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FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA - ASPECTOS

DO ATENDIMENTO HOSPITALAR
34 AMBULATORIAL E HOME CARE
Marcelo Velloso
Fisioterapeuta especialista em fisioterapia em unidade de terapia intensiva – FMUSP;Mestre em reabilitação
pela UNIFESP EPM;Doutorando em reabilitação pela UNIFESP –EPM;Coordenador do Curso de Fisioterapia
do Centro Universitário Nove de Julho
Rute Grans
Fisioterapeuta especialista em Fisiologia do exercício e fisioterapia em Pneumologia- UNIFESP-EPM
Fisioterapeuta do Serviço de Medicina Física e Reabilitação do Hospital do Servidor Público Estadual- HSPE
Satiko Shimada
Fisioterapeuta do Serviço de Fisioterapia do Instituto do Coração – HCFMUSP;Supervisora de Estágio de
Especialização Cardiorrespiratória do Instituto do Coração - HCFMUSP
Luiz Gustavo de M. Ghion
Fisioterapeuta Especialista em Cardiorrespiratória -_InCor- HCFMUSP;Diretor Administrativo da Cooperativa
de trabalho de fisioterapeutas- COPERFIT

Segundo a Wolrd Confederation for Physical técnicas empregadas no seu dia-a-dia, com isso as
Therapy, a Fisioterapia é uma profissão e uma ciência técnicas tradicionais sofreram modificações. Foram
que tem por finalidade o tratamento de pacientes utili- introduzidos equipamentos projetados para aumen-
zando diferentes meios físicos, com o objetivo de res- tar a eficácia na eliminação das secreções, na
taurar o máximo da capacidade funcional e indepen- reexpansão pulmonar, assim como o treinamento
dência para o trabalho, no lar e na sociedade, atuando dos pacientes com pneumopatias.
nas áreas neurológica, ortopédica, ginecológica, res- Para que haja sucesso no emprego da fisiote-
piratória, entre outras. rapia respiratória é necessário que o fisioterapeuta
Dentre as diversas áreas de atuação, destaca- tenha conhecimento da fisiologia e da anatomia
se a fisioterapia respiratória, que é uma especialida- humana, bem como dos mecanismos alem dos agen-
de voltada para o tratamento das disfunções tes causadores das doenças pulmonares, para que
torácicas, musculares e pulmonares. Atualmente possa conduzir uma avaliação detalhada e criteriosa
todos os grandes centros de tratamento de saúde das condições do paciente. As informações obtidas
reconhecem a relevância da atuação do fisiotera- na avaliação levarão o fisioterapeuta a traçar os
peuta respiratório, tornando-se presença obrigató- objetivos do tratamento e eleger as manobras e/ou
ria no atendimento hospitalar de todas especialida- técnicas mais adequadas para cada paciente, acom-
des clínicas e cirúrgicas, além de serviços de urgên- panhando o caso com reavaliações freqüentes, ajus-
cia, terapia intensiva, ambulatorial e assistência do- tando a conduta para alcançar o objetivo desejado
miciliar (“home care”) propiciando uma recuperação (24)
mais rápida, diminuindo o tempo de internação e con- Os objetivos de tratamento fisioterapeutico
seqüentemente as complicações decorrentes da hos- estão baseados na melhora da função respiratória,
pitalização, minimizando custos e buscando o retorno promovendo higiene brônquica, melhorando a com-
do pacientes às suas atividades normais em um espa- placência tóraco-pulmonar, buscando o equilíbrio
ço de tempo muito menor que nos métodos outrora tóraco-abdominal; o alívio da dor, a prevenção de
usados. deformidades, a recuperação e manutenção da for-
Na última década, a Fisioterapia apresentou um ça muscular e amplitudes articulares, contribuindo
grande crescimento. Teve início a busca ao para melhorar os aspectos físicos, psicossociais e a
embasamento científico e teórico para respaldar as qualidade de vida dos indivíduos portadores de

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pneumopatias e/ou disfunções músculo-esque-léticas. minadas pela tosse ou ainda, pela aspiração mecâ-
Neste capítulo estaremos abordando as diferen- nica. Para obter um bom resultado com essa técni-
tes formas de atuação da Fisioterapia Respiratória no ca, é necessário posicionar o paciente de forma ade-
âmbito hospitalar, ambulatorial e assistência domiciliar quada, levando em consideração o brônquio de dre-
(“home care”), procurando dar uma visão global dos nagem da região comprometida, bem como ter co-
recursos e técnicas empregada na sua área específica. nhecimento do nível de hidratação sistêmica deste
paciente (7). O emprego desta técnica faz-se pela
Recursos e Técnica da Fisioterapia manutenção do paciente na posição de drenagem
Respiratória por três a quinze minutos, podendo chegar até a 60
minutos, dependendo da tolerância do paciente, da
O uso de técnicas e recursos fisioterapeuticos gravidade do quadro e do volume de secreção
promoverá a reexpansão pulmonar, a eliminação de expectorada(7,24). Embora a DPBS seja relativa-
secreção, a reeducação respiratória e das ativida- mente simples, alguns cuidados serão necessários
des da vida diária, além de exercícios para o forta- para a sua execução:
lecimento muscular, alongamento, e condicionamen- 1) Ser realizado nos intervalos das refeições,
to físico para o pneumopata crônico e/ou agudo, pelo menos, duas horas após, para evitar refluxo
levando ao aumento da mobilidade torácica e cor- gastresofágico;
poral, bem como a uma maior eficiência do ato res- 2) Pacientes neurológicos ou aqueles interna-
piratório, e sua funcionalidade global. dos em unidades de terapia intensiva (UTI), deve-
Durante anos, os fisioterapeutas utilizaram em rão ser monitorizados com a mensuração da pres-
sua prática clínica, a percussão e a vibração aliadas são arterial (PA), principalmente naqueles pacien-
à drenagem postural, e ao treinamento da tosse, sem tes com história prévia de hipertensão arterial; da
muito critério, para todos os pacientes qualquer que freqüência respiratória (f), da oximetria de pulso
fosse a causa de sua pneumopatia, isto provavel- (SpO2) e da freqüência cardíaca (FC).
mente se devia à falta de conhecimento científico 3) A ausculta pulmonar deverá ser mensurada
específico nesta área (24) durante todo o tratamento para avaliação dos seus
A Terapia de Higiene Brônquica ou Manobras resultados. Existem situações em que algumas pos-
Cinesioterápicas Respiratórias, são termos utiliza- turas utilizadas na DPBS são contra-indicadas, ne-
dos quando nos referimos ao conjunto de técnicas las enquadram-se os pacientes com refluxo
não invasivas destinadas ao auxilio na mobilização gastroesofágico; fístulas traqueoesofágicas; hiper-
e eliminação de secreções pulmonares, promoven- tensão intracraniana, hidrocefalia, pós-operatório de
do a limpeza das vias aéreas, melhora da troca ga- cirurgias neurológicas; edema agudo de pulmão;
sosa, além de prevenir e minimizar as complicações grandes coleções pleurais não drenadas; desconforto
decorrentes de pneumopatias instaladas (24,9). Es- respiratório; anastomose esofágica; lesões ortopé-
tas técnicas são freqüentemente utilizadas nos hos- dicas limitantes; hérnia de hiato; infarto agudo do
pitais, clínicas e ambulatórios, e estão indicadas para miocárdio recente; arritmias cardíacas; insuficiên-
pacientes que apresentam expectoração de secre- cia cardíaca congestiva e angina instável (9)
ção acima de 30 ml ao dia (15) e, as mais utilizadas
são: Vibração ou Vibroterapia

Drenagem Postural Brônquica Seletiva É uma técnica de higiene brônquica que visa a
(DPBS) movimentação de secreções já soltas na árvore
brônquica em direção aos brônquios de maior cali-
Esta técnica envolve o uso da gravidade para bre, ficando mais fácil a sua expectoração. Para sua
auxiliar a movimentação da secreção pelo trato res- realização o fisioterapeuta deverá colocar as mãos
piratório dos segmentos e lobos pulmonares distais espalmadas com leve pressão sobre o tórax do paci-
até as grandes vias aéreas, de onde podem ser eli- ente, fazendo uma contração isométrica dos membros

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superiores, o que irá gerar uma vibração que será trans- sua vez, é causada pela diminuição da excursão do
mitida ao tórax do paciente com movimentos rítmicos diafragma, além da fraca contração dos músculos ab-
e rápidos durante a fase expiratória com intensidade dominais, da dor ou da diminuição do nível de consci-
suficiente para levar esta vibração até o nível bronqui- ência. Os brônquios e a traquéia são muito sensíveis
al, provocando uma onda vibratória no interior do tó- ao mais leve toque, qualquer excesso de matéria es-
rax. A vibração quando bem aplicada se assemelha tranha ou de irritação dão início ao reflexo de tosse,
ao movimento ciliar humano com freqüência de 12 a desta forma é possível estimularmos a tosse do paci-
20 Hz (14) Alguns autores citam ainda a ação da vi- ente manualmente, fazendo uma pressão na traquéia,
bração como forma de redução da dispnéia em qua- logo acima do manúbrio esternal e é indicado para in-
dros de exacerbação, pois esta técnica estimula os divíduos que apresentem disfunções neuromus-culares
comandos motores eferentes e as informações aferentes dos músculos respiratórios e abdominais.
oriundas do sistema respiratório (10,26)
Tosse assistida ou Tosse Cinética
Manobras de Percussão Torácica
Este tipo de tosse está relacionado ao auxilio
A tapotagem é a mais conhecida forma de per- que o fisioterapeuta pode dar ao paciente durante o
cussão, é realizada sobre o tórax de forma rítmica e ato da tosse, caso estes sejam portadores de
veloz, utilizando ambas as mãos em forma de concha disfunções na mecânica torácica, fraqueza dos mús-
para aprisionar um coxim de ar entre as mãos e a pa- culos abdominais, ou alto limiar de irritabilidade das
rede torácica alternando-se seqüen-cialmente. Os bra- vias aéreas. Esta assistência é realizada mediante a
ços e cotovelos do fisioterapeuta devem estar parcial- colocação das mãos espalmadas sobre o tórax do
mente fletidos e os punhos soltos. Esta técnica deverá paciente, exercendo uma pressão rápida quando o
ser realizada pelo fisioterapeuta após uma ausculta mesmo tenta tossir ou tosse com dificuldade (9).
pulmonar minuciosa para localizar a região mais com-
prometida dos pulmões, para em seguida iniciar a per- Técnica de Expiração Forçada (TEF)
cussão. Recomenda-se um período de três a cinco É uma técnica que emprega os esforços
minutos da técnica em cada região, sendo que alguns expiratórios “huffs” realizados com a glote aberta
estudos referem-se a até dez minutos. Durante a sua partindo de um volume médio e chegando a baixos
realização é preciso ter cuidado com regiões hiper- volumes pulmonares, seguidos de um período de
sensíveis, locais de traumas ou cirurgias, proeminênci- relaxamento com respiração preferencialmente
as ósseas como clavículas e vértebras, além de tecido diafragmática e vagarosa. Esta técnica pode resul-
mamário em mulheres. Embora a tapotagem seja mui- tar em broncoespasmo quando utilizada em asmá-
to utilizada, existem inúmeras contra-indicações, entre ticos sem período de repouso. A (TEF) é eficaz na
elas: as fratura de costelas, lesões medulares, remoção de secreção e no aumento do “clearance”
osteoporose, embolia pulmonar, angina instável, mucociliar das vias aéreas, mostrando-se eficiente
plaquetopenia ou pacientes em terapia anticoagulante, na estabilização das vias aéreas quando comparada
dor incisional após cirurgia de tórax, áreas tumorais e à tosse (24).
obesidade, sendo esta última por não alcançar o efeito
desejado. Drenagem Autógena

Tosse Esta técnica é uma modificação da tosse


dirigida, baseia-se na utilização de respirações ori-
A tosse é uma ação reflexa de defesa do organis- entadas pelo fisioterapeuta, que visa alterar a fre-
mo, por meio da qual é possível expulsar secreções e qüência e a profundidade da respiração, alcançan-
substâncias estranhas acumuladas na árvore brônquica. do vários níveis de fluxo aéreo. A drenagem
A eficácia da tosse pode ser prejudicada no pós-opera- autógena pode ser realizada pelo paciente de forma
tório devido à queda do volume inspiratório, que por independente, desde que tenha passado por um perí-

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odo de treinamento com o fisioterapeuta. O uso da na forma de nebulização pelo fisioterapeuta respirató-
respiração diafragmática é de fundamental importân- rio é feito antes da terapia ou até mesmo durante de-
cia para mobilizar a secreção, promover a variação pendendo da avaliação das condições do paciente.
do fluxo e do volume de ar expirado. A aplicação desta Existem casos onde a prescrição médica solicita o uso
manobra depende do nível cognitivo e da extrema co- de medicamentos na inaloterapia e o fisioterapeuta pode
laboração do paciente, pois o mesmo deverá com- adicionar a terapia de higiene brônquica neste momento
preender o que se está propondo, tendo em vista sua para potencializar os resultados da mesma. Nos ca-
participação ativa durante a execução da técnica. O sos onde não há prescrição médica, o fisioterapeuta
paciente deverá estar sentado e normalmente realiza- pode utilizar-se de solução fisiológica (NaCl a 0,9%)
se em períodos de 30 a 45 minutos duas vezes ao dia na inalação para aumentar o volume de secreção
com ou sem supervisão direta do fisioterapeuta (28,24). expectorada pelo paciente (22).

Expiração Lenta com a Glote Aberta - Flutter


ELTGOL
Este equipamento combina as técnicas de pres-
Esta técnica baseia-se na ausculta pulmonar para são positiva expiratória com oscilações de alta fre-
escolha do melhor decúbito de trabalho, necessita da qüência na abertura da via aérea, este mecanismo
cooperação do paciente, pois é necessária a utilização tem o objetivo de prevenir e tratar o colapso pul-
da expiração lenta e total a partir do volume corrente monar por “plugs” mucosos, além de aumentar a eli-
até o volume residual (VR) com a glote aberta e em minação de secreções pulmonares. O Flutter é um
decúbito lateral associado à compressão da caixa equipamento parecido com um cachimbo de haste
torácica. Durante a aplicação da técnica é necessário curta com um bocal, na parte distal do aparelho en-
que o paciente permaneça com a boca aberta para contra-se um receptáculo, em seu interior existe uma
que o fisioterapeuta possa ouvir os ruídos pulmonares peça em forma de funil sobre a qual repousa uma bola
vindos da cavidade oral. Caso o paciente seja incapaz de aço estéril de alta densidade, este receptáculo é
de manter a glote aberta, faz-se uso de um bucal de envolvido por uma cobertura de plástico perfurada.
forma cilíndrica. Uma das mãos do fisioterapeuta de- Para utilizar este equipamento o paciente deverá colo-
verá ser colocada espalmada sobre o tórax supralateral, ca-lo entre os lábios e realizar uma expiração bucal,
enquanto a outra estará colocada no abdome infralateal, antes da expiração a bola de aço estará obstruindo a
quando o paciente inicia a expiração lenta com a glote passagem do ar pelo cone. Durante a expiração o flu-
aberta as mãos se movimentam, uma em direção a outra xo de ar começará a fluir pelo aparelho fazendo com
como se estivesse realizando a torção do tronco. Es- que a bola de aço suba e desça, à medida que o fluxo
tes movimentos irão fazer com que haja um aumento de ar expirado é eliminado pelos orifícios na parte su-
da pressão abdominal impulsionando o diafragma para perior do aparelho, provocando uma vibração
cima, o que facilitará a saída do ar e deslocará a se- endobrônquica, além de uma pressão expiratória po-
creção que estiver em seu caminho para as vias aéreas sitiva de no máximo 20 cmH2O e uma onda de pres-
maiores onde será eliminada.(28) são intratraqueal de oscilação com freqüência de 6 a
20 Hz. O Flutter é muito utilizado em pacientes porta-
EQUIPAMENTOS QUE AUXILIAM A HIGI- dores de Fibrose Cística (Mucoviscidose),
ENE BRÔNQUICA Bronquiectasias, Asma associada à obstrução
Brônquica, pós-operatório de cirurgias torácicas e
Inaloterapia ou Aerossolterapia abdominais alta, além de pacientes com doença pul-
monar obstrutiva crônica (DPOC) em fase de exacer-
Tem a finalidade de umidificar a secreção bação. Alguns estudos afirmam que não há contra-
brônquica, que por algumas razões podem encontrar- indicação formal ao seu uso a não ser a falta de coo-
se muito espessa e aderida à parede do brônquio, tor- peração do paciente, seja ela por gravidade do caso
nando mais difícil sua eliminação. O uso da inaloterapia ou até mesmo devido ao baixo nível cognitivo

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(21,4,19,3). reexpansão pulmonares têm por finalidade aumentar
e/ou manter o volume pulmonar. É muito importante a
Ventilação Percussiva Intrapulmonar (IPV) sua aplicação adequada, sempre levando em conside-
ração o tipo de doença, para que o objetivo do trata-
Este equipamento foi desenvolvido com o in- mento seja alcançado. Um exemplo clássico é o paci-
tuito de facilitar a remoção das secreções pulmona- ente submetido à cirurgia abdominal alta que, no perí-
res, É um aparelho portátil acionado pelo próprio odo pós-operatório, apresenta um maior risco da ocor-
paciente e quando isto ocorre, rápidas mini-explo- rência de complicações pulmonares como atelectasias,
sões de ar e solução aerossol que é inalada pelo infecções respiratórias e insuficiência ventilatória por
paciente com o uso de um bucal. O fluxo de ar é paresia diafragmática. Por outro lado, é muito impor-
interrompido com uma freqüência de 3 a 5 Hz e tante levar em considerações algumas contra-indica-
fornece pressões orais de 10 a 30 cmH2O (21). A ções para a aplicação dos exercícios e/ou das técnicas
duração da percussão é controlada pelo paciente e/ mecânicas. Assim, podemos descrever as técnicas de
ou pelo fisioterapeuta, o fluxo expiratório é passi- reexpansão pulmonares em exercícios sem auxílio de
vo e depende do recuo elástico do sistema respira- aparelhos; e exercícios que utilizam equipamentos me-
tório, caso o paciente faça uma expiração ativa con- cânicos (13).
tra a fase percussiva do aparelho, ocorrerá manu-
tenção de uma pressão positiva expiratória. Esta Exercício respiratório diafragmático
terapia deve ter uma duração entre 20 e 30 minu-
tos. O IPV melhora a remoção das secreções pelo Para executar este exercício, o paciente realiza
sistema mucociliar devido a broncodilatação, isto é uma inspiração profunda e lenta pelo nariz e em
alcançado pela combinação do aumento da pressão seguida faz uma expiração com a utilização da téc-
de distensão da via aérea, fornecimento de solução nica de freno labial. Na fase inspiratória, o paciente
broncodilatadora e da percussão intratorácica. Seu deve realizar uma contração voluntária do músculo
uso é indicado para pacientes portadores de fibrose diafragma, fazendo com que haja uma distensão ab-
cística, DPOC, doenças neuromusculares e naque- dominal. Este exercício permite uma maior expan-
les que estão contra indicadas as terapias manuais são pulmonar, por aumento da ventilação nas zonas
(20). basais, beneficiando os pacientes que têm compla-
cência pulmonar diminuída. Alguns estudos demons-
TÉCNICAS DE REEXPANSÃO PULMONAR traram, claramente, que a aplicação deste exercício
pode aumentar o volume pulmonar e melhorar a tro-
A reexpansão pulmonar é uma técnica ca gasosa (11).
fisioterapêutica que pode ser utilizada de forma
mecânica e/ou com o auxílio de exercícios, e atua Exercício respiratório com suspiros
em áreas pulmonares que não estão expandindo inspiratórios
adequadamente. Os volumes e as capacidades pul-
monares, em algumas situações patológicas, podem Este exercício consiste em inspirações nasais
estar afetados de várias maneiras, como pela dimi- curtas e sucessivas até se atingir uma alta porcenta-
nuição da complacência pulmonar, em doenças pul- gem da capacidade inspiratória, inspirando até atin-
monares e da caixa torácica, alterações pulmonares gir a capacidade pulmonar total, sem realizar apnéia
decorrentes de processos cirúrgicos, disfunções pós-inspiratória, executa-se a expiração pela boca até
neuromusculares e processos infecciosos ou traumáti- a capacidade residual funcional (CRF). Para que este
cos. Estas situações de alguma maneira, isoladas ou exercício tenha um maior efeito, as narinas devem es-
associadas, podem levar à ocorrência de hipoventilação tar sem qualquer alteração de permeabilidade.(12)
pulmonar, atelectasia e ainda aumentar o trabalho dos demonstraram que é possível expandir zonas pulmo-
músculos ventilatórios (17). nares basais, aumentando a capacidade residual funci-
Os exercícios e/ou as técnicas mecânicas de onal e o volume de reserva inspiratório, promovendo

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uma maior distensão alveolar. Este exercício deve ser TÉCNICAS MECÂNICAS PARA
realizado na posição sentada, entretanto, pode-se REEXPANSÃO PULMONAR
executá-lo também na posição deitada em dorsal, la-
teral direita e lateral esquerda. Inspirômetro de incentivo

Exercício respiratório com expiração Vem sendo utilizado há muitos anos como te-
abreviada rapia respiratória profilática segura e bem aceita pelo
paciente. O principal objetivo deste aparelho é in-
Este exercício respiratório consiste na realiza- centivar uma inspiração profunda. Existem muitos
ção de ciclos intermitentes de inspiração profunda, aparelhos que proporcionam o incentivo de respi-
onde se intercala pequenas expirações. O exercício rações profundas, entre eles encontram-se os
inicia-se com uma inspiração nasal lenta e profun- incentivadores a volume e a fluxo, sendo o inspirô-
da até a capacidade pulmonar total, em seguida metros a fluxo os mais utilizados devido ao custo.
executa-se a expiração de uma pequena quantida-
de de ar. Após isso, realiza-se novamente, uma ins- Respiração com pressão positiva intermitente
piração até a capacidade pulmonar total. Deve-se (RPPI)
repetir esta manobra mais três ou quatro vezes, e,
em seguida, realizar uma expiração completa até Começou a ser utilizada a partir dos anos 50
CRF. Este exercício mostrou-se efetivamente ex- na prevenção e tratamento de atelectasias causadas
pansivo, com melhora da ventilação nas zonas de- por complicações de diversas enfermidades. Está
pendentes em pacientes com bronquite crônica e indicada para pacientes que não cooperam ou estão
pneumonia intersticial (13). impossibilitados de receber a terapia manual. O RPPI
é realizado com o auxílio de ventiladores mecâni-
Exercício respiratório com inspiração máxima cos, que são acoplados a máscaras faciais (18).

Este exercício consiste em uma inspiração Pressão positiva contínua nas vias aéreas
nasal profunda, lenta e uniforme, seguida de uma (CPAP)
apnéia pós-inspiratória para, logo após, realizar a
expiração pela boca, sem que esta atinja o volume Esta técnica consiste em um sistema onde o
residual. O motivo da apnéia pós-inspiratória é para fluxo aéreo é fornecido de forma contínua durante
uma melhor distribuição do ar inspirado, de manei- todo o ciclo respiratório. O paciente respira espon-
ra que isto possa melhorar as trocas gasosas. Esta taneamente utilizando uma mácara facial ou nasal
técnica exige um esforço muito grande dos pacien- que será escolhida pelo fisioterapeuta de acordo com
tes, por isso ela deve ser utilizada somente naque- a avaliação prévia. Durante a expiração, a pressão
les que possam suportá-la. positiva é mantida por uma resistência fornecida pela
válvula de pressão positiva expiratória final (PEEP)
Exercício respiratório com ou por um dispositivo de fluxo. O objetivo desta
inspiração fracionada técnica é de evitar a eliminação completa do ar ins-
pirado, aumentando a capacidade residual funcional,
Neste exercício, a inspiração deve ser via nasal permitindo a estabilização da via aérea, melhora da
suave, porém, curta e interrompida por períodos de relação ventilação/perfusão, como conseqüência, cor-
apnéia pós-inspiratória e programada em até seis tem- rige a hipoxemia, e diminui o trabalho respiratório
pos. As várias inspirações devem ser realizadas den- (29,25).
tro de um mesmo ciclo respiratório e a expiração deve
ser pela boca e atingir níveis próximos ao volume de Pressão positiva nas vias aéreas (EPAP)
reserva expiratória. A realização desta técnica pode
trazer melhora na complacência pulmonar. Esta técnica de reexpansão pulmonar é a mais

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simples das técnicas mecânicas, sendo, a forma mais otimização da condição física, a prevenção ou mes-
fácil de ofertar PEEP em respiração espontânea. O mo a atenuação das complicações pulmonares que
sistema consiste de uma máscara nasal ou facial e uma possam surgir no pós-operatório imediato e tardio.
válvula de PEEP na via expiratória. Esta válvula tem a Na unidade de internação, tem sido freqüente
função de retardar o tempo expiratório impedindo, a solicitação dos atendimentos aos pacientes com
assim, a expiração total do volume inspirado e, conse- doenças respiratórias, que apresentem quadros de
qüentemente, aumentando a capacidade residual fun- hipersecreção, alterações de complacência pulmo-
cional, isto irá impedir o colabamento alveolar, melho- nar, hipoxemia, hipercapnia e no pré e pós-opera-
rar as trocas gasosas e facilitar a eliminação da secre- tório das mais diversas cirurgias, pois é sabido que
ção brônquica Os benefícios obtidos com a aplicação indivíduos idosos ou jovens, quando submetidos ao
da máscara de EPAP estão relacionados com a me- repouso prolongado no leito, freqüentemente de-
lhora da complacência pulmonar, diminuição do “shunt” senvolvem problemas pulmonares, a maior causa
intrapulmonar, aumento da capacidade residual funci- disto é o imobilismo que é um dos fatores agravan-
onal, além de promover recrutamento alveolar (30,5). tes das condições gerais do paciente, sobretudo das
pulmonares, pois leva a redução da força muscular
Pressão positiva contínua bifásica nas vias respiratória com queda de 25 a 50% na capacidade
aéreas (BINÍVEL) respiratória, diminuindo a eficácia dos mecanismos
de tosse. Estes fatores associados levam ao aumen-
Este método de aplicação de pressão positiva to excessivo de secreção pulmonar que poderão
contínua nas vias aéreas também pode ser adminis- bloquear algumas regiões das vias aéreas, propici-
trado por máscara facial ou nasal. Trata-se da ma- ando a formação de atelectasias e um meio ideal
nutenção de uma pressão inspiratória constante para o desenvolvimento de pneumonia bacteriana.
(IPAP), que irá auxiliar na ventilação do paciente, A utilização de várias técnicas de higiene brôn-
seguida de uma pressão expiratória positiva cons- quica, reexpansão pulmonar, cinesoterapia respira-
tante (EPAP). Após a máscara do BINÍVEL ser fi- tória, de recursos terapêuticos como a pressão po-
xada à face do paciente, a ventilação minuto deve sitiva (RPPI, CPAP, BINIVEL), a inaloterapia e
ser ajustada de modo que o volume corrente alcan- a oxigenoterapia propiciam uma melhor evolução
çado pela diferença entre os níveis de IPAP e EPAP clínica destes pacientes.
sejam adequadas ao paciente. Esses níveis devem A unidade de terapia intensiva é hoje uma área
ser controlados e alterados de acordo com onde a Fisioterapia tem crescido e se destacado,
parâmetros clínicos e exames tais como: gasometria garantido a sua atuação junto aos pacientes subme-
e radiografia de tórax. tidos à ventilação mecânica, otimizando a função
ventilatória, utilizando para isto os mais variados mo-
FISIOTERAPIA RESPITATÓRIA-HOSPITAR dos de ventilação como recurso terapêutico. Com base
neste crescimento, nas últimas décadas os fisiotera-
A fisioterapia respiratória deu os seus primei- peutas vêm se preocupando com o contínuo aprimo-
ros passos nos serviços hospitalares no início deste ramento e embasamento técnico-científico e ético,
século, com o advento das cirurgias torácicas; ten- conscientes do seu papel frente à equipe multi-profis-
do sua atuação no período pré-operatório princi- sional que envolve a assistência ao paciente grave.
palmente naqueles pacientes que já apresentam al- Os pacientes internados em unidades de terapia
terações pulmonares ou ainda no pós-operatório intensiva e submetidos à ventilação mecânica prolon-
atuando de forma preventiva e/ou curativa nas com- gada sofrem uma série de agressões ao aparelho res-
plicações decorrentes das cirurgias ou do próprio piratório, devido às altas concentrações de oxigênio,
período de internação. lesões da mucosa respiratória induzidas pela aspira-
Hoje a fisioterapia respiratória tem seu papel ção traqueal, além da ativação de mediadores infla-
muito bem definido, atuando nas unidades de matórios e da presença de via aérea artificial, que
internação e na terapia intensiva, buscando a freqüentemente leva a piora do transporte de muco

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pelo sistema muco ciliar, que representa um importan- sondas de aspiração devem ser meláveis, descartáveis,
te mecanismo de defesa do sistema traqueobrônquico, com orifícios na extremidade distal, dispostas lateral-
podendo causar retenção de secreções e pneumonia. mente e na ponta para que não haja colabamento da
A atuação do fisioterapeuta respiratório na sonda e sucção da mucosa traqueal, o que poderia
desobstrução brônquica é fundamental nestes casos provocar lesões ou até sangramento da mucosa
para evitar e prevenir complicações respiratórias. traqueal. O suporte de oxigênio deve ser indicado de
Hoje o fisioterapeuta atua no amplo gerencia- acordo com o quadro clínico do paciente. Assim, a
mento do trabalho da respiração e de todas as ativi- aspiração é a finalização do trabalho de higiene
dades correlatas para a otimização da função brônquica em um paciente com impossibilidade de eli-
ventilatória. Sua atuação em terapia intensiva está minação da secreção brônquica(8).
cada vez mais sedimentada, desde o recebimento
do paciente sob ventilação mecânica, passando pela Posicionamento do Paciente
monitorização dos parâmetros ventilatórios, até o
cuidados com a permeabilidade das vias aéreas, O posicionamento do tórax tem influência di-
objetivando a otimização da ventilação para evitar reta sobre o modo de ventilação e distribuição da
e/ou corrigir quadros de alterações gasométricas. e perfusão do aparelho pulmonar. Muitas vezes, o
assim tornar possível o desmame da ventilação me- quadro clínico indica a necessidade em ventilar e
cânica e a extubação, ou seja, alcançar a indepen- ou expandir determinadas regiões para melhorar a
dência ventilatória. relação ventilação/perfusão. Para tal, deve-se lem-
As técnicas manuais e os recursos fisiotera- brar a teoria de West para regiões pulmonares de-
pêuticos de desobstrução brônquica e reexpansão pendentes e, ainda, sobre diferentes comportamen-
pulmonar estão indicados em vários casos de paci- tos dos alvéolos em relação ã pressão alveolar e ao
entes hospitalizados, porém na terapia intensiva te- posicionamento do tórax de um indivíduo. Assim o
mos alguns recursos que poderemos utilizar quan- posicionamento do paciente tem influência para que
do se observa a retenção de secreções pela inabili- as funções ventilatórias e perfusionais sejam
dade de remoção destas e pela diminuição da capaci- favorecidas, melhorando assim, índices
dade inspiratória e ou redução da eficácia da tosse. gasométricos de O2 e CO2 no sangue arterial (8).

Bag-Squeezing Recrutamento Alveolar

Essa manobra consiste na utilização de uma bol- Recrutamento alveolar tem a finalidade de di-
sa de ventilação manual (AMBU) associando-se as minuir o Shunt pulmonar, evitar colapsos alveolares,
manobras de vibro-compressão. Após a administra- desfazer atelectasias e mobilizar secreções
ção de um volume gasoso na via aérea, no momento brônquicas. É realizada em modos ventilatórios que
da expiração aplica-se a manobra. Esta técnica facilita limitam a pressão das vias aéreas, como pressão de
a higiene brônquica, inclusive com o deslocamento de suporte ou pressão controlada. Objetiva: Recrutar
tampões mucosos. Pode-se instilar soro fisiológico na alvéolos por meio do aumento do volume corrente
via aérea artificial em quantidade adequada (2ml) an- pela elevação da pressão de suporte ou pressão
tes da insuflação dos pulmões, isto provoca a tosse e controlada e pelo aumento da capacidade residual
fluidifica as secreções, facilitando ainda mais a funcional com incremento da PEEP; mobilizar se-
higienização das vias aéreas.(8) creções mediante o aumento do fluxo inspiratório e
do expiratório.
Aspiração traqueal A pausa inspiratória de 15 a 30 segundos é
indicada na técnica de recrutamento alveolar para
Pacientes sob ventilação mecânica ou aqueles que possibilitar uma melhor distribuição do volume de
apresentam tosse ineficaz necessitam de aspiração ar nos pulmões. A pausa inspiratória só é possível
traqueal para remoção das secreções brônquicas. As se o paciente estiver sedado. O platô inspiratório

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deve ser mantido abaixo de 35 cmH2O para evitar descompensações respiratórias, atuando com téc-
barotrauma. Quando o volume inspiratório se apro- nicas e recursos que possam melhorar ou corrigir
xima da capacidade pulmonar total, regiões mais tais disfunções para que sua internação e sua alta
complacentes receberão maiores volumes de ar, ul- hospitalar possa ocorrer mais precocemente.
trapassando às vezes limites da distensibilidade
alveolar, podendo levar ao volutrauma. FISIOTERAPIA AMBULATORIAL
A elevada pressão média das vias aéreas pode
ter repercussões hemodinâmicas com redução do A Fisioterapia Respiratória ambulatorial está
débito cardíaco e do retorno venoso e aumento da indicada para pacientes com pneumopatias crôni-
pressão intracraniana. cas e agudas, com limitações da função respiratória
A utilização desta técnica requer precauções e persistente mesmo após o período de internação,
está contra-indicados em pacientes com instabili- seja devido a uma grande cirurgia, ou ainda, causa-
dade hemodinâmica, pressão intracraniana elevada, da por quadros infecciosos, neurológicos, entre
agitação psicomotora, portadores de DPOC, com outros, desde que este paciente esteja estável do
bolhas enfisematosas, fístulas broncopleurais, ponto de vista clínico e possa ser submetido a exer-
bronquiectasias e hemoptise (16). cícios.
O paciente encaminhado a um serviço de Fisi-
Treinamento dos Músculos Respiratórios oterapia respiratória ambulatorial deverá ter um di-
agnóstico médico, além exames complementares
Em função de vários estudos sobre trabalho para que o fisioterapeuta possa analisar o quadro,
dos músculos respiratórios, foi possível reconhecer podendo assim, dar início a uma avaliação funcio-
que grande parte dos pacientes que tem dificuldade nal.
em ser desmamados do respirador apresenta dimi- Durante a avaliação é muito importante que o
nuição da força muscular respiratória. Músculos fisioterapeuta colha a história atual e pregressa, bem
com dificuldade em gerar força, não atingindo pres- como os sinais e sintomas que o paciente apresen-
são inspiratória de –20 cmH2O, é definido como ta, em seguida faz-se um exame físico funcional
fraqueza muscular. Por sua vez, fadiga, no caso dos bastante detalhado, verificando os sinais vitais (FC,
músculos respiratórios é a incapacidade de se man- f, PA), a ausculta pulmonar, a força dos músculos
ter um trabalho por um determinado tempo. A fadi- ventilatórios (PImáx. e PEmáx.), a ventilometria, a
ga dos músculos respiratórios é reversível com re- oximetria de pulso (SpO2) em repouso e em cami-
pouso de aproximadamente 24 horas. nhada breve, a expansibilidade da caixa torácica, a
Utiliza-se o manuvacuometro para mensurar mobilidade das cinturas escapular e pélvica, as am-
pressões inspiratória e expiratória máximas a partir plitudes de movimento de membros superiores e infe-
da capacidade residual funcional. A pressão riores, a capacidade de realização das atividades da
inspiratória máxima traduzirá a força inspiratória. vida diária (AVD) e a postura do paciente.
Para estabelecer um bom programa de treinamento Os parâmetros avaliados darão ao fisioterapeuta
muscular objetiva-se o ganho de endurance e força; uma noção exata dos objetivos que deverão ser atin-
sendo que para ganho de endurance deve se traba- gidos e qual a melhor forma de tratar cada caso, pois
lhar por meio de pequena carga e grande número o paciente não deve ser visto apenas como um pul-
de repetições, e para aumentar força trabalha-se com mão doente, mas sim como um indivíduo completo, e
grande carga e pequeno número de repetições. Para uma disfunção biomecânica pode estar atuando des-
realização do treinamento muscular pode-se utili- favoravelmente na evolução do quadro e a aplicação
zar a própria sensibilidade do respirador e/ou apa- das técnicas e/ou recursos para higiene brônquica e
relho de carga linear pressórica (16). reexpansão pulmonar não serão suficientes (24).
Assim, a atuação da fisioterapia respiratória No ambulatório o tratamento do paciente pode
tem ocupado seu espaço e importância reconheci- variar desde um atendimento convencional com DPBS,
da na assistência aos pacientes que apresentam manobras de higiene brônquica e/ou reexpansão até

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exercícios de condicionamento físico em bicicleta ou cam tratamento em hospitais, onde suas necessidades
esteira ergométricas, dependendo da necessidade e variam desde a administração medicamentosa, pas-
do estágio do tratamento. sando pela realização de exames de investigação clíni-
Quando o fisioterapeuta elege os exercícios de ca, até a possibilidade de administração de
condicionamento físico é obrigatório que o pacien- oxigenioterapia e/ou de alguma forma de assistência
te tenha um teste de esforço prévio a fim de descar- ventilatória (invasiva ou não invasiva).
tar possíveis complicações cardíacas. Os exercíci- Muitos destes pacientes com quadro de insufici-
os deverão ser realizados no mínimo três vezes por ência respiratória após estabilização clínica ficavam
semana, compreendendo quatro fases: dependentes da estrutura hospitalar apenas em decor-
1) aquecimento inicial com exercícios intervalados rência da dificuldade ou da impossibilidade de obter
(períodos de exercício seguido por períodos de des- um tratamento similar na residência. Tais pacientes per-
canso) que envolvam membros superiores e inferio- maneciam dias, meses e até mesmos anos no hospital
res; simplesmente por não terem outra alternativa. É justa-
2) treinamento de membros inferiores em bici- mente neste momento que se abre a oportunidade de
cleta ou esteira ergométricas, respeitando as limita- ofertar uma continuidade do tratamento no ambiente
ções de cada paciente, mas tendo o objetivo de atin- domiciliar, com o programa de “Home Care” ou mais
gir 80% da freqüência cardíaca máxima; especificamente, com a assistência respiratória domi-
3) treinamento dos membros superiores, utilizan- ciliar. Esta é mais uma área em que se pode obser-
do halteres, faixa elástica, bastão ou ainda um var a atuação do fisioterapeuta.
cicloergometro de braço; A assistência respiratória domiciliar apresentou
4) finalizar as seções com séries de alongamento um significativo crescimento na última década no nos-
global. so país, tanto de forma quantitativa como qualitativa
isto se deve ao grande desenvolvimento tecnológico
No tratamento de pneumopatas crônicos o fisio- ocorrido na área da medicina, havendo um aumento
terapeuta tem um papel muito importante também na na expectativa de vida, conseqüentemente, o número
mudança de padrões pré-estabelecidos de compor- de pacientes, bem como a complexidade dos cuida-
tamento, atuando junto ao paciente e seus familiares dos respiratórios prestados no domicílio também au-
explicando as limitações que a doença impõem e as mentaram.
formas de contorná-las com o uso de técnicas de res- Diversos fatores evidenciam as vantagens na
piração, de conservação de energia e algumas vezes realização do tratamento domiciliar quando em com-
com a adaptação de ambiente para que o paciente paração ao realizado no ambiente hospitalar um
gaste menos energia na realização de suas atividades. exemplo disso está no campo financeiro e social:
Desta forma, a Fisioterapia Respiratória ambula- • Redução dos custos do tratamento que vari-
torial atuará na prevenção de recidivas e/ou no apare- am de 30 a 60% quando comparadas ao mesmo
cimento de quadros infecciosos pulmonares, além de tratamento realizado no ambiente hospitalar.
estar desempenhando uma função curativa e educaci- • Desocupação do leito hospitalar, viabilizando
onal que deverá envolver o paciente e seus familiares, para o hospital a otimização de sua utilização.
buscando sempre reabilitar ou readaptar o indivíduo a • Diminuição do risco de aquisição e desenvol-
vida social e produtiva. vimento de infecção hospitalar, colaborando tam-
bém na redução de possíveis medicamentos minis-
CUIDADOS DE FISIOTERAPIA DOMICILI- trados, bem como contribuindo para uma recupe-
AR “HOME CARE” ração mais rápida do paciente.
• Humanização e personalização na prestação
O “Home care” vem a ser a realização da assis- da assistência médica.
tência domiciliar ao paciente, ou seja, a oferta de cui- • Participação e envolvimento dos familiares
dados gerais ao paciente no ambiente residencial. Os junto ao paciente no tratamento realizado.
pacientes com quadro de insuficiência respiratória bus- O processo que viabilizará o atendimento do-

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miciliar se inicia quando um paciente e/ou familia- Oxigenioterapia com Cilindros
res manifestam desejo de sair do hospital, buscan-
do a continuidade do tratamento no ambiente do- É a forma mais comum de oferta de oxigênio
miciliar. Alguns itens então, passam a ser avaliados para os pacientes. Atualmente existe uma grande
para possibilitar a transferência do paciente para a diversidade nos tipos de cilindros, que variam des-
residência. de o material de sua constituição até mesmo o ta-
Primeiramente uma avaliação médica e manho e a capacidade de armazenamento.
fisioterapeutica são realizadas, para determinar as Válvulas reguladoras mostram a pressão do gás
características clínicas do paciente, bem como suas existente dentro do cilindro e tem relação direta com
necessidades para a continuidade do tratamento. Os a quantidade (volume) de gás armazenado no seu
critérios para seleção do paciente variam desde a interior. Assim sendo, para sabermos a durabilida-
necessidade de uma estabilidade clínica até uma de de cada cilindro basta correlacionarmos o tama-
avaliação nos parâmetros ventilatórios quando este nho do cilindro, com a pressão existente em seu
necessita de um respirador. Parâmetros como FiO2 interior e a vazão de saída do gás (consumo). Por
e PEEP são então avaliados e mostram-se decisi- conseqüência teremos uma idéia mais precisa da
vos para a viabilização da internação domiciliar. Por durabilidade de cada cilindro para cada situação clí-
fim o encaminhamento médico solicitando a trans- nica em específico. Acessórios como válvulas com
ferência do paciente para o domicílio.(2) regulação para saída do gás (válvulas de demanda)
Na fase seguinte, o fisioterapeuta realizará uma podem auxiliar no consumo de oxigênio, represen-
visita ao domicílio (ou local para onde irá o pacien- tando não só um aumento na autonomia, mas tam-
te) para avaliar se o local oferece as condições mí- bém uma redução nos custos. Cilindros de alumí-
nimas adequadas para receber o paciente e toda nio mostram-se mais leves, possibilitando aos usu-
possível estrutura necessária para a continuidade do ários deslocamentos e manuseio mais facilita-
tratamento. Avalia-se desde o acesso à residência, dos.(1,27).
até o espaço físico interno, as barreiras arquitetô- Apesar do cilindro ser atualmente uma das for-
nicas existentes e principalmente as condições da mas mais comuns de oferta de oxigênio domiciliar,
rede elétrica da residência, levando-se em conside- é importante ressaltar os riscos inerentes a este tipo
ração os equipamentos que o paciente utilizará. de fonte, problemas como a qualidade dos cilindros,
Concomitantemente a todo este processo, a autori- transporte, armazenamento, vazamentos nas válvu-
zação (aprovação) e participação por parte da fon- las reguladoras, e até mesmo a imprecisão na quan-
te pagadora no que diz respeito aos custos envolvi- tidade da oferta do gás ao paciente, podem ocorrer
dos no tratamento se faz decisiva. durante seu uso. É importante salientar algumas pre-
Os cuidados respiratórios mais comuns ofere- cauções quanto ao uso dos cilindros de oxigênio na
cidos na internação domiciliar variam desde a ad- residência: realizar o armazenamento dos cilindros em
ministração medicamentosa, até a oferta de locais frescos e arejados, promover a fixação adequada
oxigenioterapia e/ou de alguma forma de ventila- dos cilindros, bem como a verificação do
ção mecânica, podendo esta ser não invasiva ou posicionamento e funcionamento adequado das vál-
invasiva, através de traqueostomia. vulas reguladoras de pressão, evitando a manipulação
Os pacientes que necessitam de oxigeniotera- nos cilindros e válvulas regulado-ras.quando as mãos
pia, viabilizar sua saída para o domicílio requer al- estiverem com óleos, graxa, etc.
guns cuidados; durante a avaliação clínica do paci-
ente realizada pelo médico e pelo fisioterapeuta, Oxigenioterapia com Concentradores de O2:
determina-se a titulação e forma de administração
da oxigenioterapia domiciliar. Existem pelo menos Os concentradores de oxigênio são máquinas
três diferentes fontes de oferta de oxigênio para o que extraem o oxigênio do ar ambiente através de
paciente no ambiente domiciliar: através de cilin- duas formas: membranas plásticas semipermeáveis
dros, concentradores e de oxigênio líquido (1). e peneiras moleculares. Funcionam dependentes de uma

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fonte de energia elétrica e permitem uma vazão que ressaltar o risco encontrado durante a manipulação
varia de três litros/minuto podendo chegar até 10 li- do oxigênio líquido em seus reservatórios (nas trans-
tros/minuto, dependendo do modelo de fabricação e ferências para os reservatórios portáteis) devido à
marca. A fração inspirada de oxigênio (FiO2) depen- baixa temperatura na qual encontra-se o oxigênio.
derá da intensidade do consumo, sendo inversamente Os pacientes dependentes de oxigenioterapia do-
proporcional a este, assim sendo, quanto maior o flu- miciliar devem ser reavaliados periodicamente para
xo utilizado pelo paciente menor será a FiO2 determinar se a titulação e a forma de administra-
ofertada.(6). A vantagem da utilização dos ção utilizada satisfaz suas necessidades.
concentradores é a possibilidade de sua utilização em
diferentes recintos, desde que exista fonte de energia ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA NÃO
elétrica. INVASIVA E IVASIVA
Os principais problemas relacionados ao uso
dos concentradores são a dependência da energia A utilização de ventilação mecânica domiciliar
elétrica, o nível de ruído, e o grau de aquecimento vem se mostrando nos últimos anos uma prática cada
produzidos no local durante seu funcionamento. vez mais comum.
Deve-se considerar ainda a possibilidade de pane Pacientes que precisam de algum tipo de su-
na máquina, com conseqüente interrupção do for- porte ventilatório podem suprir suas necessidades
necimento de oxigênio. basicamente através da aplicação de duas técnicas:
Uma avaliação nas condições de rede elétrica o uso de pressão negativa ou o uso de pressão po-
da residência se faz necessário para a adequada uti- sitiva.
lização dos concentradores. Desde a grande epidemia de poliomielite ocor-
rida em meados de 1950, diversos estudos foram
Oxigenioterapia com Oxigênio Líquido realizados e novos equipamentos foram desenvol-
vidos no intuito de se oferecer uma melhor assis-
O uso do oxigênio líquido é a forma mais prá- tência ventilatória, bem como uma maior qualidade
tica e versátil de administração de oxigênio. Reser- de vida aos usuários.
vatórios armazenam o oxigênio em estado líquido Os aparelhos de assistência ventilatória que
em baixíssimas temperaturas (ao redor de - 170 C). fazem a aplicação de pressão negativa foram as pri-
A capacidade de armazenamento do oxigênio na meiras máquinas a serem desenvolvidas e utiliza-
forma líquida é muito maior do que na forma gaso- das. Tais máquinas possibilitam a realização da res-
sa. Assim quando comparados, um litro de oxigê- piração com o uso de um colete associado a um siste-
nio líquido é equivalente a 860 litros de oxigênio ma que literalmente sugava o tórax do paciente pela
no estado gasoso. Existem diferentes tamanhos de aplicação de uma pressão negativa, proporcionando
reservatórios podendo ser considerados como fi- assim, a inspiração.
xos ou portáteis (bolsas) dependendo da capacida- Com o passar dos anos, devido às limitações
de de armazenamento. Os reservatórios portáteis das máquinas e sua aplicabilidade, e também pelas
são utilizados para facilitar o deslocamento do usu- necessidades dos pacientes, houve um grande de-
ário, podendo ser recarregados repetidamente e de senvolvimento tecnológico e o conseqüente apare-
forma rápida, no reservatório fixo. As vantagens cimento de técnicas como a aplicação do suporte
do uso do oxigênio líquido são o baixo peso e a ventilatório com aparelhos que oferecem pressão
grande capacidade de seus reservatórios, proporci- positiva (CPAP ou Binível). Tal procedimento pode
onando mobilidade e uma maior autonomia ao usu- ser feito de forma contínua, no paciente totalmente
ário. As principais queixas de pacientes que fazem dependente, no intermitente, e no paciente parcial-
uso do oxigênio líquido residencial, são o grau de mente dependente, assim como pode ser de uso não
ruído existente durante o processo de recarga dos invasivo ou invasivo.
reservatórios portáteis, bem como o som do alarme O suporte ventilatório não invasivo vem a ser
quando estes se esvaziam. Além disto é importante a aplicação da pressão positiva com o uso de máscara

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nasal ou facial. A fixação da máscara junto à face ou radores de uso domiciliar possuem baterias que
nariz do paciente se dá com a utilização de toucas de duram de uma a duas horas dependendo do
fixação ou tiras de fixação que prendem firmemente a consumo.Todavia, já existem respiradores com ba-
máscara junto ao seu rosto ou nariz. O maior proble- teria interna de até 10 horas de duração.
ma para realização da aplicação da pressão positiva Outras características importantes para o res-
não invasiva é a escolha da interface (máscara) que pirador, no uso domiciliar, são as possibilidades de
separa a máquina do paciente. A mensuração do ta- monitoração dos parâmetros ventilatórios, do uso
manho do nariz ou rosto se faz necessária para a es- de PEEP, de FiO2 através de blender (permite uso
colha do tamanho mais indicado de máscara que o de oxigenioterapia), sirva para o uso adulto e/ou
paciente utilizará. A máscara seja ela facial ou nasal, pediátrico, que seja leve e permita a realização de
deverá ficar firmemente aderida, não permitindo qual- deslocamentos (transporte/remoção).
quer forma de escape de ar, principalmente na direção O fisioterapeuta participa ativamente da defi-
dos olhos, sob o risco de causar lesões oftálmicas. nição e escolha do respirador, devendo levar em
Outro ponto crucial, no que diz respeito à interface, é conta não só a doença e o estado clínico do pacien-
a pressão exercida pela máscara (nasal ou facial) con- te, mas também as instalações domiciliares.
tra a superfície superior do nariz, ocasionada pela fi- Os recursos fisioterapeuticos aplicados ao pa-
xação. É comum observar-se lesões cutâneas (escaras) ciente em “home care” que necessita de algum tipo
na porção superior do nariz, originadas pelo excesso de assistência ventilatória, são basicamente os mes-
de pressão exercida pela máscara contra o rosto do mos utilizados no ambiente hospitalar.
paciente, na intenção de evitar o escape de ar ao O “home care” é uma das áreas da saúde que
redor da máscara. mais cresceu nos últimos anos, cerca de cinco mil
O suporte ventilatório invasivo é a aplicação brasileiros estão internados em casa, possibilitados
de pressão positiva com o uso de cânulas de pela existência e funcionamento de aproximadamen-
entubação naso ou oro traqueal, ou traqueostomia. te cento e vinte empresas de medicina domiciliar
No ambiente domiciliar, o uso de pressão positiva espalhadas pelo Brasil. O setor movimenta ao re-
invasiva se faz sempre através de traqueostomia, dor de oitocentos milhões de reais por ano, segun-
devido às características do paciente. O grande cui- do informações da Associação Brasileira de Em-
dado para se realizar a ventilação mecânica invasiva presas de Medicina Domiciliar (Abemid).
domiciliar é a seleção criteriosa do usuário (pacien-
te), bem como dos equipamentos e suprimentos
necessários.
Os respiradores para uso domiciliar sejam para
aplicação invasiva ou não invasiva, deverão conter
algumas características comuns essenciais, não só
representando possibilidades e/ou recursos clínicos
de tratamento, mas também oferecendo segurança,
praticidade e/ou mobilidade ao paciente.
Inicialmente, o respirador deverá funcionar,
preferencialmente, sem a necessidade de fonte de
gases, ou seja, que funcione sem a oferta de ar com-
primido ou oxigênio. Muitos respiradores para uso
domiciliar possuem e utiliza-se de sistemas com pis-
tão ou até mesmo, turbinas sem a necessidade de
qualquer fonte de gás. O respirador também deverá
funcionar sem energia elétrica, ou seja, possuir um
sistema de bateria interna preferencialmente de longa
duração. Normalmente a grande maioria dos respi-

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