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No início do ano lectivo, entre Outubro e Consegui requisitar um quadro interactivo para a
Novembro, frequentei uma formação presencial minha sala de aula habitual. Montei-o na sala de
certificada de 24 horas sobre o tema, sob o título aula e instalei-o no meu computador pessoal.
“Utilização dos Quadros Interactivos no Ensino Utilizei um quadro InterWrite com um software
das Tecnologias da Informação” destinada a Active Inspire (dos Prometheon). Passei então
professores do grupo pedagógico 550. A formação algumas horas a experimentar o quadro, sozinho,
consistiu em 6 sessões de 4 horas, e recaiu sobre porque ainda não me sentia suficientemente à
vontade para o utilizar perante os alunos.
Garantidos estes requisitos, escolhi alguns para um professor, dado o ritmo imposto pelas
materiais interactivos para realizar uma aula de aulas.
revisões sobre a matéria já leccionada com os
alunos, de entre os quais o material que eu mesmo 7.2. Comparação entre quadros e seus
tinha realizado como trabalho final da formação. softwares
Depois de aplicados os exercícios de revisões,
preparei uma aula onde teria que leccionar matéria Comparando os softwares entre si, verifica-se uma
nova, tentando idealizar situações e técnicas para ampla evolução ente eles em termos de ergonomia
tirar partido do quadro para transmitir do interface e quantidade de funcionalidades
conhecimentos aos alunos. Nesta aula usei ainda o disponibilizadas. Principalmente no que toca à
quadro como uma ferramenta adicional, não como integração com recursos multimédia e interacção
um recurso central, que determinasse todo o com o ambiente de trabalho. Em contrapartida a
seguimento da aula. complexidade do modelo de funcionamento
aumentou também.
7. Conclusões O problema de múltiplas marcas de quadros e
múltiplos softwares pode ser contornada uma vez
7.1. Aquisição de conhecimentos que todos os quadros funcionaram com todos os
quadros. Se cada utilizador escolher e dominar um
A montagem e preparação do quadro interactivo software, precisará apenas de instalar os drivers
devem ser efectuadas e verificadas antes de do quadro que vais usar e calibrá-lo com o seu
qualquer utilização, de modo a evitar perdas de próprio driver, podendo posteriormente usar o
tempo e constrangimentos desnecessário na hora software que domina. Recomenda-se ainda neste
de utilização que podem por seriamente em risco ponto que cada utilizador recorra ao seu próprio
o momento de formação. computador pessoal para ter um ambiente de
Os softwares dos quadros interactivos em trabalho estável e adaptado às suas necessidades, a
geral necessitam de um tempo de compreensão e fim de reduzir os contratempos.
aprendizagem considerável, dependendo dos
conhecimentos na área das TIC do utilizador em 7.3. Utilização do Quadro em Ambiente Real
questão, e do nível de utilização que se quer fazer
dele. Para utilização algo como 15 horas será O domínio da utilização do software num
suficiente, para produção de recursos interactivos computador é substancialmente diferente da
35 horas em média bastará. utilização directamente no quadro, o que requer
Em termos de softwares, há conceitos de alguns minutos de treino e habituação por parte
funcionamento que são comuns à generalidade dos novos utilizadores.
dos softwares dos diferentes fabricantes. O As aulas de revisões com recurso ao quadro
conhecimento de uns acaba por ajudar à tiverem resultados positivos. Os alunos
compreensão e domínio dos outros. mostraram-se mais participativos, e este ambiente
Detectámos que a última versão do Active contagiou toda a turma. A apresentação visual e
Inspire (1.4.23923) possui alguns erros de dinâmica dos conteúdos beneficiou a sua
interface em ferramentas de desenvolvimento de aprendizagem.
novos recursos, o que dificulta a aprendizagem A utilização do quadro como alternativa
por parte de novos utilizadores que ainda não a directa ao quadro branco normal, também se
dominam, e não desmotivam a sua utilização. Em mostrou vantajosa, na medida em que permitiu
softwares complexos como estes, com um público uma maior interacção das notas escritas no quadro
alvo extremamente vasto e com níveis de com recursos multimédia, e guarda-lhas como se
conhecimentos na área das TIC tão diferentes é de um caderno se tratasse, e voltar sempre a
preferível não ter as funcionalidades disponíveis, a páginas anteriores, para explicar novamente aos
tê-las incompletas e com erros. alunos dúvidas pontuais em ambientes que eles já
O tempo despendido para produção de novos conheciam, facilitando assim a aprendizagem.
recursos interactivos, mostrou-se incomportável Aconselha-se para isto aos novos utilizadores que
façam um exercício mental de correr as
funcionalidades principais da aplicação, e [3] MOODLE CEFOPNA – Centro de Formação
experimenta-las para ter uma melhor ideia de de Professores do Nordeste Alentejano,
como funcionam, e tentar imaginar situações reais http://m.cefopna.edu.pt
em que pudessem tirar partido delas. [4] Smart Board,
http://smarttech.com/us/Solutions/Education+Solu
8. Discussão tions/Products+for+education/Interactive+whi
teboards+and+displays/SMART+Board+inter
active+whiteboards
Dadas as vantagens comprovadas, e sendo notório
[5] InterWrite,
que os quadros estão a ser vítima de duas
http://www.einstruction.com/products/interact
condicionantes principais: a inércia/aversão à
ive-whiteboards/dualboard-whiteboard
mudança de uns, e a falta de apetência e de
formação de outros. Há então que encontrar novas
estratégias que continuem a incentivar a sua
integração.
Dado o elevado tempo despendido para produção
de recursos interactivos, os diversos agentes
interveniente começam desorganizadamente a
constituir espaços de partilha de recursos e
materiais produzidos, o que é positivo, mas
manifestamente insuficiente. Seria extremamente
vantajosa a constituição de um grande sistema de
catalogação e armazenamento de recursos. Para
garantir o seu sucesso, deveria ser assegurado por
uma entidade com interesse alargado, e
independente de qualquer tipo de quadro,
software, área pedagógica ou sector do ensino,
como o próprio Ministério da Educação.
Seria visto com bons olhos que as editoras dos
manuais escolares investissem nesta área, à
semelhança daquilo que algumas editoras já fazem
em relação aos livros da disciplina de TIC.
Numa área em que a normalização não é geral
e os formatos de recursos dos diferentes softwares
não são compatíveis, devem ser as escolas, e os
próprios professores a estabelecer regras, e a
adoptar estratégias que lhes permitam tirar partido
dos equipamentos disponíveis, e transforma-los
definitivamente numa ferramenta pedagógica ao
serviço da aprendizagem dos alunos.
Referencias
[1] Prometheon,
http://www.prometheanworld.com/server.php
?show=nav.16005
[2] Active Inspire,
http://support.prometheanplanet.com/server.php?
show=nav.19922