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Monitoria de Filosofia Geral e do Direito

CONTINUAÇÃO

#MEDITAÇÕES METAFÍSICAS

Nesta obra Descartes vai dar continuidade ao modelo cartesiano que ele idealizou no
Discurso do Método.

Nas Meditações Metafísicas ele vai abordar os três graus da dúvida:

1º Grau da Dúvida:
DÚVIDA DOS SENTIDOS
Os sentidos não são uma fonte 100% segura para o conhecimento. Os sentidos nos
enganam. Ex: uma pessoa com febre ou daltônica

2º Grau da Dúvida:
DÚVIDA DA RAZÃO(matemática)
Descartes acreditava que o conhecimento matemático é inato, o conhecimento
matemático faz parte da nossa mente. O indivíduo reconhece a matemática
internamente. Um dos sintomas de loucura é quando não se aprende a matemática. A
razão humana não faz acreditar na matemática e se ela estiver errada o homem nasce
programado para errar. Para duvidar da razão tem que duvidar que Deus exista, pois
Deus criou o homem e se o ser humano é cheio de defeitos, o seu criador também tem
defeitos. Contudo, a razão pode enganar, mas para enganar tem que duvidar da
existência de Deus.
A DÚVIDA DA EXISTÊNCIA DE DEUS É PRESSUPOSTO DA DÚVIDA DA RAZÃO!!

3º Grau da Dúvida:
DÚVIDA DA DÚVIDA
-Não posso duvidar da minha dúvida.
-Para duvidar da dúvida é preciso que ela exista.
-Duvidar é pensar.
-É preciso existir para duvidar(é impossível duvidar da própria existência)
-“PENSO, LOGO EXISTO!”(Cogito cartesiano – 1ª certeza de Descartes)

A partir dessa conclusão que Descartes chegou ao seu axioma, e teve a 1ª certeza, a
certeza do EU.

Três certezas de Descartes:

1ª Certeza:
CERTEZA DO EU
O eu existe e duvida, e também é feito de substância pensante. E o que preenche essa
substância pensante é a ideia.

O grande problema vai ser provar que o mundo existe. Ele sabe que o eu existe e nada
mais, mas o que é o eu?
Tudo o que se pode dizer do eu é que ele existe e duvida.
O eu é uma substância pensante (Res cogitans).
Eu sou uma substância pensante, mas o que eu penso?
AS PESSOAS PENSAM IDEIAS.

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A substância pensante é preenchida pelas ideias. Existem diferentes tipos de ideias, que
podem ser:

 INATAS – (perfeição/infinito) não vem do mundo da imaginação ou sentido


 ADVENTÍCIAS – (que vem de fora, que pode duvidar) são originárias dos
sentidos, podem enganar
 FICTÍCIAS – (nunca viu, mas criou a partir das coisas que já viu – imaginação
ex: mula-sem-cabeça)

Com efeito, se faz necessário existir algo que cria as ideias. Nenhuma causa pode ser
superior ao seu efeito. Daí surge a 2ª certeza.

2ª Certeza:
CERTEZA QUE DEUS EXISTE
Deus é a causa maior das ideias inatas. Se Deus existe eu posso confiar na razão. Ele
analisa sintetiza e mostra que a razão é o verdadeiro critério para o conhecimento.

3ª Certeza:
CERTEZA QUE O MUNDO EXISTE
O mundo existe porque sua razão diz que ele existe e a razão é o critério para o
conhecimento verdadeiro. Eu posso confiar na razão e ela diz que o mundo existe logo,
o mundo existe.

Descartes dividiu a realidade em:


Substância pensante Substância corpórea
Res cogitans Res extensa

*Como é possível a comunicação entre a substância pensante e a substância corpórea?


- A comunicação existe através de uma glândula: a glândula pineal.

#Descartes é o precursor da ciência moderna.

PROBLEMA GERAL DO RACIONALISMO


Explicar a comunicação entre as substâncias.
Solução cartesiana: glândula pineal

Diferença do pensamento de Aristóteles e de Descartes sobre a alma:


#Aristóteles: o homem morre quando a alma sai do corpo.
#Descartes: quando o homem morre, ele expulsa a alma do corpo.

Descartes escreveu ainda, um livro sobre ética chamado a Ética Provisória.

#MAQUIAVEL
Quando queremos dizer que alguém é ardiloso, astuto ou pérfido, costumamos dizer
que é maquiavélico. O adjetivo não é nada lisonjeiro, mas o responsável por ele é um
dos filósofos mais importantes da história da filosofia política. Niccolò Maquiavel
(1469-1527) nasceu em Florença, na época do Renascimento.

Como sabemos, o Renascimento foi um período de intensa renovação. Caracterizou-se


por um movimento intelectual baseado na recuperação dos valores e modelos da
Antigüidade greco-romana, contrapondo-os à tradição medieval ou adaptando-os a ela.
O Renascimento referiu-se não apenas às artes plásticas, a arquitetura e as letras, mas
também à organização política e econômica da sociedade.

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*O Príncipe
Durante o período medieval, o poder político era concebido como presente divino. Os
teólogos elaboraram suas teorias políticas baseados nas escrituras sagradas e no direito
romano. No período do Renascimento, os clássicos gregos e latinos passaram a lastrear
o pensamento político. Maquiavel, no entanto, elaborou uma teoria política totalmente
inédita, fundamentada na prática e na experiência concreta.

"O Príncipe" sintetiza o pensamento político de Maquiavel. A obra foi escrita durante
algumas semanas, em 1513, durante o exílio de Maquiavel, que tinha sido banido de
Florença, acusado de conspirar contra o governo. Mas só foi publicada em 1532, cinco
anos depois da morte do autor.

Como tinha sido diplomata e homem de estado, Maquiavel conhecia bem os


mecanismos e os instrumentos de poder. O que temos em "O Príncipe" é uma análise
lúcida e cortante do poder político, visto por dentro e de perto.

Os fins justificam os meios


A Europa passava então por grandes transformações. Uma nova classe social, a
burguesia comercial, buscava espaço político junto à nobreza, ao mesmo tempo em que
assistia a um movimento de centralização do poder que daria origem aos Estados
absolutistas (Portugal, Espanha, França e Inglaterra).

Em "O Príncipe" (palavra que designa todos os governantes), a política não é vista mais
através de um fundamento exterior a ela própria (como Deus, a razão ou a natureza),
mas sim como uma atividade humana. O que move a política, segundo Maquiavel, é a
luta pela conquista e pela manutenção do poder.

A primeira leitura que se fez dos escritos de Maquiavel tomou o livro como um manual
de conselhos práticos aos governantes. A premissa de que "os fins justificam os meios"
(frase que não é de Maquiavel, no entanto) passou a nortear a compreensão da obra.
Daí a reputação de maquiavélico dada ao governante sem escrúpulos.

O pensamento político contemporâneo

"O Príncipe" tem um estilo elegante e direto. Suas partes são bem organizadas, tanto na
apresentação quanto na distribuição dos temas. O procedimento principal do narrador
é comparar experiências históricas com fatos contemporâneos, a fim de analisar as
sociedades e a política. Em algumas passagens, o próprio autor se torna personagem
das situações que descreve.

Podemos dividir a obra política de Maquiavel em quatro partes: classificação dos


Estados; como conquistar e conservar os Estados; análise do papel dos militares e
conselhos aos políticos para manutenção do poder. Dizemos que Maquiavel é o
fundador do pensamento político contemporâneo, pois foi o primeiro a pintar os fatos
"como realmente são" e não mais "como deveriam ser".

Além de "O Príncipe", Maquiavel deixou outras obras, como o "Discurso sobre a
Primeira Década de Tito Lívio", "A Arte da Guerra" e "Histórias Florentinas". Deixou
também uma peça de teatro, "A Mandrágora", que se tornou um clássico do repertório
teatral de todos os tempos.

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#BENEDITO ESPINOZA
(BARUCH SPINOZA)

Espinoza escreveu um livro muito famoso, A ÉTICA GEOMÉTRICA.


Ele achava que a liberdade era um bem valiosíssimo, assim como Diógenes. Além de
escrever, viveu como escreveu e diz a lenda que ele viveu feliz assim. Ele procura
resolver o problema deixado por Descartes.

Herdou o problema cartesiano da comunicação entre as substâncias.


Para Espinoza, só existia uma substância que é infinita > DEUS.
DEUS É A ÚNICA SUBSTÂNCIA.
“Deus sive natura” > Deus ou natureza

PANTEÍSMO > TUDO É DEUS

Se tudo é Deus, então como explicar as coisas ruins?


Espinoza consegue explicar o mundo até onde a sua razão puder ir.

*PROBLEMAS DO PANTEÍSMO

#Problema do Mal
#Problema da Liberdade

A saída de Espinoza é afirmar que o mal não existe, nem pode existir. E o que nós
chamamos de mal, são bens que não conseguimos entender.

#PROBLEMA DO MAL
 Como pode existir o mal se Deus é tudo?
 Solução: o mal não existe.
 O MAL É UMA INTERPRETAÇÃO ERRADA PARA UM BEM MAIOR!

#PROBLEMA DA LIBERDADE
 Como é possível existir alguma coisa no Universo contrária a vontade de
Deus, se Deus pode tudo, se tudo é Deus. Como é possível contrariar a
 Solução: a liberdade não existe.
 Existe apenas um pedacinho de liberdade: é possível aceitar ou não o
plano divino.
 O inimigo da liberdade é a causalidade. Para ser livre suas escolhas não
podem ser causadas.

#LEIBNIZ
Precursor do pensamento de Kant. Foi um menino gênio, diz a lenda que aos nove anos
criou uma máquina de calcular com alguns pedaços de madeira.
Inventou o cálculo diferencial concomitantemente, em outro lugar Newton o fez e
proibiu o cálculo de Leibniz. Então fundou uma academia na Alemanha em
concorrência a Newton.

Sua principal obra na filosofia foi MONADOLOGIA.

Também tentou resolver o problema do racionalismo: a comunicação entre as


substâncias. Para ele existem infinitas substâncias(mônadas).
Cada objeto é único.
Cada objeto deveria ter um nome próprio.

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 Se há infinitas substâncias como elas funcionam organizadamente?


 Solução: porque Deus quis!
 As substâncias ao se comunicam, o que faz com que elas funcionem de
forma organizada é a: Harmonia pré-estabelecida.

METÁFORA DO RELÓGIO:

DESCARTES As duas substâncias são dois relógios, no


meio está Deus que é a comunicação das
substâncias.

Espinoza Só há um relógio, uma substância – Deus.

Leibniz As substâncias são infinitos relógios em


que Deus deu corda em todos eles para
darem a mesma hora.

#EMPIRISMO

O empirismo é corrente epistemológica que tem a experiência como forma de


conhecimento.

#FRANCIS BACON
Foi representante do pensamento inglês e foi muito importante na política. Sua
importância está na divulgação da ciência. Criou a experiência científica.

Sua obra mais famosa é o Novo Organon (crítica à Aristóteles). O Novo Organon é uma
nova lógica para a ciência. A diferença entre lógica de Aristóteles e a lógica de Bacon é
a seguinte:

Lógica Aristotélica Baseada no SILOGISMO, ou seja, uma


lógica dedutiva
Lógica de Bacon Baseada na experiência, ou seja, uma
lógica indutiva

Sobre a experiência Bacon afirma que para ela ter sucesso é preciso livrar-se de ideias
pré-concebidas que ele denominou ÍDOLOS.

Ídolo da Tribo São os defeitos e erros da própria


percepção. Erros originados na
PERCEPÇÃO.
Ídolo da Caverna/Espécie São os pré-conceitos individuais do
cientista, da PESSOA. Erros originados
por pré-conceitos individuais.
Ídolo do Mercado (mais famoso – Preocupação com a LINGUAGEM. Erros
preocupação moderna) originados por problemas da linguagem.
Ídolo do Teatro Erros originados por problemas da

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LINGUAGEM.

#JOHN LOCKE

Escreveu o livro “Ensaio do Entendimento Humano”, livro que trata do entendimento


psicológico e empírico da aquisição do conhecimento.

“O homem é uma tabula rasa.”


Todo conhecimento é obtido através da experiência.

Ele dividiu as ideias em simples e compostas.


Ideias Simples Imediatamente de derivadas da percepção
Ideias Compostas Derivadas de associações de ideias
simples

Quando ele tenta explicar as ideias inatas, diz que é a associação de ideias simples que
depois se transformam em complexas, tudo isso através da memória.
Locke admite uma parte do racionalismo nas suas teorias – a memória – na elaboração
dos conceitos.

#DAVID HUME

Último dos representantes do empirismo. Escreveu o livro Tratado da Natureza


Humana. Tinha uma teoria radical, que levou o empirismo as suas últimas
conseqüências: o CETICISMO. Ele afirmava que apenas o conhecimento sensível é
seguro.

“SÓ ACREDITO VENDO”

Hume dizia que o empirismo puro é impossível, pois, uma ciência não pode ser
totalmente empírica por causa da causalidade. As organizações das sensações não são
sensíveis, apenas o conhecimento sensível é seguro. As ciências dizem-se empíricas,
mas não podem ser tão seguras por causa da causalidade e a causa é a conexão
necessária entre dois eventos.

Hume diz: é impossível observar as causas como conseqüências. A ciência descreve


causas naturais para os fenômenos (causa eficiente).

Quando a água, por exemplo, chega a 100º e por isso ferve (é o que estamos vendo) a
natureza não lhe demonstra conseqüência é você que observa.
Causa – são interpretações, racionalismo

Na observação podemos perceber sequência de eventos, nunca conseqüências.


É impossível observar as causas apenas com sentido; cai-se em CETICISMO.
Sem o conceito de causalidade a ciência é impossível. Resultado: o empirismo puro leva
ao ceticismo (impossibilidade do conhecimento)

A MEMÓRIA NÃO É SENSÍVEL.

O empirismo só funciona se for adicionado a ele elementos do racionalismo.

Consequências finais:

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1º Racionalismo precisa do conceito de Deus para manter o sistema.

2º Empirismo: recai em ceticismo.

Nenhuma das duas correntes epistemológicas é suficiente para dar fundamento a


ciência moderna.

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