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Departamento de Agronomia
Tangará da Serra - MT
2009
TIAGO ALEXANDRE BATISTA
CDU - .....
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________
Prof. José Roberto Rambo
UNEMAT - Campus Universitário de Tangará da Serra
Orientador
___________________________________________
Prof. Msc. Karine Medeiros Anunciato
UNEMAT - Campus Universitário de Tangará da Serra
___________________________________________
Agradeço a meus pais Bernardo Batista e Rita Maltezo que contribuíram muito para a
realização desse trabalho, ao meu avô João Maltezo que ajudou na coleta dos dados aos
Professores José Roberto Rambo, Gilmar Laforga e Edinéia Alves Moreira Baião, que
pesquisa.
RESUMO
The beekeeping characterizes for the economic and rational exploration of the bee
of the Apis sort and mellifera Apis species, being an activity of recognized importance in the
generation of job and income, factor of diversification of the country property, playing an
important role in world-wide the partner-economic picture. It is an activity that in the o Brazil
present flora characteristics special and climate that, ally the presence of the africanized bee,
confer it a fabulous potential for the apicultural activity, however still little explored mainly in
the Mato Grosso, however it is starting to be spread out by being an alternative of ambiently
correct production. The work was developed in the city of Aripuanã - MT in the period of
December of 2007 the February of 2008 with visits the honey producers, where 23 producers
had been interviewed that develop beekeeping in its properties, objectifying to identify the
problems faced in the activity on the point of view of the proper producers, that are divided in
four regions (gleba Milagrosa, gleba Rio Branco, gleba Conselvan, and Aripuanã city),
similar of attainment of data that can assist the productive sector in the city. Being that the
beekeeping is a complementary activity the income of the small producers. In the city of
Aripuanã the activity is in beginning of consolidation, not possessing still a local productive
arrangement (APL), depending on governmental support, credit facilities and a bigger interest
of the producers of if organizing
Key-words: apiculture production of honey, Mato Grosso, sustainability, beekeeping
Listas de Siglas
2. OBJETIVOS ................................................................................................................................................... 3
2.1. Objetivo Geral ........................................................................................................................................ 3
2.2. Objetivo específico ................................................................................................................................. 3
6. CONCLUSÂO .............................................................................................................................................. 35
Apêndice I ............................................................................................................................................................. 40
1
1. INTRODUÇÃO
Apis e espécie Apis mellifera (CAMARGO, 1972, p. 19). É uma atividade de reconhecida
De acordo com Kerr (2006) a apicultura tem três lucros inevitáveis: o primeiro é o
lucro ecológico porque as abelhas estão entre os insetos polinizadores mais importantes de
muitas das plantas que cultivamos, principalmente as árvores frutíferas dependem destes
insetos para sua polinização; o segundo é o econômico porque a apicultura ainda é uma
atividade lucrativa; e o terceiro lucro é o social, por que é uma atividade que pode envolver
toda a família.
(CORRÊA, 2002). Por todo o país, é desenvolvida a atividade apícola, envolvendo serviços
como: mel, pólen, cera, geléia real, apitoxina; polinização de pomares; cultivos agrícolas e da
Segundo dados da EMBRAPA MEIO NORTE (2002) a produção mundial de mel teve
uma tendência crescente nos últimos 20 anos, apesar das flutuações de produção, em regiões e
uma tendência de aumento durante os últimos anos, sendo este fator atribuído ao aumento
2
geral nos padrões de vida e também a um interesse maior por parte dos consumidores de
Outro fator a ser observado a favor da apicultura, é o fato de ser uma excelente opção
de conservação das áreas de matas, visto ser uma pratica que exige áreas conservadas isenta
das abelhas e uma qualidade maior do mel. De acordo com o art. 11 do Zoneamento Sócio
requerem manejos específicos e com ambientes de elevado potencial florestal. O que mostra
o potencial do município para produção de mel, por ser uma região com grandes extensões de
matas nativas ainda conservadas, e não ser uma região agrícola, tendo assim um pouco uso de
agrotóxicos.
Este trabalho tem como importância fazer um diagnóstico da situação atual dos
apicultores na região de Aripuanã, com obtenção de dados que podem auxiliar o setor
produtivo no município. Sendo que a apicultura é uma atividade complementar a renda para
2. OBJETIVOS
produtores.
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
De acordo com Araujo (2003), cadeia produtiva é uma seqüência de operações que
Segundo Batalha (2001), á grosso modo pode ser segmentada por três macrosegmentos:
Segundo SEBRAE (2006a) verifica-se no setor de mel, a presença das principais barreiras
transportes precário; limites reduzidos de estocagem, além do baixo consumo per capita do
mercado nacional.
completa, na Figura 2, é uma representação de como foi observada a cadeia produtiva do mel
em Aripuanã – MT.
5
Segundo Wiese (1995), a apicultura brasileira teve início no ano de 1839, com a
introdução das primeiras abelhas do gênero Apis, chamadas de abelhas européias ou “abelhas
doenças e pragas (nosemose, acariose e cria pútrida européia), o que dizimou 80% das
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colméias do País e diminuiu a produção apícola drasticamente. Diante desse quadro, ficou
Devido a este fato foi trazido para o Brasil com intuito de melhoramento genético as
abelhas africanas (Apis mellifera scutellata), que de acordo com Gonçalves (2006)
tendência enxameatória. Portanto, o plano seria eliminar ou reduzir, por seleção massal as
abelhas africanas mais agressivas e menos produtivas, mas por volta do ano de 1956 essas
biológicas de resistência a doenças e parasitos, são mais adaptáveis ao clima e, portanto, mais
produtivas. Sendo assim, os produtores preferem esta abelha por causa da alta produtividade e
clima que, aliado a presença da abelha africanizada, lhe conferem um potencial fabuloso para
produção de mel no Brasil também cresceu, sendo que nas regiões Norte e Centro-Oeste
produtor nacional de mel é o Rio Grande do sul, cuja produção representou 22% da produção
nacional.
REIS e FILHO (2003) destacam que todo apicultor, mesmo com poucas colméias
na construção ou compra das colméias, com orientação técnica, poderá ser pago com o lucro
do mel ainda no primeiro ano. Dizem ainda que, a apicultura representa uma importante fonte
alternativa de renda para os pequenos produtores de Mato Grosso. Apenas nas regiões
FEAPISMAT. De acordo com dados do IBGE (2005) a produção de mel de Aripuanã foi de
1.351 kg, o que é consideravelmente baixo em relação a outros municípios com atividade
mais consolidada como Cáceres que produziu 26.539 kg de mel no mesmo ano.
condição de extensas áreas cobertas pela vegetação natural, como também pela precária
características contribuem para a baixa ocupação do território e, com certeza, para a sua
posição secundária.
8
A criação de abelhas exige mais conhecimento e cuidado do que criar outros animais
recomendação importante uma vez há uma grande carência de pessoas qualificadas para
desenvolver essa atividade (CENTEC, 2004). Sendo assim, a produtividade na apicultura está
Segundo Neto e Neto (2006), para que a atividade possa ser desempenhada com
eficiência, o apicultor deve ter conhecimentos mínimos em diversas frentes, por exemplo: a
apiários etc. Dessa forma, a questão da ocupação está associada ao nível de profissionalização
do indivíduo, logo, tanto o agricultor que conduz a atividade de forma familiar quanto o
Dessa forma, nesse período, o produtor necessita fornecer alimentação artificial à suas
Para Neto e Neto (2006), a apicultura demanda diversas habilidades tais como:
concentração, poder de observação, delicadeza nos movimentos e força física para atividades
gerais dentro do apiário. Logo, somente com base nessa última fica patente a forte presença
masculina dentro do setor. No entanto, o autor ainda diz que não obstante a massiva ocupação
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masculina na atividade, as mulheres têm grande atuação nos trabalhos paralelos, tais como na
Apicultura é a ciência ou arte de criar abelhas. De acordo com Vilela (2000), é uma
atividade econômica em que se cria abelha no seu habitat natural ou similar, utilizando
Para Portes (2003), esses produtos apícolas podem ser classificados como
exigentes obriga o desenvolvimento de técnicas de manejo e produção, que nem sempre são
renda para pequenos proprietários agrícolas, por causa da crescente demanda mundial por
respeito de outros produtos apícolas são quase que totalmente inexistentes (QUEIROZ;
Para Tagliare (apud PORTES, 1996) as abelhas, além de mel produzem produtos que
possuem bom valor agregado, tais como: cera, geléia real, própolis, pólen e apitoxina. Cada
um desses produtos tem uma utilidade para as abelhas e para o homem. Segundo o autor eles
sua elaboração é utilizado o néctar das flores, que são açúcares dissolvidos e
secretados pelos nectários (local onde o néctar fica depositado no interior das flores) e
sofridas pelo néctar ao ser processado no interior da abelha: uma física, pela
em açúcar simples.
comercialização:
I) Pela qualidade: de acordo a origem, ou seja, pelo néctar das diversas flores, Ex: mel
II) Pela densidade: ou seja, a sua densidade varia de acordo com o grau de umidade e o
tipo de florada, A umidade é uma das características mais importantes nos parâmetros de
produto;
III) Pela apresentação, de acordo com a embalagem, ou seja, o mel pode ser
outras.
A ingestão de mel de abelhas traz vários benefícios à saúde humana. O mel serve
como regulador intestinal, suave laxante, energético para atletas e idosos, e é indicado
mediante prescrição médica, para pessoas que tem diabetes, tendo em vista que o açúcar
Além servir como alimento, o mel pode ser utilizado na indústria de cosméticos, para
produção de: xampus, sabonetes, cremes, produtos que tem grande aceitação e apreciação no
abelhas jovens. É um alimento utilizado por todas as abelhas na forma de larvas, até o
terceiro dia de nascimento, e pela rainha, em todo seu ciclo de vida. Para sua produção
as matérias-primas utilizadas são o pólen, mel e água, que ingeridos pelas abelhas são
vitaminas, mineral e aminoácidos, a geléia real torna-se um super alimento para o ser
A sua produção é bastante limitada – não ultrapassa 70 gramas por colméia – pois é
técnico do produtor, por isso possui grande valor agregado, atingindo o valor comercial de até
Própolis: palavra de origem latina que quer dizer: pró = defesa, polis =
levada para dentro das colméias pelas abelhas e é utilizada para fechar frestas com o
Pólen: não é produzido pelas abelhas, mas sim coletado das flores e
importante na colméia, pois é utilizado na produção de geléia real que serve como
que é o veneno de abelha, utilizado como defesa do animal, que em grande quantidade
por ser fatal para o homem, mas em doses pequenas tem efeitos benéficos à saúde
circulatórios, como o uso da apicuntura técnica onde se aplica o ferrão da abelha nos
pontos de acupuntura.
produto sem resíduo de agrotóxico é bem valorizado no mercado internacional. Para isso é
migratório das abelhas em busca de boas floradas que não são controladas diretamente pelos
Uma entrevista realizada pela revista RURAL (2008) nº128, com o Diretor presidente
da Breyer e Cia Ltda., Henrique Breyer, o mesmo afirma que para produzir mel orgânico é
preciso seguir normas, que vão desde a alimentação das abelhas até o processo de coleta do
mel e a higiene. Desde o manejo das colméias, onde o uso de medicamentos não é autorizado,
assim como as caixas de colméias também não podem ser pintadas. As embalagens para
certificadoras, medidas estas precisam ser adotadas contra a contaminação. Como diz Breyer,
“não adianta nada ter todos os equipamentos e retirar o mel dentro de um estábulo”, a
A lei que rege a agricultura orgânica é a Lei 10.831 de dezembro de 2003 (BRASIL,
2003), onde contem todos os requisitos necessários para se caracterizar uma produção como
orgânica. Na lei: quanto à localização, os apiários deverão estar instalados em áreas nativas ou
com culturas submetidas a tratamento de baixo impacto ambiental, ou com culturas orgânicas
possam afetar as colméias e com fonte de néctar e pólen suficiente num raio de 1,5 km,
quando for constatada a insuficiência nas fontes de alimentação o raio a ser considerado será
zonas industriais, aterros e incineradores de lixo e unidades de produção não agrícolas. Sendo
orgânico.
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3.6.1. Manejo
técnico sobre a produção apícola, como também que esse apicultor possua também aptidão
para o mesmo, como visto por Neto e Neto (2006), senão acabara se tornando mal sucedido
com a atividade. Porém além de conhecimento técnico e aptidão, também é necessário que o
produtor possua local adequado para instalação do apiário e os equipamentos para realização
da atividade de acordo com Kusma, Ternoski e Macohon (2008), esses equipamentos são: o
realizar a atividade.
Outro fator importante para atividade apícola é a utilização de caixa de madeira padrão
chamada de colméia racional. A mais utilizada é a colméia Langstroth, que foi desenvolvida
consiste em uma caixa feita de madeira com as seguintes estruturas: fundo, caixa ninho ou
tela excluídora que serve para evitar que a rainha e os zangões vão para as melgueiras.
mel. Para as abelhas produzir esse produto, é essencial a presença de um vasto pasto apícola
migratória, que é realizada principalmente por apicultores profissionais com mais de 100
colméias. Outros aspectos que devem ser levados em conta quando se pretende instalar um
A flora apícola é caracterizada pelas espécies vegetais que possam fornecer néctar e/ou
pólen, produtos essenciais para a manutenção das colônias e para a produção de mel. O
conjunto dessas espécies é denominado "pasto apícola ou pastagem apícola". Apesar das
abelhas terem a capacidade de forragear com alta eficiência uma área de 2 a 3 km ao redor do
apiário (em torno de 700 ha de área total explorada), quanto mais próximo da colméia estiver
a fonte de alimento, mais rápido será o transporte, permitindo que as abelhas realizem maior
apiário estão: a disponibilidade de água, o apiário deve estar a uma distância máxima da fonte
artificiais com água limpa e fresca; a facilidade de acesso garantindo a movimentação sem
como formigas, cupins, ácaros (Varroa destructor) e traça dos favos (galleria mellonella),
além da pilhagem das abelhas por outros enxames de abelhas como a “Arapuá”, melípona do
gênero Trigona. Pereira et al. (2003), diz que o ataque de insetos ocorre principalmente em
campo, divisão natural de enxames, rainhas velhas nas colméias ou enxames recém-
capturados. Além de não produzirem, essas colônias são alvo fácil de pragas e doenças.
Para isso, de acordo com Souza (2004), o apicultor deve realizar vistorias periódicas
nas colônias, estando sempre atento à situação das colméias, observando a quantidade de
enxameação, etc. Desse modo, muitos problemas podem ser evitados caso sejam tomadas
De acordo com Reis (2003), outro fator que pode gerar o ataque de pragas, está
relacionado ao uso de quadros com cera muito “velha” nos ninhos e nas melgueiras, isso
ocasiona a redução dos alvéolos, o que reduz a área útil para o armazenamento de alimentos
para as abelhas, além de originar abelhas menores menos produtivas e mais agressivas. O
resultado desse manejo tem como conseqüência a perca de “vigor” da colônia, ou seja, a
capacidade das abelhas de se defenderem do ataque de outros insetos, e uso da cera “velha”
também favorece a infestação das colméias pela traça dos favos, por isso o produtor deve
observar se a cera dos quadros estiver muito escura, é necessária a troca desses quadros.
Tem que se tomar cuidado também com a enxameação, de acordo Vieira, Silva e
divisão de enxames), por isso é necessário realizar vistorias quinzenais nas colméias para
alimentação artificial para estabelecimento das abelhas no apiário, sendo dividida em dois
tipos de alimentação artificial, que por sua vez são oferecidos aos enxames em épocas
também distintas, pois têm objetivos diferentes. Esses tipos de alimentação são:
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Segeren (2004) ocorrem normalmente por causa: da falta de pasto apícola; por perturbações
causadas por ataques de pragas; migração natural do enxame; falta de água próximo ao
apiário; e até mesmo a revisão das caixas, feitas de forma inadequada pelo apicultor. Com
base nisso pode-se afirmar, que a falta de condições adequadas para o estabelecimento das
sempre ser realizada em local apropriado, normalmente denominado como “sala do mel” ou
“casa do mel”, onde deve ser seguidas todas as normas de higiene. Os equipamentos e
recipientes deverão ser bem limpos e desinfetados. Segundo Reis (2003) é interessante que
Conforme Pereira et al. (2003) estrutura física da casa do mel apresenta construção e
De acordo com Souza (2004), os procedimentos dentro da casa de mel são: a recepção
das melgueiras; desoperculação, que é a remoção da “cera ou opérculo” que fecha os alvéolos
casa de mel, tenham tomado banho e usando roupas limpas (jaleco, gorro, máscara), e que
tenha seguido todas as regras de higiene, para assegurar um ambiente de trabalho adequado
acordo com Reis (2003), o armazenamento e venda em embalagens plásticas do tipo PET
propriedades do produto por não serem adequadas a este fim. A higienização inadequada
Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) O mel pode deve ser acondicionado em
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embalagem apta para alimento, adequada para as condições previstas de armazenamento e que
Para Lopes (2008), em toda a produção do mel é necessário seguir as Boas Práticas
Apícolas, porém dentro da casa de mel é necessário o uso das Boas Práticas de Fabricação
visto por Pereira et al. (2003). As Boas Praticas de Fabricação são reguladas pela Resolução -
RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004 (BRASIL, 2004) da ANVISA onde possui normas
contaminação do mel. De acordo com Lopes (2008), realizar boas práticas no campo por
qualidade.
O armazenamento do mel conforme Souza (2004), deve sempre ser feito em local seco
e fresco, mantido ao abrigo da luz e sobre estrados, onde o mel deve permanecer até a
reatividade diminui o valor nutricional do mel, além disso, o HMF altera o sabor e o aroma do
mel. É causada pela da presença de altas temperaturas ou armazenado por muito tempo em
temperatura ambiente. De acordo com Pereira et al. (2003), esses cuidados em relação ao
da qualidade dos produtos de consumo serão cada vez mais freqüentes e cada vez mais
sofisticados. Assim torna-se necessário tomar cuidados referentes aos processos de colheita e
3.6.3. Comercialização
baldes;
em larga escala.
falta de logística, são problemas comerciais (C) enfrentados pelos produtores. Segundo
Os problemas de investimento (I) são a falta de capital, alto custo inicial da atividade
4. MATERIAIS E MÉTODOS
de 2007 a fevereiro de 2008 com visitas aos produtores de mel. A escolha do município se
deu pelo fato, de que, na época estava sendo implantada a Associação de Apicultores de
Pedra”. O município tem uma área de 24.603,13 km2, fazendo limites com os municípios de
capital do estado, na latitude 10º 10’ 26,1605” S e longitude 59º 27’ 12.5947” W. Apresenta
clima equatorial quente e úmido, com a precipitação anual de 2750 mm com maior
intensidade nos meses de janeiro, fevereiro e março. Possui altitude de 190 metros e
Figura 3 Mapa do estado de Mato Grosso com a localização da capital Cuiabá e o município de
Aripuanã (local da realização do trabalho).
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Aripuan%C3%A3. Modificado por Batista, (2009).
para os produtores com intuito de levantar dados sobre a atividade apícola, pelo ponto de vista
dos produtores. A metodologia utilizada para localização e entrevista dos produtores foi o tipo
“Bola de neve” onde o produtor entrevistado indicava o próximo produtor, com isso foi
possível entrevistar vinte e três produtores que realizam a atividade apícola, divididos em
quatro regiões dentro do município de Aripuanã; sendo seis produtores da Linha Rio Branco,
“período das chuvas”, onde verificou se a dificuldade dos produtores de transportar as suas
mercadorias por causa da precariedade das estradas e distância percorrida pelos mesmos até
O modelo da entrevista utilizada esta em apêndice (apêndice I). Os dados das entrevistas
PTA: no trabalho foi considerado apenas falta de florada, por ser uma condição
específica, porem poderia ser considerado também o excesso de chuvas, excesso de vento ou
seca. Pois são fatores locais que também influenciam diretamente a produção e o trabalho das
abelhas.
Investimento (I): são problemas como, falta de capital, alto custo da atividade,
financiamentos.
25
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Dos produtores entrevistados 74% dizem ter ensino fundamental incompleto e apenas
9% deles possuem ensino médio completo, como pode ser observado na Figura 5. Estes dados
demonstram um baixo nível de escolaridade dos produtores, porém não foi possível comparar
o nível de instrução com produtividade de mel, como também comparar tempo de atividade
com produtividade média por caixa, pois há produtores com 2 anos de atividade com
sem instrução
ensino médio 4%
13%
fund. Completo
9%
fund. Incompleto
74%
produtores entrevistados 65% deles possuem um tempo de atividade inferior a 3 anos e apenas
porcentagem de produtores com até 3 anos de atividade, foi devido a realização em 2005 de
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em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Em 2006 iniciou-se um projeto para
2010, onde até 2007 foram já haviam sido realizados cursos como: iniciantes em apicultura;
acima de 15
anos
9%
de 8 a 15
anos
26%
inferior a 3
anos
65%
apicultura em sua maioria, não coloca em prática os conhecimentos obtidos nos cursos,
seminários, e eventos que têm sido organizados nos últimos anos. Isto ocorre, porque a
maioria dos apicultores não possui a apicultura como atividade principal, disponibilizando
desta forma menos atenção do que deveriam para a atividade, e em virtude das dificuldades
gado de corte e leite, outras foram à produção de hortaliças, de pupunha, de café, de banana,
onde destes apenas dois não possuíam como atividade principal a atividade agrícola, sendo
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para estes a atividade principal a mecânica de motos e o outro era taxista. Apenas três dos
mel, isso se dá por possuírem número igual ou inferior a 20 colméias, isso de acordo Vieira,
Silva e Grande (2004) o que pode se observado na Tabela 1, com exceção apenas de um
produtor que possuí 31 colméias, sendo esse um dos três produtores podem ser classificados
como apicultores por possuir a apicultura como única fonte de renda, porém todos os três
possuíam produtividade média por caixa em torno de 6,5 kg mel/col./ano, o que pode ser
para produtores de baixo nível tecnológico. E que segundo Vieira, Silva e Grande. (2004)
dado interessante na Tabela 1, que um produtor da região de Aripuanã com apenas duas
colméias, porém com uma média de 19,5 kg mel/col./ano teve uma renda de R$ 468,00
enquanto outro produtor da região da linha Rio Branco, com duas colméias porem de 10 kg
Tabela 1: Relação entre o numero de colméias com a produtividade média por colméia e a renda anual
Renda
nº de Produtividad Média/caix Destino da Preço do mel anual
REGIÕES
colméias e anual (Kg) a produção vendido/kg aproximad
a
14 160 11,43 Sob encomenda R$ 10,00 R$ 1.600,00
5 50 10 Feria R$ 13,00 R$ 650,00
MILAGROS
4 50 12,5 Feira R$ 10,00 R$ 500,00
A
1 10 10 Consumo próprio - -
10 12 1,2 Sob encomenda R$ 10,00 R$ 120,00
3 20 6,67 Consumo próprio - -
1 3 3 Consumo próprio - -
LINHA RIO 3 15 5 Feria R$ 12,00 R$ 180,00
BRANCO 3 22 7,33 Consumo próprio - -
3 15 5 Sob encomenda R$ 12,00 R$ 180,00
2 20 10 Sob encomenda R$ 10,00 R$ 200,00
28
Cont.
2 39 19,5 Feira R$ 12,00 R$ 468,00
31 208 6,71 Feira R$ 15,00 R$ 3.120,00
9 não sabia - Feira R$ 15,00 -
ARIPUANÃ 10 47 4,7 Feira R$ 15,00 R$ 705,00
R$
20 300 15 Feira R$ 13,00
3.900,00
20 Não sabia - Consumo próprio - -
14 55 3,93 Sob encomenda R$ 10,00 R$ 550,00
4 50 12,5 Sob encomenda R$ 10,00 R$ 500,00
CONSELVA 2 30 15 Sob encomenda R$ 10,00 R$ 300,00
N 2 10 5 Consumo próprio - -
9 42 4,7 Consumo próprio - -
5 10 2 Consumo próprio - -
dado que o número ideal de colméias para se ter uma atividade rentável é de no mínimo 30
colméias. Conforme Vieira, Silva e Grande (2004), os produtores com menos de 20 colméias,
associações ou cooperativas, para reduzir os custos da atividade. Porém, vale frisar que apesar
de possuir um alto custo inicial, o custo da manutenção da atividade é muito baixo, e “os
Na Figura 7, é possível observar que 35% dos produtores destinam a sua produção de
mel, apenas consumo próprio, 35% vendem o mel na feira municipal (visto na Figura 7 em
azul na coluna comercialização) e 30% entregam o mel sob encomenda (visto na figura em
vermelho na coluna comercialização), somando assim 65% dos produtores que destinam o
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mel para comercialização. O fato de 35% dos produtores destinarem a sua produção apenas
para consumo próprio se deve a falta de profissionalização do setor, e por ser uma atividade
mel vendido diretamente pelo produtor possui um bom preço, segundo as entrevistas o mel é
vendido em torno de R$ 10,00 a R$ 15,00 o litro, visível também na Tabela 1, mostrando que
essa venda direta ao consumidor possui grande importância para os produtores em relação ao
preço, contudo em relação à quantidade produzida de mel para grande parte dos produtores
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Consumo próprio comercialização
destino da produção
propriedade aos locais onde foram realizados os cursos, mostrando assim a boa participação
deles foram os problemas técnicos de manejo PTM/pragas (visto em azul na coluna PTM na
Figura 8) relacionados ao ataque de pragas traças formigas e cupins, dos produtores com esse
problema. Segundo os entrevistados eles sofrem de uma grande carência de assistência técnica
na área de apicultura, sendo que muitos deles afirmaram que não receberam visita técnica na
Dos nove produtores com problemas técnicos de manejo PTM/pragas, ou seja, 39%
(visto em vermelho na Figura 8 na coluna PTM) apenas três produtores relataram ter como
entrevistados onde um deles possuía apenas uma colméia possivelmente pela evasão do resto
fontes de alimento (plantas melíferas). Outro fator seria o excesso de perturbações sobre a
colméia, perturbações estas causadas, por exemplo, por ataques de formigas, vespas, cupins,
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
PTM I C PTA
Dos problemas divididos por regiões, a região que mais sofre com o PTM/pragas é a
gleba Rio Branco (observado em azul na coluna PTM na Figura 9), isso se deve ao fato ser
uma região onde apenas um dos entrevistados possui 10 anos de atividade e o restante deles
iniciantes, o que justifica o fato de ser região que houve mais reclamações sobre a falta de
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
PTM I C PTA PTM I C PTA PTM I C PTA PTM I C PTA
22% dos produtores, onde três deles reclamaram do alto custo da atividade no município, e
adquirir mais caixas racionais modelo Langstroth. Desses seis produtores, cinco possuíam de
9 a 20 colméias, enquanto apenas um produtor possuía 3 colméias, sendo este o que teve
relatado por alguns dos entrevistados é o fato de que grande parte das propriedades se
média recomendada de 15 kg mel/col./ano, ele afirma que fatores que dificultam a produção
desconfiança e baixa aceitação do mel por parte dos consumidores em relação à qualidade do
em garrafas de cachaça de vidro de 1 litro, para provar que o mel é legítimo. A mesma
situação é observada por REIS (2003), indicando que essas dificuldades estão relacionadas
questões culturais dos consumidores que associam pureza ao mel comercializado em garrafas
de vidro de um litro, principalmente contendo resto de cera e abelhas adultas mortas, uma
apresentou o maior índice de problemas de comercialização onde 50% dos produtores visto na
Figura 9, isso ocorre, pois como é possível observar na tabela 2 onde 83% dos produtores
destinam o mel para venda na feira. Outra região que também apresentou problemas com
comercialização foi a Milagrosa, onde também 80% dos produtores destinam seu mel para
venda, como é possível observar na tabela 2, ou seja, 40% dos produtores destinam para
venda na feira municipal e 40% vendem o mel sob encomenda. Com base nisso pode se
afirmar que a produção é destinada para o mercado informal conforme SEBRAE (2006b).
Rio
Milagrosa Aripuanã Conselvan
Branco
Consumo próprio 20% 50% 17% 50%
Venda na feira 40% 17% 83% 0%
Sob encomenda 40% 33% 0% 50%
Quanto aos problemas técnicos ambientais (PTA): foram identificados apenas dois
produtores com PTA, onde estes reclamaram da falta de floradas, o que não permite a
colméias e o outro 4 colméias, embora tenham uma produtividade média por caixa de 12,5kg
á 15kg. Esses produtores são da região de Conselvan onde todos os produtores possuem um
número inferior a 10 colméias, possivelmente por causa da baixa florada na região. O que
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Uma questão que não foi adicionada a entrevista, porém foi observado durante as
entrevistas é que grande parte dos produtores não realizavam a alimentação das colméias no
período de entressafra. E para Wolff (2007), em algumas épocas são necessárias a utilização
de alimentação artificial para estabelecimento das abelhas no apiário, se não for realizada essa
prática, pode se ocasionar a queda de produtividade, pois a abelha rainha cessa a postura por
De todos os apicultores entrevistados apenas seis deles possuíam casa de mel, sendo
que apesar de serem nomeadas como casa de mel, não são locais adequados para tal prática
por terem outros usos dentro da propriedade rural e não possuírem locais adequados para o
armazenamento do mel e o fato dos equipamentos utilizados pelos produtores nas casas de
mel serem rústicos e algumas vezes fabricados pelos produtores, em razão da dificuldade e os
custo de adquirir tais equipamentos. A mesma situação é observada por Reis (2003), onde ele
afirma que a extração deve ser realizada em local adequado, porém as condições dos locais
onde são realizadas essas operações são muito variáveis, sendo que essas instalações
deveriam possuir serviço de inspeção sanitária (SIF, ou SISE), o que normalmente não ocorre.
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6. CONCLUSÂO
carências em relação à apicultura, porém a partir dos dados coletados, observa-se que será
manejo, onde a sua melhoria não vai gerar ônus a atividade, mas é necessário que se invista
na formação de extencionistas que possam dar assistência técnica na área. Quanto à questão
de florada será necessário que os produtores façam plantios de espécies melíferas para
melhoria da produção.
contudo é preciso que seja feito um investimento em estrutura física para os produtores,
aquisição de caixas langstroth, construção e melhorias das casas de mel e terem serviço de
inspeção sanitária, para que possam melhorar a qualidade de produção resolvendo assim os
Dos problemas citados acima, ocorrem devido ao fato de a apicultura não ser a
atividade principal, a partir do momento que os produtores encararem a apicultura como uma
investimentos. Em relação ao mel orgânico não foi percebido esse tipo de atividade na região,
possibilidades dos produtores de não só produzirem mel para o município como também para
outras regiões.
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7. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
CAMARGO, João Maria Franco de (Org). Manual de apicultura, São Paulo, Ed.
Agronômica Ceres, 1972. p. il (Ceres. 9)
CENTEC, Instituto Centro de Ensino tecnológico. Apicultura. 2. Ed. rev. Fortaleza. Edições
Demócrito Rocha; Ministério da Ciência e Tecnologia, 2004. 56 p.
FERREIRA, J. C. V. Mato Grosso e Seus Municípios. Editora Buriti. 1ª Ed. 2001. P. 273
IBGE PPM – Pesquisa Pecuária Municipal 2005, Quantidade e valor dos produtos de
origem animal, segundo as mesorregiões, microrregiões e os municípios. Disponível em;
<http://www.ibge.gov.br/servidor_arquivos_est/diretorios.php?caminho=./pub/Producao_Pec
uaria/Producao_da_Pecuaria_Municipal_[anual]#> Acesso em: 16 de setembro de 2007.
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MEL – o lado doce de ser orgânico. Revista RURAL nº 128, São Paulo - 2008. Disponível
em:
<http://www.revistarural.com.br/Edicoes/2008/Artigos/rev128_mel.htm>. Acessado em 23 de
mai. 2009.
WIESE, H. Apicultura Novos tempos. Guaíba: Livraria e Editora Agropecuária Ltda., 2000.
424 p.
Apêndice I
2. – identificação da propriedade:
5. Produtividade
6. Comercialização
7. Questões Ambientais
8. Outros;