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Artigo da Disciplina Metodologia Jurídica – Prof.

Luiz Sergio Leonardi Filho


Discente - Ana Paula Combe – RA 20080264

Programa de Participação dos Empregados nos Lucros da Empresa

O Programa de Participação dos Empregados nos Lucros e Resultados da


empresa, conhecida por PLR, é um direito previsto na Constituição Federal de 1988,
em seu artigo 7º, inciso, XI, e foi regulamentado pela Lei Ordinária nº 10.101/2000.
Antes da regulamentação, muito se discutiu acerca da aplicação deste
dispositivo constitucional. Para alguns autores, a norma era meramente
programática, não sendo, portanto, auto-aplicável. Para outros autores, o direito à
participação nos lucros, desvinculado da remuneração, já era auto-aplicável desde a
Constituição de 1988.
Após a promulgação da Constituição de 1988 foram editadas várias medidas
provisórias que não se transformaram em leis.
A primeira medida provisória que regulamentou a matéria foi a de nº 194 de
1994. Após esta Medida Provisória, foram editadas várias medidas sobre o assunto,
com poucas alterações. A lei nº 10.101 de 2000 pôs fim à discussão acerca da
aplicação do dispositivo constitucional, pois passou a regulamentar a participação do
trabalhador nos lucros ou resultados da empresa. Após essa Lei, a participação nos
lucros ou resultados passou a ser obrigatória, pois consiste em um direito previsto
na Constituição.
Na tentativa de definir a natureza jurídica desta forma de participação,
surgiram três teorias, a primeira atribuía-lhe natureza salarial, a segunda
considerava-lhe contrato de sociedade e a terceira entendia que se tratava de uma
figura que representaria uma forma de transição entre o contrato de trabalho e o
contrato de sociedade.
A doutrina, influenciada pelo artigo 457 da CLT, posicionou-se pela natureza
jurídica salarial da participação mencionada. A jurisprudência também defendia a
natureza salarial, dando ensejo à Súmula 251 do TST que tinha a seguinte redação:
“A participação nos lucros da empresa, habitualmente paga, tem natureza salarial,
para todos os efeitos legais.”
A Súmula 251 do TST foi cancelada pela Resolução nº 33, de 27 de julho de
1994, do TST, em razão de a CF/88, que, em seu artigo 7º, inciso XI determinou que
a participação nos lucros ou resultados, é desvinculada da remuneração, e com a
regulamentação, indiscutivelmente, sua natureza jurídica não é salarial, dispôs sobre
a periodicidade do pagamento, que não poderá ser inferior a um semestre civil ou
mais de duas vezes no mesmo ano; atribuiu tratamento diferenciado às empresas
estatais e entidades sem fins lucrativos e estabeleceu os mecanismos de resolução
de conflitos: a mediação e a arbitragem de ofertas finais.
No art. 2º da Lei 10.101/2000, prevê que a Participação dos Empregados nos
Lucros e/ou Resultados da Empresa deve ser objeto de Negociação Coletiva, com a
participação de representante do Sindicato Profissional, Comissão de Empregados e
Empresa, ou através de Convenção Coletiva ou Acordo Coletivo.
Sem esta Negociação não há Participação, agora uma questão relevante, se
a Participação é um direito Constitucional, tão igual quanto ao direito Constitucional
ao Salário mínimo, se na falta de interesse de qualquer dos entes acima
mencionado em realizar esta negociação, como ficaria o direito então?
Quando há impasse nas Negociações, o art 4º da Lei dispõe que as partes
poderão utilizar-se da mediação ou arbitragem como mecanismos de solução de
conflitos.
Os resultados das empresas que aplicaram o programa de participação nos
lucros ou resultados possibilitam a constatação de seus efeitos positivos. As
vantagens verificadas no desempenho da empresa referem-se à maior eficiência,
maior capacidade de crescimento, maior integração do empregado e estímulo à
produtividade.
O PLR é instrumento muito interessante para ambas às partes. Para o
empregador, é maneira de aliviar a carga tributária, seja porque tem incentivo fiscal
(dedução como despesa operacional), seja por não incidir, na espécie, qualquer
encargo trabalhista. E também melhores lucros e resultados, uma vez que o
empregado se dará ao máximo para cumprir todas as metas expostas no Acordo ou
Convenção Coletiva e receber o valor máximo. Para o empregado, trata-se de
excelente incentivo monetário e de disciplina, uma vez que evitará o absenteísmo e
cumprirá as mesmas metas expostas. Se o instituto for aplicado corretamente, não
há razão para temer que seja considerado nulo e, portanto, sujeito a encargos. O
problema é que, sindicatos e empresas, não mostraram, até aqui, grande interesse
pelo instituto.

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