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DIREITO TRIBUTÁRIO
Caro aluno: este material não tem a pretensão de substituir o uso de doutrinas. Trata-
se de mero trabalho com a finalidade de “apoio didático” e que deve ser lido, no
mínimo, mediante acompanhamento da lei seca (Constituição / Código Tributário).
Bom proveito! Professora Maria Augusta Fernandes Justiniano
PLANO DE ENSINO
II - EMENTA
O conteúdo compreende a apresentação da estrutura básica da Atividade
Financeira do Estado direcionada para a tributação mediante a
apresentação do Sistema Tributário Nacional e a parte geral do Direito
Tributário.
III - OBJETIVOS
Informar e discutir sobre causas e efeitos decorrentes das relações
jurídicas entre o Estado e o contribuinte.
IV - CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1.Atividade Financeira do Estado
2.Direito Tributário: conceito, objeto, natureza jurídica, autonomia,
interfaces com outras disciplinas e codificação
3-Sistema Tributário Nacional: CF/88: conceito, estrutura, competência,
repartição de receitas tributárias.
4.Tributos: conceito, natureza jurídica, classificação e espécies.
5.Legislação tributária: conceito, fontes formais principais e normas
complementares
6.Obrigação tributária: conceito, natureza jurídica, espécies e fontes.
7.Fato gerador: conceito, objeto na obrigação principal e acessória,
classificação, disciplina jurídica de sua ocorrência, interpretação.
8.Sujeito Ativo: conceito, poder de tributar e poder de exigir, competência
tributária (indelegabilidade), capacidade tributária ativa.
9-Sujeito Passivo: conceito, espécie (direto e indireto), capacidade
tributária passiva, domicílio, responsabilidade pessoal e por infrações.
10-Crédito tributário: conceito, natureza jurídica, fontes, constituição,
lançamento, suspensão, extinção, exclusão, garantias e privilégios
11.Administração Tributária: Fiscalização; Dívida Ativa; Certidão
Negativa.
Atenção: alguns doutrinadores entendem que a diferença entre lei nacional e federal é apenas
de ordem terminológica. Para outros a lei federal é a norma expedida pela União e que não
transitam além da União, não sendo impostas aos outros entes da Federação; a lei nacional
transita da União para a Federação; é editada pela União, porém em nome do Estado Federal
por isso alcança os as outras Pessoas políticas.
Poder Público. Fato é que se sou remetida compulsoriamente a trafegar por via que
cobra o pedágio, este tem natureza de taxa – uma terceira modalidade – taxa de
utilização de bem público.
Em resumo, onde houver imposição há cobrança de taxa; onde houver a contratação
há cobrança de tarifa.
As taxas são instituídas por lei ordinária.
2.ª espécie Contribuições de melhoria:- ART.145,III, CF/88 c/c 81, CTN e D.L.
195/67: Tributo vinculado a atividade estatal. È de competência comum à U/E/DF/M já
eu é atribuída constitucionalmente a todas as Pessoas Políticas. Aqui, a competência
administrativa precede a competência tributária, ou seja, quem tem competência
administrativa para realização da obra pública é detentor da competência para instituir
o tributo.
Fato gerador é a realização de obra pública da qual decorra valorização imobiliária
urbana ou rural. Ex: pavimentação, arborização, abertura ou alargamento de ruas,
construção de parques, campos desportivos, melhoramentos em praças, etc.
A lei que institui esse tributo deve conter requisitos mínimos estabelecidos pelo CTN:
delimitação da área direta e indiretamente beneficiada / memorial descritivo /
orçamento parcial do custo / parcela a ser ressarcida pela contribuição / plano de
rateio/ processo administrativo com previsão de prazo nunca inferior a 30 dias a
contar da notificação para que o sujeito passivo possa impugnar qualquer dos
elementos.
Seu valor é limitado à despesa da obra (limite geral) e à melhoria e outro individual
ocasionada de acordo com a zona de influência (limite individual). O contribuinte
(sujeito passivo) é sempre o proprietário de imóvel.
A sua cobrança não se legitima pela simples realização de obra pública; tem que haver
a melhoria ou valorização. Lembre-se que existem casos em que a obra pública
provoca desvalorização de imóvel. É instituída por lei ordinária.
3.ª espécie - Impostos: art. 16 do CTN; tributo não vinculado a nenhuma atividade
estatal específica. Sua receita destina-se a financiar as atividades gerais e indivisíveis
de interesse coletivo.
Fato gerador de IMPOSTOS: são fatos que tem relação com a aptidão econômica do
contribuinte, logo, é fato da esfera pessoal do contribuinte; Ex.: o indivíduo é
proprietário de veículo – paga IPVA; é proprietário de imóvel rural paga ITR; é
proprietário de imóvel urbano – paga ITU/IPTU; circula mercadoria – paga ICMS etc.
Pode ser:
Real: incide sobre o patrimônio de maneira geral, sem levar em conta características
pessoais do contribuinte. Ex.: IPTU. ITR
Pessoal: exigido em função de características pessoais, próprias dos contribuintes.
Ex.: Imposto de Renda
-Direto: reúne-se em uma só pessoa a condição de contribuinte de direito (responsável
pela obrigação) e contribuinte de fato (o que assume o ônus contritamente) Ex.: IRPJ;
IPVA.
Indireto: caracterizado pela dualidade de sujeitos passivos sendo distintos, o
contribuinte de direito e o contribuinte de fato. Ex.: IPI, ICMS
-Proporcional: tem alíquota única incidente sobre valor tributável variável. Ex.: ISS 5%
sobre o valor do serviço prestado.
Progressivo: alíquota variando de acordo com a base de cálculo. Ex.: IRPF – 15% e
27,5%
-Cumulativo: incide em todas as etapas tributáveis sem possibilidade de compensação
nas posteriores. Ex: IOF. ITBI
Não-cumulativo: prevê a compensação do valor exigido em uma operação com o valor
devido na subseqüente. Ex.: ICMS, IPI
Atenção: por determinação constitucional (art.146) é reservada à lei complementar, de
competência da União para observância em todo território nacional, pelas Pessoas
Políticas quando da criação dos impostos da sua competência. Essa lei complementar
deverá definir os elementos que compõem os impostos (fato gerador, base de cálculo
e contribuinte).
A CF/88 reparte as competências, relativamente aos impostos, nos artigos 153 a 156.
Com relação aos impostos nominados, aqueles aos quais a CF já denominou e já
determinou a competência é exclusiva ou privativa de uma única Pessoa política.
a)IMPOSTOS NOMINADOS de competência exclusiva ou privativa da UNIÃO:
Art. 153, I, CF/88 - IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO: (Art. 19 a 22 do CTN.; Art.153, I da
CF/88) O fato gerador do imposto é a entrada no território nacional de produto
estrangeiro. Por lei esta entrada deve ocorrer em locais providos da repartição
alfandegária tanto que o STF (ERE 90. 114 -SP, STF/pleno) decidiu que o fato gerador
do tributo ocorre por ocasião do registro da Declaração de Importação na repartição
aduaneira. Esta data da entrada indicará a legislação a ser observada para efeito de
lançamento e identificação da taxa cambial.
A arrematação de produtos apreendidos/abandonado também é fato gerador do
imposto.
Ressalte-se, porém, que pode haver entrada de produto estrangeiro que não configure
o fato gerador do imposto. São casos em que o produto não integrará a economia
interna como: mercadorias em trânsito, as destinadas às feiras, exposições
internacionais, as enviadas em consignação e não vendidas no prazo autorizado;
devolvidas por motivo de defeito técnico, para reparo ou substituição;
Se o produto é surpreendido em via não usual ao comércio internacional será o caso
de entrada presumida, caracterizando evasão fiscal (contrabando e descaminho).
O II não se submete à repartição constitucional de receitas; estas integram as reservas
monetárias do BACEN.
Art. 153,II, CF/88 – IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO: (art. 23 a 28 do CTN) O fato
gerador do é a saída do território nacional de produtos nacionais ou nacionalizados,
qualquer que seja o objetivo de quem o remeta (compra e venda, doação; só põe a
salvo os de uso pessoal)
Produto nacionalizado é aquele transformado, beneficiado, acondicionado em território
nacional. O IE é pago por antecipação. O contribuinte declara a Exportação paga o
imposto e depois realiza o desembaraço aduaneiro e só aí ocorre a saída física do
produto. É entendimento do STF (RE nº. 223796-0/PE) que o contribuinte deverá
arcar com a diferença do IE caso haja aumento entre o registro da operação e a
efetiva saída do produto.
O II não se submete à repartição constitucional de receitas; estas integram as reservas
monetárias do BACEN.
Art. 153, III, CF/88 – IMPOSTO SOBRE RENDAS E PROVENTOS DE QUALQUER
NATUREZA: (art. 43 ao 45 do CTN) - O Fato gerador é a aquisição de disponibilidade
econômica caracterizada por:
-renda que é produto da aplicação lícita do capital (ex:resultado advindo de um
investimento como juros, aluguéis) ou auferido como o trabalho (resultado advindo de
um esforço laboral no exercício de uma atividade econômica como salários,
honorários, vencimentos, aposentadoria) ou combinação de ambos
-proventos de qualquer natureza: abrangem os outros ingressos que não resultam
propriamente do capital, nem do trabalho (ex.: doações, pensões) bem como as de
origem ilícita como o produto do jogo, da prostituição, de corrupção etc.
A disponibilidade jurídica não representa a posse física, mas já ingressou no
patrimônio; é aquisição de um título jurídico que confere direito de percepção de um
valor, à renda representada por um crédito.
Em conclusão a tributação ocorrerá quando houver a disponibilidade de riqueza nova,
acréscimo patrimonial.
A União reparte a receita do IR: 22,5% ao FPM; 21,5% ao FPE; 3% para programas
desenvolvimento das Regiões N/NE/CO. O IRRF dos servidores dos Estados e
Municípios pertence a estes; porém quando do repasse do restante da verba a
antecipação será deduzida pelo TCU.
ele, bem móvel, mercadoria, qualquer parcela do patrimônio que for passível de
mercancia ou transmissão, como título, ação, quota etc).
O Estado não reparte as receitas do ITCMD.
Art. 155, II CF/88 - ICMS – IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E
SOBRE A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE INTERESTADUAL
INTERMUNICIPAL E DE COMUNICAÇÃO
As Normas gerais não estão no CTN já que foram revogados os arts. 52-62; 68-70; 74
e 75; foram estabelecidas com a edição da LC 87/96 (CTE - Lei 11.651/91– arts. 11 –
71)
O fato gerador do ICMS compreende as operações relativas à circulação de
mercadorias, operações de entrada de bem ou mercadoria importada do exterior, a
prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e a prestação
onerosa de serviços de telecomunicações.
O Estado repassa 25% do ICMS arrecadado para o Município de localização do
estabelecimento.
Art. 155, III, CF/88 - IPVA - IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE DE VEÍCULOS
AUTOMOTORES: Não há norma geral da União, nacional, ditando as regras do IPVA
para os Estados e DF. Porém, os Estados exercem sua competência concorrente
(art.23, §4º CF/88) criando suas normas para cobrança do tributo. O CTE - Lei
11.651/91 traz os comandos nos arts. 90-106. O fato gerador é a propriedade de
veículo automotor de qualquer espécie, ainda que o proprietário seja domiciliado no
exterior. Veja que veículo automotor é qualquer veículo a motor de propulsão e que
serve para transporte viário de pessoas ou coisas, seja transporte pó rodovia, aerovia
ou aquavia. Porém atente para a decisão do Pleno do STF no RE 379572 decidiu que
embarcações e aeronaves não devem pagar o Imposto
O IPVA é devido ao Estado onde o veículo é registrado e licenciado perante as
autoridades do trânsito. A receita é dividida em 50% para Estados e 50% para
municípios.
c)Impostos nominados de competência exclusiva ou privativa do MUNICÍPIO/DF:
O município não reparte suas receitas.
Art. 156, I, CF/88 - IPTU - IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE PREDIAL E
TERRITORIAL URBANA: (Art. 32-34 do CTN; Lei 5.040/75 /CTM de Goiânia) O fato
gerador: é a propriedade domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por
acessão, conforme definido na lei civil, localizado na zona urbana do município. O
CTN dispõe que compete ao município definir zona urbana, desde que obedecidas as
regras da norma geral (CTN): local que tem a presença dos “equipamentos urbanos”
construídos ou mantidos pelo Poder Público: meio-fio ou pavimentação com águas
pluviais; abastecimento de água; sistema de esgotos; rede de iluminação pública com
ou sem posteamento p/ distribuição familiar, escola primária ou posto de saúde a uma
distância máxima de 03 km do imóvel.
Podem ser definidas como zona urbana as áreas urbanizáveis e de expansão urbana
que mesmo não contendo os melhoramentos urbanos, já tenham loteamentos já
aprovados destinados à habitação, indústria ou comércio.
Art. 156, II, CF/88 - ISTI ou ITBI - IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO INTER VIVOS,
A QUALQUER TÍTULO, POR ATO ONOROSO, DE BENS IMÓVEIS: (Arts. 36 a 39 e
42 do CTN; em Goiânia - Lei 6.733, de 22/03/89; Decreto 443 de 21/04/89). O fato
gerador é a transmissão inter-vivos e onerosa da propriedade ou domínio útil de bens
imóveis, a qualquer título (alienação, arrematação, dação em pagamento etc) e
transmissão de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos reais de garantia como
anticrese e hipoteca.
Art. 156, III, CF/88 – ISSQN - IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER
NATUREZA (Art.51 – 94, da Lei 5.040/75/CTM de Goiânia; LC128/03/norma do
município de Goiânia que adequou o ISS à LC 116/03/norma geral nacional) O fato
gerador é a prestação de serviços, por empresa ou profissional autônomo. A Lei
Complementar não definiu o que vem a ser prestação de serviço, preferiu elaborar lista
considerando as atividades do Anexo (40 itens com subitens) como fato gerador do
imposto. A lei municipal pode não tributar todas as atividades previstas na Lista de
Serviços, mas não pode inovar, tributando atividade que dela não conste. A lista é
taxativa.
ATENÇÃO: Competência cumulativa: ART. 147,CF/88: ao Distrito Federal cabem os
impostos de competência municipal; e a União relativamente aos impostos dos
Territórios (caso existissem na divisão política) e, se esses não forem divididos em
Municípios, também à União compete instituição do impostos municipais
-IMPOSTOS INOMINADOS: refere-se à competência atribuída à União para criar
impostos novos, que não estão entre os discriminados ou cuja instituição o depende
de fatos específicos e só mediante a ocorrência desses fatos:
Art.154, I, CF/88 - refere-se à competência residual da União para, mediante lei
complementar (não pode ser objeto de Medida Provisória-art.62, §1.º, III CF/88) criar
impostos novos desde que não tenham o mesmo fato, a mesma base de cálculo dos já
discriminados e sejam não cumulativos.
Art.154, II, CF/88 – A União poderá instituir dentro da chamada competência
extraordinária, impostos extraordinários em caso de guerra externa.
4.ª espécie Empréstimo compulsório: ART. 148, e parágrafo único da CF/88, e
ART. 15, CTN tributo vinculado de competência da União, instituído por lei
complementar(não pode ser objeto de Medida Provisória cf. art.62, §1.º, III CF/88)
Existia controvérsia sobre sua natureza tributária, porque se é empréstimo, não é
receita pública, porque não integra definitivamente os cofres públicos já que será
restituído. Porém, já é assunto pacificado: além de dever obediência aos princípios
tributários, encontra-se no capítulo do Sistema Tributário Nacional havendo o STF
decidido neste sentido e declarado sem eficácia a Súmula 418. Pode-se concluir que o
empréstimo compulsório é tributo restituível em dinheiro (não é receita pública), pois
se à União cabe restituir a mesma coisa que, compulsoriamente, emprestou –
dinheiro. Esta devolução deverá ser integral, ou seja, os valores deverão ser
recompostos com índices que realmente reflitam a variação no período, tendo em vista
que o STF já decidiu que a correção monetária representa mera recomposição do
patrimônio. A União está autorizada a criar empréstimo compulsório de acordo com o
previsto no art.148, CF/88 desde que não invada a seara dos outros entes políticos.
Por exemplo: não pode cria empréstimo compulsório sobre aquisição de veículo
automotor, conforme se deu com o Decreto 2.288/86, porque esta operação mercantil
– compra e venda de veículo – é da competência estadual – ICMS, o que configura
bitributação (dois entes políticos tributando mais de uma vez o mesmo fato gerador).
À parte: bis in idem é a tributação de um mesmo fato gerador pela mesma pessoa
política.
A CF/88prevê que o empréstimo compulsório só pode ser instituído em caso de
calamidade pública, guerra externa ou sua iminência (ART.148, I – empréstimo
compulsório “emergencial)” e investimento público de caráter urgente e relevante e de
interesse nacional (ART.148,II - empréstimo compulsório “de caráter urgente”).
Ressalte-se que, no caso do inciso II, a sua cobrança deve obediência ao princípio da
anterioridade comum ou anual.
Os recursos arrecadados devem ser dirigidos ao atendimento das despesas conforme
a determinação da LC, deduzindo-se que trata-se de tributo cuja receita está
necessariamente vinculada à despesa que motivou sua instituição.
Relativamente ao art.15 do CTN, ressalte-se que a hipótese prevista no seu inciso III,
que se refere à “ conjuntura que exija absorção temporária de poder aquisitivo” não foi
recepcionada pela CF/88. O artigo foi derrogado.
5.ª espécie Contribuições Especiais/Sociais(instituídas por lei ordinária): arts..149,
149-A, 195 CF/88: já está pacificada a natureza tributária das contribuições sociais. –
estão inseridas no capítulo do Sistema Tributário Nacional e são regidas pelos
princípios que informam o D. Tributário. Com EC 33/01 o legislador constituinte
derivado explicitou no caput do ART 149 espécies de contribuições: contribuições
instituída por LC, mas o STF já afirmou que seria dispensável esse instrumento
legislativo, bastando lei ordinária)
c)sobre o lucro – CSL – Contribuição social Sobre o Lucro, instituída pela Lei 7.689/88
incide sobre o lucro das pessoas jurídicas. Sua cobrança foi questionada baseado no
fato de que seria caso de bis in idem, o lucro já era fato gerador do Imposto de
Renda das Pessoas Jurídicas. O STF, no RE 1138.284-CE, julgou sua cobrança
constitucional à exceção do exercício de 1988, por respeito ao princípio da
anterioridade, por entender que seu fato gerador não coincide com o do IR:
a)em decorrência de ajustes determinados pela lei ordinária 7689/88;
b)imposto porque imposto não pode ter destinação específica (art.167, IV, CF) e a
CSL tem destinação p/ seguridade social.
O STF também decidiu que o fato da receita ser destinada à Seguridade é que traduz
a natureza de contribuição previdenciária (em contraposição ao art. 4, CTN), pouco
importando se, na prática a receita transita pelo orçamento da União, já que é a
Receita Federal que arrecada e fiscaliza. Alíquota variável de acordo com a atividade.
Atualmente cobrada à alíquota de 9% sobre o lucro da pessoa jurídica (instituído por
lei ordinária).
II - Do trabalhador incidente sobre o seu salário-contribuição, não incidindo sobre a
aposentadoria e pensão concedidas no regime geral da Previdência – (imunidade para
os inativos da Previdência Geral), tributando apenas os inativos do serviço público.
III - Sobre receita de concurso de prognósticos: concurso de sorteio de números,
loterias de qualquer natureza, no âmbito federal, estadual, distrital ou municipal.
Constitui-se de renda líquida dos concursos de prognósticos realizados pelo Poder
Público (excetuando os valores destinados ao Crédito Educativo); 5% do movimento
total dos prados de corrida; 5% sobre o movimento de venda de cartelas, cartões com
símbolos ou quaisquer outras modalidades. (instituído por lei ordinária)
IV – Do importador – EC 42/03 inseriu o inciso IV ao art.195 dispondo que poderá ser
exigida a contribuição para a seguridade social ( PIS E COFINS) do importador de
bens ou serviços, ou de quem a lei equiparar. Exige lei ordinária.
V – outras fontes- § 4.º do ART 195, CF/88 – a lei poderá instituir outras fontes
destinadas a garantir a manutenção e expansão da seguridade, desde que observado
o disposto no 154, I – via Lei Complementar e que podem ter base de cálculo e fato
gerador idêntico a dos impostos já discriminados e de competência da União; quando
o legislador se reportou ao artigo em questão, consoante entendimento do STF, ele o
fez com a intenção de esclarecer que o que é vedado é instituir contribuição com fato
gerador idênticos a das outras contribuições enumeradas no art.195, CF/88 incisos I a
IV.
ATENÇÃO-STF/RE 242.615 (17.8.99): “... não se aplica às contribuições sociais novas, a
segunda parte do inciso I do art. 154, da Carta Magna, ou seja, que elas podem ter fato
gerador ou base de cálculo próprios dos impostos discriminados na Constituição”.
CPMF –foi criada para custear a seguridade social. Não se encontrava dentro das
hipóteses dos incisos do art.195 da CF/88, já que o fato gerador é a movimentação ou
transmissão financeiras. Os nossos legisladores mediante EC 12/96 atribuíram
validade considerando o disposto no § 4.º - outras fontes para manutenção da
seguridade desde que observado o art. 154,I.da CF/88; tinha que ser criada por lei
complementar/ ser não cumulativa (não pode ter a mesma base de cálculo e fato
gerador idêntico a dos impostos já discriminados). A EC desconsiderou tudo isso:
determinou criação por lei ordinária, dispensou a observância da não cumulatividade
e admitiu que sua base de cálculo poderia se identificar com a base de cálculo do IOF
( fato gerador: operações jurídicas relacionadas com atos e negócios mercantil-
financeiros relativos a crédito, câmbio, seguro, títulos e valores mobiliários), porque
tem destinação específica com fonte de manutenção da seguridade. (L.O). O art. 90
ADCT prorrogou a vigência da CPMF para 31/12/07 data em que foi extinta.
ATENÇÃO-STJ/REsp.913.422:Prestadoras de serviços. Nota fiscal. Contribuição
previdenciária. Ônus do prestador de serviços. A 2ª Turma do STJ decidiu, por
Lei ordinária: regra geral é o instrumento hábil para criação de tributos. O STF já
decidiu que as contribuições previdenciárias (art.195, I, II, III e IV da CF/88) podem ser
veiculadas por lei ordinária.
Alguns tributos, no entanto, obedecerão ao princípio de Reserva de Lei Complementar
como os impostos residuais (art.154, I CF/88), as contribuições residuais (art.195, §4.
º, CF/88) e empréstimos compulsórios (art.148, I e II). Em observância ao disposto no
inciso III do § 1. º do art. 62 da CF/88 é vedada a edição de medida provisória para
criação desses tributos.
PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL RELATIVA: quando a Constituição apesar de exigir
lei formal, permite que esta fixe tão-somente parâmetros de atuação para o órgão
administrativo, que a regulamentará as alíquotas, somente, por ato infralegal, sempre
respeitando os limites da regra-matriz.Ocorre nos casos autorizados onde é facultado
ao Poder Executivo, ATENDIDAS AS CONDIÇÕES E OS LIMITES ESTABELECIDOS
EM LEI, alterar as alíquotas dos tributos enumerados a seguir.
1)Imposto de Importação (art.153, I) O Executivo através do Conselho de Política
Aduaneira expede Resolução para reduzi-las ou restabelecê-las, mas a
discricionariedade têm o limite da lei. Nunca pode aumentar sem observância da
regra-matriz. Atualmente a lei determina que o Executivo promova aumento ou
redução de 60% p/ mais ou para menos que o valor estipulado na lista dos produtos.
2)Imposto de Exportação (art.153, II) alíquota de 30%, podendo ser elevada até o
máximo de 50%.
3)Imposto sobre Produtos Industrializados (art.153, IV): atualmente a TIPI – Tabela do
Imposto sobre Produtos Industrializados - prevê alíquotas que vão de 0 a 330%
4)Imposto sobre Operações Financeiras (art.153, V): nas operações de crédito e
valores mobiliários a máxima é de 1,5% ao dia ; e para outras operações tributadas,
máxima de 25% (ex. câmbio)
5)CIDE sobre importação e comercialização de petróleo, gás natural e álcool
combustível (Art. 177, § 4.º - EC 33/01).
6)ICMS sobre combustíveis – art.155, § 4. º, IV CF/88 – alíquotas estabelecidas por
Convênios.
MEDIDA PROVISÓRIA EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA: art. 62 §§ 1º e 2º
A Constituição Federal vedou a edição de medidas provisórias relativamente à matéria
reservada à LC. Assim, não podem ser objeto dessa norma os seguintes tributos:
-Empréstimos compulsórios: caput do art.148, CF/88;
-Impostos residuais – art.154, I CF/88
-contribuições sociais residuais: §4.º, art.195, CF/88
ATENÇÃO:: STF -AI-ED 518082 / SC (17/6/05) – “...contribuição social do art. 195, § 4º, CF,
decorrente de "outras fontes", é que, para a sua instituição, será observada a técnica da
competência residual da União: CF, art. 154, I, ex vi do disposto no art. 195, § 4º”.
Com relação ao §2.º do art. 62, as medidas provisórias que majorem ou criem
impostos deverão ser convertidas em lei até o final do exercício, no qual forem
editadas, para produzir efeito no exercício seguinte; excepcionam-se dessa vedação
os seguintes impostos: Importação, Exportação, IPI, IOF e imposto extraordinário de
guerra.
ATENÇÃO: STF - RE-AgR 354406 / RS:”O termo a quo do prazo previsto no artigo 195, § 6º,
da Constituição Federal, flui da data da publicação da medida provisória, que não perde a
eficácia caso não convertida em lei no prazo de trinta dias, desde que nesse período ocorra a
edição de outro provimento da mesma espécie. 2. Lei n. 8.128/91. Redução do prazo para
recolhimento do PIS. Inconstitucionalidade. Inexistência. A simples alteração do prazo para
recolhimento da obrigação tributária não ofende o princípio constitucional da anterioridade
mitigada. Precedente do Plenário: RE n. 240.266/PR”.
ART.150, II: PRINCÍPIO DA ISONOMIA: Fundamentado no “caput” do art. 5. º da
CF/88 - PRINCÍPIO DA IGUALDADE GENÉRICA - que dispõe que “todos são iguais
perante a lei.”. Diante de fatos econômicos idênticos, o tratamento tributário
dispensado deve, também, ser idêntico. Visa a eliminar do ordenamento jurídico a
concessão de os privilégios para algumas classes ou categorias econômicas ou
Em resumo:
ART. 153 e § 4º - com relação ao ITR, das pequenas glebas rurais, definidas em lei (parágrafo
único, do art.2.º, da Lei 9.393/96), quando as explore o proprietário que não possua outro
imóvel
ARTS. 153, § 5º e 155, § 2º, X, “c” - do ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou
instrumento cambial, com relação aos outros tributos, exceto o IOF .
ART. 155, § 2º, X, “a” - redação dada pela EC nº 42/03 – ICMS sobre operações que
destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no
exterior,.
ART. 155, § 2.º, X, “b” - ICMS, nas operações que destinem a outros Estados petróleo,
inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica.
ART. 155, § 2.º, X,”d” – com relação ao ICMS sobre prestação de serviços de comunicação na
modalidade radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita.
ART. 155, § 3º - com relação aos demais tributos, exceto o ICMS, o Imposto de Importação e o
Imposto de Exportação, nas operações com energia elétrica, serviços de telecomunicações,
derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País.
ART. 156, II, in fine – com relação ao Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis
“intervivos”, sobre os bens de garantia bem como cessão de direito à sua aquisição.
ART. 156, § 2º, I - com relação ao Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis “intervivos”,
sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em
realização de capital e sobre a transmissão de bens e direitos decorrentes de fusão,
incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se a atividade preponderante do
adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou
arrendamento mercantil.
ART. 184, § 5º - com relação a todos os impostos nas operações de transferência de imóveis
desapropriados para fins de reforma agrária.
ART. 195, § 7º; - com relação às contribuições para a seguridade social, as entidades
beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei; a
Constituição denomina essa imunidade de isenção, mas isso não lhe retira a natureza de
imunidade.
ART. 5º, XXXIV, “a” e “b” - com relação às taxas no uso do direito de petição aos Poderes
Públicos em defesa de direito ou contra ilegalidade ou abuso de poder e para obtenção de
certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situação de
interesse pessoal.
ART. 5º, LXXIII – taxa judiciária na propositura de ação popular, salvo comprovada má-fé do
autor.
ART 5º, LXXIV - com relação aos tributos incidentes na prestação de assistência jurídica (via
de regra, as taxas), aos que comprovarem insuficiência de recursos
ART. 5º, inciso LXXVI, “a” e “b” - com relação aos tributos incidentes no registro civil de
nascimento e na expedição de certidão de óbito para os reconhecidamente pobres.
ART. 5º, inciso LXXVII - com relação aos atos necessários ao exercício da cidadania e às
ações de habeas corpus e habeas data.
ART. 149, § 22, I - redação dada pela EC 33/01 - em relação às receitas decorrentes de
exportação, para fins de apuração das contribuições sociais e CIDE.
CONTINUAÇÃO STN:
ART.150, § 5 .º - Este dispositivo assegura a todo cidadão direito de conhecer o valor
dos impostos incidentes nas operações de consumidor de produtos e serviços.
Depende de regulação por lei complementar da União estabelecendo as normais
gerais para dar efetividade ao comando constitucional.
ART.150, § 6 .º - qualquer vantagem tributária lícita só pode ser concedia por lei
específica (que trate exclusivamente da matéria) editada pelo ente político
competente; o dispositivo ressalva a concessão de benefícios no ICMS que dependem
de celebração de convênio.
Atenção-STF - ADIn 3.809 (19/6/07) :A concessão unilateral de benefícios fiscais relativos ao
ICMS, sem a prévia celebração de convênio, afronta a Constituição. Com esse argumento,
apresentado pelo relator, Min. EROS GRAU, o Plenário do STF declarou a
inconstitucionalidade da Lei capixaba 8.366/06, que dispõe sobre a isenção de ICMS para
empresas que contratarem apenados e egressos do estado do Espírito Santo”.
penalidade ou seja, não haverá multa caso tenha havido irregularidade em virtude do
teor confuso, mas não desobriga do recolhimento do tributo.
II- beneficia o réu / Lei Tributária Penal: cuida dos ilícitos administrativos tributários.
-ato não definitivamente julgado – deixe de definir o ato ou omissão como infração,
desde que não tenha sido fraudulento e implicado na falta de pagamento do tributo.
Ex: não emitiu NF; foi autuado e procedeu a defesa, ainda não julgada; veio lei nova
dispensando a emissão da NF – não há mais infração.
-cominação de penalidade menos severa : multa era 200% passou para 10%.
ATENÇÃO - STJ REsp 187.051/SP: “A expressão ‘ato não definitivamente julgado’ constante
do art. 106, II, ‘c’, alcança o âmbito administrativo e também o judicial; constitui portanto ’ato
não definitivamente julgado’ o lançamento fiscal impugnado por meio de embargos do devedor
em execução fiscal.”
Atenção: a sanção penal não impede as sanções administrativas. Ex.: sonegação: até
1965 era ilícito administrativo sujeito a multa, apreensão e perda da mercadoria; desde
a Lei 4.729 e 8.137 é crime. A lei criminalizou a conduta. Responde criminalmente, o
que não exime da responsabilidade pelas sanções administrativas como inscrição no
cadastro de devedores, multa, impossibilidade de negociar com o poder público etc.
salários os honorários de autônomos para fazer incidir tributo. Não lhe compete a
alteração dos conceitos de outros ramos do Direito.
II - Interpretação: É uma atividade lógica em decorrência da qual se declara o que a
norma está determinando. A interpretação é importante para conhecer o alcance e o
sentido da norma.
Art.111, CTN - As leis editadas com o fim de tratar de casos suspensão(art. 151,
CTN) ou exclusão do crédito (art. 175, CTN); outorga de isenção; dispensa do
cumprimento das obrigações acessórias, devem ser interpretadas literalmente, não
comportando interpretação extensiva. Nem mesmo o Poder Judiciário não pode
funcionar como legislador positivo, ainda que sob fundamento de isonomia;
entendimento do STF embasado na separação dos Poderes:
ATENÇÃO – STF/ Agravo 138344/DF(DJU 12.05.95): “A concessão desse benefício isencional
traduz ato discricionário que, fundado em juízo de conveniência e oportunidade do Poder
Público, destina-se, a partir de critérios racionais, lógicos e impessoais estabelecidos de modo
legítimo em norma legal, a implementar objetivos estatais nitidamente qualificados pela nota da
extrafiscalidade. - A exigência constitucional de lei formal para a veiculação de isenções em
matéria tributária atua como insuperável obstáculo a postulação da parte recorrente, eis que a
extensão dos benefícios isencionais, por via jurisdicional, encontra limitação absoluta no
dogma da separação de poderes. Os magistrados e Tribunais - que não dispõem de função
legislativa - não podem conceder, ainda que sob fundamento de isonomia, o benefício da
exclusão do crédito tributário em favor daqueles a quem o legislador, com apoio em critérios
impessoais, racionais e objetivos, não quis contemplar com a vantagem da isenção.
Entendimento diverso, que reconhecesse aos magistrados essa anomala função jurídica,
equivaleria, em última análise, a converter o Poder Judiciário em inadmissível legislador
positivo, condição institucional esta que lhe recusou a própria Lei Fundamental do Estado. E de
acentuar, neste ponto, que, em tema de controle de constitucionalidade de atos estatais, o
Poder Judiciário só atua como legislador negativo.”
Art.112, CTN: este dispositivo infere-se no campo do ilícito tributário. a
penalidade só pode ser aplicada quando há certeza da segurança da autoria e
prática do ilícito; quando houver dúvida quanto à capitulação de fato legal, à
natureza ou circunstâncias materiais do fato ou natureza e extensão dos seus
efeitos, à autoria, imputabilidade, punibilidade e quanto à natureza da penalidade
aplicável ou à sua graduação, a interpretação da norma deve ser maneira
favorável ao sujeito passivo. Eis o princípio do in dubio contra fiscum ;
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA:
HUGO DE BRITO: “É uma relação jurídica em virtude da qual o particular (sujeito
passivo) tem o dever de prestar dinheiro ao Estado (sujeito ativo), ou de fazer, não
fazer, ou tolerar algo no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos e o
Estado tem o direito de constituir contra o particular um crédito."
OBJETO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA: é a prestação a que está obrigado o sujeito
passivo de: pagar o tributo ou penalidade pecuniária e cumprir as prestações
negativas e positivas.
NATUREZA DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
-Relação jurídica obrigacional: as partes envolvidas têm direitos e deveres.
a)Fisco (suj. ativo): poder-dever de fiscalizar e, se verificar a irregularidade, tem
poder-dever de autuar (ex lege, atividade vinculada; dever de evitar excessos, abusos
de autoridade e respeitar os direitos do contribuinte.
b)Contribuinte(suj. passivo): direito à proteção da tributação desmesurada (Estatuto
do contribuinte) princípios constitucionais e imunidades e tem o dever de cumprir com
a prestação de obrigação tributária principal e acessória (positiva e negativa) .
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS:
ART.113, § 1.º - Obrigação Tributária Principal: a de pagar: tributo e/ou multa. Advém
da lei.
ART.113, § 2.º - Obrigação Tributária Acessória: aquelas cujo cumprimento facilita a
fiscalização e arrecadação. Advém da legislação tributária aí incluídas as leis e
b.2) sujeito passivo por transferência: quando a lei prevê uma situação posterior à
ocorrência do fato gerador e transfere para terceira pessoa a obrigação tributária.
Art. 123, CTN - Pacto privado é inoponível ao Fisco. Ex.: um contrato de locação que
determina que o responsável pelo pagamento do IPTU é o laçador. Veja bem, o sujeito
passivo só pode ser eleito pela lei tributária e esta define como contribuinte do IPTU o
proprietário do imóvel. O contrato de locação (privado) não tem o efeito de alterar a lei
tributária. Para o Fisco o IPTU é devido pelo proprietário.
SOLIDARIEDADE
ART.124,CTN e 125: comentados no tópico RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
CAPACIDADE TRIBUTÁRIA PASSIVA
ART.126, CTN: Capacidade Tributária Passiva: é a aptidão da pessoa para participar
da relação jurídica tributária na qualidade de sujeito passivo. Independe da capacidade
civil.
INCISO, I -A pessoa natural, ou física ainda que absoluta ou relativamente incapaz de
praticar atos na vida civil pode ser sujeito passivo da obrigação tributária. Basta que
tenha praticado ato ou tenha se colocado na situação prevista em lei como fato
gerador.
C.Civil: art.3.º - Absolutamente incapazes: menores de 16 anos; os que por
enfermidade ou deficiência mental não tiverem discernimento.; os que não puderem
exprimir sua vontade. Relativamente incapazes: maiores de 16 e menores de 18
anos; ébrios habituais, viciados em tóxicos, os deficientes mentais com discernimento
reduzido ou sem desenvolvimento mental completo e os pródigos.
INCISO II - pessoa natural que tenha sofrido privação ou limitação do exercício de
atividades civis, comerciais ou profissionais ou da administração direta dos seus
negócios.
INCISO III – pessoa jurídica não registrada oficialmente, bastando que configure uma
unidade econômica ou profissional.
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA:
Art.124, CTN
INCISO I – solidariedade de fato: as pessoas têm ligação direta com o fato.
Ex.: co-proprietários de um imóvel rural – as pessoas têm em comum uma situação
(propriedade do imóvel rural) que constitui o fato gerado do tributo (no caso ITR); o
fato serem proprietários já define a solidariedade.
INCISO II – solidariedade legal: a lei é que elege as pessoas que serão solidárias.
Ex.: o transportador da mercadoria no caso das operações de circulação tributadas
pelo ICMS.
PARÁGRAFO ÚNICO: A solidariedade e o benefício de ordem são institutos
incompatíveis. Quando se falar em solidariedade não se aplica benefício de ordem. O
Fisco pode exigir o cumprimento da obrigação, pelo responsável, não havendo
obrigatoriedade de fazê-lo primeiro do contribuinte de fato.
ART. 125, CTN: Efeitos da solidariedade
I – o pagamento aproveita aos demais - Ex. dois co-proprietários: um paga o imposto,
extingue a obrigação para o outro.
II – isenção e remissão exoneram todos os obrigados, salvo se concedidas em caráter
individual. Ex: todas as pessoas que recebem até um salário mínimo e que sejam
proprietárias de imóveis urbanos não pagarão IPTU. Dois co-proprietários; um ganha 2
salários mínimos, o outro ganha 4 salários; a isenção atingirá somente o 1.º; o
segundo - não abrangido pela isenção - fica responsável pelo saldo.
III – Prescrição – Perda do direito de ação; perda do prazo para o Fisco executar o
crédito; e por outro lado, perda do prazo do sujeito passivo de requerer restituição de
tributos pagos indevidamente.
Interrupção de prazo: as causas que interrompem o prazo prescricional (apaga-se o
prazo decorrido e reinicia-se a contagem do zero) estão prevista em lei.
-Quando a interrupção beneficia o sujeito passivo: há tributo recolhido
indevidamente; o prazo para pleitear a restituição é de 5 anos; um dos co-
proprietários ajuíza a ação para reaver o tributo; interrompe a prescrição e
reinicia o prazo para o outro também.
-Quando a interrupção prejudica o sujeito passivo: o Fisco tem 5 anos para executar o
sujeito passivo; o prazo está para vencer; cita um dos co-proprietários, interrompe a
prescrição e o prazo para cobrar se reinicia, de igual forma para o outro devedor.
que realizasse o fato gerador. Ocorre que a lei determina que o tomador de serviço
funcione como substituto tributário. Assim, quando for remunerar o prestador de
serviço, deve calcular o valor do ISS e fazer a retenção repassando ao município.
Caso ele não o faça, responde pelo cumprimento da obrigação.
Enquanto não for feita a partilha, quem responde pelas obrigações do de cujus é o
espólio. – Após a partilha respondem os sucessores, cada qual na proporção do
patrimônio que sucedeu.
Crédito constituído: Se o Fisco tem um crédito já constituído é transferido para o
espólio enquanto não efetuada a partilha;
Crédito em curso: Se tiver algum processo em curso quando houver decisão definitiva
se desfavorável será rateado conforme o quinhão de cada sucessor e a meação;
Crédito constituído posteriormente: a responsabilidade é transferida para os
sucessores. Contribuinte morreu em 2003; abriu-se a sucessão, efetuou-se a partilha;
o Fisco examinado declaração constatou irregularidade na Declaração de 2002; faz o
lançamento, constituiu o crédito em 2004; os sucessores respondem.
CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Estado) e criminal (reparação criminal podendo até ser enquadrado no art. 3.º , Lei
8.137/90, dos crimes contra a ordem tributária com pena de reclusão de 3 a 8 anos).
Art.142 CTN: Lançamento: ato administrativo vinculado e obrigatório mediante o qual
crédito tributário está constituído. Como ato administrativo tem presunção de
legitimidade; porém, é presunção relativa que pode ser ilidida pelo contribuinte via do
contraditório administrativo ou judicial.
Finalidade do lançamento: é um processo de liquidação através do qual o agente da
administração tributária verifica a extensão do fato gerador, ou seja, apura qualitativa e
quantitativamente – qual é o tributo; o quantum devido, inclusive para garantir a ampla
defesa e o contraditório, porque ele é procedimento contencioso.
Natureza do lançamento: é declaratória, enquanto limita-se a certificar, a declarar o
que já existe, não cria nada; e constitutiva, enquanto o CTN expressamente declara
que a partir dele constitui-se o crédito.
Art. 143, CTN: diz respeito ao câmbio - tributo tem que ser lançado em moeda
nacional; se estiver em moeda estrangeira far-se-á a conversão ao câmbio do dia da
ocorrência do fato gerador.
Art.144, CTN: Todo lançamento deverá ser feito observando-se a legislação aplicável
à data da ocorrência do fato gerador, mesmo que esta legislação tenha sido
posteriormente revogada ou modificada, seja para beneficiar ou agravar a situação do
sujeito passivo. A lei tributária material não retroage. Ver art.106, CTN.
O teor do § 1.º parece desmentir o caput já que fala da retroação. Porém ressalte-se
que se trata de direito tributário processual. Refere-se à legislação que modificou
procedimento do agente da administração conferindo-lhe maiores poderes de
investigação ou quando outorgue maiores garantias ou privilégio ao crédito tributário.
Não pode, porém, esta norma servir para atribuir responsabilidade a terceiro que não
era responsável de acordo com a lei anterior, porque se trata de direito tributário
material.
§2º - Tributo periódico: neste caso a lei é que determinará quando realmente deverá
ser considerado exteriorizado o fato gerador do tributo. Ex. é o do fato gerador do IR,
onde apesar de haver durante um período a ocorrência do fato gerador, a lei que o
institui considera sua ocorrência efetiva, após apuração e diversos fatores em
determinado período de tempo com apuração em 31/12 de cada exercício.
Art.145. Imutabilidade do lançamento: enquanto o agente da administração estiver
apurando os fatos na (fase oficiosa) ele próprio pode corrigir eventuais distorções.
Depois de notificado o sujeito passivo, do lançamento, este não pode ser mais
alterado pela própria autoridade que o efetuou.
A sua alteração somente ocorrerá através de:
-Impugnação do sujeito passivo: marca o processo administrativo tributário
contencioso; ela pode mudar o lançamento, porque o órgão julgador singular ou
colegiado pode decidir.
-recurso de ofício: no processo administrativo, quando a autoridade administrativa de
1.º grau decide favoravelmente ao contribuinte, o órgão recorre, de ofício, de sua
própria decisão remetendo o processo à apreciação das autoridades julgadores de 2.ª
grau e;
-iniciativa de ofício: casos previstos no art.149, CTN.
ESPÉCIES DE LANÇAMENTO
Art.147, CTN: lançamentos por declaração ou misto: o contribuinte fornece mediante
declaração as informações para o Fisco. É também denominado lançamento misto já
que o contribuinte declara os fatos econômicos relevantes e o Fisco verificando as
informações fornecidas efetua o lançamento.
§ 1.º - após a notificação do sujeito passivo, a declaração não pode mais ser
retificada; somente mediante defesa administrativa ou judicialmente.
§ 2.º - trata-se de retificação pela autoridade administrativa de erros identificáveis à
simples leitura da declaração – Ex.: equívoco na transcrição de rendimentos, erros
a)adiamento de prazo somente em decorrência da lei e lei instituída pelo ente político
competente – só quem tem competência para instituir é que tem competência para
conceder vantagem tributária lícita, a exemplo da moratória.
b)Dispositivo não recepcionado pela CF/88 por ofensa ao Princípio da repartição das
competência e ao Pacto federativo. A União não pode conceder moratória de tributo
que não é de sua competência.
II -Caráter individual: neste caso a lei concessiva do favor irá determinar a autoridade
administrativa que, analisando caso a caso, verificará se o contribuinte atende os
requisitos e condições estabelecidos para ter o benefício. Estando de acordo com a
disposição legal, despachará afirmativamente.
Art.153 – Requisitos previstos na lei que concede (geral) ou autoriza a concessão
(individual) conterá:
I-prazo:
II -condições p/ concessão da moratória individual
III- se for o caso:
a)tributo a que se aplica
b)prestações: por exemplo a concessão pelo prazo de 1 ano e com pagamento em 6
prestações
c)garantias: poderão ser exigidas no caso de moratória individual.
Art.154 – a moratória somente alcança:
-créditos já definitivamente constituídos: no caso de moratória geral os já constituídos
na data da lei e no caso de moratória individual os já constituídos na data do despacho
da autoridade administrativa autorizada por lei.
-créditos cujo lançamento já foi iniciado e o sujeito passivo notificado: casos em que o
sujeito passivo já foi notificado e está procedendo à impugnação ou recurso do
mesmo.
Parágrafo único: moratória não é aplicada aos casos de dolo, fraude e simulação.
Art.155- Nenhuma vantagem tributária, concedida em caráter individual, gera direito
adquirido.
-Se o sujeito passivo descumprir condição terá a moratória revogada de ofício; a
administração pode rever seus próprios atos.
-Quando o sujeito passivo não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições: caso
em que a moratória foi concedida sem que ele na realidade se enquadrasse.
I-Se for o caso de dolo, fraude ou simulação será responsável pelo pagamento do
crédito com devidamente atualizado, com juros de mora, multa de mora e punitiva.
-Cumpria ou deixou de cumprir os requisitos: suponhamos que a administração exigiu
a garantia real do sujeito passivo para ter o favor fiscal. Ele oferece um imóvel sendo
que este já era objeto de contrato de compra e venda que não tinha sido registrado,
mas que dá direito à posse ao adquirente. A garantia é inválida e a moratória pode ser
revogada.
II -nos demais casos responde pelo crédito devidamente corrigido e juros moratórios
sem penalidade. Ex. moratória foi concedida sem que o contribuinte se enquadrasse,
por motivo que não tem conotação da má-fé do sujeito passivo.
Parágrafo único (norma pró-contribuinte):
-No caso do 155, I – dolo, fraude ou simulação – durante o tempo de concessão da
moratória e sua revogação, não flui prescrição; aqui há imposição dos encargos e
multa punitiva.
-No caso do 155, II – corre o prazo prescricional durante a moratória, equivalendo
dizer que a revogação da moratória só pode ocorrer antes de prescrito o direito de
cobrança do crédito.
Ex.: o credito foi constituído em abr/01; o prazo prescricional (de cobrança) esgota-se
em abr/06; nesse intervalo - em jun/05, é concedida a moratória. Esta só pode ser
revogada até abr/06, passado este prazo é irrevogável, porque o crédito está prescrito.
Equivale dizer que a moratória suspende o crédito, mas não suspende a contagem do
prazo prescricional.
Inciso II- crédito em parcela única, não implica em pagamento de outros tributos ou de
parcelas relativas a outros períodos.
Art.159, CTN – Salvo disposição em contrário da legislação, o contribuinte vai ao
Fisco (dívida portable) O dispositivo perdeu parte de sua eficácia com o cometimento a
agências bancárias para receber os tributos.
Art.160, CTN – Tempo de pagamento: quando a legislação não fixar é de 30 dias
após a notificação (casos de lançamento de ofício).
Atenção: Não se aplica os tributos cujo lançamento se dá por homologação porque
neste caso a lei estipulará qual é o prazo para que o sujeito passivo efetue o prévio
pagamento diante do fato gerador ocorrido; não precisa de notificação do Fisco.
Parágrafo único: a legislação pode oferecer desconto por antecipação – Ex. Os
municípios, normalmente, concedem desconto para pagamento antecipado de IPTU.
Art.161, caput e §1.º, CTN - Vencido o tributo a mora é automática – independe de
notificação – a cobrança de juros não prejudica a da multa moratória – juros têm
natureza indenizatória; diferentemente a multa é meio de reprimir a inadimplência.
Juros incidem à razão de 1%, mais penalidades - salvo se a lei dispuser de modo
diverso. A lei 9250/96 estabeleceu a cobrança de juros à taxa SELIC que contabiliza
correção monetária e os juros moratórios. O STJ pacificou o entendimento pela
plausibilidade da aplicação da taxa (AgRgREsp 506750/RS – Rel.Min Eliana Calmon).
§ 2.º- A consulta é procedimento preventivo para evitar litígio, por isso o contribuinte
não está em mora enquanto não respondia a consulta, desde que a tenha formulado
dentro do prazo para pagamento do tributo. . Ex.: consulta formulada em 02/04; tributo
vence 30/04. Após esta data se a consulta não foi solucionada o contribuinte não é
considerado em mora.
Art.162, CTN: forma de pagamento:
I - em moeda corrente (forma por excelência), cheque ou vale postal.
II - nos casos previstos em lei através de estampilhas (imposto do selo – caiu,
praticamente em desuso), em papel selado (empregado em certidões) ou por processo
mecânico.
§ 1.º-pode determinar garantias para pagamento em cheque ou papel selado, mas não
pode onerar.
§2.º -pagamento em cheque só considera quitado depois de compensado. Com
insuficiência de fundos não promove quitação devido ao caráter pro solvendo deste
documento.
§ 3.º-O contribuinte adquire a estampilha na repartição fazendária, implicando em
dizer que o pagamento é feito por antecipação à ocorrência do fato gerador, já que
este se dá com a utilização da mesma. É o caso das bebidas destiladas que trazem
selos q serão inutilizados assim que os recipientes forem abertos para o consumo.
Art. 163, CTN: A imputação de pagamento implica no direito de o devedor indicar
como serão satisfeitas as suas dívidas. No D. Tributário descabe a aplicação desse
instituo por tratar-se de matéria de D.Público. Sendo assim, aqui incumbe ao Fisco
cabe a imputação do pagamento. Porém, a autoridade administrativa não vai agir
discricionariamente; deverá seguir a regra hierárquica disposta do CTN:
I-obrigação enquanto contribuintes, depois enquanto responsável.
II-contribuições de melhoria, taxas, contribuições sociais, impostos;
III-ordem de prescrição
IV-ordem decrescente de montante
Art.165 c/c 168 e 169 CTN: Pagamento indevido: restituição (evitar enriquecimento
sem causa) independentemente de protesto; apresenta documento fiscal que
comprova que foi indevido ou maior.
I-Natureza do direito ou fato: achou que deveria recolher sobre receita bruta e era
sobre receita líquida (r.b. – despesas); achou que devida IR sobre a verba do PDV;
recolheu e não deveria, pois é indenização.
II-erro na identificação do suj.passivo: recolhimento por parte de quem não era
devedor do tributo: IR de sobre PJ com atividade de impressão de livros.
Nos casos dos incisos I e II o prazo para pleitear a restituição é de cinco anos a contar
da data do pagamento indevido ou a maior do tributo.
III- decisão que julgou devido o tributo e posteriormente foi reformada: por exemplo
caso de uma decisão do STF que declarou inconstitucional o tributo (v.EResp
437.513/MG)
Nos casos de controle concentrado: o prazo para pleitear a restituição é de 05 anos a
contar da data da publicação do acórdão; o prazo para pleitear a restituição é de 05
anos a contar da data da publicação da Resolução do Senado Federal suspendendo a
execução da norma, conforme art.52 da CF/88.
Quando houver pedido de restituição na esfera administrativa, sendo este denegado, o
art. 169, CTN dispõe que o sujeito passivo tem o prazo de 02(dois) anos, a contar da
notificação da decisão, para ajuizar a ação anulatória dessa decisão administrativa.
O parágrafo único deste dispositivo é inócuo . Veja que este estabelece regra de
interrupção da prescrição que não comporta aplicação atualmente. Sabe-se que a
interrupção implica em desconsideração do prazo anterior e o reinício da contagem do
zero.
Melhor explicando, quando o sujeito passivo ajuíza ação a anulatória o prazo é
interrompido, ou seja, recomeça a contagem do zero tendo dois anos para reaver ter a
importância. Só que o dispositivo diz que a recontagem se inicia da data que o
representante da Fazenda Nacional foi citado da ação, pela metade somente. Quer
dizer que a partir da citação o sujeito passivo tem um ano (1/2) pra receber o indébito.
É caso de prescrição intercorrente – aquela cujo prazo é contado com o processo em
curso.
Este dispositivo perde a eficácia uma vez que hoje não processo julgado num lapso
temporal tão curto, sequer os de rito sumário. Ademais o sujeito passivo não pode ser
prejudicado sem ter dado causa à mora judicial.
Art. 166, CTN- Casos típicos de tributos indiretos, onde existe a dualidade de sujeitos
passivos – o contribuinte de direito (determinado na lei) e o contribuinte de fato (que
não é eleito pela lei, mas na prática sofrerá o ônus tributário). Neste caso, a lei exige
que o sujeito passivo – contribuinte de direito – só pode reaver o indébito se
comprovar que sofreu o ônus. Ex.: IPI e ICMS: são devidos pelos sujeitos passivos,
mas o ônus financeiro é suportado pelos adquirentes dos produtos, porque o valor do
imposto é considerado na composição do preço. Caso tenha havido a transferência, o
3.º - adquirente do bem (contribuinte de fato) tem que autoriza, expressamente, o
contribuinte de direito a receber em nome dele.
Atenção
ATENÇÃO-Súmula 71/STF (sem efeito): “ Embora pago indevidamente, não cabe restituição
de tributo indireto” , em razão da edição da Súmula 546/STF – só se o contribuinte de direito
não transferiu o ônus para o contribuinte de fato.
Art.167, CTN – Serão restituídos, no caso de pagamento indevido, os valores
recolhidos indevidamente a título do tributo e seus acréscimos na mesma proporção:
juros e penalidades materiais; multa formal não dá direito à restituição. Ex.: Declarou
IR fora do prazo e pagou IR a maior. Terá a restituição do IR pago a maior com os
juros e multas que pagou, mas não terá direito à restituição pela multa paga em virtude
do descumprimento de obrigação acessória (multa formal pela entrega da DIR no
prazo legal).
Parágrafo único: o pagamento dos juros na restituição só é devido após o trânsito em
julgado da decisão (decisão administrativa irreformável reconheceu o indébito –
começa a correr juros; decisão judicial transitou em julgado – começa a correr juros)
de 1%.
Obs.: o contribuinte está em mora desde o vencimento, o Fisco só após a decisão
judicial passada em julgado.
Atenção: Correção monetária incide a partir da data do pagamento indevido. Súmula
162/STJ
Art.164, CTN: Consignação em Pagamento: Difere do depósito pelo fato de que este
tem o condão de suspender o crédito, enquanto pendente de discussão; já a
consignação tem o objetivo de extinguir o crédito. Ademais a consignação somente
procede na esfera judicial. O sujeito passivo tem o direito de consignar o crédito nos
casos seguintes:
Inciso I – quando a autoridade administrativa condiciona o pagamento do crédito ao
pagamento de outro tributo, ou de multa, ou ao cumprimento de obrigação acessória;
ex.: o sujeito passivo quer recolher o IPVA, mas quer discutir a multa; a autoridade
recusa o recebimento só do IPVA. O sujeito passivo pode consignar o valor que
entende devido.
Inciso II - quando condiciona o recebimento ao cumprimento de exigências
administrativas sem fundamento legal.
Inciso III – quando mais de um sujeito passivo vem exigindo tributo idêntico sobre o
mesmo fato gerador. Ex.: municípios limítrofes que exigem concomitantemente o IPTU
de imóveis situados nas zonas de divisa.
§ 2.º - quando julgada procedente a consignação extingue o crédito; senão, é exigido
do sujeito passivo o crédito com juros e multa.
ATENÇÃO-STJ /1.ª T-REsp nº 505.460/RS: “1. O depósito em consignação é modo de extinção
da obrigação, com força de pagamento, e a correspondente ação consignatória tem por
finalidade ver atendido o direito - material - do devedor de liberar-se da obrigação e de obter
quitação. Trata-se de ação eminentemente declaratória: declara-se que o depósito oferecido
liberou o autor da respectiva obrigação.
... omissis
4. Não há qualquer vedação legal a que o contribuinte lance mão da ação consignatória para
ver satisfeito o seu direito de pagar corretamente o tributo quando entende que o fisco está
exigindo prestação maior que a devida. É possibilidade prevista no art. 164 do Código
Tributário Nacional. Ao mencionar que "a consignação só pode versar sobre o crédito que o
consignante se propõe a pagar", o § 1º daquele artigo deixa evidenciada a possibilidade de
ação consignatória nos casos em que o contribuinte se propõe a pagar valor inferior ao exigido
pelo fisco. Com efeito, exigir valor maior equivale a recusar o recebimento do tributo por valor
menor.”
Art.170, CTN - Da Compensação:
a)traz norma hipotética, ou seja, “a lei específica (federal, municipal, estadual)é que
irá estabelecer as normas de compensação
b)sujeito passivo tem que ter crédito líquido e certo
c)sujeito ativo tem que ter crédito tributário
d)tem que ser tributos da mesma espécie: assim entendido aqueles que têm a mesma
destinação constitucional.
Parágrafo único: Para créditos vincendos do sujeito passivo a redução não poderá ser
a 1% ao mês.
Ex.: Vai compensar em 30/ago/06 um crédito que só iria vencer em 30/nov /06. Para
fazer o encontro de contas é necessário traze o valor de novembro à realidade de
agosto. O que a lei determina é que esta redução não seja superior a 1% ao mês. No
caso exemplificado o valor seria reduzido em 3%(1% ao mês).
Art.170-A, CTN - só é permitido o aproveitamento do crédito após o trânsito em
julgado de decisão favorável ao sujeito passivo, conforme Súmula 212/STJ. Implica
em impedir a compensação por liminar ou tutela antecipada. A disposição é contrária à
doutrina majoritária uma vez que não óbices na concessão por não se tratar de
medida satisfativa ou irreversível.
A Súmula 213/STJ define que Mandado de Segurança é ação adequada para
declarar o direito à compensação de créditos.
Art. 171 e parágrafo único c/c Art. 156, III , CTN -Transação: lavra-se acordo,
autorizado por LEI, entre Fisco e devedores somente com objetivo de terminar com
litígios (processo contencioso de natureza judicial) e extinguir crédito, mediante
renúncia das partes relativamente a seus eventuais direitos tributários. Trata-se de
hipótese onde perdure dúvida sobre o valor, por parte da Fazenda Pública. Ex.: O
Parágrafo único: Não gera direito adquirido, pode ser revogada caso o sujeito passivo
descumpra os requisitos ou condições ou, reste comprovado que à época da
concessão do favor, sequer os preenchia.
Art. 156, VI , CTN: Conversão do depósito em renda. Em caso de decisão
desfavorável ao contribuinte que, em sede de processo, efetuou depósito
suspendendo o crédito, o montante será convertido em renda para o sujeito ativo e, de
conseqüência, extinto o crédito.
Art. 156, VII, CTN: o prévio pagamento determinado no caso dos tributos cujo
lançamento se dá por homologação; neste caso o pagamento só caracteriza extinção
após a homologação expressa do Fisco ou homologação por decurso de prazo –
homologação tácita.
Art. 156, IX e X, CTN Decisão administrativa, irreformável, entendendo que não é
devido o crédito e judicial passada em julgado em igual sentido.
Art.156, XI - Dação em pagamento: acrescentado pela LC 104/01 - fixação em lei dos
critérios e requisitos, sendo que a simples previsão não permite à Fazenda Pública
utilizar a dação como forma de pagamento; são requisitos: débito vencido, animus
solvendi(vontade do credor de entregar o bem com o objetivo de quitar a dívida) e
anuência do Fisco.
No Estado de Goiás a LEI Nº 14.481/2003 alterou o CTE (Lei 11.651/91)
acrescentando os art. 183-A – 183-F instituindo a dação em pagamento como forma
de extinção de créditos tributários estaduais.
Fisco só poderá efetuar o lançamento, relativo aos fatos econômicos de 1994 até
31/dez/2000;
b)lançamento de ofício: tributo sem recolhimento referente a fato gerador de 1995:
-início do prazo decadencial: 1.º de janeiro de 1996; término do prazo decadencial: o
Fisco só poderá efetuar o lançamento até 31/dez/2000.
c)lançamento se dá por homologação: (150, § 4.º, CTN) Não podemos esquecer que
lançamento é procedimento administrativo vinculado, ou seja é próprio da ação da
Fazendo e não do contribuinte. Não se trata de auto-lançamento porque o sujeito
passivo não pratica esse ato. O que ocorre é que a lei determina que o próprio sujeito
passivo facão os cálculos e antecipe o pagamento; posteriormente a autoridade
administrativa é que atuará homologando os valores e, este ato caracteriza a
ocorrência procedimento administrativo denominado lançamento.
A regra específica de decadência p/ tributos cujo lançamento se dá por homologação
e com pagamento é a do art. (art.150, § 4.º): conta-se da data da ocorrência do fato
gerador e não do exercício seguinte.
*empresa obteve faturamento referente a MAR/95; fato gerador da COFINS tributo
cuja lançamento se dá por homologação;
1.º- Efetuou o prévio pagamento, conforme determina a lei; começa em MAR/95 o
prazo de 05 anos p/ a Fazenda efetuar o lançamento, antecipando o prazo
privilegiando o contribuinte adimplente. Se até MAR/00 a Fazenda não se manifestou,
considera-se homologado o lançamento – homologação tácita - ou seja, a Fazenda
não pode mais efetuar o lançamento e de conseqüência constituir o crédito
suplementar.
2.º-tributo cujo lançamento se dá por homologação porém sem o pagamento do sujeito
passivo: caso em que o lançamento por homologação se converte em lançamento de
ofício:
*empresa obteve faturamento referente a MAR/95;
1.º não efetuou o prévio pagamento; não há o que homologar. O lançamento converte-
se em lançamento de ofício, já que o Fisco verificando a infração vai proceder à
autuação; o prazo para se iniciar a decadência não será até MAR/95, mas sim do 1.º
dia do exercício seguinte, ou seja 1º/JAN/96.
Art.173, II –Não há interrupção de prazo decadencial o direito civil. Porém, em matéria
tributária existe a previsão no CTN. O dispositivo traz a expressão “decisão“ definitiva:
tanto a Administração quanto o Judiciário podem anular o crédito, logo, o inciso trata
de decisão administrativa ou judicial.
Vício formal: aqui a interrupção só opera quanto ao vício de forma, não material. Ex.:
falta de intimação com cerceamento de defesa; não identificou a autoridade
competente etc.
Ex.: IR declarado em 1995. Início do prazo decadencial: 1.º dia do exercício seguinte
que é 1.º de janeiro de 1996; término do prazo decadencial: 31/dez/2000.
-Em 1997 houve autuação. (1.ª impropriedade técnica, pois se houve lançamento não
há que se falar mais em decadência). Só que deste auto o contribuinte impugnou
pedindo anulação por vício formal (faltou indicar a autoridade competente). Três anos
depois, em 2000 é proferida decisão administrativa que reconhece o vício e anula o
lançamento. Ora, se anulou significa que o lançamento não ocorreu, logo o prazo
decadencial que era de JAN/1996 a 31/dez//2000, continuaria sendo este, implica em
dizer que a Fazenda só tem mais um ano para efetuar novo lançamento .
Porém o que este inciso prevê é que enquanto você está tentando anular um
lançamento “por vício formal” ou seja, por imperícia, negligência ou omissão da
Fazenda, o prazo é interrompido (apaga o prazo e recomeça a contagem), ou seja, da
decisão que anula, a Fazenda tem mais cinco anos p/ lançar .
Art. 173 - Parágrafo único: Para evitar a perpetuação dos processo administrativos o
legislador estipulou que o Fisco tem o direito de efetuar o lançamento (constituir o
crédito) em cinco anos a contar da data em que iniciou qualquer procedimento
administrativo (notificação do contribuinte p/ prestar informação, solicitação de medida
anos. Ocorre, então, a extinção do processo pelo decurso do tempo. Admite-se, nesses
casos a ocorrência da prescrição intercorrente.
Relativamente à questão da decretação da prescrição intercorrente, com a entrada em
vigor da Lei 11.280, de 16/02/06 (vigência a partir de 17/05/06) que deu nova redação
ao CPC (art. 219, § 5º) o STJ manifestou-se no seguinte sentido:
REsp 83557/RS:”...omissis 7.Por ser matéria de ordem pública, a prescrição há ser decretada
de imediato, mesmo que não tenha sido debatida nas instâncias ordinárias. In casu, tem-se
direito superveniente que não se prende a direito substancial, devendo-se aplicar,
imediatamente, a nova lei processual.8. “Tratando-se de norma de natureza processual, tem
aplicação imediata, alcançando inclusive os processos em curso, cabendo ao juiz da execução
decidir a respeito da sua incidência, por analogia, à hipótese dos autos” (REsp nº 814696/RS,
1ª Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 10/04/2006).9. Execução fiscal paralisada há
mais de 5 (cinco) anos. Prescrição intercorrente declarada.”
“Resp 820245/RS: “TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL.
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. DECRETAÇÃO DE OFÍCIO. POSSIBILIDADE A PARTIR
DA LEI 11.051/2004.
1. A jurisprudência do STJ, no período anterior à Lei 11.051/2004, sempre foi no sentido de que
a prescrição intercorrente em matéria tributária não podia ser declarada de ofício.
2. O atual parágrafo 4º do art. 40 da LEF (Lei 6.830/80),acrescentado pela Lei 11.051, de
30.12.2004 (art. 6º), viabiliza a decretação da prescrição intercorrente por iniciativa judicial,
com a única condição de ser previamente ouvida a Fazenda Pública, permitindo-lhe argüir
eventuais causas suspensivas ou interruptivas do prazo prescricional. Tratando-se de norma
de natureza processual, tem aplicação imediata, alcançando inclusive os processos em curso.
Precedentes: REsp 605184, Primeira Seção, Min. Peçanha Martins, DJ de 29.08.2005; Resp
745195, Segunda Turma, Min. Castro Meira, DJ de 15.08.2005; Resp 510292 /PE,
Segunda Turma, Min. Eliana Calmon, DJ de 15.08.2005.”
Ex.: o governo do Estado concede isenção de ICMS por 5 anos para que um grande
indústria se instale em determinada região, o que trará grande benefício gerando
empregos e desenvolvimento. A indústria faz investimentos instala-se na região atraída
pela vantagem tributária. Logo, a isenção não pode ser revogada antes do prazo
estabelecido.
Observado o disposto no art.104, III: entram em vigor no 1.º dia do exercício seguinte,
dispositivo de lei referente a “impostos sobre o patrimônio e a renda “ (IR, ITR, IPTU,
IPVA).
Obs.art. 104, III, menciona “salvo se a lei dispuser de modo mais favorável ao
contribuinte” .
Art.179, CTN – Isenção geral: concedida pela lei sem requisitos ou condições
específicas que devam ser comprovadas pelos beneficiários.
Ex. isenção de IPI de carro novo.
Isenção individual: a lei autoriza a autoridade administrativa a conceder, mediante
despacho, caso a caso, desde que comprovado que o contribuinte preencha os
requisitos e condições
Ex.: todos os produtores de leite da região nordeste de Goiás que produzam até 20
litros por dia. Este beneficiário deverá se dirigir á administração e comprovar que
preenche os requisitos e aí a autoridade administrativa verificando os fatos, despacha
caso a caso, concedendo o benefício.
§ 1.º, do art.179: tributo com fato gerador periódico: a isenção concedida tem que ser
renovada a cada novo período.
Ex.: tenho isenção de IR exercício 2004; em 2005 ela não se renova
automaticamente,; o beneficiário deve, antes do término do prazo requerer a
renovação.
§ 2.º do Art.179 CTN: isenção em caráter individual não gera direito adquirido, pode
ser revogada pela autoridade administrativa se o contribuinte deixou de atende os
requisitos ou se não atendia quando concedida.
Art. 180, CTN - ANISTIA:– perdão legal da multa tributária concedido aos
contribuintes em atraso com tributos ou sujeitos a multas por infrações fiscais; é
sempre relativo à infração que já ocorreu.
I e II-Não se aplica anistia:
-a atos de grande lesividade qualificados como crime ou “contravenção”- que não
existe em matéria tributária e a anistia não beneficia a má-fé.
II-de forma, inócua, o dispositivo prevê a possibilidade de se anistiar os atos
caracterizados como conluio. Ora, conluio é a reunião de duas ou mais pessoas como
o fim de lesar uma outra. É ato que tem a presença da má-fé. Contrapõem-se ao
previsto no inciso anterior.
Art.181, CTN:
I-Caráter geral
II-limitada
a)a determinado tributo; Ex.: anistia para pagar ICMS sem multa
b)a determinado montante; Ex.: para ICMS com redução de multa para dívidas até
R$50.000,00.
c)a determinada região; Atenção: Art. 14 da LRF prevê que o ente político quando for
conceder benefícios tem que provar que a medida não vai gerar déficit e de onde vai
sair a receita para compensá-lo. O Informativo STF n.º297/03 traz a confirmação da
constitucionalidade do art. 14. d LC 101/00.
d)limitada à condição de pagamento de tributo; Ex.: se pagar parcela do IPTU em
atraso até dia 30/4 não pagará multa.
Art.182, CTN e parágrafo único.: Anistia geral e individual – idem às outras
vantagens tributárias lícitas.
GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Para atendimento das finalidades públicas, é indiscutível a importância das receitas
tributárias. Daí a inquestionável afirmação de que o crédito tributário é de interesse
ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
Encontra-se inserida dentro da Administração Pública do Poder Executivo de cada
esfera (federal, estadual e municipal) referente à atividade financeira pertinente à
obtenção de receita tributária.
EC 42/03 Art.37, XXII: estabeleceu que as administrações tributárias como atividade
essencial para o funcionamento do Estado devem ser exercidas por servidores de
carreiras específicas, com recursos prioritários para realização de suas atividades e
que estas ocorrerão de forma integrada entre os entes políticos mediante lei ou
convênio.
O CTN trata das normas gerais do procedimento fiscalizatório, da Dívida Ativa da
Fazenda Pública e da expedição de Certidões pelo Poder Público.
FISCALIZAÇÃO: mecanismo consistente em averiguar se as obrigações tributárias
vêm sendo cumpridas. É atividade discricionária à medida que fica “a juízo da
autoridade administrativa” (art.149, III, CTN – lançamento de ofício) o pedido de
esclarecimentos às pessoa legalmente obrigadas (sujeito passivo).
ATENÇÃO: Secretaria da Receita Federal do Brasil, órgão da administração direta subordinado
ao Ministro da Fazenda. Além das competências definidas pela atual legislação, ao novo
organismo caberá planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas à tributação,
fiscalização, arrecadação, cobrança e recolhimento das contribuições sociais (...) e das
contribuições instituídas a título de substituição. Trata-se de evidente avanço a unificação da
ação fiscal da Receita Federal e do INSS, desburocratizando a relação entre os órgãos da
fiscalização e os contribuintes. Também cria a carreira de Auditoria da Receita Federal do
Brasil, sendo uma das atribuições «examinar a contabilidade de sociedades empresariais,
empresários, órgãos, entidades, fundos e demais contribuintes, não se lhes aplicando as
restrições previstas nos arts. 1.190 a 1.192 do Código Civil e observado o disposto no art.
1.193 do mesmo diploma legal.
Art.194, CTN: a atividade de fiscalização é regulada pela legislação tributária que
estabelecerá a competência e poderes das autoridades administrativas.
Parágrafo único: as pessoas naturais e jurídicas estão sujeitas à fiscalização,
inclusive as pessoas imunes e isentas.
Art.195, CTN: o direito da autoridade administrativa de proceder ao exame de livros,
mercadorias, arquivos, papéis, para efeito de fiscalização é absoluto, não tendo
submissão às disposições contrárias. O sujeito passivo, em contrapartida tem a
obrigação tributária acessória positiva - apresentar os documentos requisitados - e de
tolerar a fiscalização.
Parágrafo único: é obrigatória a conservação dos livros especificamente necessários
à observância do cumprimento das obrigações tributárias (escrituração fiscal e
comercial) até que ocorra a prescrição dos créditos tributários.
Art.196, CTN: Quando do exercício da fiscalização a autoridade competente deverá
proceder lavrando termo de início de fiscalização e fixando o prazo para conclusão do
procedimento, já que a fiscalização não pode perdurar indefinidamente.
Parágrafo único: lavra-se o termo no livro fiscal exibido ou, se em separado, em
documento cuja cópia será entregue ao sujeito fiscalizado.
Art.197, CTN: Dever de informação: desde que regularmente notificadas, a lei
enumera pessoas que, em função do cargo, ofício, função, ministério, atividade ou
profissão e entidades, estão obrigadas a prestar informações a respeito de bens,
negócios ou atividades de terceiros.
SIGILO BANCÁRIO: LC 105/01 dispõe sobre os procedimentos para a quebra do sigilo
que somente em caso extraordinário.
ATENÇÃO:
STJ / REsp 152.455-SP, 2.T STJ; DJU 15/12/97: “Sigilo bancário. Direito à privacidade do
cidadão. Quebra de sigilo. Requisitos legais. Rigorosa observância. A ordem jurídica autoriza a
quebra do sigilo bancário em situações excepcionais. Implicando, entretanto, na restrição do
direito à privacidade do cidadão, garantida pelo princípio constitucional, é imprescindível
BIBLIOGRAFIA:
Básica:
Constituição da República Federativa do Brasil
Código Tributário Nacional
Doutrinas:
ALEXANDRINO, Marcelo e Paulo Vicente. Manual de Direito Tributário 4ª ed. Rio de
Janeiro: Impetus, 2007.
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2007.
CARRAZZA, Roque Antônio. Curso de Direito Constitucional Tributário. São Paulo:
Maleiros Editores, 2005.
CASSONE, Vittório. Direito Tributário. São Paulo: Atlas, 2005.
CHIMENTI, Ricardo Cunha. São Paulo:Saraiva, 2007.
DIFINI, Luiz Felipe Silveira. Manual de Direito Tributário. São Paulo:Saraiva, 2005.
HARADA, Kioshi. Direito Financeiro e Tributário. São Paulo: Ed. Atlas, 2007.
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. Rio de Janeiro: Malheiros
Editora, 2006
MELO, José Eduardo Soares de. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Dialética,
2005.
SABBAG, Eduardo de Moraes. Direito Tributário. São Paulo: Prima Cursos
Preparatórios: 2005
VELOSO, Andrei Pitten.Constituição Tributária Interpretada.São Paulo: Atlas, 2007
CTN comentado:
Hugo de Brito / Atlas
José Jayme de Macedo / Saraiva
Láudio Fabretti / Atlas
Vladimir Passos / Revista dos Tribunais
CTN / ANOTADO
Hugo de Brito Segundo / Atlas