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Universidade do Estado de Mato Grosso

Campus Universitário de Tangará da Serra

Departamento de Agronomia

TIAGO ALEXANDRE BATISTA

IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS ENTRAVES DA ATIVIDADE PRODUTIVA DO MEL EM


ARIPUANÃ - MT

Tangará da Serra - MT

2009
TIAGO ALEXANDRE BATISTA

IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS ENTRAVES DA ATIVIDADE PRODUTIVA DO MEL


EM ARIPUANÃ - MT

Monografia apresentada como requisito


obrigatório para obtenção do título de
Engenheiro Agrônomo junto a Universidade
do Estado de Mato Grosso – Campus Tangará
da Serra.

Orientador: Prof. José Roberto Rambo


Co-orientador: Prof. Dsc Gilmar Laforga

Tangará da Serra - MT.


2009
FICHA CATALOGRÁFICA

G232a Tal, Fulano de

IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS ENTRAVES DA ATIVIDADE PRODUTIVA DO MEL EM


ARIPUANÃ-MT/Tiago Alexandre Batista – Tangará da Serra: UNEMAT, 2009. 50p.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade do Estado de Mato


Grosso.

1. DIAGNOSTICO APICULTURA 2. DESENVOLVIMENTO REGIONAL –


Indicadores Econômicos, Ambientais e Sociais. I. Título.

CDU - .....

NOME DO BLIOTECÁRIO RESPONSÁVEL PELA FICHA – CRB – número/UF


TIAGO ALEXANDRE BATISTA

IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS ENTRAVES DA ATIVIDADE PRODUTIVA DO MEL


EM ARIPUANÃ - MT

Esta monografia foi julgada e aprovada como


requisito para a obtenção do Diploma de
Engenheiro Agrônomo no Curso de Agronomia da
Universidade do Estado de Mato Grosso
(UNEMAT)

Tangará da Serra, ____ de ______________ 2009

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________
Prof. José Roberto Rambo
UNEMAT - Campus Universitário de Tangará da Serra
Orientador

___________________________________________
Prof. Msc. Karine Medeiros Anunciato
UNEMAT - Campus Universitário de Tangará da Serra

___________________________________________

Prof. Rodrigo Nei Chrysosthemos

UNEMAT - Campus Universitário de Tangará da Serra


AGRADECIMENTOS

Agradeço a meus pais Bernardo Batista e Rita Maltezo que contribuíram muito para a

realização desse trabalho, ao meu avô João Maltezo que ajudou na coleta dos dados aos

Professores José Roberto Rambo, Gilmar Laforga e Edinéia Alves Moreira Baião, que

auxiliaram bastante para o desenvolvimento do trabalho e aos produtores que participaram da

pesquisa.
RESUMO

A apicultura caracteriza-se pela exploração econômica e racional da abelha do gênero


Apis e espécie Apis mellifera, sendo uma atividade de reconhecida importância na geração de
emprego e renda, fator de diversificação da propriedade rural, desempenhando um papel
importante no quadro sócio-econômico mundial. É uma atividade que no o Brasil apresenta
características especiais de flora e clima que, aliado a presença da abelha africanizada, lhe
conferem um potencial fabuloso para a atividade apícola, no entanto ainda pouco explorado
principalmente no Mato Grosso, porém está começando a ser difundida por ser uma
alternativa de produção ambientalmente correta. O trabalho foi desenvolvido no município de
Aripuanã – MT no período de dezembro de 2007 a fevereiro de 2008 com visitas aos
produtores de mel, onde foram entrevistados 23 produtores que desenvolvem apicultura em
suas propriedades, objetivando identificar os problemas enfrentados na atividade sobre o
ponto de vista dos próprios produtores, que estavam divididos em quatro regiões (gleba
milagrosa, gleba Rio branco, gleba Conselvan, e cidade Aripuanã), afim de obtenção de dados
que possam auxiliar o setor produtivo no município. Sendo que a apicultura é uma atividade
complementar a renda dos pequenos produtores. No município de Aripuanã a atividade está
em início de consolidação, não possuindo ainda um arranjo produtivo local (APL),
dependendo de apoio governamental, linhas de crédito e um maior interesse dos produtores de
se organizarem
Palavras chave: produção de mel, Mato Grosso, sustentabilidade, apicultura
ABSTRACT

The beekeeping characterizes for the economic and rational exploration of the bee
of the Apis sort and mellifera Apis species, being an activity of recognized importance in the
generation of job and income, factor of diversification of the country property, playing an
important role in world-wide the partner-economic picture. It is an activity that in the o Brazil
present flora characteristics special and climate that, ally the presence of the africanized bee,
confer it a fabulous potential for the apicultural activity, however still little explored mainly in
the Mato Grosso, however it is starting to be spread out by being an alternative of ambiently
correct production. The work was developed in the city of Aripuanã - MT in the period of
December of 2007 the February of 2008 with visits the honey producers, where 23 producers
had been interviewed that develop beekeeping in its properties, objectifying to identify the
problems faced in the activity on the point of view of the proper producers, that are divided in
four regions (gleba Milagrosa, gleba Rio Branco, gleba Conselvan, and Aripuanã city),
similar of attainment of data that can assist the productive sector in the city. Being that the
beekeeping is a complementary activity the income of the small producers. In the city of
Aripuanã the activity is in beginning of consolidation, not possessing still a local productive
arrangement (APL), depending on governmental support, credit facilities and a bigger interest
of the producers of if organizing
Key-words: apiculture production of honey, Mato Grosso, sustainability, beekeeping
Listas de Siglas

EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) p. 1

ZSEE (Zoneamento Sócio Econômico e Ecológico) p. 2

APL (arranjo produtivo local) p. 3

SEBRAE (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) p. 4

SIF (Serviço de Inspeção Federal) ................................................................................p. 4

SISE (Serviço de Inspeção Sanitária Estadual) ............................................................p. 4

CENTEC (Instituto Centro de ensino Tecnológico).....................................................p. 8

COAPISMAT (Cooperativa dos Apicultores de Mato Grosso)...................................p. 7

FEAPISMAT (Federação das Entidades Apícolas de Mato Grosso) p. 7

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). p. 7

SIM (Serviço de Inspeção Municipal). p.17

SIPA (Secretaria de Inspeção e Produção Animal) p. 17

SEAGRI (Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária). p. 25

SAF ’s (Sistemas Agros Florestais). p. 33

INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) p. 29

PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) .p. 29


ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................. 1

2. OBJETIVOS ................................................................................................................................................... 3
2.1. Objetivo Geral ........................................................................................................................................ 3
2.2. Objetivo específico ................................................................................................................................. 3

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................................................... 4


3.1. Cadeia Produtiva do Mel ....................................................................................................................... 4
3.2. Produção de Mel .................................................................................................................................... 5
3.3. Atividade apícola .................................................................................................................................... 8
3.4. Produtos da abelha................................................................................................................................. 9
3.5. Mel orgânico ........................................................................................................................................ 12
3.6. Sistema produtivo ................................................................................................................................. 14
3.6.1. Manejo ......................................................................................................................................... 14
3.6.2. Extração do mel, envase e armazenamento .................................................................................. 17
3.6.3. Comercialização ........................................................................................................................... 20

4. MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................................................................... 22


4.1. Área de Estudo ..................................................................................................................................... 22
4.2. Produção dos Dados ............................................................................................................................ 23

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................................................ 25


5.1. Perfil prévio dos produtores e da produção ......................................................................................... 25
5.2. Entraves da atividade ........................................................................................................................... 30

6. CONCLUSÂO .............................................................................................................................................. 35

7. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS .......................................................................................................... 36

Apêndice I ............................................................................................................................................................. 40
1

1. INTRODUÇÃO

A apicultura caracteriza-se pela exploração econômica e racional da abelha do gênero

Apis e espécie Apis mellifera (CAMARGO, 1972, p. 19). É uma atividade de reconhecida

importância na geração de emprego e renda, fator de diversificação da propriedade rural,

desempenhando um papel importante no quadro sócio-econômico mundial.

De acordo com Kerr (2006) a apicultura tem três lucros inevitáveis: o primeiro é o

lucro ecológico porque as abelhas estão entre os insetos polinizadores mais importantes de

muitas das plantas que cultivamos, principalmente as árvores frutíferas dependem destes

insetos para sua polinização; o segundo é o econômico porque a apicultura ainda é uma

atividade lucrativa; e o terceiro lucro é o social, por que é uma atividade que pode envolver

toda a família.

A cadeia produtiva da apicultura propicia a geração de inúmeros postos de trabalho,

empregos e fluxo de renda, principalmente no ambiente da agricultura familiar, sendo, dessa

forma, determinante na melhoria da qualidade de vida e fixação do homem no meio rural

(CORRÊA, 2002). Por todo o país, é desenvolvida a atividade apícola, envolvendo serviços

de manutenção dos apiários; na produção de equipamentos; no manejo dos vários produtos

como: mel, pólen, cera, geléia real, apitoxina; polinização de pomares; cultivos agrícolas e da

flora silvestre (SILVA; PEIXE, 2007).

Segundo dados da EMBRAPA MEIO NORTE (2002) a produção mundial de mel teve

uma tendência crescente nos últimos 20 anos, apesar das flutuações de produção, em regiões e

países (industrializados e não-industrializados), o aumento da produção é atribuído a um

aumento no número de colméias e da produção por colônia. O consumo também apresentou

uma tendência de aumento durante os últimos anos, sendo este fator atribuído ao aumento
2

geral nos padrões de vida e também a um interesse maior por parte dos consumidores de

produtos naturais e saudáveis.

Outro fator a ser observado a favor da apicultura, é o fato de ser uma excelente opção

de conservação das áreas de matas, visto ser uma pratica que exige áreas conservadas isenta

de atividade de queimadas, e isentas de aplicação de agrotóxicos, para um pastejo adequado

das abelhas e uma qualidade maior do mel. De acordo com o art. 11 do Zoneamento Sócio

Econômico e Ecológico de Mato Grosso, o município de Aripuanã se encontra em áreas que

requerem manejos específicos e com ambientes de elevado potencial florestal. O que mostra

o potencial do município para produção de mel, por ser uma região com grandes extensões de

matas nativas ainda conservadas, e não ser uma região agrícola, tendo assim um pouco uso de

agrotóxicos.

Este trabalho tem como importância fazer um diagnóstico da situação atual dos

apicultores na região de Aripuanã, com obtenção de dados que podem auxiliar o setor

produtivo no município. Sendo que a apicultura é uma atividade complementar a renda para

os pequenos produtores. E em razão de que no município de Aripuanã a atividade não está

consolidada, não possuindo um arranjo produtivo local (APL), dependendo de apoio

governamental, linhas de crédito e um maior interesse dos produtores de se organizarem.


3

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Identificar os entraves da atividade produtiva do mel em Aripuanã-MT.

2.2. Objetivo específico

Levantar as principais dificuldades da atividade de acordo com o ponto de vista dos

produtores.

Levantamento produtivo e técnico da atividade apícola dos produtores de mel.

Identificar o destino da produção dos produtores de mel.


4

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. Cadeia Produtiva do Mel

De acordo com Araujo (2003), cadeia produtiva é uma seqüência de operações que

conduzem à produção de bens, sendo uma sucessão de atividades ligadas verticalmente.

Segundo Batalha (2001), á grosso modo pode ser segmentada por três macrosegmentos:

produção de matérias primas, industrialização e comercialização.

Porém, no Brasil ainda a muitos problemas relacionados à cadeia produtiva do mel.

Segundo SEBRAE (2006a) verifica-se no setor de mel, a presença das principais barreiras

como, a grande informalidade do setor, envolvendo a sonegação fiscal; o desrespeito às regras

ambientais e a produção e comercialização de mel para fins de subsistência; problemas

regulatórios, como o excesso de burocracia e os impostos elevados; a deficiência da infra-

estrutura, incluindo aí a concentração dos estabelecimentos processadores de mel em

determinadas regiões, unidades e estabelecimentos industriais que processam mel de forma

inadequada ou que necessitam de adequações para obter o SIF ou o SISE; sistema de

transportes precário; limites reduzidos de estocagem, além do baixo consumo per capita do

mercado nacional.

Na Figura 1, é representado um fluxograma de como é uma cadeia produtiva de mel

completa, na Figura 2, é uma representação de como foi observada a cadeia produtiva do mel

em Aripuanã – MT.
5

Figura 1 - Modelo de cadeia produtiva do mel (fonte: SEBRAE, 2006a)

Figura 2 - Cadeia produtiva do mel observada em Aripuanã – MT

3.2. Produção de Mel

Segundo Wiese (1995), a apicultura brasileira teve início no ano de 1839, com a

introdução das primeiras abelhas do gênero Apis, chamadas de abelhas européias ou “abelhas

do reino”, oriundas principalmente da Alemanha e da Itália. Em meados de 1950, a apicultura

sofreu um grande baque em razão de problemas com a sanidade em função do surgimento de

doenças e pragas (nosemose, acariose e cria pútrida européia), o que dizimou 80% das
6

colméias do País e diminuiu a produção apícola drasticamente. Diante desse quadro, ficou

evidente que era preciso aumentar a resistência das abelhas no País.

Devido a este fato foi trazido para o Brasil com intuito de melhoramento genético as

abelhas africanas (Apis mellifera scutellata), que de acordo com Gonçalves (2006)

apresentavam características positivas e negativas. Destacando-se como positivas,

produtividade das abelhas e capacidade de adaptação e como negativas, agressividade e

tendência enxameatória. Portanto, o plano seria eliminar ou reduzir, por seleção massal as

abelhas africanas mais agressivas e menos produtivas, mas por volta do ano de 1956 essas

abelhas cruzaram acidentalmente com as abelhas européias, criando um híbrido, ou seja, a

abelha africanizada, que é mais agressiva, porém rústica e de maior produtividade.

Para Mendonça e Lira (2006), as abelhas africanizadas, resultantes do cruzamento da

africana com as européias encontradas no ambiente brasileiro, possuem características

biológicas de resistência a doenças e parasitos, são mais adaptáveis ao clima e, portanto, mais

produtivas. Sendo assim, os produtores preferem esta abelha por causa da alta produtividade e

o baixo custo de implantação dos apiários.

De acordo com Corrêa (2002) o Brasil apresenta características especiais de flora e

clima que, aliado a presença da abelha africanizada, lhe conferem um potencial fabuloso para

a atividade apícola, no entanto ainda pouco explorado.

Segundo dados do IBGE (2005) a produção de mel no Brasil foi de 33.749.666 Kg a

produção de mel no Brasil também cresceu, sendo que nas regiões Norte e Centro-Oeste

foram observados crescimentos expressivos 25,9% e 19,7%, respectivamente, mas o principal

produtor nacional de mel é o Rio Grande do sul, cuja produção representou 22% da produção

nacional.

REIS e FILHO (2003) destacam que todo apicultor, mesmo com poucas colméias

alcança bom resultado econômico já no primeiro ano de ingresso na atividade. O investimento


7

na construção ou compra das colméias, com orientação técnica, poderá ser pago com o lucro

do mel ainda no primeiro ano. Dizem ainda que, a apicultura representa uma importante fonte

de renda para os pequenos produtores, principalmente para os assentados por

disponibilizarem, na maioria das vezes, de áreas perfeitamente exploráveis pelas abelhas.

De acordo com o SEBRAE (2006), o mercado apícola é considerado mais uma

alternativa de renda para os pequenos produtores de Mato Grosso. Apenas nas regiões

sudoeste (municípios da Grande Cáceres) e noroeste (Juina e municípios vizinhos) existem

cerca de 400 apicultores, cuja produção de cerca de 100.000 kg anuais de mel é

comercializada nas próprias localidades envolvidas, por meio do apoio da COAPISMAT e

FEAPISMAT. De acordo com dados do IBGE (2005) a produção de mel de Aripuanã foi de

1.351 kg, o que é consideravelmente baixo em relação a outros municípios com atividade

mais consolidada como Cáceres que produziu 26.539 kg de mel no mesmo ano.

Segundo dados do Fórum Regional de Desenvolvimento Sustentável (2002), o

ambiente sócio-econômico da região noroeste do estado é fortemente influenciado pela

condição de extensas áreas cobertas pela vegetação natural, como também pela precária

estrutura viária, associada à grande quantidade e extensas áreas indígenas. Estas

características contribuem para a baixa ocupação do território e, com certeza, para a sua

conservação, característica desejável para a produção apícola. A pecuária e a exploração

florestal destacam-se como principais atividades econômicas. A atividade agrícola ocupa

posição secundária.
8

3.3. Atividade apícola

A criação de abelhas exige mais conhecimento e cuidado do que criar outros animais

ou lavoura (WIESE, 1995). O conhecimento básico sobre apicultura é também uma

recomendação importante uma vez há uma grande carência de pessoas qualificadas para

desenvolver essa atividade (CENTEC, 2004). Sendo assim, a produtividade na apicultura está

relacionada principalmente ao manejo adequado e às condições da flora apícola que,

adicionada às novas técnicas e à eficiência na comercialização, fazem-na destacar-se dentre as

atividades agropecuárias (FREITAS et al.; 2004).

Segundo Neto e Neto (2006), para que a atividade possa ser desempenhada com

eficiência, o apicultor deve ter conhecimentos mínimos em diversas frentes, por exemplo: a

biologia do inseto envolvido, apetrechos utilizados, escolha de áreas para instalação de

apiários etc. Dessa forma, a questão da ocupação está associada ao nível de profissionalização

do indivíduo, logo, tanto o agricultor que conduz a atividade de forma familiar quanto o

proprietário com grande número de colméias, necessita do mínimo de informações para

conduzir o negócio de forma satisfatória.

A apicultura é apesar de rentável, exige certo gasto do produtor no período da

entressafra em função da falta de recursos naturais para fornecimento de alimento às colônias.

Dessa forma, nesse período, o produtor necessita fornecer alimentação artificial à suas

colméias para evitar o enfraquecimento e abandono das colônias e prejuízos na produção de

mel na safra seguinte (PEREIRA, 2006).

Para Neto e Neto (2006), a apicultura demanda diversas habilidades tais como:

concentração, poder de observação, delicadeza nos movimentos e força física para atividades

gerais dentro do apiário. Logo, somente com base nessa última fica patente a forte presença

masculina dentro do setor. No entanto, o autor ainda diz que não obstante a massiva ocupação
9

masculina na atividade, as mulheres têm grande atuação nos trabalhos paralelos, tais como na

construção de macacões, preparo da cera, atividades relacionadas à casa do mel, limpeza de

vasilhames, assim como no controle das anotações das revisões no apiário.

3.4. Produtos da abelha

Apicultura é a ciência ou arte de criar abelhas. De acordo com Vilela (2000), é uma

atividade econômica em que se cria abelha no seu habitat natural ou similar, utilizando

técnicas de manejo e insumos adequados, para se tirar o máximo proveito da capacidade

desses animais em produzir mel e outros produtos apícolas.

Para Portes (2003), esses produtos apícolas podem ser classificados como

especialidades e dado às suas características naturais vem ganhando a preferência dos

consumidores, principalmente nos países desenvolvidos, contudo, a conquista de mercados

exigentes obriga o desenvolvimento de técnicas de manejo e produção, que nem sempre são

acessíveis ao pequeno produtor. Contudo a apicultura pode destacar-se como alternativa de

renda para pequenos proprietários agrícolas, por causa da crescente demanda mundial por

produtos naturais, e em razão das suas características de atendimento a um público específico

de consumidores no mercado interno.

A apicultura brasileira é, atualmente, uma das mais importantes do mundo em termos

quantitativos e qualitativos, no que se refere à produção de mel. Entretanto, informações a

respeito de outros produtos apícolas são quase que totalmente inexistentes (QUEIROZ;

BARBOSA; AZEVEDO, 2001).

Para Tagliare (apud PORTES, 1996) as abelhas, além de mel produzem produtos que

possuem bom valor agregado, tais como: cera, geléia real, própolis, pólen e apitoxina. Cada

um desses produtos tem uma utilidade para as abelhas e para o homem. Segundo o autor eles

podem ser assim classificados:


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Mel: é o principal produto e o objetivo da estrutura da colméia. Para

sua elaboração é utilizado o néctar das flores, que são açúcares dissolvidos e

secretados pelos nectários (local onde o néctar fica depositado no interior das flores) e

colhido pelas abelhas. O mel é obtido mediante o resultado de duas modificações

sofridas pelo néctar ao ser processado no interior da abelha: uma física, pela

desidratação ou eliminação da água; outra química, pela inversão do açúcar composto

em açúcar simples.

São utilizados os seguintes critérios para classificação e seleção do mel para

comercialização:

I) Pela qualidade: de acordo a origem, ou seja, pelo néctar das diversas flores, Ex: mel

de Laranjeira, de Eucaliptos, de Macieiras, Silvestre, entre outros.

II) Pela densidade: ou seja, a sua densidade varia de acordo com o grau de umidade e o

tipo de florada, A umidade é uma das características mais importantes nos parâmetros de

qualidade do mel, por influenciar na maturidade, sabor, conservação, viscosidade, peso

específico, cristalização e palatabilidade determinando também o prazo de validade do

produto;

III) Pela apresentação, de acordo com a embalagem, ou seja, o mel pode ser

acondicionado em embalagens próprias, ou em vidros, saches, embalagens plásticas, entre

outras.

A ingestão de mel de abelhas traz vários benefícios à saúde humana. O mel serve

como regulador intestinal, suave laxante, energético para atletas e idosos, e é indicado

mediante prescrição médica, para pessoas que tem diabetes, tendo em vista que o açúcar

encontrado nele é menos prejudicial do que o da cana-de-açúcar.


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Além servir como alimento, o mel pode ser utilizado na indústria de cosméticos, para

produção de: xampus, sabonetes, cremes, produtos que tem grande aceitação e apreciação no

mercado destinado ao público feminino.

Cera: produto fisiológico, composto basicamente por ácidos graxos e

vitamina A, fabricados no interior da colméia pelas abelhas arquitetas ou cerieiras. A

matéria-prima é o próprio mel e o aparelho manipulador é o próprio corpo da abelha.

Ao engolir o mel, é elaborado um produto a partir do mel de abelhas e pólen para

formar os favos da colméia. Para as abelhas produzirem um quilo de cera é necessário

de 8 a 10 kg de mel, utilizados como fonte de energia para produção. A cera é

utilizada pelo homem na indústria química, farmacêutica, cosmética, calçadista e

artesanal. Este produto possui ação antiinflamatória e cicatrizante.

Geléia Real: Corresponde a uma substância alimentar secretada pelas

abelhas jovens. É um alimento utilizado por todas as abelhas na forma de larvas, até o

terceiro dia de nascimento, e pela rainha, em todo seu ciclo de vida. Para sua produção

as matérias-primas utilizadas são o pólen, mel e água, que ingeridos pelas abelhas são

transformados na geléia. Por ser um alimento rico em carboidratos, proteínas,

vitaminas, mineral e aminoácidos, a geléia real torna-se um super alimento para o ser

humano, que quando usado com freqüência combate diversas doenças.

A sua produção é bastante limitada – não ultrapassa 70 gramas por colméia – pois é

direcionada apenas a um segmento consumidor da colméia. E exige bastante conhecimento

técnico do produtor, por isso possui grande valor agregado, atingindo o valor comercial de até

R$ 1.200,00 por kg.

Própolis: palavra de origem latina que quer dizer: pró = defesa, polis =

cidade; Portanto pela conjugação significa, defesa da cidade. É um produto coletado

pelas abelhas e corresponde a uma resina segregada de certos vegetais. A resina é


12

levada para dentro das colméias pelas abelhas e é utilizada para fechar frestas com o

intuito de se evitar a entrada de vento, envernizar a parte externa da colméia e protege

- lá contra a entrada do frio e umidade.

Pólen: não é produzido pelas abelhas, mas sim coletado das flores e

armazenado na colméia. É utilizado como fonte de proteína pelas abelhas, sendo

alimento muito rico também em vitaminas proteínas e minerais, e possui papel

importante na colméia, pois é utilizado na produção de geléia real que serve como

fonte de alimento para a rainha.

Apitoxina: a apitoxina não é produzida como os demais produtos, por

que é o veneno de abelha, utilizado como defesa do animal, que em grande quantidade

por ser fatal para o homem, mas em doses pequenas tem efeitos benéficos à saúde

humana. Pode ser utilizado no tratamento de artrite, reumatismo e problemas

circulatórios, como o uso da apicuntura técnica onde se aplica o ferrão da abelha nos

pontos de acupuntura.

3.5. Mel orgânico

O mel com certificação de orgânico apresenta características diferenciadas, por ser um

produto sem resíduo de agrotóxico é bem valorizado no mercado internacional. Para isso é

necessário caracterizar o mel como orgânico por meio de um sistema de certificação e

identificação, para posterior valorização e comercialização do produto. O mel orgânico é todo

mel desprovido de qualquer contaminação química, incluindo aquela associada ao processo

migratório das abelhas em busca de boas floradas que não são controladas diretamente pelos

apicultores e podem estar contaminadas com produtos químicos, até o processo de

embalagem final (BUAINAIN & BATALHA, 2007).


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Uma entrevista realizada pela revista RURAL (2008) nº128, com o Diretor presidente

da Breyer e Cia Ltda., Henrique Breyer, o mesmo afirma que para produzir mel orgânico é

preciso seguir normas, que vão desde a alimentação das abelhas até o processo de coleta do

mel e a higiene. Desde o manejo das colméias, onde o uso de medicamentos não é autorizado,

assim como as caixas de colméias também não podem ser pintadas. As embalagens para

comercialização devem aprovadas pelos órgãos competentes e homologadas pelas

certificadoras, medidas estas precisam ser adotadas contra a contaminação. Como diz Breyer,

“não adianta nada ter todos os equipamentos e retirar o mel dentro de um estábulo”, a

qualidade é o que diferencia o mel orgânico do convencional.

A lei que rege a agricultura orgânica é a Lei 10.831 de dezembro de 2003 (BRASIL,

2003), onde contem todos os requisitos necessários para se caracterizar uma produção como

orgânica. Na lei: quanto à localização, os apiários deverão estar instalados em áreas nativas ou

com culturas submetidas a tratamento de baixo impacto ambiental, ou com culturas orgânicas

certificadas onde os operadores tenham a capacidade de monitorar todas as atividades que

possam afetar as colméias e com fonte de néctar e pólen suficiente num raio de 1,5 km,

quando for constatada a insuficiência nas fontes de alimentação o raio a ser considerado será

de 3 km; é proibido o desmatamento para instalação de um apiário em manejo orgânico, e

deverão situar-se a uma distância de no mínimo 5 km, de centros urbanos, auto-estradas,

zonas industriais, aterros e incineradores de lixo e unidades de produção não agrícolas. Sendo

que todas estas características de localização podem ser encontradas no município de

Aripuanã, mostrando que a região apresenta características favoráveis a produção de mel

orgânico.
14

3.6. Sistema produtivo

3.6.1. Manejo

Para se realizar a atividade apícola é necessário que o apicultor possua conhecimento

técnico sobre a produção apícola, como também que esse apicultor possua também aptidão

para o mesmo, como visto por Neto e Neto (2006), senão acabara se tornando mal sucedido

com a atividade. Porém além de conhecimento técnico e aptidão, também é necessário que o

produtor possua local adequado para instalação do apiário e os equipamentos para realização

da atividade de acordo com Kusma, Ternoski e Macohon (2008), esses equipamentos são: o

macacão de apicultor; fumigador; centrífuga; garfo; formão; tanques decantadores; mesa

desoperculadora e a casa de mel. De posse desses equipamentos o produtor já está apto a

realizar a atividade.

Outro fator importante para atividade apícola é a utilização de caixa de madeira padrão

chamada de colméia racional. A mais utilizada é a colméia Langstroth, que foi desenvolvida

pelo apicultor e estudioso norte-americano, Lorenzo Lorraine Langstroth. Essa colméia

consiste em uma caixa feita de madeira com as seguintes estruturas: fundo, caixa ninho ou

câmara de cria, melgueiras, tampa e quadros, possuindo ainda um acessório denominado de

tela excluídora que serve para evitar que a rainha e os zangões vão para as melgueiras.

De acordo com Silva (2007), o produto mais explorado na atividade da apicultura é o

mel. Para as abelhas produzir esse produto, é essencial a presença de um vasto pasto apícola

com floradas em abundância e água de boa qualidade.

Deve-se observar se o produtor vai realizar a criação de abelhas de forma migratória

ou fixa, normalmente é realizada a apicultura fixa devido ao custo de uma produção


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migratória, que é realizada principalmente por apicultores profissionais com mais de 100

colméias. Outros aspectos que devem ser levados em conta quando se pretende instalar um

apiário, a disponibilidade de recursos florais é, sem dúvida, a mais importante, além da

disponibilidade de água e distância de áreas com movimentação humana ou barulho.

A flora apícola é caracterizada pelas espécies vegetais que possam fornecer néctar e/ou

pólen, produtos essenciais para a manutenção das colônias e para a produção de mel. O

conjunto dessas espécies é denominado "pasto apícola ou pastagem apícola". Apesar das

abelhas terem a capacidade de forragear com alta eficiência uma área de 2 a 3 km ao redor do

apiário (em torno de 700 ha de área total explorada), quanto mais próximo da colméia estiver

a fonte de alimento, mais rápido será o transporte, permitindo que as abelhas realizem maior

número de viagens contribuindo para o aumento da produção. (PEREIRA et al. 2003).

Conforme Souza (2004) outros fatores devem se observados, quanto à localização do

apiário estão: a disponibilidade de água, o apiário deve estar a uma distância máxima da fonte

de água é de 300 metros, na ausência de fontes naturais é necessário utilizar bebedouros

artificiais com água limpa e fresca; a facilidade de acesso garantindo a movimentação sem

dificuldades de pessoas e materiais apícolas necessários à produção; bom sombreamento do

apiário em regiões quentes. O sol direto sobre as colméias é prejudicial às abelhas e

compromete a produção; e proteção contra os ventos, principalmente nas regiões frias.

Após a instalação do apiário é comum ocorrerem alguns Problemas Técnicos de

Manejo (PTM), que estão relacionados principalmente ao ataque de pragas (PTM/pragas)

como formigas, cupins, ácaros (Varroa destructor) e traça dos favos (galleria mellonella),

além da pilhagem das abelhas por outros enxames de abelhas como a “Arapuá”, melípona do

gênero Trigona. Pereira et al. (2003), diz que o ataque de insetos ocorre principalmente em

enxame de colônias fraca, sendo geralmente, conseqüência da falta de alimento disponível no


16

campo, divisão natural de enxames, rainhas velhas nas colméias ou enxames recém-

capturados. Além de não produzirem, essas colônias são alvo fácil de pragas e doenças.

Para isso, de acordo com Souza (2004), o apicultor deve realizar vistorias periódicas

nas colônias, estando sempre atento à situação das colméias, observando a quantidade de

alimento disponível, a presença e a qualidade da postura da rainha, o desenvolvimento das

crias, a ocorrência de doenças ou pragas, espaço disponível na colméia para evitar

enxameação, etc. Desse modo, muitos problemas podem ser evitados caso sejam tomadas

medidas preventivas, utilizando-se técnicas de manejo adequadas, a fim de manter os

enxames em condições de produção.

De acordo com Reis (2003), outro fator que pode gerar o ataque de pragas, está

relacionado ao uso de quadros com cera muito “velha” nos ninhos e nas melgueiras, isso

ocasiona a redução dos alvéolos, o que reduz a área útil para o armazenamento de alimentos

para as abelhas, além de originar abelhas menores menos produtivas e mais agressivas. O

resultado desse manejo tem como conseqüência a perca de “vigor” da colônia, ou seja, a

capacidade das abelhas de se defenderem do ataque de outros insetos, e uso da cera “velha”

também favorece a infestação das colméias pela traça dos favos, por isso o produtor deve

observar se a cera dos quadros estiver muito escura, é necessária a troca desses quadros.

Tem que se tomar cuidado também com a enxameação, de acordo Vieira, Silva e

Grande (2004), as abelhas africanizadas são propensas a enxameação (processo natural de

divisão de enxames), por isso é necessário realizar vistorias quinzenais nas colméias para

evitar que isso ocorra.

De acordo com Wolff (2007), em algumas épocas são necessárias a utilização de

alimentação artificial para estabelecimento das abelhas no apiário, sendo dividida em dois

tipos de alimentação artificial, que por sua vez são oferecidos aos enxames em épocas

também distintas, pois têm objetivos diferentes. Esses tipos de alimentação são:
17

Alimentação artificial de manutenção: Serve para a subsistência dos

enxames e é fornecida no início e durante os períodos de escassez de floradas;

Alimentação estimulante: que serve para estimular a postura da rainha,

auxiliando no aumento dos enxames, melhorando na produtividade da colméia, ou

fortalecimento de enxames fracos.

Quanto à evasão de enxames ou abandono das colméias (PTM/evasão), conforme

Segeren (2004) ocorrem normalmente por causa: da falta de pasto apícola; por perturbações

causadas por ataques de pragas; migração natural do enxame; falta de água próximo ao

apiário; e até mesmo a revisão das caixas, feitas de forma inadequada pelo apicultor. Com

base nisso pode-se afirmar, que a falta de condições adequadas para o estabelecimento das

abelhas, leva a evasão de enxames do apiário.

3.6.2. Extração do mel, envase e armazenamento

Após a colheita, de acordo com PEREIRA et al.(2003), a extração do mel deverá

sempre ser realizada em local apropriado, normalmente denominado como “sala do mel” ou

“casa do mel”, onde deve ser seguidas todas as normas de higiene. Os equipamentos e

recipientes deverão ser bem limpos e desinfetados. Segundo Reis (2003) é interessante que

essas instalações possuam se possível o serviço de inspeção, Serviço de Inspeção Municipal

(SIM), Serviço de Inspeção Estadual (SISE).

Conforme Pereira et al. (2003) estrutura física da casa do mel apresenta construção e

disposição simples, constando de área de recepção do material do campo (melgueiras)

separada da área de manipulação, área de processamento do mel (podendo ser subdividida,

conforme a etapa de processamento), área de envase, local de armazenagem do produto final e

banheiro em área isolada (externa ao prédio). A construção deve obedecer às normas


18

sanitárias do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA (Portaria SIPA nº

006, de 25 de julho de 1985).

De acordo com Souza (2004), os procedimentos dentro da casa de mel são: a recepção

das melgueiras; desoperculação, que é a remoção da “cera ou opérculo” que fecha os alvéolos

onde se está armazenado o mel no quadro; centrifugação; filtragem do mel; decantação

realizada em tanques decantadores, onde as impurezas e bolhas presentes no mel ficaram na

superfície do mesmo; envase e armazenamento. É imprescindível que os manipuladores, na

casa de mel, tenham tomado banho e usando roupas limpas (jaleco, gorro, máscara), e que

tenha seguido todas as regras de higiene, para assegurar um ambiente de trabalho adequado

para a manipulação do mel, evitando assim a contaminação do mel.

A perda de qualidade do mel por contaminação de acordo com Neto e Neto

(2006) está ligada principalmente aos seguintes fatores:

a) manipulação do mel em recipientes sujos ou mal lavados;

b) local de beneficiamento impróprio e sujeito à contaminação;

c) utilização de água de má qualidade;

d) falta de cuidados com a higiene pessoal; e

e) caixas de transporte conduzidas de forma inadequada.

O uso de embalagens inadequadas para envase do mel afeta na qualidade do mel, de

acordo com Reis (2003), o armazenamento e venda em embalagens plásticas do tipo PET

(Politereftalato de Etileno) e garrafas de vidro de cachaça ou cerveja, podem prejudicar as

propriedades do produto por não serem adequadas a este fim. A higienização inadequada

dessas embalagens pode levar a contaminação do mel com diversas substâncias e

microorganismos, sendo alguns dos quais potencialmente patogênicos. Segundo normas da

Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) O mel pode deve ser acondicionado em
19

embalagem apta para alimento, adequada para as condições previstas de armazenamento e que

confira uma proteção adequada contra contaminação.

Para Lopes (2008), em toda a produção do mel é necessário seguir as Boas Práticas

Apícolas, porém dentro da casa de mel é necessário o uso das Boas Práticas de Fabricação

visto por Pereira et al. (2003). As Boas Praticas de Fabricação são reguladas pela Resolução -

RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004 (BRASIL, 2004) da ANVISA onde possui normas

de conduta para manipulação de alimentos em relação a higiene, que garantem a qualidade do

mel principalmente nas etapas de envase e armazenamento necessárias para evitar a

contaminação do mel. De acordo com Lopes (2008), realizar boas práticas no campo por

ocasião da colheita do mel significa o primeiro passo na obtenção de um produto de boa

qualidade.

O armazenamento do mel conforme Souza (2004), deve sempre ser feito em local seco

e fresco, mantido ao abrigo da luz e sobre estrados, onde o mel deve permanecer até a

comercialização. Esses cuidados se devem a uma substância presente no mel chamado

Hidroximetilfurfural (HMF), que surge da decomposição de açúcares e devido a sua

reatividade diminui o valor nutricional do mel, além disso, o HMF altera o sabor e o aroma do

mel. É causada pela da presença de altas temperaturas ou armazenado por muito tempo em

temperatura ambiente. De acordo com Pereira et al. (2003), esses cuidados em relação ao

armazenamento valem, tanto do mel a granel (baldes plásticos e tambores) como do

fracionado (embalagens para o consumo final), em relação à higiene do ambiente e,

principalmente, em relação ao controle da temperatura.

Schweitzer (2001) relata que com os diferentes negócios da agroindústria, os controles

da qualidade dos produtos de consumo serão cada vez mais freqüentes e cada vez mais

sofisticados. Assim torna-se necessário tomar cuidados referentes aos processos de colheita e

manipulação do mel para garantir a qualidade do produto final.


20

3.6.3. Comercialização

A comercialização do mel é a etapa mais importante, porem a comercialização exige

do produtor certo esforço, principalmente na parte de gestão da produção, utilização de rótulo

nos produtos, participação em associações para aquisição de melhores preços, conseguirem

selo de Serviços de Inspeção Sanitária e formação de Arranjos Produtivos Locais (APL).

Para o SEBRAE (2006b), a comercialização do mel e de outros produtos da colméia

pode ocorrer através de duas formas:

Venda direta e informal por parte dos produtores, isso em feiras ou

pessoalmente, executando uma venda precária, através de esforços pessoais

diretamente em residências ou pequenos comércios, em litros, vidros e até em latas e

baldes;

Venda através de intermediários, em grandes estabelecimentos

comerciais ou através de pontos especializados. Que são o elo entre o produtor e

estabelecimentos processadores ou comerciais, porém exigem do produtor a produção

em larga escala.

Fatores como à dificuldade com venda, desconfiança em relação à qualidade do mel e

falta de logística, são problemas comerciais (C) enfrentados pelos produtores. Segundo

Embrapa (2002), o manejo inadequado e deficiência no sistema de organização e gestão dos

produtores, levam a baixa produtividade e qualidade do mel, o que dificulta na

comercialização, sendo chamados também de gargalos na produção.

Os problemas de investimento (I) são a falta de capital, alto custo inicial da atividade

por isso a necessidade de formação e associações e cooperativa, dificuldade em aquisição de

novas colméias Langstroth e dificuldade em se realizar financiamentos. Kusma, Ternoski e


21

Macohon (2008), afirmam que esses problemas levam a dificuldade de ampliação da

atividade, e consequentemente dificuldade no aumento da produtividade.


22

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1. Área de Estudo

O trabalho foi desenvolvido no município de Aripuanã – MT no período de dezembro

de 2007 a fevereiro de 2008 com visitas aos produtores de mel. A escolha do município se

deu pelo fato, de que, na época estava sendo implantada a Associação de Apicultores de

Aripuanã (APARI), havendo assim um início de estruturação dos produtores de mel e

discussões sobre a atividade apícola.

A origem do nome Aripuanã é indígena Apiacá, e “Aripuanã” significa “Água de

Pedra”. O município tem uma área de 24.603,13 km2, fazendo limites com os municípios de

Colniza, Rondolândia, Castanheira, Juina e Cotriguaçu.

Fica localizado ao noroeste do Estado de Mato Grosso, distante 992 km de Cuiabá a

capital do estado, na latitude 10º 10’ 26,1605” S e longitude 59º 27’ 12.5947” W. Apresenta

clima equatorial quente e úmido, com a precipitação anual de 2750 mm com maior

intensidade nos meses de janeiro, fevereiro e março. Possui altitude de 190 metros e

temperatura média de 26º C. A vegetação predominante é de floresta Amazônica com solo de

característica argilo-arenoso. Os principais rios são: Aripuanã, Roosevelt, Guariba, Canamã,

Capitari, Furquim e Rio Branco. E entre as atividades desenvolvidas no município pode-se

destacar: o extrativismo vegetal (extração madeireira), a mineração, a pecuária extensiva e o

turismo. (FERREIRA, 2001 P. 273).


23

Figura 3 Mapa do estado de Mato Grosso com a localização da capital Cuiabá e o município de
Aripuanã (local da realização do trabalho).
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Aripuan%C3%A3. Modificado por Batista, (2009).

4.2. Produção dos Dados

Para a produção dos dados foram realizadas entrevistas semi-estruturadas voltadas

para os produtores com intuito de levantar dados sobre a atividade apícola, pelo ponto de vista

dos produtores. A metodologia utilizada para localização e entrevista dos produtores foi o tipo

“Bola de neve” onde o produtor entrevistado indicava o próximo produtor, com isso foi

possível entrevistar vinte e três produtores que realizam a atividade apícola, divididos em

quatro regiões dentro do município de Aripuanã; sendo seis produtores da Linha Rio Branco,

cinco da Gleba Milagrosa, seis da cidade de Aripuanã e seis da Gleba Conselvan.

As entrevistas foram realizadas in loco, onde foi aplicado um questionário com

questões abertas e fechadas abordando pontos econômicos, sociais, e ambientais da atividade,

as entrevistas se deram nas propriedades ou na Feira Municipal de Produtores Rurais de

Aripuanã-MT (Figura 4). O trabalho foi desenvolvido em um período conhecido como o

“período das chuvas”, onde verificou se a dificuldade dos produtores de transportar as suas

mercadorias por causa da precariedade das estradas e distância percorrida pelos mesmos até

chegarem à feira municipal.


24

Figura 4 - Entrevista com os produtores nas Propriedades e na Feira Municipal de Aripuanã

As metodologias das entrevistas foram realizadas segundo Lakatos e Marconi (2001).

O modelo da entrevista utilizada esta em apêndice (apêndice I). Os dados das entrevistas

foram divididos em quatro categorias: Problemas técnicos ambientais (PTA), Problemas

Técnicos de Manejo (PTM), Comerciais (C) e de Investimento (I).

PTA: no trabalho foi considerado apenas falta de florada, por ser uma condição

específica, porem poderia ser considerado também o excesso de chuvas, excesso de vento ou

seca. Pois são fatores locais que também influenciam diretamente a produção e o trabalho das

abelhas.

PTM: são problemas relacionados com o manejo, contudo no trabalho foram

observados; problemas com o ataque de pragas (PTM/pragas); e problemas relacionados com

a evasão de enxames (PTM/evasão).

Comerciais (C): foram considerados os problemas que dificultam a atividade, como

falta de logística, desconfiança na qualidade do mel, dificuldade com a venda do mel.

Investimento (I): são problemas como, falta de capital, alto custo da atividade,

dificuldade em conseguir novas caixas Langstroth, dificuldade em conseguir novos

financiamentos.
25

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1. Perfil prévio dos produtores e da produção

Dos produtores entrevistados 74% dizem ter ensino fundamental incompleto e apenas

9% deles possuem ensino médio completo, como pode ser observado na Figura 5. Estes dados

demonstram um baixo nível de escolaridade dos produtores, porém não foi possível comparar

o nível de instrução com produtividade de mel, como também comparar tempo de atividade

com produtividade média por caixa, pois há produtores com 2 anos de atividade com

produtividade média de 19,5 kg de mel/col./ano e produtores com 15 anos de atividade e

produtividade média de 4,5 kg de mel/col./ano.

sem instrução
ensino médio 4%
13%

fund. Completo
9%

fund. Incompleto
74%

Figura 5 - Nível escolar dos entrevistados

Em relação ao tempo de atividade, como é possível observar na Figura 6, dos

produtores entrevistados 65% deles possuem um tempo de atividade inferior a 3 anos e apenas

9% dos produtores possuem mais de 15 anos de atividade. Um dos motivos da alta

porcentagem de produtores com até 3 anos de atividade, foi devido a realização em 2005 de
26

um curso de apicultura realizado pela Secretaria Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR)

em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Em 2006 iniciou-se um projeto para

incentivo e estruturação da apicultura no município tendo como filiados o governo do Estado,

EMPAER, SEBRAE e Secretaria Municipal de Agricultura, com previsão de término para

2010, onde até 2007 foram já haviam sido realizados cursos como: iniciantes em apicultura;

produção de abelhas rainhas e de geléia real; e processamento e industrialização do mel.

acima de 15
anos
9%

de 8 a 15
anos
26%
inferior a 3
anos
65%

Figura 6 - Tempo que o produtor desenvolve a atividade apícola

Observou-se também que o comportamento dos apicultores em relação ao manejo na

apicultura em sua maioria, não coloca em prática os conhecimentos obtidos nos cursos,

seminários, e eventos que têm sido organizados nos últimos anos. Isto ocorre, porque a

maioria dos apicultores não possui a apicultura como atividade principal, disponibilizando

desta forma menos atenção do que deveriam para a atividade, e em virtude das dificuldades

financeiras citadas pelos mesmos.

A atividade principal mais observada entre os produtores do estudo foi à criação de

gado de corte e leite, outras foram à produção de hortaliças, de pupunha, de café, de banana,

onde destes apenas dois não possuíam como atividade principal a atividade agrícola, sendo
27

para estes a atividade principal a mecânica de motos e o outro era taxista. Apenas três dos

produtores entrevistados, tinham a apicultura como atividade principal.

Os produtores entrevistados podem ser classificados como pequenos produtores de

mel, isso se dá por possuírem número igual ou inferior a 20 colméias, isso de acordo Vieira,

Silva e Grande (2004) o que pode se observado na Tabela 1, com exceção apenas de um

produtor que possuí 31 colméias, sendo esse um dos três produtores podem ser classificados

como apicultores por possuir a apicultura como única fonte de renda, porém todos os três

possuíam produtividade média por caixa em torno de 6,5 kg mel/col./ano, o que pode ser

considerado baixo já que segundo Sommer (2002) a média nacional é de 15 kg mel/col./ano,

para produtores de baixo nível tecnológico. E que segundo Vieira, Silva e Grande. (2004)

produtores com boas técnicas de manejo podem produzir de 30 a 50 kg de me/col./ano. Um

dado interessante na Tabela 1, que um produtor da região de Aripuanã com apenas duas

colméias, porém com uma média de 19,5 kg mel/col./ano teve uma renda de R$ 468,00

enquanto outro produtor da região da linha Rio Branco, com duas colméias porem de 10 kg

mel/col./ano a renda foi de apenas R$ 200,00 mostrando assim a viabilidade de melhoria da

produção sem a necessidade de aumento no número de colméias.

Tabela 1: Relação entre o numero de colméias com a produtividade média por colméia e a renda anual

Renda
nº de Produtividad Média/caix Destino da Preço do mel anual
REGIÕES
colméias e anual (Kg) a produção vendido/kg aproximad
a
14 160 11,43 Sob encomenda R$ 10,00 R$ 1.600,00
5 50 10 Feria R$ 13,00 R$ 650,00
MILAGROS
4 50 12,5 Feira R$ 10,00 R$ 500,00
A
1 10 10 Consumo próprio - -
10 12 1,2 Sob encomenda R$ 10,00 R$ 120,00
3 20 6,67 Consumo próprio - -
1 3 3 Consumo próprio - -
LINHA RIO 3 15 5 Feria R$ 12,00 R$ 180,00
BRANCO 3 22 7,33 Consumo próprio - -
3 15 5 Sob encomenda R$ 12,00 R$ 180,00
2 20 10 Sob encomenda R$ 10,00 R$ 200,00
28

Cont.
2 39 19,5 Feira R$ 12,00 R$ 468,00
31 208 6,71 Feira R$ 15,00 R$ 3.120,00
9 não sabia - Feira R$ 15,00 -
ARIPUANÃ 10 47 4,7 Feira R$ 15,00 R$ 705,00
R$
20 300 15 Feira R$ 13,00
3.900,00
20 Não sabia - Consumo próprio - -
14 55 3,93 Sob encomenda R$ 10,00 R$ 550,00
4 50 12,5 Sob encomenda R$ 10,00 R$ 500,00
CONSELVA 2 30 15 Sob encomenda R$ 10,00 R$ 300,00
N 2 10 5 Consumo próprio - -
9 42 4,7 Consumo próprio - -
5 10 2 Consumo próprio - -

Segundo classificação da SEAGRI da Bahia no Programa de Desenvolvimento da

Apicultura, os apicultores que possuem até 50 colméias são considerados pequenos

produtores que tem a apicultura como atividade secundária, ou participam de projetos

comunitários reunindo-se em associações e utilizam mão-de-obra familiar. No programa é

dado que o número ideal de colméias para se ter uma atividade rentável é de no mínimo 30

colméias. Conforme Vieira, Silva e Grande (2004), os produtores com menos de 20 colméias,

a aquisição de equipamentos é praticamente inviável em razão do custo destes equipamentos,

por isso a necessidade de apoio de órgãos governamentais e organização do setor em

associações ou cooperativas, para reduzir os custos da atividade. Porém, vale frisar que apesar

de possuir um alto custo inicial, o custo da manutenção da atividade é muito baixo, e “os

equipamentos utilizados para se cuidar de 10 colméias são os mesmos para 50 colméias”

(conforme relato informal de um dos produtores).

Na Figura 7, é possível observar que 35% dos produtores destinam a sua produção de

mel, apenas consumo próprio, 35% vendem o mel na feira municipal (visto na Figura 7 em

azul na coluna comercialização) e 30% entregam o mel sob encomenda (visto na figura em

vermelho na coluna comercialização), somando assim 65% dos produtores que destinam o
29

mel para comercialização. O fato de 35% dos produtores destinarem a sua produção apenas

para consumo próprio se deve a falta de profissionalização do setor, e por ser uma atividade

secundária, sendo desenvolvida em finais de semana, feriados ou em horas vagas. Porém o

mel vendido diretamente pelo produtor possui um bom preço, segundo as entrevistas o mel é

vendido em torno de R$ 10,00 a R$ 15,00 o litro, visível também na Tabela 1, mostrando que

essa venda direta ao consumidor possui grande importância para os produtores em relação ao

preço, contudo em relação à quantidade produzida de mel para grande parte dos produtores

sequer cobre os custos da atividade.

90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Consumo próprio comercialização

destino da produção

Figura 7 - Destino da produção de mel dos entrevistados

De todos os apicultores entrevistados, apenas 2 não participaram dos cursos de

apicultura realizados na região, por causa da dificuldade de transporte e distância da

propriedade aos locais onde foram realizados os cursos, mostrando assim a boa participação

dos produtores e interesse em adquirir conhecimentos sobre a atividade. Porém de todos os

apicultores entrevistados, nenhum realizava o controle da produção, mesmo tendo

conhecimento e a importância de se realizar o controle e nenhum dos produtores sabia qual

que era o custo da atividade na sua propriedade


30

5.2. Entraves da atividade

Dos problemas levantados no trabalho no ponto de vista do produtor, os principais

deles foram os problemas técnicos de manejo PTM/pragas (visto em azul na coluna PTM na

Figura 8) relacionados ao ataque de pragas traças formigas e cupins, dos produtores com esse

problema. Segundo os entrevistados eles sofrem de uma grande carência de assistência técnica

na área de apicultura, sendo que muitos deles afirmaram que não receberam visita técnica na

propriedade para auxiliá-los no desenvolvimento da atividade. Segundo KUSMA et al.

(2008), a falta de assistência técnica é um dos fatores que influenciam diretamente na

produtividade da atividade apícola.

Dos nove produtores com problemas técnicos de manejo PTM/pragas, ou seja, 39%

dos produtores, apenas um apresenta mais de 5 colméias. Já com relação ao PTM/evasão

(visto em vermelho na Figura 8 na coluna PTM) apenas três produtores relataram ter como

problema principal a evasão de enxames, sendo o equivalente a 13% dos produtores

entrevistados onde um deles possuía apenas uma colméia possivelmente pela evasão do resto

das colméias, o segundo apenas 3 colméias e o ultimo ainda possuía 20 colméias.

De acordo com SEGEREN (2004), as possíveis causas da evasão, são: a falta de

alimento, ou diminuição da produção nectarífera, onde as abelhas emigram em busca de novas

fontes de alimento (plantas melíferas). Outro fator seria o excesso de perturbações sobre a

colméia, perturbações estas causadas, por exemplo, por ataques de formigas, vespas, cupins,

ou até mesmo o próprio apicultor, quando faz um manejo inadequado.


31

90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
PTM I C PTA

Figura 8 - Porcentagem de Problemas observados no município

Dos problemas divididos por regiões, a região que mais sofre com o PTM/pragas é a

gleba Rio Branco (observado em azul na coluna PTM na Figura 9), isso se deve ao fato ser

uma região onde apenas um dos entrevistados possui 10 anos de atividade e o restante deles

possuírem apenas 1 ano de atividade, mostrando assim um grande número de produtores

iniciantes, o que justifica o fato de ser região que houve mais reclamações sobre a falta de

assistência técnica durante as entrevistas.

90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
PTM I C PTA PTM I C PTA PTM I C PTA PTM I C PTA

MILAGROSA RIO BRANCO ARIPUANÂ CONSELVAN

Figura 9 -: Distribuição dos Problemas divididos por região em Aripuanã-MT

Os problemas relacionados com investimento (I) foram identificados cinco, ou seja

22% dos produtores, onde três deles reclamaram do alto custo da atividade no município, e

dois reclamaram de dificuldades financeiras enfrentadas e um reclamou das dificuldades em


32

adquirir mais caixas racionais modelo Langstroth. Desses seis produtores, cinco possuíam de

9 a 20 colméias, enquanto apenas um produtor possuía 3 colméias, sendo este o que teve

dificuldade em adquirir novas colméias. Um dos problemas em relação á investimentos,

relatado por alguns dos entrevistados é o fato de que grande parte das propriedades se

encontra em áreas de assentamento ainda não regularizadas pelo INCRA, dificultando o

acesso desses produtores a financiamentos ou projetos do PRONAF.

A produtividade média dos produtores com problemas de investimento é 9 kg

mel/col/ano, Kusma, Ternoski e Macohon (2008) observaram em Prudentópolis - PR, uma

produtividade média entre os produtores de 10 kg mel/col./ano o que também é abaixo da

média recomendada de 15 kg mel/col./ano, ele afirma que fatores que dificultam a produção

interferem reflete-se diretamente no grau de investimentos na atividade. No trabalho de REIS

(2003), ele observou em Corumbá - MS em relação a investimento que os produtores

possuem dificuldades de acesso a materiais, equipamentos, insumos e linhas de crédito, para

poderem realizar uma apicultura comercial.

Apenas quatro produtores disseram ter problemas em relação à comercialização (C),

onde os mesmos afirmaram que possuem dificuldades com a venda relacionada à

desconfiança e baixa aceitação do mel por parte dos consumidores em relação à qualidade do

produto quando envasado em embalagens adequada. Segundo alguns produtores

entrevistados, os consumidores da região preferem o mel com restos de abelhas e envasado

em garrafas de cachaça de vidro de 1 litro, para provar que o mel é legítimo. A mesma

situação é observada por REIS (2003), indicando que essas dificuldades estão relacionadas

questões culturais dos consumidores que associam pureza ao mel comercializado em garrafas

de vidro de um litro, principalmente contendo resto de cera e abelhas adultas mortas, uma

demonstração de envase em embalagens inadequadas observadas na feria municipal de

Aripuanã na Figura 10.


33

Figura 10 - Mel em embalagens de PET e de bebidas como cerveja e cachaça

Em relação aos problemas com comercialização (C) a região de Aripuanã é o que

apresentou o maior índice de problemas de comercialização onde 50% dos produtores visto na

Figura 9, isso ocorre, pois como é possível observar na tabela 2 onde 83% dos produtores

destinam o mel para venda na feira. Outra região que também apresentou problemas com

comercialização foi a Milagrosa, onde também 80% dos produtores destinam seu mel para

venda, como é possível observar na tabela 2, ou seja, 40% dos produtores destinam para

venda na feira municipal e 40% vendem o mel sob encomenda. Com base nisso pode se

afirmar que a produção é destinada para o mercado informal conforme SEBRAE (2006b).

Tabela 2 - Destino da produção de mel por Região

Rio
Milagrosa Aripuanã Conselvan
Branco
Consumo próprio 20% 50% 17% 50%
Venda na feira 40% 17% 83% 0%
Sob encomenda 40% 33% 0% 50%

Quanto aos problemas técnicos ambientais (PTA): foram identificados apenas dois

produtores com PTA, onde estes reclamaram da falta de floradas, o que não permite a

ampliação do apiário. É importante salientar que estes produtores um destes possuía 2

colméias e o outro 4 colméias, embora tenham uma produtividade média por caixa de 12,5kg

á 15kg. Esses produtores são da região de Conselvan onde todos os produtores possuem um

número inferior a 10 colméias, possivelmente por causa da baixa florada na região. O que
34

poderia ajudar a resolver esse problema é a implantação de Sistemas Agroflorestais (SAF’s)

com espécies melíferas e ao mesmo tempo com outras finalidades produtivas.

Uma questão que não foi adicionada a entrevista, porém foi observado durante as

entrevistas é que grande parte dos produtores não realizavam a alimentação das colméias no

período de entressafra. E para Wolff (2007), em algumas épocas são necessárias a utilização

de alimentação artificial para estabelecimento das abelhas no apiário, se não for realizada essa

prática, pode se ocasionar a queda de produtividade, pois a abelha rainha cessa a postura por

falta de alimento, o que enfraquece o enxame, ou as abelhas abandonam as colméias em busca

de novos locais com alimentos.

De todos os apicultores entrevistados apenas seis deles possuíam casa de mel, sendo

que apesar de serem nomeadas como casa de mel, não são locais adequados para tal prática

por terem outros usos dentro da propriedade rural e não possuírem locais adequados para o

armazenamento do mel e o fato dos equipamentos utilizados pelos produtores nas casas de

mel serem rústicos e algumas vezes fabricados pelos produtores, em razão da dificuldade e os

custo de adquirir tais equipamentos. A mesma situação é observada por Reis (2003), onde ele

afirma que a extração deve ser realizada em local adequado, porém as condições dos locais

onde são realizadas essas operações são muito variáveis, sendo que essas instalações

deveriam possuir serviço de inspeção sanitária (SIF, ou SISE), o que normalmente não ocorre.
35

6. CONCLUSÂO

A partir desse é possível observar que o município possui as suas potencialidades e

carências em relação à apicultura, porém a partir dos dados coletados, observa-se que será

necessário um acompanhamento técnico desses produtores para auxiliá-los na melhoria da

atividade. Os problemas PTM e PTA estão mais relacionados a questões de técnicas de

manejo, onde a sua melhoria não vai gerar ônus a atividade, mas é necessário que se invista

na formação de extencionistas que possam dar assistência técnica na área. Quanto à questão

de florada será necessário que os produtores façam plantios de espécies melíferas para

melhoria da produção.

Quanto aos problemas comerciais e de investimento, ambos estão relacionados,

contudo é preciso que seja feito um investimento em estrutura física para os produtores,

aquisição de caixas langstroth, construção e melhorias das casas de mel e terem serviço de

inspeção sanitária, para que possam melhorar a qualidade de produção resolvendo assim os

problemas com comercialização.

Dos problemas citados acima, ocorrem devido ao fato de a apicultura não ser a

atividade principal, a partir do momento que os produtores encararem a apicultura como uma

atividade principal e rentável, os problemas poderão ser reduzidos com os devidos

investimentos. Em relação ao mel orgânico não foi percebido esse tipo de atividade na região,

deixando assim uma oportunidade de expansão da produção de mel no município, abrindo

possibilidades dos produtores de não só produzirem mel para o município como também para

outras regiões.
36

7. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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40

Apêndice I

Questionário sobre a situação dos apicultores de Aripuanã:

Nº do questionário; ________ Data: ____/____/____

1. – Identificação do produtor e família:

1.1. Nome do produtor;


1.2. Estado civil: ( ) Solteiro, ( ) Casado, ( ) Viúvo, ( ) Outros
1.3. Idade:
1.4. Naturalidade;
1.5. Grau de instrução;
1.6. Quantos filhos;
1.7. Quantos moram na propriedade;
1.8. Quantos efetivamente trabalham na propriedade:
1.9. Os filhos estudam: ( ) Sim, ( ) Não
1.10. Onde estudam; ( ) escola pública rural, ( ) escola publica urbana
( ) escola particular

2. – identificação da propriedade:

2.1. Endereço da propriedade:


_____________________________________________
3.2. Área total da propriedade ______ ( ) alqueires ( ) hectares
3.3. Posse da terra; ( ) proprietário, ( ) arrendatário, ( ) parceiro, ( ) outros
3.4.Tipo de construção (residência); ( ) Alvenaria, ( ) Madeira
3.5. Distância da sede do município (km); ________ Da casa de Mel ________

3. – Dados sobre a exploração da propriedade:

3.1. Qual a atividade principal da propriedade?


__________________________________________________
3.2. Atividades secundárias?
__________________________________________________

4. Dados sobre a atividade apícola;

4.1. Há quanto tempo está na atividade? _______


4.2. O que o motivou a entrar na atividade?
_________________________________________________________________

4.3. Faz parte da Associação dos apicultores; ( ) Sim, ( ) Não


4.4. O que o levou a entrar na associação?
_________________________________________________________________
4.5. Você participou de algum curso de apicultura realizado na região;
( ) Sim, ( ) Não
4.6. Esses cursos Contribuíram na melhoria da produtividade;
_________________________________________________________________
41

4.7. Qual a principal dificuldade em relação à atividade?


4.8. Você recebe ajuda de alguma instituição para se manter na atividade? Qual?

5. Produtividade

5.1. Nº de colméias; __________


5.2. Qual é a produtividade anual de mel; __________
5.3. Localização do apiário?__________________________________________
5.4. Ou quantos quilos de mel são colhidos por safra? _________
5.5. Quantas colheitas de mel você realiza por ano? ________
5.6. Antes da chegada dos cursos quantas colheitas você realizava por ano? _______
5.7. Você faz algum tipo de controle da produção?_____________________________

6. Comercialização

6.1. O mel produzido na propriedade é vendido principalmente;


( ) na feira, ( ) Para atravessador, ( ) entregue para associação, ( ) entregue sob encomenda.
6.2. Preço de venda kg:___________
6.3. Que tipo de embalagem utiliza: ____________
6.4. Qual o custo de produção:________________
6.5. A cera alveolada é produzida na propriedade ou adquirida de terceiros:
_____________
6.6. Se adquirida de terceiros, qual o custo? ____________

7. Questões Ambientais

7.1. Você trabalha com agrotóxicos na propriedade;


7.2. Já houve intoxicação por agrotóxicos: ( ) pessoas, ( ) Animais
7.3. Existe um local apropriado para depositar embalagens de agrotóxicos;
( ) sim, ( ) não

8. Outros;

8.1. Já ouviu falar sobre produtos orgânicos?


8.2. Produz algum tipo de produto orgânico? Quais?
8.3. Gostaria de adotar o sistema orgânico?

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