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Empirismo

Na filosofia, Empirismo é um movimento que acredita nas experiências


como únicas (ou principais) formadoras das ideias, discordando,
portanto, da noção de ideias inatas.

O empirismo é descrito-caracterizado pelo conhecimento científico, a


sabedoria é adquirida por percepções; pela origem das idéias por onde
se percebe as coisas, independente de seus objetivos e significados;
pela relação de causa-efeito por onde fixamos na mente o que é
percebido atribuindo à percepção causas e efeitos; pela autonomia do
sujeito que afirma a variação da consciência de acordo com cada
momento; pela concepção da razão que não vê diferença entre o
espírito e extensão, como propõe o Racionalismo e ainda pela
matemática como linguagem que afirma a inexistência de hipóteses.

Na ciência, o empirismo é normalmente utilizado quando falamos no


método científico tradicional (que é originário do empirismo filosófico), o
qual defende que as teorias científicas devem ser baseadas na
observação do mundo, em vez da intuição ou da fé, como lhe foi
passado.

O termo tem uma etimologia dupla. A palavra latina experientia, de


onde deriva a palavra "experiência", é originária da expressão grega
εμπειρισμός. Por outro lado, deriva-se também de um uso mais
específico da palavra empírico, relativo aos médicos cuja habilidade
derive da experiência prática e não da instrução da teoria.

Empirismo na
ciência
Um conceito capital na ciência no método científico é que toda evidência
deve ser empírica, isto é, depende da comprovação feita pelos sentidos.
Geralmente, são empregados termos que o diferenciam do empirismo
filosófico, como o adjetivo empírico, que aparece em termos como
método empírico ou pesquisa empírica, usado nas ciências sociais e
humanas para denominar métodos de pesquisa que são realizadas
através da observação e da experiência (por exemplo, o funcionalismo).

Em outro sentido, a palavra pode ser usada nas Ciências como sinônimo
de "experimental". Nesse sentido, um resultado empírico é uma
observação experimental. O termo semi-empírico é usado em situações
parecidas, já que designa métodos teóricos que empregam leis
científicas pré-estabelecidas e só depois se utilizam da experiência.
Através disso, o corpo teórico se reforça.

No Século XVII, foi sendo o entorno das contradições dos experimentos


binomais, discordando das idéias de vários nomes da grande era, ele
sendo assim, o fato que mais marcou em todos os tempos.

Empirismo na filosofia
A doutrina do empirismo foi definida explicitamente pela primeira vez
pelo filósofo inglês John Locke no século XVII. Locke argumentou que a
mente seria, originalmente, um "quadro em branco" (tabula rasa), sobre
o qual é gravado o conhecimento, cuja base é a sensação. Ou seja,
todas as pessoas, ao nascer, o fazem sem saber de absolutamente
nada, sem impressão nenhuma, sem conhecimento algum. Todo o
processo do conhecer, do saber e do agir é aprendido pela experiência,
pela tentativa e erro.

Historicamente, o empirismo se opõe a escola conhecida como


racionalismo, segundo a qual o homem nasceria com certas idéias
inatas, as quais iriam "aflorando" à consciência e constituiriam as
verdades acerca do Universo. A partir dessas idéias, o homem poderia
entender os fenômenos particulares apresentados pelos sentidos. O
conhecimento da verdade, portanto, independeria dos sentidos físicos.

Alguns filósofos normalmente associados com o empirismo são:


Aristóteles, Tomás de Aquino, Francis Bacon, Thomas Hobbes, John
Locke, George Berkeley, David Hume e John Stuart Mill. Embora no geral
seja relacionado com a teoria do conhecimento, o empirismo, ao longo
da história da filosofia, teve implicações na lógica, filosofia da
linguagem, filosofia política, teologia, ética, dentre outros ramos.

Antiguidade

A ideia de que todos os conhecimentos são provenientes das


experiências aparece pela primeira vez, embora muito pouco definida,
nos filósofos sofistas, que acreditavam na visão relativa do mundo,
sintetizada na frase de Protágoras: O homem é a medida de todas as
coisas. Essa máxima mostra que o mundo é conhecido de uma forma
particular e muito pessoal por cada indivíduo, sendo a experiência,
certamente, fator importante para esse conhecimento.

A filosofia socrática provocou o "declínio" do empirismo, ao combater o


relativismo dos sofistas. Sócrates e Platão viam os sentidos como
incapazes de apreender a realidade como verdadeiramente era e
tentaram captar os conceitos absolutos de cada coisa, processo que
desembocará na teoria platônica do mundo das ideias. Aristóteles
retomará o empirismo, ao considerar a observação do mundo como base
para a indução; ou seja, a partir da obtenção de dados particulares, no
caso, a observação empírica, se poderia tirar conclusões (ou
conhecimentos) de verdades mais absolutas.

Após Aristóteles, os filósofos estóicos e epicuristas formularam teorias


empiristas mais explícitas acerca da formação das idéias e dos
conceitos. Os estóicos, atencipando Locke em centenas de anos,
acreditavam que a mente humana era uma tabula rasa que seria
marcada pelas ideias advindas da experiência sensível. Entretanto,
admitiram a existência de ideias a-priori, ou seja, ideias inatas, na
mente humana. Os epicuristas tiveram uma visão empiristas mais forte,
afirmando que a verdade provinha apenas da sensação. Para eles, as
coisas são conhecidas através de imagens em miniatura, os chamados
fantasmas, que se desprendem do ser e chegam até nós indo
diretamente à alma, ou indiretamente, através dos sentidos. Dessa
forma, explicaram a origem das "noções comuns", cuja procedência
seria pretensamente um conhecimento apriorístico

A última grande escola empirista da Antigüidade foi o ceticismo, cujo


maior representante foi Sexto, conhecido como O Empírico. Esse filósofo
via a epistemologia como integralmente fundamentada nos sentidos.
Desse modo, as verdades a respeito do Universo seriam inacessíveis ao
ser humano. Ele também acreditava que, embora a base do
conhecimento fosse os sentidos, estes possuíam limitações, que
distorciam a imagem do mundo real que chega até nós, apresentando-
nos ilusões.

Idade Média

Durante quase toda a Idade Média, o pensamento cristão subordinava a


filosofia à religião, fazendo as preocupações com a experiência sensível
darem lugar a "ideias" como Deus e a trindade, que não poderiam ser
comprovadas, nem refutadas, experimentalmente. Reflexo disso foi o
pensamento de Santo Agostinho, que acreditava ser a existência de
Deus comprovada por intuição.

Opondo-se à doutrina agostiniana, a escolástica acreditava que fé e


empirismo não eram excludentes, e sim complementares. O maior
filósofo escolástico, Tomás de Aquino, vê o conhecimento em duas
fases: sensível e intelectual, sendo que a segunda depende da primeira,
mas ultrapassa-a: o intelecto vê a natureza das coisas (intus legit) mais
profundamente do que os sentidos, sobre os quais exerce a sua
atividade. Através da observação, o conhecimento intelecual abstrai de
cada objeto individual a sua essência, a forma universal das coisas.
Portanto, Deus é cogniscível através da experiência sensível e racional.
Baseado nisso, Aquino propõe as chamadas "cinco provas da existência
de Deus" (quinquae viae), das quais procedem demonstrações
igualmente racionais.

O nominalismo, corrente proveniente da Escolástica, foi outra notável


escola empirista medieval. Argumentava que os termos que designavam
idéias abstratas ou universais não teriam correspondência no mundo
real, sendo conceitos que só existiriam no papel. Só nomes que
designam indivíduos e coisas que a experiência pode provar
corresponderiam à verdade filosófica. No século XIV, essas ideias foram
desenvolvidas e levadas ao extremo por William de Ockham, filósofo
inglês que separou filosofia e religião, chegando a admitir que a filosofia
ocupa-se apenas dos dados obtidos pela experiência.

Idade Moderna

Na Idade Moderna, graças aos trabalhos do filósofo inglês Francis Bacon,


o empirismo começou a se delimitar tal como o conhecemos hoje. Bacon
criticava tanto o conhecimento que não fosse proveniente dos sentidos
quanto os próprios empiristas de épocas anteriores. Para ele, o método
utilizado por empiristas anteriores não era sistemático: embora
recolhessem dados da experiência, essas informações eram
"capturadas" ao acaso, sem o auxílio de um método rigoroso e sem
constituir um todo coerente.

Era necessário, portanto, um método que classificasse e sistematizasse


as várias experiências e as orientasse no sentido de dar ao homem uma
ciência útil, em oposição ao conhecimento científico medieval. A partir
das sensações, a inteligência, seguindo o método da indução, elaboraria
o conhecimento científico. Dessa maneira, se relacionaria o
conhecimento sensível, que forneceria material para a inteligência, e a
racionalidade, que manipularia e daria sentido aos dados dos sentidos.
Partindo desses princípios, Francis Bacon traçou as bases de uma
ciência sistemática em sua obra mais famosa, Novum Organum,
publicada em 1620.

Apropriando-se das idéias de Bacon, Thomas Hobbes, outro filósofo


inglês, aplicou-as ao estudo da sociedade e da política. Dessa forma, se
distanciava de Francis Bacon, que se preocupou basicamente das
ciências que estudam o mundo físico.

Para Hobbes, o homem só poderia atingir a verdade através de


raciocínios corretos, fundamentados pelas sensações. Assim, em seus
estudos, ele começa definindo os termos e noções que vai usar,
preocupando-se em estabelecer um método rigoroso segundo o qual
manipulará as deduções lógicas provenientes da experiência,
representada pelos acontecimentos passados na história. Processo
semelhante de análise da História e da situação política do momento
pode ser encontrado em outros pensadores anteriores a Thomas
Hobbes, como Nicolau Maquiavel.

Empirismo britânico

O método empírico de Francis Bacon e de Thomas Hobbes influenciou


toda uma geração de filósofos no Reino Unido a partir do século XVII.
John Locke é considerado o fundador dessa tradição, que ficou
conhecida como empirismo britânico, em oposição ao racionalismo que
predominava na maior parte da Europa continental.

Em seu livro Ensaio Sobre o Entendimento Humano, Locke descreve a


mente humana como uma tabula rasa (literalmente, uma "ardósia em
branco"), onde, por meio da experiência, vão sendo gravadas as idéias
[1]
. A partir dessa análise empirista da epistemologia, Locke diferencia
dois tipos de idéias: as idéias simples, sobre as quais não se poderia
estabelecer distinções, como a de amarelo, duro, etc., e as idéias
complexas, que seriam associações de idéias simples (por exemplo ouro
— que é uma substância dura e de cor amarelada). Com isso, formaría-
se um conceito abstrato da substância material.

No século XVIII, George Berkeley desenvolve o empirismo de John Locke,


mas não admite a passagem dos conhecimentos fornecidos pelos dados
da experiência para o conceito abstrato de substância material. Por isso,
Berkeley afirma que uma substância material não pode ser conhecida
em si mesma. O que se conhece, na verdade, resume-se às qualidades
reveladas durante o processo perceptivo. Assim, o que existe realmente
nada mais é que um feixe de sensações. Daí sua famosa frase: ser é ser
percebido [2].

Entretanto, para fugir do subjetivismo individualista (pois tudo que


existe somente existiria para a mente individual de cada observador),
Berkeley postula a existência de uma mente cósmica, que seria
universal e superior à mente dos homens individuais. Deus é essa mente
e tudo o mais seria percebido por Ele, de modo que a existência do
mundo exterior à mente individual estaria garantida. No entanto, apesar
de existir, o mundo seria impossível de ser conhecido verdadeiramente
pelo homem, pois esse conhecimento só é acessível a Deus. Ao assumir
esse empirismo radical, George Berkeley cria a corrente conhecida como
idealismo subjetivo.
Levando ainda mais adiante o pensamento de Berkeley, o escocês David
Hume identifica dois tipos de conhecimento: matérias de fato e relação
de idéias. O primeiro está relacionado com a percepção imediata e seria
a única forma verdadeira de conhecimento. As relações de idéias se
referem a coisas que não podem ser percebidas, que não têm
correspondência na realidade e seriam pura imaginação. Dessa forma,
os próprios conceitos abstratos utilizados pela Ciência para analisar os
dados dos sentidos não seriam verdadeiros.

Baseado nisso, Hume refuta a própria causalidade, a noção de causa e


efeito, fundamental para a ciência. Ao observarmos, por exemplo, um
pedaço de metal, podemos chegar a um conceito de metal, que
corresponde à realidade concreta, perceptível. Se aproximamos nossas
mãos do fogo, temos uma idéia de calor, que também corresponde à
realidade. Mas quando aproximamos um metal do fogo e observamos
que ele se dilata com o calor, não podemos concluir que "o corpo se
dilata porque esquenta". As idéias "o corpo esquenta" e "o corpo se
dilata" teriam como origem duas impressões dos sentidos, provenientes,
respectivamente, do tato e da visão. O problema está na expressão
porque. Que impressão sensível origina a idéia de porquê? Como
concluímos que um fenômeno é a causa de outro?

Para Hume, o simples fato de um fenômeno ser sempre seguido de outro


faz com que eles se relacionem entre si de tal forma que um é encarado
como causa do outro. Causa e efeito, enquanto impressões sensíveis,
não seriam mais do que um evento seguido de outro. A noção de
causalidade seria, portanto, uma "criação" humana, uma acumulação de
hábitos desenvolvido em resposta às sensações. No entanto, a crença
nessas "verdades" pretensamente inabaláveis, que dariam ao mundo
uma aparência de estabilidade, seria ilusão. Dessa forma, muitas
verdades científicas seriam apenas relações de idéias que não existiriam
na realidade, e, portanto, impossíveis de se confirmar.

Muitos cientistas e filósofos consideram exagerado o empirismo de


David Hume, que nega as verdades racionais obtidas a partir da
observação. Mas seu pensamento serviu de alerta às pretensões de uma
ciência exclusivamente empírica, pois estaria sujeita aos impasses do
idealismo, tal como foi demonstrado por ele.

Século XIX

No século XIX, várias escolas filósoficas foram influenciadas pelo


empirismo, destacando-se principalmente o positivismo e o
fenomenalismo. Igualmente numerosas foram as tentativas de
relacionar empirismo e racionalismo (ver tópico abaixo: Integração do
empirismo com o racionalismo).
Empirismo lógico

Entre as correntes contemporâneas de empirismo destaca-se o


empirismo lógico (também conhecido como positivismo ou
neopositivismo lógico, embora alguns não concordem com essa
sinonímia), uma tentativa de sintetizar as idéias essenciais do empirismo
britânico (por exemplo, a forte ênfase na experiência sensorial como
base para o conhecimento) com determinadas idéias da lógica
matemática, conforme foi desenvolvida por Gottlob Frege e Ludwig
Wittgenstein. Algumas das figuras chaves neste movimento foram os
ingleses Bertrand Russell e George Moore, os alemães Moritz Schlick e
Rudolf Carnap e os norte-americanos Willard Van Orman Quine, John
Austin e A. J. Ayer.

Para os empiristas lógicos, a filosofia seria o esclarecimento conceitual


dos métodos, idéias e descobertas da Ciência. Portanto, poder-se-ia
analisar os dados das diversas disciplinas científicas em busca de uma
síntese do conhecimento, de um modo de adequar a lógica do raciocínio
abstrato à lógica das experiências práticas e de um discurso
logicamente perfeito, livre de ambigüidades provocadas especialmente
pela metafísica

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