26 Setembro 2008 25

COMUNIDADES
Biólogo ganha prémio nos EUA Acidente mortal Luso-descendente assassinado
Um trabalhador português,
O biólogo português Miguel Ramalho-Santos acaba de ganhar o cuja identidade ainda não é Agentes da polícia venezuelana localizaram o cadáver do
Prémio de Novo Inovador, atribuído pelo National Institutes of conhecida, morreu num comerciante luso-descendente, José António Díaz Rodríguez,
Health, dos Estados Unidos, no valor de 1,5 milhões de dólares, acidente nas obras da auto- de 48 anos, sequestrado em Coche, a sul de Caracas.
disse uma fonte da Universidade de Coimbra. O prémio destina- estrada que liga Ferrol a Segundo o diário La Voz, o corpo do comerciante, com indícios
se a apoiar, durante os próximos cinco anos, a investigação em Vilalba, na região da Galiza. de ter sido abatido por dois tiros, foi localizado nas
células estaminais embrionárias desenvolvida por Miguel O homem ficou esmagado sob proximidades de Caracas, numa zona florestal da descida de
Ramalho-Santos, no laboratório que dirige, nos EUA. um veículo que se virou. Tazón, um troço da auto-estrada que liga a capital venezuelana
Actualmente, Miguel Ramalho-Santos é docente da Faculdade O trabalhador era empregado à região Centro do país, depois de ter sido descoberto
de Medicina da Universidade da Califórnia, em San Francisco. da firma Canosa. por um indigente.

sempre que estiveram em debate matérias
relativas à participação cívica ou a direitos
eleitorais foi no sentido de incentivar a
participação e, no que se refere aos direitos
eleitorais, foi para os alargar e nunca, como
agora, no sentido de os restringir.
Sobre esta matéria não estivemos sózinhos
pois praticamente todas as instituições
ligadas às comunidades portuguesas se
pronunciaram contra, bem como a Comissão
Nacional de Eleições.
Não conheço ainda é a posição da Senhora
Deputada do PS eleita pelo círculo da
emigração da Europa, tanto mais que esteve
ausente do debate na Assembleia da
República sobre o voto presencial.
Se o PSD fosse governo, os emigrantes
continuariam a ser, apenas, os “tugas” que
aí depositam as suas economias? Que
faria, em termos gerais, um governo
social-democrata?
Mais do que fazer promessas prefiro falar
de trabalho e neste caso da nossa actividade
parlamentar. Nesta legislatura apresentámos
um conjunto de propostas que demonstram
bem a forma como o meu Partido e o seu
Grupo Parlamentar vêem as comunidades
portuguesas.
Apresentámos o Projecto de Lei n.º
482/X/3, de 13 de Março, Lei Quadro da
cidadania portuguesa no estrangeiro, o
Projecto de Lei 481/X/3, de 13 de Março,
Criação do programa “Mulher Migrante”, o
Projecto de Lei n.º 480/X/3, de 13 de Março,
Apoio à comunicação social em língua
portuguesa no estrangeiro, Projecto de Lei n.º
137, de 12 de Julho, Altera a Lei n.º 48/96, de
4 de Setembro, Projecto de Lei n.º 107, de 2
de Junho (Altera o regime de financiamento
das organizações não-governamentais para o
desenvolvimento), Projecto de Lei n.º 106, de
2 de Junho (Estabelece novos critérios para a
isenção de cobrança de emolumentos
consulares) e Projecto de Lei n.º 105 de 2 de
Junho (Apoio ao associativismo português no
estrangeiro), Projecto de Resolução 289/X/3
(Acompanhamento dos fluxos migratórios
para o estrangeiro).
Acresce que, sobre a questão do voto
presencial, foi a Presidente do PSD, Dra.
Manuela Ferreira Leite, que falou ao país
sobre esta matéria. Como já falámos
anteriormente, a comunicação social
portuguesa não dá muita atenção às questões
das comunidades. Assim, não foi por razões
de interesse mediático que fez aquela
declaração. Os ganhos podem não ter sido
muitos no plano político nacional. No
entanto, fê-lo porque entende que é uma
questão fundamental para o país tal como são
as nossas comunidades.
Este é o exemplo que lhe deixo e que dá
garantia da forma como o PSD entende as
Comunidades.

SEIS MESES EM LISTA DE ESPERA PARA RENOVAÇÃO DE DOCUMENTOS

IMIGRANTES QUEIXAM-SE DA MÁ GESTÃO DO CONSULADO DE LONDRES

Os portugueses residentes no Reino Unido acusam o
consulado em Londres de má gestão, ao ter uma lista de
espera de cerca de seis meses para a renovação de
documentos e pedem mais investimento do governo.
“O consulado está cada vez pior. Nunca funcionou tão
mal. São precisos seis meses para se registar um filho
ou renovar o Bilhete de Identidade”, disse à Agência
Lusa o conselheiro das Comunidades no Reino Unido,
António Cunha.
De acordo com o conselheiro, que se mostrou muito
indignado com a situação, o consulado passou “50
títulos de viagem por dia” entre Julho e Agosto “para os
portugueses poderem ir tratar dos documentos a
Portugal”.
O título de viagem é um documento emitido no próprio
dia em que é pedido e que permite que pessoas sem
documentos válidos possam viajar.
António Cunha considera que grande parte da má
gestão do consulado de Londres deve-se à “falta de
directrizes do governo português” e à “falta de pessoal
no consulado”.
Outra situação que revolta o conselheiro é o facto de,
“numa altura em que se fala tanto em poupar”, estar um
“cônsul-adjunto a atender ao telefone no ‘call center’ do
consulado. “Não se admite”, sublinhou.
Também contactado pela Lusa, João Noronha,
proprietário do jornal dedicado aos portugueses no
Reino Unido “As Notícias”, atribuiu ao governo
português responsabilidades pelo mau funcionamento
do posto consular em Londres.
“Não é culpa do cônsul, nem dos funcionários. É do
sistema. Portugal tem grandes dificuldades em investir
na população emigrante”, disse João Noronha,
sublinhando que “o governo português devia investir
mais”.
“O Presidente da República meteu o dedo na ferida
quando defendeu o investimento na rede diplomática e
consular portuguesa”, acrescentou. Criticando a recente
reestruturação consular levada a cabo pelo governo,
João Noronha disse que “foi feita por pessoas que estão
atrás da secretária e não conhecem a realidade”.
“Não se podem redimensionar os consulados à
medida da população registada. Há seis ou sete anos
começou o fluxo de portugueses para Inglaterra e
continuam a chegar muitos”, indicou.
De acordo com dados oficiais, estão registados no
Reino Unido 250 mil portugueses, mas o número real de
emigrantes naquele país é muito superior.
No dia 9, o deputado do PSD pelo círculo da Europa,
Carlos Gonçalves, questionou o governo em
requerimento sobre o funcionamento do consulado de
Portugal em Londres. O deputado pela Emigração quer
saber como se justifica que um português tenha de
esperar vários meses para solicitar um documento e
como é que o governo pretende garantir o apoio social
aos emigrantes depois de ter extinguido o cargo de
Conselheiro Social junto da Embaixada de Portugal em
Londres.
Relativamente ao consulado em Manchester, Carlos
Gonçalves pergunta como, “apesar das dificuldades no
atendimento da comunidade no Reino Unido”, se
mantém aquele posto com “metade do seu espaço físico
sem utilização e apenas com quatro funcionários?”.

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