You are on page 1of 6

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO I

PROFESSOR: OSTERNE MAIA

BEHAVIORISMO E EDUCAÇÃO

EQUIPE: ANA CECÍLIA COUTINHO E ODILON DUARTE

Com este trabalho, abordaremos os conceitos da análise do comportamento


referentes ao ato de educar e a educação formal, relacionando com o contexto atual
da educação no Brasil, tanto no âmbito público quanto privado. Será apresentado
em forma de seminário, onde pretendemos por reforço natural, discutir questões
pertinentes que possam vir a melhorar qualitativamente nossa posição como alunos,
auxiliar na reflexão do professor em sala de aula, além de, por meio do reforço
arbitrário atingir uma boa nota, reflexo do nosso desempenho teórico e oral.

O Behaviorismo é uma filosofia da ciência do comportamento, que deixa de lado


qualquer preopcupação com coisas sobrenaturais ou que não possam ser
diretamente controladas e observadas. Tem início com os estudos e experimentos
comparativos de I. P. Pavlov (1849-1936) e desenvolvimento como ciência
pragmática com B.F.Skinner (1904-1990).

Para Skinner, o problema do mentalismo não é supor a existência de estados


mentais, ou de sentimentos, mas na atribuição de um status causal a eles. Nega
como origem, início ou causa do comportamento e explica que quer enquanto
estados corporais ou enquanto comportamento, essa relação se dá a partir de
condições existentes fora do homem, no ambiente com o qual se relaciona.

"Nenhuma descrição do intercâmbio entre organismo e meio ambiente está


completa enquanto não incluir a ação do ambiente sobre o organismo depois
da emissão da resposta. (Skinner, 1980, p.178)"

Seu foco de interesse está "no comportamento que produz algum efeito no mundo
ao redor" (Skinner, 1974, p.40), o qual é denominado comportamento operante para
enfatizar o fato de que "o comportamento opera sobre o ambiente para gerar
consequências"(p. 40) e afirma "não mais olhamos para o comportamento e o
ambiente como coisas ou eventos separados, mas para a interrelação entre eles.
Olhamos para as contigências de reforço"( 1980, p.182).

Educação e ensino não são palavras sinônimas, mas uma não exclui a outra.
A educação é um processo de socialização e aprendizagem encaminhada ao
desenvolvimento intelectual e ética de uma pessoa.

Quando esse processo de socialização e aprendizagem se dá nas escolas, dizemos


que há ensino.

Na perspectiva da Análise Comportamental, a educação deverá transmitir


conhecimentos, comportamentos éticos, práticas sociais, habilidades consideradas
básicas para manipulação e controle do mundo/ambiente. A educação tem um
poder, enquanto o ensino é o arranjo e planejamento de contigências de reforço sob
as quais os estudantes aprendem.

Defendendo a construção de uma ciência do comportamento humano que possibilite


a rigorosa compreensão da natureza humana, tomando o comportamento como
objeto de estudo científico Skinner constrói em uma de suas análise o foco para
questão do ensino e busca a formular um método, com base em princípios
plausíveis e em procedimentos rigorosos, podendo assim superar os problemas
relativos ao ensinar.

Tomar o comportamento como objeto de estudo científico pressupõe que "o


comportamento é ordenado e determinado" (Skinner, 1974, p.13) contudo, em
nenhum momento este autor considera o método de ensino como um aspecto em si
mesmo, isolado de outros elementos fundamentais relacionados à prática
pedagógica, nem o vê de modo descontextualizado, separado de seus determinante
mais gerais e independente dos indivíduos que o constroem ou executam. Assim
sendo, não é possível entender de modo restrito as formulações de Skinner,
tomando-as apenas como a proposta de uma tecnologia para um ensino eficiente,
sem ter em conta que tal proposta só ganha sentido se considerada à luz de outros
aspectos fundamentais envolvidos no ensinar - o que ensinar, para quem ensinar,
para que ensinar e quem ensina - contemplados em sua análise e indispensáveis
para o planejamento do como ensinar.

"Ensinar é arranjar contigências de reforçamento que agilizem a


aprendizagem. Aprendizagem ocorre sem ensino, felizmoente, mas com
contingências melhoradas acelara o processo e podem mesmo gerar
comportamento que, de outro modo, nunca aparaceriam (...) não podemos
simplemente esperar que nosso aluno se comporte de um dado modo (...)
para reforçá-lo. De um modo ou de outro nós precisamos eva-lo a se
comportar."( Skinner, 1972b, p.218)
O professor deve ter um papel ativo no arranjo dessas contigências para que leve o
aluno a se comportar - de forma ativa também - e possa responder ao
comportamento apresentado por meio do reforço positivo. É válido ressaltar a
importância desse arranjo visando a individualidade dos alunos e assim, podendo
identificar as possíveis falhas e otimizar os acertos na metodologia utilizada.

Um ensino não planejado impede a identificação de suas próprias falhas e impede a


crítica e a revisão do que é feito sob o nome de ensino e gera perigosos
subprodutos, como a atribuição de culpa aos alunos e a falta de responsabilidade
daquele que ensina em relação ao processo e ao produto do seu trabalho. A
dificuldade em arrajar as chamadas contingências instrucionais tem-se evidenciado
que pelo uso abusivo do controle aversivo na educação, quer pela insistência na
utilização de reforçadores naturais em sala de aula, práticas reveladoras de uma
incompreensão da natureza da atividade de ensino.

O professor não ensina; ele simplesmente atribui ao aluno a


responsabilidade de aprender. O estudante deve ler livro, estudar textos,
realizar experimentos, frequentar aulas e ficar responsável por fazê-los no
sentido de que, se não relatar corretamente o que viu, ouviu, ou leu sofrerá
consequências aversivas (Skinner, 1968, p.99; 1972a, p.95).

Outro aspecto problemático do sistema educacional é a utilização desenfreada e


exacerbada do controle aversivo. No passado existiam formas de castigo corporal ou
ridicularizando o aluno. Atualmente há métodos mais sutis e não menos eficientes,
para punir os alunos como perda de privilégios, trabalhos forçado, ostracismo e
trabalhos extras em classe ou para casa. O ato de atribuir tarefas e atividades extras
para o aluno, reflete explicitamente como o ato de estudar é punitivo, contrastando
com o ideal educacional de ensinar. O ato de punir não ensina nada, não acrescenta
nenhum novo comportamento, apenas tenta suprimir o comportamento indesejado.
Essa prática disseminada nas salas de aula, que se instala e se mantêm na medida
em quem são reforçadas por seu efeito imediato nítido: a redução na frequência do
comportamento indesejado do aluno.

O comportamento de punir do professor, é reforçado negativamente pela retirada


imediata do estímulo aversivo, por exemplo: alunos conversando, o professor
seleciona alguns e retira de classe. Houve a retirada imediata do aversivo e assim
ele pôde prosseguir com a aula. Esse comportamento do professor é também é
reforçado culturalmente, pela esteriótipo do bom professor ser aquele que reprova, é
exigente, não dá tempo livre aos seus alunos.
Não é difícil explicar o uso do controle aversivo. O professor pode arranjar
facilmente contigências aversivas; sua cultura já lhe ensinou como fazê-lo
(...) o controle aversivo é, sem dúvida, sancionado em parte porque é
compatível com as filosofias do governo e religião prevalecentes. ( Skinner,
1968, pp.101-102; 1972a, pp. 96-97).

O uso generalizado do controle aversivo, marcante nas interações entre professores


e alunos na escola e, mais amplamente, as interações entre os homens e suas
relações sociais, gera como grave subproduto os comportamentos identificados pela
análise do comportamento como fuga e esquiva. Aprendendo esses padrões, com
intuito de amenizar ou diminuir a frequência do aversivo, os alunos podem vir a
diminuir seu repertório comportamental, tornando-se seres passivos, ou a
apresentar formas de contra-controle. Alguns comportamentos exemplificados como,
atraso nas aulas, redução na frequência, ou simplesmente abandonar a escola são
formas explícitas de fuga e esquiva; de modo mais sutil o aluno pode fugir/esquivar
ficando desatento, não respondendo quando solicitado, não participando nas
atividades ou colando nas provas.

Se as pessoas não podem fugir ou esquivar-se, elas descobrirão uma outra


maneira de acabar com punições ou ameça de punição; elas aprenderão
como controlar seu controladores. (Sidman, 1995, p.224)

Comportamentos como se relacionar com seus professores de forma indelicada,


irreverente e até mesmo rude, chegando, em algumas situações, a serem violentos,
que praticam atos de vandalismo contra prédios escolares, que ciriticam aberta,ente
ou veladamente o trabalho alí desenvolvido, chegando alguns a adotar uma postura
que Skinner denomina "anti-intelectualismo": "um ataque generalizado a tudo que a
educação representa"(Skinner 1968, p.98)

O uso do reforço natural é preferível ao uso do reforço arbitrário, pois não há


necessidade de terceiros para reforçá-lo, ememplo: o aluno que estudo por
"interesse" no assunto ou o "prazer" de estudar. Identificamos alguns limites para os
reforçadores naturais, um deles é a impossibilidade de trazer para sala de aula tudo
aquilo que se passa na vida cotidiana e a outra refere-se a ocorrência do reforçador
natural pode ser tão demorada que ele perde sua eficácia."Ao melhorar o ensino, é
menos importante encontrar novos reforçadores do que planejar melhores
contingências usando os reforçadores já disponíveis" (Skinner 1968, p.155) ou ainda
"o importante não são apenas as coisas reforçadoras que o aluno consegue, mas os
modos pelos quais elas são contingentes a seu comportamento". (Skinner ,1978,
p.135)

Mais uma vez, Skinner ressalta a importancia para um planejamento de como


ensinar por parte do professor, não apenas o planejamento de que matérias
explanar, deve ficar atento as contingências e reforçá-las. O reforço arbitrário pode
ser utilizado como um método a se chegar ao reforço natural, pois o aluno reforçado
arbitrariamente, ele se expõe a contingências que poderá vir a ser reforçado de
forma natural.

Considerações finais

Um sistema no qual os alunos estudam principalmente para evitar as


consequências de não estudar não é um sistema humano e nem produtivo.
(Skinner, 1978, p.143)

Observamos as críticas apontadas ao sistema educacional no brasil, ressaltando o


posicionamente

Falar em educação significa fala em um sistema que contempla, em uma ponta, as


relações imediatas entre professor-aluno e aluno-aluno dentro de uma sala de aula,
e, na outra, o quadro político econômico. Goldemberg conclui que o problema maior
não está na evasão, mas na repetência. A inadequação do currículo, a
incompetência dos professores vinculada a metodologia de ensino e o salário
recebido pelos professores.

Porque o ensino não tem sido eficiente? Professores tem atribuído o fracasso dos
alunos os próprios alunos e sua famílias. Criação de ambientes estimulantes e
adequados de aprendizagem é uma das funções dos professores. Ao oferecer
condições iguais para grupos que não são iguais, a escola reforça as diferenças
sociais originais.

Alguns princípios para o ensino da análise do comportamento apontam: manter o


aluno constantemente em atividade, prover conseqüências reforçadoras para o
comportamento do aluno evitando ao máximo conseqüências aversivas, pois geram
comportamento de fuga/esquiva e inibem o comportamento punido, mas não
ensinam, não instalam repertorio produtivo.

A liberação de conseqüências positivas demandam do: conhecimento individual de


cada aluno, atenção do professor contingente a comportamentos desejáveis, o
compromisso do professor com a aprendizagem do aluno e se não for possível
demonstrar que o aluno está aprendendo, a função do professor assemelha-se à de
um orador sem publico ou cujo público não está receptivo a ele.

É necessário tentar chegar o mais próximo possível do acompanhamento de cada


(ou de grupos de) aluno estando atendo as contingências presentes, ao
comportamento que se pretende obter sem esquecer que este depende do
comportamento que o professor apresenta.

You might also like