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1. Introdução
Apesar de não ser o único país assolado pela difusão da violência armada, o
Brasil é um entre os poucos que também possui uma grande e próspera indústria
de armas de pequeno porte (APPL) . Este fato singular tem diversas implicações
para as questões relativas a armas de pequeno porte no país. No nível mais ime-
diato, está ficando claro que as armas de pequeno porte produzidas no Brasil –
especialmente as de cano curto – são a maioria das armas de fogo relacionadas às
atividades criminosas. Usando dois dos mais violentos estados do Brasil como
exemplo, em 2002 foram apreendidas 37.418 armas de pequeno porte no estado
de São Paulo e 18.056 no estado do Rio de Janeiro. Em ambos os casos, mais de
70% das armas eram produzidas no Brasil,1 e mais de 80% eram revólveres e
pistolas, com uma predominância clara de revólveres brasileiros.2 Isto contraria o
que já foi considerado de senso comum, e em parte divulgado pela própria indús-
tria de armas de pequeno porte: que criminosos usam armas automáticas impor-
tadas para cometer crimes, enquanto cidadãos honestos usam armas de fogo bra-
sileiras registradas para uso legítimo de auto-defesa. Na realidade, as próprias
empresas brasileiras de APPL produzem uma grande percentagem das armas res-
ponsáveis pelos astronômicos níveis de violência armada no Brasil.
1
Fonte para São Paulo: Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, para o Rio de
Janeiro: Divisão de Fiscalização de Armas e Explosivos (DFAE) da Polícia Civil do Estado do
Rio de Janeiro, dados analisados pelo VivaRio/ISER.
2
Fonte para São Paulo: Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, percentagem
calculada sobre 37.418 armas apreendidas em 2002. Fonte para o Rio de Janeiro; Divisão de
Fiscalização de Armas e Explosivos (DFAE) da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, dados
analisados pelo VivaRio/ISER, percentagem calculada sobre 218.457 armas apreendidas entre
1951 e julho de 2003.
3
Krause, Keith. 1995. Arms and the State: Patterns of Military Production and Trade, Cambridge,
Cambridge University Press, xi-299.
4
Estas fontes se dividem grosso modo em quatro tipos: dados sobre a economia brasileira, do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dados sobre comércio exterior, da Secre-
taria de Comércio Exterior (SECEX), e informações das empresas na Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) e dados sobre a produção doméstica e comércio do Anuário Estatístico do
Exército Brasileiro (ANEEX). Um tratamento mais detalhado destas fontes, os problemas en-
contrados com os dados disponíveis, e as soluções adotadas podem ser encontrados no apêndice
metodológico deste capítulo.
5
Para os fins deste relatório, criamos a frase “APPL total” ou “APPL” para nos referirmos a armas
leves, armas de pequeno porte, munições e peças. Quando a figura ou número corresponder
apenas a armas leves e armas de pequeno porte, excluindo peças e munição, usamos o termo
“armas de fogo”.
6
Schwan-Baird, David, Ideas and Armaments: Military Ideologies in the Making of Brazil’s Arms
Industries, (New York: University Press of America), 1997, p67.
7
Informação do site das empresas: : http://www.eramantino.com.br/index1.html (Boito), http:/
/www.cbc.com.br/cbc/1926.htm (CBC), http://www.rossi.com.br/port/historia.htm (Rossi)
8
Site da empresa: http://www.taurus.com.br/historico.php
9
Schwan-Baird, op.cit.. p.71
10
Ibid. pp. 70-81.
11
Wilson, R.L. Il Mondo Beretta: uma legenda internazionale, Milano, Sperling & Kupper, 2001,
pp. 29 e 171. A INA foi fechada pelos militares depois do golpe de 1964, aparentemente devido
a ressentimentos entre o proprietário e o governo militar. Entrevistas com o armeiro Amílcar
Damaso, proprietário da Gun Tec Tecnologia em Armamento, Rio de janeiro, julho 2004.
12
Sobre isto ver: Maldifassi, José O. and Abetti, Pier A. 1994. Defense Industries in Latin American
Countries: Argentina, Brazil and Chile.Westport. Praeger, p.28 and Schwam-Baird, op.cit.pp.
1 and 2 and 33-45
13
Shwam-Baird, Ibid. p. 155
14
Ibid. pp.104-105
protegida) pelo Exército prevalece até hoje: a versão 2000 do R-105 proíbe e/ou restringe a
importação de qualquer produto controlado (incluindo APPL) que seja fabricado nacional-
mente. A importação só será autorizada em circunstâncias especiais depois de uma autorização
especial concedida pelo Exército. Ver Decreto Nº 3.665, 20 de Novembro de 2000, “Dá nova
redação ao Regulamento para a Fiscalização de Produtos Controlados (R-105).” Disponível on
line: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3665.htm.
18
“Exposição do Ministro de Estado das Relações Exteriores, Embaixador Luiz Felipe Lampreia,
perante a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.” Disponível on-line,
http://ftp.unb.br/pub/UNB/ipr/rel/discmin/1995/3036.pdf
19
Em 1982, o nome desta instituição mudou para Banco Nacional de Desenvolvimento Econô-
mico e Social, ou BNDES.
20
Ver: Purcena, Julio César, A indústria de Armas Pequenas e Munições e a Violência no Estado
do Rio de Janeiro nos Últimos Vinte Anos, Monografia de Graduação (Economia), Faculdade
Moraes Júnior, Rio de Janeiro, Novembro 2003, pp. 11-15
21
Maldifassi and Abetti, Defense Industries in Latin American Countries, p.28
22
Ver Franko-Jones, Patricia, “A Indústria Brasileira de Defesa em Crise”, in Uma Avaliação da
Indústria Bélica Brasileira, Domício Proença Junior, ed., (Rio de Janeiro: Grupo de Estudos
Estratégicos), 1993, pp 299-327.
23
Entrevista com o Coronel (R1) Roberto Guimarães de Carvalho, Diretor-Presidente da Asso-
ciação Brasileira de Indústrias de Material de Defesa (ABIMDE) o grupo de interesse das
empresas brasileiras de defesa. São Paulo, maio de 2004. O Coronel Guimarães de Carvalho
também é presidente da AVIBRÁS, uma empresa especializada na produção de sistemas de
foguetes de artilharia.
24
Secretaria de Comércio Exterior, SECEX, estatísticas oficiais de comércio.
25
Segundo a revista semanal “Isto é”, por exemplo, depois de 6 anos como chefe da Diretoria de
Armas e Produtos Controlados (responsável por monitorar e autorizar a produção e o comércio
de armas), o General de Brigada Antônio Roberto Nogueira Terra se reformou e tornou-se um
consultor especial da Forjas Taurus através da empresa privada de consultoria Sulbras Consulto-
ria e Assessoria Ltda ( a qual, por sua vez, representa a Taurus em Brasília). No meio de um
intenso debate sobre a regulamentação da nova lei de controle de armas de pequeno porte, isto
causou um grande escândalo na imprensa. Ver: Miranda, Ricardo. 2004. “A emenda Taurus” .
Isto é, 9 Junho de 2004. Disponível em: http:// www.terra.com.br/istoe/1809/brasil/
1809_emenda_taurus.htm. Isto não foi muito diferente do que acontece com o complexo
industrial-militar nos EUA com armas militares pesadas e equipamento militar.
3.1 Produtores:
O Brasil é o maior produtor da América Latina de armas de pequeno porte e
equipamento militar, e tem de longe uma produção mais diversificada do que
qualquer outro país do continente, com exceção dos Estados Unidos. Sua indús-
tria de APPL é composta tanto por empresas privadas quanto por estatais, ambas
as quais têm demonstrado iniciativa para se expandir para mercados externos,
assinando licenças de produção e acordos de joint venture, e mesmo criando su-
cursais no exterior.
De acordo com as estatísticas do governo brasileiro, em 2001 o total de ven-
das de APPL não militares, munições e peças produzidas nacionalmente, foi de
cerca de US$ 100.3 milhões.27 Uma grande parte desta produção provavelmente
26
O escopo deste estudo são os últimos 20 anos, os quais idealmente cobrem de 1983-2003 (o
último ano fiscal completo). No entanto, algumas estatísticas para 2003 ainda não estão dispo-
níveis e, em alguns casos, para 2002 também. Estabelecemos 1982 como nosso ponto de par-
tida, dando as estatísticas até o último ano disponível.
27
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Pesquisa Industrial 2001, IBGE, Rio de
Janeiro, 2002. A versão corrigida está disponível no site da instituição. O valor de R$
215.530.430 em vendas e isso inclui pistolas, revólveres, espingardas, carabinas e outras armas
de fogo não militares; munições e cartuchos para estas armas; e peças, acessórios e serviços
relacionados a estes itens. Além disso, a pesquisa lista R$ 92.574.783 sob outro título, ‘equipa-
mento militar pesado’, o qual inclui armas militares (armas de guerra), bombas, granadas e
Principais produtores
IMBEL29 – A IMBEL, ou Indústria de Material Bélico do Brasil, é uma
empresa estatal com laços com o Ministério da Defesa e especificamente com o
Exército brasileiro. Além de explosivos comerciais, acessórios e cargas para muni-
ção pesada, propulsores para mísseis e foguetes, equipamentos eletrônicos e de
comunicação e outros equipamentos militares pesados, a IMBEL fabrica e forne-
ce fuzis FAL calibres 7.62, 5.56 e .22 (este último para treinamento) para uso
militar, bem como uma linha de pistolas com modelos baseados na Colt .45,
disponíveis em calibre .45, .40 e 9mm para uso policial e militar (M911 A1,
IMBEL MS1, M973 e variantes) e calibre .380 para uso civil (MD1N, GC,
MD1, e variantes).30 Nos anos 90, a fábrica desenvolveu um fuzil de assalto
MD97LC 5.56mm que em breve será adotado pelo Exército Brasileiro como sua
arma de assalto padrão. Uma versão carabina do fuzil será vendida para unidades
das polícias estaduais.
Até 2004, a IMBEL possuía 30% das ações da CBC (ver abaixo). Também,
até 2004 a IMBEL tinha uma joint venture – South American Ordnance – com a
Royal Ordnance plc (RO), uma subsidiária da British Aerospace Defense Group,
e a Schahin Participações, uma empresa brasileira. Além de fornecer munição
para artilharia militar pesada para a Royal Ordnance, a empresa distribuir outros
produtos da IMBEL no mundo todo, inclusive APPL e munição.31 As APPL da
IMBEL são populares entre forças armadas e policiais da América do Sul.
32
Klare, Michael and Andersen, David.1996. A Scourge of Guns: The Diffusion of Small Arms
and Light Weapons in Latin America, Washington D.C., p.18
33
Franko, Jones, The Brazilian Defense Industry, pp. 80-83
34
Small Arms Survey 2002, p.32
35
Informação fornecida pela Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados do Exército Bra-
sileiro (DFPC)
36
Ver: http://www.taurus.com.br/produtos/index.htm
37
CVM, IAN, relatórios anuais disponíveis em :http://www.cvm.gov.br/Port/CiasAbertas/
Index2.asp; Purcena, Júlio César. 2003. A Indústria de Armas Pequenas e Munições e a Violên-
cia no Estado do Rio de Janeiro nos últimos vinte anos, Rio de Janeiro, monografia de gradua-
ção, Faculdade Moraes Júnior, pp. 18-19 e Gangarosa Gene, Jr., Taurus PT 92 9mm Evolução
e desenvolvimento—são 25 anos jovem! , http://www.taurususa.com/newsreviews/
HG2004_000.cfm
38
Informações da empresa para Forjas Taurus arquivadas com a Comissão de Valores Mobiliários,
CVM. Todas as informações tiradas dos relatórios (Informações Anuais, IAN e Demonstrações
Financeiras Padronizadas, DFP). See: http://www.cvm.gov.br/ingl/indexing.asp
39
Ibid.
40
Entrevista com o importador e especialista em armas de fogo Fernando Humberto Fernandes,
julho 2003
41
Ver os seguintes links na internet com avaliações de usuários norte-americanos sobre armas de
fogo Taurus: Quinn, Jeff (2002), “Taurus Titanium 9mm Millennium”, Gun Blast.com, http:/
/gunblast.com/Taurus_PT111.htm; Taurus Classic Model 85 Series .38 Special (and +P)
Revolvers, http://www.thearmedcitizen.com/gunpages/model85.htm; ttp://www.handgunreview.com/
make.asp?make=Taurus; http://www.smallarmsreview.com/pdf/taurus.pdf; http://
www.chuckhawks.com/taurus_pistols.htm; http://www.gunblast.com/Taurus941.htm; http:/
/hunting.about.com/library/weekly/aasttaurustitaniumautos.htm; http://www.gunweek.com/
2001/feature1020.html; http://www.defensereview.com/modules.php?name=News&file=article&sid=603;
http://hunting.about.com/od/guns/l/aasttaurpt145_2.htm; http://www.thearmedcitizen.com/
gunpages/model85.htm
42
Para uma explicação completa do método usado para criar esta estimativa, veja o apêndice
metodológico a este capítulo.
Como pode ser visto nas linhas de tendência, enquanto o Grupo Taurus como
um todo está se expandindo em geral, a receita líquida das vendas de armas de
fogo está caindo. Esta tendência é confirmada no gráfico seguinte que mostra um
forte declínio através do tempo das vendas da Forjas Taurus como uma percenta-
gem do total das vendas do Grupo Taurus:
43
Ver: http://www.cbc.com.br/catalogo/index.htm.
44
Informações da CBC arquivadas na Comissão de Valores Mobiliários. Ver nota acima.
45
“Relatório da Situação do SICOFA” ibid.
É claro que não há nada necessariamente errado com uma empresa privada
ser quase toda propriedade de empresas estrangeiras, uma das quais baseada em
um paraíso fiscal e a outra cujo país de origem não é declarado. No entanto, vale
a pena lembrar que a CBC foi nacionalizada em primeiro lugar com dinheiro
público e foi confiada à IMBEL que, por sua vez, é controlada pelo Exército.
Também vale a pena reconsiderar, à luz do exposto acima, os apelos ao patriotis-
mo e à grandeza nacional que o lobby das armas faz tão frequentemente e as
acusações de deslealdade e traição que lança aos defensores do controle de armas.
• Amadeo Rossi – A Rossi vendeu sua produção de armas curtas à Taurus,
mas continua a produzir espingardas e rifles, que são 70% de suas vendas totais.
Possui algumas controladas não relacionada a armas. A empresa sofreu uma perda
de US$ 14 milhões em 2001, o último ano para o qual encontramos dados dispo-
níveis. A Rossi exporta 77.3% de sua produção, 50% da qual é vendida através da
Braztech Inc., uma distribuidora americana.46
Pequenos Fabricantes:
• E.R. Amantino & Cia. / Boito – E.R. Amantino é o produtor da linha
Boito de espingardas de caça, muito populares em seu estado natal, o Rio Grande
46
Informações sobre a Rossi arquivadas na Comissão de Valores Mobiliários. Ver nota acima.
Produção e Vendas
Os dados mais abrangentes e atuais sobre a produção total de APPL no Brasil
vem da Pesquisa de Indústria Anual – Produto. Infelizmente, esta série só come-
47
Ver: http://www.eramantino.com.br/
48
Jane’s Infantry Weapons 2001-2002, Gander, Terry J., ed., (London: Jane’s Information Group),
2002.
49
“Submachine Guns (International)”, Forecast International, January 2002.
50
Na maior parte da história do censo, munições foram incluídas em um grupo mais amplo de
produtos que continha pólvoras fósforos de segurança e explosivos industriais.
51
‘Uso permitido’ se refere a todos os calibres de armas de fogo e munições permitidas a civis de
acordo com a lei brasileira. Ver capítulo de Carolina Iootty sobre legislação.
Fonte: ANEEX
Nota: Não há dados disponíveis para 1970 ou 1974. Em 1975 e 1992 não há dados disponíveis
para o Rio Grande do Sul onde a Taurus, Rossi e a Boito estão localizadas. Isto resultou em números
anomalamente baixos para o total da produção de armas curtas. Assim, para estes anos, eliminamos
os pontos dos dados para ‘Armas curtas’ e ‘Total de armas de fogo’, mas deixamos ‘Armas de cano
longo’ como publicado. Em 1985, 1993, 1998 e 1995, a produção de armas curtas de São Paulo foi
reportada como zero. Como a produção média de armas curtas para São Paulo era cerca de 50.000
por ano, o valor zero é suspeito mas a diferença no total da produção de armas curtas não foi
suficiente para justificar cortar pontos dos dados. Em vez disto, nós deixamos os pontos em branco.
O que parece ser claro a partir destes números é que, com exceção do período
de turbulência pré-1975 e excetuando os anos 1982-1985, a produção de muni-
ções é quase que inteiramente composta de cartuchos a bala. Estes dados devem
ser vistos como suplementares à análise da CBC apresentada acima.
Resumindo, a produção de APPL no Brasil tem crescido constantemente através
dos anos, especialmente no auge da ditadura militar (1974-1983), chegando ao
valor atual de cerca de US$ 100 milhões por ano. Podemos ainda completar este
quadro olhando os números relativos a vendas, que tendem a seguir de perto os
números da produção.
Vendas
A pesquisa PIA-Produto, na verdade, define o valor de produção em termos
de números de vendas52 , assim não é surpreendente encontrarmos pequenas dife-
renças entre as duas séries:
52
Os respondentes da pesquisa indicaram a quantidade produzida, quantidade vendida, e valor
total das vendas. A PIA-Produto inclui apenas o valor total das vendas, mas dividido pela
quantidade vendida para chegar a um preço médio e então este preço médio é aplicado à
quantidade produzida.
Nota: Os dados PIA-Produto para 2003 não estavam disponíveis para elaboração deste texto. O
fato de que em 1998 e 2000 o valor total das vendas da CBC, Rossi e Taurus excedeu o valor
declarado pela pesquisa PIA-Produto, pode indicar diferenças nos métodos de mensuração, uma
má seleção de amostra pela PIA ou calendários diferentes de declaração.
Nota: As fatias mostradas aqui representam grupos de produtos dentro da divisão Máquinas e
Equipamentos. “Armas de fogo e Munições” e “Equipamento Militar Pesado” são classes de produ-
tos que juntas compõem o grupo de produtos “Armas, Munições e Equipamento Militar”. No
entanto, apenas o grupo “Armas de Fogo e Munições” corresponde à APPL.
Nota: Fonte: Cadastro Nacional de Empresas, IBGE. 2001 é o ultimo ano disponível. Com menos
de um quinto de sua população empregada formalmente, é seguro dizer que o mercado informal
brasileiro é enorme.
Estes números incluem não apenas APPL, mas todas as empresas que produzem
equipamento militar pesado. Ainda assim, dos 32,5 milhões de empregos formais
de brasileiros em 2001, a indústria APPL era responsável por apenas 0.02% deles.
É claro que o Brasil não é uma exceção. A indústria APPL americana, a maior
do mundo, tem se mostrado insignificante no contexto da economia americana
como um todo.53 O caso brasileiro dá apoio à conjectura que, pelo menos em
termos estritamente econômicos, as APPL são quase certamente uma proposta
perdedora: os custos da violência com armas de fogo para a sociedade são enor-
mes, e os benefícios econômicos são, quando muito, modestos.
53
Small Arms Survey 2002 p27.
Nota: Dados do México para 2000. Exclui as exportações mexicanas de maquila para os EUA e as
exportações peruanas de chumbinho para futura montagem em munição para espingardas.
Quando consideramos que uma boa parte das exportações chilenas são com-
postas por sub-metralhadoras FAMAE fabricadas em parceria com a Taurus, e o
fato que as exportações mexicanas são quase que inteiramente compostas de mu-
nições, a verdadeira extensão do domínio regional do Brasil fica ainda mais clara.
Desde o final dos anos 80, os Estados Unidos se tornaram o principal cliente
das APPL brasileiras. Como pode ser visto no gráfico 27, esta tendência aprofun-
dou-se consideravelmente desde a depreciação do real, em 1999.
A maioria das exportações para os Estados Unidos representam vendas de
armas curtas da Taurus como o gráfico 28 mostra. A América Latina também tem
Gráfico 29
54
Dreyfus, Pablo e Lessing, Benjamin. 2003, “Production and Exports of Small Arms and Light
Weapons in South America and Mexico”, Background Paper para Small Arms Survey 2004,
Rio de Janeiro.
A Indústria Brasileira de armas leves e de pequeno porte: Produção Legal e Comércio 101
O ano de 2003 marcou uma reversão desta tendência principalmente devido
a uma grande remessa de munições para a Colômbia. Assim, é muito cedo para
dizer se isto marca uma nova tendência ou se, simplesmente, foi um ano excepcional.
Gráfico 30
55
Sobre esta questão ver: Dreyfus, Pablo; Godnick, William; Iootty, Carolina e Lessing Benja-
min., Control de Armas Pequeñas en el Mercosur, London e Rio de Janeiro, International Alert
/ Viva Rio, 2003, pp52 –53; e Lisboa, Marcos, Subert Aymore, Ramon e Fernades, Rubem
César, As Exportações Brasileiras de Armas Leves, 1989-2000, Rio de Janeiro, ISER, 2000, pp.9 – 10.
A Indústria Brasileira de armas leves e de pequeno porte: Produção Legal e Comércio 103
A Colômbia é outro caso interessante. A extensão das exportações para este
país na segunda metade dos anos 90 poderia ser explicada pela dinâmica de seu
conflito interno. De acordo com fontes entrevistadas, a INDUMIL (a empresa
APPL colombiana estatal) está importando componentes de munições da CBC
para completar pedidos para cartuchos 9mm e 5,56mm para tropas operando em
áreas de conflito.56
Em termos da economia nacional brasileira, como podemos ver no caso da
produção industrial total, as exportações de APPL são apenas uma pequena fração
do total das exportações brasileiras:
56
Entrevista com um oficial do departamento de vendas da INDUMIL, Bogotá, julho de 2003
Gráfico 34
A Indústria Brasileira de armas leves e de pequeno porte: Produção Legal e Comércio 105
Fonte: SECEX
Nota: “Airguns” se refere a itens sob o subtítulo 9304.00, armas de ar comprimido ou mola. O
número de 1999 provavelmente representa uma classificação errada. Estes itens não estão incluídos
no APPL Total.
Veja que a escala desta figura é totalmente diferente daquela das exportações
de APPL. O resultado é que quase todas as exportações de APPL representam um
saldo comercial positivo e com as importações raramente atingindo mais de 10%
das exportações.
4. Conclusões
No livro Arms and the State: Patterns of Military Production and Trade, Keith
Krause cria um modelo teórico para entender e explicar as formas de produção e
transferência de armas. Com uma visão histórica a nível global, sua obra enfoca o
setor de defesa como um todo, com destaque nos equipamentos e armas militares
pesados. Krause classifica a estrutura da produção de armas e transferência de
armas entre paises, da seguinte maneira:
• Fornecedores de primeira linha são os que criam inovações tecnológicas
(expandem a fronteira tecnológica)
• Fornecedores de segunda linha são os que produzem na fronteira de expan-
são tecnológica (através da transferência tecnológica) armas e as adaptam
às necessidades específicas do mercado
• Fornecedores de terceira linha copiam e reproduzem tecnologias existentes
(através da transferência de tecnologia ou de projeto), mas não dominam
os processos subjacentes de inovação ou adaptação.
• Clientes fortes obtêm (através da transferência de material) e usam armas.
• Clientes fracos obtêm armas modernas e não podem usá-las ou nem che-
gam a obtê-las.57
57
Krause, Arms and the State (As armas e o Estado) pág. 31 a 32
58
Ibidem pág. 12 a 33
A Indústria Brasileira de armas leves e de pequeno porte: Produção Legal e Comércio 107
No caso de países de terceiro escalão, há diversas motivações secundárias nas
transferências e produção de armas:
• Garantir um suprimento contínuo de armas para conter ameaças à segu-
rança;
• Fornecer um símbolo ou índice de poder internacional ou regional efetivo
• Catalisar esforços de modernização econômica
• Desenvolver tecnologias e capacidades locais
• Substituir os produtos importados, obtendo saldo comercial positivo e
melhorando a balança de pagamento59
59
Ibidem
60
Franko-Jones, The Brazilian Defense Industry (A indústria brasileira de defesa), pág. 195 e
Maldifasi e Abeti, pág. 108 a 126 e 225 a 239
61
Ver: Franko-Jones, The Brazilian Defense Industry, pág. 189 a 247 e Krause, Arms and the State.
pág. 32 e 155.
62
Ver: Beraldi, Alexandre. 2004. Histórico da Evolução do Fuzil de Assalto, a Atualidade e o
Contexto Brasileiro, http//: www.desanet.com.br/docs/fuzilassalto.pdf para uma comparação
detalhada do MD97L e o LC com terceira, segunda, quarta e quinta geração de fuzis e Small
Arms Survey. 2003, pág. 22, 23 e 24 para uma análise das tendências tecnológicas atuais e
futuras em fuzis.
63
Small Arms Survey 2003, p. 21
A Indústria Brasileira de armas leves e de pequeno porte: Produção Legal e Comércio 109
segunda metade dos anos 90 todas as importantes inovações em armas militares
de porte na produção de armas de porte para civis:
• Travas de segurança confiáveis
• Produção de modelos mais leves e compactos
• Uso de materiais à base de polímero
• Introdução de materiais leves como o titânio e compósitos
A Indústria Brasileira de armas leves e de pequeno porte: Produção Legal e Comércio 111
Conscientes da natureza “delicada” dos dados, seguimos os conselhos e os
métodos de nossos antecessores, analisando meticulosamente os dados disponí-
veis para tentar responder algumas das questões levantadas por estudos anteriores.
Como deve ser em tais circunstâncias, fizemos o possível com os dados disponí-
veis. Esperamos que esse apêndice metodológico seja útil para futuros pesquisa-
dores do tema.
66
disponível em htttp://www.cnae.ibge.gov.br/cgi-bin/cnae-prd.dll/html/Search?edtTex=&TIPO=
F110&btnHie=Estrutura&Order=C
Deflatores
Os valores foram deflacionados pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade
Interna – IGP – DI. Como as empresas brasileiras da APPL vendem no varejo e
também direto ao consumidor, concluímos que um índice misto de preços refleti-
ria melhor a realidade das vendas APPL.
A Indústria Brasileira de armas leves e de pequeno porte: Produção Legal e Comércio 113
Comércio Exterior
À primeira vista, os dados sobre comércio exterior parecem bem melhores do
que os de produção e vendas. Há dados da Secretaria de Comércio Exterior
(SECEX) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, completa-
mente desagregados por subitens de produto e países, disponíveis de 1989 a 2003.
Os anos anteriores, ou seja, 1982 – 1988, foram obtidos através da Carteira do
Comércio Exterior, CACEX, do Banco do Brasil.
O primeiro obstáculo é resolver quais subtítulos de produtos incluir nas con-
tas da APPL. As definições de APPL adotadas pelas Nações Unidas não coincidem
com as posições e subposições do Sistema Harmonizado – SH (HTS, na sigla em
inglês). Atualmente, o Brasil usa uma versão regional do SH, a Nomenclatura
Comum do Mercosul – NCM. Até 1996, usou a Nomenclatura Brasileira de
Mercadorias – NBM mas não há grandes diferenças nos títulos que nos interes-
sam. Para dados de 1982-1988, foi usada uma versão anterior da NMB. Incluí-
mos os subtítulos que aparentemente apenas incluem APPL e excluímos as
subposições que possam incluir APPL, mas provavelmente incluem itens não APPL.
93.01 Armas militares que não sejam revólveres, pistolas e armas do 93.07
✖ 9301 – Armas de artilharia (exemplo: espingardas, obuses e morteiros)
✖ 9301.11 – Auto-propulsadas
N 9301.19– Outras armas
N 9301.20– Lançadores de foguete, lança-chamas, lança-granadas, tubos de tor-
pedos e projéteis similares
✸ 9301.90 – Outros
A Indústria Brasileira de armas leves e de pequeno porte: Produção Legal e Comércio 115
O problema da inclusão é especialmente grave no Brasil, devido ao que só
pode ser descrito como uma classificação errada sistemática de exportações pelas
autoridades brasileiras. Por lei, as exportações brasileiras de APPL são encaminha-
das pelo Exército, que emite as guias de exportação e passa esses dados para a
Receita Federal.
O melhor exemplo da má classificação é o caso dos revólveres e pistolas que
não constam. O Brasil exporta mais 25 milhões de dólares em armas de porte por
ano para os Estados Unidos mas, constantemente, não registra nenhuma entrada
do código de mercadorias correspondente a armas curtas (9302):
Fonte: SECEX
Fonte: United States International Trade Commission (USITC), Interactive Tariff and Trade DataWeb
Atenção para o subposição 9303.30, que engloba outras armas de cano longo
tais como rifles de caça e espingardas. Embora os números sejam incompletos,
parece plausível que as autoridades brasileiras “escondem” a exportação de armas
de porte nessa subposição. Em uma carta oficial ao Viva Rio, o Ministério da
Fazenda reconheceu essa discrepância, mas não conseguiu explicá-la.
Deve ser muito especial um rifle de caça que custa US$ 489.999 e pesa mais de
6 toneladas. Fontes como o Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI)
A Indústria Brasileira de armas leves e de pequeno porte: Produção Legal e Comércio 117
e até o Ministério das Relações Exteriores confirmam que o Brasil vendeu um siste-
ma de mísseis AVIBRAS para a Malásia no final de 2001. Embora partes desse
sistema apareçam nas suposições para artilharia militar (o que já é estranho, levan-
do-se em conta que todos as subposições de armas militares indicaram zero no
período de 1989 a 2001) parece que neste caso parte do sistema foi mal classificada.
Num caso tão evidente quanto esse, nós simplesmente excluímos o item. Em
outras partes não havia qualquer dado unitário disponível, como em cartuchos de
espingarda (9306.21), dos quais a Malásia importou US$ 41 milhões. Em face
das circunstâncias e do fato da Malásia jamais ter importado nada como esta
quantidade de cartuchos de espingarda nos anos anteriores, preferimos eliminar
todas as exportações feitas para a Malásia dos totais de 2002.
Um problema semelhante apareceu em outros anos. Observe os picos no final
dos anos 80 e começo dos anos 90:
Para “limpar” nossos dados de erros com itens não – APPL, comparamos as
informações do SIPRI sobre transferências de sistemas de armas convencionais
pesadas no período estudado, com os dados da CACEX/SECEX, buscando casos
similares de registros suspeitos. Registros anomalamente grandes nas duas
subposições citadas acima, o 9303.30 e o 9306.21, foram encontrados em expor-
tações para a Arábia Saudita e o Catar, entre 1987 e 1993, que correspondiam a
valores para sistemas de mísseis reportados pelo SIPRI.67 Devido à similaridade
67
Sipri, Trade in and licensed production of major conventional weapons: exports sorted by
supplier. Deals with deliveries or orders made 1980-2003, informação enviada pelo SIPRI.
A Indústria Brasileira de armas leves e de pequeno porte: Produção Legal e Comércio 119
Deflatores
Usamos o deflator do PNB dos Estados Unidos, índice 100 com base em
2003, para todas as estatísticas do comércio exterior.
Para a Taurus, esses dados estão disponíveis de 1984 a 2003 e para a CBC,
apenas os dados de 1987-2003. A partir desses dados e com estimativas do preço
médio por unidade, chegamos a uma estimativa da produção por unidade nesses anos.
O primeiro passo é calcular o valor da produção anual. Para chegar do valor
de vendas ao valor de produção, consideramos o valor de vendas líquidas mais a
diferença do valor de estoque do ano corrente em relação ao ano anterior.
Valor da produção anual = Vendas líquidas + ∆ Produtos acabados e em ela-
boração (onde ∆ = Produtos acabados e em elaboração (ano corrente) – Produtos
acabados e em elaboração (ano anterior).
Tendo chegado à nossa estimativa do valor da produção anual, consideramos
a participação do produto (arma ou munição) nas vendas líquidas, desse total,
68
Rossi também tem arquivos com a CVM, mas há falta de informações fundamentais para criar
nossa estimativa de produção por unidade. De todo jeito, a Rossi sempre foi pequena em
comparação com a Taurus, mesmo antes da sua produção de armas curtas ser comprada pela
concorrente.
Fontes: Exportação: dados alfandegários do país importador fornecidos pela Urunet (www.urunet.com.uy)
Governo: Secretaria de Administração Direta, Paraná; Secretaria de Segurança Pública, Bahia e Secretaria
de Desenvolvimento Social, Minas Gerais. Mercado civil: Lojas Pégasus e Falcon no Paraná e Castro
Sport em São Paulo.
69
A conversão de dólares para reais considerou o câmbio de meados de outubro de 2004.
70
Ver Documentos Oficiais do PR – 135/2004 e PR 136/2004; BA – contrato 20-09788/2004
e MG pregão 16/2004.
A Indústria Brasileira de armas leves e de pequeno porte: Produção Legal e Comércio 121
são isentas de diversos impostos cobrados tanto para o mercado civil quanto para
o governamental, chegando a mais de 70% do preço da arma. Quanto ao alto
preço das armas compradas pelo governo, pode ser que a polícia e outros setores
comprem armas mais caras e de uso restrito com preços médios mais altos. Outras
fontes deram a entender que um conluio entre a Taurus e as autoridades levou a
dumping nas vendas no exterior e a superfaturamento nas compras do governo.71
Claro, as poucas observações no caso de compras efetuadas pelo governo torna
impossível qualquer conclusão concreta.
O ideal seria que criássemos as mesmas três estimativas de preço médio para
munição, mas na prática foi impossível saber o preço unitário das munições na
exportação e nos departamentos do governo. Mas a CBC tinha algumas informa-
ções sobre produção unitária atual permitindo estimar a produção no corrente
ano. O site da CBC informa diariamente sua produção de munição por tipo.
Multiplicando essa produção por 252 (número de dias úteis no Brasil), temos
uma estimativa do total de produção anual por tipo de cartucho:
Fonte: www.cbc.com.br
Dividimos então as vendas líquidas do ano 2003 por este total de produção e,
assim, chegamos ao preço médio de custo por cartuchos (R$0,54). Então, divi-
dindo o valor da produção deflacionado pelo preço médio de custo por cartucho,
temos uma estimativa da produção da unidade em cada ano.
Evidentemente, estas estimativas de produção por unidade têm limitações
metodológicas. São estimativas compostas, baseadas em outras estimativas de va-
lor de produção e preço médio. Muitos dados fundamentais não estavam disponí-
veis e foi impossível montar a estimativa de preço médio para cada ano estudado.
Pior ainda, ao construir uma estimativa de preços médios, ignorávamos o peso
71
O advogado Fernando Humberto Fernandes processou o governo alegando exatamente isso.
Ver processos: 2000.001.134370-8/1; 2000.001.132766-1/1 (10º Vara Fazenda Pública do
Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro) e 2002.5100123292-3 (15ª Vara Fazenda da
Justiça Federal Seção Judiciária do Rio de Janeiro).
Bibliografia:
Fontes primárias:
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Janeiro, CACEX, v.1, vários volumes (1982-1988).
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IpeConsultaEmpresa.asp? pagina=demonstracoes&site=C.
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Disponível em: http://siteempresas.bovespa.com.br/consbov/IpeConsultaEmpresa.asp?
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IBGE. Censo Industrial, Rio de Janeiro, IBGE, vários volumes (1940-1985).
Pesquisa Industrial: Empresa, Rio de Janeiro, IBGE, vários volumes (1996-2002). Dispo-
nível em: http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/default.asp?z=t&o=1&i=P
Pesquisa Industrial: Produto, Rio de Janeiro, IBGE, vários volumes (1998-2002). Dispo-
nível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/industria/pia/produtos/
produto2002/default.shtm>
Sistema de Contas Nacionais, Rio de Janeiro, IBGE, (2002). Disponível em: http://
www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/contasnacionais/2003/default.shtm
Ministério da Defesa. Anuário Estatístico do Exército, Brasília, Exército Brasileiro, vários
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volumes (1989-2003). Disponível em: http://aliceweb.desenvolvimento.gov.br/
United States International Trade Commission (USITC) Interactive Tariff and Trade.
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Entrevistas:
Damaso, Amilcar. Armeiro e Proprietário da Gun Tec Tecnologia em Armamento, Rio
de janeiro, julho 2004.
A Indústria Brasileira de armas leves e de pequeno porte: Produção Legal e Comércio 123
Carvalho, Roberto G.. Coronel (R1), Diretor-Presidente da Associação Brasileira das
Indústrias de Material de Defesa (ABIMDE) e Presidente da AVIBRÁS – Industrial
Aeroespacial S. A., São Paulo, maio de 2004.
Zylberberg, Alte.. Coronel (R1), Superintendente da Fábrica de Itajubá, Itajubá, maio
2004.
Importador e especialista em armas de fogo Fernando Humberto Fernandes, Dezembro
2003.
Um oficial do departamento de vendas da INDUMIL, Bogotá, julho de 2003.
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A Indústria Brasileira de armas leves e de pequeno porte: Produção Legal e Comércio 125