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EXMO. SR. DR.

JUIZ PRESIDENTE DAS TURMAS RECURSAIS DO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA BAHIA.

RECURSO INOMINADO No.


PROCESSO N.º: 032.2010.010.265-9
AUTOR: CECILIO ALMEIDA MATOS

COMARCA DE SALVADOR-BA

CECILIO ALMEIDA MATOS, por seu procurador infra-assinado, nos autos da


AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS interposta, irresignado, data
vênia, com o acórdão de fls. _____ A ____, vem, respeitosamente, interpor o
presente RECURSO EXTRAORDINÁRIO para o excelso SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL, com fundamento no permissivo contido no artigo 102,
inciso III, alínea “a” da Constituição Federal, ante as seguintes e
fundamentadas razões.

Requer, pois, admitido e processado o tempestivo recurso,eis que intimado em


24/05 e conforme publicação do diário do poder judiciário da data de 03/06 o
SISTEMA PROJUD estaria suspenso, devolvendo-se os prazos na
segunda feira (06/06),assim sendo, suplica se digne V. Exa. em determinar a
remessa dos autos ao Tribunal ad quem, a fim de que nova decisão seja
proferida.

Nestes termos, pede deferimento.

Salvador – BA, 03 de Junho de 2011.

JOSÉ ANTONIO VIANA


OAB/BA 15114
EXCELSO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.

Colenda Turma Julgadora


Eminente Ministro Relator

RECORRENTE: CECILIO ALMEIDA MATOS


RECORRIDOS: ATIVOS S.A SECURITIZADORA DE CRÉDITOS E FINAICEIROS

ORIGEM: TURMA RECURSAL - TJBA

RAZÕES DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Em que pese a cultura e o notório saber jurídico dos ilustres componentes da


Turma Recursal do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, impõe-se a reforma
do v. Acórdão recorrido, pelas razões de fato e de direito aduzidas a seguir.

PRELIMINAR

DA REPERCUSSÃO GERAL DAS QUESTÕES CONSTITUCIONAIS


DISCUTIDAS NO CASO

De acordo com o disposto na § 3º. do art. 102, da Constituição


Federal¹, o recorrente salienta que a presente demanda trata-se de questão
de grande repercussão, visto se tratar de discussão acerca da possibilidade
ou não de manutenção de cessão de crédito a terceiros,por parte de
instituição bancária do governo, sem que se proceda a notificação, em
cumprimento ao artigo 290 do código Civil pátrio e desta forma autorizando
ao cessionário o cadastramento dos dados do devedor em órgãos de
proteção ao crédito,submetendo-o a constrangimento,bem como a
verificação de cumprimento de exigências perante instituição bancária
estatal para que adimplido o débito, seja o cessionário do crédito
responsabilizado.

ISSO porque, tem sido contumaz que empresas de cobranças exorbitem o


exercício regular de direito e promovam constrangimentos em função da
negativação indevida, por força da cessão de credito junto a intuições bancárias
do governo,tais como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, conforme
preceito inserto em seu artigo 173,Inciso V, §4. Assim, não é possível que a
instituição bancária que já é beneficiada com lucros exorbitantes e descomunais
e em determinado momento, quando até poderia promover a execução do valor
devido, cede este mesmo crédito a terceiros,promovendo nova inflação no
marcado e causando prejuízo moral e por vezes material ao consumidor, nos
casos inclusive ,em que as dividas estão quitadas e que a cessão de crédito não
poderia ser documentos hábil para macular o nome dados de consumidores junto
ao serviço de proteção ao crédito. É notório que no país inteiro de norte a sul,
começam a invadir os Tribunais ações judiciais de reparação por danos morais
por conta da usura perpetradas pela empresas de cobrança associadas á
instituições bancárias, pior, bancos oficiais.

DO PREQUESTIONAMENTO, EM SEDE DE EMBARGOS DE


DECLARAÇÃO:

Motivada foi a manifestação de pré questionamento argüida em sede de


embargos de declaração,cujas sustentações não foram objeto de
enfrentamento e julgado fundamentado.

DO PEDIDO DE RECEBIMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO,


EXCEPCIONALMENTE, EM SEU EFEITO SUSPENSIVO, COM A MANUTENÇÃO
DE LIMINAR DEFERIDA:

AINDA permanece presentes os requisitos ensejadores para


manutenção de liminar deferida junto o Juízo monocrático, ante a
indubitável constatação de que a sua não manutenção acarretará ,como já
acarretou uma vez primeira vez, prejuízo irreparável ao recorrente, quando por
conta da negativação o Recorrente ficou impossibilitado de realizar o crédito
educativo junto á sua Faculdade.Neste sentido o STF se pronunciou
favoravelmente quando entendeu ser cabível o deferimento de liminar em
Recurso Extraordinário no processo AC 1801 QO/DF, rel. Min. Celso de Mello,
16.10.2007. (AC-1801), asseverando que “...No caso, o aludido recurso
extraordinário fora interposto contra acórdão do TRF da 1ª Região que reputara
incabível, nos termos de seu regimento interno, agravo regimental de decisão que
confere ou nega efeito suspensivo em agravo de instrumento. Inicialmente,
enfatizou-se que esta Corte, em caráter excepcional, tem admitido o afastamento,
hic et nunc, do art. 542, § 3º, do CPC, em hipóteses nas quais a decisão
questionada possa gerar prejuízos processuais irreparáveis ou a prática de atos
processuais desnecessários, ou, ainda, quando possa causar à parte lesão
grave e de difícil reparação....”. (grifado)

Ora pois, a liminar foi deferida, nada mais justo do que mantê-la,
para não causar dano irreparável á parte.

Assim, per missa Vênia, o Recorrente pleiteia seja deferida a


manutenção da liminar concedida em sede de Juízo monocrático, ante a
indiscutível risco da dano irreparável, vez que subsistem os requisitos
ensejadores para o deferimento do pleito, ou seja plausibilidade jurídica,
perigo da demora e fumaça do bom direito.

SINÓPSE DO OCORRIDO:

CECILIO ALMEIDA MATOS ajuizou a presente ação de


indenização por danos morais em razão de terem seus dados pessoais
incluídos no Cadastro de Negativação (SPC/SERASA),afirmou em sede de
exordial que nada devia à Recorrida e que, a cessão de crédito celebrado
entre a Recorrida e o Banco do Brasil, não refletia a verdade dos fatos, uma
vez que em síntese o argumento da cobrança que supostamente justificaria a
inclusão dos dados do Recorrente dera-se em nome de pessoa jurídica cujo
CNPJ aparecia em destaque (CNPJ de Número 40631392/0001-01), sendo
desta forma reconhecido pela própria Recorrida,em sede de contestação, não
podendo se confundir a pessoa física do Recorrente, com a empresa, pessoa
jurídica do mesmo.

A liminar foi deferida, para afastar o prejuízo suportado pelo


Recorrente/autor e assim retirar do cadastro negativo (SPC E SERASA) o
nome e os dados do Autor.

Vindo o decisum primário, o Juízo monocrático, entendeu pela


improcedência do feito, aduzindo em seu julgado que:

“...No MÉRITO, da análise dos presentes autos,


verifica-se que não assiste razão à parte autora em
seus pleitos. Vejamos.

De regra, o sistema judiciário não se compadece


com pedido de indenização por danos morais,
quando a situação fática revela que o consumidor,
por inadimplência, deu azo a protesto de título ou
negativação de seu nome nos órgão de proteção ao
credito, vejam-se os precedentes:...”

E continuou:

...“...Isto posto, julgo IMPROCEDENTE os pedidos formulados


na exordial, por absoluta falta de amparo legal, e por entender
que a negativação perpetrada pela ré trata de regular
exercício de direito. Declaro extinto o processo, com resolução
do mérito....”

Da Sentença, foi interposto os embargos Declaratórios com efeito


modificativo alegando-se em curta síntese que:

Não bastasse as sólidas explanações apresentadas pelo Recorrente, a


Recorrida, sob a estapafúrdia alegação de garantia do sigilo bancário, não
juntou uma única prova se quer que desse margem á negativação, ou seja
não juntou o CONTRATO CELEBRADO ENTRE O RECORRENTE E O
BANCO DO BRASIL.

A discussão tange-se entre a negativação formulada por terceiros (in


caso a Recorrida) e o fato de que para fazê-lo (negativar) ,o fez sem a
apresentação do contrato bancário, fazendo-o ainda contra o
Recorrente,usando o CPF do mesmo e não o CNPJ, da empresa do
Recorrente.
Neste limiar de cognição explana-se ainda, Eméritos Julgadores, o fato
in contesti de que uma vez requerida a inversão do ônus da prova e não
apreciada pelo Juízo “ad quo” imputa-se ao Recorrente uma divida inexistente,
fundada tão somente em uma DECLARAÇÃO de cessão de crédito,cujo título
creditício não fora juntado aos autos e jamais cumpridas a exigências do artigo
290 do Código Civil

Não se trata de argüir simplesmente que a obrigação da notificação cabe


ao banco de dados.(Súmula 359 do STJ.), ora a notificação em questão é
aquela feita pelo cedente , em que se dá ciência ao devedor para inclusive
opor-se as exceções que se lhe podem ser argüidas (art. 294 do CC)

O arcódão objurgado afirma não ter o Recorrente impugnado a dívida,


in verbis:

Data máxima vênia, a própria peça exordial inicia-se afirmando, ser


indevida a inscrição por que nada se devia; quer fosse á Recorrida, quer
fosse porque fora rebatido em sede de Recurso inominado,eis que divida
alguma existe perante ao Banco do Brasil.

O Recorrente/Autor deixou claro em diversas oportunidades que nada


devia á Recorrida e que para que se justificasse o tanto quanto alegado pela
Recorrida, que fosse invertido o ônus da prova e a mesma apresentasse os
DITOS CONTRATOS CELEBRADOS com o banco cedente.

Sustenta o Recorrente, que o registro maculado em bancos de dados


maramente comerciais, fora evidentemente indevido e em nada se vale do
exercício regular do direito,suscitado no decisum monocrático.

Para Tanto o Tribunal do Rio Grande Do sul manifestou entendimento ser


indevida a inscrição por terceiros quando não notificado o devedor da cessão,
in verbis:
CESSÃO DE CRÉDITO SEM A CIÊNCIA DO
DEVEDOR. INCIDÊNCIA DO ART. 290 DO
CÓDIGO CIVIL. INEFICÁCIA DA CESSÃO FRENTE
AO DEVEDOR.
DEVEDOR INSCRIÇÃO NO SPC PROCEDIDA
PELO CESSIONÁRIO. HIPÓTESE QUE NÃO
EQUIVALE A ATO CONSERVATÓRIO DO
DIREITO CEDIDO, MAS SIM À MEDIDA
COERCITIVA INDEVIDA. DANO MORAL
CONFIGURADO. (Recurso Cível Nº
71000692582, Segunda Turma Recursal Cível,
Turmas Recursais-RJ, Relator: Mylene Maria
Michel, Julgado em 18/05/2005)
Grifamos.
Como se verifica, não se trata de ato conservatório de direito a mácula infligida
ao Recorrente, formulado pela Recorrida, na condição de terceiros
cessionários, sem que o cedente houvesse cumprido com a exigência do artigo
290 do código civil.

Eis o motivo do presente Recurso Extraordinário.

PRELIMINARMENTE: DO CABIMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Nos termos da Constituição Federal, após a emenda 45/2004, o artigo 102,


inciso III passou a ter a seguinte redação:

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da


Constituição, cabendo-lhe:

III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou


última instância, quando a decisão recorrida:

a) contrariar dispositivo desta Constituição;

b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;

c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta


Constituição.

d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

Assim, a Egrégia Turma Recursal Baiana ao julgar o recurso inominado e os


embargos declaratórios , o fez deixando de reconhecer as provas trazidas aos
autos pelo Recorrente, sem que se manifestasse sobre a inversão do ônus da
prova para que a Recorrida apresentasse os DITOS CONTRATOS
BANCÁRIOS E SE NO MESMO CONSTARIA CLAUSULA AUTORIZATIVA DE
SESSÃO DE CRÉDITO (inteligência do Artigo 286 do CC), bem como para
fazer prova que o cedente houvesse NOTIFICADO O DEVEDOR.Saliente-se
que muito antes de vir a ser sabedor que seus dados estavam indevidamente
inscritos no SPC/SERASA e da existência de tal cessão de crédito,o
Recorrente já havia saldado sua dívida junto ao banco credor(artigo 292 do
CC), ficando pois desobrigado de toda sorte

No entanto, como se sustentou acima, com a Emenda Constitucional nº


45/2004 o Supremo Tribunal Federal recebeu a competência para julgar,
mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última
instância, quando a decisão recorrida contrariar dispositivo da constituição.
(alínea "a" do inciso III, do artigo 102 da CF).
Destarte, os antigos julgados do STJ perdem em muito sua valia, posto que
quem é competente para dizer o direito no presente caso é o Supremo Tribunal
Federal. A última palavra será da Excelcia Corte.

O ENUNCIADO 43 do Fórum Permanente dos Juízes da Varas


Cíveis,estabeleceu:

Enunciado 43-FVC-IMP: "É obrigação da


empresa faturizadora a notificação prévia da
negociação do título ao sacado, sob pena de não
poder exigir deste o pagamento na data do
respectivo vencimento" (unânime).

Justificativa:

Para que possa validamente cobrar o valor


correspondente aos títulos negociados, em caso
de inadimplência do sacado, é indispensável que
este seja previamente comunicado da transação
de transferência do crédito. Como se sabe, pela
operação de factoring ou faturização, "uma
pessoa (factor ou faturizador) recebe de outra
(faturizado) a cessão de créditos oriundos de
operação de compra e venda de natureza
comercial, assumindo o risco de sua liquidação".
Em ocorrendo nessa espécie negocial nítida
cessão de crédito, para que o beneficiário ou novo
portador do título possa exigir o crédito
correspondente tem que notificar o devedor, nos
termos do que prescreve o art. 290 do C.C.:
"A cessão do crédito não tem eficácia em relação
ao devedor, senão quando a este notificada; mas
por notificado se tem o devedor que, em escrito
público ou particular, se declarou ciente da cessão
feita".

É dizer: para que o faturizador possa exigir


diretamente o pagamento do título, na data do
respectivo vencimento, tem que notificar
previamente o sacado, dando-lhe ciência de
que os direitos creditícios relativos ao título
sacado pelo cedente lhe foram transferidos.
Sem essa comunicação, a cessão do crédito não
tem efeitos válidos, como expressa o citado
dispositivo legal.

É certo que o devedor tem que pagar a quantia


representada no título ao seu legítimo possuidor,
para se ver desonerado da obrigação nele
consubstanciada (art. 901 do C.C.), mas em se
tratando de cessão de crédito se exige a
comunicação prévia da negociação, pois,
sem ela, o devedor não tem como saber a
quem deve realizar o pagamento.

A APRECIAÇÃO DESTES AUTOS pela Suprema Corte, em Repercussão


Geral , se faz imperiosa,imprescindível, pois é cediço que essa prática abusiva
por parte de empresas de cobrança, prioritariamente pela RECORRIDA, tem
sido um hábito contumaz causando prejuízo e danos imensuráveis aos
consumidores e àqueles que quando cobrados indevidamente, Já tinham
quitado seus débitos.

DA REPERCUSSÃO GERAL

Preliminarmente, atendendo aos preceitos legais instituídos pela Lei nº. 11.418,
de 19 de dezembro de 2006, o ora Recorrente vem demonstrar que a questão
discutida nos autos possui repercussão geral apta a ensejar a admissibilidade
do apelo extraordinário por este colendo Supremo Tribunal Federal.

Com relação à abrangência da repercussão geral, cabe trazermos o


entendimento de autores de renomada contribuição sobre o significado da
referida expressão. Antes de tudo pode se inferir que tem repercussão geral
aquilo que tem transcendência, aquilo que terá o sentido de relevância e que
transcende o interesse subjetivo das partes na solução da questão.

Uma causa é provida de repercussão geral quando há interesse geral pelo seu
desfecho, ou seja, interesse público e não somente dos envolvidos naquele
litígio. No momento em que o julgamento daquele recurso deixar de afetar
apenas as partes do processo, mas também uma gama de pessoas fora dele,
despertando interesse público, tem aquela causa repercussão geral. Numa
única palavra, quando houver transcendência

Antônio Álvares da Silva , que escreveu sobre a Transcendência no Processo


do Trabalho, nos traz as seguintes lições:

Transcendência jurídica é "o desrespeito patente aos direitos humanos


fundamentais ou aos interesses coletivos indisponíveis, com comprometimento
da segurança e estabilidade das relações jurídicas."

Transcendência política é "o desrespeito notório ao princípio federativo ou à


harmonia dos Poderes constituídos”.

A transcendência social é "a existência de situação extraordinária de


discriminação, de comprometimento do mercado de trabalho ou de perturbação
notável à harmonia entre capital e trabalho”.

A transcendência econômica é "a ressonância de vulto da causa em relação a


entidade de direito público ou economia mista, ou a grave repercussão da
questão na política econômica nacional, no segmento produtivo ou no
desenvolvimento regular da atividade empresarial" .

Neste diapasão, corraboraremos com a fiança de Fredie Didier Júnior os não


menos brilhantes ensinamentos de José Miguel Garcia Medina, Teresa Arruda
Alvim Wambier, e Luiz Rodrigues Wambier, os quais pedimos vênia para
novamente transcrever:

(i) repercussão geral jurídica: a definição da noção de um instituto básico do


nosso direito, "de molde que aquela decisão, se subsistisse, pudesse significar
perigoso e relevante precedente";

(ii) repercussão geral política: quando "de uma causa pudesse emergir decisão
capaz de influenciar relações com Estados estrangeiros ou organismos
internacionais";

(iii) repercussão geral social: quando se discutissem problemas relacionados "à


escola, à moradia ou mesmo à legitimidade do Ministério Público para a
propositura de certas ações";
(iv) repercussão geral econômica: quando se discutissem, por exemplo, o
sistema financeiro da habitação ou a privatização de serviços públicos
essenciais. (Breves comentários à nova sistemática processual civil, 3ª ed. São
Paulo: RT, 2005. p.104).

A presente causa guarda pertinência com a repercussão geral jurídica, política


e econômica. Pode –se mesmo dizer que, a princípio, toda questão envolvendo
direito consumerista , como é o caso, guarda uma repercussão geral implícita,
por se tratar de matéria, em regra, repetitiva onde a lide é sempre a mesma,
bem como uma das partes: uma pessoa jurídica de direito público , in casu o
Banco do Brasil, que tem sido contumaz em ceder créditos, sem praticar a
notificação ao cliente, ou mesmo se estabelecendo clausula autorizativa em
contrato bancário celebrado.

Há repercussão geral política e jurídica, pois a questão da competência do


Banco do Brasil, ceder créditos, sem anuência ou conhecimento do devedor,
ocasionando para o mercado financeiro duvidosa manifestação creditícia e
contábil estando intimamente ligado ao pacto federativo, ao federalismo de
cooperação e à repartição das receitas tributárias.

No tocante à repercussão geral econômica, a definição de qual devedor pode


ou não ser inscrito em cadastros públicos de restrição de créditos ,sem
notificação do banco cedente e se é aquele onde a prestação do serviço é
efetivamente realizada,com ônus exorbitante ou onde se localiza o
estabelecimento prestador do serviço ,traz conseqüências fiscais, de ingresso e
de receita pública, de responsabilidade fiscal, bem como a organização das
finanças para o Estado e para a própria Receita Federal

É o caso das demandas de natureza consumerista, cível, previdenciária,


tributária , administrativas, ou outras que envolvam o instituições financeiras
públicas e tenham por objeto alguma prestação pecuniária, uma vez que
versam sobre relações jurídicas de consumo em relação a terceiros,bem como
cessão de crédito.Existe ou não QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO a
solicitação de entrega do contrato celebrando com o banco cedente?

Nestes termos, em razão da questão presente causa transcender o direito


subjetivo das partes nela envolvidas e por estar demonstrada a repercussão
geral no caso concreto, o presente Recurso Extraordinário merece ser
conhecido para se decidir o mérito da demanda.

DA OFENSA AO INCISO, XXXV e LV DO ARTIGO 5º E DO INCISO IX DO


ART. 93, TODOS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

“Art. 5 - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito;”

.......................................................................................................................

LV – aos litigantes em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em


geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a
ela inerentes;

*.............................................................*.......................................................

“Art. 93 – Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá


sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:

.......................................................................................................................

IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e


fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei, se o
interesse público o exigir, limitar a presença, em determinados atos, às próprias
partes e a seus advogados, ou somente a estes;

Como se disse acima, o ora Recorrente, interpôs embargos de declaração


contra o acórdão proferido pela Egrégia Turma Recursal do Tribunal de Justiça
da Bahia para que o mesmo, pré-questionando a matéria, se pronunciasse a
respeito do confronto das normas suscitadas, alínea “a” do inciso III, do art.
102 da Carta da República, mas os embargos foram rejeitados.

O Egrégio Tribunal de Justiça de Minas Gerais no julgamento da apelação


cível nº 1.0000.00.341823-3/001(1), da lavra do Eminente Desembargador
Brandão Teixeira, deixou, assim, consignado:
EMENTA: EMBARGOS DECLARATÓRIOS. AUSÊNCIA
DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE.
PRETENSÃO DE ATENDIMENTO DO REQUISITO DO
"PREQUESTIONAMENTO". Diz-se que determinada
matéria foi "prequestionada" quando o Órgão julgador
adotou entendimento explícito a respeito de determinado
tema, sobre o qual se limitará o conhecimento dos
recursos às instâncias superiores. Por isto, se a parte
argúi determinado tema em seu apelo e o acórdão sobre
ele se omite, incumbe à parte protocolar embargos
declaratórios, o que passa a constituir verdadeiro ônus
processual, sob pena de não conhecimento do recurso, a
teor das Súmulas n. 282 e 356, do Excelso STF e, mais
recentemente, da Súmula 211, do Eg. STJ.

Assim, sendo, houve ofensa aos princípios do contraditório, da ampla defesa e


da motivação das decisões judiciais.

Dispõe o LV do artigo 5º e do inciso IX do art. 93, todos da Constituição


Federal:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em


geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes;

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá


sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar
a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou
somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do
interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;

No entanto, os embargos de declaração opostos pelo Recorrente foram


rejeitados, não tendo o tribunal a quo enfrentado os artigos pré-questionados,
bem como o confronto entre os mesmos, em clara ofensa ao princípio do
contraditório e da ampla defesa.

(vide o próprio acórdão guerreado)


O Supremo Tribunal Federal, guardião da ordem constitucional (Constituição,
art. 102, caput) há muito interpretou o alcance da garantia da defesa plena,
nela incluído o direito assegurado à parte de ver seus argumentos
considerados. É ver o voto paradigma do Min. Gilmar Mendes no Mandado
de Segurança nº 24.268-MG:

“Tenho enfatizado, relativamente ao direito de


defesa, que a Constituição de 1988 (art. 5º, LV)
ampliou o direito de defesa, assegurando aos
litigantes, em processo judicial ou administrativo,
e aos acusados em geral o contraditório e a
ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes. E prossegue: Assinale-se, por outro
lado, que há muito vem a doutrina constitucional
enfatizando que o direito de defesa não se
resume a um simples direito de manifestação no
processo. Efetivamente, o que o constituinte
pretende assegurar – como bem anota Pontes
de Miranda – é uma pretensão à tutela jurídica
(Comentários à Constituição de 1967/69, tomo
V, p. 234).

E, adiante, destaca o Min. Gilmar Mendes, com forte incursão no direito


comparado, o direito de a parte ver seus argumentos considerados pelo órgão
jurisdicional, e que não se resume a um simples direito de manifestação no
processo:
“Não é outra a avaliação do tema no direito
constitucional comparado. Apreciando o chamado
"Anspruch auf rechtliches Gehör" (pretensão à tutela
jurídica) no direito alemão, assinala o
Bundesverfassungsgericht que essa pretensão envolve
não só o direito de manifestação e o direito de
informação sobre o objeto do processo, mas também o
direito de ver os seus argumentos contemplados pelo
órgão incumbido de julgar (Cf. Decisão da Corte
Supremo Tribunal Federal MS 24.268 / MG
Constitucional alemã -- BVerfGE 70, 288-293; sobre o
assunto, ver, também, Pieroth e Schlink, Grundrechte -
Staatsrecht II, Heidelberg, 1988, p. 281; Battis, Ulrich,
Gusy, Christoph, Einführung in das Staatsrecht, 3a.
edição, Heidelberg, 1991, p. 363-364).

Daí afirmar-se, correntemente, que a pretensão à tutela


jurídica, que corresponde exatamente à garantia
consagrada no art. 5o LV, da Constituição, contém os
seguintes direitos:

1) direito de informação (Recht auf Information), que


obriga o órgão julgador a informar à parte contrária dos
atos praticados no processo e sobre os elementos dele
constantes;

2) direito de manifestação (Recht auf Äusserung), que


assegura ao defendente a possibilidade de manifestar-
se oralmente ou por escrito sobre os elementos fáticos
e jurídicos constantes do processo;

3) direito de ver seus argumentos considerados (Recht


auf Berücksichtigung), que exige do julgador
capacidade, apreensão e isenção de ânimo
(Aufnahmefähigkeit und Aufnahmebereitschaft) para
contemplar as razões apresentadas (Cf.Pieroth e
Schlink, Grundrechte -Staatsrecht II, Heidelberg, 1988,
p. 281; Battis e Gusy, Einführung in das Staatsrecht,
Heidelberg, 1991, p. 363- 364; Ver, também,
Dürig/Assmann, in: Maunz-Dürig, Grundgesetz-
Kommentar, Art. 103, vol IV, no 85-99).

Sobre o direito de ver os seus argumentos


contemplados pelo órgão julgador (Recht auf
Berücksichtigung), que corresponde, obviamente, ao
dever do juiz ou da Administração de a eles conferir
atenção (Beachtenspflicht), pode-se afirmar que
envolve não só o dever de tomar conhecimento
(Kenntnisnahmepflicht), como também o de considerar,
séria e detidamente, as razões apresentadas
(Erwägungspflicht) (Cf. Dürig/Assmann, in: Maunz-
Dürig, Grundgesetz-Kommentar, Art. 103, vol. IV, no
97).

É da obrigação de considerar as razões apresentadas


que deriva o dever de fundamentar as decisões
(Decisão da Corte Constitucional -- BVerfGE 11, 218
(218); Cf. Dürig/Assmann, in: Maunz-Dürig,
Grundgesetz-Kommentar, Art. 103, vol. IV, no 97). (
STF, Tribunal Pleno, MS nº 24.268-0, Rel. originária
Minª. Ellen Gracie, Relator para o acórdão Min. Gilmar
Mendes, j. em 5/2/2004 – grifou-se)”.

Nestes termos, merece o acórdão a quo ser anulado.

DO MÉRITO :

Deixou-se esclarecido que o Recorrente não tem dívidas com o aludido


banco Cedente (do Brasil) e que o mesmo não procedeu a notificação,
consoante a inteligência do artigo 290 do CC,quando cedeu créditos á
Recorrido em face do Recorrente; neste mesmo diapasão ficou demonstrado
que o julgado da decisão monocrática não apreciou o feito á luz do direito
consumerista cível, deixando de reconhecer a inversão do ônus da prova e que
o acórdão da Colenda Turma Recursal ,tanto em sede de embargos, quanto
em sede de recurso inominado, apreciaram o feito perfunctoriamente. Ademais,
a Recorrida, em que pese ter contestado fora do prazo eletrônico, não
apresentou prova alguma que houvesse recebido do banco cedente a cópia de
NOTIFICAÇÃO QUE DEVERIA TER SIDO FORMULADA AO RECORRENTE.

A JURISPRUDÊNCIA FIRMADA SOBRE A MATÉRIA

ENTENDIMENTO NO MINISTRO PAULO FURTADO (STJ) –

Processo Ag 1071226 Relator(a) Ministro PAULO FURTADO


(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/BA) Data da
Publicação 19/03/2010 Decisão.

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.071.226 - RS


(2008/0141571-9)

RELATOR : MINISTRO PAULO FURTADO


(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/BA)
AGRAVANTE : ATIVOS S/A COMPANHIA
SECURITIZADORA DE CRÉDITOS
FINANCEIROS
ADVOGADO : TAMIM FRANCISCA REIS E
OUTRO(S)
AGRAVADO : LUÍS FERNANDO CARVALHO DA
SILVA
ADVOGADO : RAFAEL SASSO BOCACCIO
INTERES. : CÂMARA DE DIRIGENTES
LOJISTAS DE PORTO ALEGRE CDL
ADVOGADO : CRISTINA GARRAFIEL DE CARVALHO
WOLTMANN E OUTRO(S)
DECISÃO
Trata-se de agravo de instrumento
interposto contra decisão que inadmitiu
recurso especial, no qual se alega
violação aos arts. 290 e 944 do Código
Civil e 535, I e II do Código de Processo
Civil,além de divergência
jurisprudencial.
DECIDO:
Preliminarmente, não há que se falar em
violação aos artigos supracitados pois
não se verifica, na espécie, omissão ou
ausência de fundamentação na apreciação
das questões suscitadas. Como é sabido,
não está o órgão julgador obrigado a se
pronunciar sobre todos os argumentos
apontados pelas partes, a fim de
expressar o seu convencimento.
O pronunciamento acerca dos fatos
controvertidos, a que está o magistrado
obrigado a se manifestar, encontra-se
objetivamente fixado nas razões do
acórdão vergastado. A propósito, o
seguinte precedente:

"RECURSO ESPECIAL - AÇÃO DE REPARAÇÃO DE


DANOS - VIOLAÇÃO AO ART.535 DO CPC -
INEXISTÊNCIA - HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO -
PREQUESTIONAMENTO - AUSÊNCIA - REEXAME DO
CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO -
IMPOSSIBILIDADE - SÚMULA 7/STJ - AUSÊNCIA
DE DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL - VALOR - NÃO
CONHECIDO.

I. Se os fundamentos adotados bastam para


justificar o concluído na decisão, o
julgador não está obrigado a rebater, um
a um, os argumentos utilizados pela
parte.
(...)
Recurso Especial não conhecido."
(RESP 664.236/RJ, Rel. Ministro SIDNEI
BENETI, TERCEIRA TURMA, DJe 10/02/2009)
Salienta-se, ainda, que todas as questões
postas a debate foram analisadas e
decididas suficientemente pelo Tribunal a
quo, conforme se depreende dos acórdãos
de fls. 281/306 e 323/329, corroborando o
fato de que inexiste violação aos artigos
mencionados.No que tange a discussão da
necessidade de prévia notificação do
devedor acerca da cessão de crédito, tem-
se que a Corte a quo pronunciou-se acerca
do acervo fático probatório no sentido de
que a ora agravante não procedeu a
comunicação a ora agravado, conclusão que
não pode ser afastada na via estreita do
recurso especial sob pena de vulneração
do óbice do teor da Súmula 7 /STJ,
conforme se verifica nos seguintes
julgados:

"CIVIL E PROCESSUAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO.


CADASTRO NOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO
CRÉDITO. DÉBITO. EXISTÊNCIA. REVISÃO DE
MATÉRIA FÁTICA.IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA N.
7-STJ. NOTIFICAÇÃO PRÉVIA.
RESPONSABILIDADE. BANCO DE DADOS OU
ENTIDADE CADASTRAL.
I. "A pretensão de simples reexame de
prova não enseja recurso especial" -
Súmula n. 7-STJ.
II. A legitimidade para responder por
dano moral resultante da ausência da
comunicação prevista no art. 42, § 3º, do
CDC, pertence ao banco de dados ou à
entidade cadastral a quem compete,
concretamente, proceder à negativação que
lhe é solicitada pelo credor. Precedentes
do STJ.(grifado)
III. Recurso especial não conhecido."
(REsp 818.218/MG, Rel. Ministro ALDIR
PASSARINHO JUNIOR, QUARTA
TURMA, DJ 14/05/2007 p. 320) Ademais, é
de ver-se que a tese defendida no
especial em relação à revisão do valor da
indenização por danos morais demandam o
revolvimento do contexto fático e
probatório produzido ao longo da demanda,
desafiando a Súmula 7/STJ.

Na esteira desse entendimento, segue o


julgado:
"PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO NO RECURSO
ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL.
INSCRIÇÃO EM CADASTRO RESTRITIVO DE
CRÉDITO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO,
CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE. NÃO
OCORRÊNCIA.OFENSA AO ART. 538 DO CPC.
FUNDAMENTAÇÃO. DEFICIENTE. SÚMULA
284/STF. CÂMARA DE DIRIGENTES LOJISTAS DE
OUTRO ESTADO DA FEDERAÇÃO. LEGITIMIDADE
PASSIVA. PRECEDENTE. AÇÃO DE COMPENSAÇÃO
POR DANOS MORAIS. ALTERAÇÃO DO VALOR
FIXADO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ.

- Ausentes os vícios do art. 535 do CPC,


rejeitam-se os embargos de declaração.
- Não tendo a irresignação restado
fundamentada no que toca ao art. 538 do
CPC, aplica-se a Súmula 284/STF.
- Os órgãos mantenedores de cadastros
possuem legitimidade passiva para as
ações que buscam a reparação dos danos
morais e materiais decorrentes da
inscrição, sem prévia notificação, do
nome de devedor em seus cadastros
restritivos, inclusive quando os dados
utilizados para a negativação são
oriundos do CCF do Banco Central ou de
outros cadastros mantidos por entidades
diversas.
- A alteração do valor fixado a título de
compensação por danos morais somente é
possível, em recurso especial, nas
hipóteses em que a quantia estipulada
pelo Tribunal de origem revela-se
irrisória ou exagerada.Agravo no recurso
especial não provido."

(AgRg no REsp 1051556/GO, Rel. Ministra


NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA
TURMA, DJe 23/04/2009)

Ante o exposto, nego provimento ao agravo


de instrumento.
Brasília (DF), 16 de março de 2010.
MINISTRO PAULO FURTADO
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/BA)

No mesmo esteio,são diversos os julgados desfavoráveis á


Recorrida, temos:
Processo Ag 981189 Relator(a) Ministro LUIS FELIPE
SALOMÃO Data da Publicação 21/11/2008 Decisão.

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 981.189 - RS


(2007/0273451-4)
RELATOR : MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO
AGRAVANTE : ATIVOS S/A- SECURITIZADORA
DE CRÉDITOS FINANCEIROS
ADVOGADO : KARIN ANNELIESE PUPP E
OUTRO(S)
AGRAVADO : ANTÔNIO CARLOS PORTO JÚNIOR
ADVOGADA : ESTELA FOLBERG E OUTRO(S)
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO
ESPECIAL. INSCRIÇÃO INDEVIDA EM ÓRGÃOS DE
PROTEÇÃO AO CRÉDITO. DANO MORAL. VALOR DA
CONDENAÇÃO.RAZOABILIDADE. REDUÇÃO.
INCIDÊNCIA DA SÚMULA 07/STJ. AGRAVO DE
INSTRUMENTO IMPROVIDO.

I - A exigência de prova de dano moral se


satisfaz com a demonstração da existência
de inscrição indevida nos cadastros de
inadimplentes. (grifado)

II - É possível a intervenção desta Corte


para reduzir ou aumentar o valor
indenizatório por dano moral apenas nos
casos em que o quantum arbitrado pelo
acórdão recorrido se mostre irrisório ou
exagerado,situação que não se faz
presente no caso concreto. Agravo
improvido." (AgRg no Ag n. 979.810/SP,
relator Ministro Sidnei Beneti, Terceira
Turma, DJ de 1º.4.2008.)

"PROCESSUAL CIVIL - EMBARGOS DE


DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO
DE INSTRUMENTO - RESPONSABILIDADE CIVIL –
DANO MORAL - INDENIZAÇÃO - OMISSÃO -
OCORRÊNCIA - EMBARGOS ACOLHIDOS – EFEITO
MERAMENTE ACLARADOR.

1 - Tem sido de cinqüenta salários


mínimos a indenização por danos morais,
resultante de situações semelhantes como
a inscrição inadvertida em cadastros de
inadimplentes, a devolução indevida de
cheques, o protesto incabível de
cambiais, etc, conforme inúmeros julgados
desta Turma.
2 - Destarte, o valor da indenização
fixado no v. acórdão ora embargado é
devido a cada autor.
3 - Embargos de declaração acolhidos nos
termos supracitados." (Edcl no AgRg no Ag
n. 497.149/RJ, relator Ministro Jorge
Scartezzini,Quarta Turma, DJ de
5.12.2005.)
Incide, portanto, na hipótese, o óbice
previsto no enunciado 83 da súmula deste
STJ.
3. Diante do exposto, nego provimento ao
agravo de instrumento.
Publique-se. Intimem-se.
Brasília, 20 de outubro de 2008.
Ministro Luis Felipe Salomão
Relator

PEDIDO

Ante o exposto, demonstrado o cabimento do apelo extremo, confia o


Recorrente que V. Exas. conhecerão e darão provimento ao presente recurso
extraordinário, para o fim de reformar o acórdão recorrido e declarar sua
competência para exigir o quanto determina a legislação vigorante ,invertendo-
se os ônus sucumbenciais.

Termos em que pede deferimento

Salvador-BA, 03 de Junho de 2011.

JOSÉ ANTONIO VIANNA


ADVOGADO
OAB/BA 15.114

ASSINADO ELETRONICAMENTE

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