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PSICOPEDAGOGIA
HIPERATIVOS NA ESCOLA:
O PAPEL CRUCIAL DO PROFESSOR NO DESENVOLVIMENTO DE ALUNOS
COM TDAH
HIPERATIVOS NA ESCOLA:
O PAPEL CRUCIAL DO PROFESSOR NO DESENVOLVIMENTO DE ALUNOS
COM TDAH
HIPERATIVOS NA ESCOLA:
O PAPEL CRUCIAL DO PROFESSOR NO DESENVOLVIMENTO DE ALUNOS
COM TDAH
PSICOPEDAGOGIA
Obteve o grau:_____________________________________________________
Professor Orientador:________________________________________________
Prof .
RESUMO
Este trabalho teve como finalidade trazer à tona a discussão sobre como a
abordagem de ensino de um professor pode favorecer o processo de
aprendizagem de um aluno com TDAH. A fim de analisar quais são seus sintomas
e quais os comportamentos mais comuns a pessoas com esse transtorno, foi
realizada uma revisão teórica sobre o assunto. Partindo do pressuposto de que o
conhecimento acerca desta disfunção poderá levar o professor a modificar sua
abordagem de ensino, revendo seus posicionamentos teóricos e sua prática, este
estudo revela, a partir da análise dos dados obtidos na pesquisa de campo, o que
pensa uma criança com TDAH sobre sua escola, bem como quais são as
expectativas de seus pais sobre esse contexto-situacional do qual todos tomam
parte. Ademais, este trabalho busca ilustrar de que forma torna-se possível
estabelecer uma ligação entre teoria e prática, com exemplos de atividades
didáticas adequadas para motivar alunos com TDAH a se inserirem neste
processo.
José Saramago
vi
SUMÁRIO
Introdução______________________________________________________7
1. Fundamentação Teórica______________________________________10
1.2. O diagnóstico____________________________________________14
2. Procedimentos Metodológicos__________________________________30
Considerações Finais_________________________________________41
Referências ___________________________________________________42
Apêndice ____________________________________________________43
Anexos_______________________________________________________47
7
INTRODUÇÃO
escolar.
agitada que seu cérebro parece funcionar numa velocidade três vezes mais
classe, que freqüentemente lançam mão de apelidos para designar este tipo de
aluno.
que por sua vez, desenvolvem-se muito aquém da potencialidade criativa de seu
cérebro.
8
de seus alunos com TDAH, desde a concepção de seu projeto pedagógico, sua
médica como distúrbio, pode ser cientificamente explanado conforme o que afirma
TDAH, a partir do que eles têm de melhor, ou seja, sua mente geradora de idéias,
de caso, uma vez que serão analisados dados obtidos sobre uma aluna apenas,
considerações finais.
10
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
demorou muitas décadas para chegar a um consenso sobre o que seria o TDAH,
quais seriam seus sintomas, supostas lesões cerebrais, além de seu tratamento
mais adequado.
com TDAH.
Mais avanços vieram e, com eles, diferentes taxionomias. Uma vez que
alta rotação.
como o lobo frontal, responsável por filtrar nossas ações, que no caso de pessoas
1.2 O diagnóstico
quanto ao diagnóstico sobre TDAH, desde que o profissional lance mão dos
Desatenção:
a- não consegue prestar muita atenção em detalhes ou comete erros por descuido;
b- tem dificuldade em manter a atenção no trabalho ou no lazer;
c- não ouve quando abordado diretamente;
d- não consegue terminar as tarefas escolares, os afazeres domésticos ou os deveres do
trabalho;
e- tem dificuldade em organizar atividades;
f- evita tarefas que exijam um esforço mental prolongado;
g- perde coisas;
h- distrai-se facilmente;
i- é esquecido.
Hiperatividade:
Impulsividade:
seis ou mais itens nas listas. Caso haja preponderância na primeira, o diagnóstico
1999, p. 55):
transtorno.
eficiente, a mente DDA é invadida por uma avalanche de estímulos que acabam
por desviar seu foco atentivo a todo instante.” (Silva, 2003, p.95)
focaliza como o marco na história científica desse transtorno reside no fato de que
a nossa frente, de modo que lesões nesta área podem implicar mudanças no
nos portadores de TDAH esta área tem funcionamento reduzido, chega-se a uma
imagem, como o PET ou SPECT, podem auxiliar no diagnóstico, uma vez que
funcionamento.
da qual um cérebro exposto a uma situação de opressão poderá ter como reflexo
opcional.
se sua forma de viver, pensar ou agir está lhes proporcionando uma existência
confortável ou não.”
mais para um tipo ou para outro, ora mais desatento, ora hiperativo. O que
respeitar as idiossincrasias.
apoio técnico - o que se assemelha à reabilitação citada por Mattos (op. cit.) – em
organizar a vida do paciente, como por exemplo, a criação de rotinas, nas quais
dos estimulantes, sendo sua vantagem a administração de um dose única por dia,
o que difere dos estimulantes, com mais de uma dose. São exemplos desses
paxoxetina (Aropax).
transtorno.
desses alunos em muitos casos, somam apenas quatro horas das mais de 20
semanais. O aluno ficará imóvel a maior parte de sua vida escolar, o que, no
paralelas em demasia.
21
ansiedade.
encontra-se o caso de um aluno super-dotado que, por sua vez, não se sentirá
possibilitaram que sua suposta desorganização fosse dividida entre seus vários
“eus” fictícios, cada qual vivendo um mundo diferente, um mais entediado, outro
22
Brando e Van Gogh, enumerados, também, pela autora, fazem parte do rol de
gênios – supostamente – com TDAH, visto que não se enquadravam nos moldes
dias de hoje.
Por ser desorganizado, burlar as regras – por não saber segui-las -, agir
oásis para seu problema quando passar a concentrar suas amizades entre
crianças mais novas, assim, manterá seu papel de líder, elevando sua auto-
exercícios, não conseguindo realizá-los sozinho mais tarde; cometer erros por
sobre o qual já havia estudado, pois sua atenção naquele momento fora
baixar ainda mais a auto-estima desse indivíduo, que não vê na escola motivação
neste processo.
aluno com TDAH fica sentado longe de portas e janelas, ou no fundo da sala, se a
como é o caso de cada aluno numa escola, não é mais possível aceitar
necessário que este professor conheça sobre o transtorno, para não julgá-los
equivocadamente, achando que apenas são alunos sem limites e sem educação
advinda da família.
fundados e aplicados.
configurando-se nos moldes de uma educação para o futuro, cujos alunos farão
sua relação com o meio, que a cada idade estabelecerá uma interação diferente
com seu ambiente, pois conforme os recursos de que ela disponibiliza, haverá
Considerando todos estes aspectos, Mattos (op. cit.) atenta para o fato
de que os pais e professores que convivem com a criança com TDAH podem
não deverá ser ruidoso, o silêncio será o maior aliado para o desenvolvimento da
atenção. Para tanto, faz-se necessário observar que deverá haver o mínimo de
objetos coloridos, que poderão distrair a criança. Adicionalmente, este local deve
deveres de casa, ou na escola, deliberando com ela sobre a forma como o estudo
se torna mais fácil pra ela. Essa é uma tarefa que sempre fará parte da rotina de
liberdade de se acomodar para o estudo da forma que lhe seja mais confortável,
intervenções para que esta adote uma postura mais organizada, sentando-se em
na criança com TDAH ao longo dos anos escolares, é fundamental que as tarefas
alternadas com atividades prazerosas. Por exemplo, se ela adora jogar video-
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game, no entanto tem várias lições de matemática para fazer, vale a pena alternar
as duas atividades como se uma fosse o descanso da outra: joga video-game, faz
lazer vai , levemente, diminuindo, embora não possa ser totalmente descartado.
Todo o trabalho de apoio técnico será em vão, caso não seja respeitado
concentra por míseros 10 minutos, nada mais prático do que estabelecer vários
que não é a dela, pois não sabe ainda o que é se concentrar, porque
de uma pesquisa, será importante dosar estas tarefas em etapas, desde que
com a criança, por exemplo, um capítulo por semana, uma página escrita por dia.
estudo, que não deve tentar competir com o horário de atividades prazerosas
criança, visto que, com este prazo menor, haverá maior possibilidade de
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cansada, não será possível que memorize coisa alguma, nem como se
insistir para que a criança memorize dez conceitos concomitantes, todavia, deve-
se, ir aos poucos. A melhor dica deste autor vai totalmente ao encontro do que
motiva um aluno com TDAH: “use desafios para ver quem memoriza mais,
2004, p.91)
30
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Cruzes, situada na região da grande São Paulo, numa escola da rede municipal
unidade escolar – Profª Ana Lúcia Ferreira de Souza – sendo que seus pais
social de Aninha.
31
atividades já realizadas com esta aluna no decorrer do ano letivo, nas quais ela
obteve grande êxito. Daí as sugestões de três atividades práticas para aulas mais
Essa preferência pelo lúdico faz sentido quando se fala de alunos com
TDAH, pois durante as brincadeiras ela podia gastar toda sua energia acumulada
33
sobre a escola:
Uma conversa típica com uma criança com TDA durante um diagnóstico de avaliação
Pode ser mais ou menos assim:
__ O que você pensa da escola?
__ Eu não gosto dela.
__ Do que você não gosta nela?
__ Ela é chata.
__ O que é chato nela?
__ As lições.
__ Qual é sua matéria favorita?
__ O recreio.
fora abordado anteriormente, crianças com TDAH têm maior dificuldade para
lidar com frustrações e se relacionar com um grupo. Aninha não se faz de rogada
ao dizer:
“__ Não. Porque eles fazem muita bagunça. Quando eles gritam, eu fico com
dor de cabeça e você também, professora.”
diz:
autores no capítulo 2, visto que, quando as atividades ficavam difíceis para ela,
devido ao estresse, por achar que não conseguiria realizá-las, Aninha sentia
citado, meses atrás disse que ela não sabia fazer nada direito. Essa fala ecoa até
hoje na memória dela, que, usualmente, classifica suas lições como feias, seus
compreender por que suas lições não ficam iguais as dos outros, e por que ela
tanto por parte dos pais, que, aos poucos, poderão esclarecer sobre o transtorno
para seus filhos e, principalmente, por parte da escola onde esta criança está
matriculada.
ela cita algo para ela recompensador, visto que depois de algumas semanas de
de ensino para que o professor possa atingir todos os alunos, cada qual com
estímulo para gostar de lições que antes considerava mais chatas. A multiplicação
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Aninha respondeu a última pergunta, cuja resposta confirmou seu jeito de ser,
crianças com TDAH em relação aos colegas, passando pelo que Silva (op. cit.)
representou com muitas guloseimas, que são uma espécie de válvula de escape
maior confiabilidade e validade sobre dados obtidos, visto que diversos fatores
podem alterar as respostas dadas por uma criança numa entrevista “chata e
responsável, que sentiram certa angústia e tristeza, não por sua filha ser
hiperativa, mas por causa da medicação que lhe fora administrada. Sua reação foi
Quando mais nova, Aninha foi sempre muito agitada, com dificuldade
para manter a concentração e com um nível de ansiedade muito alto. Até hoje, os
pais relatam que a aluna faz queixas sobre alguns colegas de classe - o que
confere com a entrevista já analisada -, além de reclamar das aulas, para ela,
muito monótonas. Quanto aos colegas, pela falta de compreensão com ela,
quanto às aulas, Aninha se queixa aos pais de ter que ficar muito tempo sentada
na sala de aula.
necessidades de sua filha, ressaltaram que seria ideal tanto a escola quanto os
criança hiperativa.
importância o que sentem tanto o aluno quanto sua família, no tocante à situação
que vivem no contexto do TDAH, sendo que suas falas poderão ser
caminho.
logo, sua formação acadêmica, científica e pedagógica, não poderá mais ser
negligente.
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quais ela obteve bastante êxito, pois conseguiu participar e contribuir com o grupo
criatividade.
Aninha, visto que também é motivada a ler em casa pelos pais. A confecção das
máscaras foi o momento em que ela mais se divertiu. Quanto à dramatização, foi
difícil para ela manter a concentração e memorizar sua pequena fala, pois ficava
Cada criança recebeu uma cópia deste texto, onde também se encontrava uma
Sousa, a Mônica Lisa, de modo a entenderem que cada pessoa tem sua visão de
mundo para interpretar o que vê, demarcando tudo que faz com suas crenças,
cultura e sentimentos.
Após isso, cada aluno participou da confecção dos quadros, ora como
modelo, ora como pintor. Nesse momento, Aninha conseguiu permanecer por 15
modo sucinto, foi de demonstrar que o professor pode optar por auxiliar seus
alunos portadores de TDAH, de sorte que ele se sinta parte integrante das aulas,
como sujeito ativo no seu processo de aprendizagem, sendo que, com atividades
CONSIDERAÇÕES FINAIS
professor a solução de parte dos problemas enfrentados por alunos com TDAH,
favorecê-los pedagogicamente.
não venham mais a ocorrer. Torna-se claro que, se o aluno age como age, há
uma razão biológica para tal, que por sua vez, escapa ao seu controle, sendo
vital, para que sua saúde mental seja preservada, que o professor saiba o que
criança com esse transtorno mostrou-se crucial, devido à confiança que a aluna
passou a creditar na escola, que mesmo sendo chata para ela, tornou-se uma
trabalho de outros colegas que, porventura, lecionem para crianças com TDAH,
REFERÊNCIAS
APÊNDICE
44
Nome:
Data de nascimento:
Parentesco com o aluno:
1- Como você obteve o diagnóstico de seu (a) filho (a)? O que você sentiu na ocasião?
Qual foi sua reação?_______________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
SIM NÃO
professor (a)
diretor (a)
amigos
outros médicos
familiares
3- Como foi a infância de seu (sua) filho (a)? Ele (a) apresentava algum comportamento
que lhe chamava a atenção? Descreva:__________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
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4- Você recebia algum tipo de reclamação sobre o comportamento de sua filha na escola?
Quais eram os problemas mais comuns?_________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
a escola
professor (a)
diretor (a)
colegas de classe
as aulas
funcionários (as) da escola
6- Qual sua opinião a respeito das escolas atuais e a maneira como encaminham seu
trabalho nos casos de alunos com hiperatividade?_________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
7- Que sugestões você daria à escola e aos professores de seu (sua) filho (a) para melhor
atenderem às necessidades educacionais dele (a)?_________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
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NOME:
IDADE:
SÉRIE:
ANEXOS
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Certo dia estava a Ariramba (martim-pescador) no seu ofício de pescar na beira do rio, quando viu
chegar a Boiçununga Maracabóia (cascavel) chocalhando seu maracá.
Desconfiada que a Boiçununga Maracabóia viesse com fome e quisesse devorá-la, prudentemente a
Ariramba voou para um galho ali perto e falou:
___ B´as tarde, Boiçununga, já ´moçou hoje?
___ B´as tarde, Ariramba, já ´mocei sim -– disse a cobra – e hoje até que estou sem fome. ___ E
sacudiu seu maracá: xique, xique, xique.
A Ariramba, que não é taioba nem banana, mesmo assim ficou lá no alto do galho, de olho nos
piras que passeavam pelo rio.
Lá pelas tantas, passou um pira gordão e a Ariramba despencou do galho feito uma flecha e fisgou
o pira no bico. Mas, como estava ainda preocupada com a Boiçunumga, distraiu-se ao voltar pro galho e
deixou cair o peixe na prainha onde ela estava.
Boiçununga não vacilou, deu um bote, abocanhou o pira e engoliu-o de uma só vez. A Ariramba
ficou uma fera. Voou para cima da cobra pra ver onde estava o coração dela. Quando achou, deu uma
bicada bem no meio do coração da Boiçununga e voou.
Mas a cobra, peçonhenta, antes de morrer atirou longe o seu maracá, que acertou bem no traseiro
da Ariramba. É por isso que até hoje a Ariramba dá aquelas viradinhas como quem leva uma pedrada. Quem
se arrisca muito perto de cobra tem que cuidar do rabo.
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Um belo dia o Guará resolveu pôr à prova a bicharada e ver se sua esperteza já dava para garantir-
lhe o título de rei dos animais.
Saiu e perguntou à onça:
___ Quem é o rei dos animais, quem é que manda aqui?
A onça matreira, apesar de mais forte, pensou: “Aí tem safadeza”. E respondeu:
___ É você, Guará; é você.
E foi atrás pra ver o que ia acontecer.
Dali o Guará foi para a toca da anta e depois do coelho e assim por todos os bichos da floresta.
Quando já havia com o Guará uma grande matula de bichos, ele chegou à árvore onde mora o
macaco e a este perguntou a mesma coisa.
Como o macaco estava de muito mau humor, nem conversou; pegou o Guará pelo rabo, girou, girou
girou sobre a cabeça e jogou-o longe.
Quando o Guará caiu no chão, a bicharada já estava toda ali para ver o que ia acontecer.
Mas o Guará, que não é bobo, não se apertou e disse:
___ Mas que ignorância! Se ele não sabia a resposta não precisava engrossar, bastava me
perguntar, que eu dizia.
E os bichos todos concordaram.
Se você quer manter a realeza tem que manter sempre a pose, mesmo quando faltar a força.
FONTE: Murat, Heitor Luiz. Morandubetá: fábulas indígenas.Belo Horizonte: Editora Lê, 1993.
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Principais obras,
Artes Plásticas, Renascença suas invenções, pinturas, projetos científicos.
Fonte: http://www.suapesquisa.com/leornardo/
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