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Paulo Malamud
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Almir Fernandes
Instituto dos Arquitetos do Brasil
Jean Benevides
Caixa Econômica Federal
Marcos Parainello
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
Mozart Schimdt
Programa Nacional de Racionalização do Uso de Derivados de Petróleo e do Gás Natural - CONPET
Nelson da Silva
Ministério da Ciência e Tecnologia
Roberto Lamberts
Representante Universidade Brasileira
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Cláudia Barroso-Krause
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Luciana Hamada
Instituto Brasileiro de Administração Municipal
Eletrobrás/Procel
Jose Antonio Muniz Lopes
Presidente
Joyce Carlo
Ana Paula Melo
Greici Ramos
Márcio Sorgato
Miguel Pacheco
Rogério Versage
ÍNDICE
APRESENTAÇÃO 7
OBJETIVOS DO MANUAL 7
ESTRUTURA DO REGULAMENTO TÉCNICO DA QUALIDADE 8
MÉTODO E ESTRUTURA DO MANUAL 10
SIGLAS E ABREVIAÇÕES 11
1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES 12
1.1 ABERTURA 12
1.1.1 DETALHAMENTO 12
1.1.2 EXEMPLOS 12
1.1.3 EXERCÍCIOS 13
1.2 ABSORTÂNCIA TÉRMICA 14
1.2.1 DETALHAMENTO 14
1.3 AMBIENTE 15
1.3.1 DETALHAMENTO 15
1.3.2 EXEMPLO 15
1.3.3 EXERCÍCIOS 16
1.4 ÂNGULOS DE SOMBREAMENTO: AHS E AVS 17
1.4.1 DETALHAMENTO 17
1.4.2 EXEMPLOS 20
1.5 ÁREA DE PROJEÇÃO DA COBERTURA E ÁREA DE PROJEÇÃO DO EDIFÍCIO 23
1.5.1 DETALHAMENTO 23
1.6 ÁREA ÚTIL E ÁREA TOTAL 25
1.6.1 DETALHAMENTO 25
1.6.2 EXEMPLO 25
1.7 CAPACIDADE TÉRMICA 27
1.7.1 DETALHAMENTO 27
1.7.2 EXERCÍCIOS 27
1.8 CICLO ECONOMIZADOR 30
1.9 COBERTURAS NÃO APARENTES 31
1.9.1 EXEMPLO 31
1.10 DENSIDADES DE POTÊNCIA DE ILUMINAÇÃO 32
1.10.1 DETALHAMENTO 32
1.10.2 EXEMPLO 33
1.11 EDIFÍCIOS COMERCIAIS OU DE SERVIÇOS 34
1.11.1 DETALHAMENTO 34
1.11.2 EXERCÍCIOS 34
1.12 ENVOLTÓRIA 36
1.12.1 DETALHAMENTO 36
1.12.2 EXEMPLOS 36
1.13 FACHADA E ORIENTAÇÃO 38
1.13.1 DETALHAMENTO 38
1.13.2 EXEMPLO 39
1.14 FATOR ALTURA E FATOR DE FORMA 41
1.14.1 DETALHAMENTO 41
1.15 FATOR SOLAR 42
1.15.1 DETALHAMENTO 42
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
2 INTRODUÇÃO 64
2.1 OBJETIVO 64
2.2 PROCEDIMENTOS PARA DETERMINAÇÃO DA EFICIÊNCIA 64
2.2.1 REQUISITOS PRESENTES NA EQUAÇÃO DE CLASSIFICAÇÃO 65
2.2.2 EQUAÇÃO GERAL DE CLASSIFICAÇÃO DO NÍVEL DE EFICIÊNCIA DO EDIFÍCIO 67
2.3 BONIFICAÇÕES 71
2.3.1 RACIONALIZAÇÃO DO CONSUMO DE ÁGUA 73
2.4 PRÉ-REQUISITOS GERAIS 74
2.5 PRÉ-REQUISITOS ESPECÍFICOS 75
3 ENVOLTÓRIA 77
3.1 PRÉ-REQUISITOS 77
3.1.1 NÍVEL A 77
3.1.2 NÍVEL B 82
3.1.3 NÍVEIS C E D 84
3.2 DETERMINAÇÃO DO NÍVEL DE EFICIÊNCIA 85
3.2.1 INTRODUÇÃO 85
3.2.2 MÉTODO DE CÁLCULO DO INDICADOR DE CONSUMO 91
4 SISTEMA DE ILUMINAÇÃO 99
6 SIMULAÇÃO 131
ANEXOS 151
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Apresentação
Objetivos do manual
Este manual visa detalhar os tópicos do Regulamento Técnico da Qualidade (RTQ-C) do
Nível de Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e Público, de forma a
esclarecer possíveis dúvidas sobre métodos de cálculo e aplicação de seu conteúdo.
Para tal, os conceitos e definições apresentados no RTQ-C são explicados e os métodos,
justificados. Espera-se que, ao final da leitura, o leitor esteja apto a classificar edifícios de
acordo com os requisitos do regulamento e a submeter apropriadamente o projeto ou
edifício à certificação.
A Figura A.1.1 representa os cinco níveis de eficiência do RTQ-C e mostra como esta
filosofia de contínuo aprimoramento está embutida no regulamento. O RTQ-C não define
limite superior para o nível A, uma vez que desempenhos mais elevados de eficiência
energética podem sempre ser conseguidos.
A B C D E
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Finalmente, para atingir e manter níveis mais elevados de eficiência é muito importante a
participação dos usuários. Um edifício eficiente com usuários ineficientes pode tornar-se
um edifício ineficiente. Da mesma forma, edifícios ineficientes, podem aumentar de forma
considerável a sua eficiência se houver um empenho dos seus usuários nesse sentido.
• Envoltória;
• Iluminação;
• Condicionamento de ar.
Os três itens, mais bonificações, são reunidos em uma equação geral de classificação do
nível de eficiência do edifício. É possível também obter a classificação de apenas um
sistema, deixando os demais em aberto. Neste caso, no entanto, não é fornecida uma
classificação geral do edifício, mas apenas do(s) sistema(s) analisado(s).
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
No entanto, o cálculo dos três diferentes níveis de eficiência parciais e do nível geral de
eficiência podem ser alterados tanto por bonificações, que podem elevar a eficiência,
quanto por pré-requisitos que, se não cumpridos, reduzem esses níveis. As bonificações
são bônus de pontuação que visam incentivar o uso de energia solar para aquecimento
de água, uso racional de água, cogeração, dentre outros, mas sem a obrigatoriedade de
constarem no edifício. Já os pré-requisitos referem-se a cada sistema em particular, e
também ao edifício por completo, e seu cumprimento é obrigatório.
Após a revisão dos conceitos e definições, uma outra sessão apresenta a classificação
do nível de eficiência explicando o processo paulatinamente. No final da sessão é
mostrado como integrar as três classificações parciais em uma classificação final do
edifício.
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Siglas e Abreviações
ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES
1.1 ABERTURA
1.1.1 Detalhamento
É abertura toda e qualquer parte da fachada cujo material é transparente ou translúcido,
permitindo a passagem de luz e/ou radiação solar direta ou indireta para o interior da
edificação. Suas arestas podem estar em contato com materiais opacos ou também
transparentes ou translúcidos. Qualquer vão que esteja descoberto e/ou sem nenhum
tipo fechamento (como em pórticos), não é considerado abertura. Um vão total ou
parcialmente fechado com um material opaco, sem a presença de material transparente
ou translúcido, também não é considerado abertura.
Os vãos sem qualquer tipo de fechamento são excluídos da definição, pois vãos
descobertos podem ser usados como proteções solares permitindo ventilação natural e
sombreando a fachada. Além disso, sacadas ou varandas sombreiam portas e janelas de
vidro, e também não são consideradas aberturas, enquanto as portas e janelas de vidro o
são.
Esta definição distingue materiais transparentes e translúcidos dos opacos, que não
deixam passar a luz/radiação solar, pelos seus desempenhos térmicos diferenciados.
1.1.2 Exemplos
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
1.1.3 Exercícios
1.1.3.1 Exercício 1
Um edifício apresenta uma fachada em que metade da área é fechada por vidro com a
altura do pé direito, sendo o resto da fachada composta de tijolos de vidro. Qual é o
percentual de aberturas nas fachadas de tal edifício?
1.1.3.2 Exercício 2
Se, no caso anterior, metade das paredes de vidro que fecham os vãos fosse deixada
sem fechamento, isso aumentaria ou reduziria a área de aberturas da fachada?
Resposta: Reduziria o percentual de aberturas em 25% uma vez que os vãos sem
fechamento não contam como materiais transparentes ou translúcidos. Este exemplo visa
frisar que a definição abertura do RTQ-C se refere exclusivamente às parcelas da
envoltória do edifício de materiais transparentes ou translúcidos. Vãos descobertos sem
nenhum tipo de material não são aberturas para fins do manual
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Absortância à radiação solar (α): Quociente da taxa de radiação solar absorvida por uma
superfície pela taxa de radiação solar incidente sobre esta mesma superfície.
1.2.1 Detalhamento
Absortância solar é uma propriedade do material referente a parcela da radiação
absorvida pelo mesmo, geralmente relacionada a cor. A NBR 15220-2 apresenta, no
Anexo B, uma lista de absortâncias para algumas cores e materiais, listada a seguir.
Tipo de Superfície α
Chapa de alumínio (nova e brilhante) 0,05
Chapa de alumínio (oxidada) 0,15
Chapa de aço galvanizada (nova e brilhante) 0,25
Caiação nova 0,12 / 0,15
Concreto aparente 0,65 / 0,80
Telha de barro 0,75 / 0,80
Tijolo aparente 0,65 / 0,80
Reboco claro 0,30 / 0,50
Revestimento asfáltico 0,85 / 0,98
Vidro incolor 0,06 / 0,25
Vidro colorido 0,40 / 0,80
Vidro metalizado 0,35 / 0,80
Pintura:
Branca 0,20
Amarela 0,30
Verde clara 0,40
“Alumínio” 0,40
Verde escura 0,70
Vermelha 0,74
Preta 0,97
Fonte: NBR 15220-2 (ABNT, 2005)
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
1.3 AMBIENTE
Ambiente: espaço interno de um edifício, fechado por superfícies sólidas tais como
paredes ou divisórias, teto, piso e dispositivos operáveis tais como janelas e portas.
1.3.1 Detalhamento
Um ambiente é um espaço interno do edifício delimitado por divisórias ou paredes. Este
conceito é a base para o cálculo da eficiência do sistema de iluminação de um edifício,
pois a sua determinação é feita através do cálculo da eficiência da iluminação de cada
ambiente. O correto entendimento de ambiente permite um cálculo correto do nível de
eficiência da iluminação.
1.3.2 Exemplo
Figura 1.1. Divisórias até o forro (ou teto) delimitam ambientes, mesmo que contenham
vidro. Portanto, há dois ambientes na figura.
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
1.3.3 Exercícios
Um espaço é vedado do piso ao teto por divisórias desmontáveis, compostas de madeira
compensada até 2,2 m e vidro a partir dessa altura até ao teto. O espaço tem porta e
forma um escritório independente. Este espaço é um ambiente?
Resposta: Sim. O espaço é fechado. Convém notar que não se deve considerar as
luminárias nos ambientes contíguos no cálculo da eficiência da iluminação. Embora a
passagem de luz entre ambientes contíguos ocorra através da parcela de vidro da
divisória, esta passagem pode ser interrompida com a instalação de persianas.
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
AVS: Ângulo Vertical de Sombreamento: ângulo formado entre 2 planos que contêm a
base da abertura:
• o primeiro plano é o que contém a base da folha de vidro (ou material translúcido),
1.4.1 Detalhamento
A definição de abertura decorre da importância de identificar os materiais transparentes e
translúcidos na envoltória do edifício. As definições de PAFT e PAZ são complementares e
surgem da necessidade de quantificar a influencia das aberturas no comportamento
térmico do edifício. Esta influência, no caso especial das aberturas, está intimamente
ligada à irradiação solar. Por este motivo, não basta determinar e quantificar as aberturas;
torna-se necessário saber se e quanto as mesmas estão sombreadas.
Tipo de proteção
Indicador Plano de medição Visto
medida
AHS Plano horizontal Em planta Proteções verticais
AVS Plano vertical Em corte Proteções horizontais
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Os ângulos são sempre medidos entre os planos da folha de vidro e da aresta mais
distante pertencente à proteção solar. Para uso no RTQ-C, o ângulo utilizado é dado pela
média ponderada do ângulo de sombreamento em função da área das aberturas; no
entanto, o ângulo final máximo a ser utilizado é 45º. Para as Zonas Bioclimáticas 6 e 8,
com uma Ape menor que 500m² o AVS possui uma restrição maior, com um limite de 25º.
Este limite visa evitar o uso de proteções excessivas que possam prejudicar a penetração
da luz natural difusa nos ambientes internos.
O AHS deve sempre ser considerado nos dois lados da abertura. Desta forma, o AHS de
uma abertura é a média do ângulo das duas proteções solares, como mostrado nas
figuras abaixo:
Notar que o AVS deve ser medido em corte enquanto o AHS deve ser medido em planta e
nas duas direções (dependendo da orientação da fachada).
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
É AVS É AHS
Se medido no plano vertical; Se medido no plano horizontal;
Se referente a proteções solares horizontais; Se referente a proteções solares verticais;
Refere-se a aberturas; Refere-se a aberturas;
• Proteções solares vazadas formadas por placas com aletas paralelas devem ter
estabelecidas uma relação entre a altura (para AVS) ou profundidade (para AHS)
da aleta e o vão entre destas aletas, conforme a Figura 1.4. A razão entre eles é
um fator de correção a ser multiplicado pelo AVS ou AHS. Fatores de correção
maiores que 1, adotar 1.
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Proteções solares vazadas permitem uma maior entrada da radiação solar quando
comparada às outras proteções solares com mesmo ângulo de proteção; por este motivo
adota-se o fator de correção. Assim, um fator de correção igual a um representa uma
proteção solar vazada onde a parcela sombreada é a mesma que uma proteção solar não
vazada, de mesmo ângulo.
1.4.2 Exemplos
Figura 1.5. Proteção solar horizontal com Figura 1.6. Proteção solar horizontal com AVS
AVS de 45º. de 30º.
Figura 1.7. Proteção solar vertical com AHS Figura 1.8. Proteção solar horizontal com AVS
de 10º. de 45º e proteção solar vertical com AHS de
10º.
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Figura 1.9. Proteção solar horizontal com Figura 1.10. Proteção solar horizontal
AVS de 60º, em que se deve considerar 45º perfurada: Pérgola. Considerar fator de
para uso no método prescritivo. correção.
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
O sombreamento que elas proporcionam não deve ser considerado, visto que o cálculo
do PAF induz à redução da área envidraçada real. Ver PAF, neste capítulo de definições.
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Ape: Área de projeção do edifício (m2): área da projeção horizontal do edifício (quando
os edifícios são de formato uniforme) ou área de projeção média dos pavimentos,
excluindo subsolos (no caso de edifícios com formato irregular).
1.5.1 Detalhamento
Estes são dois conceitos diferentes sobre a projeção do edifício, utilizados em diferentes
momentos na classificação do nível de eficiência do edifício. A área de projeção da
cobertura (Apcob) consiste na projeção horizontal da coberta e é utilizado para o cálculo do
Fator Altura. A área de projeção do edifício (Ape) é igual à área de projeção da cobertura
em edifícios de formato uniforme, no entanto em edifícios de formato irregular a Ape é a
média da projeção dos pavimentos.
A Figura 1.12 mostra um edifício de formato irregular e a área a ser considerada para a
Apcob. Para a Ape deve se considerar a média das áreas dos pavimentos - áreas A, B e C -
conforme a Figura 1.12.
Apcob
Ape
Figura 1.12. Áreas consideradas para Apcob – Área de projeção da cobertura; e Ape –
Área de projeção do edifício.
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Deve-se observar que áreas decorrentes do recuo de portas e janelas, que ultrapassam a
espessura da parede, geram espaços que não são contabilizados como cobertura tanto
para os pré-requisitos quanto para as áreas de cobertura e de projeção da cobertura. A
Figura 1.13 mostra o recuo formado pela localização da porta no ambiente e qual a área
que deve ser considerada. Nela, vê-se que uma parede perpendicular à parede externa
(parede 2) e maior que a espessura da parede 1, faz parte deste recuo. Portanto, a
cobertura deve ser contabilizada caso o recuo seja da espessura da parede,
independente da grandeza desta espessura.
2 1
Figura 1.13. Definição da área utilizada para área de cobertura e área da projeção de
cobertura.
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
AU: Área Útil (m2): para uso neste regulamento, a área útil é a área realmente disponível
para ocupação, medida entre os paramentos internos das paredes que delimitam o
ambiente, excluindo garagens;
Atot: Área total de piso (m2): soma das áreas de piso fechadas de construção, medidas
externamente.
1.6.1 Detalhamento
Estes são diferentes conceitos sobre a área do edifício, utilizados em diferentes
momentos na classificação do nível de eficiência do edifício.
A área total de piso do edifício é utilizada no cálculo do Fator Altura, e considera a área
de piso de todos os pavimentos, medida externamente (a partir das paredes externas).
1.6.2 Exemplo
A Figura 1.14 mostra a volumetria de um edifício. A partir desta figura tem-se que:
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Planta de Cobertura
Detalhe da escada
Figura 1.14. Volumetria e planta de cobertura com dimensões para determinação de: AU e
Atot.
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Capacidade térmica (C): Quantidade de calor necessária para variar em uma unidade a
temperatura de um sistema, [J/K].
Capacidade térmica de componentes (CT): Quociente da capacidade térmica de um
componente pela sua área, [J/m2 K].
1.7.1 Detalhamento
A capacidade térmica de componentes (CT) pode ser determinada por componentes
formados por camadas homogêneas perpendiculares ao fluxo de calor, de acordo com a
Equação 1.1. Para componentes com camadas não homogêneas, utiliza-se a Equação
1.2.
Equação 1.1
Onde:
CT é a capacidade térmica de componentes, [J/m²K];
λi é a condutividade térmica da matéria da camada ‘i’, [W/(m.K)];
Ri é a resistência térmica da camada ‘i’, [(m2.K)/W];
ei é a espessura da camada ‘i’, [m];
ci é o calor específico do material da camada ‘i’, [kJ/(kg.K)];
ρi é a densidade de massa aparente do material da camada ‘i’, [kg/m³].
Equação 1.2
Onde:
CTa, CTb, ..., CTn, são as capacidades térmicas do componente para cada seção (a, b, …,
n), determinadas pela Equação 1.1, [J/m²K];
Aa, Ab, ..., An são as áreas de cada seção, [m²].
1.7.2 Exercícios
O exercício a seguir faz parte da NBR15220-2, anexo C, onde pode-se encontrar outros
exemplos de cálculo.
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Dados:
Dimensões do tijolo: 5 cmx 9 cm x 19 cm;
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
1.9.1 Exemplo
Figura 1.16. Cobertura não aparente vista de dois logradouros de uma edificação. Mesmo
com a cobertura visível do logradouro secundário, somente o logradouro principal deve ser
o considerado.
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
1.10.1 Detalhamento
O método de determinação do nível de eficiência do sistema de iluminação é baseado na
Densidade de Potência de Iluminação. Esta se refere à potência instalada nos ambientes
internos exclusivamente e, portanto, está relacionada à definição de ambientes.
Além disso, a DPIR normaliza a DPIA pela iluminância, possibilitando a avaliação do nível
de eficiência energética entre ambientes de diferentes atividades. O exemplo a seguir
demonstra a comparação entre ambientes, utilizando a DPIR. Este método de análise foi
utilizado para gerar limites de DPIR, chamados DPIRL que são comparados a DPIRF
calculados pelo projetista.
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
1.10.2 Exemplo
Considere três ambientes com níveis adequados de iluminâncias, cujas características
estão descritas na Tabela 1.2. Dadas as potências dos seus sistemas de iluminação, não
é possível saber qual é mais eficiente visto que os ambientes têm áreas distintas.
A partir da DPIA, que considera a potência e a área, ainda não é possível saber qual
sistema é mais eficiente, visto que geram iluminâncias distintas. Aparentemente, o
sistema mais eficiente é do ambiente C, de 2,4 W/m². Ao normalizar a DPIA, dividindo-a
pela iluminância de cada ambiente, obtém-se a DPIR. Finalmente, verifica-se que o
ambiente B possui o sistema de iluminação mais eficiente, pois atende a um nível padrão
de iluminância (100 lx) com menor potência, que é a DPIR de 0,53 W/m²/100 lx.
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Edifícios Comerciais e de Serviços: aqueles usados com finalidade que não a residencial
ou industrial, tais como escolas; instituições ou associações de diversos tipos, incluindo
prática de esportes; tratamento de saúde de animais ou humanos, tais como hospitais,
postos de saúde e clínicas; vendas de mercadorias em geral; prestação de serviços;
bancos; diversão; preparação e venda de alimentos; escritórios e edifícios empresariais,
incluindo sedes de empresas ou indústrias, desde que não haja a atividade de produção
nesta última; edifícios destinados a hospedagem, sejam eles hotéis, motéis, resorts,
pousadas ou similares. Excetuam-se templos religiosos destinados a cultos, mas estão
incluídas edificações com fins religiosos onde são realizadas atividades de escritório,
administração e afins. As atividades listadas nesta definição não excluem outras não
listadas.
1.11.1 DETALHAMENTO
O RTQ-C não apresenta uma definição exaustiva de edifício comercial, afirmando que os
edifícios comerciais não se limitam aos exemplos contidos na definição. Uma definição
prescritiva implicaria na exclusão de diversos edifícios que devem ser objeto da aplicação
do RTQ-C.
Por este motivo, o RTQ-C define edifício comercial e de serviços por exclusão: o que não
são edifícios residenciais ou industriais. Partindo desta premissa, vários exemplos de
edifícios considerados comerciais são apresentados, analisando para qual a atividade o
edifício é concebido.
1.11.2 Exercícios
1.11.2.1 Exercício 1
Uma fábrica de sofás faz também venda direta ao público dos seus produtos nas suas
instalações. Esta fábrica deve ser considerada um edifício comercial?
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
1.11.2.2 Exercício 2
Uma ONG ocupa um edifício com mais de 500 m² de área útil. Este edifício é comercial?
Resposta: Sim. Ele pode ser considerado um edifício de escritórios, e portanto comercial
ou de prestação de serviços.
1.11.2.3 Exercício 3
Um banco ocupa um edifício com mais de 500 m² de área útil. Este edifício é comercial?
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
1.12 ENVOLTÓRIA
1.12.1 Detalhamento
A envoltória pode ser entendida como a pele do edifício. Isto é, o conjunto de elementos
do edifício que estão em contato com o meio exterior e compõem os fechamentos dos
ambientes internos em relação ao ambiente externo. Meio externo, para a definição de
envoltória, exclui a parcela construída do subsolo do edifício, referindo-se exclusivamente
as partes construídas acima do solo.
Em geral, piso em contato com o solo e paredes em contato com o solo no caso de
ambientes no subsolo (garagens e depósitos, por exemplo) são considerados parte da
envoltória. Entretanto, devem ser excluídas da área da envoltória (Aenv) superfícies em
contato com o solo. No caso da Figura 1.18 apenas uma parte do subsolo é considerada
como envoltória, uma vez que não está em contato com o solo. Esta, por coincidência, é
uma superfície envidraçada.
1.12.2 Exemplos
Figura 1.17 Partes do edifício que compõem a envoltória. O piso pode ser considerado
envoltória quando está em contato com o meio exterior. No RTQ-C, o contato com o piso
não é computado na área da envoltória.
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Figura 1.18. Subsolo com algumas paredes em contato com o solo. As paredes do subsolo
que estão em contato com o ar são consideradas como parte da envoltória.
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
1.13.1 Detalhamento
Fachadas são compostas de elementos como paredes, aberturas, vãos sem
fechamentos, proteções solares e quaisquer outros elementos conectados fisicamente a
elas.
A Figura 1.19 apresenta a rosa dos ventos com os quadrantes. Convém realçar que o
regulamento indica expressamente o uso do norte geográfico e não do norte magnético.
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Figura 1.20. Sobreposição da edificação sobre a rosa dos ventos para definição
da orientação de fachadas. Ver projeção da reta perpendicular à fachada leste
identificando sua orientação.
1.13.2 Exemplo
A Figura 1.21 mostra um exemplo para a determinação da orientação de fachadas. As
fachadas 1 a 8 estão marcadas em perspectiva e em planta. A planta é utilizada para
definir a orientação das fachadas 1 e 8. A partir da sobreposição da planta tem-se que a
fachada 1 possui orientação leste, e a fachada 8 com orientação sul.
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
FA: Fator Altura: razão entre a área de projeção do edifício e a área de piso (Apcob/Atot);
FF: Fator de Forma: razão entre a área da envoltória e o volume do edifício (Aenv/Vtot).
1.14.1 Detalhamento
O Indicador de Consumo (IC) é calculado especificadamente para cada edifício
analisado. Para tanto, são utilizados índices que representam a volumetria do edifício e
possibilitam avaliar de forma comparativa a eficiência da envoltória dos edifícios. Desta
forma, o Fator Altura representa o número de pavimentos, enquanto o Fator de Forma
representa as proporções do edifício. A equação do IC apresenta limites para o FF,
edifícios com valores diferentes dos limites estipulados deverão usar o FF limite da
equação.
100x50m
25x25m FA: 1
FF: 0,39
FA: 1
FF: 0,49
FA: 0,1
FF: 0,19 FA: 0,1
FF: 0,09
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
FS: Fator Solar: razão entre o ganho de calor que entra num ambiente através de uma
abertura e a radiação solar incidente nesta mesma abertura. Inclui o calor radiante
transmitido pelo vidro e a radiação solar absorvida, que é re-irradiada ou transmitida, por
condução ou convecção, ao ambiente. O fator solar considerado será relativo a uma
incidência de radiação solar ortogonal à abertura. A ISO 15099: 2003 e a ISO 9050: 2003
apresentam procedimentos de cálculos normalizados para o FS e outros índices de
desempenho energético de vidros e janelas com panos envidraçados simples ou múltiplos
e também algumas tipologias de proteções solares internas (ex. venezianas). A NFRC
201:2004 apresenta procedimentos e especificações técnicas normalizadas para
aplicação de um método calorimétrico de medição de ganho de calor solar em janelas.
1.15.1 Detalhamento
Segundo a NBR 15220 -2 (ABNT, 2005) o fator solar de elementos transparentes ou
translúcidos pode ser calculado através da Equação 1.3.
Equação 1.3
Onde:
FST é o fator solar de elementos transparentes ou translúcidos, [J/m²K];
U é a transmitância térmica do componente, [W/(m2.K)];
α é a absortância à radiação solar;
Rse é a resistência superficial externa, [(m2.K)/W];
τ é a transmitância à radiação solar.
Para se obter o FS através desta equação é necessário que se tenha todos os dados
medidos. A forma mais comum de obtê-lo é através de catálogos de fabricantes. Eles
normalmente são representados em porcentagem, mas para o RTQ-C deve-se adotar o
número fracionário.
1.15.1.1 Exercício
Propriedades do vidro
2
Transmitância térmica 5,8 W/(m .K)
Transmitância a radiação solar 28%
Absortância solar 54%
2
Resistência superficial externa 0,04 (m .K)/W
Assim:
43
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
1.16.1 Detalhamento
O Indicador de Consumo é um parâmetro para avaliação comparativa da eficiência da
envoltória. As equações que determinam o IC foram geradas através de resultados de
consumo de energia simulados no programa computacional EnergyPlus para diversas
tipologias construtivas de edificações comerciais brasileiras. São equações de regressão
multivariada específicas para as zonas bioclimáticas brasileiras. O Indicador de Consumo
não pode ser considerado como consumo de energia da edificação, pois este é
significativamente dependente de parâmetros não incluídos nas equações, como cargas
internas e tipo e eficiência do sistema de condicionamento de ar. Assim, deve ser
considerado apenas um indicador para comparação entre edificações cuja volumetria é
idêntica (Fator de Forma e Fator Altura), de forma que represente as variações de
eficiência decorrentes somente da envoltória.
44
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PAFT: Percentual de Área de Abertura na Fachada total (%): É calculado pela razão da
soma das áreas de abertura de cada fachada pela área total de fachada da edificação.
Refere-se exclusivamente a aberturas em paredes verticais com inclinação superior a 60°
em relação ao plano horizontal, tais como janelas tradicionais, portas de vidro ou sheds,
mesmo sendo estes últimos localizados na cobertura. Exclui área externa de caixa d’água
no cômputo da área de fachada, mas inclui a área da caixa de escada até o ponto mais
alto da cobertura (cumeeira).
1.17.1 Detalhamento
PAFT e PAZ são definições interligadas que medem o mesmo conceito – abertura -
abordado anteriormente, em duas superfícies diferentes: fachadas e coberturas. PAFT e
PAZ transformam em números o conceito qualitativo de abertura, para posteriormente ser
usado em cálculo.
Figura 1.23.
O cálculo do PAZ e PAFT deve excluir as áreas das esquadrias. PAZ e PAFT referem-se
às partes com materiais transparentes ou translúcidos, exceto no caso de juntas entre
folhas de vidro (borracha, selantes ou similares). Deve-se assim descontar a área de
esquadrias da área do vão da fachada ou da cobertura.
Convém salientar que as áreas de abertura são calculadas de modos diferentes para PAZ
e PAFT. No caso do PAFT a área da abertura é calculada em vista, com exceção de
aberturas em paredes curvas, enquanto para o PAZ utiliza-se a projeção horizontal da
área da abertura. Como pode-se verificar na Figura 1.24 , as duas aberturas possuem
45
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
dimensões em corte diferentes, mas a projeção é igual para os dois casos. Resumindo,
para o cálculo de PAZ, utiliza-se a projeção horizontal da abertura, enquanto no cálculo
de PAFT, utilizam-se as medidas da abertura.
90º 60º 0º
A B C
Figura 1.23. Diferença entre PAFT e PAZ. Abertura com ângulos entre A e B, são
consideradas no PAFT. Aberturas com ângulos entre B e C, são consideradas no PAZ.
Abertura A
Abertura B
Projeção de A e B
Figura 1.24. PAZ contabilizado através da projeção horizontal. Aberturas com dimensões
diferentes podem ter a mesma projeção.
46
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
PAFT PAZ
Janelas de vidro; Janelas de vidro;
Paredes de vidro; Paredes de vidro;
Ângulo com o plano horizontal: igual ou Ângulo com o plano horizontal: inferior a
superior a 60°. 60°.
• Somar todas as áreas das aberturas das fachadas e as áreas das projeções
horizontais das aberturas das coberturas;
• Dividir o somatório das aberturas presentes nas fachadas pela área total de
fachadas (PAFT), e o somatório das aberturas presentes na cobertura pela área
total das coberturas, em projeção, (PAZ). As áreas totais das coberturas ou plano
das fachadas incluem a área das próprias aberturas. Segundo o RTQ-C, o cálculo
do PAFT deve ser realizado determinando o PAF parcial da(s) fachada(s) oeste e o
PAFT de todas as fachadas. O PAFO (Percentual de Área de Abertura das
fachadas oeste) deve ser único, calculado para todas as fachadas oeste. Caso o
PAF parcial da(s) fachada(s) oeste seja superior ao PAFT (todas as fachadas do
edifício incluindo a(s) fachada(s) oeste) em 20% ou mais, deve-se adotar o PAFO
onde houver PAFT nas equações do item envoltória.
47
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
PÓRTICOS
Pórticos à frente de grandes aberturas fechadas por planos de vidro são considerados
fachadas (parte opaca + vão) quando:
• a sua distância ao plano de vidro não ultrapassa a altura do vão (d ≤ h). Quando
esta condição não for verdadeira, e houver uma proteção horizontal entre a
fachada e o pórtico, o mesmo será considerado como fachada, conforme a Figura
1.25.
A abertura a ser contabilizada no PAF é a parcela de vidro vista ortogonalmente através
do pórtico, descontando as esquadrias. Não há proteção solar a ser contabilizada como
AVS e AHS.
Esta regra também vale para placas perfuradas que ocupam toda a fachada à frente de
aberturas ou planos de vidro, brises fixos de aletas ou similares.
Obs.: este tipo de superfície não precisa atender a exigência de transmitância térmica,
exceto a parcela opaca atrás do pórtico, quando houver. Ver pré-requisitos específicos da
envoltória.
Figura 1.25. Relação entre distância e altura do vão para pórticos e brises paralelos à
fachada.
48
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
• a sua distância ao plano de vidro não ultrapassa a altura do vão entre as aletas,
para proteções horizontais, e a largura do vão entre as aletas, para proteções
verticais.
A abertura a ser contabilizada no PAF é a parcela de vão envidraçado vista
ortogonalmente através das aletas em sua abertura máxima, conforme a Figura 1.26. As
esquadrias vistas nesta condição devem ser descontadas.
49
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
1.17.3 Exemplos
Figura 1.29. Clarabóia contabilizada no PAZ: embora a área de vidro seja maior, deve-se
considerar a área da projeção horizontal da abertura.
50
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Figura 1.30. Superfícies opacas atrás de vidros não são contabilizadas no PAF,
como as lajes dos três pavimentos marcadas em vermelho.
51
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1.18.1 Detalhamento
Esta definição visa diferenciar as paredes externas das fachadas. Como visto, paredes
externas são as superfícies opacas, compostas de tijolos, blocos, painéis ou similar,
enquanto as fachadas contêm as paredes e ainda incluem outros componentes como
aberturas, proteções solares, cobogós e vãos sem fechamentos.
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Equação 1.4
Onde:
RCB é a relação custo-benefício;
CT é o custo apropriado do projeto [R$];
FRC é o fator de recuperação de capital;
EE é a energia elétrica conservada [MWh/ano];
CE é o custo evitado de energia [R$/MWh].
Equação 1.5
Onde:
FRC é o fator de recuperação de capital;
i é a taxa de juros ao ano;
n é a vida útil do equipamento.
53
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1.20.1 Detalhamento
De acordo com a NBR 15220-2 (ABNT, 2005) a transmitância térmica de componentes é
o inverso da resistência térmica total, conforme a Equação 1.6.
Equação 1.6
Onde:
UT é a transmitância térmica de componentes, [W/m²K];
RT é a resistência térmica de componentes, [(m2.K)/W].
1.20.2 Exercícios
O exercício a seguir faz parte da NBR15220-2, anexo C, onde se encontram outros
exemplos de cálculo.
Dados:
RTse: 0,1296 (m2.K)/W
Assim:
54
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Zona Bioclimática: região geográfica homogênea quanto aos elementos climáticos que
interferem nas relações entre ambiente construído e conforto humano.
1.21.1 Detalhamento
A Zona Bioclimática tem por objetivo determinar as estratégias que um edifício deve
seguir para obter o conforto térmico dos seus ocupantes. Desta forma, uma Zona
Bioclimática é o resultado geográfico do cruzamento de três tipos diferentes de dados:
zonas de conforto térmico humano, dados objetivos climáticos e estratégias de projeto e
construção para atingir o conforto térmico.
55
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
56
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
1.22.1 Detalhamento
Segundo a ASHRAE 55-2004, conforto térmico é a condição da mente que expressa
satisfação com o ambiente térmico. Esta satisfação, no entanto, depende de pessoa para
pessoa, o que dificulta a determinação de parâmetros que definam estas condições.
Algumas normas, como a ISO 7730/2005, ASHRAE 55-2004 e EN 15251, estabelecem
parâmetros que procuram avaliar esta situação.
Sensação Térmica
+3 Muito quente
+2 Quente
+1 Levemente quente
0 Neutro
-1 Levemente frio
-2 Frio
-3 Muito frio
Equaçã
o 1.7
Onde:
Equação 1.8
57
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Equação 1.9
Equação
1.10
Equação 1.11
Onde:
A ASHRAE 55-2004 apresenta, além do cálculo do PMV, outro método para determinação
da zona de conforto, assim como alguns parâmetros que ajudam a determinar se um
ambiente está propício a apresentar conforto ou não. O método gráfico, é um método
simplificado que pode ser aplicado em ambientes onde os ocupantes tem uma atividade
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
entre 1 e 1,3 met, com roupas entre 0,5 e 1 clo. Nos anexos A e B, a norma identifica a
atividade desempenhada e isolamento térmico das roupas. A Figura 1.33 mostra o gráfico
com as áreas de conforto, estas são formadas pelas temperaturas mínimas e máximas,
assim como pela umidade. Este gráfico é válido somente para velocidades do ar menores
que 0,2 m/s.
UMIDADE: deve ser mantida abaixo de 0,012, que corresponde à pressão de vapor de
água de 1,910kPa, para uma temperatura de orvalho de 16,8ºC.
59
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
velocidade do ar não deve passar de 0,8m/s; velocidades maiores que esta devem ser
controladas pelo usuário do ambiente.
DESCONFORTO TÉRMICO LOCAL: pode ser causado pela diferença de temperatura entre a
cabeça e o pé, causada pela assimetria da radiação térmica; corrente de ar; contato com
piso aquecido ou resfriado.
1.22.1.1 Exercício
Diante destas condições verifica-se que a ambiente não propicia aos seus usuários as
condições necessárias para o conforto. No entanto, com o aumento da velocidade do ar
pode-se obter um aumento de até 3ºC na temperatura limite. De forma que, se os outros
parâmetros forem atendidos, este ambiente estará na zona de conforto.
60
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
61
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Zona Térmica: espaço ou grupo de espaços dentro de um edifício condicionado que são
suficientemente similares, onde as condições desejadas (temperatura) podem ser
mantidas usando um único sensor (termostato ou sensor de temperatura).
1.24.1 Detalhamento
Uma zona térmica é uma divisão interna de um edifício. Da mesma forma que o conceito
de ambiente é a base do cálculo de eficiência do sistema de iluminação, a zona térmica é
a uma das bases do cálculo de eficiência do sistema de condicionamento de ar. No caso
de posicionamento de sensores ou termostatos, para o sistema de condicionamento de
ar, os ambientes não são necessariamente contíguos. No caso de simulações com
ambientes condicionados, ambientes contíguos de um mesmo piso e com a mesma
orientação costumam fazer parte de uma mesma zona térmica. Em simulações de
ambientes não condicionados (ventilados naturalmente), não é válido unificar ambientes
em zonas térmicas, salvo casos especiais a critério do simulador.
1.24.2 Exemplos
Figura 1.37. Ambientes contíguos de mesma orientação podem ser unificados em uma zona
térmica para a simulação com condicionamento de ar. Na figura, vê-se 4 zonas térmicas: 3
perimetrais e uma central.
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
1.24.3 Exercício
Um espaço é vedado do piso ao teto por divisórias compostas de madeira compensada
até 2,2 m e vidro a partir dessa altura até ao teto. O espaço forma um escritório
independente. Este espaço é uma zona térmica?
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
2 INTRODUÇÃO
O RTQ-C visa estabelecer as condições para classificação do nível de eficiência
energética de edifícios comerciais, de serviços e públicos, a fim de obter a Etiqueta
Nacional de Conservação de Energia (ENCE) emitida pelo Instituto Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO) (item 2.1).
A ENCE poderá ser fornecida em três momentos: para o projeto da edificação, para a
edificação pronta, após obtido o Habite-se e para a edificação existente, após reforma. A
avaliação do projeto é pré-requisito para a avaliação dos requisitos presentes na
edificação nova pós Habite-se e na edificação existente pós reforma. Neste último caso, é
necessário apresentar os projetos de reforma da edificação.
2.1 OBJETIVO
Em todos os casos, a etiqueta é válida somente para edificações cuja área total útil seja
igual ou superior a 500 m2 ou cuja tensão de abastecimento seja igual ou superior a 2,3
kV, o que abrange os subgrupos A1, A2, A3, A3a, A4 e AS. Desta forma, pequenos
consumidores não estão incluídos nos requisitos exigidos no RTQ-C.
• A3a: de 30 a 44 kV;
65
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Os níveis de eficiência podem ser elevados com bonificações nas pontuações finais
obtidas através de outros sistemas que possam promover a eficiência energética. Esta é
uma estratégia de incentivo que visa ampliar o potencial de eficiência da edificação.
66
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
EXEMPLOS DE APLICAÇÃO
A equação geral é composta por uma relação entre pesos (estabelecidos por usos finais)
para cada sistema e pelo equivalente numérico de seu nível parcial de eficiência. Os
pesos são:
• Envoltória: 30%
• Iluminação: 30%
67
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Equação 2.1
Onde:
EqNumEnv é o equivalente numérico da envoltória;
EqNumDPI é o equivalente numérico do sistema de iluminação, identificado pela sigla
DPI, de Densidade de Potência de Iluminação;
EqNumCA é o equivalente numérico do sistema de condicionamento de ar;
EqNumV é o equivalente numérico de ambientes não condicionados e/ou ventilados
naturalmente;
APT é a área de piso dos ambientes de permanência transitória, desde que não
condicionados;
ANC é a área de piso dos ambientes não condicionados de permanência prolongada;
AC é a área de piso dos ambientes condicionados;
Au é a área útil;
b é a pontuação obtida pelas bonificações, que varia de zero a 1.
EXEMPLO DE CÁLCULO
68
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
EXEMPLO DE CÁLCULO
Este último item abrange todas as soluções arquitetônicas ou dos sistemas que
porventura possam existir no projeto e que não são possíveis de serem analisadas
através do método prescritivo. No RTQ-C, o item 6 apresenta os requisitos a serem
atendidos para realizar a simulação e para comprovar o nível de eficiência energética do
edifício. O método de simulação é válido para alcançar a etiqueta completa do edifício,
sem a necessidade das etiquetas parciais.
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
2.3 BONIFICAÇÕES
A Equação 2.1 apresenta uma variável relativa às bonificações, ou seja, uma pontuação
extra que visa incentivar o uso de soluções que elevem a eficiência energética do edifício.
A pontuação adquirida através da implementação destas bonificações variam entre 0 e 1.
Sendo: 0 quando não existe nenhum sistema complementar para o aumento da eficiência
do edifício, e 1 quando uma das bonificações for implantada em sua totalidade. É
possível a utilização de mais de um sistema para se chegar a esta pontuação máxima.
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
EXEMPLO DE CÁLCULO
A economia de água gerada pelo sistema é de apenas 50% do valor estipulado pelo
RTQ-C; então a bonificação será igual a 0,5.
PT=3,485
PT=3,885
72
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
PT=3,885
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
O primeiro item refere-se à medição centralizada por uso final. Este item não exige que
medições sejam realizadas, mas sim que o circuito elétrico seja projetado separadamente
de forma a permitir medições quando necessário. Estas medições poderão auxiliar no
diagnóstico do consumo de energia facilitando o comissionamento ao indicar onde e em
que horas se consome mais e, conseqüentemente, em que tipo de uso deve-se investir
para elevar ainda mais a eficiência energética do edifício quando em uso. Hotéis são
exceções por ser comum possuírem circuitos integrados por quarto que são desligados
automaticamente quando o hóspede sai do quarto. E edifícios com múltiplas unidades
autônomas de consumo possuem um medidor de energia por unidade de consumo, o que
74
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
impede a existência de um quadro geral com circuitos separados por uso final.
EXEMPLO DE APLICAÇÃO
• Caso não possua desligamento automático nos quartos nem circuito elétrico
possibilitando medição por uso final, mesmo com PT = 4,5, seu nível de
eficiência é D.
75
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
3 ENVOLTÓRIA
3.1 PRÉ-REQUISITOS
A envoltória deve estar de acordo com pré-requisitos específicos para cada nível de
eficiência. Quanto mais elevado o nível, mais restritivos são os requisitos a serem
atendidos. A Tabela 3.1 apresenta uma síntese dos pré-requisitos da envoltória exigidos
por nível de eficiência.
3.1.1 Nível A
Seguindo a ordem do regulamento, o primeiro pré-requisito refere-se à transmitância
térmica. Este pré-requisito distingue coberturas e paredes exteriores ao exigir diferentes
limites de propriedades térmicas para cada caso. Em seguida, serão descritos os pré-
requisitos para cores a absortâncias de superfícies e, finalizando, os pré-requisitos para a
iluminação zenital.
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
DA COBERTURA
DAS PAREDES
A Tabela 3.2 apresenta uma síntese relacionando transmitâncias térmicas limite, zonas
bioclimáticas e capacidade térmica.
Tabela 3.2. Síntese das exigências para transmitância térmica máxima de paredes exteriores
Zonas
Transmitância térmica máxima
Bioclimáticas
ZB 1 a 6 3,7 W/m²K
2
2,5 W/m²K para paredes com 3,7 W/m K para paredes com
ZB 7 a 8 capacidade térmica máxima de 80 capacidade térmica superior a 80
2 2
kJ/m K kJ/m K
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
EXEMPLO
Figura 3.1. Parede de blocos de concreto 2 Figura 3.2. Parede de tijolos de cerâmica
furos, reboco e revestimento cerâmico, com com isolamento térmico e reboco, com U =
U = 2,44 W/m²K. 0,90 W/m²K.
Exceção ao item 3.1.1.1: planos compostos por vãos envidraçados com superfícies
opacas paralelas ao plano de vidro, mesmo que vazadas, não precisam atender ao pré-
requisito de transmitância térmica, visto que o plano posterior (vidro) não é elemento
opaco. Se houver superfícies opacas atrás destes planos, o pré-requisito de transmitância
térmica deve ser cumprido.
• pórticos;
• placas perfuradas;
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Para garantir envoltórias mais eficientes, o RTQ-C determina uma absortância máxima de
0,4 para os materiais de revestimento externo das paredes (onde incide a radiação solar)
para as Zonas Bioclimáticas de 2 a 8. A Zona Bioclimática 1 (cidades mais frias do Brasil,
como Curitiba) é excluída para permitir absortâncias elevadas que podem aumentar os
ganhos térmicos por radiação nos edifícios no inverno.
Para coberturas não aparentes, a absortância solar máxima também é de 0,4, exceto
para coberturas de teto-jardim ou de telhas cerâmicas não esmaltadas (Figura 3.3). Estas
coberturas apresentam bom desempenho térmico independente da absortância solar: o
teto-jardim devido a efeitos como a evapo-transpiração e as telhas cerâmicas não
esmaltadas devido à sua porosidade. As coberturas aparentes podem possuir
absortâncias maiores que esta, uma vez que fazem parte da composição da fachada do
edifício.
Figura 3.3. Cobertura não aparente se vista do logradouro principal (avenida) e aparente se
vista do logradouro secundário, deve ser: em telha cerâmica, com absortância baixa (cores
claras) ou em teto-jardim, para níveis A e B.
80
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Figura 3.4. Cobertura aparente se vista do logradouro principal (avenida), mesmo que não
aparente do logradouro secundário, pode ter absortância solar superior a 0,4 para níveis A e
B.
Aberturas zenitais permitem que a luz natural penetre nos ambientes internos,
possibilitando a redução no consumo de eletricidade em iluminação. No entanto, à
primeira vista, o RTQ-C parece penalizar esta pratica ao exigir percentuais reduzidos de
aberturas zenitais para o nível A, conforme se pode verificar na Tabela 3.1 do RTQ-C.
Esta exigência garante que a entrada de luz natural no edifício não implique,
simultaneamente, em uma elevação da carga térmica pela radiação solar. Portanto,
quanto maior a área de abertura zenital, menores os fatores solares da Tabela 3.1. Desta
forma, um menor PAZ pode usar vidros ou materiais transparentes ou translúcidos com
maior fator solar e vice-versa. Esta exigência não restringe a exploração da luz natural,
pois atualmente existem vidros de elevado desempenho térmico existentes no mercado,
além da possibilidade de uma boa distribuição das aberturas em uma área máxima de
5% da área da cobertura. Em outras palavras, um bom projeto de iluminação, com
aberturas bem distribuídas e com vidros de elevado desempenho tem condições de
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Além disso, o limite máximo de 5% de PAZ pode ser ultrapassado caso o método de
avaliação do nível de eficiência seja a simulação do desempenho energético da
edificação. Neste caso, o modelo de referência será gerado segundo o método
prescritivo, com PAZ máximo de 5%, e o modelo real segundo o projeto a ser avaliado.
3.1.2 Nível B
Tal como no nível A, são apresentados limites máximos para as transmitâncias térmicas
de coberturas e paredes. No entanto, estes limites são menos rigorosos que os para as
coberturas do nível A. Assim, para o nível B, as coberturas a transmitância térmica
máxima é 1,5 W/m²K para ambientes condicionados artificialmente. Os demais
82
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
parâmetros e métodos são idênticos tanto para alcançar nível de eficiência A como nível
de eficiência B.
83
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Ponderação Transmitância
Material Área Transmitância
da área Final
Teto-jardim com
140 1,62 0,29
grama
1,19
Laje de concreto 126 + 66 1,14 0,40
Telha metálica 144 0,85 0,30
Ponderação
Material Área Absortância Total
da área
Teto-jardim com
140 0,55 0,29
grama
Laje de concreto
126 0,37 0,26
gelo 0,40
Laje de concreto
66 0,49 0,14
amarela
Telha metálica 144 0,25 0,30
3.1.3 Níveis C e D
Os pré-requisitos para envoltória dos níveis C e D resumem-se a exigências de
transmitâncias térmicas máximas de 2,0 W/m2K para coberturas de qualquer tipo de
ambiente, eliminando a diferenciação entre ambientes condicionados e não
condicionados. Os limites de transmitância térmica são idênticos para paredes dos níveis
A e B e não há pré-requisitos envolvendo absortâncias de superfícies.
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
3.2.1 Introdução
O cálculo do indicador de consumo (IC) visa prever como a envoltória de um edifício vai
impactar o seu consumo de energia. Através do cálculo do IC é possível identificar
envoltórias mais eficientes.
A envoltória protege o interior do edifício. Quanto mais expõe o interior do edifício, maior
a troca térmica permitida entre o interior e o exterior. Assim, envoltórias com maiores
trocas térmicas implicam em elevados ganhos de calor em climas mais quentes (radiação
solar, temperatura, etc.) ou maiores perdas de calor em climas frios (infiltração,
diferenças de temperatura, etc.)
Convém salientar que nem todas as zonas agrupadas são consecutivas: a ZB6 e ZB8 são
agrupadas enquanto a ZB7 não. Para cada Zona Bioclimática, agrupada ou não, existem
duas equações diferentes de acordo com a área de projeção do edifício (Ape): para Ape
85
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
menores que 500m² e para Ape maiores que 500m². Em caso de terraços ou edificações
de forma irregular, Ape deve ser considerada como a área de projeção do edifício no plano
horizontal. Também deve-se frisar que estes 500 m2 referem-se à área de projeção do
edifício e não à área útil.
Adicionalmente, para cada uma destas equações (Ape maior ou menor que 500m²) há
limites máximos e mínimos para o Fator de Forma (Aenv/Vtot). As equações para Ape >500
m² são válidas para um Fator de Forma mínimo permitido. Já as equações Ape<500 m²
são válidas para um Fator de Forma máximo permitido, ilustrados na Figura 3.7. Acima
ou abaixo destes valores, deve-se adotar os valores limites nas equações. A
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Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Tabela 3.6 apresenta os valores limites do fator de forma para cada zona
bioclimática.Figura 3.8 apresenta um fluxograma com os passos a serem seguidos para a
escolha da equação.
Figura 3.7. Exemplos do fator de forma para aplicação nas equações das zonas
bioclimáticas1, 2 e 3.
87
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Determinar ZB do edifício
88
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
ATENÇÃO NO CÁLCULO DO IC
Em relação ao AHS e AVS, o valor máximo para uso na equação é 45°. Se o valor de
AHS e AVS for maior, como o mostrado na Figura 3.9, deve-se usar 45° no cálculo do IC.
Figura 3.9. Proteção solar horizontal com AVS de 60º, maior que o valor máximo para
uso no método prescritivo.
Tendo todas as variáveis, o IC é calculado para três tipos de envoltórias: ICenv, ICmáxD e
ICmín.
O cálculo do ICmáxD faz-se usando a mesma equação com os mesmos dados de Fator de
Forma e Fator Altura usados no cálculo de ICenv. Já os dados PAFT, FS, AVS, AHS
utilizados são mostrados na Tabela 3.2 do RTQ-C, e mostrados a seguir:
89
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
ICmáxD corresponde ao limite entre o nível D e E. Caso ICenv seja maior que ICmáxD, então o
nível da envoltória desse edifício é E.
90
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
dos níveis de eficiência para o edifício em questão. Ao contrário do que sucede no caso
da iluminação, os limites dos diversos níveis de eficiência da envoltória (A, B, C, D e E)
variam de edifício para edifício e têm de ser calculados caso a caso.
Apesar de AHS e AVS serem zero, o ICmín representa um Indicador de Consumo baixo.
Como o vão (PAFT) já é pequeno, o sombreamento foi dispensado, evitando o
escurecimento do ambiente.
Eq. 3.11
Eficiência A B C D E
Lim Mín - ICmáxD - 3i + 0,01 ICmáxD - 2i + 0,01 ICmáxD – i + 0,01 ICmáxD + 0,01
Lim Máx ICmáxD - 3i ICmáxD - 2i ICmáxD - i ICmáxD -
91
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
ICmín ICmáxD
ICmaxD -3i ICmaxD -2i ICmaxD -i
i i i i
A B C D E
A Figura 3.11 representa um edifício empresarial de três pavimentos que pretende obter
a etiqueta do nível de eficiência energética. O edifício está localizado em Curitiba, Zona
bioclimática 1. O edifício tem proteção solar horizontal na fachada norte e vertical nas
fachadas leste e oeste, as aberturas possuem vidros verdes de 4 mm, com FS igual a
0,43. O edifício possui teto-jardim na sua cobertura.
Ape=384m² Aenv=960m²
Apcob=256m² Afachada=576m²
Vtot=2304m³
Atot=768m²
92
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
A seguir são apresentados os cálculos das outras variáveis necessárias para o cálculo
do IC.
93
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
3. CÁLCULO DO PAFT
Para definir o PAFT, deve-se comparar o PAFT com o PAFO. Caso o PAFO for maior que
o PAFT mais 20%, deve-se utilizar o PAFO. Assim:
94
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Tanto para o AVS, quanto para o AHS, o valor máximo da angulação a ser utilizada é
de 45º. Outro detalhe a ser observado, é a utilização da média deste ângulo em função
da área de abertura do edifício.
Figura 3.13. Detalhe da proteção solar do edifício analisado para o cálculo do nível de
eficiência da envoltória.
4.1. AVS
Este edifício possui duas angulações diferentes para o AVS, uma de 34º, e outra de 55º. A
limitação do ângulo a 45º refere-se ao resultado final do ângulo de sombreamento. Assim:
95
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
4.2. AHS
96
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
A partir do ICmáx e o ICmin, encontra-se o limite para cada etiqueta, Tabela 3.9. O ICenv
determina a classificação A para a envoltória do edifício, com EqnumEnv é igual a 5.
Eficiência A B C D E
Lim Mín - 181,31 183,14 184,98 186,81
Lim Máx 181,30 183,13 184,97 186,80 -
97
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Exemplo 1
Comparando estes dados com os pré-requisitos estabelecidos pelo RTQ-C para o Nível
A, Tabela 3.10, verifica-se que apenas o pré-requisito referente à transmitância térmica
das paredes não é atendido (Umáx=3,7 W/m²K). A obtenção da classificação A exige que
todos os pré-requisitos sejam atendidos; como o pré-requisito referente a transmitância
térmica da parede não foi atendido, a classificação deste edifício passa a ser E para
envoltória, com EqnumEnv igual a 1.
Exemplo 2
Mesmo atendendo o limite máximo do PAZ, este edifício não atende o limite
estabelecido para o FS. Segundo o RTQ-C, para um PAZ de 4%, o fator solar máximo é
de 0,52. Desta forma este edifício passa a ter classificação B.
98
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
4 SISTEMA DE ILUMINAÇÃO
A iluminação artificial é essencial para o funcionamento dos edifícios comerciais
permitindo o trabalho em locais distantes da fachada e em horários em que a luz natural
não atinge os níveis de iluminação mínimos adequados. É vital garantir níveis corretos de
iluminação dentro dos ambientes internos dos edifícios para permitir o desempenho das
tarefas por seus usuários em condições de conforto e salubridade. Por esse motivo, a
norma NBR 5413 define níveis mínimos de iluminância necessários para diferentes tipos
de atividades.
Por outro lado, o sistema de iluminação artificial consome energia e gera carga térmica.
O sistema de iluminação apresenta, portanto, dois tipos de consumo de energia: o
consumo direto, ao utilizar eletricidade para gerar luz, e um consumo indireto, decorrente
do calor gerado nesse processo. Esse calor tem de ser retirado dos ambientes obrigando
a um maior gasto do sistema de condicionamento de ar, aumentando desta forma o
consumo geral de energia do edifício.
Para o caso de ambientes com área inferior a 250 m², é permitido um controle para todo
o ambiente. No caso de ambientes com grandes áreas, acima de 250 m², o RTQ-C
determina a divisão do sistema em parcelas menores, de no máximo 250 m², cada uma
com um controle independente, a fim de setorizar o sistema de acionamento quando
houver poucos usuários no local, evitando grandes áreas iluminadas sem ocupação.
Se o ambiente apresenta área maior que 1000 m² (por exemplo, um galpão), então o
sistema de iluminação deve ser dividido em parcelas com áreas máximas de 1000 m². A
Tabela 4.2 sintetiza esta regra.
100
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
EXEMPLO DE APLICAÇÃO
A Figura 4.1 ilustra a divisão de circuitos de um sistema que ilumina 600 m² de área de
piso. Ele foi dividido em três circuitos de controle, sendo que os dois laterais possuem a
área máxima permitida, de 250 m², e o circuito central possui 150 m². Desta forma, o
sistema completo não necessita permanecer ligado nos momentos em que há
ocupantes somente na área central.
101
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Figura 4.2. Exemplos de circuitos com controle de acionamento perto das janelas.
• um sinal de um outro controle ou sistema de alarme que indique que a área está
desocupada.
A aplicação de um destes métodos é obrigatória para ambientes com área superior a 250
m² para o nível A. É necessário frisar que o cumprimento deste pré-requisito não exclui a
necessidade existir um controle manual no ambiente, proporcionando ao ocupante
flexibilidade de uso. Esta medida, controle independente de acionamento do sistema de
iluminação, visa permitir que os usuários possam controlar o uso da iluminação de acordo
com a necessidade. Já o desligamento automático, visa melhorar o uso do sistema de
iluminação na ausência de usuários. Cada método, portanto, tem objetivos diferentes e o
cumprimento de um não substitui o atendimento ao outro.
102
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Equação 4.1
Onde:
K: índice de ambiente, [adimensional];
At: Área de teto, [m²];
Apt: Área do plano de trabalho, [m²];
Ap: Área de parede entre o plano iluminante e plano de trabalho, [m²].
103
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Equação 4.2
Para ambientes retangulares a relação pode ser simplificada. A Equação 4.3 é utilizada
para ambientes retangulares com iluminação direta, enquanto a Equação 4.4, é utilizada
para iluminação semi-direta ou indireta.
Equação 4.3
Onde:
K: índice de ambiente, iluminação direta, [adimensional];
C: comprimento total do ambiente, [m];
L: largura total do ambiente, [m];
h: altura entre a superfície de trabalho e o plano das luminárias no teto, [m].
Equação 4.4
Onde:
K: índice de ambiente, iluminação semi-direta e indireta, [adimensional];
C: comprimento total do ambiente, [m];
L: largura total do ambiente, [m];
h': altura entre a superfície de trabalho e o teto, [m].
VÁRIOS NÍVEIS
Em ambientes com mais de um nível, como o mostrado na Figura 4.3, deve-se calcular
vários índices de ambiente, separando-os de acordo com as áreas de sombreamento
causadas pelos mezaninos, e de acordo com a necessidade de inserção de novos pontos
104
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Figura 4.3. Ambiente único, para cálculo do K, com seis níveis diferentes.
105
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
VÁRIAS ATIVIDADES
Figura 4.6. Planta com layout de setores com usos diferentes q necessitam de níveis de
iluminância diferentes.
106
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
DIFERENTES REFLETÂNCIAS
EXEMPLO DE CÁLCULO
O ambiente ‘K10’, da Figura 4.5, representado melhor na Figura 4.7 possui abertura em
uma das paredes e um vão no lugar da outra parede; estes funcionam como sumidouro
ideal de luz, e desconsidera-se a reflexão da luz no vidro. Sabendo que as duas
paredes restantes sejam brancas, e portanto, possuam refletância de 80% temos que:
Como a refletância média das paredes encontrada foi igual a 42%, ao consultar a tabela
do fator de utilização deverá utilizar-se 50%.
107
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
A consulta à Tabela 4.1, do RTQ-C, permite fazer o projeto luminotécnico para um dado
nível de eficiência, sabendo o limite máximo da DPIR. O valor máximo de DPIR de cada
nível de eficiência é chamado de valor limite de Densidade de Potência Relativa (DPIRL).
O projeto luminotécnico pode ser realizado através de vários métodos de cálculo como o
método dos lumens ou o método dos pontos. Segue-se um roteiro para o projeto
luminotécnico através do método dos lumens.
O objetivo final do método dos lumens é determinar o número de lâmpadas mínimo que
garanta um valor mínimo de fluxo luminoso (Φ) no plano de trabalho. Este fluxo será
resultado do produto da área do ambiente (A) com o nível de iluminância de projeto
desejado (EP), Equação 4.5.
Equação 4.5
Desta forma, conhecendo o fluxo luminoso das lâmpadas em cada luminária, tem-se o
número total de luminárias para um ambiente, dado por:
Equação 4.6
Equação 4.7
108
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Equação 4.8
Onde:
n: Número de luminárias do sistema de iluminação artificial;
A: Área do ambiente, [m²];
EP: Iluminância de projeto, [lx];
Φlum: Fluxo luminoso da luminária, [lm];
Fu: . Fator de utilização, [adimensional];
Fd: Fator de depreciação, [adimensional];
O resultado da Equação 4.8 pode não ser um número inteiro. Neste caso, o valor deve
ser arredondado para o maior número inteiro. O número inteiro assim obtido partindo da
Equação 4.8 é multiplicado pelo fluxo luminoso das luminárias para determinação da
iluminância média inicial (Ei).
Equação 4.9
Determinada a iluminância inicial (Ei) resta determinar a iluminância no final da vida útil
do sistema de iluminação (Ef), que corresponde a um período de 24 meses. Este cálculo
é realizado a partir da Equação 4.10, considerando um Fator de depreciação igual a 0,8.
Equação 4.10
Determinada a iluminância final basta conferir se cumpre o nível de eficiência que visa
alcançar. Para tal, tem de verificar dois requisitos:
109
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Em casos como estes, o regulamento prevê que se faça uma interpolação utilizando os
valores mais próximos determinados na tabela. No caso em questão esse valores seriam
2,5 e 1,83 (Kmin e DPIRLmin), mais 3,0 e 1,76 (Kmax e DPIRLmax).
Substituindo os valores
110
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Equipamento A B C D
Duas lâmpadas
Duas lâmpadas Duas lâmpadas Duas lâmpadas
com refletor e
Luminária com refletor de sem refletor de sem refletor de
aletas de
alumínio alumínio alumínio
alumínio
Equação 4.11
Para verificar se a DPIRF é menor que a DPIRL para o nível em questão, procede-se do
seguinte modo:
Equação 4.12
Onde:
DPIRL: Densidade de Potência Relativa Limite, [W/m2/100lx];
DPIRF: Densidade de Potência Relativa Final, [W/m2/100lx];
DPIA: Densidade de Potência Absoluta, [W/m2];
111
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
EXEMPLO DE CÁLCULO
112
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Para o projeto utilizou-se: luminárias Indelpa IDL 2404 2x28w com corpo em chapa de aço
e refletor em alumínio; lâmpadas GE T5 Starcoat de 28W (F28W/T5/830) com fluxo
luminoso de 2900 lm, e Reator eletrônico 2x28w.
ÍNDICE DE AMBIENTE:
NÚMERO DE LUMINÁRIAS:
Consultar tabela de Fator de Utilização, do fabricante. Como na tabela não existe o valor
de K correspondente a este ambiente, deve-se interpolar os valores contidos na tabela.
Assim:
113
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
2.1.Cálculo da DPIA
2.2.Cálculo da DPIRF
DPIRL - (W/m2/100lux)
Índice de Ambiente - K DPIRF - (W/m2/100lux)
Nível A Nível B
3. PRÉ-REQUISITOS
Para o sistema permanecer com esta classificação, o sistema precisa atender a todos
os pré-requisitos:
114
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
3º Passo: calcular o índice de ambiente (K) para cada zona de iluminação identificada,
considerando todos os segmentos verticais que compõem a zona (existindo
paredes ou não) para identificar a forma do volume.
4º Passo: para cada zona de iluminação interpolar o DPIRL, de acordo com o K, e calcular
o DPIRF
5º Passo: identificar o nível de eficiência energética para cada zona de iluminação que
compõe o ambiente.
115
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
5 SISTEMA DE CONDICIONAMENTO DE AR
5.1 INTRODUÇÃO
5.2 PRÉ-REQUISITOS
116
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Os níveis de eficiência para estes tipos de unidades podem ser consultados na página do
INMETRO: http://www.inmetro.gov.br
Neste caso, a eficiência de cada unidade deve ser ponderada pela capacidade (potência)
e não pela área, uma vez que todos os aparelhos atendem a em uma mesma área.
117
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
EXEMPLO DE CÁLCULO
Eficiência da Equivalente
Unidade Potência [Btu/h]
unidade numérico
1 7500 B 4
2 9000 C 3
3 12000 C 3
Divide-se a potência de cada unidade pela soma da potência das três unidades
obtendo o coeficiente de ponderação de cada ambiente:
Coeficiente de
Unidade Potência [Btu/h]
ponderação
1 7500 0,26
2 9000 0,32
3 12000 0,42
118
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Equivalente Coeficiente de
Ambiente Resultado ponderado
numérico ponderação
1 4 0,26 1,04
2 3 0,32 0,96
3 3 0,42 1,26
TOTAL 3,26
119
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
EXEMPLO DE CÁLCULO
20+40+50+45 = 155m² ;
Divide-se a área de cada ambiente pela área total dos quatro ambientes obtendo o
coeficiente de ponderação de cada ambiente.
120
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Equivalente Coeficiente de
Ambiente Resultado ponderado
numérico ponderação
1 4 0,13 0,52
2 3 0,26 0,78
3 3 0,32 0,96
4 5 0,29 1,45
TOTAL 3,71
121
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
EXEMPLO DE CÁLCULO
Eficiência do Equivalente
Sistema Área [m²]
sistema numérico
Sistema central de
300 A 5
condicionamento
Unidade de janela 10 C 3
Unidade de janela 10 B 4
Split 40 B 4
300+40+10+10 = 360m²
Divide-se a área de cada ambiente por a área total dos quatro ambientes obtendo o
coeficiente de ponderação de cada ambiente.
Coeficiente de
Ambiente Área [m²]
ponderação
1 300 0,83
2 10 0,03
3 10 0,03
4 40 0,11
TOTAL 360 1,00
122
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Equivalente Coeficiente de
Ambiente Resultado ponderado
numérico ponderação
1 5 0,83 4,17
2 3 0,03 0,08
3 4 0,03 0,11
4 4 0,11 0,44
TOTAL 4,81
123
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
• Nível A:
o resfriadores de líquido - Tabela 5.2,
o condensadores e torres de arrefecimento – Tabela 5.3,
o atender aos requisitos (itens 5.4.3 a 5.4.8 do RTQ-C);
• Nível B:
o resfriadores de líquido - Tabela 5.2,
o condensadores e torres de arrefecimento – Tabela 5.3;
• Nível C:
o resfriadores de líquido - Tabela 5.5,
o condensadores e torres de arrefecimento – Tabela 5.6;
• Nível D:
• Nível E:
5.4.3.1 Geral
Cada zona térmica deverá ter sua temperatura controlada por um termostato, sendo que
cada termostato dever atender a apenas uma zona térmica. Pode, entretanto, existir um
termostato que controla um sistema perimetral que está inserido em duas ou mais zonas
térmicas.
Nestes casos, normalmente tem-se dois sistemas em uma mesma zona térmica, o
sistema perimetral que tem a função de retirar as cargas recebidas pela envoltória do
edifício, como mostrado na Figura 5.1, e o sistema interno que tem a função de retirar as
demais cargas da zona térmica. Para o controle dos sistemas periféricos pode-se utilizar
um termostato em mais de uma zona, desde que dispostos em fachadas com a mesma
orientação e com uma distância máxima de 15 m entre eles.
124
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
125
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
• para substituir a bomba de calor quando a temperatura externa for muito baixa
(abaixo de 4ºC), o que impede o uso da bomba da calor por risco de
congelamento.
Da mesma forma, para a obtenção do nível A o sistema de forma geral não poderá fazer
uso de reaquecimento seja para controle de temperatura ou umidade. Entretanto, existem
casos em que algumas salas com controle preciso de temperatura e umidade podem
fazer uso deste recurso (aquecimento e resfriamento simultâneo), e mesmo assim a
edificação conseguir obter a classificação A se o somatório das áreas destas salas for
pequeno em relação à área total climatizada do edifício, pois a ponderação por área pode
manter o edifício no nível de eficiência A.
5.4.4 Automação
Com a finalidade de evitar que o sistema de condicionamento de ar funcione quando o
edifício está desocupado, deve-se adotar pelo menos um dos sistemas de automação
descritos no RTQ-C.
126
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
os suprimentos de ar.
Os sistemas VAV costumam apresentar uma vazão mínima por zona (em geral, 30% da
vazão total para aquela zona). Assim, o projeto deve incluir um registro extra (damper)
para bloquear a vazão mínima que entraria desnecessariamente na zona não ocupada.
EXEMPLO DE APLICAÇÃO
Uma escola possui um sistema central de condicionamento de ar, que atende todo o
edifício. Como o auditório é ocupado em horário diferente ao das salas de aula, esta
zona térmica deve ser isolada do restante do edifício. Desta forma, durante o período
de aulas, em que o auditório não está sendo utilizado, esta zona será desativada. O
caso contrário também é válido, o sistema de condicionamento deve funcionar
adequadamente para o auditório quando o restante da escola não for utilizado e,
portanto, não estiver condicionado.
Para a obtenção do nível A o sistema deverá apresentar ciclo economizador sempre que
o custo benefício for favorável (RCB≤ 0,80).
127
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Sistemas de ventilação com capacidade nominal maior que 5000 l/s (18000 m³/h) devem
possuir controles de acionamento gradual automático. Este controle visa evitar picos de
demanda no acionamento de grandes ventiladores, sendo assim ligados gradualmente
até alcançarem a potência desejada.
128
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
• Roda de entalpia:
o Eficiência elevada;
o Necessita uma renovação periódica de componentes;
o Pode haver contaminação entre os fluxos de ar.
o Elevada durabilidade.
Mesmo com a redução da vazão da bomba, a pressão deve ser tal que garanta que a
água, ou o líquido refrigerante, alcance todos os pontos. Para tanto, o RTQ-C sugere a
medição da pressão diferencial no trocador de calor mais distante, ou no de maior
pressão. No entanto, o ponto ideal de medição deve ser definido pelo projetista, dada a
diferença de cada projeto.
Quando existir mais de um resfriador de líquido, em uma central de água gelada, deve-se
assegurar que quando um resfriador for desligado a vazão da central seja reduzida
automaticamente.
129
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Nestes sistemas, cada ventilador acionado por um motor com potência igual ou superior
a 5,6kW deve poder operar em carga parcial, além de possuir controles que mudem
automaticamente a velocidade do ventilador para controlar a temperatura de saída do
fluido do dispositivo de rejeição de calor ou temperatura/pressão de condensação do
dispositivo. A possibilidade de operar com velocidade variável reduz significativamente o
consumo de energia.
130
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
6 SIMULAÇÃO
O processo de certificação realizado através da simulação não descarta o método
prescritivo. Ele é utilizado para comprovar que, em certos casos, a utilização de
parâmetros diferentes que os determinados no RTQ-C geram uma maior economia de
energia, mantendo o conforto do ambiente.
Para a avaliação ser possível os dois modelos devem ser simulados no mesmo
programa, utilizando o mesmo arquivo climático. Além disso, cada modelo possui suas
131
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Tabela 6.1. Síntese dos sistemas necessários para o modelo real para as etiquetas geral e
parciais.
Modelo Real
Etiqueta Condicionamento
Envoltória Iluminação
de Ar
Características do Características do Características do
ENCE Geral
Ed. proposto Ed. Proposto Ed. Proposto
Características do Igual ao modelo de Igual ao modelo de
ENCE Parcial – Envoltória
Ed. proposto referência referência
ENCE Parcial – Envoltória e Características do Características do Igual ao modelo de
Sistema de Iluminação Ed. proposto Ed. proposto referência
ENCE Parcial – Envoltória e
Características do Igual ao modelo de Características do
Sistema de
Ed. proposto referência Ed. Proposto
Condicionamento de Ar
Os dois modelos possuem algumas características que são iguais, o que permite que os
mesmos sejam comparados, e possibilita a avaliação dos sistemas em questão. Assim:
132
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Este modelo deve representar o edifício real, com os seus parâmetros construtivos, assim
como os sistemas a serem avaliados. Desta forma, a envoltória do modelo real deve
possuir as mesmas características do edifício real, como transmitâncias, PAFT, PAZ,
ângulos de sombreamento e outros parâmetros.
Caso exista mais de um sistema de condicionamento de ar, todos eles devem ser
representados no modelo real. Da mesma forma, quando possuírem padrão de uso
diferenciado de acordo o período do ano, ou a utilização de ventilação natural, estes
devem ser modelados e comprovada as condições de conforto térmico nestes ambientes.
O sistema de iluminação deve ter a mesma DPI que o edifício proposto, no entanto, as
cargas de iluminação externas não devem ser consideradas.
Este modelo serve de base na comparação com o modelo real, devendo atender as
condições e características para obter o nível de eficiência desejado para o edifício
proposto. Assim, pode ser necessário o desenvolvimento de quatro modelos de
referências, uma para cada nível de eficiência, A, B, C e D. O modelo deve ter tais
características que o levem a ter o nível de eficiência pretendida, para cada um dos
sistemas, assim como para a classificação geral.
133
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
do capítulo 5, do RTQ-C. Da mesma forma, a DPI deve ser definida através da Tabela
4.1, do RTQ-C, de acordo com o nível de eficiência pretendida.
O mesmo acontece com a envoltória, que deve ser definida de tal forma que obtenha o
nível de eficiência desejada, no entanto, alguns de seus parâmetros são fixos. A
transmitância térmica e a absortância solar devem ter os valores máximos definidos no
item 3.1 do RTQ-C, para o nível de eficiência desejado. O PAFT deve ser calculado de
forma que se obtenha o maior percentual de abertura possível para se obter o nível
desejado, mas com os seguintes parâmetros:
• AVS=0 e AHS=0;
O modelo de referência não possui proteção solares, tais como brises e marquises; no
entanto, quando o sombreamento é provocado por outro elemento da edificação, este
deve ser modelado, mesmo quando não é relevante para as trocas térmicas. Para o
modelo de referência não devem ser considerados os sombreamentos causados por
outros edifícios.
Caso o edifício proposto possua iluminação zenital, com um PAZ maior que 5%, o modelo
de referência deve possuir um PAZ de 2%, com vidro simples, de 3 mm e FS de 0,87.
As zonas térmicas que possuem condicionamento térmico devem ser modeladas com o
mesmo sistema presente no modelo real, porém o COP utilizado deverá ser referente à
classificação almejada. Para os sistemas que possibilitam aquecimento do ar o COP
utilizado pode ser considerado 75% do COP de resfriamento quando este valor não for
especificado pelo fabricante, bombas de calor podem ter COP de 90% do COP de
resfriamento. O COP de resfriamento é apresentado na Tabela 5.1 do RTQ-C.
A Tabela 6.2 apresenta um resumo dos detalhes necessários para cada um dos modelos.
134
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
EXEMPLO DE CÁLCULO
Figura 6.2. Modelo Real do edifício proposto, para avaliação através do processo de
simulação.
= 167,94
ICmáx A = 160,61
135
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
PAFT = 0,0863
O modelo de referência terá abertura em 8,63% de sua fachada. A Figura 6.3 mostra
um modelo de referência com abertura nas quatro fachadas, com um PAFT de 8,63%, o
que não é correto, uma vez que não representa o edifício proposto.
Figura 6.3. Modelo de Referência com Figura 6.4. Modelo de Referência correto.
aberturas não proporcionais ao edifício
proposto.
136
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
O sistema de condicionamento deve ser representado nos dois modelos de acordo com o
sistema implantado no edifício proposto. No entanto, o modelo de referência deve possuir
todos os requisitos possíveis de serem simulados, e COP referentes ao nível de
eficiência almejado.
Outros itens não são modelados diretamente, por exemplo: o item de ‘automação’, que
pode ser determinado através de padrões de uso; o item ‘controles e dimensionamento
do sistema de ventilação’ que deve utilizar a fórmula da Tabela 5.9 do RTQ-C e inserir o
valor encontrado no programa. O item ‘controles de sistemas de ventilação para áreas
137
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
com altas taxas de ocupação’ deve estar associado ao padrão de uso e ocupação, e ter a
opção fluxo/pessoa ativada.
A simulação será necessária sempre que se pretender obter a etiqueta geral e existirem
áreas não condicionadas (ANC), mesmo quando for utilizado o método prescritivo. No
entanto, a avaliação de edifícios pelo método prescritivo ou pelo método de simulação é
realizada de forma diferente para cada um dos métodos. Para o método de simulação
deve-se realizar a simulação do modelo real, conforme item 6.2.1 do manual e verificar se
as áreas não condicionadas atendem as condições de conforte.
EXEMPLO DE CÁLCULO
Uma escola tem a intenção de obter a ENCE geral através do método prescritivo,
contudo possui algumas salas sem condicionamento térmico. Para tanto, é necessário
que se verifique as condições de conforto nestas salas; esta verificação será realizada
através da simulação destes ambientes e da comparação do percentual de horas
ocupadas em conforto com os limites determinados pelo regulamento.
138
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Porcentagem de horas
Nível de
Ambiente ocupadas em conforto
Eficiência
(POC)
Recepção 82% A
Sala de Aula A 54% D
139
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7 REGULAMENTO DE AVALIAÇÃO DA
CONFORMIDADE – RAC-C
7.1 INTRODUÇÃO
140
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Figura 7.1. Modelo da ENCE geral indicando os níveis de eficiência parciais para envoltória
(nível A), sistema de iluminação (nível B) e sistema de condicionamento de ar (nível A), e
eficiência geral do edifício (nível B).
141
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Figura 7.4. Modelo da ENCE parcial para Figura 7.5. Modelo da ENCE parcial para a
a envoltória (nível A) e para o sistema envoltória, para o sistema de iluminação e para
de condicionamento de ar (nível A). o sistema de condicionamento de ar (todos com
nível de eficiência A).
EXEMPLO
Uma construtora X projetou um edifício cuja envoltória obteve nível A na sua ENCE
parcial. Com essa classificação, a construtora atrai um cliente A: uma firma de
engenharia e arquitetura de projetos eficientes que procurava um edifício
condizente com sua imagem para sediar a empresa e comprou um pavimento
completo no edifício. Resolvendo usar o seu espaço de escritório como uma vitrine
das suas capacidades em projetos energeticamente eficientes, esta firma solicita as
ENCEs parciais para o seu sistema de iluminação e sistema de condicionamento
de ar, obtendo a classificação A para as três etiquetas parciais e, com a inclusão
dos pré-requisitos gerais, a ENCE geral com nível A para a sua sede.
142
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
EXEMPLO (continuação)
Enquanto a firma A possui sua sede etiquetada com nível A, a firma B é livre para
etiquetar as suas instalações caso deseje, não havendo obrigatoriedade por estar
instalada em um edifício com envoltória etiquetada. Desta forma, durante os anos
iniciais onde o atendimento ao regulamento é voluntário, a etiquetagem geral ou
parcial, ou até os métodos de avaliação, são opções do proprietário. A única
obrigatoriedade é que, para se obter as etiquetas parciais do sistema de iluminação
e do sistema de condicionamento de ar, é necessário existir – ou solicitar
concomitantemente - a ENCE parcial da envoltória.
143
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
complementa a
documentação não
faltante completa?
sim
expede a registra a
ENCE projeto ENCE ENCE
projeto projeto
complementa a não
documentação completa?
faltante
sim
realiza
avaliação
do edifício
construído
não
sim
edifício está
diferenças de não
conforme sim
impacto na ENCE para
projeto
eficiência? registro
etiquetado?
144
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Estas avaliações devem ser realizadas por laboratórios designados pelo Inmetro nos
primeiros anos de vigência do processo de etiquetagem, e após prazo definido pelo
Inmetro por laboratórios acreditados. O site do Inmetro apresenta a lista de laboratórios
indicados para a avaliação da conformidade para os edifícios. Inicialmente, a lista será
pequena, tendendo a crescer de acordo com a possibilidade de capacitação de outros
laboratórios a fim de atender a demanda de edifícios solicitantes da etiquetagem.
145
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
proprietário. Todo material exigido pelo RAC-C para a avaliação deve ser entregue ao
laboratório, que irá conferir os documentos e, caso não estejam completos, irá aguardar a
complementação dos projetos e memoriais para finalmente iniciar o processo de
avaliação. O prazo de avaliação é então interrompido, ou a avaliação nem é iniciada, até
que todos os documentos estejam entregues.
Deve-se atentar ainda para o uso do sombreamento do entorno para melhorar o nível de
eficiência energética do edifício. Ele é permitido somente no método de simulação e,
portanto, é avaliado na etapa de avaliação de projeto. Quando o nível de eficiência obtido
pelo edifício inclui o sombreamento provocado pelo entorno, o proprietário deve assinar
um termo de ciência sobre as condições envolvidas com esta opção (termo de ciência
sobre o entorno). Nesta, ele declara estar ciente de que poderá perder a etiqueta caso o
edifício vizinho seja demolido e que não poderá responsabilizar o proprietário do edifício
vizinho pela perda da etiqueta. Portanto, as condições do entorno só devem ser incluídas
na avaliação daqueles edifícios cuja localização é certa de que não haverá demolições
dos edifícios vizinhos, como grandes centros urbanos e edifícios de valor histórico.
146
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Estas alterações serão avaliadas pelo Laboratório de Inspeção. Caso sejam relevantes
para a avaliação do nível de eficiência energética, o proprietário será notificado de que se
deve realizar uma nova avaliação de projeto, retornando à etapa anterior. Caso não
sejam relevantes, os novos projetos serão incorporados ao projeto original para os
procedimentos de avaliação descritos no Anexo III do RAC-C.
No caso em que algum item não tenha sido implementado da mesma forma que constava
no projeto avaliado, seja na etapa de avaliação de projeto ou nos projeto as built, o
Laboratório irá notificar o proprietário das não conformidades e informar ao proprietário
que a avaliação deverá retornar à etapa de avaliação de projeto para identificar o novo
nível de eficiência do projeto com as presentes modificações e, por conseguinte, do
edifício.
A autorização para uso da ENCE de projeto pode ser fornecida a complexo de edifícios,
enquanto a inspeção pode ser realizada em diferentes etapas de construção, desde que
a construção por etapas esteja definida em projeto, indicando as parcelas que serão
executadas a cada etapa como blocos. Neste caso, o Laboratório irá verificar o nível de
eficiência do bloco de cada etapa separadamente e o nível do edifício completo. A ENCE
geral do edifício (ou do complexo de edifícios) será dada como ENCE geral para cada
bloco separadamente. Quando todo o edifício, ou o complexo, estiver construído, a
avaliação final pode ser realizada para um ENCE geral. No entanto, não deve haver
modificações nos blocos já construídos.
147
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Nos casos de não conformidade na inspeção o proprietário não poderá manter fixada a
ENCE obtida em projeto. Neste caso será necessário que sejam feitas as correções em
projeto conforme o construído, este projeto deverá ser submetido a uma nova avaliação
de projeto, e em seguida a uma nova avaliação do edifício.
Também deve ser enviada ao laboratório de inspeção uma lista com a relação dos
documentos entregues, desde projetos contendo as pranchas, os memoriais descritivos
ou de cálculo e os arquivos eletrônicos contendo o material encontrado em cada um
deles: com número, nome, descrição do conteúdo, referência para avaliação e nome do
arquivo eletrônico, um exemplo é mostrado na Tabela 7.1.
148
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
Nome do arq.
Referência
No. Documento Complemento Conteúdo eletrônico (com
para avaliação
extensão)
Projeto Planta pavimento
1 Prancha 1 Geral A001PT00.dwg
arquitetônico térreo
Especificação de
Envoltória: pré-
2 Memorial 1 Envoltória materiais da MM1.doc
requisitos
envoltória
Cálculo das
Memorial de propriedades Envoltória: pré-
3 MC1.doc
cálculo 1 térmicas da requisitos
envoltória
Localização das Iluminação:
Projeto Prancha 3 –
4 luminárias do potência dos L012PTP.dwg
luminotécnico pav tipo
pavimento tipo equipamentos
5 Etc...
Com o resumo das características do edifício, devem ser entregues as planilhas que
constam no Anexo II do RAC-C, preenchidas com as informações de acordo com as
opções escolhidas de método:
149
Manual de Aplicação dos Regulamentos: RTQ-C e RAC-C
É necessário ainda que se utilize programas de simulação que sejam aprovados pelo
método da ASHRAE Standard 140 (BESTEST). Caso contrário o programa deve ser
submetido ao método, e pode ser recusado pelo Laboratório de Inspeção se não for
aprovado por este teste. O laboratório pode ainda recusar o arquivo contendo o modelo
do edifício, tanto real quanto de referência entregue pelo proprietário caso este não esteja
de acordo com o RTQ-C, assim como pode recusar o arquivo climático se não atender às
especificações mínimas do RTQ-C contidas nos pré-requisitos do capítulo 6.
150
ANEXOS
Lista de cidades e respectivas zonas bioclimáticas
Tabela A.1: Lista de cidades e respectivas zonas bioclimáticas (Fonte: “NBR 15220-3:
Zoneamento Bioclimático Brasileiro”)
UF Cidade Estratégia ZB
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Tabela A.1: Lista de cidades e respectivas zonas bioclimáticas (Fonte: “NBR 15220-3:
Zoneamento Bioclimático Brasileiro”) - continuação
UF Cidade Estratégia ZB
152
Tabela A.1: Lista de cidades e respectivas zonas bioclimáticas (Fonte: “NBR 15220-3:
Zoneamento Bioclimático Brasileiro”) - continuação
UF Cidade Estratégia ZB
MA Turiaçu FIJ 8
MA Zé Doca FIJK 8
MG Aimorés CFIJK 5
MG Araçuai CFIJ 5
MG Araxá BCFI 3
MG Bambuí BCFIJ 3
MG Barbacena BCFI 3
MG Belo Horizonte BCFI 3
MG Caparaó ABCFI 2
MG Capinópolis CFIJ 5
MG Caratinga BCFI 3
MG Cataguases CFIJ 5
Conceição do Mato
MG Dentro BCFI 3
MG Coronel Pacheco BCFIJ 3
MG Curvelo BCFIJ 3
MG Diamantina BCFI 3
MG Espinosa CDFHI 6
MG Frutal CFHIJ 6
MG Governador Valadares CFIJ 5
MG Grão Mogol BCFI 3
MG Ibirité ABCFI 2
MG Itabira BCFI 3
MG Itajubá ABCFI 2
MG Itamarandiba BCFI 3
MG Januária CFHIJ 6
MG João Pinheiro CDFHI 6
MG Juiz de Fora BCFI 3
MG Lavras BCFI 3
MG Leopoldina CFIJ 5
MG Machado ABCFI 2
MG Monte Alegre de Minas BCFIJ 3
MG Monte Azul DFHI 7
MG Montes Claros CDFHI 6
MG Muriaé BCFIJ 3
MG Oliveira BCDFI 4
MG Paracatu CFHIJ 6
MG Passa Quatro ABCFI 2
MG Patos de Minas BCDFI 4
MG Pedra Azul CFI 5
MG Pirapora BCFHI 4
MG Pitangui BCFHI 4
MG Poços de Calda ABCF 1
MG Pompeu BCFIJ 3
MG Santos Dumont BCFI 3
MG São Francisco CFHIJ 6
MG São João Del Rei ABCFI 2
MG São João Evangelista BCFIJ 3
MG São Lourenço ABCFI 2
MG Sete Lagoas BCDFI 4
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Tabela A.1: Lista de cidades e respectivas zonas bioclimáticas (Fonte: “NBR 15220-3:
Zoneamento Bioclimático Brasileiro”) - continuação
UF Cidade Estratégia ZB
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Tabela A.1: Lista de cidades e respectivas zonas bioclimáticas (Fonte: “NBR 15220-3:
Zoneamento Bioclimático Brasileiro”) - continuação
UF Cidade Estratégia ZB
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Tabela A.1: Lista de cidades e respectivas zonas bioclimáticas (Fonte: “NBR 15220-3:
Zoneamento Bioclimático Brasileiro”) - continuação
UF Cidade Estratégia ZB
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Tabela A.1: Lista de cidades e respectivas zonas bioclimáticas (Fonte: “NBR 15220-3:
Zoneamento Bioclimático Brasileiro”) - continuação
UF Cidade Estratégia ZB
SP Avaré BCFIJ 3
SP Bandeirantes BCFI 3
SP Bariri BCFI 3
SP Barra Bonita BCFI 3
SP Campinas BCFI 3
SP Campos do Jordão ABCF 1
SP Casa Grande ABCFI 2
SP Catanduva CFHIJ 6
SP Franca BCDF 4
SP Graminha BCFI 3
SP Ibitinga BCFIJ 3
SP Iguape CFIJ 5
SP Itapeva ABCFI 2
SP Jau BCDFI 4
SP Juquiá CFIJ 5
SP Jurumirim BCFI 3
SP Limeira BCDFI 4
SP Limoeiro BCDFI 4
SP Mococa BCDFI 4
SP Mogi Guaçu (Campininha) BCFIJ 3
SP Paraguaçu Paulista CDFI 6
SP Pindamonhangaba BCFIJ 3
SP Pindorama CDFHI 6
SP Piracicaba ABCFI 2
SP Presidente Prudente CDFHI 6
SP Ribeirão das Antas BCFI 3
SP Ribeirão Preto BCDFI 4
SP Salto Grande BCFIJ 3
SP Santos CFIJ 5
SP São Carlos BCDFI 4
SP São Paulo BCFI 3
SP São Simão BCDFI 4
SP Sorocaba BCFI 3
SP Tietê BCFI 3
SP Tremembé BCFI 3
SP Ubatuba BCFIJ 3
SP Viracopos BCDFI 4
SP Votuporanga CDFHI 6
TO Paranã CFHIJ 6
TO Peixe FHIJK 7
TO Porto Nacional FHIJK 7
TO Taguatinga DFHIJ 7
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