You are on page 1of 19

Ética na enfermagem

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Ir para: navegação, pesquisa

A ética na enfermagem é o ramo da ética que analisa as atividades da enfermagem.


Esta divide vários princípios com a ética médica, tais como beneficência, não-
maleficência e respeito à autonomia. Pode ser distinguida pela sua ênfase em
relacionamentos, manutenção da dignidade e cuidado colaborativo.

Índice
[esconder]

 1 Desenvolvimento do conceito
 2 Natureza distintiva
 3 Tópicos na ética na enfermagem
 4 Referências
 5 Ver também

[editar] Desenvolvimento do conceito


A natureza da enfermagem significa que o ramo da ética de enfermagem tende a
examinar as éticas de cuidado ao invés da ética da cura, explorando o relacionamento
entre o enfermeiro e o paciente.[1] Tentativas iniciais para definir ética na enfermagem
concentraram-se primariamente na ética da virtue que faria um enfermeiro bom, ao
invés de analisar quais as condutas necessárias para respeitar os direitos humanos da
pessoa no cuidado do enfermeiro. Porém, na era moderna, a ética da enfermagem tem
analisado mais as obrigações dos enfermeiros para respeitar estes direitos, isto sendo
refletido em códigos de ética profissionais de enfermagem.[2] Por exemplo, a
importância de respeitar os direitos humanos na enfermagem está escrito explicitamente
no Conselho Internacional de Enfermeiros.[3]

[editar] Natureza distintiva


Embora muito da ética de enfermagem apareça similar à ética médica, existem fatores
que diferenciam a primeira da segunda. O foco da ética da enfermagem é o
desenvolvimento de uma relação enfermeiro-paciente,[4] isto produzindo algumas
diferenças. Por exemplo, um princípio bem estabelecido da ética médica tradicional é
beneficência. Enquanto que a ética médica tradicional permitiria que este conceito fosse
expressado via paternalismo, o último não é compatível com a ética da enfermagem.[5]
Isto porque a teoria da enfermagem busca uma relação colaborativa do enfermeiro com
o paciente. Tópicos que dão ênfase ao respeito para autonomia e a mauntenção da
dignidade do paciente através da advocacia da possibilidade de escolhas por parte do
paciente é comum na ética da enfermagem. Isto é em contraste com a prática
paternalística onde o profissional da saúde toma decisões baseado no que ele ou ela
acredita ser a melhor decisão para o paciente.

A distinção pode ser examinada em um ângulo diferente. Apesar do aumento da ênfase


em tópicos deontológicos por alguns, interesse na ética da virtua ainda existe,[6] bem
como suporte por uma ética de cuidado.[4] Isto é considerado pelos proponentes da ética
da enfermagem como colocando maior ênfase em relações do que princípios, e portanto,
refletindo o relacionamento enfermeiro-paciente na enfermagem mais precisamente do
que outras visões éticas.

[editar] Tópicos na ética na enfermagem


Enfermeiros buscam defender a dignidade dos pacientes.[7] Em termos da teoria ética,
isto pode ser interpretado como respeito por autonomia. O papel dos enfermeiros é o de
permitir que pacientes possam tomar decisões sobre seu próprio tratamento. Entre
outros temas, esta advocacia permite que o paciente tome decisões consentidas que o
enfermeiro, bem como outros profissionais da área da saúde.[5] Embora muito do debate
esteja na discussão de casos onde pacientes não podem realizar decisões sobre seu
próprio tratamento devido à incapacitação, por exemplo, por causa de uma doença
mental. Um jeito de manter autonomia em casos de incapacitação é o uso de uma
declaração antecipada de vontade, e portanto, evitando paternalismo.

Outro tópico é confidencialidade, que é um princípio importante em vários códigos de


enfermagem. Confidencialidade trata de informações do paciente que devem ser apenas
utilizadas para fins do tratamento do paciente, e entre os profissionais da saúde
envolvidos no cuidado do paciente. Uma importante exceção é quando a informação
deve ser divulgada para terceiros, devido à lei (abuso de menores) ou presevar vida.[5]

Honestidade é um tópico que trata sobre contar a verdade em interações com o paciente.
Existe uma balança entre o fornecimento de informação para o paciente para que estes
tomem decisões bem informadas, e evitar estresse por causa da verdade. Geralmente, a
balança é em favor da verdade, devido ao respeito da autonomia, embora pacientes por
vezes podem pedir para não serem contados a verdade, ou podem não ter a capacidade
de compreender as implicações.[8]

Enfermeiros podem atuar de forma a manter a dignidade do paciente através da


observação dos princípios acima, embora estes tópicos sejam frequentemente desafiados
por outros fatores, tais como regras institucionais ou ambientais.[7]

Referências
1. ↑ HUNT, Geoffrey. Routledge Encyclopedia of Philosophy. London: Craig E, 1998. 56–
57 p. vol. 7.
2. ↑ McHale, J & Gallagher, A. Nursing and Human Rights. [S.l.]: Butterworth
Heinemann, 2003.
3. ↑ The ICN Code of Ethics for Nurses. International Council of Nurses (2006). Página
visitada em 27/06/2009.
4. ↑ a b TSCHUDIN, Verena. Ethics in Nursing: the caring relationship. 3rd ed.
Edinburgh: Butterworth-Heinemann, 2003.
5. ↑ a b c Rumbold, G. Ethics in Nursing Practice. [S.l.]: Balliere Tindall, 1999.
6. ↑ ARMSTRONG, Alan. Nursing Ethics: A Virtue-Based Approach. [S.l.]: Palgrave
Macmillan, 2007.
7. ↑ a b BAILLE L, GALLAGHER A. & WAINWRIGHT P.. Defending Dignity. [S.l.]: Royal
College of Nursing, 2008.
8. ↑ Tuckett, Anthony (2004). "Truth-Telling in Clinical Practice and the Arguments for
and Against: a review of the literature". Nursing Ethics 11 (5): 500–513. SAGE
Publications. DOI:10.1191/0969733004ne728oa. PMID 15362359.

Ética profissional de enfermagem

terça-feira, 6 de maio de 2008

Tamanho da fonte:

O termo Ética refere-se aos padrões de conduta moral, isto é, padrões de comportamento relativos
ao paciente, ao patrão e aos colegas de trabalho. Ter boa capacidade de discernimento significa
saber o que é certo e o que é errado, e como agir para chegar ao equilíbrio.

Os pontos de ética enumerados foram compilados por diferentes autores. A lista pode não ser
completa, mas contém os pontos mais importantes e mais tarde, quando você se familiarizar com o
programa de enfermagem poderá acrescentar algo na lista.

Respeite todas as confidencias que seus pacientes lhe fizerem durante o serviço.

Jamais comente em público durante as horas de folga, qualquer incidente ocorrido no hospital nem
de informações sobre seu doente. Qualquer pergunta que lhe for feita sobre os cuidados que ele
recebe, bem como de suas condições atuais e prognosticas, por seus familiares, deverá ser relatada
ao supervisor.

Evite maledicências- jamais critique seu supervisor ou seus colegas de trabalho na presença de
outros funcionários ou dos enfermos.

Respeite sempre a intimidade de seus paciente. Bata de leve á porta antes de entrar no quarto.
Cubra-o antes de executar qualquer posição. Cuide para que haja sempre lençóis disponíveis para
exames e posições terapêuticas.
A ficha do paciente contém informação privada e deve ser guardada. Apenas as pessoas
diretamente envolvidas no seu atendimento podem ter acesso a ela.

Demonstre respeito por seus colegas de trabalho em qualquer ocasião. Seja leal a seus chefes.
Trate-os assim como a seus pacientes, pelo sobrenome, em sinal de respeito. Nunca recorra a
apelidos, doenças ou número de quarto para se referir aos doentes.

Aceite suas responsabilidades de bom grado. Antecipe-se ao chamado do paciente; procurando


adivinhar-lhe as necessidades. É importante que você não exceda suas responsabilidades nem sua
habilidade. Conheça bem seu trabalho.

Tenha cuidado com os objetos ao paciente, para prevenir posteriores complicações, tanto para você
quanto para o hospital. Guarde os objetos pessoais do doente, isto é, dinheiro, jóias, como se
fossem seus.Cuide para que os objetos de valor sejam guardados no cofre do hospital.

Assuma a responsabilidade de seus erros e falhas de julgamento, levando-se logo ao conhecimento


do supervisor, do contrario, você poderá colocar em risco sua própria pessoa, o paciente e o
hospital.

O bom atendimento ao enfermo não permitir que haja preconceitos de raça, religião ou cor.
Dispense a todos a mesma consideração e o mesmo respeito, e dê-lhes o melhor de si.

Recorra á igreja da qual faz parte do paciente sempre que necessário. Nunca se coloque na posição
de conselheiro espiritual, mas esteja ciente de sua obrigação, em providenciar este tipo de apoio
sempre que necessário. Comunique ao supervisor quando o paciente exigir um apoio religioso
especial.

Não comente sua vida nem seus problemas pessoais ou familiares com seus doentes a não ser em
termos gerais.

Falar alto e fazer muito barulho é um comportamento impróprio que incomoda ao paciente e a seus
familiares. Ande não corra, mesmo em situações de emergência.

Ter boas maneiras é uma obrigação. Os visitantes são convidados dentro do hospital. Se você os
tratar com respeito e cortesia, eles confiarão mais em você e no hospital.

Gratificações, como dinheiro, presentes e gorjetas por parte dos pacientes, devem ser recusadas.

Não faça refeições no quarto do enfermo nem no local onde é preparada sua comida. Não é
permitido comer restos deixados pelo doente e nem servir-se da comida que lhe é destinada.

Use com moderação o material fornecido pelo hospital. Tenha cuidado com os equipamentos. Levar
para casa objetos de propriedades do hospital, como termômetros, canetas e loção para as mãos é
roubo.

Durante a carreira de enfermagem você encontrará certos tipos especiais de pacientes, como
viciados em drogas, alcoólicos, criminosos, suicidas e pervertidos sexuais. Não deixe que sua
simpatia e antipaia pessoal interfiram no atendimento a essa espécie de doente. Não permita,
tampouco, que a condição social ou econômica do paciente modifique a qualidade do atendimento
que você dispensa.

Tirar medicamentos da reserva do hospital ou do paciente é roubo. Não se aproveite da presença do


médico para lhe pedir que prescreva medicação para você ou seus familiares.

Nunca faça diagnóstico nem medicação para os pacientes, para seus familiares e amigos, porque
isso constitui exercício ilegal da Medicina.
Não deixe que se estabeleçam laços pessoais entre você e seu paciente.

Delicadamente desencoraje-o quando ele fizer tentativas neste sentido.

Você poderá ser despedido(a) se for encontrado(a) sobre efeito de álcool ou de outras drogas, o fato
deverá ser levado imediatamente ao conhecimento do seu supervisor.

Permaneça no seu setor de trabalho, só saindo quando lhe for permitido, como nos intervalos para
almoço e descanso.

Responda logo a qualquer chamado do paciente. Atenda a suas solicitações, sempre que possível.
Quando estiver em dúvida ou não for capaz de faze-lo, chame o supervisor.

Normalmente é a enfermeira chefe quem atende ás chamadas telefônicas. Caso você tenha de
faze-lo seja educado(a) e cortês. Encaminhe qualquer chamada telefônica á autoridade competente.
As ordens médicas dadas por telefone só devem ser recebidas pela enfermeira chefe. O telefone da
enfermeira só deve ser usado para chamadas internas do hospital e nunca para chamadas
pessoais.

Os tópicos acima citados deverão fazer parte do dia-a-dia e num processo de Reflexão.

Carta Brasileira dos Direitos do Paciente

Os participantes do II Congresso de Humanização do Hospital e da Saúde, realizado em São Paulo,


de 13 a 15 de agosto de 1982, e promovido pelo Centro São Camilo de Desenvolvimento em
Administração da Saúde.

- coerente com os objetivos mais elevados de suas profissões e solidários com a pessoa enferma,
objetivo e sujeito de seu atendimento;

- testemunhando seu respeito pelos direitos humanos e pela liberdade e dignidade da pessoa que
servem;

- considerando as necessidades bio-psiquico-sociais do enfermo;

- considerando o direito á saúde assegurado pela constituição brasileira a todo o cidadão;

- crendo na possibilidade da prática de uma medicina verdadeira voltada para o homem integral;

- considerando a necessidade de evitar agressões de qualquer ordem ao enfermo e de integrá-lo


como elemento ativo no processo terapêutico;

- considerando que o desenvolvimento tecnológico verificado na área da saúde pode gerar uma
despersonalização dos cuidados prestados aos pacientes;

- proclama esta CARTA BRASILEIRA DOS DIREITOS DO PACIENTE que servirá como ponto de
referencia para o exercício profissional da equipe de saúde e para a operação das instituições desta
área.

Toda pessoa que necessita de cuidados de saúde tem direito:

1- á saúde e á correspondente educação sanitária para poder participar ativamente da preservação


da mesma.

2- De saber como, quando e onde receber cuidados de emergência


3- Ao atendimento sem qualquer restrição de ordem social, econômica, cultural, religiosa e social ou
outra.

4- Á vida e á integridade, física, psíquica e cultural.

5- Á proteção contra o hipertencinismo que viola seus direitos e sua dignidade como pessoa.

6- Á liberdade religiosa e á assistência espiritual.

7- De ser respeitado e valorizado como pessoa humana.

8- De apelar do atendimento que fira sua dignidade ou seus direitos como pessoa.

9- De ser considerado como sujeito do processo de atendimento a que será submetido.

10- De conhecer seus direitos a partir do inicio do tratamento.

11- De saber se será submetido a experiência, pesquisas ou praticas que afetem o seu tratamento
ou sua dignidade e de recusar submeter-se as mesmas.

12- De ser informado a respeito do processo terapêutico a que será submetido, bem como de seus
riscos e probabilidade de sucesso.

13- De solicitar a mudança de médico, quando o julgar oportuno, ou de discutir seu caso com um
especialista.

14- Á assistência médica durante o tempo necessário e até o limite das possibilidades técnicas e
humanas do hospital.

15- De solicitar e de receber informações relativas aos diagnósticos, ao tratamento e aos resultados
de exames e outras práticas efetuadas durante sua internação.

16- De conhecer as pessoas responsáveis pelo tratamento e de manter relacionamento com as


mesmas.

17- A ter seu prontuário devidamente preenchido, atualizado, e mantido sem sigilo.

18- A rejeitar, até os limites legais, o tratamento que lhe é oferecido e a receber informações
relativas ás conseqüências de sua decisão.

19- Ao sigilo profissional relativo á sua enfermidade por parte de toda a equipe de cuidados.

20- A ser informado do estado ou da gravidade de sua enfermidade.

21- De ser atendido em instituição com serviço adequados.

22- De conhecer as normas do hospital relativas á sua internação.

23- De receber explicações relativas aos componentes da fatura independente da fonte de


pagamento.

24- De receber familiares ou outras pessoas estranhas á equipe de cuidados.

25- De deixar o hospital independente de sua condição ou situação financeira mesmo contrariando o
julgamento do seu médico e do hospital, embora, no caso deva assinar seu pedido de alta.
26- De recusar sua transferência para outro hospital ou médico até obter todas as informações
necessárias para uma aceitação consciente da mesma.

Fonte: http://www.arquivomedico.hpg.ig.com.br/eticaprofissional.htm

Ética Profissional de enfermagem - Presentation


Transcript
1. ÉTICA PROFISSIONAL Profª Enfª Fernanda Soares
2. Ética
o É a ciência do comportamento moral dos homens na sociedade.
o Deriva da união da consciência e preceitos morais
3. Moral
o Moral é o conjunto das normas para o agir específico ou concreto.
o A Moral está contida nos códigos, que tendem a regulamentar o agir das
pessoas.
o A moral portanto é algo pessoal e íntimo, mudando a cada sociedade,
indivíduo e ainda situação.
4. Ética profissional
o A Ética baseia-se em uma filosofia de valores compatíveis com a
natureza e o fim de todo ser humano, por isso, "o agir" da
pessoa humana está condicionado a duas premissas consideradas básicas
pela Ética: "o que é" o homem e "para que vive",
logo toda capacitação científica ou técnica precisa estar em conexão com
os princípios essenciais da Ética. (MOTTA, 1984, p. 69)
5.  
6. Comportamentos éticos perante a profissão de Auxiliar/técnico de Enfermagem
o Respeite todas as confidencias que seus pacientes ;
o Jamais comente em público durante as horas de folga, qualquer incidente
ocorrido no hospital nem de informações sobre seu doente. Qualquer
pergunta que lhe for feita sobre os cuidados que ele recebe, bem como de
suas condições atuais e prognosticas, por seus familiares, deverá ser
relatada ao supervisor.
o Evite maledicências- jamais critique seu supervisor ou seus colegas de
trabalho na presença de outros funcionários ou dos enfermos.
o Respeite sempre a intimidade de seus paciente. Bata de leve á porta antes
de entrar no quarto. Cubra-o antes de executar qualquer posição. Cuide
para que haja sempre lençóis disponíveis para exames e posições
terapêuticas.
7.  
8. Comportamentos éticos perante a profissão de Auxiliar/técnico de Enfermagem
o A ficha do paciente contém informação privada e deve ser guardada.
o Demonstre respeito por seus colegas de trabalho em qualquer ocasião.
Nunca recorra a apelidos, doenças ou número de quarto para se referir
aos doentes.
o Aceite suas responsabilidades de bom grado.
o Tenha cuidado com os objetos ao paciente, para prevenir posteriores
complicações, tanto para você quanto para o hospital.
o Assuma a responsabilidade de seus erros e falhas de julgamento,
levando-se logo ao conhecimento do supervisor, do contrario, você
poderá colocar em risco sua própria pessoa, o paciente e o hospital.
9.  
10.
o O bom atendimento ao enfermo não permitir que haja preconceitos de
raça, religião ou cor.
o Recorra á igreja da qual faz parte do paciente sempre que necessário.
o Não comente sua vida nem seus problemas pessoais ou familiares com
seus doentes a não ser em termos gerais.
o Falar alto e fazer muito barulho é um comportamento impróprio que
incomoda ao paciente e a seus familiares.
o Ter boas maneiras é uma obrigação.
11.  
12.
o Gratificações, como dinheiro, presentes e gorjetas por parte dos
pacientes, devem ser recusadas.
o Não faça refeições no quarto do enfermo nem no local onde é preparada
sua comida.
o Use com moderação o material fornecido pelo hospital. Tenha cuidado
com os equipamentos.
o Durante a carreira de enfermagem você encontrará certos tipos especiais
de pacientes, como viciados em drogas, alcoólicos, criminosos, suicidas
e pervertidos sexuais.
13.  
14.  
15.  
16. CARTA BRASILEIRA DE DIREITOS DO PACIENTE
17.
o Toda pessoa que necessita de cuidados de saúde tem direito:
o 1- á saúde e á correspondente educação sanitária para poder participar
ativamente da preservação da mesma.
o 2- De saber como, quando e onde receber cuidados de emergência
o 3- Ao atendimento sem qualquer restrição de ordem social, econômica,
cultural, religiosa e social ou outra.
o 4- Á vida e á integridade, física, psíquica e cultural.
o 5- Á proteção contra o hipertencinismo que viola seus direitos e sua
dignidade como pessoa.
o 6- Á liberdade religiosa e á assistência espiritual.
o 7- De ser respeitado e valorizado como pessoa humana.
o 8- De apelar do atendimento que fira sua dignidade ou seus direitos
como pessoa.
o 9- De ser considerado como sujeito do  processo de atendimento a que
será submetido.
o 10- De conhecer seus direitos a partir do inicio do tratamento.
18.
o 11- De saber se será submetido a experiência, pesquisas ou praticas que
afetem o seu tratamento ou sua dignidade e de recusar submeter-se as
mesmas.
o 12- De ser informado a respeito do processo terapêutico a que será
submetido, bem como de seus riscos e probabilidade de sucesso.
o 13- De solicitar a mudança de médico, quando o julgar oportuno, ou de
discutir seu caso com um especialista.
o 14- Á assistência médica durante o tempo necessário e até o limite das
possibilidades técnicas e humanas do hospital.
o 15- De solicitar e de receber informações relativas aos diagnósticos, ao
tratamento e aos resultados de exames e outras práticas efetuadas durante
sua internação.
o 16- De conhecer as pessoas responsáveis pelo tratamento e de manter
relacionamento com as mesmas.
o 17- A ter seu prontuário devidamente preenchido, atualizado, e mantido
sem sigilo.
o 18- A rejeitar, até os limites legais, o tratamento que lhe é oferecido e a
receber informações relativas ás conseqüências de sua decisão.
19.
o 20- A ser informado do estado ou da gravidade de sua enfermidade.
o 19- Ao sigilo profissional relativo á sua enfermidade por parte de toda a
equipe de cuidados.
o 21- De ser atendido em instituição com serviço adequados.
o 22- De conhecer as normas do hospital relativas á sua internação.
o 23- De receber explicações relativas aos componentes da fatura
independente da fonte de pagamento.
o 24- De receber familiares ou outras pessoas estranhas á equipe de
cuidados.
o 25- De deixar o hospital independente de sua condição ou situação
financeira mesmo contrariando o julgamento do seu médico e do
hospital, embora, no caso deva assinar seu pedido de alta.
o 26- De recusar sua transferência para outro hospital ou médico até obter
todas as informações necessárias para uma aceitação consciente da
mesma .
20. Legislação
o Decreto nº 94.406, de 08 de junho de 1987
o Regulamenta a Lei nº 7.498,de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o
exercício da Enfermagem
21.
o Lei nº 5.905, de 12 de junho de 1.973
o Dispões sobre a criação dos Conselhos Federal e Regionais de
Enfermagem e das outras providencias
o Resolução COFEN-240/2000 
o Aprova o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem e dá outras
providências.

Ética e Cuidar em Enfermagem


Actualizado em Quinta, 04 Setembro 2008 09:14 Escrito por Sinais Vitais nº 72 Quinta, 04 Setembro 2008 09:02

Artigo cedido pela revista Sinais Vitais

“A ética de enfermagem estuda as razões dos comportamentos na prática da profissão, os princípios que regulam essas
condutas, as motivações, os valores do exercício profissional, as alterações e as transformações através do tempo”

 
 
 

 
 
 
 
 
Ana Paula Bernardes Pires (Licenciada em Enfermagem, Mestranda em
Bioética, Docente Instituto Piaget/Nordeste – Macedo de Cavaleiros)  
 
 
 
RESUMO
 
Inicialmente os cuidados de enfermagem apresentam uma conotação moral. Os valores ético-morais em enfermagem
tornam-se relevantes, a partir do momento em que se inicia a profissionalização em enfermagem.
 
A ética e a moral são fundamentais na prática dos cuidados. A moral diz respeito aos deveres profissionais, enquanto a
ética fundamenta o agir. A ética em saúde visa essencialmente a qualidade de cuidados prestados, em que todas as
acções desenvolvidas devem promover um bem ao utente família e comunidade.
 
 
 
INTRODUÇÃO
 
A enfermagem fundamenta a sua prática num agir tendo em vista o melhor bem para o a pessoa cuidada, respeitando
os direitos humanos nas relações interpessoais que estabelece.
 
Identificar a prática de cuidados/cuidar em enfermagem desde a origem da humanidade até aos nossos dias revela-se
importante, pois como nos refere Watson (2002, p.52) “o processo de cuidar indivíduos, famílias e grupos, é um
enfoque importante para a enfermagem, não apenas devido às transações dinâmicas de humano-para-humano, mas
devido aos conhecimentos requeridos, empenhamento, valores humanos, compromisso pessoal, social e moral do
enfermeiro no tempo e no espaço”.
 
A moral diz respeito aos deveres profissionais, incluídos normalmente num Código Deontológico. A ética em saúde
caracteriza-se essencialmente pela qualidade de cuidados prestados no dia a dia, com o sentido de ajuda e de cuidado.
A ética e os princípios éticos terão de estar presentes em todos os cuidados prestados, com um objectivo: respeitar a
integridade (holística) de cada ser humano. Isto torna-se ainda mais relevante porque o contacto pessoa a pessoa é
inevitável. Arroyo (1997, p.63) refere que a ética em enfermagem interessa “como uma reflexão sobre os valores e
normas que orientam uma actividade profissional”.
 
De forma exploratória pretende-se fazer uma reflexão sobre a ética no cuidar em enfermagem. 
 
 
 
MORAL, ÉTICA E CUIDADOS DE ENFERMAGEM

Distinguir entre o termo ética e moral torna-se uma tarefa difícil, no entanto urge fazer-se. A palavra moral deriva do
termo latim mos moris. A moral trata da obrigação, do dever ser, sendo que o dever moral é do tipo deontológico. A
ética provém do termo grego “ethos”, o qual tinha duas grafias diferentes, “êthos” e “éthos”. O primeiro designa o lugar
de onde brotam os actos, a interioridade da pessoa, o caracter; o segundo termo significava o hábito, referindo-se
assim ao agir habitual. (Isabel e Michel Renaud, 1996).

A ética e a moral em enfermagem tem ao longo dos tempos assumido significados diferentes, a moral – enquanto
normas que regulam as relações entre os indivíduos, foi considerada da maior importância na prática e formação das
enfermeiras, e a ética enquanto fundamentação do agir, tendo em conta os princípios para a acção. A enfermagem,
contudo, foi em tempos vista predominantemente como uma ocupação da mulher: cuidados com o corpo, alimentação,
ajuda no parto, cuidados à criança, ajuda aos idosos e cuidados aos doentes. Traduzir-se-ia de alguma forma numa
obrigação moral da mulher no seio das famílias e comunidades (Collière,1999). Este sentido de obrigação moral ou
dever de serviço tem acompanhado a história da enfermagem.

A partir da Idade média e até ao século XIX, na medida em que a prestação desses cuidados foi, em grande parte,
assumido por mulheres consagradas á vida religiosa, a moral passou a ser ditada por regras conventuais.

É a partir do século XIX, com Nightingale, que se inicia a laicização da prática de cuidados e se fala da enfermeira com
uma conotação mais técnica. Nightingale, contudo, ao defender em 1859, uma enfermagem profissional, empenhou-se
em insistir no comportamento ético como uma teoria ou ciência do comportamento moral das enfermeiras (Smith &
Davis, 1985, citado por Rouseia, 1998).

Cortina (1997, p.11) refere que “a ética como reflexão filosófica, tem por objecto o fenómeno da moralidade que, desde
a antiguidade, faz indesmentivelmente parte da vida dos homens”. Para o mesmo autor, segundo o quadro aristotélico
do saber, “ o saber ético é o que se refere aos fins e valores últimos das acções e não só às suas virtualidades técnicas.

Parafraseando Pedrero, (1998, p.22) “A ética de enfermagem estuda as razões dos comportamentos na prática da
profissão, os princípios que regulam essas condutas, as motivações, os valores do exercício profissional, as alterações e
as transformações através do tempo”.

 
Torna-se importante definir o conceito de profissão, e a mesma autora define-a como sendo uma “actividade humana
com um campo definido de acção, um regulamento e um código de ética elaborado pelos seus membros, que se
desenvolve depois de ter um título, e a solidariedade entre os seus membros torna possível o desenvolvimento pessoal
e a responsabilidade dos serviços prestados”.
 
A partir de 1950, surgem códigos para enfermeiras, da autoria de organizações de enfermagem, nacionais e
internacionais, que marcam o inicio de uma abordagem sistemática da ética em enfermagem, quer na sua prática quer
na sua formação. No entanto já em 1899, com a criação do conselho internacional de enfermeiras (ICN) inicia-se a
discussão de aspectos jurídicos e éticos (Garcês, Revuelta, Coronado, Asensio, Tueler & Franco, 1985) e, em 1921, a
«Canadian Nurse Association (CNA) publica o seu primeiro código de ética de enfermagem» (Dunphy & Mercer, 1992,
p.19; citado por Rouseia, 1998). Desde então muitos outros documentos sobre o que deve ser o comportamento moral
e ético das enfermeiras foram entretanto publicados, a registar a publicação em 1948 da declaração dos direitos
humanos que fornece um enorme incremento às preocupações morais e éticas no seio da enfermagem.
 
Outro passo importante foi a criação do código deontológico do enfermeiro, este já bem mais recente em 1998, mas
não menos importante, pois mais do que um documento normativo, situa o vértice da excelência no relacionamento
pessoa a pessoa. Este pressupõe e exige a integração de todos os saberes e competências próprias da enfermagem
numa atenção pessoal e única a quem precisa de cuidados de saúde, o qual se subdivide em quatro áreas temáticas: -
Princípios e deveres gerais; - Deveres com a comunidade; - Deveres com os clientes; - Deveres com o exercício
profissional.
 
A evolução nos diversos códigos, sendo embora importante, não será suficiente para responder aos desafio se
complexidade de situações com que os enfermeiros se defrontam no seu dia a dia de trabalho. Existem assim dilemas
diários, relacionados com o cuidar que exigem tomadas de decisão constantes e frequentemente difíceis, embora por
vezes não se dê conta que se trata de questões éticas.
 
Hesbeen, (2000, p. 69) define cuidados de enfermagem como sendo “a atenção particular prestada por uma
enfermeira ou por um enfermeiro a uma pessoa ou aos seus familiares com vista a ajudá-los na sua situação.
Englobam tudo o que os profissionais fazem, dentro das suas competências, para prestar cuidados às pessoas. Pela sua
natureza, permitem sempre fazer alguma coisa por alguém a fim de contribuir para o seu bemestar, qualquer que seja
o seu estado.”
 
Sendo a enfermagem uma profissão que centra a sua actividade nas pessoas, deve “basear-se num discurso ético que
encaminha a sua actividade para a sociedade como um bem para a mesma. (Surribas, 1995, p. 4) Em cada acto
profissional, têm que se fazer escolhas, tomar decisões tendo em conta sempre a pessoa a quem é dirigida a acção.
 
Surribas, (1995, p.4) refere “que o discurso ético da(o) enfermeiro deve iniciar-se na própria profissão, de forma
consciente, metodológica, clara e objectiva”. Menciona ainda que o estudo da ética pode ajudar a configurar a profissão
de enfermagem de uma forma mais humana, obrigando a reflectir sobre a realidade da prática dos cuidados em
situações específicas. A prestação de cuidados centra-se na relação entre o ser enfermo e o ser enfermagem, em que a
enfermeira contribui com os seus conhecimentos e experiência, e o doente com as suas vivências, necessidades e
recursos. Ambos são sujeitos activos no processo de cuidar, como nos refere Collière (1999, p.155), “cuidar é ter em
conta os dois parceiros dos cuidados”. Dito de outro modo, os saberes complementam-se, com o objectivo de
determinar e pôr em prática acções que promovam um bem, em que estas devem ser extensivas e integrativas, não só
do utente, como também dos seus familiares. Embora esta seja a orientação ética que melhor se enquadra na
perspectiva do cuidar, nem sempre é assim, pois em algumas situações o ser enfermagem adopta uma orientação
claramente paternalista, em que “a enfermeira é um sujeito activo que faz coisas sobre e para o utente, e este é um
sujeito passivo que recebe a ajuda que os profissionais decidiram como sendo o melhor para ele”. (Surribas, 1995, p.5)
Nesta orientação, a acção de cuidar em enfermagem é autónoma em relação ao utente, pois este aceita os cuidados
que na perspectiva do enfermeiro são os melhores, os que mais se adequam à situação e que supostamente são um
benefício para a pessoa cuidada.
 
O cuidar na perspectiva de Hesbeen (2000), deve ser entendida como uma orientação de natureza filosófica, e que os
profissionais de saúde deveriam enquadrar cada vez mais as suas acções e as suas reflexões nesta perspectiva. Assim o
cuidar deve ser entendido como um valor.
 
A mesma autora, aponta três razões:
 Porque se verifica que o ser humano enquanto sujeito singular, único, é colocado num plano secundário;
 “porque um valor pode ser acessível a toda a gente”;
 “o conceito de cuidar é aberto [...]” Quer isto dizer que a abertura ao conhecimento é essencial a prestação
de cuidados de qualidade.
 
Também Jean Watson (2002, p. 59) reafirma o cuidar enquanto valor, dizendo que “A identificação e reconhecimento
do valor do cuidar vem em primeiro lugar e pressupõe o verdadeiro cuidar”. O cuidar é tido em conta como um “ideal
moral”, na medida em que “envolve uma filosofia de compromisso moral direccionado para a protecção da dignidade
humana e preservação da humanidade.”
 
Concluindo, a profissão de enfermagem fundamenta a sua prática em torno de um bem fazer, de um bem estar e de
um bem ser. Quer isto dizer que quer o cariz cientifico, quer o cariz ético da profissão se centra em encontrar a melhor
forma de desenvolver a sua actividade.
 
 
 
CONCLUSÃO
 
A prestação de cuidados em enfermagem é um processo complexo e que requer a articulação com várias áreas do
saber. Da origem até a actualidade foi possível perceber a importância da enfermagem no processo de saúde e doença,
bem como, do percurso ético-moral da profissão de enfermagem. Quando se trabalha com seres humanos, cada um
único, irrepetível, com diferentes formas de agir, é necessário a construção, formação, clarificação e desenvolvimento
de códigos éticos e deontológicos facilitadores da promoção da saúde e prevenção da doença, pois assim permite-nos
agir capazmente.
 
É consensual para vários autores (Arroyo, 1997, Collière,1999, Hesbeen, 2000, Watson, 2002) que a natureza dos
cuidados de enfermagem tem algo que é constante ao longo do tempo, que firma a sua natureza, e que constitui um
valor para os mesmos – CUIDAR.
 
Concluímos com uma referência de Queirós (2002): “Ao considerarmos que o cuidar implica uma responsabilidade ética
especial estamos a realçar o intrínseco valor da pessoa e a reforçar a necessidade de uma consciencialização acrescida
da integração do pensamento ético na prática profissional quotidiana e na análise das questões inerentes aos
chamados dilemas éticos especiais.”

You might also like