natureza constitutivo-negativa, objetivando a desconstituição ou a anulação da res judicata.
Em outras palavras, a ação rescisória é uma ação
autônoma que visa desconstituir ou anular sentença judicial transitada em julgado (ou acórdão), em função de vícios insanáveis. AÇÃO RESCISÓRIA
No Código de Processo Civil, a ação rescisória está
regulada nos arts. 485 e seguintes.
O art. 836 da CLT previa a possibilidade de ajuizamento
de ação rescisória no âmbito da Justiça do Trabalho, determinando a aplicação dos dispositivos do Código de Processo Civil, ressalvando, apenas, a dispensa do depósito prévio exigido no art. 488, II, do digesto processual civil.
Súmula 194 do TST
AÇÃO RESCISÓRIA
A Lei 11.495/2007, publicada no DOU em 25
de junho de 2007, modificou a redação do art. 836 da CLT passando a estabelecer que a propositura da ação rescisória está sujeita ao depósito prévio de 20% do valor da causa, salvo prova de miserabilidade jurídica do autor. AÇÃO RESCISÓRIA
Dois são os requisitos para a propositura da ação
rescisória, a saber:
• Sentença de mérito; • Trânsito em julgado da decisão. AÇÃO RESCISÓRIA
O Supremo Tribunal Federal, por meio da Súmula
514, admite a ação rescisória em face de sentença transitada em julgado, ainda que contra ela não se tenham esgotados todos os recursos. AÇÃO RESCISÓRIA
O corte rescisório não pode ser utilizado
antes do trânsito em julgado da sentença ou acórdão, visto não ser admissível ação rescisória preventiva, conforme entendimento consubstanciado na Súmula 299 do TST AÇÃO RESCISÓRIA
A ação rescisória será sempre julgada pelos
tribunais, no âmbito laboral, pelo Tribunal Regional do Trabalho respectivo ou pelo Tribunal Superior do Trabalho, dependendo da sentença ou acórdão a ser rescindido.
Súmula 192 do Colendo TST
AÇÃO RESCISÓRIA
O art. 487 do CPC estabelece os legitimados a propor ação rescisória.
Vejamos: “Art. 487 CPC – Tem legitimidade para propor a ação: I – quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular; II – o terceiro juridicamente interessado; III – o Ministério Público: a) se não foi ouvido no processo, em que lhe era obrigatória a intervenção; b) quando a sentença é o efeito de colusão das partes, a fim de fraudar a lei” AÇÃO RESCISÓRIA O autor da ação deverá cumular ao pedido principal de rescisão do julgado pleito de novo julgamento da causa pelo mesmo tribunal que apreciou a rescisória. Com efeito, em várias hipóteses previstas no art. 485 do CPC, o tribunal exercerá também, além do juízo rescindente, o juízo rescisório (iudicium rescissorium), proferindo novo julgamento da causa.
Logo, apenas em poucas situações o tribunal exercerá somente o
chamado juízo rescindente (iudicium rescindens), limitando-se a atuação da Corte Trabalhista a rescindir o julgado, como nas hipóteses do art. 485, II e IV, do CPC. AÇÃO RESCISÓRIA
Ademais, não se pode esquecer que o art.
488, I, do CPC elenca como requisito obrigatório da petição inicial a cumulação ao pedido de rescisão, se for o caso, de novo julgamento da causa, não sendo possível considerar implícito o pedido de novo julgamento. AÇÃO RESCISÓRIA
As hipóteses de cabimento da ação
rescisória estão previstas no art. 485 do CPC AÇÃO RESCISÓRIA
Estabelece o art. 488 do CPC que a petição inicial
será elaborada com observância dos requisitos essenciais do art. 282 do próprio CPC (requisitos da petição inicial), devendo o autor cumular ao pedido de rescisão, quando for o caso, o de novo julgamento da causa. AÇÃO RESCISÓRIA
Como documentos indispensáveis à
propositura da ação rescisória, podemos destacar a decisão rescindenda e a sua prova do trânsito em julgado, conforme demonstram a Súmula 299 e a OJ 84 da SDI-II, ambos do TST. AÇÃO RESCISÓRIA
Distribuída a peça vestibular da ação
rescisória, poderá o juiz-relator, de forma monocrática, indeferir a petição inicial, com base no art. 295 do CPC, decisão esta sujeita ao recurso denominado agravo regimental. AÇÃO RESCISÓRIA
Considerando que a antiga redação do art. 489 do CPC determinava
que a ação rescisória não suspendia a execução da sentença rescindenda, discutia-se na doutrina acerca da possibilidade ou não da concessão de antecipação de tutela em ação rescisória, objetivando suspender a execução da sentença rescindenda.
O Tribunal Superior do Trabalho, embora reconhecesse a
possibilidade da suspensão da execução da sentença rescindenda, tinha posição firmada no sentido da utilização da medida cautelar com tal finalidade, e não a antecipação de tutela, conforme se observa na Súmula 405 do TST e nas Orientações Jurisprudenciais 76 e 131, da SDI-II/TST. AÇÃO RESCISÓRIA
Todavia, a Lei 11.280, de 16 de fevereiro de 2006 modificou a
redação do art. 489 do CPC, estabelecendo que: “O ajuizamento da ação rescisória não impede o cumprimento da sentença ou acórdão rescindendo, ressalvada a concessão, caso imprescindíveis e sob os pressupostos previstos em lei, de medidas de natureza cautelar ou antecipatória de tutela”.
Logo, com a modificação do art. 489 do CPC, imposta pela Lei
11.280/2006, passou a ser plenamente possível, desde que preenchidos os pressupostos previstos em lei, a concessão de antecipação de tutela suspendendo o cumprimento da sentença. AÇÃO RESCISÓRIA
Recebida regularmente a petição inicial da ação
rescisória, determinará o relator a citação do réu a fim de que no prazo fixado entre 15 e 30 dias, apresente sua resposta, contando-se o prazo em quádruplo quando o reclamado tratar-se de pessoa jurídica de direito público ou do Ministério Público do Trabalho. AÇÃO RESCISÓRIA
Oferecida a resposta pelo demandado, caso os fatos
alegados dependam de prova (em geral, prova testemunhal), o relator delegará a competência ao juiz da Vara do Trabalho na localidade onde deva ser produzida, fixando prazo de 45 a 90 dias para devolução dos autos (art. 492 do CPC).
Posteriormente, o relator determinará a abertura de prazo
sucessivo de 10 dias para autor e réu ofertarem razões finais, quando, finalmente serão os autos submetidos a julgamento pelo tribunal respectivo. AÇÃO RESCISÓRIA
Estabelece o art. 495 do CPC que o direito de propor ação rescisória
se extingue em dois anos, contados do trânsito em julgado da decisão.
Portanto, transitada em julgado a decisão meritória, o interessado terá
o prazo decadencial (não sujeito à interrupção ou suspensão) de dois anos para propor a atinente ação rescisória.
Vale mencionar que, evidenciada a colusão das partes, o prazo
decadencial da ação rescisória somente começa a fluir para o Ministério Público que não interveio no processo principal a partir do momento em que teve ciência da fraude (Súmula 100 do TST, item VI). AÇÃO RESCISÓRIA
A respeito do prazo para ajuizamento da ação
rescisória, cabe destacar a Súmula 100 do TST e a OJ nº 80 da SDI-II/TST. AÇÃO RESCISÓRIA
Quando a ação rescisória for julgada originariamente pelo
Tribunal Regional do Trabalho, o apelo cabível em face do acórdão prolatado é o recurso ordinário, que será julgado pelo Tribunal Superior do Trabalho (SDI-II ou SDC, de acordo com a matéria), conforme estabelecido na Súmula 158 do TST, in verbis: “Súm. 158 DO TST – AÇÃO RESCISÓRIA – RECURSO. Da decisão de Tribunal Regional do Trabalho, em ação rescisória, é cabível recurso ordinário para o Tribunal Superior do Trabalho, em face da organização judiciária trabalhista. Ex- prejulgado n. 35”. AÇÃO RESCISÓRIA
Caso a ação rescisória seja proposta originariamente no
Tribunal Superior do Trabalho, poderá haver a interposição de embargos e, eventualmente, recurso extraordinário para o Supremo Tribunal Federal.