Professional Documents
Culture Documents
CAMILA TRIBESS
CURITIBA
2009
2
CAMILA TRIBESS
CURITIBA
2009
3
AGRADECIMENTOS
RESUMO
A pergunta a ser respondida por essa monografia é: as mudanças de regime político (de
ditadura militar para democracia representativa) e do perfil ideológico dos poderes executivos
federal e estadual (de centro-direita - Fernando Henrique Cardoso e Jaime Lerner - para centro-
esquerda - Luiz Inácio Lula da Silva e Roberto Requião) influenciam o perfil dos deputados
federais paranaenses? Para responder a essa pergunta, mapeamos e comparamos o perfil dos
deputados federais paranaenses entre 1964 e 2006. Este perfil ao longo do período indicado foi
elaborado a partir de dados coletados nos Repertórios Biográficos, da Câmara dos Deputados,
no Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro, da Fundação Getúlio Vargas, e em páginas na
Internet de diversas instituições políticas (Tribunal Superior e Tribunal Regional Eleitoral e
Câmara dos Deputados, dentre outras). Chegamos, basicamente, a duas conclusões: a) a
mudança de regime político afeta substancialmente o perfil dos deputados; b) a mudança na
orientação ideológica dos poderes executivos pouco afeta esse perfil.
ABSTRACT
The question of this paper is: the changes in the political regimen (from a military
dictatorship to a representative democratic government) and the ideological profile of executive
federal and estate (from a center-right government – Fernando Henrique Cardoso and Jaime
Lerner – to a center-left one - Luiz Inácio Lula da Silva and Roberto Requião) influence the
profile of the federal deputies of Paraná? To answer this question we maped and compared the
profile of the federal deputies of Paraná from 1964 to 2006. This profile is designed based on
data collected from sources such as Biographic Repertories, of the Parliament House, the
Brazilian Historical-Biographic Dictionary, of the Getúlio Vargas Foundation and web sites of
several political institutions (The Electoral High Court and Electoral Regional Court, The
Parliament House etc.). We found, basically, two conclusions: a) the change of political regimen
significantly affects the profile of deputies; b) the change in the ideological profile of the
executive powers affects low this profile.
LISTA DE QUADROS
SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 8
2 - REVISÃO TEÓRICA ............................................................................................................ 11
2.1 - ELITES .................................................................................................................... 11
2.2 - RECRUTAMENTO ................................................................................................ 12
2.3 - REGIMES POLÍTICOS E IDEOLOGIA .............................................................. 15
3 - CONTEXTO HISTÓRICO .................................................................................................... 18
3.1 – REGIME MILITAR ................................................................................................. 18
3.2 – REGIME DEMOCRÁTICO .................................................................................. 20
4 – REGIME POLÍTICO: PERFIL COMPARADO DO REGIME MILITAR E DO REGIME
DEMOCRÁTICO ......................................................................................................................... 22
4.1 - ORIGEM SOCIAL .................................................................................................. 22
4.2 - TRAJETÓRIA SOCIAL.......................................................................................... 23
4.3 - TRAJETÓRIA POLÍTICA ...................................................................................... 25
4.4 - REGIME POLÍTICO COMO FATOR DE MUDANÇA NO PERFIL DA ELITE
POLÍTICA ......................................................................................................................... 32
5 – IDEOLOGIA: PERFIL COMPARADO DAS LEGISLATURAS DE 1998 E DE 2002
....................................................................................................................................................... 36
5.1 - ORIGEM SOCIAL .................................................................................................. 37
5.2 - TRAJETÓRIA SOCIAL.......................................................................................... 38
5.3 - TRAJETÓRIA POLÍTICA ...................................................................................... 41
5.4 - IDEOLOGIA COMO FATOR DE MUDANÇA NO PERFIL DA ELITE
POLÍTICA ......................................................................................................................... 45
6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 49
ANEXOS ...................................................................................................................................... 56
ANEXO 1: ITENS DO BANCO DE DADOS................................................................ 56
FONTES DE DADOS ................................................................................................................. 57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................... 58
8
1 – INTRODUÇÃO
O objetivo inicial deste trabalho foi traçar um perfil dos deputados federais eleitos
pelo estado do Paraná, do ano de 1964 até 2006. A partir desse perfil geral, foram
feitas duas comparações, a primeira entre o perfil dos deputados eleitos no período de
1964 a 1987 (período da ditadura militar) com o perfil dos eleitos entre 1988 e 2006
(período de transição e estabilização democrática). A segunda comparação é entre o
perfil dos deputados eleitos para a legislatura de 1999 a 2002 com o perfil daqueles
eleitos para a legislatura de 2003 a 2006. Tais informações foram delineadas com base
em dados coletados em fontes, como os Repertórios Biográficos, da Câmara dos
Deputados, o Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro, da Fundação Getúlio Vargas,
bem como páginas na Internet de diversas instituições políticas (Tribunal Superior e
Tribunal Regional Eleitoral, Câmara dos Deputados, entre outras). Assim, a principal
questão nesta pesquisa é analisar de que forma as mudanças no regime político e no
espectro ideológico do poder executivo influenciam o perfil dos deputados federais
paranaenses.
Estas comparações se dão no seguinte sentido: existe alguma diferença no perfil
dos deputados federais eleitos pelo Paraná, dentro de um regime ditatorial de eleições
controladas, em comparação aos deputados eleitos no período democrático? Em
segundo lugar, existe uma sensível diferença entre o perfil dos deputados eleitos para
uma legislatura, em que o poder executivo – estadual e federal – se concentra nas
mãos de uma coalizão de centro-direita, em comparação a uma legislatura, em que o
poder executivo é governado por uma coalizão de centro-esquerda1? Se estas
diferenças no perfil legislativo existem, quais são elas?
A hipótese inicial é a de que a mudança de um regime ditatorial para um regime
democrático implicaria em sensíveis mudanças no perfil dos deputados eleitos, bem
como na democracia, ao serem eleitos presidentes e governadores de centro-esquerda,
o perfil dos deputados também seria diferente dos que foram eleitos durante os
1
Os conceitos de centro-direita e centro-esquerda serão explanados no decorrer do texto.
9
Este trabalho está divido da seguinte maneira: a discussão da teoria que deu
origem a esse estudo, enfocando as questões sobre elites, recrutamento, regime
político e ideologia. A seguir, uma breve contextualização histórica dos períodos aqui
analisados. Apresentam-se, então, os dados e a análise referentes ao período do
regime militar, em comparação ao regime democrático. Em seguida, apresentam-se os
dados e a análise relativos às legislaturas de 1999, em comparação à legislatura de
2003. Ambas as comparações estão divididas entre origem social, trajetória social e
trajetória política. Por fim, as últimas considerações deste trabalho.
11
2 - REVISÃO TEÓRICA
2.1 - ELITES
Algumas das questões que guiam a maioria dos estudos sobre elites, decisões
políticas e grupos considerados importantes para tais são: quem exerce poder? Quem
decide? Quem governa? Estas questões são, em grande parte, condutoras de diversos
estudos clássicos e recentes. Existem, segundo Putnam (1976), três métodos que são
normalmente utilizados em estudos que buscam responder às perguntas acima: a) o
método de “reputação”, ou seja, quem exerce poder por sua reputação nos grupos
sociais politicamente importantes, não necessariamente por seu cargo formal e que, de
fato, alteram decisões políticas. Esse método normalmente é difícil de ser aplicado e,
em muitos casos, necessita antes de uma análise posicional; b) o método de “decisão”,
que traça estudos sobre quem propõe temas decisivos e quem os aprova ou os veta.
Este método pode restringir as pesquisas aos temas específicos da agenda política, ou
seja, aos temas que são mais claramente vistos nas análises do processo decisório; c)
o método da “posição”, que é o que reconhece aquele que está nas posições oficiais de
governo como sendo também quem exerce poder sobre as decisões políticas, em
grande parte dos casos. Consideramos que a maioria daqueles que ocupam os cargos
de deputados federais, se não todos, exercem, de fato, algum poder, quer seja pela
proposição de projetos, quer seja pelas votações e comissões em que participam.
Assim, não pretendemos esgotar a vastíssima discussão sobre o exercício do poder,
apenas optamos por um recorte, muito utilizado na literatura sobre o tema e,
metodologicamente, mais fácil de ser entendido e pesquisado.
O termo “elite” vem sendo utilizado de diversas formas e com diferentes fins e é
aqui utilizado para identificar aqueles que ocupam posições formais de mando nas
instituições políticas e que, por isso, têm a possibilidade de exercer poder e tomar
decisões-chave no que diz respeito aos temas discutidos nessas instituições. Estas
decisões são consideradas importantes porque afetam a vida de um grande número de
12
pessoas (em relação às decisões tomadas pela média da sociedade). Essa definição
geral provém do método posicional de Wright Mills (1981) e o termo será aplicado para
os deputados federais do Paraná. Acreditamos que, em relação à elite política deste
estado, estas pessoas ocupam cargos de grande importância política, justamente pela
importância e abrangência que têm as decisões que podem tomar nos cargos que
ocupam.
Para Giddens (1974) os estudos de recrutamento são especialmente importantes
porque podem analisar a ligação entre elites políticas e classes sociais. Giddens
distingue três dimensões essenciais envolvidas nos estudos de elites. A primeira delas
é a questão do recrutamento para as posições de elite, a segunda é a estrutura destes
grupos e a terceira é a distribuição do poder efetivo, ou seja, entender se ocupar
determinados cargos significa estar em posições de poder. Neste trabalho vamos nos
limitar a estudar alguns fatores da primeira dimensão apresentada por este autor,
relativos à questão do recrutamento. Nesse sentido, Giddens aponta para a
necessidade de averiguar quão “aberto” ou quão “fechado” é este recrutamento da elite
e, também, onde esse recrutamento ocorre, ou seja, quais são as “avenidas” de
mobilidade que levam aos postos de elite. Assim, nenhuma elite é totalmente aberta,
nem totalmente fechada. Todas são, de certa forma, abertas, já que precisam permitir
que pessoas destacadas na sociedade ascendam aos cargos de elite, mas também não
podem ser completamente abertas, já que necessitam manter o grau de coerência de
socialização e um alto grau de integração na elite.
2.2 - RECRUTAMENTO
Entendemos, para este estudo, recrutamento como o processo que permite que
determinadas pessoas ascendam aos cargos de maior importância na nossa
sociedade, no nosso caso, à CD. As eleições não são o único processo por que
passam aqueles que são eleitos e que determinam, de certa forma, o futuro do país.
Para Pipa Norris (1997) o recrutamento num sistema federalista (como o do Brasil)
13
permite uma carreira mais flexível e a elite nesse sistema é mais permeável, não
havendo um caminho fixo a seguir. Entretanto, inclusive nos casos de carreiras curtas e
de pessoas que se elegem sem experiência política prévia, também existe algum filtro
de recrutamento. Este processo é que define a composição do parlamento e, ao longo
prazo, podem ser uma espécie de termômetro das mudanças sociais. Assim, um perfil
comparado dos deputados federais do Paraná, em longo prazo, pode nos ilustrar as
mudanças políticas e sociais pelas quais este estado passou, dentro do contexto das
mudanças nacionais.
Os filtros de recrutamento que Norris (1997) destaca são praticamente os
mesmos que aparecem na maioria dos estudos sobre este tema e englobam desde as
qualificações formais, como escolaridade e profissão, até a experiência política dos
candidatos, a habilidade de oratória, os recursos financeiros disponíveis e as relações
políticas que cada candidato possui. Os estudos têm apontado, na maioria das vezes,
para a predominância dos “colarinhos-brancos” (profissionais liberais, empresários, etc.)
e para a pouca participação de trabalhadores e de mulheres nessas elites. Entre os
diversos candidatos que se apresentam ao cargo, quais e com qual perfil conseguem
passar pelos “filtros” impostos pelos partidos, pelas instituições e até mesmo pelo
eleitorado? Esse processo pode englobar desde a origem familiar, a carreira, a
escolaridade, o partido, enfim, todo o caminho percorrido pelo político até que ele vença
as eleições para o cargo de deputado federal. É importante lembrar que os deputados,
em nosso estudo, já foram eleitos, ou seja, já passaram por todos estes filtros de
recrutamento.
Putnam (1976) aponta que essa elite é homogênea, unida e consciente de si
mesma, buscando se perpetuar em apenas um exclusivo segmento social. Essas
pessoas que passam pelos filtros de recrutamento e chegam às posições de elite
política são pessoas, para Putnam, com abundância no acesso aos recursos políticos,
sociais e econômicos. Esse predomínio de certa parte da sociedade dentro da elite
política, segundo Norris (1997), pode causar não apenas uma baixa legitimidade desta
elite, como também alterar a agenda de decisões e o próprio estilo de se fazer política.
Neste sentido, o estudo de Putnam aponta para a importância de quem toma as
decisões políticas relevantes e em quais instituições elas são tomadas, além, é claro,
14
2
Cf. PERISSINOTTO, Renato M.; CODATO, Adriano Nervo; FUKS, Mário; BRAGA, Sérgio Soares (Org.),
2007. Cf. também monografias GOUVÊA, Julio. 2005, COSTA, Luiz Domingos, 2005, ENGLER, Ícaro
(2008).
16
3
As eleições para a CD e para governo dos estados e presidência da república ocorrem juntas, a cada 4
anos em anos pares. Os eleitos assumem no ano seguinte, assim, quando falamos em eleições de 1998
e 2002, estamos nos referindo às eleições destes anos, lembrando que as respectivas legislaturas
iniciaram em 1 de janeiro dos anos seguintes.
18
3 - CONTEXTO HISTÓRICO
O Brasil passou, entre os anos de 1964 e 1987, por um regime militar em que
vários generais se sucederam na presidência da república. O governo foi instaurado por
um ato institucional em 9 de abril de 1964, houve a cassação de vários mandatos nesse
período.
Em 1965 foi instaurado o bipartidarismo. As eleições nesse período foram
controladas pelo regime militar havendo um partido de oposição legal, o MDB
(Movimento Democrático Brasileiro) e o partido de apoio ao regime, ARENA (Aliança
Renovadora Nacional).
Em 1966 foi promulgado o Ato Institucional nº 5, que limitava de forma intensa as
liberdades individuais de expressão e de imprensa. Vários cargos públicos, entre eles
professores universitários, prefeitos, governadores e deputados, foram destituídos ou
cassados, todo tipo de manifestação era duramente reprimida e com o passar do tempo
e os vários atos institucionais que foram executados, as prisões por motivos políticos se
multiplicaram.
Em 1967 foi promulgada a nova Constituição brasileira que oficializava alguns
artifícios de governo, tais como os senadores biônicos e as indicações do poder
executivo federal para governadores dos estados. As eleições diretas para a Câmara
dos Deputados foram mantidas, apesar de serem muito restritas, já que serviam para
manter sob controle as elites regionais, além de legitimar socialmente o regime.
Além da censura, o grande crescimento econômico alcançado pelo regime, a
abstenção de grande parte da oposição nas eleições e o apoio das elites regionais que
estavam inseridas nos postos de governo ou nas eleições legislativas, garantiram a
legitimação do regime nas urnas, até o ano de 1974, ano em que a oposição começou
a se fortalecer. Nas eleições de 1974, a oposição conseguiu uma relevante vitória nas
eleições legislativas e o general Geisel assumiu a presidência com um discurso de
19
4
Cf. CODATO, Adriano. 2005; KINZO, Maria D´Alva. 2001 e MARENCO DOS SANTOS, André. 1998.
21
após dois mandatos consecutivos da direita tradicional. Ocorre então uma mudança no
espectro ideológico nos poderes executivos, tanto em nível nacional, com a eleição de
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência, quanto em nível estadual, com a
eleição de Roberto Requião (PMDB) para o governo do estado. Para Kinzo (2004), a
eleição de governantes ideologicamente de esquerda sem uma ruptura do sistema
democrático é a expressão de uma consolidação e fortalecimento das instituições
políticas democráticas.
É importante também lembrarmos o contexto das eleições de 1998 e 2002 no
qual, embora o plano nacional o PMDB tenha apoiado a candidatura de Fernando
Henrique (PSDB) para a presidência em 1998, no Paraná, o PMDB saiu com candidato
próprio, Roberto Requião, concorrendo com os candidatos ao governo do estado
apoiados pelo PSDB (Jaime Lerner, em 1998, e Carlos Alberto Richa, em 20025).
Assim, temos no Paraná uma mudança significativa na eleição de 2002. Não só
o panorama nacional se modificou da direita para a esquerda, com a eleição de Lula da
Silva (PT), mas também no Paraná essa mudança se deu, com a eleição de Roberto
Requião (PMDB). Dessa forma, a díade direita/esquerda não só ainda é útil
metodologicamente, como argumenta Bobbio (1995), mas também é claramente visível
em nossas eleições majoritárias.
5
Cf. Dados obtidos no Tribunal Regional Eleitoral através do site http://www.tre-pr.gov.br, acesso em
2/06/2009 às 15h55min.
22
O golpe militar se deu em 1964, entretanto os deputados que haviam sido eleitos
em 1963 seguiram na CD até o fim de seus mandatos em 1967. Mas houve, aqui, uma
mudança significativa, já que muitos suplentes assumiram cadeiras daqueles que
tiveram os mandatos cassados. Além disso, em 1965, a estrutura do sistema partidário
foi drasticamente alterada. Entre os anos de 1964 e 1987 consideramos 103 deputados
paranaenses que entraram na CD nas eleições deste período. A partir das eleições
para a Assembléia Constituinte, em 1987, segue-se no país um contínuo de eleições
diretas e democráticas para os poderes legislativos e executivos. No Paraná, foram
eleitos 30 deputados federais para a Assembléia Constituinte de 1987 e, a partir dessa
eleição, o estado sempre esteve com 30 cadeiras na Câmara, totalizando assim 84
deputados no período democrático. Para o nosso universo de pesquisa, consideramos
os suplentes que assumiram cadeiras na Câmara por mais de 120 dias nestes dois
períodos e, assim, figuraram nas fontes de dados oficiais consultadas6. Vale lembrar
que as eleições para a Câmara dos deputados se mantiveram diretas mesmo no
período da ditadura, apesar do bipartidarismo, das cassações e das restrições aos
parlamentares.
6
Esse critério é utilizado pela própria CD para inclusão ou não dos suplentes em seus perfis biográficos.
23
menor do que no período da ditadura militar, que era de 14,6%, ou seja, os políticos de
cidades do interior, ou que nasceram em outros estados, vêm conquistando,
lentamente, mais espaço na política paranaense no nível federal. Além disso, levando
em consideração a concentração populacional na capital Curitiba7, podemos considerar
a porcentagem dos deputados nascidos na capital paranaense, inclusive, baixa.
Entretanto, veremos adiante, a capital paranaense ainda é o lugar de passagem quase
obrigatório em cargos públicos para aqueles que se elegem deputados no Paraná.
Em um dos itens de nosso banco coletamos dados sobre uma possível tradição
na política das famílias dos eleitos. Consideramos a declaração nos perfis biográficos
da CD se o deputado faz parte ou não de uma família com tradição política prévia, ou
se algum membro de sua família já exerceu algum cargo político. Essa declaração é, a
nosso ver, suficiente, já que o fato de pertencer a uma família com tradição na política é
visto como positivo pelos próprios políticos que, inclusive, se utilizam dos nomes de
seus familiares conhecidos em suas campanhas eleitorais. O percentual de casos em
que encontramos tradição familiar na política entre os deputados do período
democrático é baixo (8,3%), tanto em relação ao padrão nacional (25,8%)8, quanto em
relação aos políticos paranaenses do período da ditadura, onde encontramos o índice
de 13,6% de deputados com alguma tradição política na família.
7
Curitiba tem quase 2 milhões de habitantes dos pouco mais de 10 milhões de habitantes do Paraná,
pelos dados do IBGE em 2007. Disponível em http://www.ibge.org.br/populacao.php, acesso em
02/06/2009 às 15h30min.
8
MARENCO DOS SANTOS, André. 1997.
24
alta, ela já é muito menor do que se compararmos com a porcentagem de políticos com
curso superior que encontramos no período anterior (1964/1987), que ultrapassava os
82%.
Além da diminuição no nível de escolaridade, podemos também perceber que a
hegemonia do curso de direito diminuiu significativamente de 46,6% no período da
ditadura, para 22,6% no período democrático. Apesar de os deputados federais do
Paraná do período democrático ainda serem, em sua maioria, formados em direito,
percebe-se claramente o crescimento de formados em outros cursos, e em outras áreas
do conhecimento, ingressando na Câmara dos Deputados. Além disso, o número de
deputados eleitos que não possuíam curso superior praticamente duplicou, indo de
17,5%, no período da ditadura, para 34,5% no pós 1988.
item nos apresenta por quais entidades os deputados passaram antes de serem eleitos
para a Câmara.
Por entidades civis entendemos sindicatos, organizações de categorias,
movimentos sociais, associações beneficentes, entre outros. É interessante notar que,
no período da ditadura, apenas 27,2% dos deputados havia participado de alguma
dessas instituições. Na redemocratização este número sobe para 53,6%. A explicação
para este aumento nos parece clara uma vez que, no período militar, a maioria das
organizações sociais foi fechada ou funcionava na ilegalidade.
Comparando as participações dos deputados nos dois períodos, é surpreendente
o aumento da participação dos deputados em sindicatos trabalhistas, provavelmente,
fruto da democratização, pois estes sindicatos foram proibidos de funcionarem na maior
parte do tempo do regime militar. Entre aqueles que se envolveram de alguma forma
com entidades e organizações civis, permaneceram em cargos de direção dessas
entidades, na maioria dos casos, de 1 a 3 anos em ambos os períodos. É importante
observar que não há incidência de participação em movimentos sociais populares e há
uma alta incidência de participação em sindicatos patronais e em entidades ruralistas
no período do regime militar. Além disso, há uma alta incidência de participação em
sindicatos patronais, em associações comerciais, um grande aumento de participação
em sindicatos de trabalhadores e uma queda significativa da participação nas
associações ruralistas durante o regime democrático.
27
períodos. Este fato pode ser pensado em relação aos deputados do período
democrático, uma vez que estes, de certa forma, tinham mais espaço para galgarem
posições, sem passar antes, necessariamente, por todas as esferas (municipais e
estaduais) até chegarem aos cargos federais. Além disso, é importante ressaltar uma
peculiaridade do regime militar brasileiro, em que o acesso aos cargos do poder
executivo nos governos de estado ou em prefeituras de cidades estratégicas (capitais,
fronteiras, etc.) era mais restrito, já que dependiam de indicação do executivo federal.
Entretanto, as eleições legislativas em todas as esferas, bem como as eleições para os
executivos municipais (salvo as exceções já apontadas) continuaram sendo abertas e
regulares, apesar de certas restrições.
de eleitos sem ter ocupado nenhum cargo, ou que ocupou apenas um cargo público
antes de se eleger deputado federal, cresceu significativamente no período
democrático. Este dado nos aponta para um padrão menor de experiência prévia dos
deputados eleitos na redemocratização, ou seja, o espaço para a eleição de outsiders
da política tende a aumentar no período democrático.
entretanto, nas duas últimas legislaturas, a tendência foi a de um novo equilíbrio, já que
apenas 10% dos eleitos podiam ser considerados novatos. Este fato nos revela uma
maior taxa de reapresentação dos deputados ao cargo.
O senso comum, muitas vezes, diz que os políticos mudam muito de partido. No
entanto, verificamos que a maioria dos deputados esteve em apenas 1 partido no
período da redemocratização, mesmo com as mudanças no sistema partidário brasileiro
e, quase todos, estiveram na faixa de 1 a 3 partidos diferentes neste mesmo período.
Se levarmos em consideração as diversas mudanças no próprio sistema partidário
pelas quais o Brasil passou desde 1964 até 2006, essa taxa de troca de partidos não
pode ser considerada alta. Além disso, no período militar a maioria dos deputados havia
passado por 2 partidos antes de entrarem na CD, já no período democrático a maioria
havia passado apenas por 1 partido, apesar das mudanças no sistema eleitoral e
partidário que ocorreram a partir de 1979. Esse fato pode ser conseqüência tanto de
uma maior fidelidade partidária quanto de uma maior incidência de políticos menos
experientes e, portanto, com uma trajetória política mais breve.
Concluímos então, neste capítulo, a imensa importância da mudança de regime
político para a popularização da elite política paranaense, com as diversas mudanças
no sentido de uma elite mais representativa que encontramos nas comparações feitas
entre a elite política federal paranaense do período militar e do período democrático.
35
Uma modificação clara no perfil geral das legislaturas analisadas é o fato de que
na eleição de 2002 foram eleitas 2 deputadas mulheres, uma como titular e outra que
assumiu como suplente, ambas pelo PT, fato inédito até então para o estado do
Paraná, que nunca havia eleito uma mulher para a CD antes. Isto demonstra não só
uma linha política conservadora no recrutamento da elite política paranaense, mas
também a grande disparidade entre o perfil da elite política e da população em geral,
uma vez que em janeiro de 2008, segundo o Tribunal Superior Eleitoral11, 51,27% dos
eleitores paranaenses eram do sexo feminino. Esta disparidade na participação política
feminina nas instâncias de decisão e em cargos eletivos é fato recorrente não só no
Paraná, mas no Brasil como um todo12. É importante frisar que ambas as deputadas
eleitas eram do PT e possuíam experiência política adquirida em militância desde a
fundação do partido, uma delas em movimento estudantil e de saúde, a outra em
movimentos de trabalhadores rurais.
Quanto aos que se elegem já com tradição política na família, percebemos uma
queda, de 12,5% em 1998 para 9,1% em 2002, o que, em números totais, significa que
eram 4 deputados com família política em 1998 e 3 em 2002. Da mesma forma, o grau
de localismo dos políticos eleitos, ou seja, a eleição de políticos que nasceram no
próprio Paraná, se manteve praticamente estável, de 19 casos (59,4%) em 1998 foi
para 21 casos (63,6%) em 2002. Aqueles que nasceram em Curitiba representaram
18,8% em 1998 e 12,1% em 2002, o que demonstra uma tendência à interiorização dos
candidatos eleitos, ou seja, apesar de o Paraná continuar elegendo políticos que
nasceram no próprio estado, em 2002 foram eleitos mais deputados nascidos no
11
Dados obtidos no Tribunal Superior Eleitoral através do site http://www.tse.gov.br, acesso em
2/06/2009 às 15h50min
12
Cf. TABAK, Fanny. 2002.
38
interior do estado e não na capital, apesar de esta ainda eleger uma grande parte dos
deputados, pelo próprio fato de sua concentração populacional.
13
Dados da OCDE - Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (2001). Disponível
em http://www.oecd.org/statisticsdata.htm, acesso em 2/06/2009 às 15h58min.
39
como direito e medicina, o que demonstra que a elite política paranaense vem se
tornando mais representativa da complexidade social.
Na legislatura de 1998 as profissões predominantes no perfil da elite foram as de
advogados e empresários, seguidas das de professor, agropecuaristas, contadores e
médicos. Já na legislatura eleita em 2002, sobe o número de advogados, mantêm-se a
predominância de empresários, seguidos dos agropecuaristas, comerciantes,
agricultores, contadores e engenheiros agrônomos. Da mesma forma, não há nenhuma
queda significativa na quantidade de empresários ou agropecuaristas eleitos em 2002
em relação a 1998, bem como a quantidade de professores, agricultores e profissionais
assalariados se mantém estável nos 2 períodos.
apresenta grande fidelidade partidária. É importante frisar que aqueles que declararam
seu primeiro partido na trajetória política como sendo o PT sobe de apenas 6,3%, em
1998, para 18,2%, em 2002. Mas também, ao compararmos aqueles que mudaram de
partido mais de 4 vezes antes de entrarem na CD, percebemos que, entre os
deputados eleitos em 1998, 18,8% havia mudado de partido mais do que 4 vezes,
enquanto para os eleitos em 2002 esse número cai para 12,1%. Assim, vemos que os
deputados da legislatura de 1998 mudaram mais vezes de partido do que os eleitos em
2002.
como terceira profissão mais recorrente, fato que também não confirma a hipótese de
uma popularização desta elite em 2002. Ou seja, a inferência de Rodrigues (2006) para
a CD apontando para uma maior incidência de professores e menos advogados na
legislatura de 2002 novamente demonstra a elite paranaense como exceção.
Apesar de ser recorrente o fato de que os políticos eleitos por partidos de centro-
esquerda possuem uma base política adquirida em movimentos sociais populares, não
existe essa incidência no grupo paranaense eleito para a CD em 2002, apesar do
aumento da bancada de centro-esquerda nesse período. Entretanto, a porcentagem
daqueles que exerceram cargos em sindicatos de trabalhadores aumenta, porém, no
mesmo sentido, a porcentagem daqueles que estiveram em cargos nos sindicatos
patronais também aumenta em 2002. Esse fato demonstra que, mesmo com o aumento
significativo da bancada de centro-esquerda, o perfil de carreira em entidades civis não
se popularizou tanto quanto o esperado e como apontado por Rodrigues para a CD
como um todo.
Quanto à experiência política antes de serem eleitos deputados, o pleito de 2002
elegeu mais deputados experientes, a maioria deles exerceu dois cargos políticos antes
de entrar na CD, enquanto que, em 1998, a maioria havia exercido um cargo político.
Quanto à mudança de partido, percebemos que os deputados eleitos em 2002
mudaram menos de partido antes de entrarem na CD do que os eleitos em 1998. Esse
fato também é característico de partidos de centro-esquerda, em especial do PT,
partido que, historicamente, apresenta grande fidelidade partidária e pode ser visto
como uma conseqüência do aumento da bancada de centro-esquerda em 2002.
Assim, concluímos com as comparações destas duas legislaturas, que houveram
sim diversas mudanças significativas no perfil dos deputados federais, entretanto, essas
mudanças não foram tão amplas no sentido de uma popularização desta elite, como era
o esperado ao compararmos com outros estudos feitos no mesmo sentido para a CD
como um todo.
48
6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
que retira o eixo das decisões políticas de Curitiba e permite que as outras cidades
principais do estado sejam representadas na elite política federal e se coloquem
também como foco das decisões tomadas por esta elite.
O padrão de socialização foi modificado de forma a tornar esta elite mais aberta,
com uma porcentagem menor de deputados com curso superior, ou seja, ainda é difícil
que um deputado federal se eleja sem ter cursado uma faculdade, entretanto esta
possibilidade se tornou maior no período democrático. A questão aqui não é que ter um
curso superior seja um aspecto negativo para um deputado, mas sim, que a
discrepância entre a elite e a sociedade tem diminuído, haja vista que os índices de
graduados vêm aumentando na sociedade e diminuindo na elite, o que aponta para
uma tendência de diminuição da lacuna entre elite e sociedade, ao menos para o nosso
caso específico. Essa reflexão também é válida ao pensarmos sobre os formados em
direito e na UFPR. Novos cursos superiores ganham espaço e o “domínio dos
magistrados” (Carvalho, 2003) vem diminuindo com a democratização. Esse fato é,
provavelmente, conseqüência da maior oferta de diferentes cursos superiores e em
diversas instituições no estado (privadas e estaduais), o que demonstra uma maior
heterogeneidade de nossa elite no período democrático, além de podermos refletir que
o perfil geral desta elite está acompanhando a dinâmica das mudanças sociais. No
mesmo sentido, novas profissões aparecem em nossa elite, principalmente
empresários, economistas e engenheiros. Isto, unido à grande diminuição no número
de advogados, possibilita ver a maior diversificação no padrão profissional desta elite.
Muitos dos que declaram terem cursado direito como curso superior, não declararam a
profissão de advogado, fato que pode apontar para a opção dos agentes de cursarem
direito já com vistas a uma carreira política ou, já estando na política, cursarem direito
para agregar esta socialização às suas trajetórias.
Como era esperado, já de antemão, pela lógica dos regimes políticos aqui
estudados, o aumento da participação dos deputados em associações e sindicatos de
diversos tipos, bem como em direções partidárias, se mostra evidente, já que no
período do regime militar estas organizações políticas e sociais eram duramente
reprimidas. No período democrático, elas surgiram novamente, se tornaram conhecidas
e se expandiram. Assim, no período democrático é regra, e não exceção, que um
51
deputado tenha passado por, ao menos, uma dessas organizações antes de ser eleito
deputado federal. No período do regime militar, quase ¾ dos deputados não havia
atuado em organizações sociais, enquanto que, no período democrático, menos da
metade não teve este tipo de participação.
Outro fator que aponta para um perfil mais aberto desta elite política é que mais
deputados se elegeram sem nenhuma experiência política antes de ingressarem na
CD, ou seja, não passaram por outros cargos políticos, ascendendo diretamente à
Câmara, o que, no período militar, era muito mais difícil de ocorrer. Da mesma forma,
mesmo aqueles que exerceram cargos políticos antes de chegarem à CD tiveram uma
carreira política mais curta, ou seja, esta elite é menos profissionalizada no período
democrático. Isto não é, a priori, nem positivo nem negativo. No entanto, aponta para
deputados com carreiras mais curtas, ou mesmo sem carreira política prévia (outsiders),
o que sugere uma elite política mais aberta em seu recrutamento. Neste sentido, o que
pode ser considerado conseqüência da maior abertura aos outsiders, é que, apesar das
diversas mudanças no sistema eleitoral brasileiro neste período, há uma baixa
incidência de troca de partidos. É importante salientar que a grande maioria dos
deputados deste período mudou de partido até 3 vezes antes de ser eleito para a CD.
Considerando a relativa instabilidade do sistema partidário brasileiro, principalmente
nos primeiros anos do regime democrático, isto não pode ser considerado um alto
índice de troca partidária.
Há modificações no perfil político dos deputados eleitos no regime democrático
que apontam para um sistema mais aberto de recrutamento, além de outros atributos
serem mais valorizados em relação ao período militar. Persiste a necessidade de
comparações com estudos de outras elites regionais, além de uma continuidade no
levantamento de dados sobre esta elite específica. Mas torna-se evidente que a
abertura do regime militar e a consolidação do regime democrático são de extrema
importância para uma elite política mais aberta, representativa e menos elitizada.
Assim, estar em um regime democrático torna a elite política, ao menos a analisada
neste trabalho, mais popularizada, ou seja, um pouco mais representativa da sociedade
que a elege. Apesar de ainda possuir atributos que, claramente, a maioria da população
não possui, ou seja, têm acesso privilegiado aos recursos sociais, econômicos e
52
políticos, como nos aponta Putnam (1976), entretanto, o perfil geral dos deputados
federais do Paraná tende a ser menos elitizado no período democrático.
Entretanto, em pontos que são apontados como principais na divisão dos perfis
de políticos de esquerda e de direita, tais como: nível de escolaridade, profissão,
incidência de advogados e de formados em direito, experiência política e atuação em
organizações sociais - as mudanças no sentido de uma popularização desta elite não
ocorrem. O caso dos deputados federais eleitos pelo Paraná em 2002 parece ser um
caso excepcional neste sentido. O perfil geral desta elite em 2002 apresenta um nível
mais alto de escolaridade, ou seja, mais deputados desse período possuíam curso
superior em comparação com a legislatura de 1998, o que demonstra que essa elite
política ainda é muito pouco representativa da população como um todo. É uma
exceção que um político sem curso superior se eleja como deputado federal pelo
Paraná.
No mesmo sentido, ao contrário do que o esperado anteriormente, não houve, na
legislatura de 2002, uma diminuição dos deputados formados em direito, mas sim uma
estabilização dessa porcentagem. Houve, no entanto, um aumento de outros cursos
superiores, como economia e engenharia civil, bem como a diminuição dos formados
em medicina, o que sugere a ascensão de outras áreas de conhecimento que não as
tradicionais áreas do direito e da medicina e a conseqüente representatividade maior
das diversas profissões emergentes hoje em nossa sociedade.
O perfil das profissões não se altera muito de uma legislatura para outra. Na
legislatura de 1998 as profissões de advogados e empresários seguem sendo as mais
importantes na legislatura de 2002, aumentando inclusive a porcentagem de advogados
(direito como profissão de fato, não apenas como curso de formação). Em 2002
percebemos uma leve mudança nas outras profissões mais importantes. Em 1998 eram
as de professor, agropecuaristas, contadores e médicos. Na legislatura eleita em 2002
aparecem os agropecuaristas, comerciantes, agricultores, contadores e engenheiros
agrônomos. É muito importante notar que, apesar da profissão de professor ser
considerada predominante em partidos de centro-esquerda, a porcentagem dos que
declaram esta profissão se mantém estável em ambos os períodos.
A trajetória em movimentos sociais dos deputados de centro-esquerda, que se
espera que seja significativo na legislatura de 2002 pelo predomínio desta bancada,
também não se verifica. Em 2002, nenhum dos deputados havia ocupado algum cargo
54
questão, a partir da análise de nossos dados, percebemos que não é possível falar de
uma popularização da elite política.
ANEXOS
FONTES DE DADOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GIDDENS, Anthony. Preface e Elites in the British class structure. In: P. Stanworth and
A. Giddens (eds.), Elites and Power in British Society. Cambridge: Cambridge
University Press, 1974.
KELLER, Suzanne. O destino das elites. Rio de Janeiro: Editora Forense, 1967.
KINZO, Maria D´Alva Gil. Partidos, Eleições e Democracia no Brasil Pós-1985. Revista
Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 19, n. 54, 2004.
PERISSINOTTO, Renato M.; CODATO, Adriano Nervo; FUKS, Mário; BRAGA, Sérgio
Soares (Org.). Quem governa? Um estudo das elites políticas do Paraná. Curitiba:
Editora da UFPR, 2007.
PUTNAM, R. D. The comparative study of political elites. New Jersey: Prentice Hall,
1976.