DE VEÍCULO - RITO SUMÁRIO,

CONTRA B, estado civil e profissão ignorados, residente e domiciliado na Rua


Jorge castro nº 5, na Cidade de Ibituba, pelos motivos e razões que passa a expor:

DOS FATOS

I - Em cinco de abril de 2010, por volta das 18 (dezoito) horas, o veículo marca
Honda, modelo Fit, cor Amarela taxi, placa XXX-0000, de propriedade da Requerente e dirigido
na ocasião pelo preposto e motorista da Requerente A, quando transitava pela Av. Y, sentido
bairro-centro. Ao chegar no cruzamento com a Rua Z, posicionou seu veículo junto a faixa
divisória de pista acionando o pisca-pisca, indicando que efetuaria a conversão à esquerda
para ingressar na mesma Rua Z, tendo parado o veículo, eis que em sentido contrário em que
trafegava transitavam outros veículos, quando inopinadamente foi abalroado na traseira, pelo
veículo marca Ford, modelo EDGE, cor preto, placa WWW-9999 de propriedade e dirigido pelo
Requerido, o qual transitava pela mesma Av. Y e no mesmo sentido do veículo da Requerente,
em velocidade incompatível e sem os cuidados indispensáveis à segurança do trânsito, e com
esta imprudência e negligência chocou-se contra a traseira do veículo do Requerente, quando
este se encontrava parado, e com o sinaleiro indicando sinal à esquerda, para ingressar na Rua
Z

II - Conforme acima alegado, constata-se culpa única e exclusiva do Requerido, eis


que o veículo dirigido por este abalroou a traseira do veículo da Requerente, quando este
encontrava-se parado, sinalizando que ingressaria à esquerda para adentrar na Rua ....,
aguardando o fluxo de veículos que transitavam em sentido contrário, e com isso o mesmo
Requerido infringiu as regras elementares de trânsito, descumprindo os art. 175, inc. I, III do
RCNT que rezam:

Art. 175 - É dever de todo condutor de veículo:

"I - dirigir com a atenção e os cuidados indispensáveis à


segurança do trânsito.

III - guardar distância de segurança entre o veículo que


dirige e o que segue imediatamente à sua frente".

III - Atentar-se que o veículo da Requerente, efetuava manobra regulamentar, eis


que pretendia ingressar na Rua Z, à esquerda, tendo acionado o dispositivo luminoso indicador
da esquerda, deslocou com antecedência o seu veículo para a faixa mais à esquerda na altura
da linha divisória da pista, e estava na respectiva mão de direção, e parado, sendo que tal
manobra é prevista no art. 175, inc. IX e XII do RCNT, e o acidente foi ocasionado pela
negligência e imprudência do Requerido, eis que dirigiu seu veículo sem os cuidados
indispensáveis à segurança do trânsito.

IV - Após o acidente, o Requerido reconheceu sua culpabilidade pelo evento e


pelos danos ocasionados no taxi, o qual no próprio local do acidente, emitiu a declaração
manuscrita, assumindo a responsabilidade pelo acidente, assinando-a e inscrevendo o nº de
sua carteira de identidade e telefone para contato, pedindo para que não fosse feito o boletim
de ocorrência, e assim o requerente procedeu.

V - No dia seguinte o sócio-proprietário da Requerente entrou em contato com o


Requerido, o qual negou-se de efetuar o pagamento dos danos efetuados no veículo.

VI – Ocorre que, por advento do acidente, o autor teve que se dirigir ao hospital
porquanto sentia fortes dores no ombro, sendo submetido, ao chegar lá, ao exame de raio-x,
onde fora constatado uma lesão no ombro, fazendo com que o mesmo permanecesse no
hospital por três dias.

VII – Após sair do hospital, ao requerente foi recomendado o repouso de 30


(trinta) dias, para que o mesmo voltasse a exercer sua profissão, de taxista. Além disso, o
requerente não conseguia exercer nem as mais simples atividades comumente praticadas pelo
mesmo, como escovar os dentes e fazer comida, dada a lesão em seu ombro. Exposto isso,
como poderia suportar esse feito sozinho, sendo ainda pessoa viúva e que mora sozinha, sem
apoio de familiares próximos?

VIII – Isso mesmo, Vsa. Exa., não poderia suportar isso sozinho. Desta forma, o
requerente teve que pedir ajuda a vizinhos e amigos, que tiveram que ficar de verdadeiras
“babas”, ajudando o requerente a realizar as mais simples tarefas diárias.

DOS DANOS MATERIAIS

Em decorrência do acidente o veículo da Requerente sofreu danos de grande


monta, conforme se vê pelos orçamentos constantes dos doc. de fls., nos valores de R$
4.781,95, R$ 872,04 e R$ 8.729,00, respectivamente.

Para se ter uma idéia melhor da extensão dos danos ocasionados no mesmo
veículo da Requerente, anexa-se a presente as fotografias constantes dos doc. de fls.
DOS LUCROS CESSANTES

Em decorrência do acidente, o veículo da Requerente, de aluguel (taxi),


permaneceu parado para reparos por 30 dias.

Tendo em vista os danos de grande monta verificados no veículo da Requerente


que é de aluguel, taxi, conforme certificado constante do Doc. nº ...., e em virtude destes
danos comprovados pelas fotos, o mesmo permaneceu em reparos durante 30 dias e, durante
este período, com seu veículo danificado, deixou de auferir rendimentos, rendimentos estes
que alcançam o valor diário R$ 400,00, conforme tabela expedida pela URBS, e este valor de
R$ 400,00 multiplicado por 30 (trinta) dias alcançam o valor de R$ 12.000,00 (doze mil reais)

O pedido principal referente à reparação dos danos no veículo do suplicante, e


este se tratando de veículo de transporte de passageiro - taxi - traz implícita a condenação de
lucros cessantes, devendo estes serem aferidos de acordo com a tabela da URBS, ou então ser
apurado em liquidação de sentença, e este pedido encontra respaldo no art. 1059 do Código
Civil.

".....................................

Não obstante a jurisprudência pacífica que a reparação


de danos em acidente automobilístico contra veículo de
transporte de passageiro - taxi - traz implícita a
condenação de lucros cessantes, tal apuração,
entretanto, no que respeita aos dias parados, ao valor
deixado de perceber com as deduções das despesas de
manutenção de veículo e de combustível, haverão de ser
apurados com ampla discussão em liquidação de
sentença.

Apelação conhecida e provida." (Ap. Cível 59162-6, Ac.


2176, 6ª. Cam. Cív., Rel. Juiz Jorge Massad, TA-PR, public.
DJ 27/08/93)

"..................................
Comprovada a condição de motorista de taxi da vítima,
que teve seu veículo de trabalho danificado no sinistro, a
condenação por lucros cessantes dispensa outras
evidências.

Apelação e reexame necessários improvidos". (Ap. Cível


56925-1, Ac. 2032 da 6ª. Cam. Cível, TA-PR, Rel. Juiz
Jorge Massad, public. DJ 06/08/93).

A Requerente convidou todos os esforços suasórios para a cobrança amigável dos


danos e lucros cessantes sofridos em seu veículo, nada conseguindo, o que vem autorizar a
interposição da presente ação.

DOS DANOS MORAIS

Diante do narrado, fica claramente demonstrado o absurdo descaso e negligência


por parte do requerido.

O Ilustre jurista Rui Stoco, em sua obra Responsabilidade Civil e sua Interpretação
Judicial, 4 ed. Ver. Atual. E ampl.. Editora RT, p..59, nos traz que:

“a noção de responsabilidade é a necessidade que existe


de responsabilizar alguém por seus atos danosos”.

A única conclusão a que se pode chegar é a de que a reparabilidade do dano


moral puro não mais se questiona no direito brasileiro, porquanto uma série de dispositivos,
constitucionais e infraconstitucionais, garantem sua tutela legal.

À luz do artigo 186 do Código Civil, aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.
Para que se caracterize o dano moral, é imprescindível que haja: a) ato ilícito,
causado pelo agente, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência; b)
ocorrência de um dano, seja ele de ordem patrimonial ou moral; c) nexo de causalidade entre
o dano e o comportamento do agente.

A presença do nexo de causalidade entre os litigantes está patente, sendo


indiscutível o liame jurídico existente entre eles, pois se não fosse a negligencia no transito,
por parte do requerido, o requerente não teria sofrido os danos morais pleiteados, um dos
objetos desta ação.

Evidente, pois, que devem ser acolhidos os danos morais suportados, visto que,
em razão de tal fato, decorrente da culpa única e exclusiva do requerido.

Dano moral, frise-se, é o dano causado injustamente a outrem, que não atinja ou
diminua o seu patrimônio; é a dor, a mágoa, a tristeza infligida injustamente a outrem com
reflexo perante a sociedade.

Neste sentido, pronunciou-se o E. Tribunal de Justiça do Paraná:

“O dano simplesmente moral, sem repercussão no


patrimônio, não há como ser provado. Ele existe tão-
somente pela ofensa, e dela é presumido, sendo
bastante para justificar a indenização” (TJPR - Rel.
Wilson Reback – RT 681/163).

A respeito, o doutrinador Yussef Said Cahali aduz:

“O dano moral é presumido e, desde que verificado ou


pressuposto da culpabilidade, impõe-se a reparação em
favor do ofendido” (Yussef Said Cahali, in Dano e sua
indenização, p. 90).
Preconiza o Art. 927 do Código Civil:

“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a


outrem, fica obrigado a repará-lo”.

Neste caso então, Vsa. Exa., é mais latente ainda o direito em receber os danos
morais sofridos, por ter o requerente estado no hospital durante três dias, internado, tendo
ainda que repousar por 30 dias, para voltar a exercer sua profissão, o que, por si só, já trouxe a
idéia de incapacidade ao autor, pois teve quer pedir ajuda constantemente, durante esses
trinta dias, para exercer suas atividades diárias comuns, como simplesmente escovar os dentes
ou fazer comida.

DO DIREITO

Face ao exposto, requer se digne V. Exa. determinar a citação do Requerido,


através de CORREIO com aviso de recebimento, para que conteste a presente ação em
audiência de instrução e julgamento a ser designada e apresente as provas que quiser,
querendo, sob pena de revelia, para a final julgar procedente a mesma ação, condenando o
suplicado no pagamento do valor de R$ .... (....), referente aos danos materiais causados no
veículo da Requerente e constante do menor orçamento, acrescidos dos lucros cessantes no
valor de R$ ...., referentes aos 30 dias que o veículo da Requerente permaneceu em conserto,
totalizando R$ ...., acrescidos dos juros e atualização monetária a serem contados desde a data
do evento, acrescidos ainda das custas e despesas processuais e honorários advocatícios na
base de 20% sobre o total da condenação.

Requer ainda, a produção de todas as provas em direito permitidas,


principalmente por provas documentais, periciais e testemunhais, cujo rol segue abaixo.

Dá-se a presente para os efeitos fiscais o valor de R$ 20.000,00 (Vinte Mil Reais).

Nestes termos,

Pede deferimento.
Ibituba, 27 de outubro de 2036

MAURICIO G MARTINO

Advogado OAB/000.000

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