You are on page 1of 4

Arquitetura moderna

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Arquitetura moderna é uma designação genérica para o conjunto de movimentos e


escolas arquitetônicos que vieram a caracterizar a arquitetura produzida durante grande
parte do século XX (especialmente os períodos entre as décadas de 10 e 50), inserida no
contexto artístico e cultural do Modernismo. O termo modernismo é, no entanto, uma
referência genérica que não traduz diferenças importantes entre arquitetos de uma
mesma época.

Não há um ideário moderno único. Suas características podem ser encontradas em


origens diversas como a Bauhaus, na Alemanha; em Le Corbusier, na França em Frank
Lloyd Wright nos EUA ou nos construtivistas russos alguns ligados à escola Vuthemas,
entre muitos outros. Estas fontes tão diversas encontraram nos CIAM (Congresso
Internacional de Arquitetura Moderna) um instrumento de convergência, produzindo
um ideário de aparência homogênea resultando no estabelecimento de alguns pontos
comuns. Alguns historiadores da arquitetura (como Leonardo Benevolo e Nikolaus
Pevsner), por sua vez, traçam a gênese histórica do moderno em uma série de
movimentos ocorridos em meados do século XIX, como o movimento Arts & Crafts.

O International Style, conceito inventado pelo crítico Henry Russel Hitchcock e


utilizado pela primeira em 1932, traduz esta posição de convergência criada pelos
CIAM. Com a criação da noção de que os preceitos da arquitetura moderna seguiam
uma linha única e coesa, tornou-se mais fácil a sua divulgação e reprodução pelo
mundo. Dois países onde alguns arquitetos adotaram os preceitos homogêneos do
International Style foram Brasil e Estados Unidos. O International Style traduz um
conjunto de vertentes essencialmente européias (principalmente as arquiteturas de
Gropius, Mies e Le Corbusier), ainda que figuras do mundo todo tenham participado
dos CIAM. Uma outra vertente, de origem norte-americana, é relacionada à Frank
Lloyd Wright e referida como arquitetura orgânica.

Um dos princípios básicos do modernismo foi o de renovar a arquitetura e rejeitar toda a


arquitetura anterior ao movimento; principalmente a arquitetura do século XIX
expressada no Ecletismo. O rompimento com a história fez parte do discurso de alguns
arquitetos modernos, como Le Corbusier e Adolf Loos. Este aspecto - na sua forma
simplificada - foi criticado pelo pós-modernismo, que utiliza a revalorização histórica
como um de seus motes.

Principais características
Apesar de ser um momento multifacetado da produção arquitectônica internacional, o
Modernismo manifestou alguns princípios que foram seguidos por um sem-número de
arquitetos, das mais variadas escolas e tendências.

Uma das principais bandeiras dos modernos é a rejeição dos estilos históricos
principalmente pelo que acreditavam ser a sua devoção ao ornamento. Com o título de
Ornamento e Crime (1908) um ensaio de Adolf Loos critica o que acreditava ser uma
arquitetura preocupada com o supérfluo e o superficial. O ornamento, por sua vez, com
suas regras estabelecidas pela Academia, estava ligado à outra noção combatida pelos
primeiros modernos: o estilo. Os modernos viam no ornamento, um elemento típico dos
estilos históricos, um inimigo a ser combatido: produzir uma arquitetura sem
ornamentos tornou-se uma bandeira para alguns. Junto com as vanguardas artísticas da
décadas de 1910 e 20 havia um como objetivo comum a criação de espaços e objetos
abstratos, geométricos e mínimos.

Outra característica importante eram as idéias de industrialização, economia e a recém-


descoberta noção do design. Acreditava-se que o arquiteto era um profissional
responsável pela correta e socialmente justa construção do ambiente habitado pelo
homem, carregando um fardo pesado. Os edifícios deveriam ser econômicos, limpos,
úteis.

Duas máximas se tornaram as grandes representantes do modernismo: menos é mais


(frase cunhada pelo arquiteto Mies Van der Rohe) e a forma segue a função ("form
follows function", do arquiteto proto-moderno Louis Sullivan, também traduzida como
forma é função). Estas frases, vistas como a síntese do ideário moderno, tornaram-se
também a sua caricatura.

Origens
É possível traçar três principais linhas evolutivas nas quais pode-se encontrar a gênese
da arquitetura moderna. O que une as três linhas é o fato de que elas terminam naquilo
que é chamado de movimento moderno na arquitetura, considerado o clímax de uma
trajetória histórica que desembocou na arquitetura realizada na maior parte do século
XX.

A primeira destas origens é a que leva em consideração que o ideário arquitetônico


moderno está absolutamente ligado ao projeto da modernidade, e, em particular, à visão
de mundo iluminista. Esta linha localiza o momento de gênese na arquitetura realizada
com as inovações tecnológicas obtidas com a Revolução Industrial e com as diversas
propostas urbanísticas e sociais realizadas por teóricos como os socialistas utópicos e os
partidários das cidades-jardins. Segundo esta interpretação, o problema estético aqui é
secundário: o moderno tem muito mais a ver com uma causa social que com uma causa
estética.

A segunda linha leva em consideração as alterações que se deram nos diversos


momentos do século XIX com relação à definição e teorização da arte e de seu papel na
sociedade. Esta interpretação dá especial destaque ao movimento Arts & crafts e à art
noveau de uma forma geral, consideradas visões de mundo que, ainda que presas às
formas e conceitos do passado, de alguma forma propunham novos caminhos para a
estética do futuro.

Uma terceira linha, normalmente a mais comumente entendida como sendo a base do
modernismo, é a que afirma que a arquitetura moderna surge justamente com a gênese
do movimento moderno, sendo as interpretações anteriores apenas conseqüências desta
forma de pensamento. A arquitetura moderna surge, portanto, com as profundas
transformações estéticas propostas pelas vanguardas artísticas das décadas de 10 e 20,
em especial o Cubismo, o Abstracionismo (com destaque aos estudos realizados pela
Bauhaus, pelo De Stijl e pela vanguarda russa) e o Construtivismo.
Arquitectura do ferro
O forte crescimento demográfico da europa no século XIX deu origem a grandes
transformações urbanas. O rápido e crescente processo de industrialização das cidades
européias resultou no deslocamento populacional para as grandes cidades, inchando-as
rápidamente, diminuindo a qualidade de vida e aumentando o preço dos terrenos. Esta
pressão populacional resultou no aumento das cidades em direção à sua periferia
(aumento de área), mas também no aumento da densidade próximo do centro. Esta
maior densidade no núcleo das cidades transformou-se na verticalização dos prédios.

Monet : Estação em ferro, Paris do século XIX .

Novas técnicas de engenharia do século XIX tornaram possíveis o aumento do número


de andares dos edifícios. Este fenômeno esteve ligado principalmente ao
desenvolvimento de novas técnicas de utilização do ferro. Os exemplos mais marcantes
do século XIX são as grandes estações de trens parisienses, retratadas pelos pintores
impressionistas (notadamente Monet). A mesma tecnologia era aplicada nas residências.
Outro material fruto do processo de industrialização e agora produzido em larga escala
foi o vidro.

O ferro aliado às novas técnicas de engenharia produzindo sistemas em treliça leves e


resistentes, permitiu criar estruturas cada vez maiores e mais ousadas, como longas
pontes com grandes vãos-livres (espaços entre os pontos de apoio, ou pilares) e grandes
cúpulas. Outra vantagem proporcionada pela tecnologia do ferro foi a agilidade no
processo da montagem. Outras obras que se destacam são: o Palácio de Cristal em
Londres, a torre Eiffel e, em Portugal, a ponte Dom Luis, no Porto, o elevador de S.
Justa em Lisboa e o Mercado 24 de Julho ou Mercado da Ribeira em Lisboa situado na
avenida 24 de julho.
Arquitetura Moderna

A arquitetura moderna é o reflexo das grandes inovações técnicas que começam a surgir
já no fim do século XIX. Com a revolução industrial passa-se a utilizar o ferro de
maneira nunca antes vista nas construções. Materiais como o aço e o concreto armado
dão aos arquitetos possibilidades inéditas de criação, o que faz com que este estilo se
torne completamente diferente de tudo que se viu até então. São engenheiros os
pioneiros na utilização das novas técnicas como nos arranha-céus de Chicago ou na
famosa Torre Eiffel de Paris.

A fundação da escola Bauhaus de Weimar, por Walter Gropius (1883-1969), é de suma


importância para o desenvolvimento da arquitetura moderna. Dentro do conceito da
Bauhaus o artista não era diferente do bom artesão e é a partir desse pensamento que
surge um artista até antes desconhecido, o desenhista industrial. A escola foi fechada
por ordens de Hitler, não antes de resgatar para a arquitetura sua posição de arte maior,
seus artistas, pelo menos grande parte deles, transferem-se para os Estados Unidos, onde
darão prosseguimento à sua arte.

O que melhor caracteriza a arquitetura moderna é a utilização de formas simples,


geométricas, e desprovida de ornamentação, valoriza-se o emprego dos materiais em
sua essência como o concreto aparente, em detrimento do reboco e da pintura. As
diferenciações apresentadas nessa arquitetura variam quase de arquiteto para arquiteto,
podendo-se notar semelhanças regionais, como é o caso de Frank Lloyd Wright (1867-
1959), Walter Gropius, Le Corbusier (1887-1965), Oscar Niemeyer (1907-), Ludwig
Mies van der Rohe (1886-1969), Alvar Aalto (1898-1976), que apresentam
características claramente distintas e próprias.

A grosso modo, pode-se dividir os arquitetos em dois grupos: os organicistas,


encabeçados por Frank L. Wright, que dizia que o edifício, assim como um organismo
vivo, precisa crescer a partir de seu meio, deve partir da função para a forma, ao se olhar
para uma construção desse tipo é muito fácil saber a que se destina. A obra mais famosa
de Wright é a Casa da Cascata, em Bear Run. A casa está implantada sobre a cascata,
que pode ser desfrutada de seu interior. É impressionante a integração da casa com a
natureza; já os funcionais da escola de Le Corbusier subordinam a função à forma,
porém, nos dois tipos, a forma está em harmonia com a função.

Le Corbusier é o autor do Le Modulor, conjunto de estudos que visa mesurar o homem


e suas atividades, criando assim o conceito de ergonomia, o desenvolvimento de seu
pensamento faz com que ele proponha a casa como “máquina de morar”. Sua
genialidade pode ser verificada na capela de Ronchamp, na França. A maior e mais
complexa invenção do homem, a cidade, passa agora a ser projetada de forma integral, e
não há nada mais notável do que a construção das cidades de Chandigarh, na Índia, por
Le Corbusier e Brasília, no Brasil, por Oscar Niemeyer e Lúcio Costa (1902-).

You might also like