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Narcisa Tamborindeguy

Ai, Que Loucura!

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ÍNDICE

1. Eu, Narcisa
2. As Festas
3. As Drogas
4. Relacionamentos
5. As Amizades
6. Profissionalmente Falando
7.Viagens
8. Gargalhadas ao Vento
9. Bom Gosto Não se Discute
10. Fé
11. A Política
12. A Mídia
13. Meu Reino Por Um Sonho
14. Afinal, Quem é Narcisa?

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Narcisa é a personagem mais fascinante do Rio de Janeiro de hoje. É a
personagem que restaura as grandes invenções da literatura brasileira
feita por cariocas. Acho que a Narcisa é a reinvenção da Capitu do
Machado de Assis, até no jeito de olhar, assim meio torto. Você não sabe
se ela está te olhando. Você fica na alegria de que ela está te olhando
mas ela está olhando para um lado do Copacabana Palace. Acho-a
fascinante, uma personagem de romance. Encanta na hora, pegar a
Narcisa como modelo de um romance, porque ela é rica demais. É uma
sorte ter uma Narcisa.

“Ai, que loucura! Fala mais alguma coisa para meu livro, meu amor.”

Então acho isso, a Narcisa é uma dádiva para um escritor. Quero que ela
fique longe de todos os escritores. Ainda bem que Machado de Assis já
morreu e Nelson Rodrigues também. Eu me considero o único, o
primeiro a ter captado essa coisa da Narcisa, muito além das colunas
sociais, das revistas, das entrevistas, do que ela fez na Globo. E acho que
ela é uma intérprete de si mesma. Ela vive uma grande personagem,
então ela é uma grande atriz, porque ser Narcisa é estar sempre
interpretando uma personagem real.
Acho que os homens todos ficam, ou ficamos, fascinados com a Narcisa.
Agora, isso é muito perigoso. A Narcisa é muito perigosa.

Roberto Drumond*

Roberto Drumond é escritor e jornalista. Escreveu o livro Hilda Furacão.

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Dedico este livro à minha mãe
que é a pessoa que mais amo no mundo;
Às minhas filhas, Marianna e Catharina
que são a razão da minha vida;
À irmã do coração, deputada Alice;
E meu cunhado Paulo Brito;
À querida sobrinha Nicole;
Ao meu pai Mário, que foi a grande figura
masculina da minha vida;
À Ermelinda portuguesa que me criou, meu
carinho.

E ao Rio de Janeiro, terra onde nasci, palco


de minha trajetória e cenário das histórias
vividas neste livro.

Eu, Narcisa
“Eu adoro espelho. A minha casa é toda espelhada
porque adoro minha pessoa.”

Edifício Chopin, Av. Atlântica.

Sou de família gaúcha de origem Basca, dos Altos Pirineus, uma linda
região entre a França e a Espanha. De meu pai, Tamborindeguy e de minha
mãe, Saldanha de origem portuguesa.
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A família mora neste prédio desde a sua construção. Aqui nasceu minha
irmã e eu, e permanecemos até hoje no mesmo endereço. Nessa
Copacabana do maravilhoso Rio de Janeiro, “princesinha do mar” como é
conhecida mundialmente e de que tanto nos orgulhamos. Dessa mistura, o
sangue flamenco por dentro de mim e a beleza carioca tomando conta do
meu ser.
Mistura essa que me persegue desde que nasci e me fez aprender a conviver
com a explosão dos dias, sem ter medo do novo. Quem nasce sem medo
sabe pisar e vai às festas com a mesma naturalidade que escreve livros...
Acordei numa manhã daquelas que prometia ser escaldante, com um desejo
enorme de escrever um livro, algo sobre mim, algo sobre a vida, eu todinha
transparente “sem medo de ser feliz!”
Nessa manhã, encontrei a sala do meu apartamento, repartida em três
ambientes, escura, quente, parecia esconder algo do mundo através das
cortinas. Pedi claridade, ar condicionado, água e café. Comecei escrever
meu livro nesta manhã morna. Abriu-se um mundo deslumbrante a minha
frente de recordações idas e vividas.
O meu apartamento tem espelhos por todos os lados, do tamanho do pé
direito. Independente do estado de espírito em que me encontro, eles me
denunciam. Os espelhos funcionam para mim como uma espécie de
terapeuta diário, constante, o tempo todo. Sou assim, só sei viver com os
meus reflexos.
Tenho alguns quadros de pintores importantes, uma fotografia minha
pintada pelo Manabu Mabe, retratos com muita gente linda e famosa
espalhados pelos diversos ambientes que compõem meu apartamento: Mick
Jagger, Roberto Carlos, Gilberto Gil, Calvin Klein, Vera Fischer, Ivo e
Hélcius Pitanguy, Glória Maria, Roger Moore, Xuxa, Tina Turner, Cláudia
Schiffer, Bernardo Gouthier, etc. Fotos minhas em vários lugares do
mundo.
Um piano na sala dá o meu tom preferido. Adoro música e escuto o dia
todo. Meus tapetes revelam também um pouco de mim, tudo no meu
apartamento me revela, é um quebra-cabeça sem mistérios porque sou
expontânea, aberta para o mundo. E isso não me da muitas defesas. Pois
bem, meus tapetes dão a impressão de que estou sempre partindo. Sou
assim mesmo, parto inesperadamente para qualquer lugar... é gostoso viver
essa liberdade. Adoro viajar, quanto mais viajo, mais vontade tenho.

Amor de Mãe

Minhas filhas, minhas rainhas

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Minhas filhas são a grande graça que Deus me deu. Amo-as mais do que
tudo. Meu amor por elas é infinito. Só a experiência de ser mãe completa
a mulher.
Posso dividir minha vida em antes do nascimento das meninas e depois
dele pois passamos encarar os fatos com mais responsabilidade tudo muda
em nosso modo de ver o mundo. Mães são as nossas maiores amigas,
nossas confidentes imbatíveis.
Tenho duas filhas lindas. A mais velha, a Marianna tem 14 anos e é
sempre admirada por sua beleza e inteligência. Ela é minha grande amiga
com quem troco impressões e experiências. Seu nome devo a Virgem
Maria, minha guia que me ampara em todos os momentos e que certamente
está amparando a Marianna. Minha Virgem Maria, exemplo de renúncia, a
quem peço proteção todos os dias. Louvando essa Santa dei o nome à
minha filha Marianna; Marianna da Santa e Mário do meu pai. Marianna lê
muito é devoradora de livros totalmente intelectualizada. Quer ser médica.
Catharina, a caçula tem olhos azuis e cabelos loiros cacheados. Uma
boneca, dizem. Mas de bonequinha, minha filha não tem nada. Desde
pequena foi muito independente, arrumava passeios com as amigas
chamava-as para dormir em nossa casa ou vice-versa. Adora viajar,
brincar, passear, andar à cavalo, nadar e ir a praia. Tem uma liderança
própria mas a exerce com muita doçura. É incapaz de magoar.
Compreende, tenta consolar as pessoas, é muito carinhosa e diz que quer
ser atriz.
O nome da minha filha é em homenagem as grandes rainhas Catharinas que
se destacaram na história mundial. Não que suas biografias se assemelhem
a de minha filha, longe disso, afinal sofreram e fizeram sofrer. Mas sua
autenticidade , sua coragem e sua força as fixaram de vez na memória das
pessoas e passaram para a História.
Catharina de Médicis foi rainha da França e mãe de três reis. Era uma
mulher inteligente, sábia matemática em um tempo em que mal se sabia
escrever. Comandou o país de seus filhos em difíceis momentos, como as
guerras entre católicos e protestantes. Era exímia amazona, razão pela qual
lançou a calcinha, uma glutona de primeira.

Catharina da Rússia era tão polêmica quanto. Governou um país de


dimensões incalculáveis a ferro e fogo. Teve vários amores (quem foi ao
Museu Hermitage em São Petesburgo sabe do que estou falando), ainda
que esta não tenha sido sua faceta mais brilhante. Era uma déspota
esclarecida, seguindo uma voga da época, necessária aos absolutistas que
gostavam de ficar no poder.
Catharina de Aragão foi uma das maiores sofredoras da História. Filha dos
Reis Católicos, casou-se com o rei inglês Henrique VIII. Com ele teve uma
filha, que mais tarde se tornaria a Rainha Mary (e lembrada como Bloody
Mary). Mesmo assim, o marido preferiu o amor Ana Bolena e divorciou-se
de Catharina, contrariando ordens papais, tendo até que criar uma nova
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Igreja para atingir esse fim, a Igreja Anglicana. Catharina nunca admitiu a
hipótese de se divorciar de Henrique, dada sua forte fé católica. Morreu
desgostosa com o inevitável casamento da Bolena com seu marido.
Força, resignação, tristeza e coragem são alguns conceitos atribuídos as
suas biografias. Ingredientes para formar líderes, personagens da História
mundial. São assim as famosas as Catharinas da história.

Sempre fui vizinha do Copacabana Palace. Morei três anos em Nova York,
dois no Canadá, um na Suíça e morei quatro anos também em São Paulo.
Então já morei bastante fora mas sempre morei ao lado do Copacabana
Palace.
Gosto de glamour por toda parte, telefones por todo canto. O que não gosto
é de estabelecer padrões. Os padrões só existem porque somos medíocres
no viver.
O meu telefone toca muito, são amigos que estão sempre me convidando
para um programa ou me contando sobre algo novo na cidade, no mundo.
Costumo sair de tênis, roupa de ginástica, blusa frouxa, pelo calçadão da
Av. Atlântica, para dar um passeio matinal. Vou constantemente a Igreja,
adoro água benta, faço o sinal da cruz, abrindo os braços para Deus. Na
Igreja eu encontro a paz! Branca, amarela, azul, dourada, serenidade. Busco
a paz fazendo Yoga, meditando para que o espírito fique livre como um
pássaro, rezando, andando, correndo, mergulhando, falando, expressando,
fazendo, agindo, conseguindo, lutando, berrando, xingando, enforcando!
Sempre me perguntam o que acho disso ou daquilo. Eu sempre respondo a
verdade, doa a quem doer.
As cortinas do meu apartamento já estão todas abertas, a sala também já
não está tão quente e o meu mundo já começa a se abrir...

Nasci num lindo dia de 25 de outubro, terça-feira, ao meio dia, no hospital


Arnaldo de Moraes, com o médico, Dr. Jorge Resende e apresentada ao
meu pai pelo Dr. Rinaldo De Lamare. Com muita sorte de ter nascido na
“Princesinha do Mar”, Copacabana. Bem ao estilo carioca. Sol na cara. A
praia repleta. A beleza me envolvendo como a nuvem envolve o Cristo
Redentor. Promessa de muita festa no fim de semana.
Nasci para viver os meus abismos, partilhar com muitos as minhas dúvidas
e os meus acertos. “Quem viver verá que não foi em vão” viver a minha
vida para além do proibido:
- Eu me acho espontânea, delirante, sensível...

...Na Av. Atlântica


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Minha irmã e eu sempre passeávamos de carrocinha que era puxado por um
bode na calçada da Av. Atlântica.
Sempre gostei muito de nadar. Ia a praia aqui em frente acompanhada por
um salva-vidas, o Wilson, porque minha mãe ficava com medo com o meu
gosto pelo fundo do mar. Nessa época, a praia ainda não era tão poluída
como é hoje. A gente brincava na areia, fazia castelos, gente de areia...
Íamos também para o Iate Clube, para o Gávea Golf, Jockey etc.
Tinha muitas bonecas, mas gostava mais da brincadeiras dos meninos.
Tinha mais sabor de aventura.
Adorava jogar ovos pela janela. Eu jogava na piscina do Copa ou na
vizinha, que certa vez, perguntou se a minha mãe não contava os ovos que
comprava. Porque as vezes não acertávamos o alvo. Que era dentro da
varanda, mas quase sempre caia no lado de fora. Também havia um vizinho
que na varanda dos fundos ficava espreitando, minha mãe. Um dia ela
descobriu que ele levantava e se abaixava na varanda. Ela gritou de longe:
“- Pode levantar que eu já descobri”. Era um gaiato esse vizinho.

“Amo a minha irmã, até porque só tenho


uma irmã no mundo. Narcisa sempre foi
muito estudiosa. Quando era pequena,
chorava se não entendia a matéria dada no
colégio. Durante minhas campanhas
eleitorais, mobiliza todos os amigos. Um
fenômeno; nunca vi tamanha liderança.
Socialmente todos a admiram; se dá com
todo mundo. Chega aos lugares com todos
os amigos. É sincera, pródiga e não é falsa.
Narcisa é espontânea e direta. Não manda
recado: chega e fala, o que é raro nos dias
de hoje. Se algumas coisas erradas fez, foi
sempre com parcerias.
As quais se preserva de falar.
E, isso eu aprovo. Cada um que conte sua
própria história. Até o dia em que julgue
necessário revelá-las. Narcisa só tem uma
cara, não sabe jogar xadrez com a vida,
com as pessoas. Não sabe disfarçar quando
não gosta de alguém. Tem muitas
qualidades, minha irmã querida, mas tem

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um defeito que me incomoda muito: sua
constante indecisão. Acho que o que eu
tenho a mais, ela tem a menos. Narcisa, às
vezes, viaja no “to be or not to be ”. Todos
nós viajamos também, às vezes, mas
Narcisa é demais.
Se ela fosse uma mulher menos indecisa,
seria perfeita!”
Alice Tamborindeguy, irmã

A Escola
Fui pela primeira vez à escola acompanhada dos meus pais, no Colégio
Chapeuzinho Vermelho. E sempre fui uma boa aluna. Lembro-me até hoje
do nome da minha primeira professora, tia Izar, que era um doce para
mim.
Tinha aula de piano que até hoje ainda sei tocar. Quando pequena, tocava
obrigada, fugindo sempre da professora, tia Lais. Também fazia ballet,
nadava na piscina do Copa e jogava tênis.

“Conheço Narcisa há muitos anos, desde o tempo em que


estudávamos no primário do Colégio Chapeuzinho Vermelho da
tia Madalena Khan. Quando nós tínhamos 13 anos, fomos
passar as férias de fim de ano em Nova York, e ficamos
hospedadas no Hotel Waldorf Towers. Uma tarde, voltando da
rua, Narcisa trazia um saquinho com maravilhosos milk shakes
para nós. Entramos no elevador e sua velocidade fez com que o
saco se rasgasse e eles caíssem em cima dos pés de uma
elegante senhora. Desculpamo-nos infinitamente, tentando, com
os guardanapos que tínhamos, limpar os pés molhados. Meu
pai então falou que se tratava de Imelda Marcos, Primeira
Dama das Philipinas e que estava certo de que jamais alguém
havia deixado cair um copo de sorvete em seus pés. Esgotaria o
livro se fosse escrever as histórias engraçadas que vivi ao lado
de Narcisa, que é pessoa amiga e tão boa quanto prestativa e
solidária.”

Priscilla Levinsohn, amiga e comadre

A Infância na Fazenda
Nessa mesma época, começaram descobertas e aventuras. Pois ia muito
para a “Fazenda Tamborindeguy,” em Itatiaia. Isso dividido com a fazenda
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da minha mãe, em Campos, no Farol de São Tomé, em frente as atuais
plataformas da Petrobrás.
Meu pai, Mário Tamborindeguy, que hoje temos saudades, teve quatro
mandatos como deputado Federal. Antes tinha uma empresa de
terraplanagem e construção de estradas. Há uns trinta anos atrás sua firma
Citor S.A. prestou relevantes serviços ao D.N.E.R. Ao longo dessas
estradas construiu vários postos de gasolina e restaurantes, porque até
então, nas estradas brasileiras, comia-se mal e dormia-se pior, careciam de
uma infra-estrutura adequada.
Ele era o melhor pai do mundo! Com carinho, contava-me histórias,
aquelas que a gente aprende quando criança e jamais esquece.
Sempre ia para a fazenda com várias amigas. Gostava de ir para as
cachoeiras. Gostava muito de montar a cavalo. Mandava que eles
estivessem sempre selados, prontos para sair galopando sem medo com
minhas amigas: Manon, Esperança, Kátia, Jamile, Denise, Claudia e meus
primos Viveka, Antônio, Tatiana e Fernanda, pena que o meus primos
Antônio e Tatiana, de desastre de carro e minha amiga Denise foram
recolhidos para o céu com pouca idade com menos de 20 anos pois eles
viviam a vida intensamente. Minhas eternas saudades. Em Itatiaia em frente
a fazenda tinha um posto de gasolina com restaurante que pertencia ao meu
pai. Na lanchonete pegávamos tudo que tínhamos direito. Com oito anos
dirigia bugre, Jeep que a gente tinha na fazenda. Era engraçado quando o
trator vinha desatolar os carros Aprendi a dirigir rapidinho. Dirigia aqueles
carros com marcha. Hoje em dia só gosto dos hidramáticos.
Uma das coisas que marcou a minha infância foi essa liberdade: ar puro,
natureza... foi sempre poder fazer o que queria...
Foi nessa liberdade toda de nadar nos rios, subir montanhas, tomar banho
nas cachoeiras, mergulhar em alto mar, que despertei para outras aventuras,
como andar de pára-quedas...

“Minha mãe significa o mundo pra mim. Ela é


carinhosa. Sinto muito amor por ela. Sinto muita
saudade dela quando ela viaja. Se eu fosse dar
um presente para ela, eu daria um helicóptero e
uma Cherokee, que é o carro da vida que ela
ama. E mais um monte de coisa. Eu amo muito
minha mãe.”

Catharina, 8 anos.

Gimk
Entrei para o Gimk, que é o ginásio do Chapeuzinho Vermelho, sempre tirava
nota maravilhosas. Só tirava dez em matemática. Quando o professor Jofre
anunciava a nota dez, todos da classe já sabia que era a minha prova. Todos eles
gostavam de mim porque eu sempre dava cola.

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A Dor
Cursava a 8ª série e ainda adolescente perdi meu pai. Já estava há um ano
doente e faleceu de enfarte. Foi a coisa mais triste que aconteceu na minha vida.
Acho que nem antes nem depois senti uma dor tão forte. Uma dor tão profunda
que parecia que um grande buraco tinha se aberto no meu peito. Vamos
amadurecendo na medida que perdemos os entes queridos. E nos agarrando no
que aparece pela frente para suprir nossas dores. Ele fazia quase todas as
minhas vontades e não deixava nos faltar nada, estando sempre nos apoiando.
Hoje, quando penso em justiça, penso nele. Meu pai foi a pessoa mais justa e
que eu vi mais trabalhar na vida. Acordava todo dia às seis horas da manhã, ia
rezar na janela e depois fazer a barba na sala, onde o barbeiro já o esperava.
Todos os domingos ia a missa na Cidade na igreja Nossa Senhora Mãe Dos
Homens.
Até hoje, minha irmã e eu levamos muitas flores no seu túmulo. Com saudades
imensas. Meu querido primo Antônio, que também já se foi, e minha amiga e
comadre Priscilla Levinsohn foram os primeiros a chegar para nos abraçar pela
morte de meu pai. Gesto que nunca se esquece. Acho que até hoje não me
consolei. A vida sem ele, sempre vai ter um vazio de saudade.

Boas Recordações
Entre os amigos de meu pai, havia um que o estimava muito. Uma dessas
poucas amizades sinceras e despretensiosas tão raras de se encontrar hoje
em dia. Trata-se do famoso pediatra Rinaldo de Lamare, autor do best
seller "A vida do bebê".
Todos os dias, antes de seguir para seu consultório, passava em nossa casa
para uma conversa com meu pai, então adoentado e impossibilitado de
sair de casa. Falavam de política, dos problema sociais, da família, entre
outros assuntos.
Quando não tinha tempo para conversar, dava um simples "alô" na porta
do quarto e seguia para o consultório. Essa amizade nos dava muito
conforto!
Todos os anos, nas campanhas de minha irmã, Dr. Rinaldo coloca na
janela de seu apartamento na Vieira Souto uma faixa, com o nome de
Alice Tamborindeguy, para deputada. A esse querido amigo nosso
carinho.

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HOMENAGEM

O jornalista, amigo de meu pai, Oscar de Andrade, que tinha destacada


função nos Diários Associados, por ocasião do aniversário de minha mãe
no dia 10 de maio, fez a mais linda saudação gravada com fundo musical.
Guardamos até hoje por achar de amizade suas palavras.
Essa gravação foi ao ar às 18 horas, pela Rádio Tupi, no programa Júlio
Louzada.

"A Força do Amor’

O homem é o "operário" de sua própria grandeza.


Quando desperta para construir o ninho do seu amor –
o lar – é porque sente um vazio na sua vida, a falta de
um complemento necessário para o rejuvenescimento
permanente e perene de suas forças, para aclarar idéias
e firmar convicções no trato diário com as coisas da
vida. Esse vazio, essa falta é a mulher, a companheira
dedicada e fiel que anima e impulsiona o homem em
seus momentos de fraqueza e indecisão, que o consola
nas suas aflições e que enche o seu coração de alegria
todas as noites, na sua volta ao lar, depois de mais uma
jornada de trabalho.
Quando um homem encontra em sua trajetória pela vida
uma companheira que o complete e o realize, ele se
transforma em um ser criador com toda energia e com
todo o poder de sua ascendência divina. E quando isso
acontece "tudo vale a pena se a alma não é pequena",
como disse um poeta em um instante de rara inspiração.
Mário Tamborindeguy, este dileto amigo, operário de
sua própria grandeza, é um homem plenamente
realizado no trabalho e no amor, por isso mesmo
preparado para ser útil à coletividade. Por um
impositivo de sua própria personalidade, não pára um
só instante em seu desejo de servir, em sua ânsia de dar
alguma coisa de si próprio em benefício de seus
semelhantes. Quando candidato a deputado, seu nome
foi lançado à praça pública e logo conquistou a
preferência do eleitorado. Seus adversários na disputa,
e não inimigos, porque Tamborindeguy não os tem,
procuraram investigar entre os eleitores a causa

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daquela espontânea aceitação e ouviram uma resposta:
"Tamborindeguy não pára!"
Eis o verdadeiro segredo de sua consagração. A causa
mais profunda e particular é sua companheira, a mulher
que Deus colocou em seu caminho e que completa de
maneira extraordinária a sua personalidade.
Conta a Mitologia grega que Júpiter certa vez no
Olimpo, quando pensava criar a humanidade, decidir
fazer as almas gêmeas, prósperas e felizes. Todavia,
pensando melhor, decidiu que o homem procurasse com
seu próprio esforço encontrar a felicidade para si e
para a humanidade. E mandou que seus mensageiros
dividissem as almas gêmeas em duas partes e as
distribuíssem indistintamente, por toda a vastidão do
mundo.
É por isso que hoje, só os homens que tenham
encontrado a sua outra metade podem se sentir
realizados, felizes e capazes de contribuir para a
felicidade alheia. Mário encontrou a sua metade em D.
Alice e se transformou no homem que todos conhecemos
e admiramos.
Mas, apesar da mitologia, nós mesmos nos dispusemos
a estudar a tranqüilidade com que Tamborindeguy se
agita na faina de bem cumprir o seu dever, sem se sentir
fatigado, nem revoltado com o trabalho excessivo e as
ingratidões dos homens. E descobrimos que os gregos
tinham razão. Há em sua vida uma força superior, uma
luz cintilante, penetrando em seu espírito, atuando em
sua inteligência, guiando-lhe os passos, encorajando-o
à luta, na doce e carinhosa presença de D. Alice, a
estrela que lhe abre os caminhos e o conduz pela
estrada da vida, como a que conduziu os Reis Magos à
presença do Menino Jesus.
O encontro desses dois eternos namorados foi um
acontecimento. Seus olhares fortes e penetrantes se
encontraram, se entenderam, se quiseram e se amaram,
quase que no mesmo instante. Foi um dia de festa no
Céu e na Terra.
Há muito que nós, humildes amigos do casal feliz,
desejávamos externar o que vai no nosso mundo interior
de admiração, de respeito e de amizade leal e sincera.
Nenhuma oportunidade seria melhor do que a de hoje,
dia do aniversário desse anjo tutelar que é D. Alice: 1o
de maio de 1972, dia consagrado ao trabalho, que tem
sido a obsessão permanente de seu marido.
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Abençoado seja este dia em que aqui nos encontramos
todos nós, reunidos neste recinto agradável, bem
ornamentado com amigos e com flores, para
homenagear esse ilustre casal e para render nosso
respeito a essas duas encantadoras criaturas, filhas de
Mário e D. Alice e que são outras duas estrelinhas à
espera daqueles que haverão de guiar pelos caminhos
da vida, como sua mãe a seu pai.
Minha estimada D. Alice:
Quando recebi o seu convite para participar desse
jantar íntimo em que seria comemorado seu aniversário,
tive uma grande preocupação. Trazer comigo as flores
mais lindas que houvesse para enfeitar o seu lar nesse
dia feliz. Esforço baldado e em vão. Nenhuma flor existe
para na face da Terra, por mais singela e simples, por
mais bela, mimosa ou perfumada, que pudesse superar
os encantos, as qualidades e a ternura dessa
extraordinária flor que ornamenta o lar
Tamborindeguy, esta rosa de ouro, com dois botões de
brilhantes que é motivo, hoje, de todas as nossas
homenagens e do nosso carinho mais afetivo.
Seu amigo Oscar de Andrade, D. Alice, resolveu então
gravar neste acetato suas impressões, para que fiquem
guardadas para a posteridade, para as gerações que
haverão de perpetuar o que aqui testemunhamos, a
lembrança deste dia, como um exemplo e um roteiro
para os homens em busca de felicidade!"

Infelizmente, esse querido amigo não se encontra mais


entre nós. Para sua família, nossa gratidão por tão linda
oração.

“Pra Frente é Que Se Anda”


Na adolescência eu pegava o carro lá de casa. Uma vez, dirigi o carro com
a Maria Pia Marcondes Ferraz. Quando não era com a Maria Pia, era com
a Luciana Capanema ou Flávia Tamoyo, minhas queridas amigas de
infância. Aí uma blitz deu sinal para pararmos, mas não paramos. Aliás, a
gente nunca parava.
A marcha-ré sempre foi um problema. Mas a gente sempre pedia ajuda na
rua, “Como é que passa a marcha-ré moço? Vem dar uma ajuda?” Por isso
que até hoje só dirijo pra frente, tanto no carro como na vida.

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Eu também tinha uma motinha, que era para andar só na fazenda, mas
acabei trazendo para o Rio e saía andando por aí rapidamente. Adorava
essa motinha...

Voltando de Paris
Estava voltando de Paris com a minha amiga Maria Pia e o Barão Gerard
De Waldner foi nos levar ao aeroporto. Na hora do detax das compras o
responsável por este setor pediu que eu abrisse as malas para mostrar
alguma roupa da detax mas se eu não quisesse abrir era só passar 1.000
francos que estava tudo certo. O barão achava que só no Brasil havia este
tipo de procedimento. Como já estava muito atrasada para o embarque o
paguei discretamente.

Tão Engraçado Quanto Patético


Uma vez, aos 8 anos de idade, me perdi em Paris, no Boulevard Saint
Germain, onde morava minha tia Lais. Fiquei desesperada e comecei a
berrar, “Je suis bresiliénne!” E de tanto berrar, acabei sendo encontrada.

Bahiense e Andrews
Entrei para o científico, no Bahiense. Era super puxado. Odiava química.
Sempre ia às aulas, mas já não era aquela aluna nota dez do ginásio.
Ficava sempre em recuperação, mas nunca repeti de ano. Já era muito
diferente de quando eu era pequena, que tinha obsessão pelos estudos e
que chegava a dormir com os livros. Achava que iria aprender por
osmose. Depois fui para o Andrews acabar o científico. Amei o colégio.
Também, todo dia que eu chegava tinha sempre um fã com flores e com
fotos minhas publicadas em algum jornal.

Suíça
Depois fui morar na Suiça, no Colégio Le Mesnil, para aprender Inglês e
Francês, um colégio só de mulheres. O Instituto era rígido demais para
mim. Não permitia a saída das alunas durante a semana.
Todas as meninas eram mais problemáticas do que eu. Eram mais
complicadas. A maioria, brigadas com as famílias.
Eu estava estressada lá. Todas já bebiam muito e eu bebia por causa do
frio.
A gente bebia e jogava as garrafas na neve. Um dia, a neve baixou e o
diretor viu todas aquelas garrafas vazias. Para agravar a situação, ele nos
pegou fugindo (a gente fugia do colégio pelas janelas, pulando o muro e
caindo em cima dos carros), e nos convidou para nos retirar do colégio, o
que eu adorei.

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Mais Patético Ainda
Quando estudava no Le Mesnil, fui passar um fim de semana na casa da
minha amiga Francesca, que até hoje gosto muito dela, mora em Roma e é
uma amiga muito legal, muito para cima, muito animada, que tinha dez
casacos de pele diferentes, os mais bonitos, italianos, chiquérrimos. Ela
era chiquérrima e magérrima. Não comia nada. Super elegante. E quando
voltei desse fim de semana com a Francesca, e como já era de madrugada
e não queríamos que sua avó visse, resolvemos entrar pela janela do chalé.
O fato é que erramos de janela, e em vez de entrar no nosso chalé,
pulando no quarto de uma alemã que, com o susto, começou a berrar. Foi
uma loucura, imagina, de madrugada acordando a mulher?! E eu toda sem
graça, sem falar alemão!... Porque os chalés eram todos muito parecidos.
Acho que errei, “Je me suis trompée de chambre.” E a alemã já ficou
histérica. Para amenizar a situação acabei pagando o que se quebrou, o
que estava em cima de uma cômoda, onde eu caí.

Um Sentimento de Aventura
Já pratiquei parasail no Hawai e no Caribe, já peguei onda em Bali, já andei
de Asa Delta na montanha em Gstaad, na Suiça, e na pedra da Gávea, já fiz
de tudo um pouco.
Quando voei de Asa Delta, senti um forte frio na barriga e medo ao mesmo
tempo. Um sentimento de aventura, de poder ser um pássaro pelo menos
naqueles instantes... E aí descobri mais uma vez o sentido da liberdade.
Voei por cima do Colégio Americano, na Gávea, onde minha filha
Marianna estudava. Por um momento fiquei apavorada de ter a sensação de
cair estatelada em cima do seu colégio.
Já na neve, voei de Asa Delta em Gstaad e Mégève e não tive o menor
medo porque na neve o vôo é mais rasante, comparado com o da pedra da
Gávea. É como tomar um chá com torradas.

Nova York
Saí do Colégio com a Francesca, uma italiana, que foi convidada comigo
a se retirar e fomos diretamente para o seu Chalet maravilhoso em Gstaad.
Foi ótimo.
As minhas amigas de lá namoravam com vários garotos. Ainda não tinha
Aids nessa época. Mas eu só namorava, porque queria transar com um
homem que amasse muito.
Acabou a temporada em Gstaad e combinei com uma amiga carioca,
Amelinha Azeredo Santos, que estava de mudança para NY, e alugamos o
apartamento da Sra. Sara Kubitsheck. Eu a achava organizada e
perfeccionista porque toda hora ela ficava limpando tudo ou reclamando
que alguma coisa estava suja. E eu achava que estava tudo ótimo. Gosto

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de ter e conservar tudo limpo e organizado. A sujeira da vida e da alma
me preocupa muito mais....

A Decepção
Eu tinha cinco anos quando pintou a primeira paixão. Foi com meu amigo
Dietrich do Colégio Chapeuzinho Vermelho. Aí convidei-o para vir na
minha casa. E arrumei a casa toda. A minha escrivaninha etc. Ganhei um
galinho da Ermelinda, minha governanta portuguesa, quem me criou e por
quem ainda conservo grande amor. Eu arrumava o galinho em todos os
cantos da escrivaninha. Ficava arrumando tudo e ele não veio. Foi a
primeira maior decepção amorosa, aos cinco anos de idade. Daí, pode-se
imaginar as outras que vieram. Não era muito de namorar, namorava mas
nem me lembro... Namorei um, namorei outro.. Eram amores passageiros,
aqueles que não deixam dor.

O Primeiro Beijo
Eu devia ter uns doze anos quando experimentei o primeiro beijo. Foi
numa festinha aqui no Rio, com alguém da escola, não lembro mais do
nome.
Beijava também na escola (de língua) os garotos. Adorava também treinar
beijo na boca, atrás da porta da sala de aula.

A Primeira Vez
Tive uma adolescência muito excitante. Mas eu sempre tive muito
cuidado, ao contrário do que pensavam sobre meu comportamento. Às
vezes parava para pensar e via que ninguém entendia nada de mim. É bem
diferente uma pessoa excitada com a vida e o desrespeito com ela própria.
Sempre tive muito respeito pela minha vida. Não ia muito além embora
parecesse.
Minha primeira vez foi com meu marido, pai da minha filha Marianna.
Nem tudo o que é primeiro é bom. Aconteceu em Nova York. Resolvi
fazer amor com a pessoa que veio a ser o pai da minha filha. Mas nessa
época também pintou uma experiência nova. E eu fiquei em dúvida se
namorava com ele ou com essa repentina paixão inexplicável. Ele era
enteado do Frank Sinatra, filho da Bárbara, mulher dele, o Bob Marx,
filho de um dos irmãos comediantes Marx.

O Mar

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Eu acho o mar lindo. Ele é puro, é cristalino, é saudável, é poderoso, é
lubrificante, é delirante, é infinito. O mar tem muitos significados para
mim. Ele sempre me acompanhou a vida inteira. Mergulho em alto mar,
dou altos pulos, não tenho medo dele. Acho que é também por isso que
não tenho medo de mergulhar em mim. Mesmo não sabendo a
profundidade do mergulho, o mar tem dessas de atrair a gente...

O Silêncio
O silêncio é calmante, é não ouvir a voz de ninguém. O silêncio para mim
vale ouro e a palavra, prata.
Infelizmente sou traída pela espontaneidade.

“Rotular as pessoas é fácil. Difícil é vê-las de uma forma não


maniqueísta, e sim valorizando-se momentos e atitudes
isoladas. No caso da Narcisa as interpretações sobre o seu
comportamento e o seu caráter serão, neste livro, certamente as
mais diversas. Particularmente tenho uma forte lembrança da
solidariedade e do carinho da Narcisa. Quando nos
conhecemos, ela namorava o Boninho e eu o Boni. Eu estudava
Pedagogia e ela Direito na Faculdade Cândido Mendes.
Narcisa casou-se com o Boninho e nós os convidamos para
viajar conosco para Itália e Espanha. Passamos por Roma e
fomos para a Sardenha. Depois iríamos para Ibiza. Um dos
momentos mais dramáticos de minha vida esperava-me quando
retornamos de uma longa noitada, depois de um magnífico
jantar. Quando, felizes, chegamos ao hotel recebi um
telefonema comunicando que meu único irmão havia falecido.
Entrei em desespero. Não conseguia fazer nada, além de
chorar. Entrei em choque! Boni foi cuidar do nosso imediato
retorno ao Brasil. Os remédios que tomei tiraram-me qualquer
iniciativa. Foi quando a Narcisa tomou a frente das ações e
enquanto contava que havia perdido seu pai muito jovem e que
só tinha uma única irmã, foi arrumando todas as nossas malas,
sem parar um só minuto. Pronta a bagagem, ela ajudou ainda a
me arrumar e cancelou a ida para Ibiza. Fiquei um tempo em
São Paulo com a minha mãe e as aulas da faculdade já haviam
recomeçado, assim como as provas. Narcisa, mais uma vez, me
ajudou, indo aos professores, explicando o que estava
acontecendo comigo e requereu um “segunda chamada”, além
de conseguir cópias de todas as matérias que eu havia perdido.
Graças a ela eu recuperei o período na Faculdade. Narcisa só
tinha 18 anos e era uma menina. Até hoje fico emocionada com
o carinho, a solidariedade e a amizade que ela me dedicou
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numa hora tão difícil. Passaram-se 14 anos, tivemos filhos.
Narcisa se separou do Boninho, mas nossa amizade continua
até hoje.

Lou de Oliveira

Santinha e Cordata
Eu era sempre uma pessoa calma, pacata. Diferente da minha maneira de
ser hoje. Tanto que o meu apelido de criança era santinha. Olha só?! O
meu apelido era santinha. Depois, com o passar do tempo, fui mudando. E
minha irmã, Alice, que era atirada, começou a ficar careta. E eu, que era a
santinha, comecei a ir por um caminho totalmente inverso ao que estava
acostumada. Um caminho agitado. Saindo à noite, festas, amigos, patota.
Uma vez fiz uma fogueira atrás da cortina da sala. Foram ver de onde
vinha a fumaça e descobriram uma santinha do pau oco quase incendiando
tudo, já querendo ver o circo pegar fogo.

A Arte de Fazer Amigos


Gosto de conviver. Tenho uma facilidade de fazer amigos, de estar
rodeada de gente.
Mas foi com o decorrer do tempo que aprendi a descobrir quem são os
verdadeiros amigos. Quem se aproxima porque gosta de mim de verdade.
O brasileiro tem uma facilidade de fazer amigos muito rápido. Você chega
no café da manhã e já fica íntimo do outro. Quer dizer, é uma facilidade
do brasileiro de ficar íntimo. E ao mesmo tempo que fica muito íntimo,
evapora rápido.
Então, acho que depois de uns tempos, quando comecei a andar na noite,
saindo, indo à festas e à badalos, vi que muita gente que se aproximava de
mim só oferecia uma ilusão de amizade. Porque com o tempo percebi
também que essas amizades não tinham consistência. Mas eu gosto de ser
amiga, abrir meu coração. Quem perde a minha amizade é porque não
sabe que poderei ser muito melhor.
Todos esses meus amigos estavam sozinhos e plugados e no final da
loucura, todos se achavam o máximo, muito bem acompanhados, “o
centro do mundo”. Mas no fim era uma grande ilusão, porque eram
irreverentes, extremos, sensíveis, solitários, sofredores, excêntricos e não
conseguiam ser levados a sério.
Tem amigos que te juram amizade e amor eternos, depois, mudam e te
abandonam. Muito triste!!
Mas tenho amigas que nunca vão me abandonar como a inubliable
Priscila Venâncio que sempre está ao meu lado para o que der e vier.
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A Natureza Como Forma de Espiritualidade
A natureza é linda! A gente tem que conservar o sol, fazer ioga. Aconselho
a todo mundo fazer ioga. A ioga já me ajudou muito. Aumentou o meu
poder de concentração. Me acalmou. Me deu paz interior.
A coisa mais importante no mundo é a paz de espírito. Você tendo paz de
espírito, tirando a raiva, a inveja e o ódio do seu coração e tendo fé,
consegue tudo com Deus. O problema é a raiva, que corrói o homem e
mata. É horrível sentir raiva. As pessoas, às vezes, são tão ruins e eu sou
tão sensível, que não consigo controlar as emoções. Para obter o poder
supremo, temos que controlar as emoções. Sou radical ao expressar
alegria, amor, prazer e preocupação. O desejo é a chave de tudo. Se você
realmente deseja muito acaba realizando. Com sorte e talento.

A Família
A família representa para mim o resumo da vida. É através dela que
aprendo o valor da convivência. A minha família, por exemplo, não é
grande, mas o bastante para ensinar o limite entre a discórdia e a
compreensão. É uma família feminina.
Tenho duas filhas maravilhosas, Marianna e Catharina. Marianna de
quatorze anos e Catharina de oito anos. Elas representam para mim a
possibilidade de multiplicar a própria existência. É através delas que meu
olhar se estenderá pelo mundo. É através dos filhos que eu ganho mais
idade, fico mais próxima de Deus...
Minha mãe é a minha melhor amiga. É a única pessoa que me diz a verdade
nua e crua. Muitas vezes me machuca porque eu preferia não escutar. Mas
tudo bem. Sei que é bom saber esse lado. Ela é a única pessoa sábia para
me falar isso. Ela adivinha as coisas. É uma bruxa. Tem essa
espiritualidade toda. Tem uma alma grande, paz, muita força, muita
energia positiva, muito forte. E me diz coisas que ninguém me diria porque
nem saberia falar. Nem saberia ver. Então, às vezes, eu fico achando que
não, quando ela fala de outra pessoa eu digo, ‘Não fala assim porque a
pessoa não é isso!’ E até espero que não seja, mas se for eu já estou até
preparada para me aceitar, já não vai ser nenhuma surpresa porque minha
mãe já havia feito o raio X total. Nisso ela já me ajudou muito. Às vezes eu
rezo para não ser do jeito que ela está falando, porque daí é muita loucura!
E sempre diz “você não tem pai e quando eu morrer acabaram-se as
verdades no mundo!
A minha irmã é uma pessoa maravilhosa! Minha amiga. Sempre está ao
meu lado. Acredita no meu potencial. Acredita no meu trabalho. Acredita
que vou ser uma ótima entrevistadora de televisão. Acredita que esse meu
livro vai ser um sucesso. Ela acredita em mim. Sempre me deu força.
Sempre acha que tudo vai dar certo. Uma pessoa boa, que batalha, que já
está no quarto mandato de deputada e foi candidata à prefeita de São
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Gonçalo, com cem mil votos e agora, na última eleição, quase 60 mil votos.
É um exemplo de filha e irmã. Apareceu muitos anos atrás pela primeira
vez como jurada no programa do Cassino do Chacrinha .

Censura
Tenho a minha censura. Eu me preservo. Tenho meu recato. Não sou uma
pessoa sem censura, senão iria sair pela rua pelada com uma melancia na
cabeça.
Tive um educação boa, careta. Fui educada no que havia de melhor, nos
melhores colégios. Viajei e conheci muitas formas de se viver no mundo.
Tenho uma ética de valores. Uma ética cordial. uma ética de vida. Do que
é certo e do que é errado. No mundo dos negócios. No mundo da palavra.
Acho que uma palavra vale mais do que uma assinatura. E não gosto que
me subestimem. Respeito é bom e eu gosto.

Neste País Machista


Uma tarde fui a Maison Esmell me arrumar e fazer os cabelos com um
chignon banana e lá encontrei a bonita Ariadne Coelho, prontas para irmos
ao coquetel no museu de Belas Artes do Rodin, quando atravessando a
pérgula do Copacabana Palace, encontro amigos esportistas que nadavam e
me convidaram para nadar.
Imediatamente aceitei, um programa mais saudável que ir ao museu ver os
múltiplos de Rodin, que não são os verdadeiros pois estes estão em Paris.
O divino valor da arte é na única e exclusiva peça. Então, fui nadar
lindamente em um espaço puro e autêntico, sem cópia e nem sapato alto
que faz mau aos pés.
Um segredo de celebridade. Não contem para o Dr. Phillipe Carruthers, já
amantes dos docinhos e dos biscoitos do restaurante italiano no
Copacabana Palace, fiz um truque para sempre ter os biscoitos fresquinhos.
Conheço até o cofre onde eles estão localizados. Graças ao melhor chefe de
cozinha italiano Francesco Carli, do Cipriani.
Não gosto muito de esperar, vou na frente quando quero as coisas. Por
exemplo: Acredito que quando uma pessoa quer realmente algo ela pode
conseguir.
Quando alguém não atende o telefone, eu vou diretamente na porta e sou
capaz de arrombar a porta ou capaz de pular a janela de um quarto para o
outro de um amigo que dorme e não acorda. Isso me leva a loucura!
Neste País machista, sou considerada um vulcão, mas na realidade sou
direta, franca, genuína e verdadeira sem esquecer que a fidelidade é a chave
de ouro de uma amizade que quando sincera dura sempre.
Oscar Wilde, o grande escritor inglês que por ser gay foi julgado e preso
pela justiça inglesa, saindo da prisão fraco e desiludido. Deus está
certamente guardando o meu gênio e herói.

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Hoje e sempre defenderei os mais desprotegidos. Enquanto houver alguém
pedindo esmola, desgraçado, analfabeto e numa situação inferior, com
preconceitos com gays, lésbicas e simpatizantes, eu defenderei com eles a
sua bandeira. Basta de hipocrisia!!!
Porque, entre nós, os mais certinhos são os mais corruptos. Estes que
utilizam a máscara grudada na face, e não tem vergonha de esconder o
mau. Open your eyes!!!!!!!!
Todo falso moral com falso ideal e muito roubo, na maioria dos casos, é
por isso que nós temos os analfabetos. É inacreditável o fato de festejar 500
anos de descoberta do Brasil, sem educarem o nosso sofrido povo .
Enquanto tivermos grande quantidade de analfabetos nunca chegaremos ao
primeiro mundo.
Onde está o ouro do Brasil, os lucros, os dividendos de uma eternidade de
sacrifícios e esforços. Certamente num banco Suíço, ao invés de estar este
dinheiro produzindo trabalho e riqueza em nosso país .

Fila, Vacas e Galinhas


Por pouco, eu elegantérrima, vestida de branco como, segundo um amigo
meu, a atriz Maria Felix, que eu nem sei quem é, à procura de meus cartões
american express, e credicard, que tinham vencido no México, eu gentilmente
quis oferecer uma bala de maçã, na janelinha onze dos entregadores de cartão,
e quase apanhei por uma megera esquelética e por um horroroso que dizia
estar com pressa para pegar o avião para a China.
Detesto fila, fila de leite, fila do pão, fila de espera, fila de elevador, fila do ski
lift, fila dos cretinos chatos e obscenos. Nunca consegui ficar numa fila, ou
botava alguém na fila para marcar o meu lugar ou sempre furei fila. No
cinema quando era menor de idade sempre entrava pela fila da saída e sempre
deu certo.
Acho que a uma das organizações da sociedade que deveria ser revista pois
coloca o ser humano numa atitude inferior como se parece uma fila de banco
com uma fila de vacas a serem marcadas ou encurraladas para depois
passarem ao abatedor, onde elas são mortas cruelmente.
Aliás eu sou contra a maneiras que as pobrezinhas são crucificadas. Falando
das vacas, não esqueçam das galinhas, que protejo, que além de dar o ovo da
proteína nos fornece manjares faustosos, são criadas em situação miserável,
não tem lugar nem para botar ovo, se bicam entre elas fazendo sofrimento
infinitos de sua curta vida. É um absurdo a condição humana e animal. É uma
loucura sabermos que no Brasil crianças se alimentam nas latas de lixo, com
sobras apodrecidas de comida. E as que vivem drogadas desde os quatro anos
de idade? Até tomam injeção de heroína na veia. Nunca foram à escola. Essa é
uma das nossas realidades. Ainda bem que tem a UNICEF tentando fazer
alguma coisa. Como podemos mudar isso? Escrevam para Narcisa: fax n°
(021) 547-4698; E-Mail: Narcisa@opelink.com.br. Para fazermos juntos uma
organização humana/ecológica.

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“Imagino que a alegria de Narcisa já tenho sido mencionada “ad
nauseum” por todas as pessoas que dela tenham fala, eu, porém,
quero falar de alguém que as pessoas não vêem. Narcisa é um
personagem que foi sendo inventado e vem sendo reinventado ao
bel prazer de seus inventores. Eu conheço uma Narcisa que não sai
nos jornais, um ser humano admirável, com caráter, nostálgica e
às vezes triste; cruelmente rotulada e massacrada, e, além de tudo,
generosa até em sua dor.”

Tito Gomes

Rio de Janeiro
O Rio de Janeiro é uma cidade linda! Geograficamente é a cidade mais
bonita do universo. Uma natureza fantástica. Não existe no mundo nada
mais bonito que a iluminação das praias do Rio a noite. Eu sou carioca de
paixão. Apaixonadíssima. Eu amo o Rio de Janeiro. O lugar que mais amo
é aqui. Depois Nova York e Paris. Depois Sardenha, para nadar naquele
mar cristalino do Mediterrâneo e meditar nas pedras...

Dinheiro
O dinheiro não traz felicidade mas paga a passagem para ela chegar. O
certo seria gastá-lo com sabedoria. E como é bom quando se ganha ...
O dinheiro só não compra a saúde, nossa principal riqueza ao longo da
vida. Seria inteligente os jovens valorizarem a saúde para na vida adulta
não sair dinheiro para tratamentos, etc., etc., sempre tristes e caros. Poucos
têm a arte de ganhar dinheiro. Não esse dinheiro malfadado à custa de
trapaças contra os nossos semelhantes. Desse lado selvagem de ganhar
dinheiro não gosto de falar. São todos castigados pelos desígnios de Deus.
Tornam-se clandestinos, omitem-se no convívio pessoal, não podem ir a
festas, nem ser fotografados por causa dos bancos e da Justiça. Os ricos
raramente são solidários. O lado humano da vida está sempre com os
menos favorecidos. Glória a Deus por eles. Riqueza é um olhar amigo, é
estender a mão passando o calor que conforta. Riqueza é desprendimento
de um coração altaneiro que auxilia o próximo sem ferir sua sensibilidade.
A vida é uma troca. Tem mão e contramão. E dela vamos tirando as lições
de vida. Tudo que se pede por favor paga-se mais caro. O ideal seria que
todos pudessem ganhar dinheiro para realizar todos os sonhos e serem
felizes. Mas esse não é o único meio de ser feliz, senão todos os ricos
seriam solidários, não sofreriam ciúmes, depressão, ansiedade, medo, tédio,
angústias e acidentes.

SEXO

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Sexo é uma das melhores coisas da vida! Quando se faz amor, a alma se
solta e o espírito se eleva. Para saber o que é sexo, a entrega deve ser total e
recheada de fantasias no momento em que você está praticando esse
esporte. Sexo é saúde e beleza. É o equilíbrio. Limpa a alma e lubrifica o
corpo. Atualmente só acredito em sexo com amor. O sexo leviano não deve
ser feito por pessoas modernas e inteligentes, para evitar provações muito
difíceis. O sexo deve ser consciente e com a pessoa certa. É importante que
os parceiros tenham a mesma sintonia. Agradar bem o outro e ter muita
ação. Não pode ter preguiça e aí, naturalmente, o seu êxtase virá. Tem que
fazer o seu parceiro se sentir um rei. Você pode falar o que tiver vontade, a
fantasia faz parte. Quantidade não conta, o que vale é qualidade. Sem sexo
ninguém se realiza totalmente.

O Petróleo em Campos
Quando leio nos jornais os altos índices de produtividade de petróleo na
Bacia de Campos, não consigo deixar de lembrar a importância da família
Saldanha nesse processo. Nossa família tem uma história sobre o petróleo,
em Campos, estado do Rio de Janeiro, na fazenda Boa Vista, no Cabo de
São Thomé, como pioneira de perfuração em terra.
Essa fazenda com grande extensão de terras e praias, no começo do século,
pertencia ao gaúcho Senador da República Pinheiro Machado, uma das
figuras mais importantes deste país nessa época e grande amigo do meu
bisavô Olavo Alves Saldanha. Desde criança escuto estas histórias da
compra dessa fazenda, como a família Saldanha veio parar em Campos e
do Pinheiro Machado através dos meus avós e da minha mãe. A família era
chamada “os gaúchos de Campos”.
.
Com a morte de Pinheiro Machado, em 1915, assassinado no Hotel dos
Estrangeiros, no Rio de Janeiro, a viúva procurou um amigo gaúcho que
comprasse a fazenda. Esse amigo era o meu bisavô Olavo Alves Saldanha.
Os primeiros trabalhos de busca de petróleo estão documentados em uma
reportagem da revista Manchete de 21 de dezembro de 1974 , número
1183, "Petróleo – Um Novo Brasil", assinada por Cesarion Praxedes e
Murilo Melo Filho, com fotos de Gervásio Batista. Meu amigo José
Rodolfo Câmara gentilmente me conseguiu essa matéria, que aqui
transcrevo. Vale ressaltar que a primeira perfuração em terra de petróleo
no Brasil foi feita na Fazenda Boa Vista no Cabo de São Thomé bem em
frente onde estão hoje todas as plataformas da Petrobrás.

"Desde o século passado se sabia da existência


do petróleo em Campos. Nosso folclore está cheio de
histórias de assombração que falam do fogo andante
na região do Imbé. Em 1900, Júlio Feydit, com seu
subsídios para a História dos Campos dos Goitacases,

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revelou a presença do petróleo na região da Fazenda
do Boa Vista. E nosso importante geólogo Alberto
Lamego Filho, em seu livro "O Homem e a Restinga",
ofereceu grande quantidade de evidências sobre a
matéria. Mais tarde, em 1944, o mesmo Lamego Filho
ampliaria suas revelações com o livro "A Bacia de
Campos na Geologia Litorânea do Petróleo".
Dois gaúchos, o Senador Pinheiro Machado e seu
conterrâneo, Olavo Saldanha, participaram do esforço
pioneiro de busca do petróleo em Campos. Na
Fazenda Boa Vista, junto ao Farol de São Thomé, a
uns 45 km do centro da cidade, Pinheiro Machado e
Olavo Saldanha detectaram os primeiros sinais da
existência de petróleo, o que fez com que Saldanha se
associasse ao então poderosíssimo grupo Henrique
Lage para realizar as primeiras sondagens. O
equipamento trazido do Rio de Janeiro pelo
engenheiro Maurício Morand permitiu que a sonda
chegasse aos 113 metros de profundidade, mas um
acidente que provocou uma explosão de gás no local,
somado à intransigência do grupo Lage, que pretendia
efetuar sozinho a exploração do petróleo, determinou o
encerramento dos trabalhos de prospecção. A
maquinaria foi retirada e devolvida a Henrique Lage,
já que o gaúcho Olavo Saldanha não quis vender o
subsolo. Ou participava da empresa como seu maior
acionista ou nada seria feito."

Meu avô doou diversos terrenos onde ficam a casa de veraneio da


Prefeitura, o Centro Médico e algumas praças.
Essas lembranças marcaram toda a minha infância, pois integram minha
família de origem gaúcha à história dessa fazenda no estado do Rio.

“Não tenho dúvidas de que minha mãe seja


uma mulher inteligente, mas ainda com os
ferimentos em cicatrização de uma vida que
teve seus momentos penosos como a de
todo mundo. Conheço bem minha mãe, às
vezes até melhor do que ela própria. A
espontaneidade de Narcisa, que tantos
elogiam, faz com que eu a decifre sempre,
mesmo se não conversamos durante horas.

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Não é preciso! Afinal, quem é Narcisa?
Um sorriso que faz qualquer pessoa sentir-
se à vontade, simpatia que é a marca
registrada de sua personalidade. Narcisa é
feliz? Acho que esta é a pergunta que todos
gostariam de fazer, mas que nunca fizeram.
É aí que entra o mistério ingênuo dos olhos
transparentes e indecifráveis de minha mãe.
Sei do que ela é capaz. Acredito nela, sei
que tudo dará certo. Falo como amiga,
não como filha...”

Marianna, 14 anos.

"Minha filha caçula ocupa meu espaço e


minha cabeça: estamos Alice Maria e eu
sempre preocupadas com a nossa criativa
Narcisa. Quando pequena, era uma menina
extremamente estudiosa, dedicada – uma
criança saudável. Só largou a chupeta
depois de moça, escondendo-a debaixo do
travesseiro.
Como era um pai mais velho, Mário fazia
todas as suas vontades (obviamente, dentro
dos devidos limites), tratando as filhas com
muito carinho: sua única preocupação era
saber se estavam felizes. Gostava de
estimulá-las com discussões e observar,
mas eu sempre intervinha para acabar com
os abusos da polêmica. Nunca cheguei a
uma conclusão se isso era positivo ou
negativo. Dizia ele que assim as meninas
não seriam submissas.
Quando adulta, colocou o pé no mundo e
ninguém a segurou mais, viajando para
todos os cantos do planeta. Nada
amedronta minhas filhas; a medrosa sou
eu. Sendo espontânea e não admitindo
mentiras, Narcisa não consegue se ajustar
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bem ao mundo cruel em que vivemos.
Amante da verdade, nada a impede de dizer
o que pensa. Às vezes se arrepende do que
diz impensadamente, enviando flores com
cartões, dizendo que nos ama. Esse tipo de
procedimento, só mãe e irmã perdoam.
Sua liderança com amigos e amigas é
notória. Não espera que a apanhem em
casa: pega o carro e busca todos em casa.
Não admite ser traída. Se isso acontece, é
um "Deus nos acuda" de sofrimentos. Cai
na maior depressão. O seu mal é esperar
demais das pessoas. Sempre lhe digo: 'O
ser humano tem duas caras: a do anjo e a
do demônio. Nunca queira ver no marido,
nos amigos, nos namorados e nos amantes
a cara do demônio.' Várias vezes, Narcisa
chegou deprimida em casa dizendo que viu
a cara do demônio nessa ou naquela
pessoa. Isso já era esperado. Ela se dá
demais e já é tarde quando percebe o
abuso.
Tenho um carinho e um orgulho especial
por minhas filhas. Narcisa termina esse ano
de 1999 a segunda faculdade, de
Jornalismo. São duas mulheres vigorosas,
mães dedicadas, donas de suas vidas.
Sempre repito para elas: Quem controla as
emoções conquista o mundo!"

Alice Saldanha Tamborindeguy

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As Festas
“Festa é um estado de espírito,
um encontro entre amigos.
É um acontecimento social
que você organiza.”

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Sou muito festeira; esse é meu estado de espírito. Um encontro comigo
mesma, com o Cosmos, com os amigos. Estar entre amigos em uma festa
me deixa lisonjeada simplesmente por tê-los, adicionando mais um
momento importante na vida.
Dizem que só promovo festas disputadíssimas, que há pessoas que fazem
de tudo para figurar em minhas listas, especulando daqui, especulando de
lá, para saber quando será o próximo evento. Pessoas que acham
imprescindíveis viver neste planeta e ir a pelo menos uma de minhas festas.
Na verdade, não dou muita bola sobre o que falam a esse respeito. Quero
apenas que a festa seja inesquecível...
Quando estou organizando uma, penso sobretudo nos convidados, que
devem integrar um grupo bastante eclético, engraçado e obrigatoriamente
de alto astral: empresários, artistas, políticos, putas, gays, intelectuais,
estrangeiros que estejam de passagem pelo país (dão um quê de
internacional), enfim, tudo e todos. A música deve se tornar a trilha sonora
da vida dos convidados, a comida, farta e a bebida, geladíssima. Se for
possível, um telão enorme, com imagens lindas, indescritíveis. As pessoas
devem ter a sensação de que a festa não vai terminar nunca. Cada um fica o
tempo que quiser, vai com a roupa que quiser. Não gosto de convites que
impõem roupas. Escreveria em todos: "Venha bonito", no lugar dos frios
"Passeio Completo" ou "Esporte fino". O que importa é que o convidado se
sinta bonito, feliz e inspirado, evitando falar da vida alheia. Há tantos
assuntos construtivos: economia, política, piadas, histórias hilárias, artes...
Aliás, convide sempre os artistas - eles dão glamour – e troque o elenco,
para surpreender os amigos e a si próprio.
Nada como uma festa para lhe dar motivação, pintar um convite de
trabalho, de fim de semana, de almoço... Um belo dia, você pode conhecer
o príncipe encantado, o futuro namorado ou um amigo que poderá lhe dar a
mão quando você mais precisar. Tudo pode acontecer! Aconselho todo
mundo a ir a festas, ainda que deprimidos, pois trata-se de uma grande
confraternização! Vamos a elas...

Piscina do Copa

Faço festa desde que nasci. Comemorei meu aniversário de quatro anos no
Copacabana Palace. Depois de muitos salgadinhos, doces e brincadeiras, eu
e minhas amigas abandonamos o salão e pulamos na piscina. Logo veio o
gerente do hotel perguntar que bagunça era aquela. "É a Narcisa
comemorando seu aniversário na água", responderam. "Se é a Narcisa, tudo
bem", disse ele.

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Meus 15 anos

Completei 15 anos com uma bela festa para duzentos amigos. O "hit" do
momento era a música "Lança Perfume", de Rita Lee e um amigo, claro,
levou várias "lança" de verdade para vender. Uma loucura! Muitos
compraram e foi aquele delírio total!!! Lembro o espanto da turma careta
que me via cair de tanto cheirar e me levantar em seguida com a maior
classe e com a maior naturalidade para saudar os que chegavam. Uma certa
hora, minha mãe entrou na sala de dança e ressaltou como todos os meus
amigos eram limpinhos e cheiravam bem. Não percebeu que o cheiro era de
lance perfume.
O som foi orquestrado por meu saudoso amigo, o DJ Márcio Torres, que
mais tarde seria cruelmente assassinado e jogado Pedra da Gávea abaixo. Era
uma pessoa maravilhosa, um grande profissional, não havendo quem
conseguisse ficar parado ao som de sua seleção de músicas.
Às três horas da manhã, uma gangue, vinda do Leme, invadiu a festa,
quebrando todos os pratos e um vidro enorme. Devidamente expulsos,
decidiram quebrar as portas e as janelas do prédio com os extintores de
incêndio das escadas. Os seguranças estavam em menor número, não dando
conta dos vândalos. Por um momento, cheguei a pensar que meus 15 anos
iriam terminar com uma pessoa jogada na piscina do Copacabana Palace.
Foi a festa mais comentada e animada de minha geração. Foi um desajuste
total. As plantas da casa amanheceram cheio de lança perfumes vazias.
Nesse dia em diante, festas só fora de casa.

"Narcisa é a alegria em forma de gente. Seu sorriso


contagiante é a essência da mulher carioca. "

Lilibeth Monteiro de Carvalho Marinho

Os famosos bailes do Copacabana Palace

Meu encontro com o artista plástico Zeka Marques foi mágico: na Pérgula
do Copacabana Palace, apresentado pela elegante amiga gaúcha Teresa
Ferrari. Tradição, bom gosto, qualidade e estética se encontraram para uma
relação única, marcada por grandes ocasiões, que celebraram a alegria de
viver e a realização de grandes sonhos. Tudo o que fizemos juntos teve um
grande sucesso com doses generosas de felicidade. Sou sua musa inspiradora
desde seu primeiro baile gala de Carnaval no Golden Room do hotel
Copacabana Palace. Chamou-o "Arabesco", inspirando-se nos maravilhosos
balés russos. Zeka foi genial: reciclou os quilômetros de cortinas de seda
cor-de-ouro velho hotel, transformando-as em tendas gigantescas,
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inteiramente repintadas com motivos mongólicos e russos, aplicados em
arabesco de ouro e plumas que voavam ao vento. Neste set, criou a loja
principal, onde fiz minha entrada, vestida de "Turandot Art-Déco", em crepe
de china laranja com caudas e decotes com passemenarie, pedrarias e
bordados franceses. Para reinar absoluta, uma coroa de ouro e brilhantes
feita na Áustria, cópia da bizantina que portava a Rainha Teodora. Fui a
grande sensação do baile, chegando com meu chevalier servant, o Senhor
Carlos Johannpeter, que vesti em ouro para dar luz e compor o meu
personagem. Marcou época. A música, conduzida pelo Mestre Formiga, que
sempre orquestrou os Bailes do Teatro Municipal, foi o high-light do
sucesso e, quem quisesse se refrescar de tanta alegria, era só ir para o terraço
pegar uma brisa do mar. Fui até capa do jornal "O Globo", juntamente com
o Presidente Fernando Henrique Cardoso, por meu glamour e pela
originalidade de uma personagem que trouxe de volta a tradição do Baile do
Copacabana Palace, o melhor do mundo.
Criamos juntos um personagem-mito, inspirado no tema de cada baile. Essa
tradição fez de mim a musa do Zeka, o criador artístico do baile. Em 97,
cheguei numa liteira com um vestido de ouro, carregada por um séquito de
homens escolhidos a dedo. As pessoas que se aglomeravam na porta do hotel
ovacionaram. Era a própria Josephine Becker, uma vedete célebre do Follies
Bergères de Paris, cujos shows se assemelhavam muito aos do Lido de hoje.
Suas saias de banana causavam frisson nos anos 20.
Em 98, Zeka me vestiu de Rosa Veneno para o tema floresta. Neste baile,
me dividi para desfilar na escola de samba "Em Cima da Hora", cujas
homenageadas eram a saudosa estilista Zuzu Angel e sua filha Hildegard.
Voltei do Sambódromo para encerrar o baile en beauté.
Em 99, a homenagem foi para nossa grande estrela Carmem Miranda. A
decoração, toda em branco e preto, cobria os salões do Golden Room com
paisagens em sombra chinesa inspiradas no Rio de Janeiro. Todos os
detalhes remetiam aos balangandãs, aos turbantes e aos sapatos-plataforma
da Pequena Notável. A passarela para o baile imitava as calçadas de
Copacabana. Os sapatos-plataforma, que mediam 7m de altura, tornaram-se
as arcadas para minha entrada, toda vestida de Carmem Miranda. Minha
fantasia era inteira de cristais com franjas, réplica de uma usada por Carmem
no filme "Copacabana". No topo da cabeça, um detalhe exótico: um
candelabro de cristal, que, ao receber luz, projetava milhares de filetes
luminosos por onde eu passava. Doei essa linda fantasia ao Museu Carmem
Miranda, sob a curadoria de Iberê Camargo. Para o ano 2000, o criativo
Zeka me intitulou "Musa do Novo Milênio".

Festa afro-tribal em Acapulco.

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Estamos na Baía de Acapulco, México, na praia privada de Alejandra e
Karin Alemán, respectivamente filha e viúva do Presidente Miguel Alemán,
para comemorar o aniversário de Alejandra e sua formatura em
Administração. A festa foi inspirada em ritos afro-tribais, inaugurando seu
novo palácio de palha, chamado "Palapa", decorado por Zeka Marques, com
motivos de onças e tigres. Um show!
Viajei com a excêntrica Linda Conde, personagem surrealista de Jacques
Tati, no famoso filme "Mon Oncle", casada com o banqueiro Armando
Conde, e com sua cadelinha poodle, a Beauty. Como Beauty não tinha
documento, tive que deixá-las desoladas no aeroporto da Cidade do México
e para seguir viagem. Minhas malas não chegavam nunca a Acapulco, assim
como Beauty e Linda, até que esta telefona com a boa notícia de que a
cadelinha havia sido liberada por 13 dólares. Chegamos sem mala, sem
fantasia, sem roupa, sem pluma, sem Beauty e sem maquiagem para a festa.
Mais uma vez o talento de Zeka se superou: me preparou um vestido negro
improvisado e uma mantilha de franjas espanholas, que transformou em
turbante. Um personagem principesco-punk-marroquino, se é que vocês me
entendem. Maquiadores vieram me tatuar com símbolos mágicos
fosforescentes. Senti-me a própria Gloria Swanson em "Sunset Boulevard".
Fui recebida na chegada da Villa Alejandra com um suco rosa exótico de
flores, as famosas sávilas, tomado pelos povos azteca e maia. Como amo
novidade, fiquei logo encantada, não parava de tomá-lo, um tipo de
"Welcome to Acapulco". A "Palapa" é uma casa, dentro da propriedade, cujo
teto é de palmas e suas colunas, troncos de árvores e raízes de 20 metros de
altura. Uma bela vista para o mar se une às cortinas de sede crua que voam
ao vento para encantar ainda mais os visitantes.
À meia-noite, foi dado início aos festejos, com cascata de diamantes e fogos
de artifício. Os convidados eram recebidos por pessoas vestidas como se
fossem de uma tribo da Costa do Marfim, na África, com suas lanças e
escudos vestidos de tranças ráfia, brancas e pretas, e duas barcas que
levavam os tesouros, constituídos de imensas pedras preciosas brutas:
diamantes, safiras, topázios, rubis de sangue de pombo de Burma, fora os
cristais coloridos que todos convidados ganhavam para dar sorte.. Para
completar o visual fantástico da festa, havia um iate de 400 pés iluminado e
ancorado no píer da Villa Alejandra, de amigos que vieram especialmente
para a festa, vestidos a caráter: cada um mais belo do que o outro.
O décor teve tendas nômades, com onças e símbolos mágicos negros. As
flores eram todas feitas de milho! Várias chaises longues, forradas com
peles de onças, tigres e jaguares, adornavam o ambiente. Quando ficava
cansada, me deitava nessas chaises longues para apreciar as danças e as
palmeiras imperiais que decoram os dois quilômetros da melhor praia de
areia branca, iluminada por tochas gigantes e velas brancas, dando lugar a
uma discoteca muito confortável, cheia de almofadas e de pequenas mesas
de jantar. Sobre a areia, coberta por tapetes de palha, houve um grande jantar
com lagostas, camarões e taco. O fundo musical foi preparado com som da
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selva: rugidos de leões, cantos de pássaros, cascatas, tempestades de chuva,
com um grupo de músicos africanos que tocavam seus atabaques e levavam
os convidados a um transe espiritual exótico. Ninguém conseguia deixar de
dar um show particular de dança.
A famosa lua de Acapulco e o céu estrelado davam o must da natureza.
Shows exóticos de mulheres com serpentes africanas e de belíssimos índios,
que faziam malabarismos com labaredas, transformaram ainda mais a noite
em um grande espetáculo. No final, em um balé que simbolizava a oferenda
para as deusas do Amor e da Lua, uma mulher era simbolicamente cozida
num caldeirão por índios canibais. Havia onças pequenas, leões (de
verdade!), pássaros exóticos, que circulavam como ilustres personalidades.
O que me impressionou foi a autenticidade, a alegria e a indumentária da
nova geração mexicana, que sabe celebrar a vida. A festa foi tão animada
que terminou com todo mundo nadando no mar e na piscina às oito e meia
da manhã, com direito a breakfast na areia.

A Noite dos Sonhos

Para dar uma festa com esse título, comemorando vinte anos de casamento,
Gilberto e Henriqueta Scarpa contrataram uma empresa especializada em
festas VIP.
Assim, o casal se ocupou de fazer uma boa distribuição dos convidados, a
fim de que se sentissem, por uma noite que fosse, entre reis e rainhas. Entre
as majestades, estavam Catherine Deneuve, Gina Lollobrigida, Dewi
Soekarno, entre empresários, senadores, deputados, ministros,
embaixadores, artistas, enfim, celebridades de todas as partes do mundo.
O cenário era composto por um palácio de cristal, divididos em três salões,
construídos a partir de uma enorme estrutura transparente. Em seu interior,
um palco acomodava cerca de 120 músicos. Candelabros, tapetes persas,
orquídeas, flores brancas e um show pirotécnico deram o tom estrelar. O
número de profissionais, dos quais garçons bilíngües, maîtres, seguranças,
parecia igual ao de convidados.
A festa parecia um sonho, mas, obviamente, havia os que perguntavam:
"Quanto será que ele gastou?" Acho esse tipo de comentário muito pobre,
digno de quem merece ficar trancado em casa assistindo a TV. Não temos
nada a ver com as finanças de ninguém. Se alguém faz uma festa com tanto
glamour assim, é porque gosta de receber pessoas, enfeitar a vida, dar prazer,
e não para ser vítimas de fofocas. Não importa que as grandes festas sejam
sempre para negócios. Tudo é válido para quem recebe com grandeza e pela
alegria que proporcionam.
Quase de manhã, fui dançar sem os sapatos e um caco de vidro entrou em
meu pé. Tive que fazer uma operação de emergência às oito da manhã.
Quase perdi o tendão. O médico disse: "Você nem precisa de anestesia. Já

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está com muita, e me passou na frente de todos os paciente, não esperei um
minuto sequer."
Fui e voltei no avião de meus amigos Sérgio e Daniela Marjorie,
empresários ítalo-brasileiros. Alto astral! Sabem o que é curtir a vida!
Hospedei-me em duas casas: na de Alexandre, Lisa e Lise Grendene e
Adelita Scarpa.

Citroën

Promovi uma festa no Copacabana Palace através de minha firma de


eventos, Narcisa Promoções e Eventos, para a Citroën e sua representante
brasileira, minha grande amiga, Sandra Habib. Sandra é uma mulher
extraordinária, guerreira, articulada, um primor de simpatia. Chamamos a
competente Helena de Brito e Cunha, que já havia organizado o meu
casamento e o de minha irmã. Lembro que, no meu casamento, quem pegou
o buquê foi minha internacional amiga Odile Rubirosa, que logo depois se
casou com um músico americano, o Jimmy, que é maravilhoso com a nossa
grande estrela.
A grande atração da festa era a top model alemã Claudia Schiffer, que faz a
publicidade para o modelo Xsara. Duas mil e quinhentas pessoas foram ver a
modelo chegar, deslumbrante, penteada pela Maison Esmell, e sortear
comigo e com minha filha Catharina passagens para os convidados. Segundo
Hildegard Angel, a festa foi um brilho só. A Sandra Habib foi tão intuitiva,
que o brinde era um guarda-chuva com a logomarca da Citroën. Nesse dia,
houve um grande dilúvio no Rio de Janeiro. Mesmo com chuva, a festa teve
muito sol.
No dia seguinte, Claudia Schiffer queria um mailôt. Perguntei, então, qual
era seu tamanho. "É P", respondeu ela. Fiquei espantada e perguntei: "Como
você, tão grande, é P e eu, menor, uso M?" Ela insistiu e acabou usando.
Caiu como uma luva.

Saint-Tropez

A festa tradicional desse belo balneário francês acontece há mais de 20 anos,


organizada pelo milionário Tony Murray. Uma super produção toma conta
da cidade, com fogos de artifício e temas diferentes a cada ano. Todos os
convidados ficam hospedados no final de julho em nos vários iates de Tony,
ancorados no porto de Saint-Tropez. São barcos de cinqüenta, sessenta
metros, que recebem pessoas de todas as partes do planeta, ansiosas para
assistir aos shows e aos concertos promovidos para a ocasião. Que o digam
as personalidades, como Isabella Rosselini, os príncipes Albert e Stéphanie
de Mônaco, o professor Ivo Pitanguy, a empresária da noite Régine
Choukron, Germano Gerdau, que é um dos empresários que mais sabe viver.
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Bravo, Chiquinho!

Um de meus réveillons mais divertidos contou com a presença de Chiquinho


Scarpa. Começou a diversão logo a partir do convite, quando ele me pediu
uma equipe de batedores para acompanhá-lo do aeroporto à entrada de meu
prédio.
Chegou o Chiquinho com seis seguranças e sessenta garrafas do melhor
champangne francês. Por cinco vezes, meu excêntrico convidado trocou de
roupa, cada uma com uma cor diferente, no que foi acompanhado por seus
parrudões.
Com todo aquele champangne, as pessoas começaram a chamar o saudoso
armador grego Constantin Niarchos de Onassis... O homem ficou confuso,
sem entender nada, mas logo se acostumou à idéia de trocar de nome e curtiu
a festa como ninguém!

Costão do Santinho

Deslumbrante também foi a festa de inauguração do Centro Internacional de


Eventos do Costão do Santinho Resort em Florianópolis. O hotel tem um dos
cenários naturais mais bonitos do Brasil. Logo na chegada, pela manhã, senti
que o brilho da festa se estenderia por todo o final de semana. O brilho tem
lá a cor do eterno...
À tarde, fui explorar os recantos dessa beleza natural. Andei pela praia, subi
montanhas, fiz longas caminhadas. Mas a hora do glamour já se aproximava
e muitos de meus amigos, também convidados, se preparavam para a grande
noite.
Chegamos eu, Alexia e Renata Deschamps, Lise Grendene e Lisa Barros
(que, com seu charme imbatível, chamou a atenção de todos) no Centro
Internacional de Eventos ciceroneados pelo jornalista e relações-públicas
Marcus Contin. Havia uma escada na entrada, em cujo pé se abarrotavam
inúmeros jornalistas para conseguir um "click" nosso. O champanhe estava
hiper gelado e os 700 convidados pareciam ter sido escolhidos a dedo,
tamanhas a simpatia e a beleza que esbanjavam. Personalidades lotaram o
local: o carismático Ministro Rafael Greca, o governador Espiridião Amin e
os representantes dos principais veículos de comunicação do país. Houve
performances e olhares mil... Fui convidada para dançar várias vezes,
sobretudo ao som de New York New York. Dancei, fotografei, espalhei
muito de mim naquela simpática festa.

Paulo Setúbal

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Foi uma grande festa black-tie, no Leopoldo, em São Paulo, oferecida por
ocasião do seus 50 anos. Todo mundo lindo, chiquérrimo e de alto astral.
Sua mulher, Adriana Maluf, parecia uma deusa grega num vestido longo
branco.
O champanhe estupidamente gelado, o jantar impecável, telões mostrando
toda a vida dele e da sua família, inclusive eu apareci no telão, mas é óbvio
que não me vi.
Só havia gente do primeiro time: Olavo e Dayse Setúbal, Hebe Camargo,
Thereza e Emerson Fittipaldi, Madeleine Saade e Cláudio Lins, Rob Tule,
Thereza Collor, Regina Marcondes Ferraz, Paulo Maluf, Chiquinho Scarpa,
Ricardo de Oliveira, Aparecida Marinho, Fernanda e Sérgio do Amaral e
muitas outras beldades.
Eu liguei para o casal e perguntei, “posso levar o meu séquito, quem eu
quiser?” e eles: “Você tem carta branca por que você só traz gente
interessante. Você é do bem!”
Eu fiquei honradíssima porque eu soube que eles não deixavam ninguém
convidar. A festa foi esplêndida!!!
Paulo dançou a noite inteira, era a própria animação e elegância em pessoa!

***

Freqüentei muitas festas em várias partes do mundo, onde se vê gente com


quem só vamos estar de novo daqui a dez anos ou nunca mais. São artistas
hollywoodianos, milionários, reis, rainhas, princesas, príncipes... Fui
também a festas mais simples, onde chego do jeito que sempre sou.
Elegância, alegria, alto astral, generosidade, não têm dia, hora ou lugar.
Hoje sou gosto mais de pequenos grupos. Estou mais seletiva. Um dia,
acordamos com as preferências mudadas, com outros sonhos, outros desejos.
É uma delícia poder mudar. A grande festa é aquela que fazemos em nossos
corações, em nossas atitudes, na maneira como nos expressamos. O melhor
brinde é o que oferecemos à nossa própria felicidade.

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As Drogas
“É uma doença grave, progressiva, fatal
e antes de matar, humilha.”
“Os neurônios dos drogados ou dormem ou
estão de férias.”

No ano em que meu pai morreu, eu saia muito com uma divertida e hilária
turma da pesada. Fui na casa de um amigo, na noite de natal e tomei muito
vinho, que eu não estava habituada, misturada com maconha e me lembro
que fiquei tonta.
Achei, que mesmo tonta, tinha condições de ir na festa de natal da minha
família. Eu nunca gostei de natal, sempre achei muito triste esta data.
Chegando lá, minha mãe notou que eu não estava sóbria e fui levada pelo
motorista para casa onde vomitei muito e só consegui dormir quando
desapareceram as tonturas.
Minha mãe falou que era horrível mulher beber, mas como era o primeiro
natal sem o meu pai, ela silenciou.
Foi logo depois que comecei a pegar os carros na garagem. Dirigia para todo
canto, mas não consumia álcool e raramente fumava um baseado.
Num outro natal tornei a tomar champanhe novamente. Enlouqueci! Na
mesma noite subir na mesa para dançar, foi um pulo. Isso numa famosa boite
da zona sul. Dançava, dançava, a sorte é que não caí. E a galera
acompanhava a dança. Quando fui ao banheiro encontrei todos cheirando
inclusive eu. Voltei para cima da mesa, dando um show trepidante para os
amigos.
Um amigo meu veio falar comigo. Não lembro, mas acho que dei um tapa.
Em outro, dei um chute. O meu sempre querido e saudoso Zózimo falou
gentilmente que eu dei um show.
No dia seguinte me contaram que eu tinha dado um tapa em um amigo e um
chute em outro. Fiquei mal, porque não me lembrava desse pedaço e pedi
ajuda a minha família.
Veio um psiquiatra na minha casa e ele falou que eu não precisava de
internação e sim, de um tratamento de como mudar os meus hábitos e o
comportamento.
Fui fazendo esse tratamento. Já estava brigando com a minha mãe. Tudo que
ela falava me irritava. Fui com ela para Nova York. No avião ela começou,
“Não bebe. Já está na quarta taça de champanhe. Você está ficando
alcoólatra.” Tive que mudar de lugar no avião. Tudo se tornava uma briga.
Em Nova York, fui a uma boite e subi novamente na mesa. Mas como o
dono era louco e estava dando pó, falou que eu podia tudo.
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Muitas vezes acordava acabada, me arrastando e machucada
emocionalmente. Passei a beber em casa, no quarto, sem controle. Bebia
sozinha...
Uma vez, minha irmã chegou e jogou a bebida na pia. Eu fiquei danada e
falei, “Nunca mais suba aqui para jogar o meu drink fora.
Nesse período, namorava algumas pessoas que não devia. Nem me lembrava
quem. Era patético. Ligava para saber dos detalhes. Acho que fui muito
usada. Cheguei a conclusão que os dependentes de droga, metade de seus
neurônios dormem enquanto a outra sai de férias.

Para quem a conhece, sabemos


que é bela. Que esta beleza
envolve todo o seu ser.
Encantadora e carismática. Em
certos momentos é a mulher
corajosa, determinada, amiga,
desejando a vida e, noutros, a
menina carente da afagos e
proteção.
Sempre acreditei em Narcisa, na
sua capacidade de atingir seus
objetivos.

Elys Chargel, psicóloga

Outra vez, saí com dois amigos que eu adoro. A polícia parou o carro, viu a
arma do segurança, pediu o porte de arma. mas a gente foi logo descendo,
todos naquele estado, e berrando com a polícia. Aí eles falaram que íamos
todos para uma DP. Um dos amigos jogou o pó no asfalto e outro carro da
polícia, que se aproximava viu, e levou o pó e nos levou para a delegacia. Na
delegacia, os PMs foram logo falando que iam chamar a imprensa. Um dos
amigos negociou com o sub-delegado o preço da nossa liberdade. Deixamos
lá os nossos relógios e o motorista depois foi levar o dinheiro.
Com essa cena fiquei muito impressionada e vi que a minha vida estava sem
controle e que poderia ficar pior.
Depois achei que podia me controlar sozinha, com a ajuda do meu
psiquiatra. Ir as festas sem beber. Ele já havia me proibido. Mas resolvi ir a
uma festa e: 1° - Tomei whisky; 2° - Tomei champanhe; 3° - Cheirei lança e
desmaiei em cima de um isopor que causou um verdadeiro estrondo. (Acho
que paguei o maior mico); 4° - Cheirei pó; 5° - Cheirei mais lança e me

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joguei de roupa na piscina e o dono da festa achou que eu fui a pressão da
noite. Fiquei chateada e mais uma vez quis tomar a decisão de me divertir
com limites, limpa, sem me drogar.
Mas depois continuei a beber. Nesse ínterim, fui para a Califórnia, para um
SPA. Lá, passei a beber menos.

“O que posso dizer do tempo que conheço


a Narcisa, é que ela é a pessoa mais
generosa e mais amiga que a gente pode
conhecer. Ela sempre foi capaz de ajudar
as pessoas, pelo menos as pessoas perto da
gente, quando necessitam de ajuda,
inclusive a mim.
Acho ela muito dinâmica. Que faz várias
coisas que sempre dão certo. Então,
Narcisa é uma pessoa bem sucedida! Não
importa se ela vem de uma família bem
realizada financeiramente. Ela consegue
fazer várias coisas, desde mexer com a
sociedade até mexer com a arte... porque
quando se mete ser atriz dá certo também.
Ela estuda e dá tudo certo. As festas que
promove são sempre maravilhosas! Quer
dizer, acho impossível que alguém possa
falar mal da Narcisa, porque as pessoas
vão lá e comem da comida dela, bebem da
bebida dela. As pessoas tem que idolatrar a
Narcisa. A verdade é essa.
Fora isso, nós temos outra coisa em
comum, que são nossos filhos. Meu filho
Gabriel e a filha dela, Catharina, são muito
amigos desde pequenos.
Ela sempre foi comigo uma pessoa muito
limpa, muito honesta. Então, as pessoas, às
vezes na mídia, colocam coisas sobre a
Narcisa que me desagradam
profundamente.
Eu as vezes ligo para ela meio
constrangida, porque acho que eles não são

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fiéis ao que a Narcisa é. Eles não admitem
que ela seja uma pessoa livre. Ela luta pela
sua própria independência. Viaja. Diz o
que pensa. Dá as próprias opiniões... Acho
isso fundamental
Desejo sinceramente que a minha amizade
com Narcisa seja para sempre.
É esse o meu sentimento por ela. E que ela
seja sempre muito bem sucedida. Em
tudo!”

Vera Fischer

Num carnaval fiquei deprimida e me tranquei no quarto. Minha irmã soube


dessa cena triste e patética e resolveu me ajudar. Achamos que eu estava
incontrolável, sem censura, sem limites e resolvi tratar de mim com respeito,
dignidade e seriedade.
Com o tempo fui percebendo a realidade das coisas. Percebendo que, quando
cheirava, tudo ganhava muito brilho, mas só naquele momento: a vida, os
amigos etc. E tudo ficava divertido, engraçado, sem nexo, sem
responsabilidade. E depois que cheirava, no dia seguinte, tudo ficava black!
E eu me sentia socialblack, tinha ilusão que tudo continuaria em lua de mel
como nas primeiras vezes que usei a droga e depois só vai piorando e a lua
de mel torna-se rapidamente lua de fel.
Fui muito humilhada por esta doença. Quando estava mal todo mundo se
afastava de mim. Todo mundo fazia linha para mim, mas quando me viam
deprimida, me largavam sozinha...
A dependência química é uma doença. Uma das teorias afirma que para a
doença se instalar na gente é necessário um conjunto de componentes: uma
tendência neuro-química, um momento psicológico vulnerável e a droga de
escolha. O encontro desses componentes deixa a pessoa impotente perante a
droga e somente assumindo a doença e se afastando definitivamente de todas
as drogas, a pessoa tem a chance de se curar.
Hoje estou limpa com a ajuda do Poder Superior e da minha irmã e família.
Estou sempre reavaliando a minha vida e tenho certeza, que com calma, eu
chego lá. Para isso foi que Deus me criou...não quero sofrer nem ser
humilhada.

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Relacionamentos
A mulher tem que ser bela, inteligente e
livre. Ter perseverança, muita psicologia e
um senso de humor para satisfazer o
príncipe encantado da meia noite.

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Num jantar em Nova York, conheci meu primeiro marido, José Bonifácio
Brasil de Oliveira Filho, Boninho num jantar. Com ele, tive a minha
primeira relação sexual. Nessa mesma época em que o conheci estava
investindo muito em mim e me matriculei na New York University, com a
minha irmã Alice, que também estava morando lá e onde estudamos
business e inglês.
Fazia ginástica na Radou, na 57 e também me ocupava com outros cursos
interessantes na própria universidade.
Nova York passou a ser para mim uma verdadeira lua de mel.
Um tempo depois resolvemos nos casar. Apesar de não ter absoluta
certeza se iria dar certo. Sonhos são para se realizarem. Às vezes até os
erros valem a pena.
Casei na Igreja São Francisco de Paula, de vestido de noiva, muitas damas
de honra e depois um jantar para 1000 pessoas no Copacabana Palace com
melhor DJ, o Márcio Torres.
Dancei até altas horas e tomei champanhe. Quem pegou meu buquê, como
também já contei, foi a internacional Odile Rubirosa que casou em
seguida com roqueiro Jimy. Acho que eu dei sorte. Hoje, os dois vivem
bem e felizes em Boston.
Fomos morar em um apartamento que os meus pais haviam me
presenteado, ao lado do Copa, no prédio onde moro até hoje. Ele mudou
de vida, largou sua bolsa a tiracolo e passou a usar roupas normais, virou
um mancebo. Ficava preocupado se eu tinha jóias de família.
Nesse mesmo tempo entrei para a Cândido Mendes, onde me formei
advogada e no ano seguinte nasceu a minha primeira filha, Marianna, de
cesariana pela mãos do Dr. João Paulo Marzano, perfeita e linda. Foi uma
alegria enorme e ele também ficou muito feliz. Foi o dia mais feliz da
minha vida! Amamentei a minha filhinha com muito prazer.
O nosso relacionamento era ótimo. Começamos a sair muito com Lou e
Boni. Viajamos pelo mundo. A Marianna fez o Boni ser avô e padrinho
dela.
Dois anos depois começamos a nos desentender , porque ele era irritado, e
éramos muitos diferentes. Dizia que eu não era boa dona de casa e
perguntava se eu não ia ao supermercado ou a feira coisa que nunca fiz.
Por incrível que pareça nunca vi minha avó ou minha mãe fazerem
trabalhos domésticos. Ele era um perfeccionista irritante e passava a mão
nos móveis para ver se estavam limpos. Uma loucura! Nessa época como
ele estava desempregado minha mãe abastecia a casa. Passamos a nos
estranhar e nem o sexo segurava o casamento. Sofri, mas me senti
aliviada na despedida. Éramos jovens para avaliarmos o relacionamento.
Era retraído, taciturno, tão diferente do Rei que é hoje. Tomara que ele
consiga recuperar o tempo perdido de amor e convivência com a nossa
filha Marianna, que modéstia a parte, é um gênio!!!!

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“Eu e Narcisa moramos no mesmo prédio
há muitos anos. Quando minha filha
nasceu, a filha da Narcisa nasceu vinte dias
depois, esse também foi um dos motivos que
nos uniu. São marcos muito importantes,
datas importantes que você se identifica
com o outro. O que acho de bonito na
Narcisa é a forma como ela se expressa
num mundo onde há tanta mesmice, onde
todo mundo quer se parecer tão igual um
ao outro. A Narcisa tem coragem de ser um
indivíduo. Não há duas Narcisas. Não tem
nada parecido. Tenho muito carinho por
ela.”
Maitê Proênça

Eu tinha um sócio, numa firma de Show Business, o Oscar Ornstein. Hoje


só a saudade. Antes de morrer, ofereci um jantar em sua homenagem com
todos os artistas. A nossa firma chegou a fazer altos contatos com artistas
famosos como Tina Turner . Deu muita viagem, show e divertimento.
Em 1988, coincidentemente, em outro jantar, que fiz em homenagem para
o Oscar Ornstein, o rei do show business. Conheci o meu segundo marido,
Carlos Johannpeter. Ele foi levado por Cristina Johannpeter. Ela nos
apresentou e depois de um ano nos reencontramos em uma festa na casa
de Ruth Saba e Daniel Saba. Logo nos interessamos um pelo o outro.
Ele me convidou para jantar no Le Strége e eu aceitei. Fomos jantar e
tomamos duas garrafas de vinho. Depois fomos diretamente namorar e
nos apaixonamos. Ele incentivava todas as minhas loucuras e adorava ver
o circo pegar fogo. Dizia que eu podia fazer tudo, que eu era uma rainha,
The best.
O meu segundo marido foi morar no Canadá, onde sua família comprou
uma usina de aço e ele me convidou para ir com ele. E fomos morar numa
pequena cidade no interior do Canadá, Cambridge, perto de Toronto.
Foi ótimo, ficávamos juntos e estávamos muito felizes. Tínhamos os
mesmos interesses no Canadá ou pelas redondezas e éramos muito unidos.
Íamos, quando tínhamos tempo, passar os fins de semana em N.Y., em
companhia dos amigos que eu tinha feito antes na Europa ou em N.Y.
Nestes fins de semana ficávamos nos divertindo até as 6hs da manhã. Pela
noite íamos pelo menos a 5 lugares. Éramos muito felizes.

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Engravidei em um desses fim de semana em Nova York, porque passamos
todo o weekend no hotel fazendo amor.
Durante a gravidez voltei ao Brasil, porque queria que a Catharina
nascesse aqui. Cheguei com o maior barrigão e a minha filha Marianna
também ficou contente por ganhar uma irmãzinha.
No dia 27 de outubro de 1990, dia de Santa Catharina Labouré, da Rue de
Bach, nasceu a minha segunda filhinha, perfeita, de olhos azuis, com 4
quilos. Amamentei durante três meses.
Logo depois que ela nasceu voltei para o Canadá e levei a minha outra
filha para morar lá. Ela não se adaptou. Não gostava de lá, nem da
escola. Eu tinha tanto leite que dava mama para todos os bebês que
estavam com os mães sem leite.
Fiquei no Canadá com as minhas filhas e as babás. Vivia como se
estivesse numa lua de mel. Nem me importando com o tédio do lugar.
Nesse período não tinha vontade de fazer noitadas, só queria ficar com as
minhas filhas amadas.
Nos finais de semana, meu marido ia participar de concursos hípicos na
cidade que morávamos ou nas proximidades. Sempre ia com as crianças
torcer por ele.
Um ano depois, o Caco foi transferido para São Paulo por seu pai. Eu
fiquei no Rio ajudando a minha irmã na coordenação da campanha
política.
Quando terminou a campanha, fui morar com ele em São Paulo num apart
hotel pequeno e impessoal. Como eu sou amiga do Roberto Maksoud,
pedi que ele fizesse o mesmo preço do apart. Ele concordou. Foi ótimo.
Tinha mais movimento e era super divertido.
Caco viajava muito e eu ficava em São Paulo, muito sozinha, porque as
minhas filhas não gostavam da escola de São Paulo. Só gostavam de
estudar no Rio.
Viajava quase todo final de semana para Porto Alegre ou Garopaba. Já no
ano de 1992, eu havia arrumado um trabalho numa firma de advocacia,
Tory Tory DesLauries & Binninton. Mas tive que deixar esse trabalho
para viajar com Caco. Fomos para Hong Kong, Tóquio, Singapura, Bali.
Foi o máximo! Na volta, ele começou a viajar, o tempo todo, a mando de
seu pai.
Sentia-me desprezada, sozinha, longe das minhas filhas que ficaram
morando no Rio.
Comecei a vir mais para o Rio e decidi ingressar na Faculdade de
Jornalismo.
No mesmo ano fiz um jantar lindo de aniversário para ele no Rio. Todos
elogiaram. Foi ótimo. Mas uma revista fez uma matéria tendenciosa sobre
a festa, nos expondo completamente diferente do que éramos. Não havia
colocado lista na porta, pois era uma festa que podia entrar sem convite.
Isso prejudicou nossa relação e teve tanta fofoca!!! Nossa...

45
Depois do Ano Novo fomos para Punta Del Este. Eu só gostava de dançar
em cima das mesas iguais as mulheres do primeiro mundo.
Durante o ano seguinte de 1996, Caco continuava a vir ao Rio e dormia na
minha cama, mesmo separados.
Saíamos para jantar, festas. Ninguém entendia nada. Ele dormia na minha
cama depois de passar as noites nas boites. Chegava de manhã para
dormir no meu quarto e isto me levava à loucura, me deprimia. Ficava
emocionalmente doente. E assim foi acontecendo a nossa separação.
Tudo premeditado pela família dele. Espero que eles temam os
desígnios de Deus e as energias cósmicas!
Ele só usava a minha casa como hotel e para ficar perto da Catharina. Isso
me dava um enorme vazio. Tornei-me triste, mas não demonstrava.
Nunca perdi a amizade por ele. É o pai da minha filha. Temos uma
história mas só conto a minha parte. A vida se repete em outras situações
e se aprendemos com a experiência anterior, há mais possibilidades de
sermos felizes com a que virá. Mas ainda não cheguei a conclusão se é
melhor viver só ou acompanhada. Para se viver casada, tolerância é o
assunto principal. E quando o assunto envolve filhos, tudo deve ser muito
bem pensado. Crianças não gostam e raramente aceitam ver seus pais
separados. Somos responsáveis por quem colocamos no mundo. O lar é
importante, a família é mais importante ainda. Mas viver em um lar sem
respeito, companheirismo, parceria e cumplicidade, é bem melhor viver
sozinho . E isso é desfeito por culpa dos dois... No mundo atual, só com
muita maturidade se consegue estabilizar um amanhã de equilíbrio. E às
vezes, nem a maturidade consegue viver com o lado agressivo do casal.
Por isso, a desunião também existe e assim muitos preferem curtir a vida à
sós. O sentido da ilusão humana é a própria essência da vida. Se você
perde a ilusão, perde a essência .

46
As Amizades
“Você conta nos dedos seus verdadeiros amigos.
Acho que não encho minhas mãos de amigos.
Está cada vez mais raro ter bons amigos hoje em dia.
Amigos verdadeiros são muito raros.”
47
Costumo ter como hábito, conservar livros de artes e modas, na mesa do
centro da sala principal do meu apartamento. Tenho livros com as pinturas
do Renoir, Van Gogh. Junto à esses livros conservo alguns porta-retratos
com vários amigos. Em várias partes do mundo.
E fico pensando nas amizades... Nos meus amigos que se foram, os que
estão distantes, os que sumiram mundo afora.
“Amigo é coisa para se guardar...” Quem te ama sem troca. Que gosta de
você de qualquer forma. E vai sempre gostar da sua companhia. Vai
sempre te ajudar. Estar por perto quando você precisar. Vai estar sempre
para o que der e vier. É isso que considero uma pessoa amiga. É isso que
considero uma amizade.
As amizades para mim tem que ter um tom perfeito. Sentir logo de cara o
seu significado. O que elas podem dizer. Então, para mim, as amizades são
mágicas, misteriosas, talvez indecifráveis...

“Narcisa representa espontaneidade e


calor humano. Partilha com alegria o que a
vida lhe oferece de melhor.
Enfrentou com coragem os momentos
difíceis que soube transformar em lição
para si e para os seus amigos. Esse espírito
de luta parece que aflora sem esforço
aparente mas com profunda coesão interna,
fruto da sua herança familiar, dando-lhe
essa força rara de se perceber em pessoa
tão linda e delicada.”

Ivo Pitanguy

- Amigo é para quem diz a verdade. Que se incomoda com a gente, quem
sabe criticar, quem critica por amor e não por inveja. Nos faz crescer, dá
um toque. Não é quem diz uma coisa por outra, e nos patrulhando com
falsidades.

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O Hélcius Pitanguy, é meu querido amigo de infância. Meu amigo
espirituoso. Alegre. Ele é uma pessoa solar. Está crescendo
espiritualmente. Está produzindo. Batalhando. É uma pessoa que me
ajuda e me alegra. Ele me liga e a gente ri muito. Ele vive na Europa.
Quando nos falamos ficamos felizes .

“A Narcisa é uma pessoa bem vinda em


qualquer festa no mundo inteiro porque
quando ela chega em qualquer lugar, ela
chega, ela não passa, ela chega! Ela é uma
pessoa para mim extremamente importante.
Pela prova que ela sempre me deu de
amizade, de uma profunda cumplicidade
em todos os momentos que a gente já teve,
que são inúmeros. Não posso nem falar dos
momentos que tive com a Narcisa porque
são tantos!... E todos os momentos com a
Narcisa são de grande alegria. Então a
Narcisa, sendo uma pessoa pela qual tenho
carinho, com tanta amizade, é uma pessoa
que é difícil falar sobre ela porque ela pode
se destacar em qualquer ponto...”

Hélcius Pitanguy

“Acho Narcisa igual ao seu sorriso. Forte.


Ela é uma pessoa que tem uma energia
muito boa. A energia do sorriso dela é
fascinante. Os olhos e o sorriso de uma
pessoa dizem muito sobre ela. E a Narcisa
é uma pessoa dessas. É um ser humano
alegre, bom. Acho que é a coisa melhor que
posso dizer sobre ela. Não a lembro com a
cara aborrecida ou... É muito bom ser
dentista dela.”

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Marta Faissol

- Amigo é aquele que fala tudo para você cair na real, quando você está
cega por algum motivo. Dá o parâmetro da realidade. Faz você perceber
onde está se metendo, para tirar sua falsa ilusão, desvendar o que vem
para você com muita clareza.

A Priscila Levinsohn é minha amiga de infância que ao longo dos anos


conservamos. Já demos volta ao mundo. Fomos a um SPA, La Costa, na
Califórnia, onde estavam Barbara Streisand e Maria Niarchos, que nos
contou sobre o seu casamento que acabou em dois meses. Meu namorado
da época, José Martins dos Santos, foi para o SPA me ver e me convidou
para irmos ao Tahiti. Não aceitei o convite porque ia me sentir mal com os
pais da Priscila., só tinha 16 anos. Outro arrependimento da minha vida.
Gostaria de ter feito essa aventura. Por isso, tudo o que a vida oferecer em
matéria de oportunidade não deixe de fazer.

Constança Teixeira de Freitas é a diretora da Clínica Solar do Rio. É uma


grande amiga que me incentivou muito num dos meus momentos mais
difíceis.

“A coisa que mais me impressionou na


Narcisa foi a sua ingenuidade. Ela é
transparente! Dá para perceber que ela é
uma pessoa boníssima e pura. Ela acredita
nas pessoas. Isso é uma raridade hoje em
dia porque as pessoas, estão de certa
forma, poluídas pela vida de mentiras e
traições. De interesses e negociatas. Ou de
falta de amor familiar, desestrutura
familiar e violência urbana.
A primeira vez que ouvi falar da Narcisa,
ela era uma garotinha e me impressionou o
retrato dela: tão garotinha, tão bonitinha,
casando. Lembro que falei, “Nossa, que
menina linda! Que amor de menina!” E os
50
dois casando tão cedo... me lembro disso.
Daí, através dos anos, fui vendo a Narcisa
pela vida. Em restaurantes, festas,
réveillons...
Uma vez me convidaram para um réveillon
na casa dela. Aquela coisa de portas
abertas, sempre generosíssima, convidando
as pessoas e tal.
Costumo dizer que a Narcisa é uma pessoa
de Deus... é que ela, apesar de ter sido
absorvida por essa confusão toda, por essa
superficialidade, com drinks, champanhes,
tóxicos e não sei o que, mas ela tem Deus.
Ela não foi maculada, vamos dizer assim.
Então, acho que a Narcisa teve muita sorte!
Digo que nós somos escolhidos por Deus e
porque nós? Porque a Narcisa é escolhida?
Deus foi tão bom que pinçou a Narcisa do
meio do inferno das drogas. Hoje ela
freqüenta as mesmas festas, carnavais e
tudo, mas tem uma outra postura. Ela
adquiriu muito mais respeito por ela
mesma. Porque as pessoa oferecem coisas!
Se for perguntar, provavelmente já
ofereceram para ela milhões de vezes desde
que ela está em recuperação, champanhe,
vodka, uísque, cocaína... Com certeza já
ofereceram. Mas ela tem conseguido dizer
não. E um não para esse pessoal, na
verdade é um sim para a vida, um sim para
a Narcisa!”

Constança Teixeira de Freitas

-Quem vai dizer para você o que é ridículo e o que não é? “Isso não é
assim?” Vai te mostrar o outro lado da moeda? É muito raro você
encontrar alguém que te fale a verdade sem te ferir. É preciso então

51
muita profundidade, honestidade, confiança. Só aprendemos com o outro
quando animamos a nossa verdade íntima e nossa alta estima.

“ALTO ASTRAL, seu nome é Narcisa.


Nunca a vi de mau humor ou cara feia. Sua
presença é sempre sinônimo de alegria e
diversão para seus amigos.”
Paulo Müller, cirurgião plástico

Ali Rezah Pahlev é meu outro grande amigo, filho do Xá do Irã. Veio
para o Brasil, já saímos juntos aqui. Já saímos juntos em Nova York, em
Saint Tropez. É uma pessoa que vive estudando. Já fez faculdade de
música, de business. Ele é um eterno estudante. Ele tem um bigode, uma
moustache enorme. Ele é um sujeito surrealista. Uma vez veio com o filho
do rei Russein para o meu apartamento. E daí é que sua segurança estava
lá em baixo. E minha mãe, que também mora no meu prédio, notou uma
movimentação diferente e subiu para o meu apartamento meio que
espantada, “Minha filha o que aconteceu? Tem tanto homem lá
embaixo!” Aí viu que eu estava oferecendo uma recepção para eles. O Ali
Reza Pahlev adorou os meus tapetes. Reconheceu na hora, “Esses tapetes
são todos iranianos Narcisa!” Ficou super feliz por ter encontrado um
pouco da sua pátria aqui no meu apartamento. Fomos para Angra e para
Búzios de helicóptero. Ele tomou muita caipirinha, comeu muito camarão,
muita casquinha de siri. Foi ótimo! Fora os passeios que fizemos de
helicóptero no Rio. Em Nova York a gente ia dormir de manhã,
passávamos a noite na boite O Bar, na 5th St., entre a Madson e a Park.
Vivíamos lá, com a melhor mesa, melhor música, melhor suingue. Com as
músicas do Gipsy King que ele adora. Música Árabe, música brasileira...
Ele é fã da música brasileira. Fã do Gilberto Gil, Tom Jobin e Jorge Bem
Jor. Tem música brasileira na casa dele que não acaba mais... Ele é show!
Beijos.

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“Conheci Narcisa em 1984, quando estava
grávida do meu primeiro filho. Desde então
nasceu nossa amizade que até hoje se
mantém cada vez mais fiel e tranqüila.
Narcisa é uma pessoa muito especial, aliás,
a família toda, mãe e irmã. Admiro muito a
união delas.
Narcisa é essa pessoa que adoro e que me
conquistou com sua bondade, sinceridade,
lealdade e honestidade”.

Flora Gil

Roberto Carlos é supersticioso igual a mim. Como ele, gosto da cor azul.
Também não gostamos do marrom. Uma vez fui assistir a uma gravação
dele com uma amiga e ele não quis que assistíssemos porque ela estava de
marrom. Acho que é por aí. Quando acreditamos que a cor não é boa, não
é. Não faz bem para a pessoa. Não é bom misturar. Admiro imensamente a
sua pessoa, o seu trabalho. Ele é o rei. Elegante com a vida. Uma
celebridade. Admiro muito sua trajetória profissional. Sou fã do Paulo
Ricardo que está cantando músicas lindas de amor e é seu sucessor natural.

“Lembro da festa da Ryder que fui com


Narcisa. Resolvi botar uma peruca amarela
para ficar diferente e Narcisa acabou indo
com uma vermelha. No começo, ninguém
nos reconheceu. Foi engraçadíssimo. Acho
Narcisa uma pessoa boa. Tem coração e
índole. É incapaz de fazer mal a alguém.
Gosto muito dela. Ela é alegre, expansiva e
faz festas engraçadas porque mescla gente
de todos os tipos.”
Thereza Collor

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O Constatine Niarchos é um armador Grego. Quando ele veio ao Brasil,
com sua mulher Silvinha, teve aquela confusão com o helicóptero, que foi
ridícula, não gostei. Um falso amigo nosso, botou o pé no acelerador,
causou uma pane no helicóptero e o helicóptero quase caiu. Depois
inventou que o piloto tinha drogas e tinha roubado a mala de dinheiro do
Constantine, uma inverdade, porque nem o Constantine deu falta dela, o
cara inventou tudo! A gente passou o dia inteiro na delegacia. O
Constantine nos defendeu, foi legal, uma pessoa boa. Infelizmente,
passamos por esse constrangimento sem a menor necessidade. Tinham
muitos repórteres nos aguardando. Priscila Venâncio, Silvia e Constantine,
Doracy Gomes de Lima e eu para nos despistar das câmeras famintas, nos
trancamos no banheiro da DP da Barra, além do local inconveniente,
cheirava muito mal. Não teve outra saída. Tivemos que enfrentar os
repórteres. Imediatamente exclamei: “já que tem que ser assim, vou na
frente mas antes vou passar um Blush e um baton”. E assim foi a nossa
saída com muito humor. Finalmente fomos para Angra, só que de carro.

“A Narcisa sempre foi uma pessoa amiga,


com muito senso de humor, nos divertimos
muito e mesmo nos horas difíceis ela
mostra muita solidariedade. Desejamos a
ela tudo o de melhor no futuro.”
Silvia Martins Niarchos e Constantine Niarchos

Eu queria um dia reunir todos esses meus amigos e colocá-los num grande
navio para levá-los aos mares do Caribe. Ou para a Tailândia.. Acho
exótico, bonito. São as ilhas mais bonitas do mundo que eu acho. Levaria
em maio ou em setembro, que é também a melhor época no Tahiti, Bora
Bora, Moreia Fidji, Puquete, Austrália e África do Sul. Todos esses
lugares são lindos. E ofereceria um jantar tropical com muita música ao
vivo e muita dança. Quem sabe, odaliscas...Enfim conhecer tudo antes de
passar para outra esfera.

- Geralmente só a família é que te diz algo sobre as mazelas da vida,


porque ninguém tem tempo para perder, dizendo isso ou aquilo para
você tentar mudar. Ninguém está preocupado. Todos estão preocupados
consigo mesmo. Amigo deve saber guardar segredo. Coisas que só na
maturidade se aprende. E às vezes nem mesmo assim.

54
***

Penso muito nos meus amigos. Só sei ser amiga de pensamento ligado, ali,
solidária, construindo. Perguntando sempre se eles estão felizes. Como
Deus os está tratando. Se Deus tem sido bom para eles...
Mas tenho outros amigos que também muito me preocupo. São os amigos
que enfrentam muitas dificuldades na vida. Dificuldades de ordens
financeira, conjugal, desequilíbrio etc. Falo com Deus sempre sobre eles.
Com os Santos da minha devoção. Gosto de pedir a Deus por eles e dar
atenção à todos esses amigos que me procuram. Mesmo os menos
próximos. Converso com todas essas pessoas, independentemente de
próximas ou não. Desde o rei até o gari. Não tenho nenhum preconceito.
Nem de cor, nem de classe. mandei o preconceito ir embora pelo o esgoto.
“Além de amiga e confidente, sou fã da Narcisa. Fã, porque a
considero um exemplo de caráter e autenticidade. Ela não se
submete a regras sociais. Não se preocupa com a vida dos
outros. É avessa à hipocrisia, pois assume tudo o que faz, e diz o
que quer para quem ela julga precisar ouvir.
Encontrei em Narcisa uma sinceridade
ímpar, uma generosidade rara, uma força e
um amor pela vida contagiante, que nós os
amigos, admiramos tanto.
E é por toda essa luz, que Narcisa irradia.
Onde ela vai causa sempre aquele
“frisson”. E tudo que ela diz e se diz dela,
vira notícia.”

Priscila Venâncio

Mário Annuza

Sublime dama de nossas noites de boemia


(quando a lua se esquece de dormir e o sol
aquece o noturno dia).

55
Yemanjá de nosso calçadão, Deusa da
Avenida Atlântica, os refletores apontam
para ela, mulher-reflexo de suas luzes.
Mística, mágica, maravilhosa, pujante em
sua beleza ímpar, venerada em versos
vândalos, em poemas perdidos em
sacrilégios.
Símbolo eterno de Copacabana, menina de
nossos olhos que nada enxergam (a não ser
a feminilidade dela, pantera de nossos
desatinos).
Seu nome e o sobrenome exótico percorrem
a orla e as andas em uma viagem
mirabolante no compasso musical das
estrelas.

Mário Vinícius Annuza

Falar de Narcisa é como falar de flor,


perfume do campo, mar azul, nuvens
brancas e céu de estrelas.
Falar da amiga que me é tão familiar é
muito importante para mim.
Narcisa, você é um sucesso em qualquer
lugar do planeta.
Que através deste livro você venha a ser
uma grande escritora e que as pessoas
possam lhe conhecer linda, leve e solta.
Beijos da amiga que te ama.

Cristina Johannpeter

56
57
Profissionalmente
Falando
Certa vez, uma pessoa disse que não precisava trabalhar porque possuía
muitos dólares na conta. Precisar é relativo. Para sobreviver, este senhor de
fato não necessitava sair de casa às seis da manhã e se trancar num
escritório até as oito da noite. Trabalhar é produzir, ser útil, contribuir, dar
novas idéias, criar novos conceitos, chegar a conclusões inéditas,
estabelecer novos padrões. Usar a energia e o tempo para construir o bem
social.
Quando fiz vestibular para Direito, desejava trabalhar na profissão de
advogada defendendo os direitos das pessoas. Logo que concluí o curso

58
da Faculdade Cândido Mendes, fui morar no Canadá, onde tive a
oportunidade de estagiar no escritório Torry Torry and The Laurriers and
Binington, um dos mais conceituados daquele país. Foi uma experiência
muito enriquecedora, pois conheci um outro sistema de leis, o Código
Napoleônico, podendo compará-lo ao nosso, de Sistema Civil. Minha
mentora era a Sheila Block, com quem ia a reuniões na Corte e encontros
com empresários do petróleo. Adorava quando ela, para defender uma
causa na Corte, tirava os sapatos e fazia um discurso que tocava a todos,
com seu poder de persuasão.

No meu retorno para o Brasil ela escreveu a seguinte carta de


referências:

“ Tivemos o prazer de ter Narcisa Tamborindeguy em nossos quadros de


funcionários como advogada visitante. Mesmo não podendo exercer a
advocacia no Canadá, demonstrou interesse por inúmeros processos que
tramitavam pelo nosso escritório. Também me deu assistência em várias
causas que defendi em diversos níveis do Tribunal de Ontário, inclusive o
Tribunal de Apelações. Bem como esteve presente durante vários
procedimentos de pré-audiência e revisou vários documentos. Durante
todo esse tempo ela demonstrou perspicácia e interesse na compreensão
dos fatos e da estratégia. Casos estes que envolveram assuntos de
comércio complexos. Além da perspicácia e interesse por assuntos legais
ela se relacionou bem com os Juízes, clientes e outros advogados. Ela tem
todos os “skills” necessários para fazer uma carreira de sucesso como
advogada.”

Infelizmente, percebi que nosso país está mergulhado num caos legal. O
Código Civil data de 1916, o Penal de 1941. Mulher adúltera ainda é
considerada criminosa aos olhos da lei. Haja mulher criminosa nesta lei
retrógrada! A Constituição de 1988 é até muito boa, mas se perde em seus
intermináveis dispositivos e na falta de respeito da sociedade. As ditaduras
das liminares e das medidas provisórias, vêm ultrajando nossas leis,
deixando país por vezes ingovernável. O Judiciário carece de juizes justos,
de advogados que sejam fiéis ao espírito das leis e de uma OAB mais
representativa. A população está insatisfeita e descrente com tanta
morosidade. Que loucura, meus Deus!!!
Logo, entrei para a faculdade de Jornalismo, que concluirei ano que vem. O
mundo das letras me fascina, o poder da palavra é impressionantemente
enorme, voraz, faminto. Tão logo termine o curso, quero escrever uma
coluna, fazer grandes entrevistas, conhecer novos lugares e saber transmitir
meus conhecimentos.
Estou investindo também em meu programa de TV. Minha relação com a
câmera é muito forte, intensa, consigo passar para o telespectador a
59
mensagem que quero. Não tenho a menor inibição; adoro perguntar,
descobrir, explorar, conhecer... O formato é de um programa de entrevistas
nada convencional, pois eu também não sou nada convencional. Através da
conversa informal, que deixa o entrevistado mais à vontade, vou trazer
fatos novos, declarações surpreendentes. Quero tirar do entrevistado até
mesmo o que ele não sabia a respeito de si próprio. Gravei alguns pilotos
com algumas personalidades, como os bailarinos do Ballet Bolshoi, o
professor Ivo Pitanguy, o campeão Emerson Fittipaldi, a atriz Myriam
Rios, Tony Marques, Paulo Ricardo, Lucinha Araújo, Ricardo Amaral,
Arnaldo Nisquier, Arthur Xexéo, Carla Camurati, Flávia Quaresma,
Renato Gaúcho, Vera Loyola entre outros. Todos ficaram bem à vontade,
inclusive eu. Converso naturalmente, como se estivesse em minha própria
casa ou num restaurante. Não adianta querer ser o que não é. O processo
deve ser natural, espontâneo, informal, verdadeiro. Dá para perceber que
esse programa é a menina de meus olhos!
Sou uma tradicional fã de eventos. Nasci festeira, com a vontade de
celebrar a vida, os amigos, a família, a Natureza. Festa é sinônimo de
gratidão. Gratidão a Deus por estarmos vivos, com saúde, com amor e paz
no coração. Promover um evento é um exercício árduo de tentar passar ao
máximo para as pessoas o significado da celebração. Antes de qualquer
coisa, a festa é um motivo de reunir pessoas queridas e de fazer novas
amizades.
Como já contei, promovi a festa de lançamento do carro Citroën Xsara, no
Copacabana Palace, Rio de Janeiro. A festa contava com a participação da
top model Claudia Schiffer. Até do cabelo da Claudia eu tive que cuidar
com a competente Maison Esmell. Uma amiga, Hildegard Angel, disse que
as pessoas foram ao evento para me dar um beijo e não para ver a modelo
alemã. Essa é a razão da comemoração: saudar a vida e os amigos. Quando
esse clima de felicidade se instala, não há produto no mundo que consiga
mídia melhor.
Tenho uma firma com meu nome, especializada em promoção de eventos.
Lançamentos, aniversários, shows, toda festa que promovo recebe um
toque pessoal, inconfundível. O toque da satisfação. Quando decidi abrir a
firma, procurei criar um diferencial, algo que a distinguisse das demais, que
revelasse meu caráter e minha personalidade, sem, no entanto, tirar o brilho
dos donos das festas. Pensei no perfil dos clientes, no pessoal que seria
contratado para fazer a segurança, o buffet, nos manobristas, nos músicos,
enfim, tive que listar um staff de estrelas que fariam a beleza dos eventos.
Sempre me perguntam a receita de uma boa festa. Claro que existem
ingredientes básicos, mas cada caso tem sua particularidade. E a principal é
saber receber com grandeza. Os garçons devem estar sempre sorridentes e
impecáveis, a comida quente e as bebidas sempre geladas, manobristas,
atenciosos e cuidadosos, e a lista de convidados, eclética e divertida. Aliás,
esse é o principal item de uma festa: os convidados. Devem ser de todos os
tipos, salvo os inconvenientes.
60
Tive uma experiência maravilhosa trabalhando nas campanhas de minha
irmã, que está no quarto mandato de deputada estadual do Rio de Janeiro.
Atualmente a Alice tem um programa aos domingos das 10 às 12 horas na
Rádio Manchete AM. Gosto muito dos bastidores da política, da
adrenalina que rola nos comícios, nas contagens de votos, nas pesquisas de
opinião. Trabalhei conseguindo patrocínios, camisetas, contratando artistas
para os comícios, conversando com os eleitores e formadores de opinião.
A Internet foi uma grata contribuição para meus trabalhos: o mundo virtual
é enorme, cheio de informações interessantes. É possível dar a volta ao
mundo em questão de segundos!!! O governo tem que prover as escolas da
rede pública com computadores, para que essa maravilha moderna chegue a
todos. Minha prima Andréia Laplana arrumou um namorado via Internet e
está muito feliz com ele. Parabéns para a Internet que ajuda os namorados a
se conhecerem.
Meu dia é muito movimentado, o trabalho me ocupa o tempo inteiro, mas
quem não gosta de se dedicar a algo que dá prazer? Nas minhas horas
livres, costumo navegar na Internet e ler bons livros, que sempre dão
ótimas idéias. Reciclar é fundamental. Leia, informe-se. Trabalho há para
todos os que se alimentam de cultura.
Faço o que amo. Todo sábado entrevisto personalidades no programa “Encontro
com o primeiro time” da TVE “às 22:30h. com a direção dos talentosos Fernando e
Fernanda Barbosa Lima, Maria Ângela Galvão e Nina Luz. Quem me convidou foi
o meu amigo José Carlos Dias da Silva, e estou me realizando dividindo a telinha
com o apresentador Ronalldo Rosas e meus amigos, o grande carnavalesco e
psicólogo Milton Cunha e Micheline Thomé que me acompanha nos programas de
televisão e nas viagens internacionais onde fazemos talassoterapia e cuidamos da
beauté. Ela é minha conselheira de beleza .
César Thomé e a Micheline são os síndicos do nosso prédio.

Viagens

61
Entrar no avião nos dá uma sensação de liberdade, de ilusão, de sonho e de
que algo de novo vai acontecer... Felicidade é estar em paz, viajar, entrar
nas nuvens, sonhar, ter um amanhã, com seus desejos se concretizando,
obtendo muitos sucessos, saúde e amor. Viajar é mergulhar na alma, no
astral, na energia, nos delírios, com força positiva, sabedoria e humor.
Conhecer novas culturas, vendo arte, vivendo os lugares com as pessoas
locais, estabelecendo diálogos em suas próprias línguas. Aconselho a todos
aprenderem línguas para que as viagens sejam mais interessantes. Quando
entramos no avião, temos a sensação de liberdade, de desprendimento, de
purificação, uma maneira de sair de uma certa forma do cárcere terrestre.
Minha experiência nas ilhas gregas, no Mar Egeu, na Sardenha e em Bali
me fez experimentar um pouco desse desejo de não voltar à terra, tal o
sentimento de purificação que tive no oceano.

Eu e Lisa Barros fomos convidadas por um amigo em comum para


passarmos o réveillon nos EUA. Primeiro fomos para Las Vegas, num
jato do nosso anfitrião. Era um avião fantástico, um Challenger para
dezesseis passageiros, muito confortável, muito a vontade. Éramos seis ao
todo.
Prefiro omitir o nome dele porque foi uma amizade passageira da minha
amiga, um mal entendido que quase se tornou um compromisso. Ela o
evitou o tempo todo. No meio da viagem, ela disse para esse senhor de
cinqüenta anos, “Eu particularmente não me caso nessa vida com quem
não tenha afinidades.” Mas ele continuou a insistir perguntando, “Quando
você vai casar comigo?” “Quando você ficar com essa cara.” Ela apontou
para o telão que estava passando um filme estrelado por Brad Pitt.
Ainda durante a viagem, eu e Lisa fomos fazendo a maior festa com as
filhas dele, com os nossos outros amigos, até chegarmos em Las Vegas.
Quando chegamos lá, fomos às compras, muita diversão.
Quando estávamos entrando em uma Loja reconhecemos uma moça e
falei, “Lisa, não é nossa amiga? Conhecemos aquela moça de algum
lugar!” E indaguei, “Vem cá, não te conheço de algum lugar?” Era a
Thalia Ariadna, atriz de novela mexicana, muito simpática, muito bonita
pessoalmente, falamos com ela um pouco e saímos.
Chegamos ao restaurante juntamente com outras amigas, e na hora de
pagarmos a conta, o dono do restaurante disse, “Não, por termos belezas
que nem vocês, merecem ganhar um almoço.” E não nos cobrou, ainda
nos mandou champanhe, flores e bombons, além de nos convidar para
sair, dizendo que mandava a limosine nos pegar, oferecendo helicóptero, o
mundo. Não estávamos interessadas!

62
Nessa viagem, a minha filha Catharina estava em Punta del Este com o
pai e a da Lisa, com o dela também. Então, estávamos as duas tristes
porque estávamos sem as filhas. Nós ligávamos muito para elas.
Gastamos só de telefonemas de Los Angeles para Punta muitos dólares,
mais do que a viagem inteira, com compras, com jogos no cassino, com
tudo, foi o que saiu mais caro! E nós chorávamos, saíamos, nos
divertíamos e quando chegávamos no hotel sentíamos saudades das
filhonas.
A noite do Reveillon nós passamos do Hotel Mirage, foi uma festa super
legal, Lisa com um vestido maravilhoso do Versasse e eu, com um vestido
fantástico da Maria Helena Lacerda, chiquérrimo. Fomos então, as duas,
maravilhosas, felizes da vida e passamos um final de ano lindo de morrer.
Depois do Ano Novo fomos para Nova York. Lá, decidimos permanecer
e ficamos, só eu e Lisa, com mais algumas amigas. Daí começamos a
sair, restaurantes, badalações e tal. Fazíamos o maior sucesso, éramos as
bem-vindas de Nova York, quando chegávamos nos restaurantes, aqueles
playboys todos nos chamávamos para sair, pagavam as contas, não sei
porquê, devemos passar uma energia muito positiva!...
Sempre que íamos ao Spark’s Steak-House, sempre ofereciam
champagne e a conta nem pensar e a pessoa que pagava devia ser um puta
mafioso que nem se identificava e a gente morria de curiosidade. Isso
acontecia em vários lugares.

Em Nova York conhecemos um mafioso maravilhoso, John de Lucca,


lindo de morrer, esse ficou apaixonado por Lisa. Eu arrumava vários
namorados, então para saber com qual eu ia sair naquela noite, anotava o
nome dele com batom no espelho para não trocar os nomes, tinha uns
pretendentes maravilhosos. Tinha um de dois metros, era um jogador de
baiseball louro dos olhos azuis, foi esse quem eu elegi para ser meu
namorado enquanto estava em Nova York e dispensei os outros
candidatos. Era o máximo, eu com um jogador de baiseball famoso e ela
namorando um jogador de hóquei. Então saíamos nós duas com dois
jogadores famosos, o Jonh Berringhan e o Brian Nunen. Nós chegávamos
nos restaurantes com eles e era um assédio de fãs, de mulheres nervosas
porque estávamos super bem acompanhadas, nas melhores mesas...
éramos tratadas como estrelas! Quando chegávamos tiravam as pessoas
da mesa para sentarmos, era uma coisa! E os paparazzi nos focavam
querendo saber quem eram as duas morenas que tinham chegado no
recinto. Foi um sucesso!

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“Narcisa é uma pessoa que conheço há
nove anos, uma pessoa autêntica, franca,
linda por dentro e por fora. Uma pessoa
maravilhosa! Ela é uma pessoa
inesquecível. Você nunca deixa de lembrar
porque ela se torna uma pessoa muito
presente, porque ela é uma pessoa
fantástica! Eu tenho pena de quem perde o
seu afeto, amizade ou seu carinho. Ela é
uma pessoa imprescindível na vida das
pessoas.”
Lisa Barros

Fui ao Japão três vezes. É uma delícia fazer massagem lá. O sushi é’
maravilhoso! Fiquei nos hotéis New Otani e Imperial. Peguei o Trem Bala,
fui para Kyoto. Todas as cidadezinhas são lindas, super contemplativas,
super meditativas, bem legal. Mas é muito trânsito, e o táxi tranca a porta
atrás e muita gente não fala inglês... Fiquei tão nervosa uma vez, porque a
porta do táxi demorou a abrir que resolvi saí pela janela da porta e esperei o
taxista de fora do carro, minha irmã e eu.

Hong Kong também é um show. Tem tudo muito barato para comprar, é
um mix do oriente com o ocidente. Tem pobreza e muita riqueza. É muito
avançado, tem todas as grifes, é fantástico, muito moderno, nem parece um
país que vive há tanto tempo sob o domínio comunista. As comidas são
excêntricas, imagine que até camarão vivo se come por lá. Hong Kong ,
aconteceu um fato interessante: eu e minha irmã displicentemente jogamos
a passagem Hong Kong Nova York na lata do lixo achando que era um
outro papel. Quando chegamos no hotel vimos que havíamos perdido as
passagens. Resume de la histoire, tivemos que comprar outras passagens.

Fui com o meu segundo marido para Bali. Fomos recebidos pela Dewi e
Karina Soukarno, mulher e filha do ex-presidente da Indonésia. Fui para
Jacarta também. Bali é o máximo, é super exótico, as casas são lindas. Os
enterros em Bali são celebrações de vida, são comemorados como vida,
com festa, com tudo. Então fui a vários enterros lindos, crianças em cima
do caixão, tocando tambor, oferendas para o rei do céu, todo mundo dá

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muitos presentes, a família junta dinheiro para dar jóias, tecidos caros,
roupas, budas, tudo. É lindo! Eles acreditam em reencarnação. Nunca vi
um enterro ser tão animado. E fiquei espantada porque vi coisas como um
garotinho em cima do caixão feliz da vida!
Aqui no Brasil não tem isso, lá é uma cultura bem diferente. Altas ondas
para surfistas, altas boites. Arquitetura com piscinas de águas pretas, o
banheiro é para fora da casa, então você toma banho olhando para o céu,
um pedaço do quarto dá para fora, a cama noutro lugar... É uma arquitetura
muito exótica, muito esotérica também, então você sente que já esteve
naquele lugar. Daí as montanhas que você visita, deixa a impressão que já
se esteve lá em outras vidas. Você diz, “Já estive aqui, já conheço aqui!”
Tudo eu tinha essa impressão. Ficava esperando o Caco surfar, um mar
cheio de coral, as ondas muito grandes e ele não voltava nunca... Já ficava
preocupadíssima de como eu ia voltar para o Brasil com um caixão com ele
dentro, porque imaginava que ele tinha morrido no fundo do mar. Ele
marcava uma hora e chegava três horas depois, mas tudo bem, graças a
Deus não aconteceu nada.
Quando a gente chega na praia tem dez massagistas a sua disposição. No
primeiro dia você compra todas as saídas de praia, todas as cangas lindas,
aqueles panos balineses, bonecas, você faz trancinha. O Caco tinha um
secretário para carregar a prancha, outro para calçar o sapato de borracha
para não se machucar nos corais. Eu tinha quatro secretárias! Depois não
queria mais ninguém! Mas me sentia o máximo, me sentia uma rainha!
Com o tempo já não agüentava mais dez mulheres me tocando, fazendo
massagem, queria estar sozinha! E elas eram baratíssimas, tudo muito
barato. A suíte em que estávamos hospedados, no Hotel Bali Oberói, tinha
uma piscina privada dentro e o banheiro saía para um lado da suíte. Então
você ia ao banheiro olhando para o céu, e tomava banho numa super jacuse
ao ar livre e de quebra um presente da lua cheia. E tinha também um jardim
com muita planta, muita orquídea, uma beleza!

Singapura é um tigre asiático. Os hotéis são tipo Maksoud, mas dez vezes
maiores. Lá se come muito bem, tudo internacional, os táxis são jaguares,
as pessoas são educadíssimas, finíssimas. Mais tarde, você descobre que é
um regime muito autoritário, tem pena de morte. Mas é tudo muito
civilizado, não tem assalto, não tem criminalidade. Singapura é
considerado um país de primeiro mundo. E tem o melhor ritual para comer
o famoso peking duck.

Bankok é uma cidade linda, considerada uma cidade bem louca, bem
divertida. Tem casas noturnas maravilhosas, tem prostitutas lindíssimas e
elas fazem tudo. Nos shows que fui ver nas boates, elas tomam coca-cola e
fumam pela vagina. Elas tem corpos lindos e começam a se prostituir, em
média, com quatorze anos. Se vendem por uma roupa cara do Gucci ou por
uma viagem para Nova York, ou por roupas fashions de grifes e sabem
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fazer umas loucuras que ninguém saberia no mundo. Imagina, colocar uma
garrafa de coca-cola dentro da vagina, tirar e depois tomar a coca-cola.
Colocar uma bola de gude dentro da vagina e em seguida colocá-la para
fora; fumar pela vagina etc... São prostituas incríveis! Fazem shows de dar
água na boca. Uma loucura!

Ao Hawaí fui com a minha irmã, foi o máximo, a gente se divertiu. Fomos
quando morávamos em Nova York. Chegamos lá de madrugada, o maior
visual. Pegamos um helicóptero e fomos para aquelas ilhas próximas, a
ilha de Maui é linda, cheia de vulcão, é show! Comi muita macadamia
nuts, andei muito de helicóptero, asa-delta, saltei de pára-quedas, amei,
demais!
Lindo de morrer o Hawaí, com altas ondas!

Los Angeles é o glamour total, aquele Hotel Berverly Willshire, aqueles


restaurantes como o Bistro Gardem com jardins dentro, onde você vê todos
os artistas famosos de Hollywood, o restaurante Chin Chin que é muito
aconchegante, e o Sky Bar e o Le Deux Café, as compras do Rodeo Drive
são as melhores do mundo, além de encontrar estrelas por todos os lados:
Jack Nicholson, Cindy Crawford, Julia Roberts etc. Tem o Hotel Península,
que tem uma piscina no topo. Você pode até namorar nela por ser tão
exclusiva. A melhor coisa é namorar nessa piscina dentro d’água e lá é
especial. Também porque tem cabaninhas no topo do Península, onde você
pode fechar a cabana e continuar namorando. Hotel cinco estrelas com
Rols Royce.

Nova York é a miniatura do mundo, cidade cosmopolita, the big apple, de


todos os povos reunidos! Ela transmite energia, onde a gente não pare nem
para dormir. É um coquetel aqui, uma festa ali, um shopping, um jantar Já
fui à seis boates, sete festas por noite... muito programa, a limosine não
pára nunca.
De manhã acordo cedo e já vou para shoppings, almoços, andar no Central
Park, andar na rua. Vou para todos os museus, Guggenhein, Metropolitan,
galerias no Soho ver arte, vou para o Village, é um show! Tudo acontece
lá, passeatas de gays, passeatas de lésbicas, passeata de mães de gays e
lésbicas, passeatas contra o preconceito da Aids e outros, maratona... é uma
cidade que não pára, moraria lá tranqüilamente, sou apaixonada por Nova
York. Lá tem as melhores boates, tem boate Heavy, de Reggae, de negão,
de gay, os melhores lugares. É show! É o máximo, eletrizante, choque no
ar!

Arquitetonicamente, monumentalmente, acho Paris a cidade mais bonita


do mundo. Tem o museu do Picasso, cheia de galerias de arte, a pirâmide
nova do Louvre, o Arco do Triunfo, Praça de L’Étoile, todos esses
lugares... Come-se super bem, boates, é o máximo. Só que francês é muito
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maçante, mas fora isso, Paris é sempre Paris. Avenue Montaigne, as
melhores lojas, as melhores grifes, qualquer lugarzinho, por pior que seja,
você sempre come bem, tudo é muito bom, comida maravilhosa, croissant
maravilhoso, o melhor italiano que é o Strezza, e o melhor foie gras que
você come no L”Ami Louis (Bastille), o melhor croque monsieur do
mundo é o do Bar des Theatre, na Avenue Montaigne, que é barato e fica
aberto a noite inteira. cidade muito cultural... Aquele Jardin de Toulipes,
monumentalmente é a cidade mais linda do mundo.

Londres é tudo civilizado, todo mundo tem horário, é todo mundo bem
britânico. É lindo o Hyde Park em frente ao Hotel Dodcherster, que é o
melhor hotel do mundo para mim. Fiquei hospedada lá quando tinha nove
anos com minha família e me lembro que não queria sair da cama de tão
boa que era, me afundava na cama com dez travesseiros para cada pessoa,
aqueles edredons de reis e rainhas de penas de ganso, esse hotel é
fantástico! Também abria a enorme banheira e não queria sair mais da
água. Amo comprar no shopping Harrods, do namorado da Lady Di, que
morreu junto com ela, adoro ir lá. Adoro jantar no Nobu japonês de
Londres, adoro ir no Club Anabells, tão falado por Jeff Thomas. Enfim,
tenho amigos lá. E adoro o campo de Londres! Os palácio de Londres são
lindos!

Roma tem a minha amiga Francesca. Todo mundo paquera todo mundo,
paga teu almoço, te manda flores no restaurante. Tem um hotel
maravilhoso em frente à Piazza di Spagna, com vista para a Piazza, muitas
lojinhas na Paizza, compras. Tem também a Capela Sistina que é
maravilhosa, Igreja São Pedro, ver o Papa, rezar muito, uma cidade muito
antiga, muito bonita. É um povo muito quente, muito latino, os italianos
são muito simpáticos e agradáveis, rola muita paquera naquela cidade,
muita ação. O hotel que gosto de ficar em Roma é o Hasler, em frente à
Piazza de España.
Tem Genéve também que é legal, bonita, altas montanhas, a maior paz,
tenho amigos lá.

Saint Tropez é a casa do Tony Murray, o Hotel Byblos, em Monte Carlo, é


ir para a boate Paradise, o Jimm’s que abre o teto da boite e você vê o céu,
metade da boate é de vidro, no verão abre, é muito bonita e sofisticada e
muito cara também, uma garrafa de uísque ou de champanhe custa
quinhentos dólares, é tudo assim, uma fortuna.
Saint Tropez tem as praias lindas, em frente a Praia, tem um restaurante
Voile Rouge que se come muito bem, muito legal que tem um barman
louco que faz os melhores drinques da cidade, os árabes, europeus fazem
guerra de champanhe, jogam champanhe cristal rosé em todo mundo, todo
mundo é brindado com champanhe na cabeça, amo ver aquela loucura! E
de madrugada nas boates em Saint Tropez, em frente ao porto, onde estão
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os grandes barcos, depois da boate do Byblos, La Cave de Roi, vamos para
a boate do Porto para emendar e tem guerra de champanhe, eu adoro ver
aqueles ricos fazendo guerra de champanhe. Tem também o Club
Cinquente Cinc, que também é em frente à praia em Saint Tropez, só vai
gente bonita e é movimentado.

Sardenha é o mar mais bonito do mundo. Só tem gente bonita, o Hotel


Cala di Volpi, se vê os iates mais lindos do mundo, chega ser ridículo as
pessoas disputando para ver a grandeza de seus barcos. Isso é hilário, fora o
show ter barco maior ou menor é irrelevante. “Fulano de tal tem o barco
tal, ciclano tem o barco tal, quem tem o barco maior?”, um papo cheio de
banalidades. Tem a boate Sottovento, uma boate louquíssima, agora tem o
lugar Billionaire, um nome meio cafona, mas é uma boate com restaurante
que só vai billionaire mesmo. Tem o Hotel Petrise com barcos lindos, gente
lindíssima de todos os lugares do mundo. Ilhas lindas com vegetação só de
pedras, não tem essa beleza de Angra com mar, pedras e verde; é uma
Angra mais sofisticada com barcos maiores, com muitos restaurantes
internacionais, italianos, com boates, com shakes árabes, com galerias de
lojas de jóias, com muito dinheiro, é isso. É um mar azul turquesa que
você vê o fundo, muito show! É muito bonito para meditar lá. Fora a
babaquice de quem tem o barco maior, vale a pena.
Quando fui para Sardenha, quase na hora do embarque, não achava a chave
do meu cofre e liguei para uma amiga super generosa, Cristina Gianini
Gerdau que me emprestou uma caixa com brilhantes, relógios, todas as
marcas de jóias, Bulgari... Quando minha mãe viu aquilo falou, “Devolve,
devolve tudo.” Isto é um absurdo! Devolvi a metade e viajei imaginando a
minha responsabilidade! Eu ia para os barcos, passeios e lojas agarrada
com as jóias, e meus amigos diziam, “Que mulher milionária!” E não era
nada meu, era tudo da Cristina, mas eu amei! Eu ia nadar e levava o saco
de jóias para não sumir! Imagina o perigo se eu perdesse tudo, como iria
repor para ela? Mas graças a Deus devolvi tudo intacto e ela me mostrou
ser um ser humano muito especial, quem empresta um saco cheio de
brilhantes e diamantes para uma outra amiga, só ela mesmo, porque ela é
incomum. Desprendida!

Caribe é fantástico! Fui para Aruba com a Theresa Collor. Nos


divertimos muito, a convite do James e a Stella Rúbio, que são os
dirigentes do CrediCard, foi ótimo. Foi um grupo simpático de amigos,
Alexandre Araújo, Luana Piovani interessantes e divertidos. Jogamos no
cassino, andamos de barco. É muito lindo lá, vale a pena, ainda mais bem
acompanhada.

O Amazonas é o pulmão do mundo, a oxigenação do mundo, é lindo!


Fui a Parentins, a convite da Mazé , Ronaldo Tiradentes e Samuel Hanan,
andei no barco do governador Amazonino, onde fui bem recebida.
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Mergulhei naquele rio com tartaruga, com tudo, todo mundo ficou com
medo de algum bicho me pegar, mas nada aconteceu, graças a Deus,
mergulhei, andei de jet-ski e ainda nadei com tartarugas enormes no rio
Amazonas! O governador foi atencioso e depois ainda fui para Manaus,
amei! Achei a Amazônia linda e vi que temos que preservá-la e lutar por
ela porque é ela que faz os remédios, que dá a madeira... e o Samuel Hanan
representa bem a vice-governança.

Parentins

Fui com minha amiga Nanã Gantois na festa do Boi, que é um grande
carnaval no meio da selva e amamos. Para entrar no quarto do barco onde
dormimos, uma tinha que sair. Nanã reclamava, ou as vuittons ou eu?
Quando encontrei o Governador Amazonino Mendes pedi que ele me
arrumasse um hotel que estava muito triste naquele mínimo quarto. E ele
imediatamente nos colocou no melhor hotel da selva e nós inauguramos o
hotel, ficando numa suite super confortável e depois voltamos de Lear-Jet.
É claro que a festa do Boi foi inesquecível.

Brasília Nova Capital

Juscelino Kubitscheck, com a maior audácia, criatividade e competência,


inaugurou a Capital no tempo previsto no dia 21 de abril de 1960.
Presente a essa inauguração, meu pai então deputado federal, e já com
apartamento montado em Brasília. Segundo minha mãe foi o maior
espetáculo já visto. Holofotes cruzando os céus, ballet ao lar livre, enfim
um verdadeiro conto de fadas. Ela disse que ate pensou que Juscelino não
iria resistir a emoção de ver sua obra realizada. Não importa que
questionem Brasília e ainda a questionam até hoje. O que importa é a
criatividade da nova capital. Ninguém poderia imaginar 39 anos depois a
cidade se tornaria uma realidade sócio-política-econômica, com a maior
renda per capita do país . Grandes personagens da vida brasileira integram
o fascínio de nossa capital: a embaixatriz Lúcia Flexa de Lima, os meus
amigos Maria Pia e Priscila Venâncio, Liliana Roriz, Mary Lacerda,
Cristiane Constatino, Vitor Foresti, Antônio Vitor de Sá Wanderley, Ana
Cristina Kubitscheck, neta de Juscelino e mulher do megaconstrutor Paulo
Octávio, o dono da VASP, Wagner Canhedo e até nosso tricampeão
mundial de Fórmula I, Nelson Piquet.
Tendo que enfrentar todas as dificuldades e a descrença até mesmo da
maior parte de seus correligionários, Juscelino Kubitscheck foi em frente
com sua criatividade e visão de estadista. Inaugurou uma cidade moderna,
mais com a cara do terceiro milênio, que atendia a uma determinação
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estratégica de transferência da capital da República para o Centro-Oeste.
Projetada pelos gênios da arquitetura Lúcio Costa e Oscar Niemeyer e
vislumbrada por Dom Bosco, supunha-se que Brasília teria trezentos mil
habitantes na virada do milênio. Está hoje com três milhões (se tivesse
praia, teria dez milhões...).
Depois que Juscelino passou a faixa presidencial ao seu sucessor, Jânio
Quadros (que dizem ter sido uma figura “uisquizofrênica” – mistura de
uísque com esquizofrenia – que passava boa parte do tempo no cineminha
do Palácio da Alvorada vendo filme de faroeste e outros), Brasília chegou a
ser ameaçada: o novo presidente pretendia esvaziar a capital. Quem a
salvou do quase ostracismo foi o regime militar. Na época dos anos de
chumbo, da guerrilha civil e dos protestos incansáveis, os donos do poder
queriam mesmo era uma cidade distante, onde pudessem governar com
tranqüilidade. Brasília preencheu todos os requisitos. Afinal, a Corte fica
mais resguardada em Brasília.
Mas isso demorou a se consolidar. Nem mesmo os embaixadores queriam
deixar a Cidade Maravilhosa para ir morar no cerrado. O general Emílio
Médici teve que baixar um decreto obrigando-os, em determinado prazo, a
se estabelecer no Setor de Embaixada, que inclusive se tornou um ponto
turístico da capital federal. Brasília tirou o glamour do Rio? Depende do
que se entende por glamour. É poder, a liturgia dos poderosos, a
efervescência das recepções do Itamaraty?
Não cabe a ninguém discutir os méritos do Distrito Federal. Nem mesmo
taxá-la de “Ilha da Fantasia”, se referindo ao paraíso dos corruptos. Ora,
vale lembrar que Brasília um dia assistiu à entrada de uma bela mulher de
maiô no salão principal do Palácio da Alvorada, onde o Presidente se
reunia com seus ministros de Estado em grave momento de crise para
exibir, orgulhosa, um long-play em vinil que havia ganho de presente,
autografado por Frank Sinatra. Essa mesma senhora adorava sair escoltada
por batedores e suas sirenes estridentes.
Antes que me perguntem, trata-se de uma ex-primeira-dama .

A Bahia é mística. Um lugar grande religiosidade, muita cultura. Gosto


de ir a Praia de Itapuã, tenho amigos lá. A Capela da Negritude, os
melhores músicos saem de lá, a musicalidade está toda lá, terra do Jorge
Amado, do Caribé, do Calasães Neto, terra dos grandes artistas, dos
grandes músicos, terra do Antônio Carlos Magalhães, que é um grande
político, que reverencia a sua terra. Terra abençoada por Deus e bonita por
natureza, que beleza! Isso é a Bahia. Com uma grande culinária, com
acarajé e moquecas deliciosas, com o Teatro Castro Alves, homenagem ao
nosso maior poeta, a Igreja do Bonfim... Tenho mania daquela fita do
Bonfim porque dá muita sorte, sou baiana por natureza, amo a Bahia
também, o Pelourinho, Porto Seguro, Arraial da Ajuda e tenho saudade do

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meu amigo Luiz Carlos Magalhães que até me convidou para entrar no seu
partido e ser deputada federal pelo Rio.

Aspen é o lugar que mais gosto de ficar. A Montanha Snow Mass, o Aspen
Alps e o hotel Little Nells, que você já sai direto na pista de ski, são sem
igual. Lá você encontra na pista de ski celebridades como o Jack
Nicholson. É um lugar inesquecível! Adoro a neve. Só tem gente bonita,
altos restaurantes, italianos, franceses, tem boates, é super cowboy e muito
divertido! Recomendo para jantar e dançar o Caribu, que é toda decorada
com animais. Tem cavalos viados e outros bichos .

Gstaad

Uma cidade que conserva o estilo arquitetônico do tipo suíço. As pistas de


ski são ótimas. O melhor hotel é o Palace, que é muito elegante com a sua
boite Gringo. Há outro hotel mais gostoso que é o Olden, onde servem a
melhor raclete. Vocês podem ter a sorte de encontrar o Valentino jantando
lá com um séquito de modelos lindos. Eu tive. Enfim, é uma cidade
encantadora cada bofe que enlouquece qualquer ser humano com um
mínimo de bom gosto.

México
Comecei tomando cafezinho para levantar as energias na Cidade do
México com 3.000m de altura, que me deixou sufocada!!!!!
Daqui irei a Oaxaca, lugar sagrado indígena, a onde tudo é arte e rodeado
de colinas que escavadas guardam pirâmides astecas antigas, e conheci
grandes artistas como Sérgio Hernández e Francisco Toledo.
Visitei a cidade barroca espanhola colonial e visitarei Montalban e seus
sítios arqueológicos e a famosa gigantesca e mais velha árvore de Tula
onde me abraçarei nela. Somente o tronco tem 20m de largura. É um
sonho, a altura equivalente a dez andares!!!
Uma verdadeira Deusa da natureza. Vou abraça-la e receber sua energias,
pois acredito na cura pelas árvores, não somente das árvores, como
caminhar na geada da manhã, aonde você comunga com os anjos celestes e
recebe a água dos anjos e da energia.
Aí fui para Oaxaka ao nascer do sol com a minha anfitriã mexicana
Alejandra Alemán.
Cheguei neste lugar sublime, místico e iluminado por Deus. Sendo que sua
grande riqueza é justamente a sua simplicidade, verdade, realidade, sol, luz
e terra.
Uma incrível criatividade existe neste lugar, povoado até hoje por 130
tribos de índios que costumam ser fieis as suas culturas e tradições.
Tem árvore mais bonita do mundo, “árvore de Tule” que tem 300 anos,
altura de um edifício de 15 andares. Ela é uma verdadeira Deusa. Eu abri a
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porta de proteção da árvore e fui abraçá-la para me energizar e as
criancinhas que cuidavam da árvore não me deixava ficar em paz. No fim,
perguntei à todas as essas crianças se elas queriam beijos e abraços. E
acabei com 30 crianças caindo no chão com tanto beijo, abraço e amor.
No dia seguinte, voltei para me energizar e distribuir doces e chocolates
para retribuir aquele amor.
Também em Oaxaca visitei a catedral, a Igreja de Santo Domingo e vários
museus. Depois fui à galeria de artes mais famosa onde encontrei os
pintores, Sérgio Hernández e Francisco Toledo. Imediatamente me tornei
musa do Sérgio. E ele me fez um quadro lindo! Enquanto ele pintava minha
amiga Alejandra, fui mudando o quadro, acrescentando a ele, coração com
um ponto de interrogação dentro, sol, estrelas e lua.
- Que musa exigente? Assim não é possível?
Aí ele sacou tudo o que eu não tinha gostado do quadro e falou para eu
ficar quieta, porque eu o estava levando a loucura. E ele resolveu tirar a
minha boca para não exigir mais nada. E eu disse que quadro sem boca eu
não aceitava. Como ele trabalhava com documento na tela, ele colocou um
documento no lugar da boca e por cima pintou a minha boquinha
maravilhosa e só assim ficamos amigos para sempre e ele ficou de me
visitar no Brasil.

Perigos de Viagem!

Estão roubando e vendendo por uma fortuna órgãos: rins, coração,


pulmões... Cuidado com o "Boa Noite, Cinderela"! Quem é rico, paga
absurdos para não ficar na fila dos hospitais à espera de um doador, o que
estimula o tráfico. Um amigo brasileiro saiu na noite de Buenos Aires,
encontrando uma moça linda. Passaram a noite juntos. Quando acordou,
estava na banheira, coberto de gelo. Sentindo uma forte dor nas costas,
notou dois tubos no local dos rins. Olhou as paredes e viu um cartaz
enorme, com os dizeres: "Não se mova! Se você quiser viver, chame a
ambulância IMEDIATAMENTE!" Está até hoje esperando um transplante.
Incrível os tempos em que vivemos e o inferno que está tomando conta do
mundo. Temos que nos espiritualizar, pedir proteção a Deus e rezar muito!

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Um casal foi para um longo week-end em Istambul, capital da Turquia.
Dando uma volta em um grande bazar, decidiram comprar um tapete. Os
donos da loja convidaram-nos para um drink, a fim de festejar a compra. O
homem, de uma hora para outra, desapareceu, deixando a mulher
desesperada, procurando por ele. Passaram-se horas e nada. Os donos da
loja supuseram que ele devia ter seguido as compras em outros lugares. A
última esperança da mulher foi pedir socorro na Embaixada. Voltando ao
hotel, confirmou o desaparecimento do marido. No quinto dia de sumiço,
apareceu o bendito, com um relógio de ouro, elegantérrimo, vestido todo de
Armani, porém se sentindo muito mal e não se lembrando de nada do que
aconteceu durante esses quatro dias. Partiram para a Áustria, onde moram.
Ele, mesmo sendo médico, não percebera a falta de um dos rins. Foi fazer
exames e constatou que estava sem ele. Imaginem a perfeição da quadrilha
e a técnica avançada de que se servem para extirpar órgãos e vendê-los a
preços milionários aos que não querem aguardar na fila. Que loucura!!!
Não aceite drogas em lugar nenhum. Mas tenha um cuidado redobrado em
Bali e em Acapulco. O sujeito está de férias, se bronzeando nas praias
maravilhosas. Chega uma moça nativa deslumbrante, oferece um baseado
de maconha, o sujeito aceita, acha que pode relaxar, afinal, está de férias,
enfim, entra na onda. Depois, a moça mostra o distintivo:
- Sou da polícia; esteja preso!
- Mas você que me deu!
- Prove, então!
Então, ou paga uma grana alta ou vai preso. Em Bali, este é o caso de
vários surfistas brasileiros, que estão mofando atrás das grades por causa
do flagrante armado.

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Gargalhadas ao Vento
Do Perigo Se Fez o Sorriso
Ah! Sou cheia de ímpetos...
Uma vez me joguei numa praia no meio de uma festa em Salvador com
roupa, jóias e tudo.
Outra vez, estava em Angra dos Reis, na ilha do Pitanguy e fui passear no
helicóptero do Roberto Irineu Marinho. Com ele, o Hélcius Pitanguy, a
Débora Olsoon e o piloto Malaguti.

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De repente eu e o Roberto ficamos fazendo alongamento do lado de fora do
helicóptero. Daí, era para saltar, mas ninguém me avisou. Achei que o
piloto fosse voar baixinho. Quando vi que o dono do helicóptero saltou
achei estranho. O piloto não me viu e voou por montanhas e mais
montanhas, morri de medo! Foi uma aventura James Bond mesmo. Acho
que se fosse fazer um filme ganharia muito dinheiro, fui a doublé e artista
porque fui muito bem nessa aventura! Daí o Hélcius me viu e vi o Roberto
com a mão na cabeça. Achei estranho. Achei que alguma coisa errada tinha
acontecido. E de repente o helicóptero voou muito alto em cima de uma
montanha e eu me segurei com toda a força do mundo no ski do helicóptero
para não morrer. Quando o piloto me viu me jogou no mar porque estava
voando em cima de uma montanha de cinqüenta metros! Eu só via rocha,
dizia, “Agora vou para o além ” Estava vendo aonde ia me jogar para não
ficar aleijada. Para não me quebrar tanto. E via todos os meus amigos lá em
baixo. Sentia que estavam meio atônitos. Falando uns aos outros , “Ai,
meu Deus, a Narcisa, quem vai entregar o corpo?” Imagina que escândalo,
Roberto Irineu entrega corpo da Narcisa. Ia ser Jornal nacional, no mínimo.
E depois disso, eu estava com a minha amiga Débora que é modelo. Uma
mulher séria. Ela é uma mulher de dois metros. Uma grande manequim
internacional. Foi ela quem me viu pendurada e disse para o piloto. E
voltou para perto do mar e eu saltei. Momentos depois, quando ela foi
mergulhar, sentiu-se mal e eu a socorri. E já muito cansada o Hélcius veio
nos ajudar.
Então, um salvou a vida do outro. Foi uma experiência única. Um não
deixou o outro morrer graças ao poder superior. Foi uma cena surrealista.
Eu já estava rezando à Deus para me dar força e para não acontecer nada de
errado. Depois fiquei ótima, queria mais! Não fiz nenhuma promessa. Não
dava nem tempo de pensar. Quando se está no desespero você só pensa em
Deus, na força e poder superior .

“Tem uma coisa nela que acho o maior


barato. Nós estávamos no Copacabana
Palace onde a Narcisa ia fazer uma
repotagem para uma revista. Eram umas
fotos sua com a Catharina. Aí a Catharina,
na hora das fotos, resolveu ir brincar
embaixo da mesa e o fotógrafo começou a
ficar nervoso porque a Catharina não saía
debaixo da mesa. “Sai, vem! Vem cá
Catá!” Aí a Narcisa chegou e, “Não tem
problema não, eu vou para baixo da mesa e
você bate a foto da gente.” Achei o
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máximo! Normalmente as mães começam,
“Minha filha sai, vem cá. Tem que tirar a
foto.” Ela é super calma. Achei espontâneo,
tão natural esse jeito dela, que é muito
diferente das outras pessoas. Ela não cria
complicações.”

Thereza Ferrari, amiga gaúcha

Um Estranho Carnaval
Convidei o Ivo Pitanguy para ir comigo a um baile de carnaval há muitos anos
atrás. Eu com dois metros de balagandans na cabeça, convenci o amigo da
nossa família, para irmos a um baile. Fomos primeiro jantar com a Gisella e o
Ricardo Amaral. A Gisella na sua discreção não conseguiu esconder o seu
espanto, pelo meu chapéu cheio de frutas já amadurecendo na minha cabeça.
De lá, sugeri que fossemos conhecer o famoso baile de carnaval do Scala. Que
surpresa! Que susto! Meu Deus, de repente uns seguranças enormes nos
carregavam como criancinhas de berço, literalmente para atravessar a
multidão. E mal conseguíamos nos mover. Foi um modo carnavalesco se nos
saudar e logo nos trouxeram de volta, também nos braços.
Na rua encontramos o querido Zózimo Barroso do Amaral, que infelizmente
não está mais no nosso convívio. Zózimo exclamou: “Puxa Ivo, você vai nos
deixar na noite que está apenas começando?” e indagou ainda mais, “Ivo, você
vai continuar no carnaval?” Ivo respondeu: “Zózimo, carnaval é maravilhoso,
mas eu vou para a neve e só volto daqui a dez anos, se voltar.”
De suor e cansaço estávamos os dois inebriados e o carnaval no dia seguinte
recomeça. Ivo não cumpriu a promessa.

Reveillon e Carnaval: The GayPower

Esta parte do meu livro dedico a queridos amigos, companheiros incansáveis


de noites alegres, espirituosas e muito interessantes. Sempre me pergunto
porque uma personalidade internacional e pública como George Michael tem
coragem de enfrentar uma multinacional e se assumir “diferente” e outros,
não. Ao longo de minhas andanças tenho procurado observar a “ fauna”
social e dela tirar algum aprendizado. Os Gays muito me intrigam pois na
maioria das vezes são bonitos e seduzem nós mulheres de forma implacável.
Às vezes surpreendo algum amigo meu, supostamente hétero admirando
embevecido a performance que na maioria das vezes o comportamento de um
gay é.

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Houve um grande reveillon onde fui apresentada a um empresário e a sua
noiva . Achei a roupa da jovem noiva um pouco pesada e senhoril. Em
seguida fui apresentada a um belo rapaz de olhos azuis profundos e
misteriosos e me apaixonei por ele. Jurava que tinha sido premiada com o
melhor partido da noite.
Num camarote da Marques de Sapucaí, cruzei novamente com os três e achei
estranho o tempo ter passado e o triângulo permanecido. Foi no
Sambódromo que outra estrela masculina do show bussines, objeto de desejo
de todas as mulheres do mundo não se fez de rogado, agradeceu os aplausos
femininos e bateu em retirada com um belo campeão de ginástica aeróbica de
um Estado montanhoso do Brasil. Fiquei pensando que no exato momento em
que todas as mulheres do planeta estavam se descabelando pelo sexy symbol
ele estava se deleitando com o “bofe” no hotel 5 estrelas. Sei de fonte limpa
que o amor durou 7 dias no Brasil e até hoje viagens para Mundo fazem parte
do roteiro.
Voltando ao triângulo, de triângulo não tem nada. A noiva era apenas fachada
para esconder o “babado” entre o famoso e o lindo que eu achava que ia ser
meu namorado. O aniversário do belo foi comemorado na mais famosa casa
gay do Rio, presente do poderoso com direito a Gogoboy na entrada
recebendo os 50 convidados e conduzindo-os ao mezanino, com brinde de
champanhe e show poderoso de drag-queens. Vale a pena registrar os
apaixonados beijos que me fizeram esquecer o noivado com a pobre moça.
Com certeza de pobre ela não tem nada. Estou certa que a moça sabia de tudo
e participava apenas de um divertidíssimo jogo de sedução, poder e luxo do
tipo quem é quem. Se vocês me perguntarem onde está o Wally? Eu respondo
rápido: Wally está na liberdade das pessoas poderem ser o que elas quiserem.
Ninguém deve ser obrigado a interpretar um papel social que não queira.
Nesta virada de milênio que o homem abra seu espírito para as infinitas
possibilidades de cada um ser o que lhe fizer feliz e estar resolvido com o seus
desejos sexuais.

Politicamente incorreta

Sou dona do meu nariz e muito rápida nas conclusões. Sou intuitiva, não
tenho medo de expressar minhas opiniões e sei que as vezes elas são
desconsertantes. Por exemplo, no dia em que descobri que os gays usavam
um creme chamado KY para relações anais, melhor explicando, um
lubrificante intimo para facilitar a penetração, me apaixonei perdidamente
pelo nome da pomada e não parei de repeti dias para todos os que eu
encontrava: use KY, compre KY, KY vai resolver seu problema. O maior
sucesso eu fiz com minhas empregadas na cozinha, quando ligamos para a
farmácia para encomendar. Foi quando conclui: “se não está conseguindo
pela frente vai por trás mesmo. Na gravação do programa “Encontro com o
primeiro time” na TVE Sábado as 22:30h, não me fiz de rogada enquanto
alguns intelectuais não paravam de elogiar Fidel Castro, disparei a bomba: ele

77
é um grande ditador, enquanto a chef de cousine dissertava sobre a buchada
de bode que o Presidente FHC, comeu no interior do nordeste para conquistar
mais votos de campanha, conclui: Ele deve ter vomitado tudo! Dever ser por
isso que alguns me acham acelerada, mas eu tenho a minha loucura que é
sempre ser verdadeira.

Boa Carioca
Como boa carioca, vai aqui uma dica para quem quer “respirar” o estilo de
vida do Rio de Janeiro sem cair na cilada de programa de índio para turistas:
dê um jeito de chegar até o Largo dos Guimarães, no alto de Santa Teresa. É
só partir da rua Alice em Laranjeiras, e em 5 minutos você estará lá. Lá
chegando, relaxe e escolha uma das cantinas, ou botecos, ou “Sushi-Houses”
das charmosíssimas ruas de paralelepípedos onde o ar é sempre fresco. Tome
um vinho de caneca (ou algo com teor etílico) e dê uma olhada nos vários
ateliers de artistas das redondezas. Quando estiver “calibrado”, crie coragem
e acredite que o melhor ainda está por vir: vá até os trilhos! A estação do
bondinho é bem no Largo. Tome o que vai na direção dos Arcos da Lapa. É
um passeio inesquecível de 10 minutos por ruas estreitas com mansões antigas
abandonadas e cheias de histórias mal assombradas. É aí que você desliza
sobre o maravilhoso aqueduto, tendo o Largo da Lapa a seus pés. É uma
visão dos deuses. Ao chegar na estação final da linha olhe as fotos do Rio
Antigo e deslumbre-se com a Catedral da Cidade, obra prima do grande
Niemayer.
Aconselho subir a Pedra do Arpoador e meditar lá em cima no sofá da Hebe
que é como os gays chamam. Passem no Jardim Botânico onde tem as
árvores mais lindas do mundo abrace-as e faça um pedido e visitem o Parque
Lage. Conheçam a praia do Pepê na Barra para ver a gataria. Peguem um
barco e visitem a Ilhas Cagarras e helicóptero para voar em frente ao
Corcovado e fazer badalos. É um show!!!

Rápido! Luz!
Na festa do Costão do Santinho, em Florianópolis, lá pelas 2h me recolhi ao
meu apartamento. E na hora das despedidas parecia que um séquito de
súditos queria me acompanhar para eu não me retirar sozinha.
E assim que cheguei ao apartamento faltou luz. E eu comecei a gritar por
Gïlmar Chaves, meu amigo poeta, que estava hospedado no apartamento
vizinho: “Poeta! Poeta! Rápido! Luz! Luz!” E o poeta saiu nas carreiras atrás
do serviço do hotel pensando que tinha alguém no meu quarto. E chegou
com vela e tudo. No dia seguinte foi um assunto só esse acontecimento.
Rimos muito!!!

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No Ônibus Com Ana Cristina e Bruno
Uma vez fui caminhar em companhia de Bruno Astuto e de Ana Cristina
Monteiro de Carvalho, do Chopin até o fim do Leblon. Entretanto, nos
cansamos logo no Arpoador, tomamos uma água de coco e o Bruno quis pegar
um táxi.
- Não, Bruno, vamos de ônibus!
- O quê, Narcisa? De ônibus? Indagou Bruno espantado.
Senti também a expressão de desespero da Ana Cristina.
- Ai, Narcisa, de ônibus eu não vou não. Afirmou hesitante Ana Cristina.
- Então vai me dizer que nunca andou de ônibus, Ana?
- No Brasil, não.
- Então está na hora. Não vai ter assalto!
Até o ponto, Ana Cristina descreveu todos os perigos de tomar um coletivo,
na vã esperança de me dissuadir daquele “impropério”. Não teve jeito. Lá
estávamos nós diante do ônibus na Nossa Senhora de Copacabana, atrás do
Cassino Atlântico. Ana Cristina, obviamente, pensou que a entrada fosse pela
frente, bateu a mão no banco diversas vezes antes de se sentar e quase teve um
enfarte quando saquei da bolsa o celular para contar a uma amiga a façanha
(naquela época, celular era a novidade do momento):
- Você não vai acreditar: estou com a Ana Cristina e o Bruno num ônibus.
Acredito que esta não foi a última vez em que eles andaram de carro, avião ou
helicóptero.

“Narcisa não perde tempo falando mal do


outro; chega até a cortar esse tipo de
conversa. Adora as filhas, vai ao parque de
diversões correndo para alcançar a
montanha-russa, pula de felicidade, quase
chora se vê uma criança mendicante.
Uma mulher cheia de emoções que pulsam
e saltam no brilho de seus olhos. Não sabe
conter o sorriso, muito menos as lágrimas.
Negar-lhe algo é um exercício de auto-
superação. Meus dias não saberiam
distinguir a luz do sol se eu simplesmente
não pudesse escutar sua voz.
É reconfortante ser amigo da Narcisa .”
Bruno Astuto

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Perdidos Em São Gonçalo
Uma bela noite de sábado, o meu motorista foi chamar o Bruno Astuto
para irmos ao apartamento da minha irmã. Para muitos, seria esse um
programa de índio, mas eu sempre adorei os comícios da minha irmã. Na
casa dela, todos marcaram o local do comício. Eu e o Bruno fomos em
carros separados. Eu com um amigo e ele com o meu motorista, cada qual
munido de seu celular. As ruas escuras, sem sinalização e mal iluminadas
de São Gonçalo são um convite a ficar perdido. Pelo celular, fiquei
brincando de gato e rato com o Bruno, tentando nos encontrar. Quando isso
aconteceu, por um verdadeiro e indubitável acaso, perguntamos a um
transeunte onde era o comício de Alice Tamborindeguy. Ele indicou um
lugar no outro lado da cidade. Quando finalmente achamos o local, minha
irmã já estava se despedindo dos eleitores e passei o resto da noite levando
bronca da minha mãe.
O evento é bem profissional levando shows para diversos bairros e as
mensagens da Alice sendo sempre um sucesso total Com Elimar Santos
presente dando sorte e prestigiando.
E também Raça Negra e vários outros.

Carro e hot dog


No último ano em que fiz uso de álcool e drogas, comecei a sair
praticamente todas as noites. Durante o dia com o Bruno, estudávamos,
praticávamos o francês, enfim, o de sempre, mas, à noite, bebíamos
champanhe e whisky nas festas ou até mesmo em casa.
Numa dessas noites, quase morremos. A bebida não fazia um efeito em
mim, de modo que alguma lucidez restava em minha cabeça. Pegamos o
carro até o Hippopótamus, dançamos três músicas e voltamos para casa.
Naquele estado.
Decidimos então que Bruno daria as indicações necessárias para mim:
- Esquerda..., Narcisa. Direita...., Narcisa. O sinal está vermelho....
Diminuuuuuiii... Pode andar...., está verde agora.
Tenho certeza de que Deus nos levou até em casa. Duas horas depois,
refeitos da embriaguez e da aventura, fizemos nosso prato preferido:
cachorro-quente com lingüiça de frango e mostarda de Dijon. Para beber,
água de coco, claro.

Garçons na faculdade
O professor de Radiojornalismo da faculdade, Dylmo Elias, convocou os
alunos a prestarem uma singela homenagem ao imortal Tobias Pinheiro,
Presidente da Academia carioca de Letras e um dos maiores poetas deste
país. Ele escreveu livros que eu gosto muito, entre eles, O Menino do
Bandolim e Marcas da Luz. O poeta Tobias iria encerrar as aulas daquele
período. Combinou-se então que eu me encarregaria de trazer uns
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salgadinhos e Coca-cola para a pequena festinha da turma de nove alunos.
No mesmo dia recebi seu telefonema-convite para assistir à palestra do
imortal.
Quando entrei em sua sala de aula, já estavam em cena: Karmmita
Medeiros, Sebastião Lacerda (dono da Nova Aguilar), Paula Severiano
Ribeiro, Catharina, minha filha, com uma amiguinha, todos degustando um
pequeno buffet da Casa dos Sabores, apreciando os imensos arranjos de
flores do Copacabana Palace e três garçons circulando com refrigerantes,
sucos e águas para os alunos e para os convidados. O imortal quase perdeu
sua imortalidade, claro!
Eu estava inconsolável pois o porteiro da faculdade não deixou subir o
champanhe e o whisky – quanta vileza! O inconsolável durou pouco e a
noite terminou com muitos autógrafos no livro que Tobias estava lançando.

Piruetas
Festa de Catharina no Caesar Park com tema de Pocahontas. O Tout-Rio
estava lá com sua prole. Era o primeiro aniversário da minha filha comigo
e o pai dela, separados.
Os flashes pipocando e a Catharina, como sempre, pulando de lá para cá.
Dá dois beijinhos, recebe o presente, abre e volta para brincar, o que faz
muito bem, diga-se de passagem. O animador tentava desesperadamente
controlar a gritaria e entreter as crianças com qualquer coisa que
justificasse sua contratação. E eis que surge a sugestão: “Vamos fazer
ginástica com o papai e a mamãe da Catharina?” “Vaaaaaamooooos!!!!”
Tudo começou com um leve polichinelo – riso geral da platéia de pais. Para
o deleite das crianças. Então resolvi roubar a cena: dei três estrelas seguidas
e depois mais duas. Óculos, colar, tudo caiu no chão, além da bainha do
vestido ter parado na cabeça. Nunca se riu tanto. As crianças pediam bis,! E
o cochicho geral era: “Quem tem uma mãe assim não precisa de animador.”

Piloto de táxi aéreo


Numa dessas incursões pela Internet, conheci um charmoso piloto de táxi
aéreo chamado Hugo. Mandou-me fotos, abriu seu coração, mas jamais
soube quem eu era. Criei personagens louquíssimos que movimentaram sua
vida amorosa por semanas. Eu era uma francesa, uma adolescente
apaixonada, uma intelectual, entre outras coisas. Hugo me confidenciava
que estava apaixonado por mim. Quando não soube mais como lidar com
aquela bagunça de nomes e personalidades, desisti de entrar em salas de
bate-papo virtuais, deixando Hugo inconsolável.
Certo dia, chegou um e-mail de Hugo para mim. Descobrira a farsa e me
maldisse para o resto de sua vida. Descupe a intromissão.

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Iara
Na festa do Costão do Santinho, em Florianópolis, dei uma gafe daquelas
de enfurnar a gente por dias no quarto de tanta vergonha: A Iara Baugarten,
que é linda de morrer, maravilhosa, estava acompanhada de seu marido. Na
hora das despedidas, achei que ela estava com um rapaz e indaguei, “É seu
filho?” E quando olhei para o rapaz, percebi que tinha mais idade. Que
gafe! Uma mulher tão bonita, uma empresária tão vaidosa, realmente foi
uma gafe. Com isso aprendi a não perguntar nunca mais sobre com quem
se está acompanhado.

Fortaleza
Chegamos eu, Catharina, a Luana Piovani e a Marcela Peixoto no aeroporto
para uma viagem à Fortaleza. Mas quando deu-se a hora do embarque, nos
chamaram muitas vezes, mas estávamos tão distraídas que perdemos o vôo.
As malas foram e nós ficamos. Fiquei hospedada na casa do Grendene e
fomos cicereoneados pelo Lázaro Medeiros e aproveitamos para ir
conhecer no avião do Alexandre a ilha de Fernando de Noronha, até
golfinho a gente viu. O mar e transparente turqueza. Amo o mar!!!!

Paquera
Uma vez estava no meu apartamento um super fã meu, de São Paulo, que
estava fazendo de tudo para me conquistar. Aí a minha filha, Catharina,
queria possuir um cachorro e eu dizia que não dava porque um cachorro
num apartamento não combinava. Aí, o meu paquera foi para o chão e
começou a latir, a brincar que era um cachorro e a Catharina dizia, “Ah,
não vale! Cachorro assim eu não quero.” E ele ficava de quatro latindo,
latindo, e já estava morrendo de cansaço de tanto latir. Gostei tanto da
solidariedade dele que também resolvi fazer um pedido, “Ah, faz monstro
agora!”

Plástica
Paulinho Müller, cirurgião plástico, tem uma técnica nova para tirar estrias,
e eu, como gosto de experimentar o novo quis fazer na hora. Então o
Paulinho pediu que eu me deitasse e começou a fazer o tratamento com
uma agulhazinha. E olhei para ele e disse assim, “Ai como dói este
tratamento. E ele me respondeu, “Ah, Narcisa, o ideal é que você
estivesse dormindo!” “Ah, então vai lá em casa hoje a noite, quando eu
estiver dormindo! Você passa a noite inteira fazendo isso em mim e vou
acordar linda!”

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Cachê
Uma noite saindo de uma festa em Porto Alegre, eu estava com o Caco, a
Mariana prima dele, que é linda, maravilhosa, especial, divina, uma estrela
iluminada, e com mais umas pessoas do Rio.
Na hora da saída, o Caco demorou, como sempre e estávamos na rua,
passando o maior frio, esperando por ele. Aí eu falei para a Santa Mariana,
“Por favor, vai lá dentro e pergunta qual é o preço das mulheres? porque eu
estou cansada de esperar e quero ir dormir, diz para ele vir logo. Paga para
mim, por favor.” E ela com a sua eficiência resolveu o assunto na hora.

UM FRANCÊS POLITICAMENTE CORRETO

Quando fui apresentada ao presidente da Citroen, Sérgio


Habib, no Brasil, tivemos a seguinte conversa:
EU – Você fuma?
ELE – Não
EU – Você bebe?
ELE – Não
EU – Você joga?
ELE – Não
EU – Ah, mas sexo você faz, não é?
Ele arregalou os olhos e sorriu .....

NO MAKSOUD

Fui convidada para um jantar no Hotel Maksoud, em São


Paulo. Fui apresentada a um comandante da aviação.
Conversei horas com ele, como se ele fosse da Varig.
Perguntava coisas e ele com o maior senso de humor,
respondia tudo. No final do jantar, uma amiga me contou que
ele era o Rollin, da TAM. Que delícia. Ele curtiu nosso papo a
noite inteira.

Faculdade da Cidade

Imagina que na aula de jornalismo do professor Célio Campos, fui


tema de uma prova. Todos os alunos da classe entrevistaram-me e
depois entregaram uma matéria sobre mim. Fiquei emocionada
quando li as 50 provas da classe sobre minha pessoa . Senti-me

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prestigiada pelo professor e pelos meus colegas . Guardo essas provas
com muito carinho. Tocaram meu coração!

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Bom Gosto
Não Se Discute
Para mim, elegante é você ser simples, natural,
espontânea, de bem com a vida.

O que é elegância? A pessoa elegante é simples, natural, espontânea. Não


tão espontânea quanto eu, pois nunca soube acertar na dose e me
machuquei muito pour cause.
Ter bom gosto é passar sempre energia positiva, saber vestir-se de vida, de
novas ações, não se perder na rotina, mas sim embaraçar-se com ela. A
roupa deve seguir o modelo clássico, deve-se ter sempre um blazer à mão.
Roupa amarrada é tão ridículo e cafona quanto a cor roxa e a vulgaridade
de uma bunda apertada. Tem que ser soltinha, sempre se vestindo um ponto
a menos do que pede a ocasião. Vestido ou tailleur, de preferência. Um dia,
acordamos casuais; outro, executivas. A vida é assim mesmo: gostar de
uma única coisa pode evidenciar nossas limitações. É chique ter poder de
escolha, ainda que optemos pelo mais simples. Aí é mais chique ainda!!! O
sofisticado não é a grife, mas a simplicidade como lidamos com ela.
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Grife

Grife já era! A elegância independe do dinheiro ou da classe social . A


elegância nasce com a pessoa. Bom é usar aquilo que você realmente gosta,
o que fica confortável em você; não importa de quem seja. Grife é o seu
nome, sua identidade, sua atitude, sua categoria, sua classe ... Bacardi e
guaraná. Tenho, claro, minhas preferências: a Loja Laís além de ser da
minha tia preferida é a melhor de Copacabana, Frankie Amaury, Maison
Twiggy, Daslu e Bazar Fashion e a Marcia Pinheiro que depois da viagem
mística de Santiago de Compostela resolveu comercializar roupas próprias
e das amigas em um bazar interessante e divertido. As grifes me irritam. A
minha moda é própria. Só uso o que gosto. Muito antes de escolher uma
roupa, me pergunto qual o meu estado de espírito. Sem estar bem consigo
mesma nenhuma mulher pode se sentir elegante.

Jóias

Certa vez, eu e a Verônica Castiñera fomos à loja Bulgari de Nova York


para ver as jóias maravilhosas desenhadas geométrica e futuristicamente,
além das contar as pedras sem igual. Os vendedores demoraram tanto para
trazer as bandejas com os modelos, que decidi explorar o lugar. Encontrei
uma sala confortável, onde serviam capuccino, café expresso, salgadinhos e
croissants chauds. Quando chegaram os vendedores, me encontraram não
mais nessa sala VIP, mas no escritório do Mr. Bulgari, o dono da joalheria.
Enquanto eles estavam loucos me procurando, eu estava, como sempre,
muito bem, obrigada. Acabei não levando nada, pois gosto mesmo da Sara
Jóias, no Rio de Janeiro, que tem desenhos sublimes e preços bem mais
acessíveis e os melhores diamantes do mundo!

Sapatos

Os da Chanel e os da Grendene são os únicos que caem bem nos meus pés.
São confortáveis, de couro macio. Muitas pessoas se esquecem dos sapatos,
acham que ninguém presta atenção, mas o cuidado que se tem com eles
pode revelar uma pessoa que se preocupa com a elegância e com o bem
estar.

Cosméticos

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Saint-Laurent e Chanel são meus preferidos. Aliás, tenho uma boa história
com make-up para contar. Fui à Sak's de Nova York, comprar maquiagem.
Trata-se de uma loja enorme, com todas as grandes marcas, que tem a
vantagem de ser menos cheia que sua concorrente Bloomingdale's.
Enquanto estava sendo maquiada, passou o homem mais sexy do mundo
diante de meus olhos. Tive que abandonar a sessão de make-up (que seria
para um almoço com Helcius Pitanguy e Madame Dewi Soekarno, mulher
do ex-presidente da Indonésia, no Harry Cipriani), pois não podia perder a
chance de conhecer aquela aparição. Saí correndo com o babador à procura
do Apolo, que tomou o elevador. Eu também, claro. As vendedoras me
seguiam com as compras pelo grande magasin. Fiquei muito amiga dele:
houve um verdadeiro e recíproco coup de foudre, prova de que temos que ir
atrás do que gostamos, porque o nosso está guardado. E vamos à luta!!!

Perfumes

Tenho vários. É bom trocar a fragrância de vez em quando porque nosso


olfato se acostuma ao cheiro e nos engana na hora de evitar exageros. O
Gardênia Passionda Annick Goutal. Ele é o máximo. Como o Blonde, da
Versace, o Pleasure, Beautiful da Estée Lauder e o Fracas, de Robert Piguet
e agora o Happy de Clinique.e o perfume da maravilhosa Lady Di que é o
Passion .

Chapéus

De palha Panamá. The best!!!

Óculos

Gucci, Chanel e Bulgari. Podem esconder ou seduzir. Importante é saber


usar. Evite usá-los quando estiver falando com alguém. Os olhos são os
porta-vozes da alma.

Relógios

Bulgari, Rolex, Swatch, Vacheron Constantin e Patek Philippe. Meu pai


usava os dois últimos, de platinas e chatos. Se está falando com alguém,
nada de ficar olhando para o relógio, ainda que você esteja atrasado. Relaxe
e finja que seu dia tem 30 horas.

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Carros

Mercedes, Jaguar, Citroën e Subaru. Se tiver que blindar, socorro!!!

Vinhos e whisky

Não bebo. Pago essa penitência. Mas aconselho o Château Margaux 64,
Château Lafitt Rotschild e Château Haut Brion, só para citar os melhores. E
champagne Cristal rosée, Don Perignon e Renné Lalou, que você depois
de beber você fazer vários vasos, de tão bonita que é a garrafa o melhor
whisky é o Chivas e Ballantines.

Bebidas

Água mineral e Coca Light são minhas preferidas. Água de coco para
hidratar. Água da cachoeira para relaxar e se integrar à natureza! Gosto de
ter sempre a mão um grande carregamento de água e coca light.

Pratos

Adoro um bom filé grelhado com legumes. Comidas bem frugais, simples,
sem molho. Não aprecio molhos; chego a ter uma certa repulsa . Prefiro
tudo grelhado, bem saudável, bem a moda gaúcha. Aprecio peixe,
cavaquinha, camarão, frango, lulas, muitos legumes, muitas saladas. Se
peço uma comida e ela vem com muito molho, não como. Às vezes, tenho
ataques de carnívora e gosto de uma violenta picanha com aipim frito.

Restaurantes

No Rio de Janeiro: Gattopardo, Hipopotamus, Cipriani, do Copacabana


Palace, Antiquarius, Margutta, de minha amiga Conceição. Esplanada Grill,
Mediterrâneo, Academia da Cachaça da maravilhosa Renata Quinderé,
Mariu’s, El Turfe e o People, para jantar e dançar.
Em São Paulo: Fasano! Gero, Tambouille e o Leopoldo.
Em Nova York: Mr. Chaw, Spark's (para carnes), Nobu, Le Cirque e o
Harry Cipriani da Quinta Avenida.
Em Paris: Lucas Carton, o italiano Strezza, o Bar du Théâtre, o Mr. Vong,
o bistrô do hotel Plaza Athenée e o restaurante L’orangerie.
Em Londres: Nobu Japonês e o Anna Bells.

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O melhor café e capuccino do Rio são o da Letras e Expressões , onde vou
me deleitar com Philis Huber.
No maior fluxo de veículos entre grandes metrópoles da América Latina, a
via Dutra, encontra-se o melhor restaurante que se localiza na cidade de
Roseira no Posto TAMBORINDEGUY a três horas do Rio de Janeiro.
É como se fosse um OASIS em pleno asfalto.
Lá, o cardápio é variadíssimo que agrada todos os gostos. Encontra-se
vários tipos de souvenirs, um lindo mini mercado e loja de conveniência.
Músicas ao vivo aos sábados com cantores populares.
É o maior Restaurante e Posto da São Paulo-Rio, onde param a Viação
Cometa, Itapemirim, Turismo e carros particulares.
Se a Dutra tivesse uma história para contar, começaria com o saudoso dono
da Viação Cometa Tito Masciolle e Mário Tamborindeguy.
Hoje a viação Cometa tão bem administrada pelos filhos Felipe e Arthur
Masciolle.

Dança

Ao som de jazz ou música clássica, é um espetáculo divino. Meus


preferidos: no ballet clássico, o Balé Bolshoi, Ana Botafogo, Márcia
Haydée, Mikail Barichinikov e Fernando Bujones; na dança
contemporânea, a alemã Pina Bausch com o inesquecível ballet dos cravos,
(Melken) . E, é claro, o flamenco do gato Joaquín Cortés .

Cinema

Filmes com Jack Nicholson, especialmente Melhor é impossível, Al Pacino,


em O advogado do diabo ele arrasou, e Robert De Niro são imperdíveis.
Meus diretores favoritos são Almodóvar, Robert Altmann, Walter Salles
Jr., Fábio e Bruno Barreto, Woody Allen. Filme inesquecível? Perfume de
mulher, Um estranho no ninho, Titanic, O carteiro e o poeta, A vida é bela
e Casablanca, Silêncio dos inocentes, Morango com chocolate, A casa dos
espíritos e Romeu e Julieta, de Shakespeare, na versão de Zeffirelli . E
como orientação espiritual, O pequeno Buda, com o bonitão Keanu Reeves.
E para rir, Máfia no Divan com Roberto de Niro atuando como mafioso

Teatro

Carmem de Bizet, divinamente interpretada por Maria Callas, O Fantasma


da Ópera, que já vi cinco vezes na Broadway, Les Misérables, do Orient
Express, Gata em Teto de Zinco Quente, com Vera Fischer. Do meu vídeo
não sai o último show da Madonna. Teatral!

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E shows no Canecão. Onde sou recebida pela simpáticos Fátima e Zeca
Priolli e Giovana e Mario Priolli, nas melhores mesas.

Livros

Sou bastante eclética neste campo. Sigo o instinto, pergunto-me o que estou
necessitando ler naquele momento. Afinal, o livro é um grande aliado, um
bom companheiro. Gosto de Rose Marie Muraro, Jorge Amado, Érico
Veríssimo, Carlos Drummond de Andrade, Zuenir Ventura, Lu Lacerda, ,
Balzac, Mahado de Assis, Gabriel García Marques, Anna Sharpe Nelson
Rodrigues. Minha razão de viver, de Samuel Wainer e Notícias de um
seqüestro, de Gabriel Garcia Marques. Leio muito livros de auto-ajuda,
como o "Amar não adoece" Dr. Marco Aurélio Dias da Silva, "Equilíbrio
Emocional", "203 maneiras de enlouquecer um homem na cama", "Não
faça tempestade em copo d'água" e "Conversando com Deus".
Atualmente, estou envolvida com os pecados capitais: Gula, Inveja e
Luxúria.

Artes Plásticas

Gosto de René Proença, Antônio Peticov, Antônio Dias, Aldemir Martins,


Ana Horta, João Manuel, Zeka Marques, Andy Warhol, Sylvinha Martins
Niarchos, Tunga, Manabu Mabe, Sérgio Hernández, Francisco Toledo,
Picasso, Van Gogh, Chagal, Toulouse-Lautrec, Velasquez, Salvador Dali,
enfim, tudo o que é bonito e nos deixa extasiados...
Renoir é meu preferido. Amaria ter um quadro seu! Sinto claridade, luz,
expressão... Parece que entro no quadro e participo da cena. Porque são
obras perfeitas!
O Mabe fazia retratos de pessoas somente uma vez a cada dez anos. Fui
premiada com um, que ocupa a parede principal de minha sala. Ele me
eternizou com seus traços firmes e perfeitos. Saudades do gênio...
A sGaleria que mais gosto é a Galeria São Paulo da Regina Boni e as do
Soho em N.Y.

Música

Música Popular Brasileira, claro!!! João Gilberto, Tom Jobim, Cazuza,


Vinícius de Morais, Gilberto Gil, Gal Costa, Milton Nascimento, Simone,
Rita Lee, Ney Matogrosso, Chico Buarque, Roberto Carlos, Paulo Ricardo,
Caetano Veloso, , Elymar Santos, amigo da nossa família e sempre dá
sorte nos comícios da Alice... Os internacionais: Frank Sinatra, Wolfgang
Amadeus Mozart, Beethoven, Maria Callas, The Beatles, Steve Wonder,
90
Rolling Stones, Madonna, Celine Dion, os três tenores (Plácido Domingo,
José Carreras e Pavarotti) e sou funkeira. Minha música funk preferida é
da furacão 2000 e adoro CD`s de música de passarinho e do mar para
relaxar.

Carnaval

Na avenida, vendo as escolas passarem. Quando desfilo, gosto de acenar


para o meu povo, principalmente os garis que dão duro a noite toda. Sinto
uma energia forte, pura e verdadeira. É um espetáculo mais bonito do que
os da Broadway, porque tem a energia do povo brasileiro e quero mais é
que o povão seja muito feliz. È no carnaval que esse povo maravilhoso
realiza suas fantasias.

Escola de Samba
Todas! Com carinho, a Caprichosos de Pilares, Mangueira, Mocidade,
Beija Flor e União da Ilha com o bom gosto do grande carnavalesco Milton
Cunha.
Mas de tudo isso, gosto mesmo é de viver, experimentar cada dia como se
fosse único! Arder. Cantar. Rimar. Sair fazendo belas coisas, amando e
agradecendo por estar viva . Arregaçar a roupa e viver em paz com todos os
gostos.
Um detalhe: Quando o Ivo Pitanguy foi homenageado pela Caprichosos de
Pilares, a minha maravilhosa amiga paraguaia Verônica Castiñera me
ensinou a sambar minutos antes da escola entrar na Marquês de Sapucaí. E
durante o desfile aconteceu um outro fato interessante. Um estrangeiro
ficou indagando quem era aquela mulher vestida de Nefertite que todos os
fotógrafos tanto se ocupavam ao invés de fotografarem a outras mulheres
que estavam semi-nuas. Ao que responderam: “Está mulher que tanto é
fotografada é a nossa des-lum-bran-te Narcisa!!!

91

Porque todo mundo já deve ter roubado um pouquinho,
seja de sentimento, de amor, de paz, de carinho, de
atenção, de dinheiro... A vida é isso, tem que seguir em
frente, levantar a cabeça, pensar no bem. A vida é a
terceira lei de Newton: ação e reação.

Minha família é religiosa. Acreditamos e amamos a Deus sobre todas as


coisas. Ao invés de só pedir, sabemos agradecer as graças concedidas, indo
à igreja, rezando. Costumo levar meus amigos à igreja, quando vêm me
pedir algum conselho, quando se mostram deprimidos e desesperados com
algo. Quando sou eu que me encontro nessa situação, faço o mesmo. É um
reconforto, uma sensação maravilhosa, o contato com Deus. Adoro
freqüentar tanto a São Judas Tadeu no Rio, quanto a St. Patrick (na 5a
Avenida de New York, no fundo da qual está a capela da Virgem
Imaculada da Medalha Milagrosa, onde acendo muitas velas – ir a New
York sem visitar essa Santa não vale nada), a da Medalha Milagrosa na

92
Rue du Bac, em Paris, a Basílica de Nossa Senhora Aparecida na Via
Dutra, perto do nosso posto de gasolina e restaurante Roseira. Aliás, meu
carro capotou em frente a essa igreja, todos voaram pela janela, menos eu.
Beijei o asfalto, sentindo que foi Ela quem me protegeu. Gosto de ir à
Basílica de São Pedro, no Vaticano e a Capela Sistina, um show de arte nos
tetos, nos afrescos, por toda a parte. Sinto muita paz de espírito nesses
ambientes.
Agora, é fundamental que nós não fiquemos de braços cruzados esperando
a boa vontade divina. Nosso Pai nos dá força, saúde, motivação, amor e
liberdade para irmos à luta, buscar nossa felicidade, realizar nossos desejos.
Mas se você não fizer nada por você, nada será possível. As pessoas
costumam se gabar de seus sucessos. Pode ter orgulho? Pode sim, mas não
se esqueça de agradecer a Deus, água benta e pretensão, cada um toma o
que quer.
Certa vez, minha irmã Alice fez uma promessa: se obtivesse aquela graça,
subiria a escada da Igreja da Penha de joelhos. Não conheço ninguém que
não tenha feito ao menos uma promessa na vida, mas que tenha cumprido...
Pois bem: Alice colocou algodões amarrados no joelho e honrou seu
compromisso. Deve ter sido duro, mas cumpriu duas vezes essa promessa.
Mas quando se obtém um presente de Deus, nada é difícil para louvá-Lo.
Qual seria a verdadeira fé? Certa vez me perguntaram minha religião. Sou
devota de São Judas Tadeu, de Nossa Senhora Aparecida, rezo todo dia
para minha Virgem Maria, o que faria de mim uma católica. Entretanto,
tenho que confessar: minha verdadeira religião, meu grande credo é a força
interior. Se você tem o coração preenchido com Deus, saberá se valorizar,
ter confiança em seus próprios passos, não titubear nunca, tomar decisões,
acreditar em seu potencial. Como conseguir essa segurança? Trabalhando,
procurando fazer o bem para as pessoas, não perder tempo com
mesquinharias, coisas pequenas, saber o verdadeiro valor de tudo. Minha
mãe costuma dizer que quem controla as emoções tem o mundo! Isso não
significa deixar de sentir ou ser uma pessoa fria, mas procurar dar a
intensidade, a medida certa para cada situação, para cada experiência.
Ainda estou tentando aproveitar essa lição mas é muito, muito difícil.
Temos que confiar em nosso potencial. Não desisto nunca de mim. Quando
coloco algo na cabeça, sai da frente!!! Quando estiver deprimido ou
deprimida, mexa-se, vá caminhar, respire fundo, ore...
Meu livro de cabeceira é a Bíblia. É ela que sempre me acompanha, que
vigia o meu sono na minha mesinha de cabeceira. Tenho uma lista de
preferidos, que, volta e meia, estou lendo e relendo: Conversando com
Deus, de Neale Donald Walsch, Inteligência Emocional, de Daniel
Goleman e Amar não adoece e "Não faça tempestade em copo d'água", que,
aliás, o que eu mais faço na vida. São livros inteligentes, interessantes, que
nos trazem idéias novas. Há muitos livros de auto-ajuda, mas poucos
realmente dizem algo de novo. Assim, deve-se fazer uma boa seleção e se
deleitar com essa literatura que veio para ficar.
93
Gosto de missas animadas. São ótimas oportunidades de mostrar que louvar
a Deus não é uma obrigação chata, mas uma alegria infinita, a realização da
alma. A música, com sua linguagem compreensível e universal, transforma
a fé em algo quotidiano na vida das pessoas, numa parte do dia-a-dia. Além
disso, atrai os jovens para a igreja, recupera seu amor a Deus, à vida. As
melhores missas são as celebradas com alegria e alto-astral pelo Padre
Zeca. Parecem uma festa.
Algumas orações para deixar seu dia mais alegre:

- Pai Nosso (a oração que Jesus nos ensinou)


- Ave Maria (vamos louvar nossa Mãe querida)
- "Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador. Se a ti me confiou a Piedade
Divina, sei que me reges, me guardas, me perdoas, me proteges e me
iluminas. Amém."
- A Oração da Serenidade: "Concedei-nos, Senhor, a serenidade necessária
para aceitar as coisas que não podemos modificar, coragem para modificar
aquelas que podemos e sabedoria para distinguir umas das outras."

Ensinei minhas filhas a rezarem e a amar a Deus desde pequenas, assim


como minha mãe me ensinou. Nada poderá abalá-las se Deus habitar seus
corações! Nada! Com Deus me deito, com Deus me levanto, com a Divina
Ave Maria do Espírito Santo.

A Política
Chega a um ponto o desrespeito no nosso país que
não sabemos em quem mais confiar. Respeitar!

Fazer algo pelas pessoas me dá muito prazer. Essa é a essência da política.


Não têm sentido um governo, um aparelho de Estado, uma hierarquização
de poderes, sem que o bem comum seja o fim maior. Político bom é aquele
que pensa no povo, que mantém contato permanente com os eleitores, que
leva o compromisso que assumiu de representar as pessoas a sério, como
uma questão moral e pessoal. Não entendo quem chega ao poder sem garra,
sem coragem, sem ideal, sem gana de mudar, de contestar e denunciar o
que estiver errado. Não me imagino política: gritaria tanto, cobraria tanto
de todos que seria capaz de enlouquecer os colegas de plenário.
94
Com essa inércia quase absoluta, nos habituamos a acompanhar tudo
acabando em pizza em nosso país. O Brasil é, infelizmente, a maior
pizzaria do mundo! Porque falam tanto do dinheiro das privatizações? E
as que não foram feitas por interesses políticos? Por que vender a Vale do
Rio Doce, a nossa galinha dos ovos de ouro, zinco, estanho? Foram para
hospitais, escolas, segurança e infra-estrutura? Ou para a luxúria e
megalomania de alguns poucos daqui e do exterior? Temos vários
exemplos de escândalos político-finaceiros jamais solucionados: o das
precatórias (onde vários estados emitiram sem qualquer amparo legal,
títulos de dívida pública equivalentes a centenas de milhões de reais) e a
ajuda absurda aos bancos falidos e desconhecidos salvos pelo PROER e por
duvidosas manobras do Banco Central. Enquanto em outros países
civilizados os escândalos normalmente envolvem milhões, no Brasil esse
patamar sobe para dezenas de bilhões de dólares, sempre pagos pela viúva,
ou seja, por nós.
A aceleração do absurdo continua: CPI dos Bancos, do Judiciário
(inacreditável a história de alguns juizes que acham dono do poder; acham
que são deuses, quando na verdade são déspotas, que se julgam capazes de
comprar jóias, carros e apartamentos caríssimos, sem provar a origem do
dinheiro) e muitas outras que surgirão. Como advogada, fico estarrecida de
ver o Judiciário sendo violentado dessa forma. O povo nem toma
conhecimento dos escândalos... E as outras falcatruas bem sucedidas
promovidas por uma elite e por políticos que sabem colocar uma máscara
bem feita nas tramóias. Quem vai punir esses maus governantes. Os meios
de comunicação na área do lazer são mestres em colocar o povo alienado
nos assuntos políticos. Enquanto isso, comunidades carentes tiveram seu
abastecimento de água cortado por pequenos atrasos de pagamento. Nós é
que deveríamos ter cortado a água da casa dos dirigentes da CEDAE, para
que, de uma vez por todas, aprendam a cumprir seus deveres básicos.
Existem só três soluções para tudo isso: educação, educação e educação. A
partir disso, um outro escândalo. Talvez, o mais sério: o quase completo
descaso e a indiferença com o ensino público. O salário de fome dos
professores me causa pânico. Pânico!!! Alunos e professores sem
motivação não constróem um futuro melhor.
Graças a Deus, ainda temos alguns poucos políticos que colocam a
humanidade acima de qualquer vaidade, procurando uma justiça social para
a população carente. Sonho com uma nova geração que transforme com
garra e determinação o Brasil em um país mais igualitário, fraterno,
solidário e justo.

A Mulher na Política

95
Coitadas das épocas que não aproveitaram as idéias magníficas das
mulheres. Somos muito mais sensíveis; sabemos detectar e relacionar os
problemas com mais sabedoria e menos arrogância. Infelizmente, poucos
são os que percebem essa realidade inquestionável. As mulheres podem
agregar mais amor e sensibilidade ao processo da res publica .
Temos que conquistar cada vez mais espaço nesse "Clube dos Bolinhas"
político-empresarial que nem sempre é o mais competente. Para tanto, não
podemos nos conformar com a predominância de engravatados no
Congresso Nacional. Sou a favor sim da obrigatoriedade de um percentual
de mulheres no Parlamento para implementar uma visão mais feminina,
ecológica e equilibrada no poder.
De minha família saiu uma grande mulher política: minha irmã Alice
Tamborindeguy. Como não admirar essa idealista, apaixonada pelo seu
trabalho, que sempre está pensando em como melhorar as condições de
vida da população, dos que a cercam? Vejo o posto de saúde que ela
construiu e mantém com recursos próprios em São Gonçalo, o segundo
maior município do Rio de Janeiro, tão carente e mal assistido. Lembro-me
também de sua lei que dispõe sobre a obrigatoriedade da matéria
"Dependência Química" no currículo escolar, ensinado ao jovem os males
que causam o álcool e as drogas ao cérebro e à vida. Como não mencionar
a lei que remunera famílias que adotam uma criança, entre tantas outras?
Tenho muita admiração por sua luta diária e incansável.
Mulheres do Brasil: apresentem-se ao quadro político.

“Estaremos sempre atrasados socialmente enquanto não usarmos todos os


instrumentos possíveis para dar a cada indivíduo condições mínimas de
dignidade – e isso inclui condições efetivas de acesso à saúde, à educação e
à habitação.”

Deputada Alice Tamborindeguy

Exemplos como esse nos mostram a capacidade inquestionável da mulher


de governar, dirigir, conduzir um país, o mundo. O único meio de o Brasil
melhorar: Mulheres para a Presidência!
Minha participação na campanha da minha irmã, junto com minha
competente e grande amiga Magda Gomes e meu cunhado Paulo Brito, que
tiveram um papel estratégico durante toda a campanha, coordenando
comícios, fazendo captação de recursos, almoços, encontros, eventos e
debates. Estas foram minhas formas de contribuir para o sucesso dos quatro
mandatos de minha irmã.

96
A POLÍTICA E O MUNDO

Em relação ao cenário internacional, o mundo reflete, neste fim de milênio,


a loucura de um século que, para mim, foi o século mais veloz da história
da humanidade. Em cem anos, inventou-se o rádio, o avião e a televisão.
No início do século começa também a era do automóvel e é descoberta a
penicilina. Duas guerras mundiais determinam o destino da humanidade. O
comunismo muda as estruturas da sociedade. Isso, para falar apenas de
alguns dos grandes fatos acontecidos em tão pouco tempo. O que seria de
nós, hoje, se eles não tivessem existido? Como seria o mundo, a
humanidade sem a interferência da mídia, em especial da televisão, que traz
os acontecimentos mundiais para dentro das nossas casas fazendo com que
eles pareçam estar logo ali? Foram cem anos de descobertas, de ideais e de
desafios que levaram o homem a acreditar que ele podia dominar tudo, até
porque ele pisou na lua, mas parece que isso não é bem verdade. Hoje, o
que a gente vê é o ser humano tentando salvar o planeta que ele destruiu:
produtos químicos foram despejados em rios e oceanos (isso sem se falar
nos esgotos); bombas nucleares foram explodidas matando milhares de
pessoas e infectando o planeta de doenças degenerativas; milhares de
florestas foram cortadas e espécies animais foram mortas, abalando o
ecossistema; homens em busca de poder, como Hitler, mandaram matar e
torturar homens, mulheres e crianças; guerras destruíram monumentos e
obras de arte. Tudo isso por causa de poder, mas sempre disfarçado como
algo que seria para o bem da humanidade. Agora, que parecia que as coisas
começariam a ficar mais lights, com as pessoas preocupadas em preservar o
planeta, procurando não cortar mais as árvores, não poluir mais os rios e
praias, não discriminar mais as outras pessoas por cor ou por religião, as
novas possibilidades da “aldeia global” (Internet, satélites e TVs por
assinatura) fazem com que a gente tenha acesso a informações de outros
povos e outros lugares, fazem com que a gente pense que a humanidade, ou
pelo menos alguns homens, não aprenderam nada com cem anos de
experiências nem sempre felizes. Quando a gente pensa, com o que se tem
visto por aí, que as pessoas estão em busca de algo mais como, por
exemplo, a busca de Deus através das religiões, surgem fatos que
desmoronam a esperança em dias melhores. Eu, pelo menos, às vezes me
sinto assim. Foi o que aconteceu em relação à guerra da Iugoslávia. Como é
que se pode imaginar que, na atualidade, os sérvios, que consideram o
Kosovo o berço da sua nação, mantenham a lembrança da derrota de seu
exército há 600 anos atrás pelos turcos-otomanos e transformem isso numa
bandeira para gerar uma limpeza étnica, tentando expulsar os albaneses dos
Bálcãs, incentivados pelo presidente Milosevic, na minha opinião outro
líder delirante como outros que o século XX criou. Como se não bastasse,
recusando os apelos da Comunidade Internacional, Milosevic insistiu em
suas idéias, levando a OTAN a bombardear o Kosovo como forma de

97
pressionar o presidente. Mais uma vez, nós assistimos à guerra pela
televisão, como foi durante a guerra do Golfo. De novo, milhares de
inocentes mortos. E o que vai acontecer com Milosevic? O que vai
acontecer com Saddan?
Mas não foi apenas na Iugoslávia que a loucura pelo poder se manifestou
nos últimos tempos. Em 1998, a Índia e o Paquistão deram um susto no
mundo realizando testes nucleares. Um ano depois, os dois países entraram
de novo em conflito e Cachemira, a região que faz fronteira entre os dois
territórios, sofre mais uma vez. É complicado entender esse território,
considerado “santificado”, fazendo testes nucleares que não tem nada a ver
com a postura religiosa de seu povo. Principalmente se a gente lembrar que
a Índia é o lugar de exílio do Dalai Lama, o grande líder do Tibete, que
deixou para trás o chamado “teto do mundo” (o Tibete) por causa da
ocupação chinesa e da perseguição aos monges budistas. Dá para entender
que o governo chinês queira acabar com a cultura tibetana, destruir sua
identidade religiosa? Pois é isso que vem acontecendo há quarenta anos. Dá
até para entender que a China seja um país historicamente comunista? O
que não faz sentido é pensar que essa atitude é outra forma de preconceito
que ainda se mantém num mundo tido como atual, moderno e
tecnologicamente avançado. Eu apoio a reação de diversos artistas e
diretores de cinema que elevaram seu protesto contra esse autoritarismo
através de filmes que mostram a beleza das tradições budistas. Mesmo que
a gente não seja budista, ou de qualquer outra religião, deve, pelo menos,
aprender a respeitá-las.
Por falar em religião, outra história ligada a isso também anda se arrastando
pelos últimos cinqüenta anos sem uma solução: é o conflito entre
israelenses e palestinos. O Estado de Israel foi criado depois da Segunda
Guerra Mundial, na tentativa de dar um lar aos tão sofridos judeus, pelas
Nações Unidas que dividiu a Palestina em dois estados: um judeu e outro
árabe. O que acontece, então, é que o povo palestino quer criar o seu
próprio estado nos territórios de Gaza e da Cisjordânia que estão sob o
domínio israelense e onde fica Jerusalém. Ora, todo mundo sabe, que os
judeus consideram a cidade o seu “solo sagrado”, portanto, será que essa
luta tem solução? O primeiro ministro Ehud Barak, eleito há pouco tempo
parece estar interessado no acordo de paz, mas, não sei não, já que entre os
próprios judeus há uma discordância sobre o assunto. Os judeus leigos
estão dispostos a ter um país nos moldes das democracias ocidentais, mas
os ortodoxos continuam afirmando que o ideal é um Estado guiado pelas
leis religiosas.
É interessante pensar que mesmo parecendo fazer parte de lugares
diferentes, religião e política estão sempre andando juntas. Um dos
acontecimentos mais importantes do século XX, a queda do muro de
Berlim, parece ter sofrido a interferência da Igreja Católica. Há pouco
tempo, o Papa João Paulo II voltou a Varsóvia, onde há 20 anos atrás tinha

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rezado pelo fim do comunismo, desafiando a ditadura e apoiando o
sindicato Solidariedade, que lutava contra o comunismo. De lá até a queda
do muro todos nós sabemos o que aconteceu e eu me pergunto: será que
esse envolvimento dos líderes religiosos com a política fizeram com que as
pessoas perdessem a confiança na religião? Acho que o que aconteceu foi
que o ser humano perdeu a confiança no homem, nesse homem do século
XX, racional, yuppie, que se considera o dono do planeta e vive em função
do relógio, e agora está procurando uma religiosidade dentro dele e que não
foi encontrada nas religiões estabelecidas. Parece que essa nova maneira de
agir levou as igrejas a procurarem novos caminhos ou até a criação de
novas igrejas e novas seitas que possam oferecer o que a humanidade está
buscando hoje. Isso também me preocupa. Será que mais uma vez o
homem está buscando soluções para os seus problemas em outros lugares
menos dentro dele mesmo? É claro que é complicado, uma vez que essa
loucura veloz do século XX não deu tempo para pensar o que estava
acontecendo em termos políticos, econômicos e mesmo pessoais. As
diversas mudanças políticas influenciaram e influenciam a vida das
pessoas. Nem bem se entendeu o que era o comunismo, o socialismo e a
democracia liberal e já temos que conviver com o neoliberalismo que
transforma a Europa em Comunidade Européia, com uma única moeda, o
Euro. Tudo isso, parece ser uma forma de tentar igualdade com a super-
potência norte-americana, dirigida por Bill Clinton que, apesar dos
escorregões na vida pessoal conduz com pulso de ferro o país do Tio Sam.
E ao falar em Clinton lembrei de dar minha opinião sobre sua mulher
Hillary. Depois de superado o escândalo Monica, Hillary. Clinton pretende
entrar para a política. Possivelmente isso será positivo, pois ela já
demonstrou ter capacidade e frieza para enfrentar situações difíceis e a
política precisa de mais cabeças femininas para as decisões.
Nesse panorama internacional, ía esquecendo de falar sobre o caso
Pinochet. Esse assunto complementa meu espanto em relação ao que
acontece no mundo no final do século. Com a decretação, pelo Parlamento
inglês, da sentença do ex-presidente do Chile, eu me pergunto: por que ele
vai pagar apenas por uma parte dos crimes cometidos? E qual vai ser a
sentença de Milosevic e do Saddan? Quem vai pagar pelos males causados
à humanidade? Afinal, que mundo é este, tão “civilizado” , tão
tecnologicamente avançado, que permite que atrocidades como as que nós
temos visto diariamente ainda continuem existindo? O que eu penso, é que
os governantes precisam parar de pensar em sua busca de poder pessoal e
pensar mais nas necessidades dos seres humanos. Afinal, todo governante,
todo líder mesmo que não queira, também faz parte da raça humana. Eu
saio do sério quando eles se esquecem disso.

99
A Mídia
A mídia é o seguinte, ela pode projetar uma pessoa como também derrubá-la.
Devemos ter muito cuidado com a mídia . Ela é ótima para promover,
divulgar, acontecer, fazer algo dar certo... Mas você tem que saber lidar com
ela. Também não pode deixar que ela lhe suba à cabeça, tem que ser frio em
relação à mídia.
Cuidado com o que se fala é muito importante, porque mesmo com gravador,
pode-se mudar o texto para dar mais impacto ao que você disse e vender mais.
Até mudam a entrevista para ficar mais engraçada, interessante ou picante.

Agradeço a imprensa que sempre me


prestigiou e aos que não interpretaram as
minhas espontaneidade o meu perdão.

Narcisa Tamborindeguy acordou


cedo, foi ao cabeleireiro, fez a
maquiagem, vestiu a fantasia, fez a
pose e está prontinha, esperando
pelo baile do Copa – que é
amanhã à noite. (JB, Danuza, 12/02/1999).

- Porque sou boa de interagir, de ter idéias, sou uma pessoa de fácil
comunicação. Sempre tive facilidade de me comunicar com os outros.

A Citröen pagou uma baba para


Cláudia Schiffer vir badalar o carro
Xsara. Contavam com ela para lotar
o Copa em big festa mesclando

100
socialites, artistas, revendedores,
clientes e correlatos. Não precisava
gastar tanto. Bastava ter, no
contexto, só a Narcisa
Tamborindeguy. Famosos chegavam
e partiam dizendo: “Vim aqui pela
Narcisa, só pra dar um abraço
nela.”(Hildegard Angel, O Globo, 09/05/1998).

Narcisa Tamborindeguy, socialite,


moradora de Copacabana – “O metrô
significa desenvolvimento, progresso,
coisa que está em faltas em falta no Rio.
Inclusive vai melhorar e muito no
transito. Discriminar os cariocas de
outros bairros é uma bobagem. Todo
mundo tem o direito de se divertir, de
fazer homenagem à Iemanjá e ser feliz. O
suburbano de hoje pode ser o
ipanemense de amanhã. O Ano Novo é
uma festa popular e, quanto mais gente,
melhor.” (O Dia, GERAL, 27/12/98).

- Coluna social acho muito importante. Presta um serviço político,


econômico, social. Mas acho que você só deve aparecer nela quando está
produzindo algo, fazendo alguma coisa interessante ou ter saído muito bonita
na foto. Senão, não interessa, se for para depreciar e gozar. Então é bom você
aparecer bela ou produzindo. Ou dando opiniões que, a maioria das vezes
eles colocam o que realmente você expressou, tentou dizer.

ATAQUE ESPECULATIVO
Estão em alta as ações da Sociedade
Anônima mais conhecido deste carnaval.
Narcisa Tamborindeguy e Verônica
Castiñera, as emergentes da farra, estão
fazendo negócios incríveis na bolsa dos
camorotes, a despeito da oscilação
cambial nos bastidores do Sambódromo!
(JB, Tutty Vasques, 15/02/99).

101
-Quando você estiver com a intenção de namorar, tira da mídia, se ela tomar
conhecimento, geralmente não dá certo.. Surgem dificuldades. Então, só
permita colocar na mídia o que você produziu ou está produzindo. E bom
evitar falar da sua vida particular e empresarial também. Quando quiser
realizar alguma coisa, guarde só para você. As festas e eventos que você
promove vazar para a mídia, só se estiver muito firme.

No dia da chegada do Papa, Vera


Fischer resolveu deixar a Clínica Solar
do Rio, em Santa Tereza, um centro de
recuperação de dependentes químicos,
para ir a uma reunião do AA (Alcoólicos
Anônimos), na Igreja da Ressurreição,
em Copacabana. Momentos antes,
quando deixava a clínica, ela foi
abordada por repórteres que faziam
plantão no local e garantiu: “Gente, eu
vou rezar.” Vestindo blusa dourada e
calça marrom, com os cabelos molhados
e uma fisionomia tranqüila, a atriz
chegou à paróquia comandada por padre
Zeca, acompanhada pela amiga e
socialite Narcisa Tamborindeguy e por
Constança Freitas, diretora do Solar
onde Vera está internada desde o dia 16
de setembro.(...). (Manchete, 11/10/1997).

- Sempre que viajo saio na imprensa internacional. Revistas como a Vogue,


revistas estrangeiras muito conhecidas.

Foi editado numa revista italiana uma


foto minha com a seguinte chamada:

“Narcisa Tamborindeguy, a destra, in


barca tra le isole. Nella pagina a fianco,
dall`alto, l`arrivo in elcottero all`isola di
Porcos grandes di Pitanguy; l`interno del
Portobello hotel appena inaugurato, che

102
sarà la novità dell`estate 1988; una via
di Paraty: la città è stata dichiarata
monumento nazionale. Sotto, da sinistra,
il campo da golf dell`hotel do Frade; una
veduta della baia; due immagini della
Pousada do Ouro, uno degli alberghi più
famosi di tutto il Brasile. Angra de los
Reis si trova 180 chilometri a sud de Rio
de Janeiro. Si raggiunge con regolari
collegamenti in aereo, oppure con
l`autostrada che porta a Santos. Tutte le
isole della baia sono ormai private; vi si
ritrovano per affari e per vacanza
imprenditori e professionisti in arrivo da
tutto il mondo”.

O meu querido Colunista Zózimo


escreveu no Segundo Caderno do O
Globo no dia 5 de fevereiro de 1997, a
seguinte reportagem titulada Que
Figura!
“Aluna de jornalismo da Faculdade da
Cidade e frequentadora lá de um curso
de férias, Narcisa Tamborindeguy foi
encarregada anteontem pelos colegas de
levar uns comes e bebes para uma festa
do curso.
Eis que, para pasmo geral dos alunos,
Narcisa (que topou logo) abriu a porta
da sala e entrou com um séquito.
Levou três garçons paramentados e um
bufê.
Foi um acontecimento”.

Na Coluna da minha querida Danuza no


Jornal do Brasil do dia 1º de agosto de
1998, escreveu:

“NASCE UMA ESTRELA”


“O Rio de Janeiro festejou Quinta-feira o
nascimento de sua mais nova estrela:
Narcisa Tamborindeguy, que fez uma
rápida aparição no Você Decide, seguida

103
de estrangulamento, e foi a melhor coisa
do episódio. Detalhe: Narci estava linda.
O jantar foi em homenagem a Roberto
Drummond e a ela mesma, claro; no hall
do elevador, num porta-retrato de prata,
a crônica Capitu, de Drummond,
inspirada na própria, e no mesmo hall
um poster de Alice, candidata a deputada
e irmã da dona da casa.
A nova turma de Narcisa compareceu em
peso: teve Eva Tudor, Débora e Paloma
Duarte, Tônia Carrero, Marcos Winter,
Fábio Barreto, Dora Pelegrino, Carolina
Dieckman, Carlos Vereza, Marcos Frota,
Stênio Garcia, Neville de Almeida, Luci,
Luiz Carlos Barreto, Isis de Oliveira e a
advogada Doracy Gomes de Lima .
Aliás, quando alguém chegava e dizia
“Oi, Isis” , ela respondia; “Declarações
à imprensa só falando com meu irmão”.
Logo Isis, que andou declarando tanto.
A antiga _ e permanente _ turma do
Solar do Rio também compareceu:
Constança Teixeira de Freitas, Maria
Clara Pelegrino, Tito Gomes. Do lado
mais social de Narcisa, digamos assim,
as vizinhas Regina Marcondes Ferraz e
Madeleine Saade, Chico Peltier, Lu
Lacerda, os irmãos Márcia e Paulo
Muller, Ana Cândida e Ronaldo César
Coelho, Silvio Guerra, o advogado das
estrelas. Circulavam também Marianna
filha de Narcisa e Nicole, filha de Alice –
as duas de salto alto, correndo atrás dos
artistas.
Narcisa caprichou, e seu début nas telas
custou caro: só da Sara jóias foram
R$15 mil, mais um vestido de Valentino,
da Dressy, US$3 mil, mais o jantar de
mestre Caruso, com salada de feijão-
branco chileno, massa com bacon,
“rosbife, lagosta e cascata de morangos,
aquelas coisas” – foi um sucesso!!!”
Mãe extremosa, depois que os últimos
convidados saíram, a nova atriz levou a
filha Marianna para dançar um

104
pouquinho no People Down, e de quebra
deu uma passadinha no jantar de
Gustavo Capanema filho, no Arpoador.
A energia de Narcisa é um capítulo à
parte na história do Rio”.

Narcisices

Durante o desfile da Caprichosos, o


sueco Anders Paulson, marido de Ana
Luiza Rego, perguntou a Paulinho Müller
e Lu Lacerda:
- Porque fotografam tanto aquela moça
toda vestida quando tem outras quase
sem roupa por perto?
Elementar, meu caro Paulson: a
vestidíssima era Narcisa Tamborindeguy,
no modelito destaque – estreando no
sambódromo, claro, porque, em outras
avenidas, Narci já é um destaque
ambulante há mui-to tem-po. (JB, Danuza,
17/02/1999).

- Porque sou uma pessoa carismática, interessante, diferente, alegre, para cima,
lunática... então as pessoas querem saber o que faço.

Narcisa decide

Um jantar com grande pompa e mitos


convidados está sendo organizado para a
noite de Quinta-feira, ‘as 21h, no flat de
Narcisa Tamborindeguy, na Atlântica. As
convidados está sendo pedida a
pontualidade mais britânica. Explica-se:
a bela anfitriã quer mostrar aos amigos
sua estréia como atriz no programa
“Você Decide”.
Narcisa interpreta uma visitante
misteriosa (a personagem não tem nome)
do Museu de Belas Artes que acaba
105
assassinada. Quem chegar atrasado
corre o risco de perder a cena. (O
Globo, Swann- Alessandro Porro, 28 de
julho de 1998).

Jornal Zero Hora de Porto Alegre


Coluna do Gasparotto, 19 de junho de 1999.

Flûte de champanha

Narcisa Tamborindeguy retornou do México, onde foi hóspede de Karin


Aleman, e entrou firme no trabalho em seu livro Ai, Que Loucura e no
programa de tevê que estréia hoje à noite, às 22h30min, no canal 28 da NET.
O programa vai se chamar Primeiro Time e terá a presença do colunista
Ricardo Boechat, entre outros nomes de evidência. Tanto o livro, cujo
lançamento nacional está previsto para outubro, quando o programa abordarão
temas variados, inclusive combate às drogas e iniciação à vida espiritual. É
claro, não faltará também uma pitada de tempero forte.

(Nota de Jornal ou revista)

- Quando sai uma nota sobre mim que é uma mentira, não faço nada, deixo a
nota ir para o inferno. Porque desmentir o óbvio! Não quero nunca mais ver
aquela nota na minha frente. É melhor nunca mais voltar ao assunto. Deixar as
pessoas esquecerem da nota é o melhor remédio. A gente tem que ter
grandeza. Saber silenciar.

- Quando me fazem uma pergunta que me agride, eu não respondo e pergunto


a mesma pergunta para ele, para ver se ele tem coragem de responder. Isso é
uma técnica inteligente que as pessoas tem que ter para se protegerem dos
maus caráteres e das pessoas ruins que tem por aí.

(Nota de Jornal ou revista)

(Nota de Jornal ou revista)

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Meu Reino
Por Um Sonho

Os dias se passaram desde que comecei a escrever este livro. Muita coisa
nova me aconteceu durante este período. Algo se redescobriu em mim. Me
vi... E fiquei revendo o que escrevera. Cochichando nos meus próprios
ouvidos... “Tira isso, vai. Ah! Como estou gostando.” E por aí fui querendo
mais até sentir que o fim chegou!...
O telefone toca, convite para uma festa... pedem que eu não esqueça de
levar meu sorriso... e a minha loucura pela alegria de viver.
E continuou com as mesmas interrogações, se só com sorriso também se
vive a vida! Sorrir e dançar espantam o diabo.

Ping Pong

- Quem dá as melhores festas no Rio?


- Narcisa – É difícil responder. Pois são várias as pessoas que recebem “avec
tout le savoir faire”.
- Na sua opinião o sucesso de uma festa depende de que?
- Narcisa - Dos hostesses e, principalmente, dos convidados.
- O que acha dos políticos?
- Narcisa - Nem toda generalização é brilhante. Há bons e maus políticos.
- Quem é o homem mais inteligente?

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- Narcisa - O Brasil tem a grande sorte de Ter vários homens e mulheres do
mais alto nível de inteligência em todos os estados.
- Quem é o símbolo sexual do mundo?
- Narcisa - Hugh Grant.
- O intelectual mais importante?
- Narcisa - Copernicus, Newton e Einstein.
- O maior mito?
- Narcisa - John F. Kennedy
- Seu escritor predileto?
- Narcisa - Kirkegaard
- Seu livro de cabeceira?
- Narcisa - A Bíblia
- Cantor preferido?
- Narcisa - Mick Jagger
- Cantora?
- Narcisa - Edith Piaf e Madonna
- O melhor filme?
- Narcisa - Perfume de Mulher com Al Pacino
- O melhor show?
- Narcisa - My fair Lady
- A personalidade do ano?
- Narcisa - ainda está para existir.
- A mulher mais bonita?
- Narcisa - Minha mãe Alice Saldanha Tamborindeguy
- A mais inteligente?
- Narcisa - Eu.
- O que é cafona?
- Narcisa - Não estar de bem com a vida.
- Quem é a mulher mais cafona do Rio?
- Narcisa - Ainda estou para conhecer.
- O que é ser vaidosa?
- Narcisa - Autoestima demasiada
- Seu perfume predileto?

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- Narcisa - Beautiful de Estée Lauder e Happy de Clinique.
- Seu tipo de roupa?
- Narcisa - Casual
- Sapatos?
- Narcisa - Chanel e Gucci.
- Maquiagem?
- Narcisa - Yves Saint Laurent
- Sabonete?
- Narcisa - Os perfumados
- Creme?
- Narcisa - Os do Dr. Ivo Pitanguy
- Pasta de dente?
- Narcisa – Email Diamant, francesa
- O melhor dentista?
- Narcisa - René Gerders, Martha Faissol e Heitor Simões
- O maior sonho de consumo?
- Narcisa - O que agrada os olhos.
- O carro de sua preferência?
- Narcisa - Ferrari Testarossa
- Dizer a data de nascimento é um problema?
- Narcisa - Não se não for a certa.
- Seu psicanalista?
- Narcisa - Marcos Gebara e Elys Chargel
- O que lhe dá muito prazer?
- Narcisa - As bem querenças e o amor físico, mas principalmente, o
intelectual.
- Sua comida predileta?
- Narcisa - Praticamente todas, desde que bem feitas.
- Restaurante?
- Narcisa - Em São Paulo – Fasano e Gero. No Rio – Hipopótamus,
Antiquarius e Harry Cipriani no Copa. Em Paris, La Tour d`Argent. Em
Nova York, Mr. Chow e Le Cirque. Em Londres, Mirabelle e Annabel`s.
- Bebida?
- Narcisa - Champanhe rosé, quando bebia.
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- O melhor lugar do Rio?
- Narcisa - Minha casa.
- Tem algum hobby?
- Narcisa - Natação e winter sports in Aspen e Gstaad.
- Algum motivo de arrependimento?
- Narcisa - Vários, principalmente quando perco a razão.
- Gostaria de fazer política como sua irmã Alice?
- Narcisa - Gostaria de ser deputada federal para ajudar as crianças
desprotegidas. Fui uma vez convidada pelo falecido Presidente da Câmara
dos Deputados Luiz Eduardo Magalhães, que falou que iria ser muito bem
vinda no PFL e iria patrocinar minha campanha. Fiquei super animada,
pena que ele virou anjo no Céu.
- O que mais admira?
- Narcisa - O Papa João Paulo II
- Seus projetos?
- Narcisa - Desenvolver meu potencial em várias atividades e educar minhas
filhas.
- Qual é o seu maior sonho?
- Narcisa - Ser feliz, ter um homem que me ame, ter um programa de
entrevistas na TV e fazer sucesso.
- Quais são os melhores cavaleiros?
- Narcisa - Alfinete da hípica de São Paulo, Doda Miranda, Rodrigo Pessoa
e Jorge Johannpeter que além de ser um dos melhores cavaleiros e criadores
incentiva os cavaleiros iniciantes e dá o seu sangue pelo hipismo. Viva o
Haras Joter com os seus cavalos Holsteiner !

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Afinal, Quem é Narcisa?

Quando Ricardo Boechat disse que Narcisa era a rainha do Copa


pós anos 80, senti de imediato que ela era realmente um ícone.
Com muita simplicidade Narcisa transgride. E ao transgredir, ela
constrói seu universo fora dos padrões estabelecidos. E vai se
construindo ao mesmo tempo em que se torna espelho para o
inconsciente coletivo.
Narcisa é uma dessas mulheres impregnadas do novo. Nela, tudo
tem a certeza do existir. A vida pulsa como uma taça de
champanhe borbulhante.
Narcisa é isso! Uma mistura liberta dos valores.
Se “toda mulher é meio Leila Diniz,” prefiro dizer que toda meio
Leila Diniz tem uma Narcisa dentro de si.

Gïlmar Chaves

4ª de Capa

“Narcisa é uma das mulheres mais excitantes que


conheço dentro de um longo tempo. Ela não é
bonita somente em seu exterior mas em seu interior
também. E, a gente só quer voltar a ter contato com
a alegria real da vida quando está em contato com
essa mulher mesmo que, por apenas alguns
momentos. Nós todos deveríamos aprender a viver
a vida com tanta celebração, como essa mulher
faz.”

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Neale Donald Walsch*

Escritor do best Seller americano Conversando Com Deus.

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