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Olá, pessoal. Tudo bem? Como vão os estudos? Espero que tenham gostado da aula inicial.
Antes, porém, vamos resolver as questões que foram formuladas ao final da última aula, com
intuito de breve revisão.
Questão 1. Segundo o IIA, a auditoria interna é uma atividade com relativa independência, que
presta serviços de avaliação e de consultoria dentro das organizações, com o objetivo de
garantir que as demonstrações contábeis estejam adequadas.
Resposta: Errado. Segundo o IIA, a auditoria interna é uma atividade independente e objetiva, de
fornecimento de serviços de avaliação (ou segurança objetiva) e de consultoria, com o objetivo de
acrescentar valor à organização e melhorar suas operações.
Apesar de auditores internos serem empregados das empresas onde trabalham, eles devem
ser independentes das atividades que auditam. Essa independência é atingida mediante nível
organizacional, ou seja, o chefe da auditoria ou diretor executivo da auditoria interna deve reportar-se à
pessoa que tem autoridade suficiente na organização para garantir que os trabalhos de auditoria
interna tenham cobertura ampla e que as recomendações recebam a devida consideração e sejam
implementadas.
Portanto, não se pode considerar como certa afirmação de que a atividade tem relativa
independência. Na prática, sabemos que nem sempre as auditorias internas conseguem desenvolver
suas atividades com essa independência e objetividade, mas as normas exigem essa independência,
que uma vez alcançada facilita o trabalho e os resultados da auditoria.
Outro erro está na afirmação de que o objetivo da auditoria interna é o de garantir que as
demonstrações contábeis estejam adequadas, pois, como visto, o seu objetivo é melhorar as
operações, o desempenho e resultado das organizações. Como decorrência desse objetivo maior, a
auditoria interna avalia processos e mecanismos de controle interno de todas as operações, inclusive
do sistema contábil.
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A auditoria de desempenho é aquela desenvolvida com o propósito de avaliar se o gestor está
desenvolvendo suas atividades com economia, eficiência, eficácia e efetividade, ou seja, com bom
desempenho e alcançando resultados satisfatórios para o governo e para a sociedade. No Brasil,
convencionou-se denominá-la de auditoria operacional.
Resposta: Errado. Apesar de cada país apresentar uma definição específica para os tipos de
auditoria que são praticados, podemos afirmar, de forma simplificada, que prevalecem os dois
grandes tipos de auditoria destacados pela INTOSAI: auditoria de regularidade (ou financeira ou de
legalidade) e auditoria de desempenho (ou operacional ou de resultados). Porém, os canadenses
praticam uma espécie de auditoria que engloba em um só trabalho aspectos contábeis, de
conformidade e de desempenho, constituindo uma auditoria de escopo amplo, denominada de
auditoria integral ou integrada. Portanto, a auditoria operacional é aquela que avalia a eficácia,
eficiência e economia de operações, com intuito de aperfeiçoamento, mas, de uma geral (sem levar
em consideração definições específicas de cada país), não procura abordar aspectos contábeis e de
legalidade. A auditoria de escopo amplo é a integrada, definida e praticada no Canadá.
OBSERVAÇÃO: A definição contida na IN SFC nº 01/2001 para auditoria de avaliação de gestão, que
os órgãos de controle interno realizam para avaliar as contas anuais dos gestores públicos, e até
mesmo o conceito de processo de contas previsto na IN TCU nº 47/2004, consideram na avaliação
da gestão tanto a conformidade quanto o desempenho da gestão contábil, orçamentária, financeira,
patrimonial e operacional, aproximando-se do conceito de auditoria integrada dos canadenses.
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as “auditorias de desempenho operacional”, que tratam da economia, eficiência e eficácia da gestão, e
“avaliações de programas”, que tratam da efetividade ou relação de causa-e-efeito das ações e
programas governamentais . (Manual de Auditoria de Natureza Operacional).
Questão 5. Considere uma auditoria realizada pelo TCU no setor de convênios de um órgão
público e que os achados de auditoria foram os seguintes: celebração de convênio sem
atendimento às condições de regularidade fiscal e cadastral; objeto contratado divergente
daquele previamente licitado; execução parcial do objeto pactuado. Neste caso, a auditoria
realizada pelo TCU caracteriza uma auditoria de conformidade.
Resposta: Certo. A questão reflete comando normativo previsto no capítulo I das normas da
INTOSAI (princípios básicos). Segundo a INTOSAI, a auditoria governamental engloba as auditorias
de conformidade e de desempenho.
a) certificar que as entidades responsáveis cumpriram sua obrigação de prestar contas, o que
envolve o exame e a avaliação dos registros financeiros e a emissão de parecer sobre as
demonstrações financeiras;
f) informar sobre quaisquer outros assuntos, decorrentes ou relacionados com a auditoria, que a
EFS considere necessário revelar.
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com princípios, práticas e políticas administrativas corretas;
Uma vez solucionadas as questões, daremos seqüência à nossa aula sobre tipos de auditoria.
AUDITORIA DE CONFORMIDADE
Portanto, essas auditorias examinam a conformidade dos atos dos administradores públicos
com o disposto nas leis e normas aplicáveis e se esses atos atendem ao interesse público. E que
atos são esses? Aqueles relativos ao registro e à publicação das demonstrações contábeis, à
realização das receitas e despesas, aos limites e destinações previstos no orçamento e ao controle,
manutenção e conservação do patrimônio público.
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mais imprescindível em uma auditoria de natureza operacional ou de avaliação de programas do que
em uma auditoria de conformidade.
Vejamos uma questão formulada pelo CESPE no último concurso de ACE/TCU, área auditoria
governamental:
Creio que agora ficou mais fácil resolver essa questão. Para que fosse caracterizada uma
auditoria operacional, o relatório deveria apontar o uso econômico e eficiente dos recursos humanos,
financeiros e tecnológicos da área de licitações e contratos e/ou os resultados alcançados com as
aquisições. Porém, não há no enunciado nenhum desses aspectos. O relatório descreve vários
aspectos de cumprimento da Lei de Licitações (legalidade), portanto, fica caracterizada uma auditoria
de conformidade e não operacional, o que torna a questão errada.
AUDITORIA OPERACIONAL
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Assim, a partir da evolução da auditoria financeira tradicional, em função da necessidade de
informações sobre a eficácia e a eficiência das organizações, originou-se o conceito de performance
audit, nas suas diferentes denominações: auditoria operacional, auditoria de desempenho
(americanos), auditoria administrativa, auditoria abrangente (canadenses), auditoria de resultados ou
auditoria pelo valor do dinheiro (value for money audit – ingleses).
A auditoria operacional (de desempenho) surgiu como uma resposta para as questões
pertinentes à avaliação do uso dos recursos no alcance dos objetivos da organização e,
conseqüentemente, dos procedimentos adotados para a consecução desses objetivos. Esse tipo de
auditoria é utilizado tanto na administração pública quanto no setor privado, embora alguns autores
comentem a hegemonia de sua aplicação no setor público.
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3) Execução – coleta e análise de dados. É uma fase extensa neste tipo de auditoria.
O auditor recorre principalmente a indagações e observações. A técnica de
entrevista é muito utilizada. O auditado participa ativamente do processo.
A u d ito ria O p e r a c io n a l - E t a p a s
.
M o n it o ra m e n to S e l e ç ã o ( M a t r i z d e R is c o )
D iv u lg a ç ã o
S e l e ç ã o – E s t u d o d e V i a b il id a d e
P la n e ja m e n t o
( L e v a n t a m e n t o c fe M a n u a l A N O p )
A p re c ia çã o
C o m e n t á r io
d o g e sto r
E x e c u çã o ( + R e la t ó rio )
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O Ciclo completo da auditoria de natureza operacional compreende as etapas de seleção,
planejamento, execução, análise, elaboração de relatório, comentário do gestor, apreciação pela
Corte, divulgação e monitoramento.
A seleção das auditorias é a primeira etapa do processo, a partir da qual são definidos os
programas e/ou órgãos a ser avaliados. Nessa fase, examinam-se as prioridades de governo, a
relevância das ações para reduzir os problemas da sociedade, a materialidade dos recursos
envolvidos e o risco de não se alcançarem os resultados esperados. Essas informações são
pontuadas em uma Matriz de Riscos, segundo atributos definidos para os critérios: relevância,
materialidade e risco, a fim de se obter uma classificação em ordem decrescente. Os programas mais
bem pontuados são indicados para elaboração de estudos de viabilidade.
Após os trabalhos de campo, a equipe elabora a Matriz de Achados, síntese dos resultados
obtidos nessa fase.
Cabe observar que tanto a Matriz de Planejamento, como a Matriz de Achados, são
apresentadas e discutidas nos Painéis de Referência realizados pelo Tribunal com a participação de
representantes de grupos de interesse, como Controle Interno, Sociedade Civil, Academia e
Consultorias Legislativas do Congresso. Nessas ocasiões busca-se verificar a consistência da
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proposta de auditoria, bem como a relevância e adequação das conclusões (achados de auditoria) e
propostas de recomendações. As sugestões dos participantes são incorporadas à versão final das
respectivas matrizes e apresentadas à consideração dos gestores dos programas.
Concluída a análise dos dados, elabora-se o relatório preliminar, a ser submetido ao gestor
público para comentários. Depois de apreciado o relatório final pelo Tribunal, dá-se ampla
publicidade, visando a promover o controle social das ações governamentais.
Você pode estar se perguntando: Esse ciclo apresentado compreende várias etapas no
processo da auditoria e o manual de ANOP do TCU prevê apenas duas fases: levantamento e
execução. Afinal, o que devo considerar para a prova?
A última atualização do Manual de ANOP ocorreu em 2000, portanto, ele está desatualizado.
Caso a Banca formule questões relativas às etapas do processo de auditoria de natureza
operacional, valem as etapas previstas no ciclo apresentado nesta aula e que está destacado na
página do TCU na internet (www.tcu.gov.br).
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Conforme dispõe o Manual de ANOP do TCU, ao se proceder a uma auditoria de desempenho
operacional, podemos utilizar três abordagens, de acordo com o problema e as questões que se
pretende examinar: análise da estratégia organizacional, análise da gestão e análise dos
procedimentos operacionais.
A terceira abordagem – análise dos procedimentos operacionais – está voltada para o exame
dos processos de trabalho e pode envolver a análise dos seguintes fatores:
AVALIAÇÃO DE PROGRAMA
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específica. No segundo, deve-se agregar à análise dimensões que permitam à equipe pronunciar-se,
por exemplo, sobre a redução da evasão escolar, a erradicação de doenças contagiosas, a qualidade
dos serviços prestados pela administração ou a redução dos índices de acidentes no trânsito.
É importante fazer a distinção entre essas duas abordagens, uma vez que o cumprimento de
uma meta física ou a disponibilidade de um serviço pode ser uma condição necessária, mas não
suficiente para que determinado problema seja efetivamente resolvido ou para que determinada
necessidade seja atendida. Muitas vezes, o efeito esperado pode não ocorrer ou ser insignificante.
Além do mais, uma intervenção governamental específica pode provocar efeitos inesperados,
tanto negativos, quanto positivos. Nas duas situações, ao proceder a uma avaliação de programa,
deve-se buscar identificar as relações de causa e efeito subjacentes aos fenômenos observados,
procurando identificar os efeitos atribuíveis exclusivamente ao programa ou projeto. Trata-se,
portanto, de verificar, valendo-se de uma estratégia metodológica apropriada, em que medida os
efeitos observados, intencionais ou não, foram causados por essa intervenção específica. Embora a
auditoria de desempenho operacional e a avaliação de programa possam ser realizadas de maneira
independente, as informações produzidas em cada uma delas proporcionam uma análise completa
da atuação governamental, tanto em relação aos aspectos operacionais, quanto em relação ao
impacto das ações implementadas. Nesse sentido, as duas abordagens da Auditoria de Natureza
Operacional podem ser entendidas como complementares.
O gráfico, a seguir, destaca as diferenças e os pontos comuns entre os dois tipos de auditoria
de natureza operacional, conforme o objeto e a metodologia de cada trabalho:
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Conforme pode ser observado no gráfico, as auditorias de desempenho operacional focam na
gestão dos órgãos e entidades, procurando avaliar e melhorar a economicidade, a eficiência e a
eficácia. Para tanto, utiliza-se de um conjunto de metodologias e de técnicas de diagnóstico
organizacional e de coleta e análise de dados.
Essas metodologias e técnicas também são utilizadas para avaliação de programas, com o
propósito de avaliar a execução de projetos e programas e, especialmente, a efetividade ou o impacto
da ação de governo. As metodologias específicas para avaliação de impacto ou de causa-e-efeito são
os modelos experimentais e quase-experimentais, portanto, exclusivos da avaliação de programa.
Para auxiliar no aprendizado de vocês, vamos resolver algumas questões de prova e outras
que elaboramos sobre o assunto.
Questão 1 (ACE/TCU 2007) - Suponha que uma auditoria, realizada em uma escola agrícola
federal subordinada ao Ministério da Educação, tenha constatado falhas e deficiências na área
orçamentário-financeira, no sistema escola-fazenda e na área de recursos humanos. Nessa
situação hipotética, a auditoria descrita é um exemplo de auditoria de natureza operacional,
que abrange, inclusive, avaliação de programas, o que permite à equipe de auditoria
pronunciar-se sobre o aumento da evasão escolar em virtude da situação.
A segunda parte da questão, porém, referindo-se à situação hipotética colocada, afirma que a
auditoria é um exemplo de auditoria de natureza operacional e ressalta que as ANOPs abrangem a
avaliação de programas, o que permitiria à equipe concluir pelo aumento da evasão escolar. Está
certa a afirmação, pois a avaliação de programa é uma das formas de ANOP com o propósito de
avaliar os efeitos produzidos pela intervenção governamental e o aumento ou a redução da evasão
escolar é um indicador de efetividade do programa.
Alguns candidatos assinalaram a questão como errada, justificando que, somente com base
nos aspectos apontados no enunciado, não seria possível concluir pela evasão escolar. Se esse
raciocínio prevalecesse, toda questão que se referisse a um caso prático de auditoria estaria errada,
pois que constitui apenas uma hipótese simplificada da realidade. Em questões dessa natureza,
vocês devem estar atentos aos objetivos do trabalho, pois são esses objetivos ou finalidades que irão
determinar o tipo de auditoria adotado.
Questão 2 - Suponha que uma auditoria, realizada em um programa de nutrição infantil, tenha
verificado o alcance das metas propostas e recomendado aos gestores o aumento da
eficiência do programa mediante uma seleção mais adequada dos beneficiários e uma
melhoria dos sistemas de aquisição, distribuição e oferta de alimentos, sem procurar
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estabelecer se o programa consegue diminuir a desnutrição. Nessa situação hipotética, a
auditoria descrita é um exemplo de auditoria de natureza operacional na modalidade de
desempenho operacional.
Cuidado! O fato da auditoria ser realizada sobre um projeto ou programa governamental não
significa que ela é de avaliação de programa. Se forem avaliados aspectos de economia,
eficiência e eficácia na execução de um programa (aspectos de gestão), a auditoria é de
desempenho operacional (ADO). Se, além desses aspectos de implementação ou execução do
programa, for avaliado o impacto ou o efeito da ação governamental, a auditoria é de avaliação
de programa.
Questão 3 - As auditorias de conformidade do TCU contam com três fases distintas que são o
planejamento, a execução e a elaboração de relatório. Quando existir pouca informação
disponível sobre a entidade ou o objeto a ser auditado, o instrumento de fiscalização a ser
adotado é o levantamento, cujo relatório deve concluir pela viabilidade ou não da realização da
auditoria.
Resposta: Certo. Uma auditoria de conformidade possui três fases distintas que são o planejamento,
quando se define o objetivo, o escopo, as questões a serem respondidas e a estratégia a ser
adotada; a execução, quando serão aplicados os procedimentos em campo em busca dos achados e
evidências de auditoria; e o relatório, quando serão apresentados os resultados do trabalho.
Considere que o TCU realizou uma auditoria na Secretaria Nacional de Esporte Educacional do
Ministério do Esporte e os seguintes aspectos foram examinados na auditoria: identificação
dos principais produtos, indicadores de desempenho e metas organizacionais; adequação da
estrutura organizacional aos objetivos da Secretaria; uso adequado dos recursos humanos,
instalações e equipamentos voltados para a produção e prestação de bens e serviços na
proporção, qualidade e prazos requeridos. Neste caso a situação descrita caracteriza uma
auditoria de natureza operacional de avaliação de programa.
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Resposta: Errado. Todos os aspectos examinados na auditoria dizem respeito à gestão da
Secretaria, quanto à eficiência na utilização dos recursos e na estruturação do órgão e quanto ao
atingimento dos objetivos e metas definidos, que dizem respeito à eficácia. Portanto, a auditoria é de
natureza operacional (focada na gestão e nos resultados), mas de desempenho operacional. Para
que fosse de avaliação de programa, deveria ser verificado o efeito da ação da secretaria, ou seja, o
impacto gerado com as atividades esportivas na educação das pessoas.
Conforme o Manual de ANOP, esses modelos analíticos podem ser utilizados na análise
preliminar do objeto da auditoria, para compreender como esse objeto está estruturado. Portanto, são
importantes para que a equipe construa uma visão geral e abrangente do objeto e identifique
questões que mereçam ser examinadas mais detalhadamente. Assim, podem ser adotados nas fases
de levantamento e de planejamento das auditorias.
Esse modelo analítico foi criado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID para
orientar a formulação, execução, acompanhamento e avaliação de programas ou projetos
governamentais submetidos a sua apreciação. Trata-se de um instrumento de planejamento
obrigatoriamente adotado por todas as organizações públicas que postulam financiamento junto
àquele Banco. O Modelo de Marco Lógico, que segundo o BID oferece inúmeras vantagens sobre
outros enfoques menos estruturados (BID, 1997, p. 66-77), também vem sendo utilizado pela Agência
Brasileira de Cooperação, órgão do Ministério das Relações Exteriores, na análise de projetos
submetidos a sua apreciação.
Por ser um modelo com grande potencial analítico, o seu desenvolvimento pela equipe de
auditoria no decorrer da etapa de levantamento, propiciará uma visão abrangente do programa ou
projeto sob estudo.
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ƒ montar o marco lógico com base em informações coletadas e em workshops com os
auditados;
ƒ usar informação do marco lógico já existente;
ƒ analisar o marco lógico já existente e apontar melhorias possíveis na própria concepção
do programa ou do projeto.
O Modelo de Marco Lógico visa retratar como estão logicamente estruturadas as atividades
desenvolvidas por programas ou projetos governamentais. Para isso, é definida a sua hierarquia de
responsabilidades, discriminando-se os objetivos de cada nível hierárquico e sua relação com os
objetivos do nível imediatamente superior. O Modelo de Marco Lógico facilita a avaliação de
desempenho, respondendo questões como:
ƒ os objetivos fixados guardam uma nítida relação com a finalidade última do objeto da
auditoria, bem como definem precisamente os bens e serviços que serão ofertados e a
clientela que será beneficiada?
ƒ os objetivos de cada nível hierárquico mantêm relações de causalidade plausíveis?
ƒ o impacto (ou benefícios) almejado é claro e mensurável?
Para obter respostas objetivas às questões relacionadas acima, o Modelo de Marco Lógico
trata os programas ou projetos como conjuntos estruturados de processos organizacionais que
devem atingir tanto objetivos finais, quanto objetivos intermediários.
A estrutura do Marco Lógico corresponde a uma matriz de quatro por quatro, onde as linhas
apresentam informações acerca dos objetivos, indicadores, meios de verificação e pressupostos em
quatro momentos diferentes da vida de um projeto ou programa governamental.
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planejamento das ações desenvolvidas pelo objeto da auditoria. O modo como essas ações estão
logicamente estruturadas pode ser obtido a partir dos relatórios internos de auditoria e de avaliação
de desempenho institucional. Contudo, como esses documentos podem estar incompletos ou
defasados, é importante que seja obtida a opinião dos gestores acerca da versão da matriz de marco
lógico desenvolvida pela equipe.
Caso a equipe de auditoria constate a existência de uma matriz de marco lógico já elaborada
para o projeto ou programa, o que deveria acontecer em relação à maioria daqueles atualmente
financiados pelo BID, as informações constantes devem ser checadas e atualizadas pela equipe de
auditoria com a colaboração dos gestores responsáveis.
Colhidos os dados necessários, a equipe deverá emitir juízo sobre a consistência do sistema
de planejamento existente.
Convém notar que, quanto maior for essa consistência, melhores serão as chances de êxito
das auditorias voltadas para a avaliação da efetividade das ações governamentais (avaliações de
programa).
Na falta de informações gerenciais precisas, as equipes devem optar pela verificação dos
aspectos ligados à economicidade, à eficiência e à eficácia das ações (auditorias de desempenho
operacional).
MODELO INSUMO-PRODUTO
Esse modelo procura exprimir como o objeto da auditoria desenvolve as suas atividades,
identificando:
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Indicadores de desempenho – ID
Nas empresas, não importa muito a classificação dos indicadores em dimensões (economia,
eficiência, eficácia e efetividade), podendo-se dizer, com certa segurança, que as principais
dimensões ou aspectos para o mundo empresarial são a qualidade e a eficiência.
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Por fim, cabe registrar as qualidades desejáveis de um indicador de desempenho, sem as
quais o indicador pode não cumprir o objetivo a que se propõe de medir a característica de um
resultado ou o desempenho alcançado, além é claro da relação desvantajosa do custo/benefício em
sua utilização:
ƒ Representatividade
ƒ Homogeneidade
ƒ Praticidade
ƒ Independência
ƒ Confiabilidade
ƒ Seletividade
ƒ Cobertura
ƒ Simplicidade
ƒ Capacidade de ser medido (econômico, dados acessíveis, estabilidade das variáveis e
do próprio indicador)
Mapa de produtos
INSUMO
INSUMO PRODUTO
PRODUTO FINAL
INTERMEDIÁRIO
INSUMO
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mapa de produtos em workshops, onde devem ser definidos não mais do que dez produtos
essenciais para a atividade sob exame.
Por fim, os gestores devem fixar metas de desempenho a serem atingidas pela organização,
pois para que o processo de avaliação de desempenho por indicadores esteja completo é preciso que
existam padrões de desempenho a serem atingidos, ou seja, os critérios para avaliação.
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desempenho, propiciando a formação de uma estrutura de mensuração e de um sistema de gestão
eficiente.
Difere das ferramentas tradicionais de avaliação de desempenho por ampliar o escopo dos
indicadores, não se limitando apenas na consideração de resultados financeiros. O BSC enfatiza que
os sistemas de informação devam disponibilizar indicadores financeiros e não-financeiros para
funcionários de todos os níveis na organização.
Financeiro
Para obtermos sucesso financeiro, como
devemos ser vistos pelos nossos
acionistas?
Aprendizado e Crescimento
Para atingirmos nossa visão, como
sustentaremos nossa capacidade de
melhorar e mudar?
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satisfação, fidelidade, retenção, captação e lucratividade – com segmentos específicos de clientes e
mercado. Na perspectiva dos processos internos, os responsáveis pela gestão das organizações
identificam os processos mais críticos para a realização dos objetivos dos clientes e financeiros. Para
cada processo, devem ser desenvolvidas medidas que monitorem o desempenho. A quarta e última
perspectiva do BSC desenvolve objetivos e medidas para orientar o aprendizado e o crescimento
organizacional, que oferecem a infra-estrutura para o alcance dos objetivos das outras três
perspectivas.
• questões de auditoria;
• informações requeridas;
• fontes de informação;
• estratégias metodológicas;
• métodos de coleta de dados;
• métodos de análise de dados;
• limitações;
• que a análise vai permitir dizer.
Questões de Auditoria
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Nesse sentido, a adequada formulação das questões de auditoria é fundamental para o
sucesso da auditoria de desempenho operacional ou da avaliação de programa, uma vez que terá
implicações nas decisões quanto aos tipos de dados que serão coletados, à forma de coleta que será
empregada, às análises que serão efetuadas e às conclusões que serão obtidas.
a) Questões descritivas: São questões do tipo “Quem? ” “Onde? ” “Quando?” “O quê?”. São
formuladas de maneira a fornecer informações relevantes sobre o objeto da auditoria e, em grande
parte, devem ser respondidas durante a fase de levantamento de auditoria. Exemplo de questão
descritiva: “Como funciona o programa?”.
b) Questões normativas: São aquelas que tratam de comparações entre o desempenho atual e
aquele estabelecido em norma, padrão ou meta, tanto de caráter qualitativo quanto quantitativo.
Abordam o que deveria ser e usualmente são perguntas do tipo: “O programa tem alcançado as
metas previstas?”. A abordagem metodológica empregada nesses casos é a comparação com
critérios previamente identificados e as técnicas de mensuração de desempenho.
¾ Não confundir Painel de Referência com Grupo Focal. Este último é uma técnica de
coleta de dados mediante consulta pela equipe de auditoria a especialistas.
ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS
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É importante considerar que a estratégia metodológica está diretamente relacionada com a
qualidade técnica das evidências que podem ser obtidas, o que, por sua vez, influirá na confiabilidade
das conclusões do trabalho.
Qualquer que seja a estratégia metodológica a ser adotada, cada questão de auditoria deve
ser analisada segundo os quatro elementos que consubstanciam as conclusões ou achados de
auditoria: critério, condição, causa e efeito.
Estudo de caso
O estudo de caso pode ser empregado tanto em uma auditoria de desempenho operacional,
como em uma avaliação de programa. É a estratégia metodológica mais amplamente utilizada pelas
EFS com maior tradição em auditorias de desempenho, como o GAO (EFS dos EUA), o OAG (EFS
do Canadá), o NAO (EFS do Reino Unido) e o ANAO (EFS da Austrália), além de outras. Nos
trabalhos desenvolvidos por essas EFS, os estudos de caso são freqüentemente complementados
por outras estratégias metodológicas, como a pesquisa e a utilização de dados existentes.
Segundo o GAO (Entidade Suprema de Auditoria nos EUA): “Um estudo de caso é um método
para conhecer uma situação complexa, baseado em uma compreensão abrangente da situação,
obtida a partir da ampla descrição e análise da mesma, considerada como um todo e no seu
contexto.”
Pesquisa
Essa estratégia é muito empregada nas auditorias de desempenho realizadas pelo GAO,
NAO, OAG e outras EFS. Freqüentemente, é utilizada em conjunto com estudos de caso como
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suporte para as análises de caráter qualitativo, típicas dessa última estratégia. Em geral, a sua
utilização permite:
erro amostral: se uma amostra é muito pequena, há uma grande chance de que não reflita as
características da população da qual foi extraída (métodos estatísticos podem ser utilizados para
estimar o tamanho da amostra e, dessa forma, controlar o presente tipo de erro);
Delineamento experimental
O delineamento experimental é uma estratégia metodológica que visa testar hipóteses. A sua
concepção básica corresponde aos experimentos realizados em laboratório, amplamente utilizados
nas pesquisas das áreas médica e agrícola.
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Essa estratégia é empregada quando se pretende identificar uma relação de causalidade ou,
no caso de uma avaliação de programa, quando se deseja verificar a relação causal entre as
variáveis do domínio do programa e os efeitos observados. Por exemplo, quando se quer saber se
um projeto de qualificação profissional de fato aumenta as chances de inserção no mercado de
trabalho aos trabalhadores desempregados.
As diferenças observadas nos resultados obtidos por esses grupos, com algumas
qualificações, poderão ser atribuídas à presença do programa.
Uma vez definida a estratégia metodológica a ser empregada, deve-se especificar na matriz
de planejamento de auditoria o método de coleta de dados que será adotado.
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Quanto à análise, entenda-se por método de análise de dados o modo como são organizados
os dados coletados e as relações que se pretende estabelecer entre as variáveis selecionadas para
responder às questões de auditoria.
Podem ser desenvolvidos formatos simples, para sumariar informações ou contar a freqüência
de determinados itens de análise, ou complexos, para dar conta de tendências ou variações sutis nas
informações coletadas.
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Embora a análise de conteúdo seja muito empregada em estudos de caráter qualitativo, como
estudos de caso, podem-se codificar as categorias de análise e dar tratamento estatístico ao material
coletado.
Ainda sobre estudos de caráter qualitativo, são utilizados mais alguns métodos de análise de
dados, quais sejam:
c) Interpretações alternativas: uma vez formulada uma interpretação a partir das principais
relações identificadas na análise, devem-se buscar interpretações alternativas; caso não
sejam encontradas evidências substantivas que sustentem essas interpretações, reforça-se a
confiança na interpretação originalmente formulada.
d) Caso negativo: relacionado ao item anterior, trata-se de identificar as situações que não
seguem a interpretação principal ou corrente em razão de circunstâncias específicas e que,
por isso mesmo, funcionam como “exceções (casos negativos) que confirmam a regra” e que
ajudam a esclarecer os limites e as características da interpretação principal.
A Análise SWOT, acompanhada de verificação de risco, tem sido amplamente utilizada pelo
TCU em seus trabalhos, com o objetivo.de conhecer a missão, os objetivos, os pontos fortes, os
pontos fracos, enfim, o contexto em que um programa governamental está inserido e, então, definir a
estratégia de trabalho que culminará com o projeto de auditoria.
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A análise SWOT é:
2) Análise Stakeholder
A Análise Stakeholder consiste na identificação dos principais atores envolvidos, dos seus
interesses e do modo como esses interesses vão afetar os riscos e a viabilidade de programas ou
projetos. Essa Análise Stakeholder ajuda a identificar a forma de participação de todas as partes
envolvidas nas atividades.
Stakeholders podem ser entendidos como pessoas, grupos ou instituições com interesse em
algum programa ou projeto e inclui tanto aqueles envolvidos quanto os excluídos do processo de
tomada de decisão. Estão divididos em grupos primários e secundários (intermediários no processo
de prestação de serviço).
Nos trabalhos de auditoria de natureza operacional, a Análise Stakeholder deve ser aplicada
preferencialmente na fase de levantamento. Durante a fase de execução dos trabalhos, a análise
pode ser revista a fim de garantir a inclusão de stakeholders relevantes e as recomendações para o
aperfeiçoamento do programa, as quais devem considerar o interesse dos stakeholders.
3) Mapa de Produtos
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4) Mapa de Processo
Podemos ainda identificar pontos fortes do processo que podem ser reproduzidos ou
adaptados a outros processos da mesma organização ou de outras, como meio de disseminar boas
práticas.
ƒ Processo real: aquele que está sendo realizado, que já se constitui rotina de
trabalho.
ƒ Processo segundo as normas: É aquele processo que se encontra
normatizado.
ƒ Processo ideal: É aquele processo considerado como a forma recomendada
que vai propiciar melhorias.
5) A análise RECI
É uma ferramenta que ajuda a identificar quem é responsável pelas atividades desenvolvidas,
quem as executa, quem é consultado e quem é informado, seja no âmbito limitado de uma equipe de
trabalho, seja em relação a um órgão, entidade ou
programa.
R - Quem é responsável (quem detém a responsabilidade final, com poder de veto: pessoa que
arcará com o ônus pelo eventual insucesso).
E -Quem executa (quem é encarregado de desenvolver a atividade, aquele ou aqueles responsáveis
pela implementação).
C - Quem é consultado (aquele que deve ser consultado antes que as decisões ou ações sejam
implementadas).
I - Quem é informado (aquele que deve ser informado depois que a decisão ou ação for
implementada).
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Nas auditorias de natureza operacional, a análise RECI pode ser empregada para:
Portanto, a análise RECI é importante ferramenta que pode contribuir para aumentar a
economia, a eficiência e a eficácia de uma instituição ou programa, e pode ser usada de forma
isolada ou em complementação a outras técnicas de diagnóstico.
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Exame de documentos e de Para conhecer/familiarizar-se com o a entidade ou programa a
bases de dados existentes ser auditado.
do programa ou entidade Para generalizar de uma amostra de observações para toda a
população.
Para preparar um estudo de caso sobre tema potencialmente
importante.
Para complementar ou confirmar dados de entrevistas ou de
outras fontes.
Observação direta/registro Para auxiliar na compreensão da entidade auditada, em
fotográfico particular quando tratar-se de prestação de serviço público ou
atividades de fiscalização.
Na fase de execução, para verificar a existência de ativos
permanentes.
Entrevista Na fase de planejamento, para obter informações que auxiliam
na compreensão do objeto da auditoria e na identificação de
temas relevantes.
Na fase de execução, para obter informações específicas
relacionadas ao objetivo da auditoria, para confirmar fatos ou
auxiliar no desenvolvimento das recomendações.
Pesquisa (questionário) Para coletar informações quantitativas ou qualitativas de uma
ampla população.
Para conhecer a opinião e o ponto-de-vista de beneficiários ou
executores de programas.
Para identificar a freqüência de um dado evento (quando tratar-
se de amostra representativa da população).
Testar hipótese de trabalho, por exemplo, investigar relações
causais.
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Comparações com razões e Para comparar valores reais com valores esperados.
percentuais Para comparar desempenho.
Para contextualizar um achado.
Para registrar uma mudança em determinado período de tempo.
Para estabelecer o grau de alcance de determinado critério.
Estatística descritiva Para analisar a distribuição de dados em termos de
concentração, dispersão e forma da distribuição.
Para decidir se um desempenho variável satisfaz ou não o
critério de auditoria.
Para determinar o risco ao interpretar distribuições
probabilísticas.
Estatística inferencial Para selecionar amostra representativa da população.
Para fazer afirmativas, com erro controlado, sobre a população,
com base em amostra representativa.
Marco-lógico Na fase de planejamento, para auxiliar na compreensão de um
programa e na identificação dos seus principais resultados,
produtos e atividades.
Para verificar se os objetivos guardam nítida relação com a
finalidade do programa.
Para identificar se há clareza sobre a definição de bens e
serviços ofertados e sobre o público alvo.
Para verificar se há clareza na definição do impacto almejado e
do meio de mensurá-lo.
Mapa de produtos Na fase de planejamento, para conhecer os principais objetivos
de uma entidade ou programa.
Para representar as relações de dependência entre os produtos.
Para identificar os responsáveis pelos produtos críticos.
Para desenvolver indicadores de desempenho.
Mapa de processo Na fase de planejamento, para conhecer o funcionamento de
processos de trabalho.
Para identificar boas práticas.
Para identificar oportunidades para racionalização e
aperfeiçoamento de processos de trabalho.
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Análise RECI Para identificar a atribuição de responsabilidades.
Identificar o re-trabalho.
Identificar a duplicidade de atribuições.
Recomendar estruturas mais eficientes.
Identificar as relações de poder.
Análise SWOT Na fase de planejamento, para identificar áreas ou temas a
serem investigados.
Identificar ações a serem implementadas para superar
problemas identificados.
Matriz de verificação de Na fase de planejamento, para identificar possíveis áreas a
risco serem investigadas.
Para conhecer a capacidade organizacional de gerenciamento
do risco.
Análise stakeholder Na fase de planejamento, para identificar interessados na
melhoria do desempenho da instituição ou programa.
Para identificar opiniões e conflitos de interesses e informações
relevantes.
Na fase de execução, para obter apoio para mudanças, diminuir
riscos para o desempenho do programa e desenvolver
estratégias de melhoria do desempenho.
Pessoal, um aviso importante! Eu sempre tenho afirmado em sala de aula, que prefiro pecar
por excesso que por omissão. Portanto, tentei nessa aula apresentar a vocês o máximo de teoria e
conceitos sobre as auditorias de natureza operacional do TCU, cuja metodologia foi desenvolvida a
partir de 1998 em um projeto de cooperação técnica com o Reino Unido, com o apoio do
Departamento Britânico para o Desenvolvimento Internacional – DFID e a participação da empresa
KPMG.
(Questão TCU 2007) O TCU, nos processos de auditorias operacionais, usa metodologias
específicas para análise do objeto auditado e apresentação dos dados coletados. Um dos
métodos é o modelo insumo-produto, que objetiva demonstrar como o objeto da auditoria
desenvolve as suas atividades, identificando, por exemplo, as informações e os recursos
humanos, físicos e financeiros exigidos (insumos), os processos de transformação dos
insumos em produtos e os bens e serviços ofertados (produtos).
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(Questão TCU 2007) Em auditoria realizada pelo TCU, com base no modelo analítico do tipo
marco lógico, obrigatoriamente adotado nas auditorias operacionais para avaliação de
programa governamental, é possível obter, ao final dos trabalhos, um completo sistema de
informações quanto ao impacto e à finalidade do projeto executado.
Resposta: Errado. Esse modelo analítico foi criado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento
– BID para orientar a formulação, execução, acompanhamento e avaliação de programas ou projetos
governamentais submetidos a sua apreciação. Trata-se de um instrumento de planejamento
obrigatoriamente adotado por todas as organizações públicas que postulam financiamento junto
àquele Banco. Por ser um modelo com grande potencial analítico, o seu desenvolvimento pela equipe
de auditoria no decorrer da etapa de levantamento, propiciará uma visão abrangente e uma análise
detalhada do programa ou projeto sob estudo. A equipe deve avaliar, contudo, a conveniência do
emprego desta técnica, pois, por ser complexa, requer considerável disponibilidade de tempo, além
da existência de sofisticado sistema de informações gerenciais. Portanto, não é obrigatoriamente
utilizado nas auditorias.
3) Grupo Focal é uma técnica qualitativa de pesquisa que tem como fonte de coleta de
dados discussões ocorridas entre participantes de um determinado grupo sobre o tema
de interesse. Com a realização de Grupo Focal busca-se ouvir opiniões, perceber
atitudes, motivações e preocupações de indivíduos com relação a determinado
assunto, mas não se busca consensos por meio desta técnica.
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7) O benchmarking pode ser definido como uma técnica voltada para a identificação e
implementação de boas práticas de gestão, cujo propósito é determinar, mediante
comparações, de desempenho e de boas práticas, se é possível aperfeiçoar o trabalho
desenvolvido em uma organização. Como possíveis tipos de benchmarking a serem
adotados tem-se o organizacional, que é o mais utilizado nos trabalhos de auditoria; o
de desempenho; e o de processo.
Gabarito: 1 – C; 2 – C; 3 – C; 4 – C; 5 – E; 6 – E; 7 – C; 8 – E; 9 – C; 10 - E
É o tipo ou a forma mais tradicional de auditoria, que tem como objetivo atestar a situação
patrimonial e financeira, bem como o resultado das operações de uma companhia em um
determinado período, geralmente registrados nas suas demonstrações financeiras, trabalho que
usualmente é conhecido como auditoria contábil ou auditoria financeira ou auditoria externa ou
independente.
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ƒ a entidade tem obedecido as exigências contábeis específicas; e
ƒ a concepção e a implementação dos controles internos da entidade sobre
preparação de demonstrações contábeis e salvaguarda dos ativos são
adequados à consecução dos objetivos do controle.
A auditoria independente é uma profissão que exige nível superior e é atribuição exclusiva de
bacharel em Ciências Contábeis com registro no Conselho Regional de Contabilidade - CRC de sua
região.
O auditor deve ter como base e fazer referência aos Princípios Fundamentais de
Contabilidade como definidos e aceitos em nosso país.
O parecer sem ressalva é emitido quando o auditor está convencido sobre todos os aspectos
relevantes dos assuntos tratados no âmbito de auditoria, O parecer do auditor independente deve
expressar essa convicção de forma clara e objetiva.
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O parecer com ressalva é emitido quando o auditor conclui que o efeito de qualquer
discordância ou restrição na extensão de um trabalho não é de tal magnitude que requeira parecer
adverso ou abstenção de opinião.
O auditor dever emitir parecer adverso quando verificar que as demonstrações contábeis
estão incorretas ou incompletas, em tal magnitude que impossibilite a emissão do parecer com
ressalva.
No setor público brasileiro, a auditoria de demonstrações contábeis tem sido pouco utilizada
em virtude da implantação do SIAFI, ficando sua necessidade mais restrita às empresas estatais.
Talvez esse fato explique a inexistência de um manual e de normas específicas para auditorias
contábeis, tanto pela Controladoria-Geral da União quanto pelo Tribunal de Contas da União.
O edital do concurso anterior tratou desse assunto, porém, de forma imprecisa (auditorias de
sistemas financeiros). Já o edital para o concurso de 2008 deixou claro qual o tipo de auditoria:
auditorias de sistemas contábeis e financeiros informatizados.
ƒ Hardware
ƒ Software
ƒ Métodos de organização e processamento de dados.
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Software consiste em programas e rotinas que facilitam a programação e operação do
computador. De interesse particular para auditores são os programas de sistemas e os aplicativos.
Em outras épocas, o método da base de dados era utilizado apenas em sistemas muito
grandes; mais recentemente, contudo, passou a ser utilizado também em sistemas médios e
menores.
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Chamo a atenção de vocês para esse assunto, por dois motivos. Primeiro pela importância
que controles internos representam para uma auditoria e, segundo, em função da Banca ter
formulado uma questão sobre o tema em concurso recente para Auditor das Contas Públicas da
Controladoria-Geral da Paraíba.
Vejamos, então, o que nos ensinam William Boynton e outros sobre os benefícios que
sistemas de TI apresentam, em comparação com sistemas manuais:
Porém, percebam quantos riscos existem em sistemas de TI, também em comparação com
sistemas manuais:
ƒ O sistema de TI produz uma trilha de transação que é disponível para auditoria apenas
por um curto período de tempo.
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ƒ Muitas vezes, existe menos evidência documentária do desempenho de procedimentos
em sistemas de TI.
ƒ Várias funções podem ser concentradas em sistemas de TI, com uma correspondente
redução na segregação de funções a que se obedece em sistemas manuais.
Durante o planejamento das fases da auditoria, que podem ser afetadas pelo ambiente de
PED da entidade, o auditor deve obter entendimento da relevância e complexidade das atividades do
ambiente de PED e a disponibilidade de dados para serem utilizados na auditoria. Esse entendimento
inclui assuntos tais como:
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b) a estrutura organizacional das atividades de PED da entidade e a amplitude da
concentração ou distribuição do processamento informatizado, particularmente à medida que afetam a
segregação de funções;
d) a capacidade da estrutura de PED da entidade para gerar relatório interno útil para o
desenvolvimento de testes substantivos e outros procedimentos analíticos;
Avaliação de Risco
O auditor deve proceder à avaliação dos riscos inerentes e de controle para as assertivas
contidas nas Demonstrações Contábeis.
Os riscos inerentes e de controle em ambiente de PED podem ter efeitos relevantes sobre
todo o sistema contábil ou somente sobre contas específicas, conforme segue:
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distribuídas, processamento de usuário final e sistemas de gerenciamento de negócios que fornecem
informações diretamente para os sistemas contábeis. Esses sistemas aumentam a sofisticação geral
do PED e a complexidade dos programas aplicativos específicos por ele afetados. Como resultado,
podem aumentar o risco e exigir considerações adicionais.
Procedimentos de auditoria
Vejamos, então, a questão formulada na prova da CGE/PB sobre riscos de controles internos
em sistemas de Tecnologia da Informação.
QUESTÃO 67
Questão 67 - Os sistemas de tecnologia da informação apresentam benefícios e riscos em
comparação com sistemas manuais. Em um ambiente computadorizado, os controles internos
têm de levar em conta esses riscos, entre os quais menciona-se
C as diversas funções que estão dispersas, sem uma visão integrada e coesa.
D as alterações que são implementadas com muita facilidade, com perda de registro e
memória.
Resposta: B.
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A assertiva B refere-se a um dos riscos de ambiente de TI. Em função da diminuição do
envolvimento de pessoas no registro e processamento das informações, torna-se mais difícil
identificar os erros.
Por fim, a assertiva E está errada, pois sistemas de TI submetem as transações aos mesmos
controles, uniformemente e, portanto, propiciam maior coerência de processamento que sistemas
manuais.
Com relação a este assunto, cabe ressaltar que não existem normas específicas no âmbito do
TCU e da CGU a respeito dessas atividades e tampouco livros que tratam do assunto, no âmbito do
setor público.
Contudo, no setor privado, cada vez mais as firmas de auditoria independente organizam-se
de forma tal que seus profissionais possam prestar vários serviços para clientes além de auditorias.
Os serviços principais que firmas de auditoria independente prestam são:
Também é comum que firmas de auditoria independente realizem estudos ou pesquisas que
auxiliem seus clientes em tomadas de decisões sobre controles e gestão. Por exemplo, a KPMG tem
realizado com freqüência pesquisas sobre a fraude nas empresas brasileiras, identificando causas,
ocorrências, soluções e boas práticas na prevenção e investigação.
Na auditoria interna, como seu objetivo principal é auxiliar a organização a cumprir seus
objetivos, os serviços de consultoria são comumente prestados à organização, havendo uma relação
de prestador e cliente.
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Definição de fraude
Segundo definição do IIA, fraudes são quaisquer atos ilegais caracterizados por engano,
dissimulação ou violação da verdade, praticados por indivíduos e organizações para obtenção de
dinheiro, propriedades ou serviços, para evitar o pagamento ou perda de serviços, ou para assegurar
vantagem pessoal ou nos negócios.
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Embora o termo fraude possa ser formulada de diversas maneiras, em essência pode-se dizer
que a fraude é uma ação, envolvendo falseamento ou ocultação da verdade, que visa enganar a
terceiros para obter vantagem indevida.
Os estudos sobre a fraude consagraram a teoria de que a fraude possui três atributos:
motivação (que é o atributo que inicia a fraude, sendo uma das principais motivações o financiamento
político-partidário), a oportunidade (que, em geral, está associada à fragilidade dos controles internos) e
racionalização (como pretexto e justificativa para a conduta). Apenas quando todos esses atributos
estão presentes é que ocorre a fraude.
De uma forma geral, os usuários ou clientes da auditoria esperam que os auditores procurem e
detectem fraudes nas atividades de auditoria. Porém, apesar da necessidade dos auditores
possuírem conhecimento para identificar indicadores ou indícios de fraudes, a detecção e a
investigação de fraudes não constitui o principal objetivo ou especialidade da auditoria.
Na auditoria pública, o auditor deve desempenhar ações e procedimentos que ofereçam uma
garantia razoável de que serão detectados erros, atos ilícitos e fraudes que poderiam afetar
significativamente os valores que figuram nos estados financeiros ou os objetivos da auditoria.
Qualquer indicação da existência de inconformidades, atos ilegais, fraudes ou erros que possam ter
efeitos materiais sobre a auditoria em curso devem motivar, por parte do auditor, o prolongamento
dos procedimentos com a finalidade de verificar ou dissipar esse tipo de suspeita (Norma da
INTOSAI).
Pode-se dizer que o maior objetivo da auditoria frente às fraudes é avaliar riscos e propor
aprimoramento dos mecanismos de controle interno da entidade auditada para minimizar a ocorrência
de perdas e fraudes, apesar de sabermos que o conluio representa a grande limitação e risco de
quebra dos controles.
Apesar do papel mais preventivo em relação às fraudes, algumas EFS dispõem de unidades
especializadas na detecção e investigação de fraude e corrupção – como o OAG do Canadá e o GAO
dos Estados Unidos -, porém, nenhuma delas possui o mesmo rol de competências do Tribunal de
Contas da União, que envolve desde o julgamento das contas dos responsáveis pela gestão dos
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recursos públicos, com a imputação de débito pessoal e a aplicação de multa, até a expedição de
declaração de inabilitação para exercer cargos em comissão ou função de confiança, a declaração de
inidoneidade de licitantes, a suspensão cautelar de procedimentos, atos e contratos, entre outras
determinações de medidas corretivas ao órgão jurisdicionado e comunicação de ilícitos ao Ministério
Público para apuração das responsabilidades civil e criminal.
No entanto, apesar do TCU possuir um amplo rol de prerrogativas e poderes para tratar os
atos ilícitos praticados por servidores e gestores públicos e combater fraudes, ainda está num
processo de evolução, assim como a CGU, na prevenção e no combate à fraude e à corrupção,
adotando-se medidas tais como:
ƒ organização de um setor de inteligência;
ƒ troca de informações, articulação e atuação conjunta com a Polícia Federal, Ministério Público e
outros órgãos de investigação de fraudes, corrupção e outros ilícitos;
ƒ desenvolvimento de metodologias de coleta de indicadores, dados e tratamento dos mesmos.
Atividades de detecção
ƒ o funcionamento de serviço de disque-denúncia, que possa ser acessado por telefone, e-mail
ou correspondência;
Nesse sentido, tem-se as investigações conjuntas com órgãos policiais, que dispõem de
técnicas mais completas e consistentes, inclusive com maior experiência e segurança quanto às
técnicas de inteligência/investigativas.
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Por fim, é importante destacar o termo ceticismo profissional, frente à possibilidade de
detecção de fraude, que significa que o auditor deve estar consciente de que irregularidade, fraude e
corrupção ocorrem, e que não se pode tomar todas as informações dadas pelo gestor e outros
agentes públicos como certas. Indica, ainda, que o auditor deve estar especialmente atento para
circunstâncias ou evidências que contradigam ou questionem a credibilidade dos documentos,
informações, dados e demonstrativos
Caros alunos, reconheço que essa aula ficou um pouco extensa, porém trata-se de tema que
considero dos mais relevantes do programa de auditoria governamental e muito cobrado pela Banca.
Sugiro que vocês revisem esta aula e me coloco à disposição para dirimir as eventuais
dúvidas de vocês.
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