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FACULDADE DE JAGUARIÚNA

RELATIVIZAÇÃO DA COISA JULGADA

ELDER MACHADO MOURA


Orientador: Prof. Francisco Garcia

JAGUARIÚNA
2009
ELDER MACHADO MOURA
RA: 10650399

RELATIVIZAÇÃO DA COISA JULGADA


ÁREA DO DIREITO: DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Projeto de pesquisa apresentado à Faculdade


de Jaguariúna, para elaboração do Trabalho de
Conclusão do Curso de Direito.

JAGUARIÚNA
20009
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INTRODUÇÃO........................................................................................................................06
1. INTRODUÇÃO (APRESENTAÇÃO AO ESTADO DA ARTE).......................................07
2. JUSTIFICATIVA..................................................................................................................09
3. OBJETIVOS.........................................................................................................................10
4. PROBLEMATIZAÇÃO.......................................................................................................11
5. METODOLOGIA E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .......................................12
6.CRONOGRAMA...................................................................................................................13
7. SUMARIO PROVISÓRIO...................................................................................................14
8.. LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO.............................................................................15
9. REFERENCIAS BIBLIOGRÁRICAS.................................................................................16
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INTRODUÇÃO (APRESENTAÇÃO AO ESTADO DA ARTE)

Sendo certo que a Sentença só produz coisa julgada nos exatos limites do que foi
disposto nela, partindo do princípio de que ela foi decidida com fundamento em uma lide
dialética de pelo menos duas teses, por tanto, a Sentença é uma síntese do que foi outrora
discutido perante o poder judiciário, e justamente essa síntese que é capaz de produzir a coisa
julgada.
A coisa julgada é, portanto, conceituada e classificada da seguinte forma: formal e
material. Formal aquela que não discute o mérito da ação, via de regra, julgada com fulcro no
artigo 267 do Código de Processo Civil. Material aquela que discute e resolve o mérito, ou
simplesmente o resolve. Geralmente julgada com fulcro no artigo 269 do mesmo diploma
legal.
A “Relativização da Coisa Julgada” é a possibilidade de se mudar uma sentença, ou os
seus efeitos, sem a utilização da Ação Rescisória (art. 485 do CPC). Uma questão
extremamente controvertida no campo da filosofia do direito, pois mexe diretamente no
conceito de segurança jurídica e vai exatamente ao sentido de qualificar as decisões proferidas
pelo Poder Judiciário, isto é, torná-las legitimas sob o ponto de vista de um Estado
Democrático de Direito..
O ponto chave para a possibilidade de se rediscutir uma ação no judiciário, sem a
utilização da Ação Rescisória, é que a sentença não pode extrapolar o limite da realidade, bem
como as fronteiras da constitucionalidade, validade, equidade, dentre outros. Um exemplo
ocorre nas ações de investigação de paternidade, em que por não ter sido citado pessoalmente
o juiz declara o réu como sendo o pai, por revelia, e posteriormente um exame de DNA
mostra exatamente o contrário.
O autor WAMBIER, salienta ainda que “existem valores merecedores de proteção
mais acentuada por parte do sistema jurídico do que a segurança”.1 Esses valores que
deverão ser resguardados nas decisões.
Como já sustentava Pontes de Miranda, “a sentença nula não precisa ser rescindida.
Nula é; e a ação constitutiva negativa pode ser exercida ainda incidenter, cabendo ao juiz a
própria desconstituição de ofício.”2

1
WAMBIER, Luiz Rodrigues. Curso Avançado de Processo Civil. V. 1. 8ª. Ed. Revista dos Tribunais, 2006, p
507.
2
PONTES DE MIRANDA. Francisco Cavalcanti. Tratado da ação rescisória das sentenças e de outras
decisões. 5a. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1976, p. 194.
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No cotidiano da justiça, o que não falta são decisões e sentenças maculadas com
algum tipo de vício, que por vários motivos não são reexaminadas, ou se reexaminadas não
são puramente reformadas. Há uma falta de cuidado quanto a pequenos detalhes do processo,
muitas das vezes imperceptíveis perante os olhos do julgador e que depois de proferir a
sentença não a muda, ou por falta de interesse das partes ou por não entender que aquele
detalhe não levaria a decisão em outro sentido.
A relativização da coisa julgada também se aplica as sentenças decididas com
fundamento em lei ou ato normativo que, quando do momento da propositura da ação, já se
encontrava sob Ação Declaratória de Inconstitucionalidade ou outro remédio de controle de
constitucionalidade, que mesmo após o transito em julgado da sentença, declara o ato
normativo ou lei como sendo inconstitucional, ou constitucional, alterando a forma de
execução daquele processo que teve sentença resolutiva de mérito.
Essa inclusive é a previsão do Artigo 475 L, II do Código de Processo Civil, pois o
Legislador dispôs que o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados
inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação
da lei ou ato normativo tidas pelo Supremo Tribunal Federal como incompatíveis com a
Constituição Federal.
Em outras palavras, sendo declarados inconstitucionais a lei ou ato normativo, pelo
STF, ensejaria, em decisões proferidas em outros processos, em outros graus de jurisdição a
relativização da coisa julgada material das sentenças proferidas sob a égide destes mesmos
diplomas inconstitucionais.
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2. JUSTIFICATIVA

A necessidade de se discutir este tema, se calca justamente no fato de que nem sempre
as decisões do poder judiciário são coerentes e concisas entre o que se propõe ao judiciário e o
que se extrai dele.
A informatização do Poder Judiciário, bem como a crescente demanda por mais
tribunais, sobre tudo descentralizados, mais servidores e etc. só demonstra essa deficiência de
se extrair do Judiciário uma exata resposta na proporção da necessidade da comunidade.
Este fato, por si só, já seria merecedor de estudo.
Mas, o estudo ao qual este projeto se propõe está ligado apenas na qualidade das
decisões que emana desse poder, sobre tudo a possibilidade de ser possível o reexame de
ações processuais que por algum vício deixou de dar aos cidadãos o seu bem da vida. Isso
mesmo sem ação rescisória, ou até mesmo após o seu prazo legal.
Ademais, com as novas sistemáticas processuais, como nova fase de cumprimento de
sentença e execução, bem como o novo procedimento de Recuperação Judicial do
Empresário, também com o projeto de informatização do judiciário, a sistemática da coisa
julgada merece um estudo mais aprofundado.
A necessidade de equilibrar adequadamente, no sistema do processo, as exigências
conflitantes da celeridade, que favorece a certeza das relações jurídicas, e da ponderação,
destinada à produção de resultados justos
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OBJETIVOS.
Delimitar a exata proporção de quais decisões, depois de transitadas em julgado (coisa
julgada material), seria objeto de nova avaliação, por parte do Judiciário.
Demonstrar as mais varias possibilidades de relativização da coisa julgada,
conceituando-as e eventualmente demonstrando a aplicabilidade dentro do nosso
Ordenamento Jurídico.
Fazer a conexão entre as disciplinas do Direito. Demonstrando pontualmente as
devidas ligações entre os ramos do Direito.
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PROBLEMATIZAÇÃO.

A questão central é da “relativização da coisa julgada” é a seguinte pergunta, é


possível a revisão atípica da coisa julgada? A princípio a resposta é não, mas é possível e
provável que uma sentença, ao proteger um direito fundamental acabaria por violar outro ou
outros direitos fundamentais. Assim estaríamos diante de um conflito de princípios
constitucionais
Conforme dito acima, existem decisões proferidas pelo Poder Judiciário, sobre tudo
em sede de primeira instancia que são maculadas por vícios, muitos deles pequeno a ponto de
não ter influência na decisão do magistrado, mais suficiente para ensejar um reexame, e neste,
talvez, a mudança da decisão.
Vários dos vícios, ou omissões das sentenças são combatidos por meio de Embargos
de Declaração. Na prática o recurso mais indesejado para quem os recebe, no caso o juiz que
proferiu aquela decisão. Pois leva a sociedade refletir sobre o que está sendo decidido nos
tribunais, e isso influencia diretamente na idéia de segurança jurídica qual a coisa julgada
tenta proteger.
Muito combatida também a questão da Coisa Julgada Inconstitucional, aquela
manifestamente em desconformidade com a constituição, não sob aspecto geral, e sim sob
aspecto particular (controle de constitucionalidade concentrado).
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METODOLOGIA E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.

Em um assunto que é extremamente controvertido no campo do Direito, uma pesquisa


não pode se atentar apenas a o que já está escrito sobre o tema. Há, portanto a necessidade de
se fazer uma pesquisa de campo, visitando dependências do Poder Judiciário e entrevistando
Magistrados, bem como entrevistas com doutrinadores e professores para colher informações
adicionais que eventualmente não constem em livros, como exemplos e dados para o auxilio
da pesquisa.
Por tanto, a monografia será a Monografia Dialética, onde será exposto o tema, em
demonstrado nas suas mais variadas facetas e finalmente buscando responder as questões
propostas, de forma bem fundamentada e justificada.
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CRONOGRAMA.

AGENDA PROGRAMÁTICA
10/09/2009 Entrega do projeto de pesquisa
Levantamento de bibliografia e matérias
relacionados com o tema, e pesquisas
Nos meses de setembro e outubro rápidas, com fichamento, nos matérias que
não forem possíveis de ser adquiridos
(biblioteca pública)
Leitura simples, leitura sintópica e
Novembro/2009 – janeiro/2010
fichamento do material levantado.
Confecção do trabalho, bem como a
Fevereiro produção de uma resenha, que servirá de base
para o trabalho
Março – Junho Conclusão da Monografia Jurídica

A cada término de ciclo e início de outro haverá reuniões com o orientador para
discussão do tema e dos trabalhos que fora realizados e o que precisaria ser realizado

SUMÁRIO PROVISÓRIO (O DA MONOGRAFIA


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Resumo
1. INTRODUÇÃO.
2. COISA JULGADA
3. CONCEITO DE RELATIVIZAÇÃO DA COISA JULGADA
4. EVOLUÇÃO HISTÓRICA.
5. APLICABILIDADE.
6. A COISA JULGADA E A CONSTITUÇÃO FEDERAL DE 1988.
7. A RELATIVIZAÇÃO DA COISA JULGADA NOS OUTROS RAMOS DO
DIREOTO.
8. CONCLUSÃO.

LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO.
ASSIS, Araken de. "Eficácia da coisa julgada inconstitucional", Revista Jurídica, v. 301.
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BARBOSA MOREIRA, José Carlos. Comentários ao Código de Processo Civil, v. 5, Rio de


Janeiro, Forense, 1999.
DELGADO, José Augusto. "Efeitos da coisa julgada e princípios constitucionais", Coisa
Julgada Inconstitucional, coord. Carlos Valder do Nascimento. Rio de Janeiro: Editora
América Jurídica, 2002.
DINAMARCO, Cândido Rangel. "Relativizar a coisa julgada material", Coisa Julgada
Inconstitucional, coord. Carlos Valder do Nascimento. Rio de Janeiro: Editora América
Jurídica, 2002..
ENTERRÍA, Eduardo Garcia. "Justicia Constitucional. La doctrina prospectiva en la
declaración de ineficacia de las leyes inconstitucionales", Revista de Direito Público, v. 92.
HABERMAS, Jürgen Habermas. Direito e Democracia – entre facticidade e validade, 2.ª ed..
Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2003.
PONTES DE MIRANDA. Francisco Cavalcanti. Tratado da ação rescisória das sentenças e
de outras decisões. 5a. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1976.
TALAMINI, Eduardo. "Embargos à execução de título judicial eivado de
inconstitucionalidade", Revista de Processo, v. 106.
TALAMINI, Eduardo. “A Coisa Julgada e Sua Revisão. São Paulo, RT: 2005.
THEODORO JR., Humberto; e FARIA, Juliana Cordeiro de. "A coisa julgada
inconstitucional e os instrumentos processuais para seu controle", Coisa Julgada
Inconstitucional, coord. Carlos Valder do Nascimento. Rio de Janeiro: Editora América
Jurídica, 2002.
WAMBIER, Luiz Rodrigues. Curso Avançado de Processo Civil. V. 1. 8ª. Ed. Revista dos
Tribunais, 2006.
WAMBIER, Teresa Arruda Alvim; MEDINA, José Miguel Garcia. O dogma da coisa
julgada. São Paulo: RT, 2003.

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