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por Nimuendaju, e que teriam habitado, de acordo com as referências históricas, o Norte
São Paulo e o Sudeste do Estado de Minas Gerais. O projeto tem como objetivos gerais,
que a arqueologia deve identificar, quando possível, a sociedade indígena com o qual está
como nosso objeto de estudo. De forma geral, estes dois grupos são muito pouco
processo, que é histórico, e que merece, portanto, uma análise que tenha preocupações
com a história dos grupos em questão, em todos os seus sentidos e não apenas no sentido
técnico. Desta forma, é importante o uso do maior número de tipos de fontes possíveis,
que possam fazer referência ao tema. Neste sentido, estamos trabalhando, neste
1 - publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Pesquisa Histórica, número 12, Curitiba - PR, 1997, pp. 91-95.
2 - Professor e pesquisador da Universidade Estácio de Sá, Coordenador do Programa Arqueológico Puri-Coroado, Doutorando em História Social do IFCS/UFRJ.
3 - Professora, Mestre em Historia, Pesquisadora do Programa Arqueológico Puri-Coroado.
4 - Bacharelanda em Arqueologia, estagiária do Programa Arqueológico Puri-Coroado, bolsista da Iniciação Científica da PRPqPg/UNESA.
momento, com três tipos específicos de fontes: a fonte escrita, nosso ponto de partida
para a obtenção de informações que dêem conta de sua origem, sua localização, sua
dispersão, etc.; a fonte oral, que servirá para confirmar e identificar, ou não, as
Nosso ponto de partida, como mencionamos acima, são as fontes escritas, obtidas
respeito aos Puri e Coroado, para sabermos, da melhor forma, suas origens, localização,
dispersão, etc..
Nimuendaju, " ... o mais profundo conhecedor dos aborígenes do Brasil em seu tempo."
referência, como tem sido para uma série de estudos sobre indígenas no Brasil. Além
Soares de Souza, Nelson de Senna, Pero Magalhães Gandavo, Alberto Lamego, Augusto
necessidade e valia. Ressalvamos que esta relação de autores não representa a totalidade
de autores que tratam do assunto, nem o esgotam. Ela é usada apenas como ponto de
sítios arqueológicos, é usada na medida em que estão sendo obtidas informações sobre os
obtidas com a população local. É dessa forma que a grande maioria das descobertas de
regra, o arqueólogo escolhe uma determinada área e parte para ela com a finalidade de
encontrar sítios arqueológicos para trabalhar, utilizando-se da informação oral local como
meio para atingir esse objetivo, não importando o(s) grupo(s) ali representado(s).
Nós por sua vez, nos propomos a trabalhar com um dado grupo, que habitou um
serão as fontes escritas, orais e culturais. Assim, de forma geral, a informação oral é o
melhor meio para se encontrar o sítio arqueológico. Em nosso caso, ela está direcionada
pelo objeto da pesquisa e pela fonte escrita, que nos fala de alguém, de um dado tempo,
em um determinado local.
O terceiro tipo de fonte, a cultural, nada mais é que os restos, culturais, daquela
antepassados.
para o arqueólogo um grande arquivo, uma grande biblioteca, com uma série de
difícil localização e, quando não, de acesso. Isto, em se tratando dos grupos considerados
confundidos com outros grupos, a situação pode ser muito mais difícil.
fontes dos mais diversos tipos, e, geralmente, de caráter bastante geral, sempre no sentido
quando analisados em conjunto, uma visão mais abrangente do tema em estudo, ou seja,
Os três tipos de fontes com que estamos trabalhando, e relacionamos aqui, depois
de definidas e delimitadas, podem ser divididas, em termos ocorrência, em dois tipos: pela
cultural, entre outras. É importante lembrar que estes dois tipos podem estar presente em
poderia ser diferente com os grupos Puri e Coroado, são os relatos de "viajantes" e
"cronistas" que passaram pelo território nacional desde o século XVI até o XIX.
Estes problemas são ainda mais sérios na medida em que recuamos no tempo, uma vez
que as obras não devem ser totalmente confiáveis, devido principalmente às inúmeras
Todavia, ainda que apresentando problemas, estas obras, se lidas com um olhar
crítico e atento, permite atingir, ainda que de forma frágil, o universo destes grupos, ou
seja, suas características físicas, culturais, religiosas, políticas e econômicas. Além disso,
Estado, ou seja, os documentos produzidos pelo "Estado". Estão incluídos neste item:
Além dessas idéias básicas, há que ressaltar também uma preocupação geral com
respeito à terra. As tribos indígenas são, assim como os quilombolas, elementos que
atrapalhavam o avanço das fronteiras agrícolas. Por isso, no caso dos indígenas, há uma
preocupação em aldeá-los, seja em suas terras ou não, de forma pacifica ou não, mas com
o objetivo de que possam não apenas servirem de mão-de-obra, mas também de liberar
que diz respeito à seus habitantes primitivos, estes documentos não possuem um
dos grupos indígenas envolvidos. Na maior parte das vezes, apenas é informada sua
ocorrência, destacam-se:
percebe-se que a grande preocupação, não apenas do Diretor Geral de Índios, mas
muito clara: conhecer para melhor explorar. Para tanto, é necessário percorrer
possível e os mais variados tipos de tribos indígenas. São nestes contatos que se
manancial excelente para sabermos como vivem, onde vivem, como pensam, em
O quarto tipo de documento, são os que dizem respeito à "Igreja". De uma certa
anterior, ou seja, documentos produzidos pelo Estado, pois ambos nos remetem à visões
Para que pudesse haver um efetivo controle sobre os indígenas, era necessário,
antes de mais nada, que os mesmos fossem conhecidos, e reconhecidos, pelos religiosos.
econômicos, físicos, artísticos, etc.. Mas isto não significa dizer que esta preocupação
fosse com vistas à manutenção destes aspectos. Muito pelo contrário, o interesse era
Estas descrições, em alguns casos feitas de forma minuciosa, são essenciais para a
aquele artefato.
geral", que de uma maneira ou de outra, tratam de questões indígenas, em nosso caso,
mais especificamente, dos Puri e dos Coroado. É uma lista de referências bibliográficas
extensa mas que de maneira geral, pouca preocupação teve com as sociedades indígenas.
Em alguns casos, estas referências podem, ainda, ser primárias. Como exemplo,
que, de uma maneira ou outra, têm os Puri e os Coroado como sociedades próximas. A
forma deste documento é a entrevista, tornada documento pelos métodos da História Oral.
Podemos dizer que algumas regiões são conhecidas por terem abrigado alguns grupos
indígenas. Por conta disto, seus moradores mantêm viva na memória local, as estórias a
entrevistas, muitas vezes declaram serem conhecedores dos locais onde pode-se encontrar
os restos indígenas - fornos, cemitérios, material cerâmico, material lítico, etc. - que
estas mesmas sociedades. Trata-se de sua cultura material e do uso que fizeram da
mesma. Esta fonte somente será manuzeada e utilizada em uma etapa posterior, a partir
do momento que se iniciar os trabalhos de campo, escavações, e quando a maioria das
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
4 - LUFT, Vlademir José; AMANTINO, Márcia Sueli & ALBERTINI, Alfredo Ignácio
Minetti. O Programa Arqueológico Puri-Coroado. In: VIII Reunião Científica da
Sociedade de Arqueologia Brasileira, Porto Alegre, 1995.
1 Autoria
1.1 Cronista
1.2 Viajante
1.3 Estado
1.3.1 Presidente de Província
1.3.2 Diretor Geral de Índios
1.3.3 "desbravadores"
1.4 Igreja
1.5 Historiador
1.6 Pesquisador em geral
1.7 Grupo indígena # Sociedade
2 Forma
2.01 Carta
2.02 Relatório
2.03 Decreto
2.04 Ofício
2.05 Instrução
2.06 Mapa
2.07 Planta
2.08 Carta Topográfica
2.09 Livro
2.10 Entrevista
2.10.01 oral (gravada)
2.10.02 escrita
2.11 Cultura Material
2.11.01 Pedra
2.11.02 Cerâmica
2.11.03 Osso
2.11.04 Malacológico
2.11.05 Metal
2.12 Fala e Discurso
2.13 Caderneta de Campo
2.14 Foto