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Factores históricos sociais

A época Isabelina marcou a entrada da Inglaterra na Idade Moderna.


Sob o impulso das inovações científco-tecnológias. A peça A
Tempestade é um exemplo de peça ambientada, não por
casualidade, em uma ilha do Caribe. Representada simbolicamento
pelo “selvagem” e sua mãe, bruxa. Esta peça está relacionada as
artes mágicas de Próspero – á tecnologia e ao progresso dos
colonizadores europeus.

A separação da órbita do Papado e do Sacro Império Romano, com a


derrota de Filipe II de Espanha e sua Invencível Armada(1588) e junto
com a estabilidade econômica conseguida atravez do comércio
Atlântico levaram ao triunfo de Isabel e uma nova Inglaterra
modernizada. Nesta época, houve interesse pela humanae litterae. Na
Itália, aonde os intelectuais fugidos haviam ido e levado manuescrito
dos grandes clássicos gragos e latinos, fazendo sugir interesse pela
Antiguidade Greco-romana.

Na Itália desenvolveu-se o Humanismo, destinado a amadurecer


durante o Renascimento. Essa época foi marcada pela criação de uma
nova arte influência pela cultura clássica e pela renovação
tecnológica em grande escala. O principal artista era o Leonardo da
vinci. O Renascimento, em Itália, durou até a metada do séc. XVI e no
norte da Europa até as primeiras décadas do séc. XVII.

Interesse pela Itália

O desejo de mordenidade e renovação támbem cresceu em Londres.


Nem sequer os relatos de algumas viagens ao país pelo Maquiavel,
como o The Unfortunate Traveller, or the Life of Jack Wilton, de
Thomas Nashe, puderam diminuir o entusiasmo do público: a
amoralidade de O Príncipe e as notícias das conjuras papais ajudaram
a destacar o interesse pela Itália. Na caipital italiana podia-se notar
uma comunidade de imigrantes italianos, muitos eram actores e
dramarturgos. Entre eles estavam Shakespeare, Christopher
Marlowe(segundo dramaturgo mais destacado) e seus
comtemporâneos.

O êxito de Sêneca
Na época de Shakepeare não eram muitos os que sabiam ler latim e
grego, só então que estas línguas começaram a ser conhecidas. As
obras de Sêneca se difundiram, sobretudo através de adaptações
italianas que se afastavam das versões originais.
Os autores colocaram nas apresentações cenas de violências e
crueldade, no lugar da verdadeira história. Mas foi a versão Italiana
que encantou os dramaturgos isabelinos e encontrou interesse do
público.

A tragicomédia e o novelesco

A mistura do treatro tragicômico com o novelsco resultou num drama


muito ligado aos efeitos cênicos e que se apodera das emoções mais
violentas que então se associa às paixões do amor. Não é por acaso
que os mesmo dramaturgos renascentistas trabalhassem
comtemporaneamente com obras misturadas, como por exemplo, as
“pastoris” ou as “tragicomédias” que resutou da fusão do tragíco com
o cômico, juntando o trágico, cômico eo novelesco.

Os isabelinos támbem experimentaram a mistura de gêneros do


Renascimento inglês, cuja as tragédias e o cômico mativeram uma
maior separação irônica e realista.
A Tempestade tem muito de tragicomédia, mas a ironia e a qualidade
comica das personagens, a profundidade da exploração filosófica,
lhes conferem maior valor. O mesmo se pode dizer de muitas outras
grandes comédias de Shakespeare e isabelinas, nas quais o cômico se
mistura com o trágico, como por outra parte ocorre no cinema
moderno.

Inovações com respeito ao teatro continental

Na época isabelina não se hesitou a adaptar os modelos: renovou


felizmente a métrica com o verso branco, libertando o diálogo
dramático da qualidade artificial da rima, enquanto se seque com
regularidade de cinco sílabas poéticas em cada verso. A idéia de se
usar uma métrica semelhante ocorreu a Howard pela versão da
Eneida de Molza, inventor do versi sciolti (verso livre). O teatro
isabelino introduz uma série de técnicas teatrais de vanguarda que
foram utilizadas séculos mais tarde pelo cinema e a televisão. O
cenário inglês no fim do século XVI (sobretudo em Shakespeare)
apresenta uma frequênte e rápida sucessão de cenas que fazem
passar rapidamente de um lugar a outro, saltando horas, dias ou
meses com uma agilidade quase igual à do cinema moderno.
A Poética de Aristóteles, que definiu a unidade de tempo e ação (a de
espaço foi adicionada pelos humanistas) no drama, conseguiu se
impor melhor no continente: somente alguns classicistas de estilo
acadêmico, como Ben Jonson, seguiram ao pé da letra os
ensinamentos,mas estas personagens não têm a vida dos de
Shakespeare, permanecendo em nível de "tipos" ou "máscaras". Foi,
sobretudo, graças à renúncia às regras que o teatro isabelino pôde se
desenvolver daquela nova forma, nas quais Shakespeare, Beaumont,
Fletcher, Marlowe e muitos outros encontraram campo fértil para seu
gênio.

Modernidade e realismo das personagens*

A releitura isabelina dos clássicos supôs um vendaval de inovações


em histórias já milenares, exaltando, na verdade, a qualidade
universal das grandes personagens históricas e lendárias. Com outro
estilo e outra técnica, inclusive os temas sociais são tratados de
maneira moderna, em toda sua complexidade psicológica, infringindo
consolidados tabus sociais (sexo, morte, canibalismo, loucura). Cabe
pensar no amor proibido entre Romeu e Julieta, dois jovens de
quatorze anos que decidem, em poucos dias, se casar e fugir de casa;
na representação do suicídio dos amantes. Em O Rei Lear o abandono
do velho rei por parte das filhas é o tema dominante, e não há coisa
que resulte mais atual que o drama do abandono dos idosos e a
fragmentação do núcleo familiar. Qualidade esta que, longe de piorar
as personagens, as fazem mais semelhantes a nós, demonstrando
que esta época ainda nos comovem profundamente.

O teatro dentro do teatro


Oteatro isabelino era um "teatro aberto", parece demonstrado
também pelo sentido da auto-ironia dos actores e dos dramaturgos
isabelinos. O actor gosta de falar ao público por "entrelinhas". Para
essa classe de actores o dramaturgo isabelino inventa o teatro dentro
do teatro. Viu-se a mascarada em A Tempestade, mas o exemplo mais
emblemático é o de Hamlet, um drama que reconstrói o suposto
assassinato. Pode-se encontrar destes dentro do teatro isabelino, com
êxito semelhante ao do "cinema dentro do cinema", mas também
com o "teatro dentro do cinema".

O teatro que se fez cinema


O teatro isabelino em geral e Shakespeare em particular se
anteciparam a seu tempo, parece demonstrado pelo êxito das
transposições cinematográficas e das dramatizações televisivas. É
destacado o êxito do filme Romeu e Julieta de Franco Zeffirelli. Em
contrapartida, tal adaptabilidade ao cinema parece dever-se a que a
origem do teatro isabelino se encontra, em gêneros dramáticos
medievais. A necessidade de improvisação (frequêntemente auxiliada
por um pouco de humor) junto da falta de arquitecturas teatrais
sofisticadas, os actores libertavam das excessivas constrições da
posta em cena enquanto que a falta de efeitos especiais foi suprida
pela invenção poética, recriando com ricas descrições, um pouco
como ocorreu com o rádio após a televisão, aquilo que lhe faltava,
enriquecendo a linguagem dramática mais além de toda medida.

Espaço teatral
O teatro isabelino era popular, mas tinha má reputação. As autoridades de Londres o
proibiram na cidade, por isso que os teatros se encontravam do outro lado do rio
Tâmisa, na zona de Southwark ou Blackfriars, fora das competências das autoridades da
cidade.
O estabelecimento de teatros públicos e economicamente proveitosos foi um factor
essencial para o êxito do teatro inglês renascentista. O momento decisivo foi a
edificação do The Theatre por James Burbage, em Shoreditch, em 1576. The Theatre foi
seguido rapidamente pelo Curtain Theatre (1577). Uma vez que os teatros públicos de
Londres - incluindo o The Rose (1587), The Swan (1595), The Globe Theatre (1599), o
Fortune Theatre (1600), e o Red Bull (1604) - estiveram em funcionamento, o teatro
poderia ser uma distração permanente, em lugar de algo eventual.
Estes teatros conservaram muito da antiga simplicidade medieval. O actor isabelino
recitava no meio, não diante do povo. Como na Idade Média, o público não era simples
espectador, senão um participante do drama. A ausência dos "efeitos especiais" refinava
a capacidade gestual, mímica e verbal dos atores, que sabiam criar com maestria lugares
e mundos invisíveis (a magia de Próspero em A Tempestade alude metaforicamente a
esta magia "evocativa").
Entre o segundo e o terceiro plano do cenário costumavam ficar os músicos. A platéia
era entre 1500 e 2000 espectadores. Não existiam interrupções entre um acto e outro, já
que era escassa a cenografia.
Outros teatros posteriores, como o Blackfriars Theatre (1599), o Whitefriars (1608) e o
Cockpit (1617), eram fechados e com teto. Com a criação do Salisbury Court Theatre
em 1629, o público de Londres tinha seis teatros. Desta forma, a capacidade teatral da
capital era de mais de 10.000 pessoas depois de 1610.

Um teatro sem classes*


Enquanto o drama renascentista italiano se desenvolvia com uma forma de arte elitista,
o teatro isabelino resultava em um grande fascinador de todas as classes, sendo assim
um "nivelador" social. Às representações compareciam príncipes e camponeses,
homens, mulheres e crianças, porque a entrada estava ao alcance de todos, se bem que
com preços distintos.
Comparecer ao teatro era um costume muito arraigado na época. Por isso todos os
dramas deviam satisfazer gostos diversos: os dos soldados que desejavam ver guerras e
duelos, das mulheres que procuravam por amor e sentimento, dos advogados que se
interessavam pela filosofia moral e pelo direito, e assim com todos. Inclusive a
linguagem teatral reflecte esta exigência, enriquecendo-se com registos muito variados e
adquirindo grande flexibilidade de expressão.
As companhias e os atores*.
Para construir uma personagem verdadeira, humanamente próxima a nós, não se
considerava necessário utilizar grandes vestuários nem ser arqueologicamente fiéis aos
fatos históricos.
As companhias funcionavam sobre um sistema de repertório. Raramente interpretavam
a mesma obra dos dias seguidos.
Empregar atrizes estava proibido pela lei, e assim se manteve durante o século XVII,
inclusive sob a ditadura puritana. As personagens femininas eram, então, representadas
por homens. Mas isto não diminuiu o êxito das representações, como prova o
testemunho da época e os contínuos protestos contra as companhias teatrais, por parte
dos administradores puritanos da City.
Era um teatro que funcionava por companhias privadas e formadas por atores, que
pagavam aos autores para poderem interpretar suas obras e a outros atores secundários.
Alguns alugavam o teatro e outros eram proprietários do mesmo. Em cada companhia
havia um aristocrata, que era uma espécie de apoderado moral. Somente a proteção
acordada pelo grupo de atores com príncipes e reis - se o ator vestia seu uniforme de
gala não podia ser, de fato, preso - pôde se salvar Shakespeare e muitos de seus
companheiros das prisões de impiedade lançadas pela municipalidade puritana. Uma lei
de 1572 eliminou as companhias que careciam de um patrocínio formal, ao considerar
seus membros "vagabundos". O nome de muitas companhias teatrais deriva, desta
forma, do patrocínio: The Admiral's Men e The King's Men eram os "homens do
almirante" e "os homens do soberano". Uma companhia que não houvesse tido um
poderoso mecenas a suas costas, podia se encontrar em uma série de dificuldades e ver
seus espetáculos cancelados de um dia para o outro.
A estes problemas é somado que, para os atores, o salário era muito baixo.
O Conselho Real tinha que dar o visto a todas e cada uma das obras, já que existia a
censura, com respeito aos temas morais como o sexo, a maldade, as manifestações de
Deus, a Igreja etc.
Os Autores*
A crescente população de Londres, a maior riqueza de seus cidadãos e sua paixão pelo
espetáculo produziram uma literatura dramática de notável variedade, qualidade e
extensão. Apesar de que a maior parte dos textos escritos para a cena isabelina tenha se
perdido, estão conservados cerca de 600, testemunho de uma época culturalmente viva.
Os homens (não se sabe que tenha havido mulheres escrevendo para o teatro nesta
época) que inventavam estes dramas eram, quase todos, autodidatas de modestas
origens, apesar de que alguns devem ter recebido instrução em Oxford ou Cambridge.[6]
Apesar de que William Shakespeare fosse, até onde se sabe, um ator, a maior parte deles
não era e não se conhece o nome de nenhum autor posterior a 1600 que tenha pisado em
cena como ator para arredondar seus ingressos.
Nem todos os dramaturgos se correspondem com as imagens modernas de poetas
intelectuais. Christopher Marlowe, por exemplo, foi assassinado no curso de rixa em
uma taverna, enquanto Ben Jonson matou um ator em um duelo. Muitos outros foram,
possivelmente, soldados. Talvez em nenhuma outra época o drama é mais real e toca a
sensibilidade de todos: considerações, assassinatos políticos, penas de morte e violência
estavam na ordem do dia, também porque o Renascimento é uma época de mudanças
traumáticas: na Itália, e sobretudo em Florença, os complôs políticos de palácio e as
guerras intestinais ensangüentaram a cidade: a grandeza da época contempla, assim,
suas próprias crises, que é também a crise e a superação definitiva da Idade Média.
A dos escritores teatrais era uma profissão remunerada, mas enquanto fossem capazes
de produzir duas peças teatrais por ano.[7] Dado que os dramaturgos ganhavam pouco
pela venda de suas obras, para viver deviam escrever muitíssimo. A maior parte dos
dramaturgos profissionais ganhava uma média de 25 libras esterlinas ao ano, um valor
relevante para a época. Eram pagos, em geral, a prazo, segundo avançava a escrita da
obra e se ao fim o texto era aceito poderiam, além do mais, receber os benefícios de um
dia de apresentação. Não gozavam, ainda, de nenhum direito sobre o que haviam
escrito. Quando o texto era vendido a uma companhia, esta o possuía e o autor não tinha
nenhum controle sobre a escolha dos atores ou sobre a representação, nem sobre as
sucessivas revisões e publicações.

Marlowe
Marlowe era uma personagem estranha que se adiantou a seu tempo, e ao qual
Shakespeare copiou partes em algumas de suas obras, sempre com sua permissão.
Revolucionaria o tipo de personagem que vai pôr em cena: suas obras atentam contra a
moral, a coroa e a Igreja. Era ateu, nobre e se cogita ter sido espião da rainha. Atribui-se
a ele os papéis que assinava suas personagens nas obras e a pressão a que foi submetido
Thomas Kyd para que delatasse a seu companheiro. Na época era mais famosos que
Shakespeare.

Shakespeare
Shakespeare não frequêntou a universidade, rompeu as unidades clássicas de espaço,
tempo e ação, além de incorporar gêneros. Copia elementos gregos e latinos, de outros
autores e da história britânica.
Usa a violência ainda que não seja o mais violento. Em suas obras, também, usa a
bruxaria. As cenas curtas e o espaço isabelino permitem a construção de várias linhas de
tramas, que altera a idéia de quem vai ser o protagonista. Constrói personagens criando
os conflito mais complexos que os de antes e usava a representação destes conflitos em
monólogos justificados diante do público

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