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O USO SUSTENTÁVEL DA BIODIVERSIDADE

Acadêmico: Izaias José Jacinto


Professor-Tutor: Isabel Regina Depiné Poffo
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Curso de Ciências Biológicas (BID2891) – Prática do Módulo IV
09/04/11

RESUMO

Desde que apareceu a vida na Terra que a evolução faz com que surjam novas espécies diferentes à
medida que se vão adaptando a novas zonas e a mudanças no clima. As espécies que não se
adaptam, extinguem-se. A diversidade biológica tem a ver com a diversidade de ecossistemas, de
espécies, de subespécies, de raças de animais, de variedades de plantas e até de genes. Esta
diversidade é uma verdadeira riqueza, pois além de ser importantíssima para manter o equilíbrio
ecológico, é também graças a ela que podemos obter uma grande variedade de alimentos,
medicamentos e de muitas substâncias essenciais à nossa sobrevivência. Muitos a defendem,
poucos a conhecem de fato. Assim é a biodiversidade, flora e fauna, junto com solo, água e clima,
elementos minerais e orgânicos, em maravilhosa e essencial combinação, criam a harmonia
dinâmica da natureza. Mas o desmatamento, a poluição atmosférica, o crime ambiental, junto com
os efeitos deletérios das mudanças climáticas, representam os principais contribuintes para a
perda da biodiversidade. Por isso é tão importante trabalhar na preservação da biodiversidade.
Acima de tudo, precisamos investir na educação ambiental. Saber é poder. Entender a relação
entre o ambiente e os organismos que nele vivem, conhecendo a importância da biodiversidade,
nos aproxima da natureza. Cria assim, através da consciência, a melhor condição de lutar pela sua
preservação.

Palavras-chave: Biodiversidade. Sustentabilidade.

1 INTRODUÇÃO

O método convencional para a preservação da biodiversidade enfatizou a criação de parques,


reservas e instalações externas como parques zoológicos e jardins botânicos. Embora estes esforços
não sejam os ideais para conservar a biodiversidade, este método ajudou a conservar muitas
espécies, e pode ajudar a reduzir alguns dos efeitos dos fatores de ameaça como a degradação do
hábitat, a exploração exagerada de espécies animais e vegetais, a poluição da água e do ar, a
introdução de espécies exóticas, a agricultura e desmatamento intensivos, e a alteração climática
global.

As principais causas da perda da biodiversidade são: o crescimento exponencial da


população humana, o aumento do consumo dos recursos naturais, a falta de informação sobre as
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espécies e ecossistemas, as políticas inadequadas, e causas econômicas como os efeitos do comércio


global, da gestão inadequada dos recursos, e da falha dos sistemas econômicos em estabelecer o
devido valor da biodiversidade. Muitas destas causas ocorrem simultaneamente e estão
intrinsecamente ligadas.
Por isso se faz necessário um uso mais consciente e equilibrado dos recursos naturais,
entendendo que esses recursos naturais, e principalmente os biológicos, não são infinitos. Não
podemos retirar da natureza mais recursos do que ela pode produzir, se renovando, se mantendo, se
curando.

2 CONCEITUANDO BIODIVERSIDADE

Os termos Biodiversidade ou diversidade biológica foram criados na década de 1980 para se


referir ao número de espécies de seres vivos existentes no planeta, incluindo todos os vegetais,
animais e microrganismos. Contudo, esse tipo de estudo já era desenvolvido pelos naturalistas, em
suas expedições pelo mundo, quando descreviam a variedade de espécies nos novos ambientes
explorados. Diversidade biológica é a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, como
os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de
que fazem parte, além da diversidade dentro das espécies, entre espécies e de ecossistemas
(Convenção sobre Diversidade Biológica).

3 CUIDAR POR QUÊ?

Há um reconhecimento crescente de que a diversidade biológica é um recurso global de vital


importância e de grande valor para essa e futuras gerações. Não obstante, a ameaça às espécies e
aos ecossistemas nunca foi tão grande quanto hoje, com os seres humanos vivendo além da
capacidade da Terra.

A conservação e o uso sustentável da biodiversidade, assim como a possibilidade de


produção de bens e serviços ambientais e da geração de emprego e renda representam as melhores
formas de valorizar e proteger nosso patrimônio ambiental. São diversas as funções da
biodiversidade, vitais para o meio ambiente, as atividades econômicas, sociais e culturais: funções
ambientais (A inter-relação dos seres vivos por meio da cadeia alimentar permite o fluxo de energia
e matéria), polinização e dispersão das plantas (essa relação de dependência resulta de uma
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evolução conjunta entre as plantas e os animais, a chamada co-evolução), variabilidade e adaptação


(a biodiversidade também está relacionada com a variabilidade genética que ocorre em cada
espécie), e a estabilidade do regime hídrico e amenização climática (a vegetação exerce um papel
fundamental para a estabilidade dos fluxos de água e da temperatura).

Alem das funções ambientais da biodiversidade, ela possui um valor socioeconômico muito
grande. Pois os produtos da flora e da fauna constituem uma imensa riqueza de recursos que a
humanidade utiliza para sustentar um sistema de produção cada vez mais sofisticado capaz de gerar
emprego e renda para as populações locais.

Quase todos os produtos que utilizamos cotidianamente, à exceção dos minérios e derivados
de petróleo, são produtos de origem vegetal ou animal e constituem o acervo da biodiversidade do
planeta. Nesse conjunto incluem-se a madeira das árvores, os frutos, a carne e outros alimentos,
óleos e essências (usados na fabricação de alimentos e cosméticos), medicamentos, borracha, fibras
e uma infinidade de outros bens úteis para o homem, como o uso da biomassa como combustível:
alcoois, óleos e gases combustíveis derivados da flora que venham a substituir fontes não
renováveis, como os derivados de petróleo.

4 EXEMPLOS DE USO SUSTENTÁVEL

A utilização dos recursos florestais representa importante fonte de renda e emprego na


Amazônia, permitindo uma economia de subsistência que atinge uma população de cerca de dois
milhões de agricultores familiares e 500 mil extrativistas. As atividades extrativistas movimentam
uma renda de cerca de R$ 1.000,00 por família ao ano. Quando se implantam atividades, que não
geram grandes impactos sobre as florestas e que podem agregar valor aos bens que ela pode nos
fornecer, quem ganha é o ambiente, os habitantes da floresta e toda a sociedade. A utilização dos
recursos florestais na região Nordeste representa importante fonte de renda na região do semi-árido,
com a geração de mais de 700 mil empregos, especialmente no período de estiagem. Apenas na
cadeia de produção de erva mate, que se desenvolve principalmente nos estados da região Sul,
existem mais de 800 mil pessoas envolvidas.

4.1 O MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL

Em termos ambientais, o bom manejo contribui para que a floresta mantenha sua forma e
função mais próximas de seu estado original. A manutenção da forma se dá na medida em que se
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minimizam os danos à floresta e, em consequência, às árvores comerciais remanescentes. Mantida a


sua forma, a floresta pode continuar a desempenhar suas funções: proteger o solo contra a erosão,
preservar a ma qualidade da água, abrigar a biodiversidade e outras.

O manejo sustentável, ou bom manejo, é a melhor solução para a exploração racional de


madeira e outras riquezas não-madeireiras da floresta. Uma floresta bem manejada continuará
oferecendo essas riquezas para as gerações futuras, pois a madeira e seus outros produtos são
recursos renováveis.

4.2 RESERVA EXTRATIVISTA MARINHA

É uma área utilizada por populações tradicionais, cuja sobrevivência baseia-se no


extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de
pequeno porte. Tem como objetivos básicos proteger os meios da vida e a cultura dessas
populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade.

5 A SOLUÇÃO ESTÁ NA EDUCAÇÃO

A educação ambiental, como um todo, trata da transmissão de conhecimentos e informações


que contribuam para a formação de cidadãos mais conscientes dos problemas ambientais, o que
implica mudanças de atitudes e motivação para agir em prol da sua solução. Os Parâmetros
Curriculares Nacionais determinam que o meio ambiente seja abordado como um tema transversal.
A Lei Federal nº 9.795, de 27 de abril de 1999, através de artigo 2° diz: "A Educação Ambiental é
um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma
articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-
formal”.
O objetivo geral da educação ambiental é formar cidadãos ativos que saibam identificar os
problemas e participar efetivamente de sua solução e prevenção. Que ajudem a conservar o nosso
patrimônio comum, natural e cultural; que ajam, organizem-se e lutem por melhorias que favoreçam
a sobrevivência das gerações presentes e futuras da espécie humana e de todas as espécies do
planeta, em um mundo mais justo, saudável e agradável que o atual.
Todos podem contribuir para valorizar e ajudar a preservar o meio ambiente, procurando
sempre dar um aspecto educativo às atividades desenvolvidas e ganhando em troca mais saúde e
qualidade de vida. Cada um dos contextos, acima citados, tem suas características próprias através
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das quais é possível trabalhar com criatividade, aspectos da cidadania e vocação ecológica das
pessoas.
A escola, no entanto, é um dos locais privilegiados para realização da Educação Ambiental.
Muito se discutiu a respeito se esta deveria ser ou não mais uma disciplina do currículo escolar, no
entanto o Conselho Federal de Educação, desde 1987, optou pela negativa, concordando com a
posição dos educadores mais progressistas que a consideram como uma perspectiva de educação
que deva permear todas as disciplinas.
Para tanto, propõe-se que o trabalho com o tema transversal meio ambiente contribua para
que os alunos sejam capazes de:
• Conhecer e compreender, de modo integrado e sistêmico, as noções básicas relacionadas
ao meio ambiente.
• Adotar posturas na escola, em casa e em sua comunidade que os levem a interações
construtivas justas e ambientalmente sustentáveis.
• Perceber, em diversos fenômenos naturais, encadeamentos e relações de causa-efeito que
condicionam a vida no espaço (geográfico) e no tempo (histórico), utilizando essa percepção para
posicionar-se criticamente diante das condições ambientais de seu meio.
• Compreender a necessidade e dominar alguns procedimentos de conservação e manejo dos
recursos naturais com os quais interagem, aplicando-os no dia-a-dia.
• Identificar-se como parte integrante da natureza, percebendo os processos pessoais como
elementos fundamentais para uma atuação criativa, responsável e respeitosa em relação ao meio
ambiente.
Os resultados do censo escolar 2004 apresentam a informação de que mais de 94% das
escolas brasileiras reconhecem que realizam educação ambiental.
Quando a educação ambiental, em menos de 30 anos, está presente no discurso dos
diferentes setores da sociedade, é porque há um reconhecimento generalizado de que existem
problemas, e graves, com o meio ambiente; ou melhor, na relação ser humano-natureza.
Tradicionalmente a educação é chamada para solucionar os problemas sociais como a
grande redentora da sociedade. Se o problema é com a sexualidade, cria-se a educação sexual; se é
com o trânsito, educação para o trânsito; se é com o meio ambiente, educação ambiental. Será
assim? A educação é a solução para todos os problemas da sociedade? Mas de que educação, de um
modo geral, e em particular ambiental, estamos falando? Certamente se fizermos um comparativo
do quadro atual com o de 20, 30 anos atrás, podemos ver o quanto a educação ambiental ganhou
espaço na sociedade: no entanto essa mesma sociedade degrada hoje mais o meio ambiente do que
há 20, 30 anos. Que educação ambiental é essa que quanto mais se faz, menos alcança seus
objetivos? O que falta no processo educativo para que venha este mundo melhor? Um caminho
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percebido por esta perspectiva crítica é o da ampliação do ambiente educativo para além dos muros
da escola.
É necessária a formação de cidadãos conscientes de suas responsabilidades perante o mundo
em que vivem.

6 CONCLUSÃO

A Biodiversidade é uma das propriedades fundamentais da natureza, responsável pelo


equilíbrio e estabilidade dos ecossistemas, e fonte de imenso potencial de uso econômico. Como a
demanda é maior que a oferta é preciso saber que se coletarmos mais do que a natureza pode nos
oferecer vai chegar num determinado momento que não vai ter de onde retirar produtos para o
sustento da população, por isso é muito importante que seja feito esse controle para que a
biodiversidade não seja perdida, pois esta é à base das atividades agrícolas, pecuárias, pesqueiras e
florestais e, também, a base para a estratégica indústria da biotecnologia.
As funções ecológicas desempenhadas pela biodiversidade são ainda pouco compreendidas,
muito embora, considere-se que ela seja responsável pelos processos naturais e produtos fornecidos
pelos ecossistemas e espécies que sustentam outras formas de vida e modificam a biosfera,
tornando-a apropriada e segura para a vida. A diversidade biológica possui, além de seu valor
intrínseco, valor ecológico, genético, social, econômico, científico, educacional, cultural, recreativo
e estético. Com tamanha importância, é preciso evitar a perda da biodiversidade.

REFERÊNCIAS

 Projeto Paraná Biodiversidade: Cartilha Teórica, 2007.


1. Biodiversidade. 2. Solo 3. Recursos hídricos 4. Educação ambiental
 São Paulo (Estado). Secretaria do Meio Ambiente.
Biodiversidade / Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Instituto de
Botânica; coordenadora Vera Lucia Ramos Bononi - - São Paulo: SMA, 2010
 CONSUMO SUSTENTÁVEL: Manual de educação. Brasília: Consumers
International/ MMA/ MEC/IDEC, 2005. 160 p.
 MELO, Gutemberg de Pádua, Educação ambiental para professores e outros agentes
multiplicadores/ Gutemberg de Pádua Melo – João Pessoa: Superintendência do IBAMA na
Paraíba, 2007.
 Vamos cuidar do Brasil: conceitos e práticas em educação ambiental na escola
Ministério da Educação, Coordenação Geral de Educação Ambiental: Ministério do Meio
7

Ambiente, UNESCO, 2007.

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