Um show de Caetano Veloso seguido de jantar. Um show de Rita Lee em área
aberta com mais de três mil pessoas. Uma apresentação do enólogo-cantor Ed Motta acompanhada de degustação de vinhos. Um bufê com delícias requintadas, preparados pelo chef francês Emmanuel Bassoleil. E ainda uma série de espetáculos com a Turma do Cocoricó para crianças. A lista não é uma relação de eventos patrocinados por cervejarias ou instituições financeiras para promover suas marcas, como reza a tradição no ramo. São ações de marketing desenvolvidas nos últimos tempos por construtoras e incorporadoras para vender imóveis residenciais. A intenção tem sido a de cativar compradores para unidades com valores que oscilam entre R$ 300 mil e R$ 5 milhões, dependendo da área e da localização.Nunca na história do setor imobiliário se caprichou tanto, nem se aplicou tantos recursos, para atrair atenção para o negócio. "Acabou a era das velhas Kombis estacionadas com placas e setas indicativas dos empreendimentos nas redondezas", brinca Romeo Busarello, diretor de marketing imobiliário da Tecnisa - embora promotoras ainda permaneçam nas redondezas dos empreendimentos convidando o público a visitar os estandes de vendas. "Os investimentos em propaganda e marketing vêm crescendo com o uso de mídias alternativas em busca de se ampliar a comunicação do negócio, porque o setor imobiliário ganhou nova dimensão para a economia nacional", diz Ubirajara Spessoto, diretor de incorporações da Cyrela. Uma projeção dos gastos com ações de marketing feita para este ano, considerando apenas as dez maiores empresas no ranking do segmento - onde se situam Tecnisa, Cyrela, Camargo Corrêa e Gafisa, entre outras -, aponta para algo em torno de R$ 480 milhões. Uma verba a ser aplicada não só nos tradicionais anúncios e comerciais impressos, como também em entretenimento nos locais de venda, assim como em sofisticados estandes com áreas de lazer para crianças. Isso sem falar nos elaborados catálogos dos lançamentos, que mais se assemelham à catálogos de arte. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.