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SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

 
ESTRUTURA E FUNÇÕES DO SISTEMA FINANCEIRO
NACIONAL
 
As autoridades monetárias:
 
O Conselho Monetário Nacional: o CMN acaba sendo o conselho de política
econômica do país, visto que o mesmo é responsável pela fixação das diretrizes da
política monetária, creditícia e cambial. Atualmente, seu presidente é o próprio Ministro
da Fazenda.
 
O Banco Central do Brasil
O Banco Central do Brasil foi criado em 1964, para atuar como orgão responsável pela
execução das normas que regulam o sistema financeiro nacional. Suas principais
atribuições são:
(1) Emitir papel moeda e moeda metálica;
(2) Executar compra e venda de Títulos Federais (através de operações de Open Market)
tanto para executar Política Monetária como para o próprio financiamento do Tesouro
Nacional;
(3) Receber depósitos compulsórios e voluntários do sistema bancário, assim como
realizar operações de redesconto e outros tipos de empréstimos às instituições
financeiras.
(4) Ser o depositário das Reservas Internacionais do País.
(5) Autorizar o funcionamento, fiscalizar e aplicar as penalidades previstas a instituições
financeiras. Todas essas atividades do Banco Central, no Brasil, são reguladas pelo
CMN (Conselho Monetário Nacional).
 
Autoridades de apoio:
 
A Comissão de Valores Mobiliários: a CVM é um órgão normativo voltado ao
mercado de ações e debêntures. Ela é vinculada ao Governo Federal e seus objetivos
podem sintetizados em apenas um: o fortalecimento do mercado acionário.
O Banco do Brasil: até janeiro de 1986 o BB assemelhava-se a uma autoridade
monetária mediante ajustamentos da conta movimento do BACEN e do Tesouro
Nacional. Hoje, é um banco comercial comum, embora responsável pela Câmara de
Confederação.
 
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social: contando com recursos
de programas e fundos de fomento, o BNDES é responsável pela política de
investimentos de LP do Governo e, a partir do Plano Collor, também pela gestão do
processo de privatização. É a principal instituição financeira de fomento do Brasil por
impulsionar o desenvolvimento econômico, atenuar desequilíbrios regionais, promover
o crescimento das exportações, dentre outras funções.
 
A Caixa Econômica Federal: a CEF caracteriza-se por estar voltada ao financiamento
habitacional e ao saneamento básico. É um instrumento governamental de
financiamento social.
Instituições financeiras:
 
Os Bancos Comerciais: os BC são intermediários financeiros que transferem recursos
dos agentes superavitários para os deficitários, mecanismo esse que acaba por criar
moeda através do efeito multiplicador. Os BC's podem descontar títulos, realizar
operações de abertura de crédito simples ou em conta corrente, realizar operações
especiais de crédito rural, de câmbio e comércio internacional, captar depósitos à vista e
a prazo fixo, obter recursos junto às instituições oficiais para repasse aos clientes, etc.
 
Os Bancos de Desenvolvimento: o já citado BNDES é o principal agente de
financiamento do governo federal. Destacam-se outros bancos regionais de
desenvolvimento como, por exemplo, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), o Banco
da Amazônia, dentre outros.
 
As Cooperativas de Crédito: Equiparando-se às instituições financeiras, as
cooperativas normalmente atuam em setores primários da economia ou são formadas
entre os funcionários das empresas. No setor primário, permitem uma melhor
comercialização dos produtos rurais e criam facilidades para o escoamento das safras
agrícolas para os consumidores. No interior das empresas em geral, as cooperativas
oferecem possibilidades de crédito aos funcionários, os quais contribuem mensalmente
para a sobrevivência e crescimento da mesma. Todas as operações facultadas às
cooperativas são exclusivas aos cooperados.
 
Os Bancos de Investimentos: os BI captam recursos através de emissão de CDB e
RDB, de capitação e repasse de recursos e de venda de cotas de fundos de
investimentos. Esses recursos são direcionados a empréstimos e financiamentos
específicos à aquisição de bens de capital pelas empresas ou subscrição de ações e
debêntures. Os BI não podem destinar recursos a empreendimentos mobiliários e têm
limites para investimentos no setor estatal.
 
Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimentos: as "financeiras" captam
recursos através de letras de câmbio e sua função é financiar bens de consumo duráveis
aos consumidores finais (crediário). Tratando-se de uma atividade de alto risco, seu
passivo é limitado a 12 vezes seu capital mais reservas.
 
Sociedade Corretoras: essas sociedades operam com títulos e valores mobiliários por
conta de terceiros. São instituições que dependem do BACEN para constituírem-se e da
CVM para o exercício de suas atividades. As "corretoras" podem efetuar lançamentos
de ações, administrar carteiras e fundos de investimentos, intermediar operações de
câmbio, dentre outras funções.
 
Sociedades Distribuidoras: tais instituições não têm acesso às bolsas como as
Sociedades Corretoras. Suas principais funções são a subscrição de emissão de títulos e
ações, intermediação e operações no mercado aberto. Elas estão sujeitas a aprovação
pelo BACEN.

Sociedade de Arrendamento Mercantil: operam com operações de "leasing" que


tratam-se de locação de bens de forma que, no final do contrato, o locatário pode
renovar o contrato, adquirir o bem por um valor residencial ou devolver o bem locado à
sociedade. Atualmente, tem sido comum operações de leasing em que o valor residual é
pago de forma diluída ao longo do período contratual ou de forma antecipada, no início
do período. As Sociedades de Arrendamento Mercantil captam recursos através da
emissão de debêntures, com características de longo prazo.
 
Associações de Poupança e Empréstimo: são sociedades civis onde os associados têm
direito à participação nos resultados. A captação de recursos ocorre através de caderneta
de poupança e seu objetivo é principalmente financiamento imobiliário.
 
Sociedades de Crédito Imobiliário: ao contrário das Caixas Econômicas, essas
sociedades são voltadas ao público de maior renda. A captação ocorre através de Letras
Imobiliárias depósitos de poupança e repasses de CEF. Esses recursos são destinados,
principalmente, ao financiamento imobiliário diretos ou indiretos.
 
Investidores Institucionais: os principais investidores institucionais são:
 
Fundos Mútuos de Investimentos: são condomínios abertos que aplicam seus recursos
em títulos e valores mobiliários objetivando oferecer aos condomínios maiores retornos
e menores riscos.
 
Entidades Fechadas de Previdência Privada: são instituições mantidas por
contribuições de um grupo de trabalhadores e da mantenedora. Por determinação legal,
parte de seus recursos devem ser destinados ao mercado acionário.
 
Seguradoras: são enquadradas coo instituições financeiras segundo determinação legal.
O BACEN orienta o percentual limite a ser destinado aos mercados de renda fixar e
variável.
 
Companhias Hipotecárias: dependendo de autorização do BACEN para funcionarem,
tem objetivos de financiamento imobiliário, administração de crédito hipotecário e de
fundos de investimento imobiliário, dentre outros.
 
Agências de Fomento: sob supervisão do BACEN, as agências de fomento captam
recursos através dos Orçamentos públicos e de linhas de créditos de LP de bancos de
desenvolvimento, destinando-os a financiamentos privados de capital fixo e de giro.
 
Bancos Múltiplos: como o próprio nome diz, tais bancos possuem pelo menos duas das
seguintes carteiras: comercial, de investimento, de crédito imobiliário, de aceite, de
desenvolvimento e de leasing. A vantagem é o ganho de escala que tais bancos
alcançam.
 
Bancos Cooperativos: são verdadeiros bancos comerciais surgidos a partir de
cooperativas de crédito. Sua principal restrição é limitar suas operações em apenas uma
UF, o que garante a permanência dos recursos onde são gerados, impulsionando o
desenvolvimento local

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL


AULA 02
 
NOÇÕES DE POLÍTICA ECONÔMICA, NOÇÕES DE POLÍTICA
MONETÁRIA, INSTRUMENTOS DE POLÍTICA MONETÁRIA,
FORMAÇÃO DA TAXA DE JUROS
 
Política econômica
São as medidas adotadas pelo governo para controle da economia. As relativas ao
orçamento, por exemplo, afetam todas as áreas da economia e constituem políticas de
tipo macroeconômico; outras afetam exclusivamente algum setor específico, como, por
exemplo, o agrícola e constituem políticas de tipo microeconômico. Estas últimas são
dirigidas a um setor, a uma indústria, a um produto ou ainda a várias áreas da atividade
econômica e criam a base legal em que devem operar os diferentes mercados, evitando
que a competição gere injustiças sociais. O alcance da política macroeconômica
depende do sistema econômico existente, das leis e das instituições do país.
 

Política Monetária

A política monetária tem por objetivo controlar a expansão da moeda e do crédito e


exercer controle sobre a taxa de juros, procurando adequá-los às necessidades de
crescimento econômico e estabilidade dos preços.

O executor dessa política é o Banco Central, e os instrumentos clássicos utilizados são:


- -          depósito compulsório;
- -          redesconto ou empréstimo de liquidez;
- -          mercado aberto (open market);
- -          controle e seleção de crédito.
 
 
 
Depósito Compulsório
O Banco Central determina um nível mínimo de reservas que os bancos devem manter
sob a forma de depósitos no Banco Central, nível este fixado como um determinado
percentual sobre seus depósitos à vista e a prazo. Esses recursos, imobilizados como
recolhimentos compulsórios, não podem ser emprestados a terceiros, diminuindo
portanto o volume de recursos disponíveis para empréstimo e encarecendo assim o custo
dos recursos livres para empréstimo.
Todos os bancos comerciais, bancos múltiplos com carteira comercial e caixas
econômicas devem efetuar recolhimentos compulsórios junto ao Banco Central.
Mesmo não determinando diretamente as taxas de juros, o Banco Central possui
considerável influência sobre o nível e as mudanças em toda a estrutura de taxa de juros
na economia. O nível requerido de manutenção de reservas pelos bancos e outras
instituições financeiras pode afetar indiretamente as taxas de juros, o crescimento da
disponibilidade de fundos e do crédito e, portanto, também o nível de atividade da
economia.
 
Redesconto ou Empréstimo de Liquidez

São duas as operações de redesconto no Brasil: redescontos de liquidez ou especiais. Os


especiais são refinanciamentos de operações específicas, previstas por lei como
financiamentos de produtos agrícolas, à exportação de manufaturados, etc. Quanto ao
empréstimo de liquidez, trata-se de uma operação onde o Banco Central empresta
dinheiro, normalmente por apenas um dia, para as instituições bancárias, que recorrem
ao redesconto para cobrir eventuais insuficiências temporárias de caixa, como por
exemplo quando os saques superam os depósitos. As taxas de juros do redesconto são
geralmente punitivas de modo a desestimular os bancos a concederem créditos acima
das suas disponibilidades.

Operações de Mercado Aberto

As operações de mercado aberto, ou open market, são o principal instrumento através


do qual o Banco Central controla a oferta de dinheiro no mercado. Estas operações
envolvem a compra ou venda de títulos públicos emitidos pelo Tesouro ou por ele
próprio, com o objetivo de controlar a liquidez da economia.
 
Quando o Banco Central vende títulos públicos, o dinheiro recebido em troca é retirado
de circulação. O resultado final é a redução de reservas no sistema bancário. Ao
contrário, quando o Banco Central compra títulos públicos ele injeta mais dinheiro no
mercado, fazendo as reservas do sistema bancário aumentarem.

Controle das Operações de Crédito

O Banco Central divulga as decisões do Conselho Monetário Nacional, baixa normas


complementares e executa o controle e a fiscalização a respeito das operações de crédito
em todas as suas modalidades. Nesse sentido, de acordo com os objetivos estabelecidos
pela política econômica, pode atuar inclusive no contingenciamento do crédito ao setor
público, monitorando o cumprimento de limites para o seu endividamento por intermédio
do sistema financeiro. Semelhante procedimento pode ser adotado para o setor privado.

Taxas de Juros - Função e Formação de Preço


 
Taxa de juros

É a taxa cobrada para empréstimos de dinheiro e seu valor expressa o custo do dinheiro
no mercado. É um ganho para o emprestador e uma despesa para o tomador do
empréstimo.
 
Taxa Básica Financeira – TBF
 
Em 06/95, através da Resolução no 2.071 do BC, foi criada a TBF com o objetivo de
alongar o perfil das aplicações em títulos, pela criação de uma taxa de juros de
remuneração superior à TR.
Taxa Referencial - TR
A TR foi criada no Plano Collor II, com o intuito de ser uma taxa básica referencial dos
juros a serem praticados no mês iniciado e não como u índice que refletisse a inflação
do mês anterior. Ela deveria funcionar como uma Libor ou Prime Rate.
 
Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP
Em novembro de 1994, o BC, por delegação do CMN, definiu as formas de cálculos e
apuração da TJLP, cuja finalidade é de estimular os investimentos nos setores de infra-
estrutura e consumo e, ao mesmo tempo, ajudar a inverter a "curva de rendimento" que
até 94 sempre privilegiou os investimentos de curto prazo com juros maiores.
SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO
 
É o conjunto de procedimentos, regras, instrumentos e sistemas operacionais
integrados, usados para transferir fundos do pagador para o recebedor e, com isso,
encerrar uma obrigação e que interligam, por meio de uma cadeia não coordenada de
pagamentos, os agentes não-bancários, os bancos e o Banco Central (BACEN).
É este sistema que permite as transferências diárias de recursos realizadas por meio de
cheques, cartões de crédito, transferências eletrônicas de fundos e documentos de
crédito.
O montante das transferências diárias é transformado em poucas transferências
interbancárias de fundos de alto valor nas contas Reservas Bancárias que cada banco
mantém no Banco Central.
Conta Reservas Bancárias

Cada banco mantém uma conta no Banco Central, similar a uma conta corrente, onde
toda a movimentação financeira diária é processada, decorrente de operações próprias
ou de seus clientes.
No modelo atual, os resultados financeiros, apurados em diferentes câmaras de
compensação, são lançados nas contas Reservas Bancárias no dia útil seguinte.
 
Saldo Negativo
 
Durante algumas horas do dia, os bancos apresentam um volume de liquidações que
supera suas reservas.
Normalmente esse saldo negativo é regularizado ao final do dia, quando é processado o
movimento das operações realizadas com títulos públicos federais, que os bancos
mantêm em volume suficiente para o adequado gerenciamento do caixa.
Câmaras de compensação

Atualmente as câmaras de compensação e liquidação apuram os resultados financeiros


de inúmeras transações realizadas no país, atuando apenas como processadoras, uma
vez que efetuam a liquidação diretamente na conta de Reservas Bancárias, sem
mecanismos de crítica de saldo e garantias.
O sistema atual é composto basicamente por 4 câmaras:
 
Selic - Sistema Especial de Liquidação e Custódia
 
Faz o controle financeiro de títulos públicos federais e de operações interbancárias (CDI
Reserva).
A liquidação financeira é defasada - ou seja, não é efetuada em tempo real - e pelo valor
líquido multilateral. Ocorre às 23 horas do mesmo dia da negociação.

Cetip - Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos


 
Sistema semelhante ao Selic, destinado à negociação de títulos privados e de alguns
títulos públicos.
A liquidação é defasada e pelo valor líquido multilateral. Ocorre às 16 horas do dia
seguinte à negociação.
 
Compe - Serviço de Compensação de Cheques e Outros Papéis
 
Sistema responsável pela compensação de cheques e outros papéis.
A liquidação é defasada e pelo valor líquido multilateral. Ocorre no dia seguinte ao da
compensação.
No caso de cheques de valor igual ou superior ao limite estabelecido (atualmente de R$
300,00), o lançamento é efetuado às 7h.
No caso de cheques de valor abaixo do limite estabelecido, o lançamento é efetuado às
17h30.
No sistema atual, não há um modelo específico para transferência interbancária de
fundos de grande valor. Dessa forma, cheques de grande valor se misturam aos de
pequeno valor.
 
Câmbio - Sistema de Câmbio
 
Sistema em que são realizadas as transações interbancárias com moeda estrangeira.
A liquidação é defasada - ou seja, ocorre geralmente dois dias após a negociação - e
pelo valor bruto de cada transação, uma a uma.
A liquidação em moeda nacional é feita nas contas Reservas Bancárias.
 
Câmaras de Compensação
 
No sistema atual, as câmaras de compensação atuam apenas como processadoras, ou
seja, não dispõem de mecanismos para administrar riscos.
Dessa forma, o risco inerente aos bancos que liquidam as operações financeiras é
suportado diariamente pelo Banco Central.
 
Câmaras de Compensação de Cheques
 
Nesta câmara são compensados mensalmente cheques e DOCs no valor médio total de
R$ 257 bilhões.
Estes instrumentos de pagamento são adequados para operações de varejo, mas, no caso
brasileiro, diante da ausência de alternativas, são largamente utilizados para a liquidação
de obrigações de alto valor.
O convívio de instrumentos de pagamento de baixo e alto valor num mesmo local não é
apropriado.
 
 
 
 
 
Câmaras de Compensação de Cheques - Operações de Varejo
 
As câmaras para o varejo são desenhadas com atenção especial ao custo de transação,
que se elevaria com a eventual exigência de garantias.

Câmaras de Compensação de Cheques - Obrigações de Alto Valor


 
As câmaras para grandes valores têm foco no gerenciamento de riscos, com a exigência
de garantias e o estabelecimento de limites aos bancos.
 

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL


AULA 03
 
PRODUTOS FINANCEIROS I
 
 
O mercado bancário presta os mais variados serviços a seus
clientes, conforme as suas necessidades.
De acordo com a sua atuação, os bancos buscam alguns clientes,
existindo uma segmentação informal de mercado, a saber:
· Bancos de varejo — são aqueles que trabalham com o grande público, com
grande número de clientes, independente de sua importância;
· Bancos de atacado — são aqueles que trabalham com poucos e grandes
clientes;
· Bancos de negócios — são aqueles que se dedicam à intermediação de
grandes operações, as chamadas engenharias financeiras.
Alguns bancos realizam uma segmentação interna de sua atuação,
estabelecendo atendimentos específicos, como por exemplo:
· Corporate bank — atendimento a grandes empresas;
· Private bank — atendimento a clientes selecionados como pessoas físicas de
altíssima renda ou elevado patrimônio;
· Personal bank — atendimento a clientes selecionados conforme a sua renda,
como pessoas físicas com renda alta e médias empresas.
Entende-se por produtos bancários aqueles serviços prestados ao cliente
cuja remuneração é obtida pelo banco através do float ou pela cobrança de tarifas. Float
consiste na permanência em poder dos bancos dos recursos transitórios dos clientes.
Assim, o banco fica com a remuneração destes recursos enquanto os mesmos não são
colocados ã disposição de seus clientes. Com a queda da inflação, a receita alcançada
pelo float caiu significativamente, obrigando aos bancos a aumentarem as suas tarifas.
A cobrança das tarifas bancárias encontra-se liberada, ficando vedada à
cobrança de tarifa apenas para os seguintes serviços:
· fornecimento de cartão magnético ou de um talão de cheques, com 20 folhas
por mês; a escolha é do cliente;
· substituição de cartão magnético;
· entrega de cheque liquidado até 60 dias da sua liquidação;
e devolução de cheque, exceto por insuficiência de fundos;
· fornecimento de um extrato mensal;
· manutenção de contas de poupança, contas relativas a ações judiciais ou de
depósitos de ações de consignação em pagamento.
Passemos agora a analisar os principais produtos bancários.
 

 
 
DEPÓSITO À VISTA - CONTA CORRENTE
 
Este produto é exclusivo dos bancos comerciais.
Trata-se de uma captação de recursos do cliente. A quantia captada é registrada em uma
conta corrente, podendo ser movimentada de diversas formas, como através de
depósitos, saques em dinheiro, emissão de cheques, ordens de pagamento, DOC etc.
O Doc, documento de crédito, e utilizado para pagamentos ou depósitos
entre bancos, mesmo estando em praças diferentes, ou seja, é utilizado para transferir
recursos de um banco para a conta corrente de um outro banco.
A ordem de pagamento é utilizaria para pagamentos ou depósitos dentro do
mesmo banco, para agências em praças diferentes.
CHEQUE
 
O cheque é uma ordem de pagamento a vista, considerando-se
não-escrita qualquer menção em contrário. Por isso se diz que, legalmente, não existe o
chamado cheque pré-datado. O cheque pré datado possui a característica de uma nota
promissória. e não de um verdadeiro chec1ue.
O cheque deve ser apresentado no prazo de 30 dias quando emitido no
mesmo lugar onde tiver que ser pago, e de 60 dias, quando emitido em lugar diverso.
O cheque, quando cruzado, não pode ser descontado; apenas depositado.
Através da Resolução do Banco Central n. º 2537 de 26 de agosto de
1908, o Conselho Monetário Nacional estabeleceu que os bancos passassem a incluir
nos formulários de cheques fornecidos a titulares de contas de depósitos, em se tratando
de pessoas físicas, o numero, o órgão expedidor e a sigla da unidade da federação
referente ao documento de identidade constante da ficha-proposta e, tanto para pessoas
físicas quanto para pessoas jurídicas, a data de abertura da respectiva conta de
depósitos.
 
Compensação de Cheques e outros papéis
 
O serviço de compensação de cheque e outros papeis e regulamentado pelo
Banco Central e executado pelo Banco cio Brasil.
O serviço é realizado entre bancos, na câmara de compensação cio Banco cio
Brasil, permitindo a cobrança de cheques, a transferência de fundos, o pagamento de
títulos (fichas de compensação) e outras obrigações.
O prazo de compensação dependerá se realizado entre cidades integrantes da
mesma câmara de compensação ou entre cidades de diferentes câmaras, caso no qual
ocorrerá a compensação na câmara nacional.
O prazo de compensação também dependerá do valor do cheque sendo dividido
em duas categorias, quais sejam: cheques maiores ou menores do limite estabelecido
pelo Banco Central. Esse limite é, hoje, (02/98) de RS 300,00.
Eduardo Fortuna (1997) apresenta o seguinte quadro que demonstra os
prazos de compensação dos cheques:
 
Operação Cheques maiores Cheques menores
depositados em D depositados em D
Troca na câmara de Até às 24h do dia D De 7:30 às 12:00 de D+1
compensação
Processamento nos Até às 2h do dia D+1 Até às 2h de D+2
computadores dos bancos
Posição financeira dos Até às 2h de D+1 Até 11h de D+1 (prévia)
bancos Até 2h de D+2 (definitiva)
Devolução de cheques Até às 17h de D+1 Até às 17h de D+2
Saldo contábil do banco D D
recebedor
Reserva bancária no banco D+1 D+1
recebedor
Saldo disponível na conta D+1 D+2
do cliente saque em cheque
Saldo disponível na conta D+2 D+3
do cliente saque em R$

Está sendo implantada a compensação automatizada onde os bancos


substituem papéis por meios magnéticos.
 
A devolução dos cheques pode ocorrer por um dos seguintes motivos:
· insuficiência de fundos;
· divergência ou insuficiência na assinatura do emitente;
· irregularidade formal ou erro no preenchimento;
· contra-ordem do emitente, chamado de bloqueio;
· encerramento de conta.
 
COBRANÇA DE TÍTULOS
Através da cobrança de títulos os bancos estreitam a sua ligação com as
empresas e engordam n aplicações dos recursos transitórios.
A cobrança bancária é realizada através de um boleto que substitui
duplicatas. notas promissórias e outros títulos.
A cobrança bancária é realizada quase que totalmente através de
cobrança escritural. seguindo o procedimento que se segue:
· o cliente transmite aos bancos os dados dos títulos a serem cobrados por via de
meios magnéticos ou diretamente através de computadores;
· o banco emite os boletos ou bloquetes em nome do sacado (o devedor do titulo)
e os envia:
· após o pagamento pelo sacado, o banco informa seu cliente, e credita o valor
cobrado na conta corrente.
O prazo em que o recurso é depositado na conta do cliente é acenado
entre banco e cliente. Quando os índices de inflação eram altos, a remuneração desse
serviço prestada pelos bancos era realizada através do float, ou seja, pelo tempo em que
o banco ficava com o recurso antes de transferir para o cliente. Atualmente, os bancos
cobram tarifa por esse serviço.
O pagamento do boleto bancário pode ser realizado pelo sacado em
qualquer banco a chamada ficha de compensação desde que seja efetuado até a data de
vencimento. Assim, quando o banco que recebeu o pagamento for diverso daquele que o
emitiu, esse papel deverá ir para a câmara de compensação.
 
 
PAGAMENTO DE TÍTULOS E CARNÊS
 
Através desse serviço, o cliente informa os dados de seus pagamentos
para o banco. Com esses dados o banco organiza e executa os pagamentos nas
respectivas datas de pagamento.
É utilizado para o pagamento de débito em conta das tarifas de serviços
públicos, como telefone. energia elétrica e água.
 
 
COFRES DE ALUGUEL
 
Consiste na cessão de um cofre localizado no banco, para a guarda de
bens e documentos por parte do seu cliente. Este serviço é executado através de um
contrato de prestação de serviço.
 
 
TRANSFERÉNCIA AUTOMÁTICA DE FUNDOS
 
Consiste no serviço prestado ao cliente quando, por necessidade, ele
possui mais de uma conta corrente em uma ou mais agências do banco.
O cliente informa em que conta deseja manter saldo, e, automaticamente,
ao final do dia, o banco movimenta as contas do cliente, de forma a zerar o saldo de
suas contas, concentrando o saldo na conta (ou contas) desejadas.
 
ARRECADAÇÃO DE TRIBUTOS E TARIFAS PÚBLICAS
 
São serviços prestados as instituições publicas, através de acordos e convênios
específicos, para efetuar a arrecadação e repasses desses tributos e tarifas.
Os prazos de retenção dos produtos arrecadados, os fluxos de
documentos e as formas e prazos de resgate são específicos para cada tributo ou tarifa.
 
 
CONTRIBUIÇÃO PROVISÓRIA SOBRE MOVIMENTAÇÕES FINANCEIRAS
— CPMF
O Imposto Provisório sobre Movimentações Financeiras (1PM E), que vigorou
de janeiro a dezembro de 1994, fez incidir uma alíquota de 0,25% sobre o valor de
qualquer movimentação financeira, ou seja, saques efetuados em contas correntes,
cadernetas de poupança e demais aplicações financeiras.
Entre janeiro de 1997 e janeiro de 1999, o Governo Federal retomou a
cobrança deste tributo não mais como imposto, mas como contribuição para o
Ministério da Saúde, com o nome de Contribuição Provisória sobre Movimentações
Financeiras (CPMF), e percentual de 0,20%.
A partir de junho de 1999, mais uma vez o Governo retomou a cobrança
da CPMF, com percentual de 0,38% por 24 meses e de 0,30% pelos 12 meses seguintes.
Foi autorizada a criação de uma caderneta de poupança trimestral para
pessoas físicas, incluindo um acréscimo na remuneração equivalente a CPMF, desde
que o valor sacado clã caderneta de poupança tenha permanecido em depósito pelo
prazo mínimo de três meses, válido até o fim da
vigência da CPMF.
O Banco Central regulamentou, também, a redução a zero da CPMF
quando ocorrer transferência de recursos de contas correntes de depósitos, contas de
poupança, contas correntes de depósitos judiciais e de depósitos de consignação de
pagamento para créditos em conta corrente de depósito ou conta de poupança dos
mesmos titulares. Para a transferência deve ser utilizado o “Doc D“ ou cheque
administrativo nominativo
 
 
HOME/OFFICE BANKING

O home banking consiste basicamente em toda e qualquer ligação entre o


computador do cliente e o computador do banco.
Através do home baking, o cliente, sem sair de sua casa, pode ter
informações sobre o saldo e a movimentação de sua conta, podendo, ainda, realizar
pagamentos ou transferências. Pode também solicitar talões de cheques, inclusão ou
alteração de títulos em cobrança, realizar aplicações e resgates em suas aplicações.
O office banking é o mesmo serviço prestado pelo banco, só que refere-
se a empresas, pois o cliente não necessita sair do seu escritório. Por isso, os dois termos
são utilizados como sinônimos. visto tratarem do mesmo serviço.
A comunicação é feita via linha telefônica, através de modem, utilizando-
se da Internet ou de outra rede.
Este segmento vem se desenvolvendo em ritmo crescente, conforme a
evolução tecnológica.
 
 
ELETRONIC DATA INTERCHANGE (EDI)
 
Os meios usuais de troca de documentos entre empresas, como telex, malote ou
correio, já estão sendo substituídos pela transferência de arquivos entre computadores, o
EDI.
Os dados que trafegam na rede são criptografados, acessados por uma senha
especial, e comprimidos durante sua transmissão, para reduzir os custos.
Com o EDI, uma operação comercial que poderia levar dias ou semanas,
em função do trânsito dos papéis e da distância, passa a ser automatizada e efetivada em
minutos, além de poder ser programada por um longo período de tempo.
A rede EDI liga, basicamente, cinco tipos de empresas: a empresa
compradora, a empresa vendedora, o banco duo cobra e/ou desconta as duplicatas, a
transportadora das mercadorias e a seguradora que protege a carga. O que une todas as
pontas é a caixa postal, um espaço no computador central onde ficam guardados os
dados de cada envolvido.
 
 
REMOTE BANKING
 
O remoto banking consiste no atendimento remoto do cliente pelo banco,
isto é, o atendimento fora da agência bancária. Esse conceito encontra-se tão difundido
que, atualmente, já existem bancos sem agências, realizando todo o atendimento cio seu
cliente de forma remota.
Os principais serviços prestados pelos bancos de forma remota são:
 
· Saques de Dinheiro — através de caixas eletrônicos 24 horas, através de redes
de lojas ou postos de gasolina, através do envio de recursos em domicílio, etc.
· Depósitos — através de caixas eletrônicos 24 horas, através de caixas
coletoras, através da busca dos recursos na casa dos clientes.
· Entrega em domicilio de Talões de Cheques.
· Débito automático em conta corrente de concessionárias de serviços
públicos.
· Troca de informações entre cliente e banco através do home/office
banking.
 
Esse conceito encontra se tão difundido que, atualmente, já existem
bancos sem agências. realizando todo o atendimento do seu cliente de forma remota,
combinado com os recursos do home/office banking, é o chamado banco virtual.
 
 
CADERNETA DE POUPANÇA
 
A caderneta de poupança é um produto exclusivo das Sociedades de Crédito
Imobiliário (SCI) das carteiras imobiliárias dos bancos múltiplos, das associações de
poupança e empréstimo e das caixas econômicas.
Os recursos das cadernetas de poupança devem ser aplicados de acordo
com regras pré-estabelecidas pelo Banco Central e que, conforme as variáveis
econômicas do momento, podem ser alteradas.
Atualmente é remunerada pela TE da data de aniversario mais os
tradicionais 0,3% ao mês.
Ela recebe depósitos de pessoas físicas e jurídicas. A abertura pode ser
feita em qualquer dia do mês, sendo que as contas abertas nos dias 29, 30 e 31 começam
a contar rendimento a partir do dia l. º do mês seguinte.
A remuneração é mensal para as pessoas físicas e jurídicas sem fins
lucrativos. Para pessoas jurídicas com fins lucrativos, o rendimento é trimestral.
Atualmente, as aplicações em caderneta de poupança cio pessoas físicas e
jurídicas nãotributadas com base no lucro real estão totalmente isentas de impostos. As
pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real serão tributadas apenas na
declaração de rendimentos.
Além disso, as cadernetas oferecem seguro sobre valores depositados em
coso de morte ou invalidez por acidente do titular.
Atualmente, os bancos, em função da concorrência, vêm criando
alternativas e facilidades para a poupança, que viabilizem um aumento da liquidez e da
facilidade de movimentação das cadernetas como, por exemplo:
· depósitos e saques diretos pela conta corrente;
· aplicação e resgate pelo telefone;
· mesmo número e senha da conta corrente;
· programação do investimento por períodos de até um ano,
bastando informar datas de aplicação e resgate;
· possibilidade de abertura de até 28 sub-contas dentro de uma
única conta.
 
Existem outros tipos de caderneta de poupança, tais como: caderneta de poupança
programada caderneta de poupança de rendimentos crescentes, caderneta de poupança
vinculada e caderneta de poupança rural, também chamada de caderneta verde.
 
PRODUTOS DE CAPTAÇÃO
 
A captação consiste na obtenção de recursos pelos bancos junto a seus clientes. Com
esses recursos os bancos podem emprestar a outros clientes. A diferença entre a taxa de
juros paga na captação dos recursos e a taxa de juros cobrada nos empréstimos é
chamada de spread, consistindo a principal fonte de lucro das instituições financeiras,
bem como a principal função econômica dos bancos.
As instituições financeiras possuem a chamada mesa de operações, onde
centraliza a maioria de suas operações que envolvam a definição das taxas de juros.
Essa mesa de operações é que define as taxas de juros de captação e de empréstimo.
A mais tradicional fonte de recursos para os bancos consiste nos depósitos à
vista em conta corrente. O banco não paga nenhuma remuneração para seus correntistas,
podendo emprestar a parte dos recursos que não necessitam ser depositados junto ao
Banco Central, ganhando, assim a totalidade da taxa cobrada no empréstimo.
Além dessa forma de captação, os bancos captam recursos através de alguns
títulos de sua emissão. Para o cliente é vantajoso comprar esses títulos para obter uma
remuneração para seus recursos que encontram-se disponíveis. Para os bancos, o valor
captado pode ser emprestado, lucrando com o spread das taxas de juros.
Os principais mecanismos de captação de recursos pelos bancos junto a
seus clientes serão tratados a seguir
 
Certificado de Depósito Bancário (CDB) e Recibo de Depósito Bancário (RDB)
 
São os títulos mais antigos e mais utilizados para a captação de recursos pelos
bancos comerciais, sendo oficialmente conhecidos como depósitos a prazo.
Podem ser emitidos com juros prefixados ou pós-fixados, conforme o valor de
resgate já esteja definido no momento da aplicação ou dependerá da variação de algum
indexador.
A partir de agosto de 1999 o prazo mínimo de emissão do CDB pré-fixado
passou a ser de 1 dia, enquanto que para o CDB pós-fixado esse prazo passou para 30
dias. Porém, os títulos emitidos com menos de 30 dias estão sujeitos a tributação
regressiva pelo IOF, ou seja, quanto menor o prazo maior a alíquota do IOF.
Findo o prazo de vencimento ocorre o resgate do titulo, podendo ser renovado,
nunca prorrogado, isto é, deve ser emitido um novo titulo sob novas condições acertadas
em comum acordo.
O CDB pode ser resgatado antes do prazo final, porém, a instituição
exige um deságio para a realização dessa operação. Já o RDB pode ser resgatado antes
cIo vencimento; porém, nesse caso, só será devolvido o valor aplicado sem nenhum
rendimento.
Como as aplicações no overnight de pessoas jurídicas não-financeiras são
proibidas pelo Banco Central, os bancos realizam contratos de gaveta (side letters), não
autorizados pelo Banco Central, porém muito utilizados. Através destes contratos, o
banco emite CDB prefixado, porém garante. através do contrato de gaveta, o resgate
antes do vencimento no momento que o cliente desejar. Através deste contrato, o banco
garante também uma porcentagem do rendimento do CDI (entre 90 e l00%), ao invés da
taxa do CDB.
Existe também o CDB Rural, que consiste na captação de recursos
destinados aos financiamentos agrícolas. As regras de emissão são idênticas à do CDB
comum, porem, obrigatoriamente, os recursos captados devem ser destinados ao
financiamento da comercialização de produtos agropecuários ou ao financiamento de
máquinas e equipamentos agrícolas. Essa vinculação é obrigatória e deve ser
comprovada ao Banco Central.
 
 
Letras de Câmbio
 
Representam títulos de captação emitidos pelas sociedades de crédito,
financiamento e investimento, as chamadas financeiras.
Esses títulos só podem ser emitidos quando as financeiras realizam um
empréstimo para algum cliente. Através deste empréstimo, a financeira emite uma letra
de câmbio que tem como sacador (devedor) o tomador do empréstimo. A financeira
lança esse titulo no mercado para obter recursos para a realização de novos
empréstimos.
As Letras de Câmbio possuem os mesmos prazos mínimos e condições dos
CDB.
 
Letras Hipotecárias

São títulos emitidos pelas instituições financeiras autorizadas a conceder créditos


hipotecários.
São emitidos com juros fixos e flutuantes, com prazo mínimo de 180 dias. A
garantia consiste na caução dos créditos hipotecários respectivos. Para o controle dessa
garantia, a instituição emitente deve manter controles extracontábeis que permitam
identificar os créditos que servem de garantia às letras hipotecárias emitidas.
 
Letras Imobiliárias
 
As letras imobiliárias são emitidas pelas Sociedades de Crédito Imobiliário ou
pelos Bancos Múltiplos com Carteira Imobiliária.
O prazo de vencimento não pode ser inferior a 12 meses da data de emissão.
A sua emissão deve ser precedida de aprovação pelo órgão competente.
 
Cédula Hipotecária
Consiste em um titulo que se caracteriza por ser uma promessa de pagamento
com garantia real de hipoteca, representando um crédito imobiliário.
A cédula deverá ser sempre nominativa e de emissão do credor da hipoteca a que
estiver relacionada.
O seu prazo de vencimento deve ser vinculado ao prazo da dívida hipotecária.
A cédula pode ser integral, quando representar a totalidade do crédito
hipotecário, ou fracionária, quando representar parte do crédito. A soma das cédulas
parciais não pode exceder o valor total do crédito.
Esse tipo de titulo pode ser emitido por bancos de investimento, bancos de
desenvolvimento, bancos múltiplos com uma destas carteiras e caixas econômicas.
 
PRODUTOS DE EMPRÉSTIMO
 
Como já comentado, os recursos captados pelos bancos são destinados á
concessão de empréstimos para clientes. Os bancos lucram com o spread.
O volume de empréstimos dos bancos está vinculado ao seu patrimônio
liquido, conforme o Acordo de Basiléia, que comentaremos na última unidade deste
trabalho.
Existe uma grande variedade de produtos disponíveis que se diferenciam
em prazos, taxas. formas de pagamento e garantias, conforme veremos a seguir.
 
Hot Money
 
Representa um empréstimo de curtíssimo prazo, ou seja, por um período de 1 a
10 dias.
Para o cliente consiste em uma linha de crédito para o financiamento da
sua necessidade momentânea de recursos.
Normalmente, para os clientes que necessitam rotineiramente deste
crédito, assina-se um contrato fixo de hot money, estabelecendo as regras do
empréstimo, como a taxa, o limite de crédito, as garantias etc. Assim, com uma simples
comunicação, os recursos são transferidos para a conta do cliente, lastreado esse crédito
com uma nota promissória, já assinada quando da celebração cio contrato.
Com a cobrança da CPMF, o custo dessa operação ficou elevado, visto
que essa contribuição é cobrada duas vezes em um prazo muito curto. A primeira,
quando o recurso fica disponível para o cliente, e a segunda vez, quando ocorre o
pagamento do empréstimo.
 
Contas Garantidas/Cheques Especiais
 
Consistem na abertura de uma conta de crédito em valor limite que é
movimentada através de cheques normais. O crédito só é concedido quando o saldo da
conta corrente fica negativo, sendo devolvido assim que voltar a ficar positivo o saldo
da conta corrente.
Os juros sobre estas operações são calculados diariamente, sendo
cobrados no primeiro dia útil do mês seguinte da utilização do crédito. Alguns bancos,
como estratégia de marketing, concedem isenção de juros durante a utilização do crédito
dentro de um determinado período de dias.
Para o cliente, esses produtos representam uma liquidez imediata sem
nenhuma burocracia. bastando a emissão do cheque. Para o banco, representam um
ótimo instrumento mercadológico; porém, obrigam o banco a manter parte de seus
recursos sem aplicação á espera de eventual utilização pelo seu cliente. Por isso as taxas
de juros cobradas nessas contas são muito altas.
 
Desconto de Títulos
 
Baseia-se no adiantamento de recursos aos clientes sobre valores de títulos,
como duplicatas e notas promissórias.
Através dessa operação, o cliente pode antecipar o seu fluxo de caixa,
antecipando o recebimento do titulo.
O banco realiza uma seleção dos títulos para desconto, procurando evitar a
inadimplência.
Caso o devedor não pague o titulo no vencimento, o cliente é responsável pelo
pagamento, pagando inclusive os encargos como multa e juros de mora; assim, o banco
pode cobrar de seu cliente, ficando este com o direito de cobrar do devedor. Esta
possibilidade do banco de cobrar de seu cliente é chamada de direito de regresso.
Além das operações de desconto de títulos, também são realizadas operações de
desconto sobre recibos de venda de cartões de crédito e sobre os cheques pré-datados.
Esses direitos ficam garantindo o empréstimo concedido.
 
Crédito Direto ao Consumidor (CDC)
 
Representa o financiamento concedido por uma financeira para a aquisição de
bens e serviços por seus clientes.
O bem adquirido serve como garantia da operação, quando for possível,
ficando à financeira vinculado pela alienação fiduciária, através do qual o cliente
transfere para a financeira a propriedade do bem até o pagamento do empréstimo:
porém, a posse direta do bem permanece com o cliente.
Os recursos para esse tipo de operação, tradicionalmente, são as letras de
câmbio. Mas cada vez mais os recursos destinados a esse financiamento originam-se da
emissão de CDB, quando o emitente e financiador são um banco múltiplo.
Os prazos máximos e mínimos dos CDC são fixados pelo Governo,
conforme a sua política monetária.
A taxa de juros poderá ser pré-fixada ou pós-fixada.
 
Crédito Direto ao Consumidor com Interveniência (CDC-I)
 
São os empréstimos concedidos a grandes empresas clientes dos bancos,
normalmente empresas do comércio, que passam a ser o interveniente para repasse aos
seus clientes de financiamentos vinculados a compra de um bem ou serviço especifico,
amortizáveis em prestações com taxas pré ou pós-fixadas, ou seja, a empresa assume o
risco dos clientes perante o banco, enquanto o banco disponibiliza os recursos para a
empresa financiar seus clientes.
Os prazos e a composição das taxas são idênticos aos do CDC, embora as
taxas sejam menores pelo fato de o banco não assumir o risco do cliente, mas sim do
interveniente.
O risco da operação para o banco passa a ser o interveniente, que assume
o crédito e o era repassando aos seus clientes.
Crédito Automático por Cheque

É o crédito concedido ao cliente preferencial. O banco autoriza previamente um


limite de credito para seu cliente. O correntista realiza sua compra à vista junto à loja. O
cheque é compensado normalmente pelo beneficiário, como outro cheque qualquer. No
entanto, o cliente avisa o banco que deseja financiar esse cheque, estabelecendo em
quantas prestações deseja pagar. Assim, no momento da compensação, o banco
financiará o seu cliente.
Essa modalidade de crédito funciona como um cheque especial, com pagamento
parcelado.
 
Crédito Rotativo
 
É o contrato em que linhas de crédito são abertas previamente para as empresas
utilizarem’ na medida de suas necessidades, de forma semelhante às contas garantidas.
 
Empréstimo para Capital de Giro
 
Operação tradicional de empréstimos vinculados a um contrato
específico, que estabelece prazo. taxas, valores e garantias necessárias. Destaca se pela
destinação dos recursos por parte da empresa que utilizará para suas necessidades de
capital de giro.
O prazo e o plano de amortização é estabelecido de acordo com os interesses da
empresa e do banco.
As taxas de juros dependerão das garantias apresentadas pela
empresa, bem como o volume destas garantias.
 
Vendor Finance

Consiste na operação de financiamento de vendas baseado na cessão de crédito;


assim, a empresa vende seu produto a prazo e recebe o pagamento à vista.
Através dessa operação, a empresa vendedora transfere seu crédito ao
banco, e este financia o comprador, pagando o vendedor à vista.
A principal vantagem dessa operação é fiscal, visto que o financiamento
não é realizado pela empresa vendedora, e sim pelo banco, diminuindo a base de cálculo
para a cobrança dos impostos.
Devido a um acordo entre o banco e a empresa vendedora, o crédito é
obtido rapidamente. sem necessidade da analise do risco de crédito, visto que a empresa
vendedora garante liquidação do financiamento.
Essa operação é um financiamento das vendas da empresa; porém, a
empresa vendedora pode conceder descontos ou prazos maiores de pagamentos.
Os bancos reduzem a burocracia dessa operação através cIo
estabelecimento de limite de crédito para a empresa vendedora, bem como a celebração
de um contrato que cobrirá todas as operações a serem realizadas.
 
 
 
 
Compror Finance
 
É uma operação semelhante ao vendor, que ocorre quando pequenas indústrias
vendem para grandes lojas comerciais. Neste caso, em vez de o vendedor (indústria) ser
o fiador do contrato, o próprio comprador é que funciona como tal
 
Cessão de Créditos
 
São as operações entre instituições financeiras da mesma espécie, que trocam
entre si responsabilidade por uma determinada operação, normalmente por terem
estourado os limites de crédito, determinados pelo Banco Central em função do
patrimônio da instituição.
Uma instituição financeira pode ceder uma parcela de sua carteira de
crédito, repassando ao comprador uma parte ou quase todo o spread cobrado do cliente.
Se a instituição vende os créditos com coobrigação, isto é, com direito de regresso em
caso de inadimplência do financiado, normalmente há apenas o repasse de parte do
spread. Se não há coobrigação, normalmente todo o spread é transferido ao novo dono
da carteira, pois, afinal, é ele que ficará com o risco de crédito.
A partir de junho de 1997, o Banco Central autorizou a venda de créditos
pelos bancos para empresas não financeiras, com o intuito de melhorar a qualidade dos
ativos dos bancos e/ou seu enquadramento nas regras do Acordo da Basiléia.
 
 
FINANCIAMENTOS PARA INVESTIMENTO - Sistema BNDES
 
O sistema BNDES formado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNIDES) e suas subsidiarias Agencia Especial de Financiamento
Industrial (Finame) e BNDES Participações (BNDESPar) têm como objetivo prestar
colaboração financeira às empresas sediadas no país cujos projetos sejam considerados
prioritários no âmbito das Políticas Operacionais do Sistema BNDES, que estabelecem
as linhas gerais de ação e os critérios para atuação do sistema.
O sistema BNDES opera direta ou indiretamente, neste caso através da
rede de agentes financeiros públicos e privados credenciados, que compreendem os
Bancos de Desenvolvimento, Bancos de Investimento, Bancos Comerciais, Financeiras
e Bancos Múltiplos.
As solicitações de financiamento ao BNDES devem ser iniciadas com
uma consulta prévia, na qual são especificadas as características básicas da empresa
solicitante e cio seu empreendimento, necessários ao enquadramento da operação nas
Políticas Operacionais do Sistema BNDES. Esta consulta prévia deve ser encaminhada
diretamente ou por intermédio de um dos agentes financeiros á Carteira Operacional de
Enquadramento ria Área de Crédito do Sistema BNDES.
O sistema BNDES apóia, nos quatro setores de atividade (Indústria,
Infra-Estrutura, Agropecuária e Comércio e Serviços), os projetos que tenham por
objetivos:
 
· implantação,
· relocalização,
· expansão,
· modernização,
· capacitação tecnológica,
· melhoria de qualidade e aumento de produtividade
· reestruturação e racionalização empresarial,
· exportação de máquinas e equipamentos,
· conservação de energia,
· conservação do meio-ambiente,
· gastos com infra-estrutura econômica e social, e
· participação de capitais privados nos investimentos em infra-estrutura.
 
Para cada setor de atividade estão disponíveis um conjunto de produtos
com valores pré-determinados, condições e participações de acordo com a
caracterização jurídica, o porte e a região do país onde está localizada a empresa
demandadora de recursos.
Os principais produtos oferecidos são:
 
Financiamento à Empresa - Finem,
BNDES Automático,
Financiamento á Marinha Mercante e á Construção Naval,
Finame Automático,
Finame Especial,
Finame Agrícola,
Finame Construção Naval,
Financiamento à Exportação de Máquinas e Equipamentos - Finamex,
Financiamento à Importação de Máquinas e Equipamentos,
Leasing Finame,
Garantia de Subscrição de Valores Mobiliários,
Financiamento ao Acionista - Finac, e
Prestação de Aval e Fiança.
 
Além desses produtos, o sistema BNDES cria, periodicamente, de acordo com as
políticas econômicas e sociais do Governo Federal, programas de atendimento
específicos para determinadas regiões do país ou setores de atividades especificas, como
por exemplo:
 
· Programa Nordeste Competitivo,
· Programa Amazônia Integrada,
· Programa de Expansão ria Suinocultura e Tratamento de seus Dejetos em
Santa Catarina,
· Programa de Informatização dr Empresas e Empreendedores -
Enter/BNDES.
 
As empresas também podem credenciar-se junto ao BNDES para contratar, junto
aos bancos, operações de financiamento de investimento com Títulos de
Desenvolvimento Econômico (TDE). Para obter o credenciamento junto ao BNDES de
uma operação com TDE, o projeto de investimento deve enquadrar-se nos parâmetros
de competitividade industrial e de acréscimo de valor agregado.
Dentro do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade (PBQP), as
empresas já têm à disposição um conjunto de linhas de financiamento para a gestão da
qualidade e produtividade. A coordenação está a cargo do BNDES e as linhas são as que
se seguem:
 
· Sob-programa de Qualidade e Produtividade,
· Linha de Apoio à Gestão da Qualidade (LAGQ)
· fundo Especial de Apoio às Pequenas e Médias Empresas Industriais (Fepemi),
· Recursos Humanos para Desenvolvimento Tecnológico (RHDT),
· Projeto de Especialização em Gestão de Qualidade (PEGQ);
· Programa de Apoio Tecnológico às Micro e Pequenas Empresas (PATME)
· Programa de Apoio à Modernização Organizacional (Gerir).
 
A participação do sistema BNDES incidente sobre o valor total cio investimento
financiável varia por produto e por setor de atividade, podendo ser ampliado em até
10% nos casos em que o empreendimento se localize em região incentivada, respeitadas
as condições específicas de cada setor de atividade.
O custo financeiro dos financiamentos concedidos pelo sistema BNDES
é composto da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) acrescida de um spread para cada
produto, setor de atividade e região, que inclui a comissão do agente repassador, quando
for o caso.
O prazo total máximo (carência e amortização) varia com o propósito e será concedido
de acordo com a capacidade de pagamento do empreendimento, da empresa ou do grupo
econômico.
 
 
Banco do Nordeste do Brasil — BNB
 
Os financiamentos oficiais concedidos pelo BNB têm como funding o Fundo
Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), que tem como objetivo financiar
os setores produtivos privados, promovendo o desenvolvimento, a geração de emprego
e renda e a modernização tecnológica na Região Nordeste. Os diversos programas cio
FNE abrangem as áreas agroindustrial, agropecuária. mineral e industrial. São linhas de
financiamento com estabilidade garantida pela própria Constituição Brasileira e
adequada às necessidades da região.
 
Banco da Amazônia — BASA
 
Os financiamentos oficiais concedidos pelo BASA têm como funding o
Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), que tem como objetivo
atender, necessariamente, aos projetos que se voltem para o desenvolvimento sustentado
e que, comprovadamente, estejam em harmonia com as condições ambientais da região.
 
 
 
 
 
Financiadora de Estudos e Projetos — Finep
 
A Finep funciona como Secretaria Executiva cIo Fundo Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), sendo responsável pela gestão
dos recursos desse fundo e sistematização da sua aplicação em programas e projetos
considerados prioritários pelo Governo Federal.
O FNDCT opera através do financiamento a projetos específicos ou de
repasses mediante linhas de crédito, para apoiar programas e pesquisas, coordenados ou
executados por instituições sem fins
lucrativos. q
 
Ministério da Ciência e Tecnologia — MCT
 
Com o objetivo de estimular investimentos privados em pesquisa e
desenvolvimento tecnológico, decisivos para aumentar o nível de competitividade das
empresas brasileiras, foram criados incentivos fiscais para a capacitação tecnológica da
indústria e da agropecuária.
O Programa de Desenvolvimento Tecnológico Industrial (PDTI) e o
Programa de Desenvolvimento Tecnológico Agropecuário (PDTA) têm por objetivo a
capacitação tecnológica da indústria e da agropecuária brasileiras, visando à geração de
novos produtos, processos ou o evidente aprimoramento de suas características.
 
Sebrae
 
Para atendimento à micro e pequena empresa, a Caixa Econômica Federal (CEF)
fornece recursos ao Sebrae através da linha CEF/ Giro.
A concessão do empréstimo fica sujeita à avaliação do projeto pela
SEBRAE, à disponibilidade de verbas pela CEF e à apresentação de um balanço que
comprove que a empresa tem condições de saldar o débito dentro do prazo previsto.
 
Banco do Brasil — BB
 
Para atendimento á micro e pequena empresa, o Banco do Brasil celebrou
convênio com e Ministério do Trabalho, com a iterveniência do Conselho Deliberativo
do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), para aplicação de disponibilidades
financeiras do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), especificamente em
empreendimentos de micro e pequenas empresas voltados à geração de emprego e
renda.
O Programa de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Mipem) tem a
finalidade de andor mediante a abertura de crédito fixo, projetos de investimento capital
de giro associado que proporcionem a geração de emprego e renda observado que sejam
financiados itens indispensáveis ao empreendimento, inclusive despesas com a
elaboração de projeto e/ou assistência técnica, desde que não ultrapassem ao do valor
dos demais investimentos fixos financiáveis.
O Mipem — Capital de Giro financia o capital de giro de micro e
pequenas empresas o estabelecidas. A aprovação vai depender da disponibilidade de
recursos na agência do Banco do Brasil e da apresentação de um balanço que comprove
que a empresa tem condições de saldar o débito dentro tIo prazo previsto.
O Programa Banco do Brasil de Apoio ao Desenvolvimento
Municipal (Prodem/FAT) tem a finalidade de dar apoio financeiro a projetos de
investimento e capital de giro associado empreendimentos de micro e pequenas
empresas, em municípios onde esteja implantado o Prodem/BB, de forma a manter o
empreendimento no município. evitando seu deslocamento para os municípios maiores.
O Programa de Apoio ao Setor Informal da Economia tem a
finalidade de dar apoio financeiro
ao setor informal da economia, objetivando soa integração ao setor produtivo formal.
Conforme convenio assinado entre o Banco rio Brasil e o Ministério do Trabalho. esta
linha tem por objetivo o financiamento de pessoas físicas que atuem, sob alguma forma,
na área produtiva de maneira informal, estimulando sua formalização para que gere
emprego e renda.
O Programa de Geração de Emprego e Renda (Proger) financia a
abertura ou a expansão de negócios que gerem emprego e renda para o país, utilizando
recursos do FAT. Deve ser apresentado um projeto detalhado demonstrando que o
empreendimento vai gerar novos empregos e comprovar condições de sua amortização
junto ao Banco tIo Brasil no prazo contratado.
 
Repasses Externos
 
De acordo com o esforço e a credibilidade de nossas instituições financeiras no
exterior, são disponibilizadas linhas externas de financiamento.
As mais comuns são as originárias do BID (Banco Interamericano para o
Desenvolvimento) e do IFC (International Finance Corporation), braço financeiro do
Banco Mundial.
Para o financiamento de máquinas e equipamentos de origem norte-
americana, o Eximbank americano oferece linhas de financiamento. Caso a origem do
equipamento seja a Alemanha, a agência Hermes financia a compra; se for de origem
francesa, existe a Coface; e, se for de origem espanhola, a Cesce.
Os organismos multilaterais de crédito financiam ainda empresas através
do BNDES. No BNDES os recursos doBID, por exemplo, compõem uma cesta de
recursos do exterior que é complementada internamente por recursos públicos.
Existem, também, os repasses de recursos de bancos internacionais,
através da Resolução 63 e da Lei 4131. Esses repasses estão referenciados,
normalmente, à Libor.
 
Project Finance
 
O project finance (ou financiamento de projetos) é uma operação
financeira estruturada que permite dividir o risco entre o empreendedor e o financiador,
os quais serão remunerados pelo fluxo de caixa do empreendimento após sua
implantação.
A grande vantagem do project finance é a ruptura da abordagem
tradicional, centrada na empresa que busca financiamento para a implantação de um
projeto, e a adoção de um conceito mais amplo, o do empreendimento com vários
participantes. Caracteriza-se como uma parceria de negócios em risco e retorno.
Geralmente, o project finance é efetivado por uma Special Purpose Company
(SPC), ou Empresa de Propósito Especifico, criada para atender ao projeto com a
finalidade de isolar o empreendimento dos demais ativos do empreendedor, reduzindo
desta forma o risco dos seus acionistas.
O project finance é muito importante sob o ponto de vista operacional,
pois envolve vários parceiros, diversificando a origem dos recursos alocados ao projeto
e proporcionando condições para um retorno mais seguro dos créditos concedidos. Por
ser muito cara, a estrutura de um contrato de project finance só se viabiliza para projetos
de valor elevado, com o envolvimento de um sindicato de bancos ou organismos
multilaterais de crédito.
 
Financiamento Imobiliário
 
Existem financiamentos disponíveis através do Sistema Financeiro de
Habitação (SFH) levados aos clientes pelas sociedades de crédito imobiliário, bancos
múltiplos que dispõem de carteira imobiliária e caixas econômicas.
Através desses financiamentos podem ser financiados imóveis novos ou
usados, até no máximo de 70% do seu valor e desde que a prestação não ultrapasse 30%
da renda familiar do mutuário.
 
Dinheiro de Plástico
 
Existe uma série de alternativas de dinheiro de plástico no mercado,
facilitando a rotina das pessoas representando uma redução nos custos das operações e
um incentivo ao consumo.
Os principais são:
a) Cartões Magnéticos. São utilizados para que os clientes realizem as operações
bancárias nos caixas dos bancos, nos caixas eletrônicos e nos terminais 21 horas. Podem
ser utilizados também para a realização de transferência eletrônica de fundos em
estabelecimentos comerciais que possuem terminais eletrônicos. Cada vez mais esses
cartões substituem o papel moeda e o cheque.
b) Cartões de Débito. Geralmente emitidos por lojas de departamento para serem
utilizados para a aquisição de bens ou serviços. A vantagem, para o recebedor, é a
garantia de crédito previamente aprovado, enquanto que, para o usuário do cartão, ele
passa a ter o status de cliente preferencial. Geralmente ocorre a cobrança de juros entre
o momento da compra e o pagamento do saldo devedor. Porém, podem oferecer taxas
mais baixas, alguns dias de carência ou outras vantagens.
c) Cartões de Crédito. Utilizados para a aquisição de bens ou
serviços em estabelecimentos credenciados, servindo como importante estimulo ao
consumo. No período entre a compra e o vencimento cio cartão não incide juros. No
vencimento, o usuário pode financiar parte do total do débito, incidindo juros sobre a
parte não paga a partir deste momento. Podem ser para utilização apenas no mercado
nacional, ou ainda para utilização internacional. A cobrança dos gastos no exterior é
realizada em dólar, cuja conversão deverá ser feita pela taxa do dólar turismo do dia do
pagamento rIa fatura. Essas despesas no exterior sofrem a incidência de 10W. As
operadoras existentes são Visa, Mastercard, Diners e American Express. As
administradoras de cartões de crédito são instituições não financeiras que realizam a
intermediação entre os portadores de cartões. os estabelecimentos afiliados, as
operadoras e as instituições financeiras.
d) Cartões de Afinidade. São cartões de crédito onde organizações
beneficentes, associações. clubes e outras instituições exibem sua marca ou logotipo. O
produto apresenta todas as características de uru cartão de crédito comum, com a
vantagem de oferecer algo especial. Parte do faturamento da operadora de cartão de
crédito reverte para a entidade que empresta sua marca. Quando o cartão é emitido por
uma empresa reconhecida é chamado de cartão co-branded, trazendo vantagens
específicas para seus associados.

e) Cartões co-branded. São uma variação dos cartões de afinidade, emitido por
uma empresa reconhecida no mercado, principalmente montadoras de veículos (Fiat,
GM), redes de varejo (Pão de Açúcar) e companhias aéreas TAM, Varig), em
associação com uma operadora e um banco específico. Traz vantagens específicas para
seus associados como, por exemplo, oferecer programas de incentivos, bônus, descontos
ou milhas.
f) Cartões Inteligentes. Cartões dotados de processador e módulo
de memória. Podem incluir múltiplas funções, como realizar diversas operações
financeiras, atualizações de valores e outras aplicações não bancárias, como agenda
eletrônica, ficha médica, carteira de documento etc.
Cartões de Valor Agregado. Consistem em uma das aplicações dos cartões
inteligentes. funcionando como um autêntico dinheiro eletrônico. O usuário vai ao
banco e deposita em seu cartão uma determinada quantia, passando a utilizar o cartão
para o pagamento de suas despesas como se fosse papel-moeda. Esse sistema está sendo
utilizado em alguns países com o objetivo de substituir o papel-moeda.
 
 
 
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
AULA 04
 
PRODUTOS FINANCEIROS – II
 
 
Leasing ou Arrendamento Mercantil
 
É uma operação realizada mediante contrato, onde o dono do bem (arrendador) concede
a alguém (arrendatário) a utilização do mesmo, por prazo determinado, em troca do
recebimento de prestações periódicas
No aspecto financeiro, é uma operação de médio a longo prazo, podendo o contrato
incluir cláusula onde se admite a sua renovação ou compra do bem pelo arrendatário
(opção de compra), ao final do seu prazo de vigência.
Ao término do contrato, o usuário tem a opção de compra do bem, pelo valor residual
garantido. O percentual do valor residual é predefinido em contrato pelo qual será
exercida a opção de compra no final. A empresa de leasing chega ao valor residual
garantido com base no prazo da operação e no de depreciação do bem.
O leasing financia integralmente, a longo prazo, qualquer bem móvel ou imóvel novo
ou usado, de fabricação nacional ou estrangeira, não necessitando a empresa se
descapitalizar , uma vez que o custo do leasing será lançado como despesa operacional,
fato que irá permitir a modernização constante do equipamento, através da sua
substituição logo que se torne obsoleto.
 
O leasing define-se como o ter sem comprar, uma vez que o lucro vem da utilização do
bem e não da sua propriedade.
 
Pode ser usado em leasing qualquer bem que possa ser classificado como ativo
imobilizado das empresas, seja novo ou usado, nacional ou estrangeiro. Os bens mais
usados em operações de leasing são: veículos, tratores, máquinas, equipamentos,
computadores, aviões, navios, imóveis e outros.
Ativo imobilizado é, de forma geral, qualquer bem essencial ao funcionamento de uma
empresa.
 
Tipos de Leasing
 
Leasing Operacional
Operação regida por contrato, praticada diretamente entre o produtor de bens
(arrendador) e seus usuários (arrendatários), sendo aquele o responsável pela
manutenção do bem arrendado ou de qualquer outro tipo de assistência técnica que seja
necessária para seu perfeito funcionamento.
Este tipo de contrato usualmente é encontrado no ramo de equipamento de alta
tecnologia, como telefones, computadores, aviões, máquinas copiadoras.
Diferentemente do leasing financeiro, o arrendatário pode rescindir o contrato a
qualquer tempo, mediante pré-aviso contratualmente especificado.
Esta opção permite a redução de custos para o arrendatário, já que as prestações não
amortizam o bem e ele não tem a opção de compra no final do contrato. Na prática, as
operações de leasing operacional funcionam quase como um aluguel e se o arrendatário
quiser adquirir o bem ao final do contrato, terá que negociar com a empresa de leasing.
As operações de leasing operacional estão restritas às operações de leasing
internacional, que é contrato entre uma pessoa jurídica sediada no País e outra no
exterior.
 
Leasing Financeiro
Trata-se de uma operação de financiamento de médio a longo prazo, com base em um
contrato de bens móveis ou imóveis, onde intervém uma empresa de leasing
(arrendador), a empresa produtora do bem objeto do contrato (fornecedor) e a empresa
que necessita utilizá-lo (arrendatária).
Esta operação se assemelha, no sentido financeiro, a um empréstimo que utilize o bem
como garantia e pode ser amortizado num determinado número de aluguéis periódicos,
considerando o período de vida útil do bem.
Ao final do contrato, que não pode ser rescindido, existem para a arrendatária as
seguintes alternativas:
comprar o bem em questão por um valor residual previamente contratado, conhecido
como valor residual garantido (VRG);
renovar o contrato por um novo prazo, geralmente por taxas mais baixas e tendo como
principal o valor residual;
devolver o bem à arrendadora.
 
O contrato de arrendamento mercantil, que estabelece as condições da operação de
leasing, e os direitos/obrigações de arrendador e do arrendatário, é extenso e complexo,
devido às peculiaridades deste tipo de operação. As despesas adicionais ficam a cargo
do arrendatário, tais como despesas de seguro, manutenção, registro de contrato, ISS
(imposto sobre serviços) e demais encargos que incorram sobre os bens arrendados.
 
Lease Back
É uma derivação do leasing financeiro, pelo qual uma empresa vende bens do seu
imobilizado a uma empresa de leasing e, simultaneamente, os arrenda de volta com
opção de compra exercitável após o término do prazo contratual.
É uma alternativa adequada para empresas com elevado imobilizado, o que obsta à
otimização dos recursos disponíveis, ou como forma de obtenção de recursos para
capital de giro, razão pela qual se tornaram operações privativas das instituições
financeiras.
 
Financiamento de Capital Fixo
Financiamento concedido a pessoas jurídicas para aquisição de máquinas,
equipamentos, veículos e outros bens que possam ser relacionados como investimento
fixo da empresa. Existem linhas de crédito do Governo Federal para fomento da
economia, onde as mais comuns são através do BNDES, FINAME.
 
 
 
 
Caderneta de Poupança
 
É a aplicação mais simples e tradicional, sendo uma das poucas, senão a única, em que
se podem aplicar pequenas somas e ter liquidez, apesar da perda de rentabilidade para
saques fora da data de aniversário da aplicação. É isenta de imposto de renda e é o
único investimento garantido pelo Governo Federal. Sua remuneração é composta pela
valorização da TR (taxa referencial de juros) + 0,5% ao mês.
 
A caderneta de poupança é um produto exclusivo das SCI, das carteiras imobiliárias dos
bancos múltiplos, das associações de poupança e empréstimo e das caixas econômicas.
Os recursos das cadernetas de poupança devem ser aplicados de acordo com regras
preestabelecidas pelo Banco Central e que, conforme as variáveis econômicas do
momento, podem ser alteradas.
 
Cartões de Crédito
 
É um serviço de intermediação que permite ao consumidor adquirir bens e serviços em
estabelecimentos comerciais previamente credenciados mediante a comprovação de sua
condição de usuário. Essa comprovação é geralmente realizada, no ato da aquisição,
com a apresentação de cartão ao estabelecimento comercial. O cartão é emitido pelo
prestador do serviço de intermediação, chamado genericamente de administradora de
cartão de crédito, que pode ser um banco.
 O estabelecimento comercial registra a transação com o uso de máquinas mecânicas ou
informatizadas, fornecidas pela administradora do cartão de crédito, gerando um débito
do usuário-consumidor a favor da administradora e um crédito do fornecedor do bem ou
serviço contra a administradora, de acordo com os contratos firmados entre essa partes.
Periodicamente, a administradora do cartão de crédito emite e apresenta a fatura ao
usuário-consumidor, com a relação e o valor das compras efetuadas.
 
Títulos de Capitalização
 
Os títulos de capitalização são um instrumento com características de um jogo onde se
pode recuperar parte do valor gasto na aposta. Sem a ajuda da sorte, o rendimento será
inferior ao de um fundo ou uma caderneta de poupança. Caracteriza-se, portanto, como
uma forma de poupança de longo prazo, onde o sorteio funciona como um estímulo. É
um produto típico de uma economia estabilizada.
Do valor aplicado pelo investidor, a instituição financeira separa um percentual para a
poupança, outro para o sorteio e um terceiro para cobrir suas despesas.
Assim, nos planos de capitalização de 10 anos, de cada valor da prestação normalmente
10% vão para o sorteio, 15% cobrem as despesas de administração e 75% são poupados
em uma conta que rende TR mais juros de 0,5% ao mês. As primeiras parcelas pagas
costumam destinar-se integralmente ao sorteio e às despesas de administração, sem
nenhum depósito para o aplicador.
 
 
 
Planos de Aposentadoria e Pensão Privados
 
Plano de Aposentadoria é uma opção para complementar a renda do trabalhador ,
através de contribuição que pode ser mensal ou de pagamento único. Previdência
Privada Aberta é a oferecida por bancos e seguradoras, e Previdência Privada Fechada é
a oferecida pelas empresas aos empregados, através da constituição de um fundo de
pensão para o qual contribuem a própria empresa e seus funcionários.
 
Plano de Pensão é uma opção que garante uma pensão ao(s) dependente(s) do titular do
plano, em caso de falecimento ou invalidez do mesmo.

Conceitos dos Planos de Aposentadoria e Pensão:


 
Beneficiário - é a pessoa titular de um plano de previdência privada, indicada para
receber pagamentos relativos a resgates ou benefícios. No caso de morte deste, serão os
indicados por ele na proposta de inscrição.

Benefício - é o pagamento em dinheiro feito pela empresa de previdência ao participante


ou aos seus beneficiários a partir da data de concessão do benefício, conforme proposta
de inscrição.

Benefícios de risco - são os benefícios pagos após a ocorrência de um evento gerador,


podendo ser a invalidez ou a morte do participante.
Contribuição - é o valor que o participante paga à empresa de previdência para custear
os benefícios contratados que serão pagos no futuro.
 
Participante - é a pessoa física admitida para participar no plano, mediante a assinatura
de uma proposta de inscrição.

Período de benefício - período durante o qual o participante, ou seus beneficiários,


recebem os benefícios contratados.

Período de cobertura - é o período durante o qual o participante, ou seus beneficiários,


têm direito a receber os benefícios contratados.

Período de diferimento - é o período compreendido entre a data de ingresso e a data de


saída.
Renda Mensal - é o benefício cujo pagamento é efetuado em parcelas mensais,
diretamente ao participante ou aos seus beneficiários, segundo a periodicidade e o prazo
definidos contratualmente.
Renda Mensal por Prazo Certo - é a renda mensal cujo pagamento só cessa ao final do
tempo estipulado no contrato (prazo certo); se ocorrer a morte do participante antes do
fim deste tempo estipulado, a renda mensal continuará sendo paga aos beneficiários até
o final do prazo contratado.
Renda Mensal Temporária - é a renda mensal cujo pagamento cessa ao final do tempo
estipulado no contrato
Renda Mensal Vitalícia - é a renda mensal cujo pagamento cessa com o óbito do
participante.
Reserva (saldo de reserva) - é o montante formado pela reserva matemática de
benefícios a conceder, constituída com base nas contribuições líquidas efetivamente
pagas pelo participante para o benefício de aposentadoria por sobrevivência, estruturado
em regime financeiro de capitalização, e pelo saldo da conta de excedentes financeiros,
deduzidos os valores de resgates parciais já pagos ao participante pela empresa de
previdência.
 
 
PGBL
Plano Gerador de Benefícios Livres Uma alternativa de complementação de
aposentadoria dentro do objetivo de alongamento do peso de aplicações geradoras do
crescimento da poupança interna. O PGBL ao invés de garantir uma rentabilidade
mínima, oferece ao investidor a rentabilidade do fundo constituído, que pode ser mais
agressivo ou mais conservador.
Repasse integral de rentabilidade - existe somente entre os planos de previdência do tipo
PGBL, é o repasse de 100% da rentabilidade real líquida obtida pela empresa com a
aplicação dos ativos.

Planos de Seguros
 
São aqueles onde uma das partes se obriga para com a outra, mediante o pagamento de
um prêmio, a indeniza-la de prejuízos resultantes de riscos futuros.
PARTES: Seguradora (assume o risco); Segurado (paga o prêmio). EXEMPLO: um
proprietário cobre seu imóvel no seguro contra incêndio, propondo-se pagar a
seguradora uma prestação mensal de R$ 100,00, durante 1 ano, a fim de ser indenizado
do prejuízo correspondente do valor do imóvel, na hipótese de sua destruição pelo fogo.
 
OBJETO do Contrato de Seguro: É o risco que o segurado transfere a seguradora.
Sendo o contrato de seguro aleatório, isto é, tendo como prestação um risco, sob
condição, este somente ocorrera em caso de sinistro (evento futuro, certo ou incerto).
 
ESPÉCIES: a) Sociais: protegem determinadas categorias de Pessoas (seguro
desemprego); b) Privados: de coisas ou Pessoas (marítimos, terrestres, aéreos); c)
Seguros de Pessoas: seguro de vida; d) Seguro de Responsabilidade Civil: indenização
que a seguradora paga a terceiros por responsabilidade do segurado (seguros pagos
pelas empresas de transporte de passageiros).
 
 
Apólice de seguro
Instrumento do contrato de seguro celebrado entre o segurado e o segurador. Da apólice
constarão os riscos assumidos pelo segurador, o valor do objeto segurado, o prêmio
devido e demais cláusulas. O contrato de seguro é aquele pelo qual uma das partes se
obriga com a outra, mediante o pagamento de um prêmio, a indenizá-lo do prejuízo
resultante de riscos futuros, previstos no contrato. A apólice consignará os riscos
assumidos, o valor do objeto segurado, o prêmio devido ou pago pelo segurado e
quaisquer outras estipulações, que no contrato se firmarem.
 
Prêmio
- de seguro: direito do segurador em caso de anulação do seguro:
- de seguro; direito do segurador em caso de pagamento da indenização do sinistro:
- no contrato de dinheiro a risco; estipulação:
Importância que o segurado paga ao segurador, a título de compensação pela
responsabilidade assumida por este no contrato de seguro.
 
Sinistro (s)
Evento de origem humana ou natural, imprevisto e não desejado, que acarreta danos
pessoais ou materiais, suscetíveis de indenização.
São exemplos de sinistros acidentes rodoviários ou aéreos, calamidades públicas,
naufrágios, enchentes etc. No âmbito do contrato de seguro, o sinistro o sinistro é
acontecimento danoso e futuro contra o risco assumido e cujo sucesso investe o
segurado do direito de exigir a indenização prometida na apólice. Não há que
confundir, risco, sinistro e indenização. O risco é o dano em potencial, a possibilidade
de um evento funesto que justifica uma indenização ao segurado; o sinistro é o fato em
si, causador do dano, enquanto a indenização é a avaliação patrimonial do dano a ser
ressarcido.
 
 
TESTES DE FIXAÇÃO

1. É vedada a cobrança bancária de:


a) fornecimento de extrato semanal. d) cópia de cheque
liquidado.
b) compensação de cheque. e) manutenção de conta de
poupança.
c) cheque avulso.
 
2. Assinale a alternativa incorreta:
a) São consideradas como bancos de varejo aqueles que trabalham com um grande
número de clientes.
b) São considerados como bancos de atacado aquelas instituições que operam com
clientes selecionados pela sua renda e patrimônio.
c) Os produtos bancários são aqueles serviços remunerados pelas tarifas bancárias.
d) Float consiste na permanência transitória, em poder dos bancos, de recursos dos
clientes.
e) A cobrança de tarifas bancárias encontra-se liberada, ficando isenta a sua
cobrança apenas em alguns poucos casos.
 
3. O prazo máximo de apresentação de um cheque é de:
a) 30 dias, em qualquer hipótese. d) 30 dias, na mesma praça.
b) 60 dias, na mesma praça. e) 180 dias, em praça diferente.
c) 90 dias, em praça diferente.
 
 
4. Assinale a alternativa incorreta
a) O serviço de compensação de cheques é executado pelo Banco do Brasil.
b) A Câmara de Compensação do Banco do Brasil trabalha apenas com cheques.
c) O Banco Central é responsável pela regulamentação do sistema de compensação
d) O cliente de um banco que depositar um cheque de R$1.000,00 (mil reais), da
mesma praça, terá essa quantia disponível para saque em dinheiro no 20.º dia útil
posterior ao depósito.
e) O cliente de um banco que depositar um cheque de R$100,00 (cem reais), da
mesma praça, terá essa quantia disponível para saque em cheque no 2.º dia útil posterior
ao depósito.
 
5. Assinale a alternativa correta:
a) O cheque é uma ordem de pagamento a vista ou na data nele fixada.
b) A cobrança bancária consista na cobrança pelos bancos das tarifas dos serviços
prestados a seu cliente.
c) A ficha de compensação só pode ser paga em uma das agências do banco
emitente.
d) Os bancos não cobram tarifa pelo seu serviço de cobrança.
Os bancos podem ficar temporariamente com os recursos oriundos da cobrança
bancária.
 
6. Não é um produto de empréstimo de recursos:
a) Hot Money. d) Cheque Especial.
b) Cobrança Bancária. e) Conta Garantida.
c) Desconto de Títulos.
 
7. Assinale a alternativa incorreta:
a) O prazo mínimo de emissão de um CDB é de 90 dias.
b) O RDB pode ser resgatado antes do vencimento.
c) O Certificado de Depósito Bancário e o Recibo de Depósito Bancário possuem
características semelhantes.
d) As Letras de Câmbio não podem ser emitidas pelos bancos.
e) As pessoas jurídicas não-financeiras não podem realizar operações de overnight.
 
8. Assinale a alternativa incorreta:
a) A Cédula Hipotecária é um título emitido com garantia flutuante para obtenção
de recursos para o financiamento imobiliário.
b) A Letra Hipotecária pode ser lançada por qualquer instituição financeira.
c) O prazo mínimo de emissão de uma Letra Imobiliária é de 12 meses.
d) O prazo mínimo de emissão de uma Letra Hipotecária é de 6 meses.
e) A cédula hipotecária terá como prazo de vencimento o prazo da dívida
hipotecária.
 
9. Assinale a alternativa que relaciona, de forma correta, os produtos de empréstimo e
suas respectivas características:
I — Hot Money
II — Crédito Direto ao Consumidor
III — Desconto de Títulos
IV — Vendor Finance
A) E um financiamento utilizado para aquisição de bens e serviços pelo
financiado.
B) E um financiamento baseado no adiantamento de recursos ao cliente
sobre duplicatas e notas promissórias.
C) E um financiamento de curtíssimo prazo.
D) É um financiamento baseado na cessão de créditos das vendas de uma
empresa.
a) I - C; II - A; III - D; IV - B. d)I - D;II - A;III - B;IV - C
b) I - D; II - C; III - B; IV - A. e) I - A;II - D;III - C;IV - B
c) I - C; II – A; III – B; IV - D.
 
10. Assinale a alternativa correta:
a) Cartões Magnéticos são aqueles cartões que possuem informações gravadas em
um microprocessador.
b) Cartões de Crédito são utilizados para realizarem operações bancárias.
c) Cartão de Afinidade é um cartão de crédito.
d) O Cartão Inteligente é muito utilizado no Brasil.
e) O Cartão de Crédito não pode ser utilizado no exterior.
 
 
 
Gabarito
 
1. e
2. c Os produtos bancários são remunerados pelas tarifas e pelo float.
3. d O cheque deve ser apresentado no prazo de 30 dias quando for
depositado na mesma praça onde se encontra a conta corrente que terá o cheque
descontado.
4. b A Câmara de Compensação executa a cobrança de cheques, o
pagamento de títulos, as transferências de recursos etc.
5. e O cheque é uma ordem de pagamento á vista. A cobrança bancária
consiste na cobrança pelo banco de títulos para seus clientes. A ficha de compensação
pode ser paga em qualquer banco até o vencimento. Os bancos podem cobrar pelo
serviço de cobrança. Os bancos podem ficar temporariamente com os recursos de seu
cliente, porém, deve ser acertado antes.
6. b A cobrança bancária é uma prestação de serviço pelo banco,
remunerada por cobrança de tarifa ou pelo float.
7. a O prazo mínimo de uma CDB é de 30 dias, se sua remuneração for pré-
fixada, e de 4 meses, se for pós-fixada.
8. a A cédula hipotecária possui garantia real através de uma hipoteca.
9. c
10. c Os cartões magnéticos possuem informações gravadas em uma tarja
magnética. Os cartões de crédito são utilizados para a compra de bens e serviços. Os
cartões inteligentes ainda são utilizados apenas para testes aqui no Brasil. Os cartões
de crédito podem ser utilizados no exterior, caso sejam um cartão internacional.
 
 
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
AULA 05
 
PRODUTOS FINANCEIROS– III
 
CRÉDITO RURAL
 
 
Crédito rural e o suprimento de recursos financeiros para produtores
rurais ou cooperativas, para aplicação exclusiva em atividades agropecuárias com o
objetivo de financiar o custeio, o investimento, a comercialização e a industrialização do
setor.
 
O crédito rural tem as seguintes modalidades:
 
· custeio agrícola e pecuário — consiste na concessão de recursos para o
ciclo operacional da produção agropecuária, com prazo máximo de financiamento de 12
meses (pecuária) ou 21 meses (agricultura);
· investimento agrícola e pecuário — concessão de crédito para a
realização de investimento fixo no setor, com prazo máximo de 6 anos;
· comercialização agrícola e pecuária — consiste no financiamento do
beneficiamento e da industrialização dos produtos agropecuários, com período máximo
de 180 dias.

As exigências para a concessão do crédito rural são as seguintes:


· idoneidade do proponente, isto é, análise do cadastro do cliente;
· apresentação de orçamento de aplicações nas atividades específicas, com
dados que demonstrem a finalidade do crédito, a cultura a ser financiada e a adequação
das verbas orçadas;
· comprovação da posse direta definitiva ou temporária (ex.: arrendamento
ou parceria) da terra;
· comprovação de recursos próprios necessários para a atividade rural;
· análise da oportunidade, suficiência e adequação dos recursos, ou seja, o
financiamento deve ser concedido na época necessária, no montante suficiente e
destinação à finalidade especifica;
· obediência ao cronograma de utilização e de reembolso;
· apresentação das garantias exigidas para o financiamento;
· fiscalização pelo financiador para verificar a execução correta do
financiamento.
 
O financiado rural fica obrigado a atender a uma série de condições,
como: aplicar o financiamento aos fins ajustados; pagar juros no vencimento; manter em
dia o pagamento de tributos c encargos fiscais.
Ao Conselho Monetário Nacional compete traçar as diretrizes determinantes da
política do crédito rural, bem como o estabelecimento de termos, prazos, juros e demais
condições das operações de credito rural.
Apenas os bancos comerciais e múltiplos com carteira comercial
operam, compulsoriamente, neste segmento através de recursos próprios, oriundos de
25% dos volumes médios dos depósitos a vista e outros recursos compulsórios. Devem
destinar uma parte dos seus depósitos a vista para essa modalidade de crédito; porém
eles têm a possibilidade de deixarem esses recursos junto ao Banco Central sem
remuneração alguma. A maior parte dos bancos privados prefere repassar seus recursos
para o Banco do Brasil realizar esses financiamentos rurais.
O crédito rural também possui como fonte de recurso a
caderneta de poupança rural, o CDB rural e outras linhas e fundos específicos.
O governo criou o Programa Nacional de Agricultura
Familiar (PRONAF) que determina que para os agricultores vinculados a este programa
seja aplicada a equivalência em produto no momento do financiamento. Assim, o
beneficiário deve para o banco o valor equivalente em produto, não importando a
correção aplicada à dívida. Por exemplo, se o produtor tomar recursos equivalentes a
100 sacas de milho, no vencimento, ele deverá pagar ao banco o valor de 100 sacas de
milho na data do vencimento.
Através deste programa, o governo objetiva manter o equilíbrio entre o
crédito rural e o preço mínimo do produto. Esse programa aplica-se para os cultivos
básicos como arroz, feijão, trigo, milho, algodão, mandioca e soja.
Na prática, os bancos evitam emprestar ao PRONAF, pois, temem que os
preços agrícolas não subam o suficiente para cobrir os empréstimos, e não confiam que
o governo arcará com a diferença.
Existem diversas espécies de títulos de crédito rural, a saber:
· Cédula Rural Pignoratícia título lastreado era garantia real representada
por penhor.
· Cédula Rural Hipotecária — título lastreado em garantia real
representada por hipoteca de imóveis.
· Cédula Rural Pignoratícia e Hipotecária título lastreado em garantia
mista de penhor e hipoteca.
· Nota de Crédito Rural - não possui garantia real.
 
Essas quatro primeiras são denominadas, genericamente, como Cédula de
Crédito Rural, diferenciando-se apenas quanto ás características da garantia apresentada
pelo cliente, tendo como características principais: são títulos de crédito; são títulos
líquidos e certos; são títulos causais porque se originam de um financiamento para um
determinado objetivo rural.
· Nota Promissória Rural e Duplicata Rural são títulos que representam
contratos de venda a prazo de produtos agrícolas, sendo títulos líquidos e certos e
podem ser negociados ou endossados a estabelecimentos de crédito.
· Cédula de Produto Rural — é um título diferente de todos os outros
citados porque não garante um financiamento, mas representa um titulo circulatório de
promessa de entrega de produto rural em data futura, especificada no titulo, com
quantidade e qualidade também especificadas. Esse título deve ser registrado no Cetip e
deve estar atrelado a dois tipos de garantia, um seguro agrícola e u seguro bancário. Não
se trata de promessa de pagamento pecuniário, mas sim uma obrigação de entregar o
produto na data futura, na quantidade e qualidade especificadas. E um título que pode
ser negociado livremente ou nas bolsas de mercadorias.
· Certificado de Mercadoria Garantido — é uni título emitido por um
produtor agrícola com emissão garantida por urna instituição financeira e negociado em
uma bolsa de mercadorias. Também não está vinculado a um financiamento, servindo
como forma de captação de recursos pelo produtor. E um título de compra e venda de
commodities agrícolas com fiança bancária, diferenciando assim cio mercado futuro,
porque necessariamente ocorrerá a entrega física das mercadorias ao final da operação.

 
 
Além dos títulos rurais já mencionados, também merecem destaque o
Warrant e o Conhecimento de Depósito, que são títulos de crédito á ordem,
emitidos sobre mercadorias em. depósitos nos armazéns gerais. O conhecimento
de depósito é a prova do contrato de depósito mercantil, representando as
mercadorias depositadas. O warrant é emitido junto ao conhecimento do
depósito, destinando-se a eventuais operações de crédito cuja garantia seja o
penhor das mercadorias.
Pela Resolução 2148 do Banco Central, também chamada de Resolução
63 Caipira, foi permitido às instituições financeiras integrantes do Sistema Nacional de
Crédito Rural (SCR) a captação de recursos no mercado externo, para repasse no país.
destinados ao financiamento de produtores rurais e suas cooperativas, para custeio,
investimento e comercialização de produção agropecuária e, às empresas, agroindústrias
e exportadores, para aquisição de produtos agropecuários diretamente de produtores
rurais, suas associações ou cooperativas e/ou aquisição de CPR registrada na Cetip.
Através do Finame Rural, o BNDES financia a compra de máquinas e
equipamentos para o setor, garantindo até 90% cio investimento total nas regiões
incentivadas e 80% nas regiões não incentivadas. O prazo máximo de amortização é de
7 anos.
Além destes títulos rurais existe o Empréstimo do Governo Federal
(EGF) que visa favoráveis.
Esse empréstimo é viabilizado pelo Banco do Brasil, podendo ser
realizado com ou sem opção de venda. No caso do empréstimo com opção de venda, o
beneficiário pode esperar condições mais favoráveis para a venda de seus produtos, ou
ainda, poderá vender o produto financiado à CONAB. Quando não existe a opção, o
beneficiário não possui a escolha de venda para o CONAB; ele apenas financiará o
armazenamento e a conservação de seus produtos para vendas futuras em melhores
condições de mercado.
O Banco Central estabelece normas gerais sobre o empréstimo. A
CONAB estabelece as normas especificas e o controle dos estoques financiados A
instituição financeira formaliza e controla os financiamentos e as garantias.
O empréstimo com opção somente pode ser transformado em aquisição
pela CONAB por ocasião das amortizações ou liquidação do financiamento.
 
(iam o processo de abertura da economia brasileira, a participação do governo na
proteção cio produto agrícola nacional diminui, principalmente com relação aos EGE
com opção de venda. Dessa forma, nos últimos anos, o governo realizou aquisições em
volumes muito inferiores.
Ao invés da utilização dos empréstimos com opção de venda, o governo
tem utilizado outro mecanismo, qual seja, o Prêmio de Escoamento de Produto
(PEP), onde, através de leilões, o governo banca a diferença entre o preço mínimo do
produto e o preço de mercado. Assim. quanto maior for a procura pelo produto, menor
será essa diferença.
O governo também instituiu o Programa de Garantia da Atividade
Agropecuária (PROAGRO) que tem como objetivo exonerar o beneficiário do
cumprimento das obrigações financeiras em operações de crédito rural de custeio, no
caso de perdas por causas definidas, como fenômenos naturais fortuitos, doenças, pragas
etc.
O PROAGNO é administrado pelo Banco Central com recursos oriundos
de contribuição de seus beneficiários e do orçamento da União. Os agentes desse
programa são as instituições financeiras autorizadas a operar o crédito rural.
O beneficiário para aderir ao PROAGRO deve pagar uma taxa de
participação que incidirá cima cínica vez.
O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
(Pronaf) é um programa de apoio ao desenvolvimento rural com base em uma rede de
agências bancárias que reúne BB. BNB, i3ASA e os Bancos Estaduais. Os recursos são
do FAT e de fundos constitucionais, formados por recursos do recolhimento de
impostos. O Governo Federal também vai pagar a assistência técnica aos pequenos
produtores, ou seja, técnicos do Governo vão preparar, sem custos para o produtor, o
projeto que ele precisa apresentar ao banco para conseguir o financiamento.
O Programa de Geração de Emprego e Renda Rural
(Proger Rural) é semelhante ao Pronaf, mas objetiva o aumento do número de pessoas
empregadas.
Foi criada em junho de 1998 a Linha de Crédito de Investimento para
Agregação de Renda à Atividade Rural (Agregar), ao amparo do Pronaf, com a
finalidade de financiar investimentos que visem o beneficiamento, processamento e
comercialização da produção agropecuária ou de produtos artesanais desenvolvidos por
famílias rurais, de forma isolada ou grupal, ou a exploração de turismo e lazer rural.
Foi instituído em agosto de 1998 o Programa de Incentivo ao Uso de
Corretivos de Solo (Prosolo), ao amparo de recursos administrados pelo BNDES,
destinado ao financiamento de correção de solos, sendo que os itens financiáveis são a
aquisição, o transporte e a aplicação de corretivos.
 
 
TESTES DE FIXAÇÃO

 
1. Assinale a alternativa incorreta:
a) O crédito rural consiste no suprimento de recursos financeiros para
financiamento do custeio, da comercialização, da industrialização e do investimento do
setor agropecuário.
b) O crédito rural é operado pelos bancos comerciais e múltiplos com
carteira comercial.
e) Os bancos privados não costumam operar diretamente o crédito rural,
repassando seus recursos para o Banco do Brasil.
d) O Crédito Rural é concedido aos produtores agropecuários que podem
utilizar livremente os recursos conforme a sua necessidade.
e) O Crédito Rural terá seu prazo fixado conforme a sua destinação ser para
custeio, para investimento ou para comercialização e industrialização.
 
2. Não é um titulo de crédito rural.
a) Certificado de Depósito Bancário Rural. d) Cédula Rural Hipotecária.
b) Certificado de Mercadoria Garantido, e) Duplicata Rural.
e) Cédula de Produto Rural.
 
3. Assinale a alternativa correta:
a) Cédula Rural Pignoratícia é um titulo de crédito rural lastreado em
garantia real, um penhor ou uma hipoteca, ou ambas.
b) Nota de Crédito Rural é um titulo de crédito oriundo de um contrato de
venda e compra a prazo de produto agropecuário.
e) Cédula de Produto Rural é um título que representa uma promessa de
entrega de um produto rural em uma data futura determinada.
d) Certificado de Mercadoria Garantido é um titulo emitido pelo produtor
agrícola, com garantia de uma instituição financeira e negociado em uma bolsa de
mercadorias, vinculado a um financiamento rural.
e) Nota Promissória Rural é um titulo que vincula um contrato de compra e
venda de produto rural com um financiamento rural, podendo ser negociada livremente.
 
4. Assinale a alternativa incorreta
a) No PRONAF, o valor do financiamento está vinculado ao valor do
produto a ser financiado.
b) O PRC)NAF é aplicado para o financiamento de qualquer produto
agrícola.
e) O Empréstimo do Governo Federal (EGF) é realizado apenas através do
Banco do Brasil.
d) O EGF pode ser realizado com opção de venda ou sem opção de venda.
e) O EGF com opção permite que o beneficiário possa vender seu produto á
CONAB na ocasião das amortizações ou liquidações.
 
 
 
 
 
 
Gabarito
 
1. d A concessão do crédito rural se dá com finalidade específica, não
podendo seus recursos serem aplicados em fim diverso. Esta destinação específica é
uma das exigências para concessão do crédito rural; para isso, o financiador possui
poder de fiscalizar a destinação dos recursos ao fim ajustado.
 
2. a O CDB Rural não é um título de crédito rural porque não representa a
concessão de um crédito (empréstimo) rural. O CDB Rural é um CDB como qualquer
outro, com a única diferença: a destinação dos recursos obtidos com a sua venda deve
ser aplicada necessariamente á concessão de crédito rural. Todos os demais títulos
relacionados são títulos vinculados a um financiamento rural.
 
3. c A Cédula Rural Pignoratícia é garantida apenas por penhor. A Nota de
Crédito Rural não está vinculada a uma operação de compra e venda, mas sim a um
financiamento rural; a descrição se encaixa em uma Nota Promissória Rural ou uma
Duplicata Rural. O Certificado de Mercadoria Garantido não está vinculado a um
financiamento. A Nota Promissória Rural representa apenas um contrato de compra e
venda a prazo, não se relacionando a nenhum financiamento.
 
4. b O PRONAF é aplicado apenas para o financiamento de cultivos básicos,
como arroz, feijão, trigo, milho. algodão, mandioca e soja, conforme o Governo
estabelecer.
 
 
 
 
 
 
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
AULA 06
 
GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
 
GARANTIA BANCÁRIA
 
Essas operações são garantias que os bancos prestam em favor de seus
clientes, ou seja. o banco se solidariza com o cliente em riscos por este assumido.
São basicamente dois os produtos de garantias bancárias, a saber: o aval
bancário e a fiança bancária.
O aval bancário é uma obrigação assumiria pelo banco, a fim de garantir
o pagamento de um título de crédito de um cliente. Esta modalidade de garantia exige
que seja dada em um titulo de crédito, nunca em outro instrumento.
O aval pode ser total ou parcial, isto é, pode garantir a divida
integralmente ou apenas parte dela.
O aval pode ser de dois tipos:
 
· aval em preto (completo ou pleno) — traz o nome da pessoa em
favor de quem o aval é dado:
· aval em branco — posto no título sem o nome do avalizado, ou seja, traz
apenas a assinatura do avalista.
 
A fiança bancária é uma obrigação escrita, sendo um contrato através
do qual o banco (fiador) garante o cumprimento de uma obrigação de seu cliente
(afiançado) junto a um credor.
A fiança também pode ser total ou parcial.
O Banco Central estabelece limites para que os bancos concedam fianças
bancárias. Estabelece ainda as situações em que é autorizado aos bancos concederem a
fiança bancária, bem como as situações em que é vedada a sua concessão.
Para que seja concedida a carta de fiança os bancos analisam o crédito do
cliente, negociando caso a caso o valor que o cliente deverá pagar pela concessão da
fiança.
A fiança bancária é concedida por prazo determinado.

Existem várias diferenças entre o aval e a fiança, quais sejam:


· A fiança exige a formalização da obrigação do fiador, enquanto que no
aval basta a assinatura do avalista no titulo de crédito;
· Na fiança a responsabilidade é subsidiária, ou seja, o fiador só responderá
em caso de inadimplência do afiançado, ou seja, a fiança goza do beneficio de ordem,
salvo se existir estipulação em contrário. Já no aval a responsabilidade é sempre
solidária;
· A fiança é dada para garantir contratos, enquanto que o aval é dado para
garantir títulos de crédito;
· A fiança pode ser dada em documento separado, enquanto que o aval só
pode ser dado no próprio titulo.
 
Existem dois outros tipos de garantia utilizados no mercado
internacional, o Bid Bond e a Performance Bond. Essas duas modalidades são garantias
de execução.
 
O Bid Bond garante a oferta na licitação no exterior para o fornecimento de
bens ou serviços, garantindo as condições de venda, o preço, os prazos e as demais
características do contrato.
 
O Perfomance Bond garante a boa execução do contrato quando o ciclo de
produção for longo, protegendo o contratante de eventuais perdas. Utilizado em obras
públicas, fabricação de navios, aviões ou bens de capital, como também garante a
entrega cio produto lá fora com qualidade, no caso das operações de comércio exterior.
 
 
 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇAO
 
 
1. Assinale a alternativa incorreta:
a) O aval bancário é uma obrigação assumida por um banco para garantir o
pagamento de uma obrigação monetária qualquer.
b) O aval em preto é aquele que traz o nome da pessoa a quem o aval é dado.
c) A fiança bancária pode ser total ou parcial, como também o aval bancário.
d) A concessão de fiança bancária obedece a regras fixadas pelo Banco Central.
e) A fiança bancária só pode ser concedida por prazo determinado.
 
2. Assinale a alternativa correta:
a) O aval necessita ser formal.
b) Na fiança a responsabilidade é solidária.
c) O aval só pode ser dado em documento separado.
d) No aval a responsabilidade é subsidiária.
e) O aval é utilizado para garantir contratos.
 
3. Assinale a alternativa incorreta:
a) O Bid Bond garante as condições de uma proposta apresentada dentro de uma
licitação.
b) O aval em branco é dado sem a colocação do nome do avalizado.
c) Na fiança, por acordo das partes, a responsabilidade pode ser solidária.
d) O Performance Bond garante a execução do contrato, protegendo o contratante
de eventuais prejuízos.
e) No aval, por acordo das partes, a responsabilidade pode ser subsidiária.
 
 
 
Gabarito

 
1. a O aval bancário só pode ser dado para garantir uma obrigação
estabelecida em um título de crédito.
 
2. c Para o aval basta a assinatura do avalista no titulo de crédito. A fiança
necessita ser formal. No aval a responsabilidade é solidária, isto é, o credor pode
cobrar do devedor ou do avalista, conforme a sua conveniência. Na fiança a
responsabilidade é subsidiária, isto é, existe um beneficio de ordem; assim, o credor só
poderá cobrar do fiador se não obtiver êxito a cobrança junto ao devedor, O aval é
dado para garantir títulos de crédito; já a fiança é dada para garantir contratos.
 
3. e No aval a responsabilidade é sempre solidária, sendo vedado qualquer
acordo para a modificação da responsabilidade. Isto decorre pela natureza do aval, ou
seja, uma assinatura em um título de crédito.
 
GERENCIAMENTO DE RISCO
 
 
ACORDO DA BASILEIA
 
Este acordo foi assinado na Basiléia, Suíça, pelos bancos centrais dos países que
compõem o grupo dos dez.
Com a globalização da economia, o Conselho Monetário Nacional determinou o
enquadramento do mercado financeiro aos padrões de solvência e liquidez definidos no
Acordo da Basiléia.
Esta Resolução do CMN foi a mais importante mudança realizada no mercado
financeiro nos últimos 30 anos, tendo como principais características o seguinte:
 
· estabeleceu novas regras para o funcionamento, a transferência e a reorganização
das instituições financeiras
 
· especificou os novos limites mínimos de capital e patrimônio líquido para
funcionamento das instituições financeiras
 
· disciplinou a instalação e o funcionamento das dependências das instituições
financeiras
 
· fixou novas regras de determinação do patrimônio líquido ajustado que passou a
ser calculado de forma proporcional ao grau de risco dos ativos de cada instituição.
 
( Anexo: Acordo da Basiléia II - Exposição no BACEN)
 
 
 
 
 
 
PROER
 
O Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro
Nacional (PROER) foi instituído em 1995, com o objetivo de assegurar a liquidez e
solvência do Sistema Financeiro Nacional e resguardar os interesses de depositantes e
investidores.
O PROER pode ser utilizado para a aquisição de controle acionário, a
transferência de controle acionário e a assunção de direitos ou obrigações.
Este programa estabeleceu uma legislação que garantia incentivos e facilidades para
processos de fusões ou incorporações.
Os benefícios concedidos foram, principalmente, os seguintes:
 
· reconhecimento, pelo Banco Central, de 10000 dos créditos da instituição
incentivada contra a União, as chamadas moedas podres;
· permissão para lançar como prejuízo os créditos incobráveis, podendo ser
compensado para efeito de imposto de renda;
· permissão para que o ágio na aquisição das ações seja amortizado como despesa;
· criação de linhas de crédito para o financiamento dos programas de
redução de custos das instituições financeiras;
· autorização para que os novos bancos ultrapassem os limites para manutenção de
imóveis. diversificação de riscos e nível de capitalização;
· eliminação do direito de recesso para os acionistas minoritários, no caso
de fusão, incorporação ou cisão de companhias abertas.
 
Além do PROER, o Governo Federal criou em 1997 o Programa de Incentivo
à Redução do Setor Público Estadual na Atividade Bancária (PROES) com a
finalidade de incentivar os Estados da Federação a reestruturar, privatizar, liquidar ou
transformar os seus Bancos Estaduais em Agências de Fomento, criando, também,
linhas de assistência financeira e facilidades na renegociação das dívidas estaduais com
a União.
 
 
FUNDO GARANTIDOR DE CREDITOS — FGC
 
O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é uma associação civil sem fins
lucrativos que tem como objetivo prestar garantia de crédito contra instituições dele
participante, nos casos de decretação de intervenção, liquidação extrajudicial ou falência
da instituição, ou ainda, quando o Banco Central reconhecer o estado de insolvência da
instituição.
O Fundo Garantidor foi criado com recursos do Fundo de Garantia de Depósitos
e Letras Imobiliárias (FGDLI) e da Reserva para a Promoção da Estabilidade da Moeda
e do Uso do Cheque (RECHEQUE). Ao FGC reverte as multas cobradas dos emitentes
dos cheques sem provisão de fundos, bem como contribuições de seus participantes,
calculadas sobre o montante dos créditos.
O FGC tem como participantes as instituições financeiras e as associações de
poupança e empréstimo.
O FGC garante os seguintes créditos, até o limite de R$ 20.000,00 (vinte mil
reais) por pessoa:
· depósitos à vista;
· depósitos de poupança;
· depósitos a prazo;
 
 
 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
 
1.A proporção de ações preferenciais sem voto em relação às ações ordinárias, nas
companhias
abertas:
a) não poderá ser inferior a 10%. d) não poderá ser superior a 2/3.
b) não poderá ser superior a 30%. e) é estabelecida pelo estatuto social.
c) deverá ser na mesma proporção.
 
 
2.Assinale a alternativa incorreta:
a) A ação preferencial tem direito a voto quando o estatuto é omisso.
b) As ações preferenciais podem ter seu direito de voto retirado pelo estatuto da
sociedade anônima.
c) As ações preferenciais podem não ter o direito a receber dividendos caso o estatuto
social da companhia assim determine.
d) Ações preferenciais podem ter direito a dividendos de, no mínimo, 10% superiores
aos estabelecidos para às ações ordinárias.
e) Uma das vantagens atribuídas à ação preferencial pode ser o direito de percepção
de dividendos prioritários.
 
3.São formas das ações:
a) ordinária, preferencial e escritural. d) ordinária e preferencial.
b) nominativa e endossável. e) escritural e nominativa.
c) nominativa, ao portador e escritural.
 
 
4.Assinale a alternativa incorreta:
a) E objetivo das bolsas de valores manter local adequado para a realização de
operações de compra e venda de títulos e valores mobiliários.
b) E objetivo das bolsas de valores dar ampla e rápida divulgação sobre as operações
nelas realizadas.
c) E objetivo das bolsas de valores criar condições necessárias à realização e liquidação
das operações.
d) E objetivo das bolsas de valores fiscalizar o cumprimento das disposições legais,
regulamentares e disciplinares nas operações nelas realizadas.
e) E objetivo das bolsas de valores criar condições necessárias para uma equânime
participação das instituições financeiras em seu recinto.
 
 
 
5.A variação de 1% no Ibovespa em um determinado dia, significa:
a) que os preços médios das ações negociadas na Bovespa aumentaram 1%.
b) que o valor de uma carteira teórica de ações aumentou em 1%.
e) que os preços médios das ações que compõem uma carteira teórica aumentaram 1%.
d) que a média ponderada das cotações das ações na Bovespa aumentou 1%, ponderação
esta em função do volume de negócios.
e) que os preços médios ponderados das ações de uma carteira teórica aumentaram l0%,
sendo a ponderação realizada pelo volume de negócios no dia.
 
6. Assinale a alternativa incorreta:
a) Uma diferença entre a compra a termo e a compra futura de um ativo
consiste que apenas o segundo exigirá o depósito de uma margem.
b) Uma diferença entre a compra a termo e a compra futura de um ativo
consiste que, na primeira, ocorrerá um único pagamento no vencimento, enquanto que
na segunda, ocorrerá pagamento ou recebimentos diários.
c) Uma diferença entre a compra de uma opção e a compra a termo
consiste que, na primeira. o negócio futuro estará condicionado à vontade do
comprador, enquanto que na segunda, o negócio futuro será obrigatório.
d) Uma diferença entre a compra a termo e a compra de uma opção
consiste que, na primeira, mão haverá pagamento na celebração do contrato, enquanto
que na segunda, haverá pagamento na celebração do contrato.
e) Uma diferença entre a compra de uma opção e a compra futura
consiste que na primeira. operação adquire-se um direito, enquanto que na segunda, a
operação assume-se uma obrigação.
 
7. Assinale a alternativa incorreta:
a) As opções podem ser de dois estilos: européia e americana.
b) O tipo de opção varia conforme for o direito concedido ao seu titular.
c) O prêmio é o pagamento efetuado pelo titular da opção para garantir a
sua liquidação
d) As opções de venda americana concedem ao seu comprador o direito
de vender determinado ativo a determinado preço, até o vencimento.
e) As opções de compra européia concedem ao seu titular e direito de
comprar determinado ativo a um preço determinado no vencimento da opção.
 
8. Assinale a alternativa correta:
a) A opção de venda só será exercida caso o preço à vista, no
vencimento, seja superior ao preço de exercício.
b) A opção de compra só será exercida se o preço de exercício for
superior ao preço de exercício.
e) Um especulador que tenha comprado uma opção de compra só obterá
lucro na operação se o preço à vista no vencimento for superior ao preço de exercício.
d) O lucro de um lançador a descoberto de uma opção de venda será a
diferença entre o preço de exercício e o preço à vista no vencimento.
e) O lucro de um titular de Lima opção de compra só ocorrerá quando o
preço à vista, no vencimento, for superior ao preço de exercício, acrescido do prêmio
pago corrigido.
9. Assinale a alternativa incorreta:
a) O mercado de balcão consiste nas operações com títulos realizadas
fora das bolsas de valores.
b) O mercado de balcão comum consiste em um mercado com
localização determinada para realização dos negócios.
c) O mercado de balcão pode ser dividido em dois: o mercado de balcão
comum e o mercado de balcão organizado.
d) O mercado de balcão organizado funciona como um verdadeiro
mercado de acesso.
e) O mercado de balcão organizado é desenvolvido através de uma
entidade que manterá um sistema para realização de operações de compra e venda de
valores mobiliários.
 
10. Assinale a alternativa incorreta:
a)A operação de emissão de um novo ADR, é chamada de inflow.
c) As ações representativas dos ADRs devem ser custodiadas em um
banco custodiante aqui no Brasil.
d) O banco depositário é aquele que emite os certificados nos EUA.
c) A emissão de ADR não exige o atendimento das regas da SEO,
quando for do nível 1.
 
11. Qual das alternativas não pode ser considerada como facilitadora da
globalização do mercado de capitais?
a) facilidade na comunicação da informação.
b) redução de controles cambiais.
c) interesse dos investidores institucionais na diversificação das suas
carteiras.
d) desenvolvimento dos meios de transporte.
e) taxa de juros mais baixas nos mercados internacionais.
 
12. É aspecto positivo da globalização, exceto:
a) aperfeiçoamento dos mecanismos de informações pelas companhias
abertas.
b) melhoria dos padrões éticos de comportamento do mercado.
c) aumento da volatilidade dos investimentos.
d) acesso a um volume maior de capitais.
e) melhoria dos padrões técnicos de análise de ações.
Gabarito
 
1. d
2. c O direito de percepção dos dividendos não pode ser retirado de
nenhuma ação, quer preferencial, quer ordinária.
3. e Este não é um dos objetivos das bolsas de valores, visto que, não
é necessário essa equânime participação das instituições, apenas uma equânime
possibilidade de participação.
5. b O Ibovespa representa o valor atual de uma carteira teórica de ações, sendo
que sua variação significa na variação do valor desta carteira.
6. a A margem é exigida tanto no mercado futuro quanto no mercado a
termo.
7. c O prêmio consiste no valor que o comprador de uma opção paga para adquirir
o direito, ou seja, ele é pago no momento da celebração do contrato, e não no momento
da liquidação do contrato.
8. e A opção de venda será exercida quando o preço a vista, no vencimento, for
inferior ao preço de exercício. A opção de compra será exercida quando o preço de
exercício for inferior ao preço no vencimento. Para o especulador obter lucro; a
diferença entre o preço de exercício e o preço no vencimento deve ser superior ao
prêmio pago. O lucro de um lançador de uma opção de venda deve considerar o
prêmio por ele recebido.
9. b O mercado de balcão comum tem como principal característica ser um mercado
livre, sem localização determinada e sem sistema de negociação.
10. a A operação de inflow consiste na transformação de um ADR já existente
em ações para negociação aqui no Brasil.
11. d O desenvolvimento dos meios de transporte não incentiva a globalização no
mercado financeiro porque as operações dependem dos sistemas de comunicação.
12. c O aumento da volatilidade doa investimentos não é fator positivo
porque acarreta um aumento no risco dos investimentos.
 
 
FACTORING
 
A operação de factoring consiste na compra de um crédito comercial em curto
prazo, decorrente de compra e venda mercantil ou prestação de serviço. Assim, um
sacador (aquele que vende seus créditos) procura uma casa compradora (factor) que
fornecerá o dinheiro mediante um deságio sobre o valor de face do título de crédito.
A casa compradora fica com a incumbência de realizar a cobrança do título junto
ao devedor.
A operação de faturem é similar ao desconto de duplicatas efetuado entre a
empresa e um banco, tendo como principal diferencial que a empresa de factoring é
especializada nesse tipo de operação. o que lhe permite cobrar uma taxa de desconto
menor e avaliar melhor os riscos.
A operação de factoring se distingue basicamente do desconto de duplicatas pela
inexistência do direito de regresso ao sacador. Assim, caso o devedor não pague o titulo
do vencimento, a empresa de factoring não pode cobrar do sacador (sendo esse seu
risco), ao contrário do desconto de duplicata, quando, no caso de inadimplência do
devedor, o sacador é responsável junto ao banco. O sacador é responsável pela
veracidade do título e sua legitimidade, porém não é responsável pela sua liquidação.
Esta modalidade de operação é realizada principalmente pelas pequenas e
médias empresas, que encontram maiores dificuldades de obter recursos junto aos
bancos.
A atividade de factoring não é uma atividade financeira, sendo essencialmente
mercantil. Não é uma atividade financeira porque a empresa compradora (factor) não
pode devolver os créditos para o sacador, já que não tem o direito de regresso contra
este.
A empresa de factoring não necessita de autorização do Banco Central para
funcionar. Esta é uma operação não realizada diretamente pelos bancos, porém, vários
bancos abriram sua empresa de factoring para poderem oferecer esse serviço a seus
clientes.
A empresa de factoring trabalha com recursos próprios ou através de captação
por meio de debêntures ou de conta garantida junto aos bancos, tendo como garantia a
carteira de contratos comerciais.
No Brasil, existe a Anfac (Associação Nacional de Factoring), que divulga todos
os dias uma taxa representativa do fator de desconto dos créditos, servindo como
orientação para seus associados.
Segundo Fortuna (1997), existem quatro tipos de serviços oferecidos via
factoring:
· transação com duplicatas (ou cheques pré-datados) — envolve principalmente a
compra de duplicatas a vencer da empresa. Para assumir esse crédito, a empresa de
factoring irá cobrar, em média, a remuneração dos CDB/CDI oferecida pelos bancos,
além de um spread que cobre os custos, os riscos operacionais fixos e os riscos do não
recebimento da duplicata.
· maturity — envolve a total assunção de qualquer crédito da empresa pela
empresa de factoring, ou seja, em caso de inadimplência do devedor, o sacador não
sofrerá qualquer prejuízo.
· over-advanced — implica em um adiantamento de recursos para a empresa
comprar insumos ou efetuar investimentos de pequeno porte.
trust — implica na transferência para a empresa de factoring da administração do
negócio da empresa sacadora, no que se refere às operações financeiras de
monitoramento do fluxo de caixa até as atividades necessárias para levar à frente a
produção.
 
No Brasil apenas a primeira modalidade de factoring é oferecida no mercado.
Uma das vantagens da operação de factoring é fiscal, visto que não está sujeita á
incidência do 10V, mas apenas ao ISS.
Existe um projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional que objetiva a
regulamentação da atividade de factoring.
 
 
 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇAO
 
1. Assinale a alternativa correta:
a) O factoring é uma atividade financeira regulamentada pelo Banco
Central.
b) O factoring sob a forma de maturity define-se como um
adiantamento de recursos para a empresa comprar insumos.
c) O factoring também pode ser chamado de arrendamento
mercantil.
d) O factoring é uma operação em tudo semelhante a um desconto de
duplicata, sendo diferente apenas a instituição que realiza a antecipação dos recursos.
e) A operação de factoring não pode ser realizada pelos bancos.
 

 
 
 
 
2. Assinale a alternativa incorreta:
 
a) Na operação de factoring se o devedor não pagar o titulo no
vencimento, a empresa de factoring possui o direito de regresso.
b) O factoriug, na modalidade de trust, consiste na transferência para
a empresa de factoring de parte da administração de negócio da empresa sacadora.
c) A operação de factoring está isenta de 10V.
d) A casa compradora tem a incumbência de realizar a cobrança do
título.
e) A única modalidade de factoring utilizada no Brasil é a transação
com duplicatas
 
 
 
Gabarito
 
1. e O factoring não é regulamentado pelo Banco Central. O
adiantamento de recursos para compra de insumo caracteriza a modalidade de over-
advanced. O leasing também é chamado do arrendamento mercantil. O factoring
possui algumas diferenças com o desconto de duplicata.
 
2. a A empresa de factoring não possui o direito de regresso,
isto é, em caso de falta de pagamento do título, ela não pode cobrar da empresa
sacadora.

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