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Presidência do Conselho de Ministros

PLANO
de
INSPECÇÕES

2011
PLANO DE INSPECÇÕES – 2011

PLANO DE INSPECÇÕES
IGAL – 2011

I. APRESENTAÇÃO DO PLANO.

O Plano de Inspecções da Inspecção-Geral da Administração Local para


2011 insere-se nas linhas de orientação que presidiram à elaboração dos
Planos de 2009 e 2010 tendo, também, presentes os ensinamentos que
nos advêm do nível de execução de ambos.
O Plano da IGAL para 2011 tem, essencialmente, por base um critério
cronológico, sendo nele contempladas as autarquias que há mais tempo
não são inspeccionadas.
Afigura-se-nos que este método de determinação das entidades a
inspeccionar é o mais objectivo, o mais aleatório e aquele que melhor
garante a necessária distanciação dos interesses em causa.
Em algumas dessas autarquias manter-se-ão os mesmos eleitos que aí se
encontravam em acção inspectiva anterior, noutras manter-se-á a mesma
força politica, noutras ainda terá havido alteração de eleitos e força politica
e, quiçá, noutras manter-se-ão os mesmos eleitos no âmbito de diferente
força politica.
O Plano de Inspecções da IGAL é alheio a todas essas possíveis
alterações.
Trata-se, apenas, de inspeccionar as autarquias que há mais tempo não
são inspeccionadas.
E este é o terceiro Plano de Inspecções da IGAL a ser delineado segundo
o novo paradigma da gestão por objectivos na administração pública
portuguesa, na prossecução dos Objectivos Estratégicos superiormente

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fixados e cujo compromisso de realização foi assumido pelo Inspector-


Geral na sua Carta de Missão, de que destacamos o primeiro – garantir a
realização de uma inspecção por mandato autárquico.
Atento o nível de execução dos Planos de 2009 e 2010, em 2011, não
ocorrendo percalços de maior, a IGAL terá consolidado o seu propósito de
realização de uma acção inspectiva, ao mesmo Município, com um
intervalo de quatro anos, o que significa a concretização do objectivo de
uma inspecção por mandato autárquico.

II. A REALIZAÇÃO DO PLANO DE INSPECÇÕES É O CENTRO DE


TODA A ACTIVIDADE DA IGAL.

A actividade inspectiva da IGAL integrada, essencialmente, pela execução


de um Plano Anual de Inspecções superiormente aprovado, constitui o
cerne da sua actividade no cumprimento da missão de assegurar, no
âmbito das competências legalmente cometidas ao governo, o exercício
da tutela administrativa e financeira a que se encontram sujeitas as
autarquias locais e o sector empresarial local.
A apreciação de queixas, denúncias, participações e exposições, dirigidas
à IGAL pelos cidadãos e respeitantes à actividade desenvolvida pelas
entidades tuteladas, tem constituído uma área de forte preocupação e de
trabalho da IGAL, a qual não pode ficar insensível a esses pedidos de
intervenção compreendidos, grosso modo, no entendimento comum da
expressão popular segundo a qual: “quem se queixa é porque lhe dói”.
Na área de intervenção da IGAL esta “dor” é, quase sempre, uma dor de
cidadania.
Nesta área, de resto, a IGAL não está sozinha uma vez que muitos são os
serviços públicos com atribuições e competências nesta área.

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Entre eles, sem preocupações de exaustão e penitenciando-nos pela


eventual omissão, não podemos deixar de referir as próprias entidades
denunciadas, através do Livro de Reclamações e através dos seus
próprios serviços de atendimento, o Tribunal de Contas, a Inspecção-Geral
de Finanças, a Inspecção-Geral do Ambiente, o Provedor de Justiça, o
Ministério Público, quer nos Tribunais de Comarca quer nos Tribunais
Administrativos, a Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos e
as diversas Entidades Reguladoras, com incidência, também, na área das
autarquias.
Muitas destas entidades dispõem, aliás, de instrumentos de denúncia
electrónica ou reclamação rápida com que se propõem amparar os
cidadãos no exercício dos seus direitos.
O Ministério Público, tendo competência para receber as denúncias dos
cidadãos, relativamente a qualquer tipo de ilícito (criminal, tutelar e
administrativo) tem, também, competência exclusiva para a propositura de
acções, para a acusação e para o arquivamento.
Durante os anos de 2009 e 2010, a IGAL desenvolveu um grande esforço
na apreciação desses autênticos pedidos de intervenção inspectiva que
lhe são dirigidos, separando o essencial do menos importante, os direitos
de personalidade dos meros interesses patrimoniais, a cidadania das
meras discordâncias com actos das autarquias, privilegiando sempre a
abordagem preventiva de conflitos e relegando para um campo residual, a
sua apreciação, quer inspectiva, quer contenciosa.
E fê-lo em atitude de cooperação com as entidades com competências
convergentes, sempre com a preocupação de evitar duplicidade de
intervenções ou mesmo, intervenções de sinal contraditório.
Esta acção da IGAL permitiu manter a um nível insignificante a utilização
de outros instrumentos da acção inspectiva, não contemplados no Plano
de Inspecções, como sejam os inquéritos e sindicâncias (art.ºs 3.º, n.º

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2, al. a) do Decreto-Lei n.º 326-A/2007, de 28 de Setembro e 3.º da Lei n.º


27/96, de 1 de Agosto) e a realização de inspecções extraordinárias
(art.º 8.º, n.ºs 1 e 4, do Decreto-Lei n.º 276/2007, de 31 de Julho).
Em 2011, não obstante o aumento exponencial do número de denúncias,
queixas e exposição que se perfila no ano de 2010, a IGAL consolidará
uma viragem definitiva da sua acção, agora centrada na realização das
acções inspectivas previstas no seu Plano de Inspecções e tomando a
apreciação das denúncias como uma actividade adjuvante, mas
secundária.

III. OS MUNICÍPIOS E AS FREGUESIAS.

A IGAL tem exercido a sua actividade inspectiva primordialmente sobre os


Municípios e Freguesias.
Relativamente aos Municípios, como já referimos, o critério utilizado na
elaboração do Plano de Inspecções é essencialmente cronológico,
fazendo parte da cultura organizacional da IGAL que mantemos, por
objectivo.
No respeitante às Freguesias, atento o seu elevado número e dispersão, a
IGAL vem adoptando um critério eclético, para inclusão nesse Plano, que
toma por base o risco objectivo de existência de ilegalidades, associado
a determinados actos por elas praticados ou indiciado pela apresentação
de queixas denúncias e exposições não dirimidas, a sua dimensão
avaliada pelo número oficial de eleitores e uma preocupação de
abrangência territorial traduzida na obrigação institucional de percorrer
toda a área de exercício das atribuições da IGAL, por mais incómodo que
esse exercício, numa perspectiva individual, se possa configurar.

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Não obstante o elevado número de Freguesias, a IGAL continuará a


dispensar-lhes a atenção requerida pelas muitas competências que lhe
são cometidas directamente por lei, pelas competências que,
crescentemente, nelas vêm sendo delegadas pelos Municípios e pela
consequente disponibilidade de dinheiros públicos que lhe são confiados
para a prossecução das suas atribuições.
Relativamente aos actos inspeccionados em que intervenham Municípios
e Freguesias, como sejam os actos de delegação de competências, com
as consequentes transferências financeiras, à semelhança do que já vem
sendo feito, a IGAL não deixará de analisar a acção de todos os
intervenientes, independentemente de constarem, ou não, no Plano de
Inspecções, com respeito dos princípios aplicáveis de que destacamos, o
principio do contraditório.

IV. SECTOR EMPRESARIAL LOCAL E ASSOCIAÇÕES


INTERMUNICIPAIS.

No cumprimento da sua missão relativamente ao sector empresarial local,


durante o ano de 2010, a IGAL incluiu nas suas ordens de serviço para
inspecção aos Municípios a matéria do seu universo empresarial, em
especial, no respeitante aos actos de criação de empresas municipais,
com a sua enumeração, identificação, designação dos seus dirigentes e
fixação e pagamento das respectivas remunerações e os actos de criação
ou de participação em outras sociedade ou “parcerias”, qualquer que
seja a sua natureza jurídica, com indicação das transferências dos
Municípios para essas entidade, a qualquer título (quotas, oneração de
bens, subsídios, contratos de concessão e similares).

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No desenvolvimento dessa matéria inspectiva, como já fizemos


anteriormente, poderíamos perspectivar a necessidade de autonomização
das inspecções dessas entidades relativamente aos Municípios que as
criaram, delas se servem para a prossecução das suas atribuições e cujo
cumprimento da legalidade, no exercício das competências dos seus
eleitos, lhes cumpre assegurar.
Continuamos a considerar como suficiente, para o cumprimento da missão
da IGAL, a sua inclusão no âmbito das inspecções a realizar aos
Municípios, sem prejuízo de alguma acção inspectiva extraordinária cuja
necessidade delas resulte, em especial, tratando-se de empresas
intermunicipais.
O que acabamos de referir para o sector empresarial local vale também
para as vinte e cinco associações de municípios.
Até este momento e sem prejuízo dos desenvolvimentos futuros,
resultantes do acréscimo de colaboração intermunicipal, afigura-se-nos
suficiente que a missão da IGAL relativamente a estas entidades seja
prosseguida no âmbito das inspecções aos Municípios, sem prejuízo dos
meios inspectivos extraordinários cuja utilização se venha a revelar
necessária no decurso da realização de inspecção ou na apreciação de
fundada denúncia, queixa ou exposição.

V. OS VECTORES DA ACTIVIDADE INSPECTIVA.

1) ACTIVIDADE PREVENTIVA.

No ano de 2011 a IGAL continuará a exercer as suas competências,


prevalentemente, numa perspectiva de prevenção.

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A reposição da legalidade, por mais rápida que seja e por mais empenho
que envolva, não se pode confundir com o cumprimento da legalidade;
implica o dispêndio de mais energias, de mais recursos públicos e deixa
sequelas.
Assim sendo, em 2011, à semelhança dos anos anteriores, a IGAL
privilegiará uma perspectiva de prevenção da legalidade, sem prejuízo do
seu dever legal e funcional de participação das ilegalidades detectadas.
Essa perspectiva de prevenção materializar-se-á, prevalentemente, sob
duas formas, a saber, a primeira através de comunicações aos eleitos
locais sensibilizando-os para o que a IGAL entende serem
comportamentos segundo a lei e a segunda através da formulação de
Recomendações dirigidas à melhoria da adequação das suas actividades
à legislação aplicável e aos fins que prosseguem, em cumprimento do
disposto no art.º 15.º, n.ºs 4 e 6, do Decreto-Lei n.º 276/2007, de 31 de
Julho.

2) A INTERLIGAÇÃO COM O MINISTÉRIO PÚBLICO E OUTRAS


INSTITUIÇÕES INTERVENIENTES.

No exercício da sua actividade a IGAL encontra-se em permanente


comunicação com os Magistrados do Ministério Público, em especial dos
Magistrados dos Tribunais de Comarca e dos Tribunais Administrativos, a
diversos níveis, de que destacamos três:

1.º As queixas, denúncias participações e exposições são enviadas,


simultaneamente, à IGAL e ao Ministério Público;

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2.º O Ministério Público e os Órgãos de Policia Criminal dele dependentes


solicitam a intervenção da IGAL, de natureza pericial, no âmbito dos seus
processos;

3.º A IGAL participa a esses Magistrados os ilícitos de natureza criminal,


tutelar e administrativa detectados nas suas inspecções.

Em 2011 a IGAL procurará manter uma estreita interligação com o


Ministério Público, em especial nesses três níveis de contacto, em ordem a
potenciar a complementaridade de actividades e a evitar a duplicidade de
intervenções.
Com o mesmo propósito, de resto, a IGAL estabeleceu e estabelecerá
contactos com o Tribunal de Contas, a Inspecção-Geral de Finanças e
outros intervenientes nas autarquias locais e sector empresarial local.
A intervenção inspectiva nas autarquias é sempre geradora de alguma
perturbação dos serviços e de algum acréscimo de actividade sobre os
eleitos e funcionários pelo que a todos é exigível um esforço, no sentido de
coordenação das intervenções em ordem a minorar esses males.

VI. AS MATÉRIAS A INSPECCIONAR.

Em 2011 a IGAL manterá em análise, nas suas inspecções, as mesmas


matérias dos anos anteriores, por se manterem actuais, de que
destacamos a área do urbanismo, da execução de obras públicas,
fornecimentos e concessões, a gestão de recursos humanos em especial
nas vertentes da acumulação da actividade pública autárquica com
actividades privadas conexas, o controlo de assiduidade, o trabalho
extraordinário, o uso de veículos, as situações de impedimentos e conflito

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de interesses de eleitos, a aplicação do SIADAP, sobretudo na vertente da


legalidade da despesa gerada, o endividamento autárquico, a concessão
de subsídios e similares, a contratação com órgãos de comunicação
social, os actos de criação de empresas no âmbito do sector empresarial
local, as despesas com os eleitos das freguesias, os seus funcionários e o
funcionamento dos seus órgãos.
Para além destas, a IGAL procurará estender a sua acção a áreas que
vêm assumindo grande importância na vida dos cidadãos, como sejam o
fornecimentos de serviços nos sectores básicos da água, recolha e
tratamento de resíduos e tratamento de esgotos domésticos, procurando
verificar a legalidade dos actos atinentes a esses serviços, v. g. no
respeitante à qualidade, aos preços (taxas), à informação e, de um modo
geral, ao respeito pela cidadania.
Para preparação das suas inspecções e para melhor análise de algumas
das matérias que já fazem parte da acção da IGAL, como sejam o
urbanismo, o endividamento municipal e aplicação do SIADAP nas
autarquias locais, a IGAL procurará aceder, directamente, a todos os
elementos que as autarquias enviam a outras entidades públicas, algumas
das quais sem atribuições na área inspectiva ou na análise dos elementos
que recebem.

VII. AS AUTARQUIAS A INSPECCIONAR.

A) OS MUNICÍPIOS.

O Plano de Inspecções aos Municípios, em 2011, compreende setenta e


um (71) Municípios, dos quais cinco (5) transitam do Plano de Inspecções

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de 2010, dois (2) foram inspeccionados em 2010, mas mantêm em aberto


o uso de “opção gestionária”, vinte e quatro (24) foram inspeccionados
pela última vez em 2004, trinta e um (31) foram inspeccionados pela última
vez em 2005 e nove (9) foram inspeccionados pela última vez em 2006.

B) AS FREGUESIAS.

O Plano de Inspecções às Freguesias, em 2011, compreende doze (12)


freguesias, determinadas segundo os critérios acima referidos, das quais
duas (2) transitam do Plano de Inspecções de 2010
Não é mantida no Plano para 2011 uma Freguesia remanescente do Plano
de 2010 por, entretanto, se terem desvanecido as razões determinantes da
intervenção da IGAL.

Lisboa, 25 de Novembro de 2011.

O Inspector-Geral

(Orlando dos Santos Nascimento)

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PLANO DE INSPECÇÕES DA IGAL PARA O ANO 2011

MUNICÍPIOS

AUTARQUIA AUTARQUIA
Albufeira Marinha Grande
Alcobaça Marvão
Alijó Meda
Almada Melgaço
Amadora * Mesão Frio
Arganil Miranda do Douro
Belmonte Mogadouro
Bombarral Mondim de Basto
Borba Montalegre
Caminha Montemor-o-velho
Carrazeda de Ansiães Moura
Carregal do Sal Mourão
Castanheira de Pêra Odemira
Castelo Branco Odivelas
Castro Daire Oeiras
Castro Verde Oliveira de Azeméis *
Celorico da Beira Ourém
Condeixa-a-Nova Ovar
Covilhã Palmela **
Crato Porto
Elvas Póvoa de Lanhoso
Estremoz Reguengos de Monsaraz
Ferreira do Alentejo Ribeira de Pena
Gavião Sabugal
Grândola ** Salvaterra de Magos
Lagoa Seixal
Leiria Sesimbra
Lisboa * Setúbal
Loures Silves
Macedo de Cavaleiros Tarouca
Maia Terras do Bouro

*Transitou do Plano de Inspecções de 2010


** Foram inspeccionadas em 2010 mantendo-se em apreciação o uso de “opção gestionária”

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MUNICÍPIOS

AUTARQUIA AUTARQUIA

Torre de Moncorvo Vila Franca de Xira *


Viana do Alentejo Vila Nova de Famalicão
Vieira do Minho * Vila Nova de Poiares
Vila do Bispo Vila Real
Vila do Conde

*Transitou do Plano de Inspecções de 2010

FREGUESIAS

FREGUESIA CONCELHO FREGUESIA CONCELHO


Agualva Sintra Espinho * Espinho
Alcabideche Cascais Leiria * Leiria
Bonfim Porto Portimão Portimão
Corroios Seixal Póvoa de Stª Iria Vila Franca de Xira
Cova da Piedade Almada Quinta do Conde Sesimbra
Ermesinde Valongo Rio Tinto Gondomar

*Transitou do Plano de Inspecções de 2010

O Inspector-Geral

(Orlando dos Santos Nascimento)

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