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Universidade do Estado do Pará – UEPA

Centro de Ciências Sociais e Educação _ CCSE


Departamento de Língua e Literatura _ DLLT
Curso de Licenciatura Plena em Letras
Disciplina: Linguística II
Docente: Rosa Sueli Vieira
Discentes: Jaiane Lorena Reis Pinheiro
Núbia do Nascimento Sousa

FICHAMENTO “DIFERENÇA NÃO É DEFICIÊNCIA”

Redenção - PA

2010
SOARES, Magda. Linguagem e escola - Uma Perspectiva Social. 17ª edição.
São Paulo: Ed. Ática, 2006, p. 38-51.

O quarto capítulo “Diferença não é deficiência” trata da teoria da


deficiência linguística. A autora Magda Soares expõe o mito da deficiência
lingüística criado por psicólogos e sociólogos que usando de uma
impropriedade científica afirmam a existência de uma língua “melhor” mais
“adequada”, “superior”, resultando no preconceito social das sociedades
divididas em classes. Ela discorda e afirma que não há línguas ou variedades
lingüísticas “superiores e inferiores”, “melhores e piores”, pois todas elas
suprem às necessidades do falante.
Soares enfatiza a importante contribuição do sociolinguísta norte-
americano Willian Labov, que na década de sessenta apresenta as primeiras
pesquisas feita sobre linguagem, classe social e variedade padrão e não -
padrão que irão desmistificar a teoria da deficiência lingüística, atribuindo as
dificuldades de aprendizagem das crianças à escola e à sociedade em geral.
Ele constatou que a situação social é o que mais determina o comportamento
verbal fazendo com que as pessoas menos privilegiadas socialmente tenham
uma linguagem mais direta, precisa, econômica e sem redundâncias do que as
pessoas das camadas mais favorecidas.
A autora trabalha ainda o assunto como solução para os problemas
estruturais e funcionais dos dialetos padrão e não padrão, ela defende o
bidialetalismo funcional, segundo o qual falantes de dialetos não-padrão devem
aprender o dialeto-padrão, para usá-lo conforme o contexto social exigido “A
postura mais amplamente adotada, na perspectiva das diferenças dialetais, é a
do bidialetalismo: falantes de dialetos não padrão devem aprender o dialeto
padrão, para usá-lo nas situações em que é requerido p.49”.
Percebe-se que as classes sociais dominantes são mais fortes do que a
estrutura linguística, assim a linguagem do aluno socialmente desfavorecido
fica discriminada porque fica claro, mesmo quando se aceita seu dialeto, que
ele é inadequado para as ‘melhores’ funções sociais. Logo, não haverá na
escola, nenhuma solução para esse problema, se não houver mudanças na
sociedade, cuja estrutura ela visa a reproduzir.

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