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Este livro foi digitalizado por Raimundo do Vale Lucas, com a

intenção de dar aos cegos a oportunidade de apreciarem mais uma


manifestação do pensamento humano..

Canja de Galinha para a Alma


Canja de Gânha para
a Alma 89 histórias para abrir
o coração e reavivar o espírito Escrito e compilado por
Jack Canfield Mark Victor Hansen Tradução Outras Palavras
aoouRo
Do original: Chicken soup for the soul
Copyright © 1993 by Jack Canfiled and Mark Victor Hansen [Edição original: ISBN 1-
55874-262-X]
© 1995, Ediouro Publicações S.A.
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73. É proibida a
reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, sem autorização prévia, por
escrito, da editora.
Capa Carol Sá
Editoração Eletrônica DTPhoenix Editorial
Projeto Gráfico Ediouro
CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ
C227c
Canfield, Jack, 1944
Canja de galinha para a alma: 89 histórias para abrir o coração e o espírito / Jack Canfield,
Mark Victor Hansen; tradução de Outras Palavras. - Rio
de Janeiro: Ediouro, 1995.
Tradução de: Chicken soup for the soul ISBN 85-00-12880-1
1. Meditações. 2. Parábolas. I. Hansen, Mark Victor. II. Título.
CDD - 158
95-1004 CDU - 159.94
Ediouro Publicações S.A. Rio de Janeiro Rua Nova Jerusalém, 345 CEP 21042-230 Tel.:
(021) 560-6122 Fax: (021) 280-2438 São Paulo Av. Jabaquara, 1799 e 1803 Mirandópolis
CEP 04045-003 Tel.: (011) 5589-3300 Fax: (011) 5589-3300 ramal 232 e-mail:
info@ediouro-livros.com.br
Se há luz na alma, Haverá beleza na pessoa. Se há beleza na pessoa, Haverá harmonia na
casa. Se há harmonia na casa, Haverá ordem na Nação. Se há ordem na Nação,
Haverá paz no mundo.
Provérbio Chinês
Com amor, dedicamos este livro a nossas esposas, Georgia e
Patty, e a nossos filhos, Chistopher, Oran, Kyle, Elizabeth e Melanie, que são canja de
galinha para nossas almas. Vocês estão constantemente abrindo nossos corações
e reacendendo nossos espíritos. Nós os amamos muito!
Agradecimentos
Este livro levou quase dois anos, desde sua concepção até sua conclusão. Foi um trabalho
de amor e valeu-se dos esforços conjuntos de muitas pessoas. Gostaríamos
de agradecer especialmente a:
Patty Mitchell, que datilografou e redatilografou cada uma destas histórias no mínimo cinco
vezes. Sua dedicação ao projeto incluiu muitos dias úteis até as 22h
e inúmeros fins de semana. Obrigado, Patty! Não teríamos conseguido sem você.
Kim Wiele, pela datilografia e redatilografia monumental de muitas das histórias, realização
de grande parte da pesquisa extensiva e coordenação de todo o trabalho,
apa rentemente interminável, para garantir permissão de direitos autorais das histórias que
não escrevemos. Ela fez um ótimo trabalho. Obrigado, Kim.
Kate Driesen, que auxiliou na datilografia, leu e comentou cada história e ajudou em grande
parte da pesquisa. Sempre presente quando precisávamos cumprir prazos.
Obrigado.
Wanda Pate, que contribuiu infinitamente auxiliando na datilografia e na pesquisa.
Cheryl Millikin, que cuidou o tempo todo do processamento e fluxo de materiais.
Lisa Williáms, por cuidar dos negócios de Mark para que ele pudesse se dedicar a este livro.
A Jeff Herman, por ser um agente literário tão inspirado e por ter acreditado no livro desde
o início. Jeff, adoramos trabalhar com você.
A Peter Vegso, Gary Seidler e Barbara Nichols, da Health Communications, por captar o
ideal do livro muito antes de qualquer outra pessoa. Apreciamos seu entusiástico
apoio.
A Cindy Spitzer, que escreveu e editou várias das histórias mais importantes neste livro.
Cindy, sua colaboração foi inestimável.
A Marie Stilkind, nossa editora na Health Communications, por seus eternos esforços em
trazer este livro a seu estado de excelência.
A Bob Proctor, que colaborou com várias histórias e anedotas de seu volumoso arquivo de
histórias de magistério. Obrigado, Bob. Você foi um grande amigo.
A Brandon Hall, que nos ajudou com duas histórias. Também gostaríamos de agradecer às
seguintes pessoas por seu feMback muito valioso na primeira versão do livro:
Ellen Angelis, Kim Angelis, Jacob Blass, Rick Canfield, Dan Drubin, Kathy Fellows, Patty
Hansen, Norman Howe, Ann Husch, Tomas Nani, Dave Potter, Danielle Lee, Michele
Martin, Georgia Noble, Lee Potts, Linda Price, Martin Rutte, Lou Tartaglia, Dottie Walters,
Rebecca Weidekehr, Harold C. Wells.
av
Sumário
Introdução ...........................................................................................
1. SOBRE OAMOR .........................................................................
Amor: a única força criativa Eric Butterworth ............................ Tudo de que me
lembro Bobbie Probstein ..................................... Canção
do coração Patty Hansen ................................................... Verdadeiro amor Barry e Joyce
Vissell ........................................... Ojuiz
dos abraços Jack Canfield e Mark V. Hansen ...................... Isso pode acontecer aqui? Jack
Canfield ........................................ Você é importante
Helice Bridges ................................................... Um de cada vez Jack Canfield e Mark V.
Hansen .......................... O presente Bennet
Cerf ..................................................................... Um irmão como esse Dan Clark
..................................................... Sobre
a coragem Dan Millman ....................................................... Grande Ed Joe Batten
........................................................................
O amor e o taxista Art Buchwald .................................................... Um gesto simples John
W. Schlatter ..............................................
O sorriso Hanoch McCarty ............................................................... Amy Graham

2
Mark V. Hansen .......................................................
Uma história para o dia dos namorados Jo Ann Larsen ........... Carpe diem! Alan Cohen
.................................................................. Conheço
você, você é igualzinho a mim! Stan Dale .................. A mais nobre necessidade Fred T.
Wilhelms ................................ Bopsy Jack Canfield e Mark
V. Hansen ............................................ Filhotes à venda Dan Clark
.............................................................
13 15 17 19 22 24 26 31 34 37 39 40 42 44 47 50 52 55 58 61 66 70 72 76
2. APRENDENDO A AMAR A SI PRbPR10 ............................
O Buda de ouro Jack Canfield .......................................................... Comece consigo
mesmo Anônimo .................................................
Nada além da verdade! Dallas Marning News ............................ Cobrindo todas as bases
Fonte Desconhecida ............................... Minha declaração
de auto-estima Virgínia Satir ........................ A mendiga Bobbie Probstein
............................................................. As regras para ser
humano Anônimo ............................................
3. SOBRE A PATERNIDADE ......................................................... 93
Os fiilhos aprendem o que vivenciam Dorothy L. Nolte ........... 95
Por que escolhi meu pai para ser meu papai Bettie B. Youngs 97
A escola dos animais George H:' Reavis .......................................... 105
Tocado Victor Nelson ......................................................................... 107 Eu te amo,
filho Victor B. Miller ........................................
............. 110 "O que você é" é tão importante quanto "o que você faz'
Patrícia Fripp .................................................................................... 113
A perfeita família americana Michael Murphy ............................ 115
Apenas diga! Gene Bedley ................................................................ 120
4. SOBRE O APRENDIZADO ........................................................
Costruindo meu futuro Frank Trujillo ........................................... Agora gosto de mim
Everett Shostrom .......................................... Todas
as melhores coisas Helen P. Mrosla .................................... Você é uma maravilha Pablo
Casals ............................................... Aprendemos
fazendo John Holt ..................................................... A mão Fonte Desconhecida
................................................................
O garotinho Helen E. Buckley .......................................................... Sou professor John W.
Schlatter ......................................................
5. VIVA SEU SONHO .....................................................................
Acho que posso! Michele Borba ....................................................... Descanse em paz: o
enterro do "não mnsigo"
Chicle Moorman ................................................................................. A história do 333
Bob Proctor .....................................................
......
79 81 84 85 86 87 89 91
125 127 128 129 133 134 135 137 142
145 147
150 155
Pedir, pedir, pedir Jack Canfield e Mark V. Hansen ...................... 158
Você já fez a terra se mover? Hanoch McCarty ........................... 161 O adesivo de
Tommy Mark V. Hansen ......................................... 163

3
Se não pedir, você não consegue - mas se pedir, consegue!
Rick Gelinas ....................................................................................... 169
A busca de Rick Little Adaptada de Peggy Mann ......................... 173
A magia de acreditar Edward J. McGrath Jr. ............................... 178
O livro de metas de Glenna Glenna Salsbury .............................. 179
Mais um item assinalado na lista John Goddard .......................... 182
Preste atenção, benzinho, eu sou seu amor! Jack Canfield ...... 187
Disposto a pagar o preço John McCormack .................................. 191
Todo mundo tem um sonho Virginia Satir ................................. 195
Siga seu sonho Jack Canfield ........................................................... 198
A caixa Florence Littauer ................................................................... 201
Estímulo Nido Qubein ....................................................................... 205 Walt Jones
Bob Moawad ...............................................
..................... 207 Você é suficientemente forte para agüentar críticas?
Theodore Roosevelt ............................................................................ 212
Correndo riscos Patty Hansen ......................................................... 213
Serviço e um sorriso Kar Albrecht e Ron Zenke ............................ 215
6. VENCENDO OBSTÁCULOS .................................................... Obstáculos Victor E.
Frankl ..............................................................
Considere isto Jack Canfield e Mark V. Hansen ............................. John Corcoran - O
homem que não sabia ler Pamela Truax . Abraham Lincoln não desistiu
Abraham Lincoln ........................ Lição de um filho Danielle Kennedy
............................................... Fracasso? Não! Só dificuldades temporárias
Dottie Walters .... Para ser mais criativo, estou esperando... David B. Campbell .. Todo
mundo pode fazer alguma coisa Jack Canfield ................ Sim, você pode
Jack Canfield e Mark V. Hansen ........................... Corra, Patti, corra Mark V. Hansen
................................................ O poder da determinação
Burt Dubin ......................................... Fé Roy Campanella
............................................................................. Ela salvou 219
vidas Jack Canfield e Mark V. Hansen ..................
217 219 220 223 227 229 233 238 241 244 247 250 252 254
Você vai me ajudar? Mark V. Hansen ........................................... 258
Só mais uma vez Hanoch McCarty ................................................. 261
Há grandeza ao seu redor - aproveite-a Bob Richards ........... 263
7. SABEDORIA ECLÉTICA ............................................................ 265
Negócio fechado! Florence Littauer ................................................ 267 Reserve um
momento para ver de verdade
J. Michael Thomas ............................................................................. 270
Se eu pudesse começar tudo novamente Nadine Stair ............ 274
Dois monges Irmgard Schloegl ........................................................ 276
Sachi Dan Millman ............................................................................ 277
O presente do golfinho Elizabeth Gawain .................................... 278
O toque da mão do mestre Myra B. Welch .................................. 280
Mais canja de galinha? ..................................................................... 2,82
Contribuições ...................................................................................... 283
Agradecimentos (continuação) ......................................................... 294
Sobre os autores ................................................................................. 299
Introdução

4
Sabemos tudo de que precisamos para acabar com o sofrimento emocional desnecessário
que muitas pessoas experimentam atualmente. Auto-estima elevada e eficácia pessoal
são acessíveis a qualquer um que queira dedicar seu tempo a essa busca.
É difícil traduzir o espírito de uma situação real para o mundo das palavras. Histórias que
contamos todos os dias tiveram que ser reescritas cinco vezes para que,
impressas, tivessem o mesmo efeito que ao vivo. Quando estiver lendo estas histórias, por
favor esqueça tudo o que sempre aprendeu em suas aulas de leitura dinâmica.
Diminua o ritmo. Ouça o que diz o seu coração, tanto quanto a sua mente. Saboreie cada
história. Deixe que o toquem. Pergunte-se: O que esta história desperta em
mim? O que sugere para minha vida? Que sentimento ou atitude evoca em meu ser interior?
Permita-se uma relação pessoal com cada história.
Algumas histórias falarão mais alto a você do que a outras pessoas. Algumas terão um
significado mais profundo. Algumas o farão chorar. Algumas o farão rir. Algumas
lhe encherão de um sentimento de ternura. Algumas talvez lhe
Amor: a única forca criativa
Espalhe o amor por onde você for: antes de tudo, em sua própria casa. Dê amor a seus
filhos, sua esposa ou seu marido, a um vizinho próximo... Não permita jamais
que alguém se aproxime de você sem viver melhor e mais feliz. Seja a expressão viva da
bondade de Deus; bondade em seu rosto, bondade'em seus olhos, bondade em seu
sorriso, bondade em sua terna saudação.
Madre Teresa
Um professor universitário levou seus alunos de sociologia às favelas de Baltimore para
estudar as histórias de duzentos garotos. Pediu a eles que redigissem uma
avaliação sobre o futuro de cada menino. Em todos os casos, os estudantes escreveram: "Ele
não tem chance alguma." Vinte e cinco anos mais tarde, outro professor
de sociologia deparou-se com o estudo anterior. Pediu aos seus alunos que acompanhassem
o projeto, a fim de ver o que havia acontecido com esses garotos. Com exceção
de vinte deles, que haviam se mudado ou morrido, os estudantes descobriram que 176 dos
180 restantes haviam alcançado uma posição mais bem-sucedida do que a comum
como advogados, médicos e homens de negócios.
1
O professor ficou estarrecido e resolveu continuar o estudo. Felizmente, todos os homens
continuavam na mesma área, e ele pôde perguntar a cada um: "A que você atribui
o seu sucesso?" Em todos os casos, a resposta veio com sentimento "A uma professora".
A professora ainda estava viva; portanto, ele a procurou, perguntando à senhora idosa,
embora ainda ativa, que fórmula mágica havia usado para resgatar esses garotos
das favelas para um mundo das conquistas bem-sucedidas.
Os olhos da professora faiscaram e seus lábios se abriram num delicado sorriso.
- É realmente muito simples - disse ela. - Eu amava aqueles garotos.
Eric Butterworth
Tudo de que me lembro
Quando falava comigo, meu pai sempre começava a conversa com "Eu já lhe disse hoje o
quanto a adoro?" A expressão de amor era recíproca e, em seus últimos anos,
conforme sua vida começou visivelmente a fluir, nos aproximamos ainda mis... como se isso
fosse possível.
Aos 82 anos ele estava preparado para morrer, e eu, para deixá-lo ir, para que seu
sofrimento terminasse. Nós rimos e choramos, nos demos as mãos, dissemos um ao
outro que nos amávamos e concordamos que era hora. Eu disse:

5
-Papai, depois que você se for, quero um sinal de que você está bem.
Ele riu, diante do absurdo daquilo; papai não acreditava em reencarnação. Tampouco eu
tinha certeza se acreditava, mas havia tido muitas experiências que haviam
me convencido de que poderia receber algum sinal do "outro lado".
Meu pai e eu éramos tão profundamente unidos que senti seu ataque cardíaco em meu peito
no momento em que ele morreu. Mais tarde, lamentei que o hospital, em sua
sabedo ria estéril, não me tivesse deixado segurar a mão dele enquanto ele se ia.
Dia após dia eu rezava por ter notícias dele, mas nada acontecia. Noite após noite eu pedia
um sonho antes de dor
i mir. Mas, mesmo assim, quatro longos meses se passaram, sem que eu ouvisse ou sentisse
algo que não fosse pesar pela sua perda. Mamãe morrera cinco anos antes
do mal de Alzheimer, e, apesar de já ter criado as minhas próprias filhas, eu me sentia como
uma criança perdida.
Um dia, enquanto estava deitada numa mesa de massagem, numa sala escura e tranqüila,
aguardando meu horário, fui envolvida por uma onda de saudade de meu pai. Co
mecei a me perguntar se fora exigente demais em lhe pedir um sinal. Notei que minha mente
estava num estado de hipersensibilidade. Experimentei uma estranha lucidez
na qual seria capaz de calcular de cabeça a soma de várias colunas de números. Verifiquei
para ter certeza de que estava acordada, e não sonhando, e percebi que
estava o mais longe possível de um estado de sonho. Cada pensamento que eu tinha era
como um pingo d'água perturbando a tranqüilidade de um lago tranqüilo, e fiquei
maravilhada diante da paz de cada momento que passava. Então pensei: "Tenho tentado
contrblar as mensagens do outro lado; vou parar com isso agora."
De repente, o rosto de minha mãe apareceu - minha mãe, como era antes que a doença de
Alzheimer a tivesse despojado de sua razão, de sua humanidade e de trinta qui
los. Seu magnífico cabelo prateado coroava seu rosto doce. Ela estava tão próxima e tão
real, que, aparentemente, eu poderia estender o braço e tocá-la. Ela se parecia
com o que havia sido há doze anos, antes do início da deterioração. Eu sentia até a
fragrância de Joy, seu perfume favorito. Ela parecia estar esperando, e não falava.
Eu me perguntava como minha mãe poderia aparecer se eu estava pensando em meu pai e
me senti um pouco culpada por não ter perguntado por ela também.
Eu disse:
- Oh, mãe, sinto tanto que você tenha precisado sofrer com aquela doença horrível.
• 20
Ela inclinou a cabeça levemente para um lado, como que para se mostrar grata pelo que eu
havia dito sobre seu sofrimento. Depois, sorriu - um belo sorriso - e disse
muito nitidamente:
- Mas eu só me lembro do amor. E desapareceu.
Comecei a tremer e a sala subitamente ficou fria; senti na alma que o amor que damos e
recebemos é tudo o que importa e tudo o que é lembrado. O sofrimento desaparece;
o amor permanece.
As palavras dela são as mais importantes que eu já ouvi, e aquele momento ficará para
sempre gravado em meu coração.
Ainda não vi ou ouvi sobre o meu pai, mas não tenho dúvidas de que algum dia, quando eu
menos esperar, ele vai aparecer e dizer "Eu já lhe disse hoje o quanto a
adoro?"
Bobbie Probstein,
Canção do coração

6
Era uma vez um homenzarrão que se casou com a mulher dos seus sonhos. De seu amor,
nasceu uma garotinha. Ela era uma garotinha talentosa e alegre e o homenzarrão
a amava muito.
Quando ela era bem pequena, ele a pegava no colo, cantarolava uma melodia, dançava com
ela pela sala e lhe dizia: -Amo você, garotinha.
Enquanto a garotinha crescia, o homenzarrão a abraçava e lhe dizia:
- Amo você, garotinha.
A garotinha fazia beicinho e dizia: - Não sou mais uma garotinha. O homenzarrão ria e dizia:
- Mas para mim você será sempre a minha garotinha. A garotinha que-não-era-mais-
garotinha deixou sua casa e saiu pelo mundo. À medida que aprendia mais sobre si
mesma, aprendia mais sobre aquele homem. Viu que ele era verdadeiramente grande e forte,
porque agora reconhecia seus poderes. Um de seus poderes era sua capacidade
de expressar seu amor pela família. Não importava para que lugar do mundo ela fosse, ele
ligava para ela e dizia:
- Amo você, garotinha.
• 22
Veio o dia em que a garotinha que-não-era-mais-garotinha recebeu um telefonema. O
homenzarrão estava doente. Ele havia sofrido um derrame. Estava afásico, explicaram
à garota. Não podia mais falar e não se tinha certeza de que podia entender o que lhe diziam.
Não podia mais sorrir, rir, andar, abraçar, dançar ou dizer à garotinha
que-não-eramais-garotinha que a amava.
Então, ela foi para junto do homenzarrão. Quando entrou no quarto e o viu, ele parecia
pequeno e nada forte. Ele a olhou e tentou falar, mas não podia.
A garotinha fez a única coisa que podia fazer. Subiu na cama, ao lado do homenzarrão.
Lágrimas escorreram dos olhos de ambos e ela passou os braços em torno dos
ombros inertes do pai.
Com a cabeça em seu peito, ela pensou muitas coisas. Lembrou-se dos maravilhosos
momentos que haviam passado juntos e de como ela sempre se sentira protegida e
acarinhada pelo homenzarrão. Sentiu pesar pela perda que teria que suportar, das palavras
de amor que a haviam confortado.
Então, ela ouviu as batidas que vinham de dentro do coração do homem. Um coração onde
a música e as palavras sempre haviam vivido. O coração batia, sem se preocupar
com os danos sofridos pelo resto do corpo. E, enquanto ela estava ali, a mágica continuava.
E ela ouviu o que precisava ouvir.
O coração dele batia as palavras que seus lábios queríam mais dizer...
Amo você Amo você Amo você Garotinha Garotinha Garotinha E ela se sentiu confortada.

Patty Hansen
• 23
Verdadeiro amor
Moses Mendelssohn, avô do famoso compositor alemão, estava longe de ser um homem
bonito. Além da pequena estatura, possuía uma grotesca corcunda.
Certo dia, visitou um comerciante em Hamburgo, que tinha uma adorável filha chamada
Frumtje. Moses se apaixonou perdidamente por ela. Mas Frumtje sentiu repulsa
por sua aparência disforme.
Quando chegou a hora de sua partida, Moses reuniu coragem e subiu os degraus até o
quarto dela, a fim de ter uma última oportunidade de lhe falar. Ela era de uma
beleza celestial, mas sua recusa em olhar para ele lhe causou profunda tristeza. Depois de

7
tentar várias vezes conversar com ela, Moses perguntou timidamente:
- Você acredita que os casamentos são feitos no céu? - Sim - respondeu ela, ainda olhando
para o chão. - E você?
- Sim, acredito - replicou ele. - Sabe, no céu, quando nasce um menino, Deus anuncia a
menina que ele irá desposar. Quando nasci, minha futura noiva me foi apontada.
En tão, Deus acrescentou: "Mas sua esposa será corcunda." Aí, eu gritei: "Oh, Deus; uma
mulher corcunda seria uma tragédia! Por favor, Senhor, dê-me a corcunda e
deixe-a ser bela."
• 24
Então, Frumtj e olhou bem dentro dos seus olhos e se comoveu com alguma profunda
lembrança. Ela estendeu sua mão a Mendelssohn e, mais tarde, se tornou sua devotada
esposa.
Barry e Joyce Vissell
• 25
O juiz dos abraços
Não me bata! Abraçe-me!
Bumper Sticker
Lee Shapiro é um juiz aposentado. É também uma das pessoas mais genuinamente amorosas
que conhecemos. A certa altura de sua carreira, Lee percebeu que o amor é o
maior poder que existe. Conseqüentemente, Lee se transformou no homem dos "abraços".
Começou a oferecer a todo mundo um abraço. Seus colegas o apelidaram de "o juiz
dos abraços" (em oposição a "juiz dos enforcamentos", supomos). O adesivo do seu carro
diz: "Não me bata! Abrace-me!"
Há cerca de seis anos, Lee criou o que ele chama de "kitabraço". Do lado de fora lê-se: "Um
coração por um abraço." Dentro, há trinta coraçõezinhos vermelhos bordados
com al finetes atrás. Lee sai com seu kit-abraço, encontra as pessoas e oferece-lhes um
coraçãozinho em troca de um abraço. Lee tornou-se tão conhecido por isso
que freqüentemente é convidado para apresentar conferências e convenções, onde
compartilha sua mensagem de amor incondicional. Numa conferência em São Francisco,
a imprensa local o desafiou dizendo: "É fácil sair distribuindo abraços, aqui na
• 26
conferência, a pessoas que resolveram vir por vontade própria. Isso nunca funcionaria no
mundo real."
Eles desafiaram Lee a distribuir alguns abraços pelas ruas de São Francisco. Seguido por
uma equipe de televisão do noticiário local, Lee saiu às ruas. Primeiro,
se aproximou de uma mulher que passava.
- Oi, sou Lee Shapiro, o juiz dos abraços. Estou doando estes corações em troca de um
abraço.
- Claro - respondeu ela.
- Fácil demais - provocou o comentarista local.
Lee olhou à sua volta. Viu uma guarda de trânsito que estava enfrentando problemas com o
dono de uma BMW a quem estava entregando uma multa. Aproximou-se dela, a
equipe de televisão junto com ele, e disse:
- Parece-me que um abraço poderia lhe ser útil. Sou o juiz dos abraços e estou lhe
oferecendo um.
Ela aceitou.
O comentarista de televisão lançou um último desafio. - Veja, aí vem um ônibus. Os
motoristas de ônibus de São Franciscó são as pessoas mais rudes, rabugentas e

8
intratáveis de toda a cidade. Vamos ver se você consegue um abraço dele.
Lee aceitou o desafio.
Quando o ônibus parou, Lee disse:
- Oi, sou Lee Shapiro, o juiz dos abraços. Seu trabalho deve ser um dos mais estressantes do
mundo. Hoje, estou oferecendo abraços às pessoas para aliviar um pouco
sua carga. Gostaria de um?
O homenzarrão de dois metros e mais de cem quilos levantou do banco, desceu do ônibus e
disse:
- Por que não?
Lee o abraçou, deu-lhe um coração e acenou quando o ônibus partiu. A equipe de TV estava
sem fala. Finalmente, o comentarista disse:
- Tenho que admitir, estou muito impressionado.
• 27
C
Um dia, Nancy Johnston, amiga de Lee, bateu em sua porta. Nancy é palhaço profissional e
estava usando sua fantasia, maquiagem e tudo o mais.
- Lee, pegue um punhado de seus kit-abraço e vamos a um lar de deficientes.
Quando chegaram ao lar, começaram a distribuir chapéus com balões, corações e abraços
aos pacientes. Lee sentia-se desconfortável. Nunca havia abraçado pacientes
termi nais, pessoas gravemente retardadas ou quadraplégicas. Foi definitivamente um
esforço. Mas, depois de um certo tempo, ficou mais fácil, e Nancy e Lee conquistaram
uma comitiva de médicos, enfermeiros e serventes que os seguiram de ala em ata.
Depois de algumas horas, eles entraram na última ala. Eram os 34 piores casos que Lee
jamais vira em sua vida. O sentimento era tão cruel que partiu seu coração.
Mas, cum prindo seu compromisso de compartilhar seu amor com os outros, Nancy e Lee
começaram a passear pela sala, seguidos pela comitiva de médicos que, a essa
altura, já traziam corações nos colarinhos e chapéus feitos de balões na cabeça.
Finalmente, Lee chegou à última pessoa, Leonard. Leonard usava um enorme babador
branco sobre o qual babava. Lee olhou para Leonard, que babava, e disse:
- Vamos embora, Nancy, não há como encarar esse aqui.
Nancy replicou:
- Vamos lá, Lee. Ele também é um ser humano, não é? Então, ela colocou-lhe um engraçado
chapéu de balões na cabeça. Lee pegou um de seus coraçõzzinhos vermelhos
e prendeu-o no babador de Leonard. Respirou fundo, inclinou-se e o abraçou.
De repente, Leonard começou a gritar: - Eeeeeeh! Eeeeeeh!
Alguns dos outros pacientes na sala começaram a bater coisas. Lee voltou-se para a equipe
esperando alguma ex
. 28
plicação e apenas viu que todos os médicos, enfermeiros e serventes estavam chorando. Lee
perguntou à enfermeira chefe:
-0 que équehá?
Ele nunca poderá esquecer o que ela disse:
- Esta é a primeira vez em 23 anos que vemos Leonard sorrir.
Como é simples ser importante na vidados outros.
Jack Canfield e Mark V. Hansen
• 29
A LENTE SEMPRE SABE QUANDO ELE ANDOU OUVINDO AS FITAS DE LEO
BUSCACLIA...

9
© 1984 United Feature Syndicate, Inc.
PEANUTS reimpresso com a permissão da United Feature Syndicate, Inc.
•30•
Isso pode acontecer aqui?
Precisamos de quatro abraços por dia para sobreviver. Precisamos de oito abraços por dia
para nos manter. Precisamos de doze abraços por dia para crescer.
Virginia Satir
Sempre ensinamos às pessoas a abraçarem umas às outras em nossos workshops e
seminários. Muitas pessoas respondem dizendo:
- Você nunca conseguiria abraçar as pessoas com quem eu trabalho.
Tem certeza?
Aqui está a carta de uma aluna diplomada em nossos seminários.
Caro Jack,
Comecei este dia bem triste.
Minha amiga Rosalind parou para me perguntar se eu ia distribuir abraços. Eu apenas
resmunguei alguma coisa, porém, durante a semana, comecei a pensar sobre abraços
e tudo o mais. Eu olhava para o papel que você nos deu sobre Como Manter o Seminário
Vivo e me encolhia quando chegava à parte sobre abraçar e ser abraçado, porque
não conseguia me imaginar abraçando as pessoas no trabalho.
Bem, decidi fazer desse dia "o dia do abraço" e comecei a abraçar os clientes que se
aproximavam do meu balcão. Foi incrível ver como as pessoas simplesmente ganha
ram brilho... Um aluno do MBA saltou sobre o balcão e começou a dançar. Algumas pessoas
chegaram a voltar e pedir mais. Aqueles dois mecânicos que consertam a máquina
de xerox, e que estavam apenas caminhando lado a lado, sem falar um com o outro, ficaram
tão surpresos que simplesmente acordaram e de repente estavam conversando
e rindo pelo saguão.
Parece que eu abracei todo mundo na Wharton Business School e seja lá o que estivesse
errado comigo esta manhã, incluindo um pouco de dor, tudo passou. Descul pe-me
por escrever uma carta tão longa, mas é que simplesmente estou muito animada. O melhor
foi que, a. certa altura, havia cerca de 10 pessoas abraçando umas às outras
bem em frente ao meu balcão. Eu não podia acreditar que isto estivesse acontecendo.
Com amor, Pamela Rogers.
P.S. A caminho de casa, abracei um policial na Rua 37. Ele disse: "Uau! Policiais nunca são
abraçados. Tem certeza de que não quer atirar alguma coisa em mim?"
Outro de nossos alunos enviou-nos o seguinte trecho sobre abraços:
Abraçar é saudável. Ajuda o sistema imunológico, mantém você mais saudável, cura a
depressão, reduz o estress, induz o sono, é revigorante, rejuvenesce, não tem
•32•
efeitos colaterais indesejáveis, e é nada menos do que um remédio milagroso.
Abraçar é totalmente natural. É orgânico, naturalmente doce, não contém aditivos químicos,
não contém conservantes, não contém ingredientes artificiais e é cem por
cento integral.
Abraçar é praticamente perfeito. Não tem partes móveis, não tem baterias que acabam, não
necessita de checkups periódicos, requer baixo consumo de energia, produz
muita energia, é à prova de inflação, não engorda, não exige prestações mensais, não exige
seguro, é à prova de roubo, não tributável, não poluente e, é claro, completamente
retornável.
Fonte desconhecida

10
• 33
Jack Canfield
Você é importante
Uma professora de Nova York decidiu homenagear seus alunos do último ano do colegial,
dizendo a cada um deles a sua importância. Usando um processo desenvolvido
por Helice Bridges, de Del Mar, Califórnia, ela chamou todos os alunos em frente à classe,
um de cada vez. Primeiro, disse a eles como eram importantes para ela
e para a classe. Então presenteou cada um deles com um laço azul com uma frase impressa
em letras douradas: "Eu sou importante."
Depois, a professora resolveu desenvolver um trabalho com a classe para ver que tipo de
impacto o reconhecimento teria sobre uma comunidade. Deu a cada aluno mais
três la ços e os instruiu para que saíssem e disseminassem a cerimônia de reconhecimento.
Em seguida, eles deveriam acompanhar os resultados, ver quem homenageara
quem e relatar à classe dentro de cerca de uma semana.
Um dos garotos foi até um executivo júnior de uma empresa próxima e o condecorou por
ajudá-lo no planejamento de sua carreira. Deu-lhe um laço azul e prendeu-o em
sua camisa. Então, deu-lhe dois outros laços, e disse:
- Estamos fazendo um trabalho para a escola sobre reconhecimento, e gostaríamos que você
procurasse alguém
• 34
para homenagear, que o presenteasse com um laço azul, e então lhe desse o outro laço para
que ele possa homenagear uma terceira pessoa, disseminando esta cerimônia
de reconhecimento. Em seguida, por favor, procure-me novamente e conte-me o que
aconteceu.
Mais tarde naquele dia, o executivo júnior procurou seu chefe, que, por falar nisso, era tido
até então como um cara rabugento. Pediu ao chefe que se sentasse e
lhe disse que o admirava profundamente por ser um gênio criativo. O chefe pareceu muito
surpreso. O executivo júnior perguntou-lhe se ele aceitaria o laço azul como
presente e se permitiria que ele o colocasse. Seu chefe, surpreso, disse:
- Bem, certamente.
O executivo júnior pegou o laço azul e colocou-o no paletó do chefe bem acima do coração.
Ao dar ao chefe o último laço, disse:
- O senhor me faria um favor? Receberia este outro laço e o passaria adiante homenageando
uma outra pessoa? O garoto que me deu os laços está fazendo um trabalho
para a escola e queremos que esta cerimônia de reconhecimento prossiga, para descobrir
como ela influencia as pessoas. Naquela noite, ao chegar em casa, o chefe
procurou seu filho de quatorze anos e pediu que se sentasse. Ele disse: - Hoje me aconteceu
a coisa mais incrível. Estava em meu escritório e um dos executivos juniores
entrou, disse que me admirava e me deu este laço azul por me considerar um gênio criativo.
Imagine. Ele acha que eu sou um gênio criativo. Então, ele prendeu esse
laço azul que diz "Eu sou importante" no meu paletó, bem sobre o meu coração. Deume um
outro laço e pediu-me que homenageasse uma outra pessoa. Esta noite, voltando
para casa, comecei a pensar em quem homenagearia com esse laço e pensei em você. Quero
homenagear você. Meus dias são muito tumultuados e, quando chego em casa,
não lhe dou muita atenção. Algumas vezes grito com você por não tirar boas notas na escola
e por
• 35
seu quarto estar uma bagunça, mas, de qualquer forma, esta noite eu gostaria apenas de me

11
sentar aqui e, bem, dizer-lhe que você é importante para mim. Além de sua
mãe, você é a pessoa mais importante na minha vida. Você é um grande garoto e eu amo
você!
O sobressaltado garoto começou a soluçar, e não conseguia parar de chorar. Todo o seu
corpo tremia. Ele olhou para o pai e disse através das lágrimas:
- Papai, eu planejava cometer suicídio amanhã, porque achava que você não me amava.
Agora, não preciso mais.
Helice Bridges
• 36
Um de cada vez
Um de nossos amigos estava caminhando ao pôr-do-sol em uma praia deserta mexicana. À
medida que caminhava, começou a avistar outro homem a distância. Ao se aproximar
do nativo, notou que ele se inclinava, apanhando algo e atirando na águá. Repetidamente,
continuava jogando coisas no mar.
Ao se aproximar ainda mais, nosso amigo notou que o homem estava apanhando estrelas-
do-mar que haviam sido levadas para a praia e, uma de cada vez, as estava lançando
de volta à água.
Nosso amigo ficou intrigado. Aproximou-se do homem e disse:
- Boa tarde, amigo. Estava tentando adivinhar o que você está fazendo.
- Estou devolvendo estas estrelas-do-mar ao oceano. Você sabe, a maré está baixa e todas
essas estrelas-do-mar foram trazidas para a praia. Se eu não as lançar de
volta ao mar, elas morrerão por falta de oxigênio.
-Entendo -respondeu meu amigo-, mas deve haver milhares de estrelas-do-mar nesta praia.
Provavelmente você não será capaz de apanhar todas elas. É que são muitas,
• 37
simplesmente. Você percebe que provavelmente isso está acontecendo em centenas de praias
acima e abaixo desta costa? Vê que não fará diferença alguma?
O nativo sorriu, curvou-se, apanhou uma outra estrelado-mar e, ao arremessá-la de volta ao
mar, replicou:
- Fez diferença para aquela.
Jack Canfield e Mark V. Hansen
• 38
O presente
Bennet Cerf relata esta tocante história sobre um ônibus que sacudia ao longo de uma
estrada vicinal no sul.
Num dos assentos, um delicado senhor de idade segurava um buquê de flores frescas. Do
outro lado do corredor havia uma menina cujos olhos se voltavam insistentemente
para as flores do homem. Chegou o momento de o senhor saltar. Impulsivamente ele jogou
as flores no colo da garota. - Posso ver que você ama as flores - explicou
ele - e acho que minha esposa gostaria que fossem suas. Direi a ela que as dei a você.
A garota aceitou as flores e ficou olhando o senhor saltar do ônibus e atravessar o portão de
um pequeno cemitério.
• 39
Um irmão como esse
Um amigo meu chamado Paul ganhou um automóvel de presente de seu irmão no Natal. Na
noite de Natal, quando Paul saiu de seu escritório, um menino de rua estava andando
em volta do reluzente carro novo, admirando-o.
- Este carro é seu, senhor? - ele perguntou. Paul assentiu.

12
- Meu irmão me deu de Natal. O garoto ficou boquiaberto.
- Quer dizer que foi um presente de seu irmão e não lhe custou nada? Rapaz, quem me
dera... - hesitou ele.
É claro que Paul sabia o que ele ia desejar. Ele ia desejar ter um irmão como aquele. Mas o
que o garoto disse chocou Paul tão completamente que o desarmou.
- Quem me dera - continuou o garoto - ser um irmão como esse.
Paul olhou o garoto com espanto, e então, impulsivamente, acrescentou:
- Você gostaria de dar uma volta no meu automóvel? - Oh, sim, eu adoraria.
Depois de uma voltinha, o garoto virou-se e, com os olhos incandescentes, disse:
• 40
- O senhor se importaria de passar em frente à minha casa?
Paul deu um leve sorriso. Pensou que soubesse o que o rapaz queria. Ele queria mostrar aos
vizinhos que podia chegar em casa num carrão. Mas Paul estava novamente
enganado.
- Pode parar em frente àqueles dois degraus? - perguntou o garoto.
Ele subiu correndo os degraus. Então, passados alguns momentos, Paul ouviu-o retornar,
mas ele não vinha depressa. Carregava seu irmãozinho paralítico. Sentou-o
no degrau inferior e depois como que o abraçou fortemente e apontou carro.
- Aí está ele, amigão, exatamente como eu te contei lá em cima. O irmão deu o carro a ele
de presente de Natal e não lhe custou um centavo. E algum dia eu vou te
dar um igualzinho... então você poderá ver com seus próprios olhos, nas vitrines de Natal,
todas as coisas bonitas sobre as quais eu venho tentando te contar.
Paul saiu do carro e colocou o rapaz no banco da frente. O irmão mais velho, com os olhos
brilhando, entrou atrás dele e os três deram uma volta comemorativa.
Naquela noite de Natal, Paul aprendeu o que Jesus queria dizer quando mencionava:
"Mais afortunados os que dão..."
o
Dan Clark
Sobre a coragem
- Então, você me acha corajosa? - ela perguntou. - Sim, eu acho.
- Talvez eu seja. Mas, isso é porque eu tive alguns bons professores. Vou te contar sobre um
deles. Há muitos anos, quando trabalhava como voluntária no Hospital
Stanford, conheci uma garotinha chamada Liza que sofria de uma doença grave e rara.
Aparentemente, sua única chance de recuperação era uma transfusão de sangue de
seu irmão de cinco anos, que sobrevivera milagrosamente à mesma doença e desenvolvera
os anticorpos necessários para combater o mal. O médico explicou a situação
ao irmãozinho dela e perguntou ao menino se ele doaria seu sangue à irmã. Vi-o hesitar por
apenas um momento antes de respirar profundamente e dizer:
- Sim, eu o farei, se for para salvar Liza.
r~ medida que a transfusão transcorria, ele estava deitado num leito vizinho ao de sua irmã e
soma, como todos nós, ao ver a cor retornar às maçãs de seu rosto.
Depois, o rosto dele ficou pálido e seu sorriso se apagou. Ele olhou para o médico e
perguntou numa voz trêmula:
- Vou começar a morrer já?
• 42
Sendo muito jovem, o menino compreendera mal o médico; pensou que teria que dar a ela
todo o seu sangue.
Sim, aprendi a ser corajosa - acrescentou ela - porque tive professores que me inspiraram.

13
Dan Millman
• 43
Grande Ed
Quando cheguei à cidade para apresentar um seminário' sobre Gerência Obstinada, um
pequeno grupo me levou para jantar a fim de me instruir sobre as pessoas a quem
eu falaria no dia seguinte.
O líder óbvio do grupo era o "Grande Ed", um homenzarrão corpulento, de voz grave e
retumbante. Durante o jantar, ele me informou que trabalhava como intermediário
numa grande organização internacional. Seu trabalho consistia em ir a determinadas divisões
ou subsidiárias para rescindir o contrato do executivo encarregado.
- Joe - disse ele - estou realmente ansioso por amanhã, porque todos precisam ouvir um cara
firme como você. Eles vão ver que o meu estilo é o certo -sorriu largamente
e deu uma piscadela.
Eu sorri. Sabia que o dia seguinte seria diferente do que ele estava prevendo.
No dia seguinte, ele sentou-se impassivelmente durante todo o seminário e, ao final, saiu
sem me dizer nada.
Três anos depois, voltei àquela cidade para apresentar outro seminário gerencial para
aproximadamente o mesmo grupo. O grande Ed estava lá de novo. De repente, por
volta das dez horas, ele se levantou e perguntou em voz alta:
• 44
- Joe, posso dizer algo para estas pessoas? Eu sorri e disse:
- Claro. Quando alguém é grande como você, Ed, pode dizer o que quiser.
O grande Ed prosseguiu dizendo:
- Todos vocês me conhecem e alguns sabem o que aconteceu comigo. No entanto, quero
partilhar isso com todos vocês. Joe, acho que você vai gostar.
"Quando ouvi você sugerir a cada um de nós que, para nos tornarmos realmente firmes,
deveríamos aprender a dizer àqueles que nos são caros que realmente os amamos,
pensei que tudo aquilo não passasse de sentimentalismo barato. Tentei imaginar o que aquilo
tinha a ver com ser firme. Você tinha dito que a firmeza é como o couro,
e a dureza é como o granito; que a mente firme é aberta, flexível, disciplinada e tenaz. Mas
eu não conseguia entender o que o amor tinha a ver com isso.
"Naquela noite, quando me sentei diante de minha esposa na sala de estar, suas palavras
ainda estavam me atormentando. Que tipo de coragem seria preciso para dizer
à minha esposa que eu a amava? Será que qualquer pessoa não seria capaz de fazê-lo? Você
também havia dito que isso deveria ser feito à luz do dia, e não no quarto.
Deparei comigo mesmo limpando a garganta, e começando, e parando. Minha esposa olhou
para cima e me perguntou o que eu havia dito, e eu respondi,'Ah, nada'. Então,
de repente, levantei-me, atravessei a sala, empurrei o jornal dela nervosamente para o lado e
disse: 'Alice, eu te amo.' Por um minuto ela pareceu sobressaltada.
Então, lágrimas afloraram aos seus olhos e ela disse suavemente: 'Ed, eu também te amo,
mas esta é a primeira vez em vinte e cinco anos que você disse isso dessa
forma.'
"Conversamos durante algum tempo sobre como o amor, quando há bastante, é capaz de
dissolver todo tipo de tensões e, de repente, decidi, no entusiasmo do momento,
ligar
• 45
para meu filho mais velho em Nova York. Nunca nos dem muito bem. Quando ouvi sua voz
ao telefone, falei sopetão:'Filho, você pode pensar que estou bêbado, mas n

14
estou. Apenas pensei em te telefonar e dizer que eu te am Houve uma pausa do outro lado
da linha, e então eu o ou dizer baixinho: 'Papai, acho que eu já sabia, mas,
com cert za, é muito bom ouvir. Quero que saiba que também te am Tivemos um bom papo
e então liguei para meu filho novo em São Francisco. Sempre fomos mais chegados.
E disse o mesmo a ele, e isso também proporcionou uma co versa realmente agradável,
como nunca havíamos tido d fato. Ao me deitar naquela noite, pensando, percebi
que tud o que você havia falado - detalhes operacionais da verd deira gerência -adquiriram
um novo significado, e eu co segui perceber como aplicá-los se realmente
entendesse praticasse o amor obstinado. Comecei a ler livros sobre o a sunto. Com certeza,
Joe, várias personalidades têm muito dizer, e comecei a perceber a enorme
praticidade de aplic o amor à minha vida, tanto em casa quanto no trabalh Como alguns de
vocês aqui sabem, eu realmente mudei mi nha forma de trabalhar com as pessoas.
Comecei a prest mais atenção e a ouvir de verdade. Aprendi o que é tent conhecer os pontos
fortes das pessoas, em vez de insistir e seus pontos fracos. Comecei a
descobrir o verdadeiro praze de ajudar a desenvolver sua confiança. Talvez o mais impor
tante de tudo foi eu ter começado a entender, de verdade que uma forma excelente
de demonstrar amor e respeito pe Ias pessoas é esperar que utilizem seus pontos fortes para
al cançar os objetivos que definimos juntos. Joe, esta é minha forma
de dizer'Obrigado!' E, coincidentemente, vamos falar' do aspecto prático! Agora sou vice-
presidente da empresa e as pessoas me chamam de líder principal. Ok, pessoal,
agora ouçam esse cara!"
Joe Batten
• 46
O amor e o taxista
Outro dia, estava em Nova York, e tomei um táxi com um amigo. Quando descemos, meu
amigo disse ao motorista: - Obrigado pela condução. Você dirigiu muito bem.
O motorista do táxi ficou atordoado por um segundo. Então disse:
- Você é algum engraçadinho?
- Não, meu caro, e não estou caçoando de você. Admiro a forma como você se mantém
calmo no trânsito pesado. - É - disse o motorista, e partiu.
- O que significou tudo isso? - perguntei.
-Estou tentando trazer o amor de volta a Nova Yorkdisse ele-Acho que é a única coisa que
pode salvar a cidade. - Como um homem só pode salvar a cidade?
- Não sou um homem só. Acho que ganhei o dia para aquele motorista de táxi. Suponha que
ele tenha vinte passageiros. Ele será gentil com esses vinte passageiros
porque al guém foi gentil com ele. Por sua vez, esses passageiros serão gentis com seus
empregados ou gerentes ou garçons ou até com suas próprias famílias. Finalmente,
o bom humor poderia se espalhar para até mil pessoas. Agora não está nada mal, não é?
• 47
- Mas você depende de que aquele motorista de t passe o seu bom humor aos outros.
- Não dependo - disse meu amigo. - Estou conscie te de que o sistema não é infalível, e
assim farei o mesmo co dez pessoas diferentes hoje. Se entre estas dez eu
puder
zer três felizes, ao final posso influenciar ïndiretamente atitudes de mais 3.000.
- Essa teoria soa bem - admiti -, mas não tenho cert za de que funcione na prática.
-Não perderei coisa alguma se não funcionar. Não ga tei meu tempo dizendo àquele homem
que ele dirigiu be Ele não recebeu uma gorj eta maior nem menor. Se entrar
po um ouvido e sair pelo outro, e daí? Amanhã haverá um ou tro motorista de táxi que eu

15
possa tentar fazer feliz.
- Você é maluco - eu disse.
- Isso demonstra o quanto você se tornou cético. Fiz u estudo sobre esse assunto.
Aparentemente, o que está faltan do aos nossos funcionários dos correios, além
de dinheiro claro, é que ninguém diz a eles que estão fazendo um ótimo trabalho.
- Mas eles não estão.
- Não estão, porque acham que ninguém se importa com isso. Por que alguém não deveria
dizer uma palavra bondosa a eles?
Passávamos por um obra em construção e cinco operários estavam almoçando. Meu amigo
parou.
- É um magnífico trabalho, o de vocês. Deve ser difícil e perigoso.
Os operários olharam meu amigo desconfiados. - Quando estará terminado?
- Junho - grunhiu um homem.
- Ah. Realmente impressionante. Vocês todos devem estar muito orgulhosos.
Fomos embora. Eu disse a ele:
-Não vejo ninguém como você desde Dom Quixote de La Mancha.
• 48
- Quando aqueles homens digerirem minhas palavras se sentirão melhor. De alguma forma a
cidade se beneficiará de sua felicidade.
-Mas você não pode fazer tudo isso sozinho! -protestei. - Você é apenas um homem.
- O mais importante é não desanimar. Fazer com que as pessoas da cidade se tornem boas
novamente não é um trabalho fácil, mas se eu puder incluir outras pessoas
em minha campanha...
- Você acaba de deixar passar uma mulher muito simpática - eu disse.
- Sim, eu sei - replicou ele. - E se ela for professora, sua aula de hoje será fantástica.
Art Buchwald
• 49
Um gesto simples
Todo mundo pode ser grande... porque todo mundo pode servi Não é preciso um diploma
de faculdade para servir. Não é preei concordar sujeito e verbo para servir.
Basta um coração cheio d graça. Uma alma gerada pelo amor.
Martin Luther King, Jr
Certo dia, Mark estava caminhando da escola para casa quando notou que o menino à sua
frente havia tropeçado derrubado todos os livros que estava carregando, além
de''
dois suéteres, um bastão de beisebol, uma luva e um pequeno gravador. Mark ajoelhou-se e
ajudou o garoto a pegar as coisas espalhadas. Como estavam caminhando na
mesma direção, ajudou o menino a levar parte de sua carga. No caminho, Mark descobriu
que o nome do garoto era Bill, que ele adorava videogames, beisebol e História,
que estava tendo muitos problemas com suas outras matérias e que acabara de terminar o
relacionamento com sua namorada.
Chegaram primeiro à casa de Bill, e Mark foi convidado para uma Coca-Cola e para assistir
televisão. A tarde trànscorreu agradavelmente, com algumas risadas e alguns
segre
e
50
dos compartilhados; depois, Mark foi para casa. Os dois continuaram a se encontrar na
escola, almoçaram juntos uma ou duas vezes e ambos se formaram no primeiro

16
grau. Foram para a mesma escola secundária, onde tiveram contatos esporádicos durante
vários anos. Finalmente, o tão esperado último ano do segundo grau chegou e,
três semanas antes da formatura, Bill perguntou a Mark se eles podiam ter uma conversa.
Bill lembrou do dia em que haviam se encontrado, há alguns anos.
,, - Você algum dia se perguntou por que eu estava carregando tanta coisa naquele dia?-
perguntou-lhe Bill.-Limpei meu armário porque não queria deixar uma bagunça
para o próximo dono. Eu tinha guardado algumas pílulas para dormir da minha mãe e estava
indo para casa cometer suicídio. Mas depois que passamos algum tempo juntos
conversando e rindo, percebi que, se tivesse me matado, teria perdido aqueles momentos e
tantos outros que poderiam se seguir. Portanto, Mark, quando você pegou
meus livros no chão naquele dia, fez muito mais do que isso. Você salvou minha vida.
John W Schlatter
O sorriso
Sorria para o outro; sorria para sua esposa, sorria para seu marido, sorria para seus filhos,
sorria para o outro - não importa quem seja - e isso o ajudará a crescer
através do maior amor pelo outro.
Muitos americanos conhecem O Pequeno Príncipe, um maravilhoso livro de Antoine de
Saint-Exupéry. É um livro fantástico e lendário, que funciona tanto como história
infan til, quanto como fábula que leva os adultos à reflexão. Porém, poucos conhecem os
outros escritos de Saint-Exupéry, novelas e contos.
Saint-Exupéry foi um piloto de guerra que lutou contra os nazistas e foi morto em combate.
Antes da Segunda Guerra Mundial, lutou na Guerra Civil Espanhola contra
os fas
cistas. Escreveu uma história fascinante sobre essa experiência intitulada O Sorriso (Le
Sourire). É esta história que eu gostaria de partilhar com vocês agora.
Não está claro se ele tencionava escrever uma história autobiográfica ou uma história de
ficção. Prefiro acreditar na primeira hipótese.
52
Segundo sua história, ele foi capturado pelo inimigo e lançado numa cela de prisão. Estava
certo de que, pelos olhares desdenhosos e pelo tratamento rude que recebeu
de seus carcereiros, seria executado no dia seguinte. A partir daqui, contarei a história
conforme me lembro, com minhas próprias palavras.
"Eu tinha certeza de que seria morto. Fiquei terrivelmente nervoso e perturbado. Remexi em
meus bolsos para ver se havia algum cigarro que tivesse escapado à sua
revista. En contrei um e, por causa de minhas mãos trêmulas, mal podia levá-lo aos lábios.
Mas eu não tinha fósforos; estes eles haviam levado.
"Olhei através das grades para o meu carcereiro. Ele não respondeu ao meu olhar. Afinal,
não se estabelece contato visual com uma coisa, um cadáver. Eu gritei para
ele: 'Tem fogo, por favor?' Ele olhou para mim, encolheu os ombros e veio até onde eu
estava para acender meu cigarro.
"Ao se aproximar e acender o fósforo, seus olhos inadvertidamente se cruzaram com os
meus. Naquele momento eu sorri. Não sei por que fiz isso. Talvez por nervosismo,
talvez porque, quando se está realmente perto de alguém, é muito difícil não sorrir. Em todo
o caso, eu sorri. Naquele instante, foi como se uma faísca saltasse
no espaço entre nossos dois corações, nossas duas almas humanas. Sei que ele não queria,
mas meu sorriso saltou por entre as grades e gerou um sorriso em seus lábios
também. Ele acendeu meu cigarro, mas permaneceu perto, olhando-me diretamente nos
olhos e continuando a sorrir.

17
"Continuei sorrindo para ele, agora consciente da pessoa e não apenas do carcereiro. E seu
olhar para mim também parecia ter uma nova dimensão."
- Você tem filhos? - ele perguntou.
- Sim, aqui, aqui. - Tirei minha carteira e procurei nervosamente as fotografias de minha
família. Ele também puxou as fotos de seus ninos e começou a falar sobre
seus pla
53
nos para eles. Meus olhos se encheram de lágrimas. Eu disse que temia nunca mais ver
minha família novamente, nunca ter a chance de vê-los crescer. Lágrimas também
afloraram aos seus olhos.
"De repente, sem qualquer outra palavra, ele destrancou minha cela e silenciosamente me
conduziu para fora. Uma vez fora da prisão, conduziu-me silenciosamente por
estra das secundárias, para fora da cidade. Lá, nos limites da cidade, ele me libertou. E, sem
nenhuma outra palavra, voltou em direção à cidade.
"Minha vida foi salva por um sorriso."
Sim, o sorriso - a conexão verdadeira, espontânea, natural entre as pessoas. Conto essa
história em meu trabalho porque gostaria que as pessoas considerassem que,
sob todas as camadas que construímos para nos proteger, nossa dignidade, nossos títulos,
nossos diplomas, nossa posição e nossa necessidade de sermos vistos de determinada
forma - sob tudo isso, permanece o eu autêntico, essencial. Não receio chamá-lo de a alma.
Acredito realmente que se aquela parte de mim e aquela parte de você puderem
se reconhecer, não seremos inimigos. Não poderemos ter ódio, inveja ou medo. Concluo
tristemente que todas essas outras camadas, que construímos com tanto cuidado
ao longo de nossas vidas, nos distanciam e isolam do verdadeiro contato com os outros. A
história de Saint-Exupéry fala daquele momento mágico em que duas almas
se reconhecem.
Tive apenas alguns momentos assim. Apaixonar-se é um exemplo. E olhar para um bebê. Por
que sorrimos quando vemos um bebê? Talvez seja porque vemos alguém sem to
das aquelas camadas defensivas, alguém cujo sorriso sabemos ser genuíno e sem malícia. E
aquela "alma de bebê" dentro de nós, sorri ansiosamente em reconhecimento.
Hanoch McCarty
• 54
Amy Graham
Quando cheguei à Mile High Church, em Denver, para conduzir três cultos e um workshop
sobre a consciência da prosperidade, depois de passar a noite inteira no avião,
vin
do de Washington, D.C., estava muito cansado. Ao entrar na igreja, o Dr. Fred Vogt me
perguntou:
- Você conhece a Fundação Faça Um Desejo? - Sim - respondi.
-Bem, Amy Graham recebeu o diagnóstico de leucemia terminal. Deram a ela três dias. Seu
último desejo foi assistir aos seus ofícios.
Fiquei chocado. Senti um misto de exaltação, espanto e dúvida. Não podia acreditar. Pensei
que garotos à beira da morte quisessem ver a Disneylândia, conhecer Sylvester
Stallone, Mr. "T" ou Arnold Schwartzenneger. Com certeza não desejariam passar seus
últimos dias ouvindo Mark Victor Hansen. Por que uma garota com apenas poucos
dias de vida desejaria ouvir um orador motivacional? De repente meus pensamentos foram
interrompidos...
- Aqui está Amy - disse Vogt ao colocar a frágil mão dela sobre a minha. Diante de mim

18
estava uma garota de dezessete anos, usando um turbante vermelho e laranja
para
• 55
cobrir a cabeça calva devido a tantos tratamentos quimi terápicos. Seu corpo débil estava
curvado e sem energia. E disse:
- Minhas duas metas eram formar-me no colegial e a sistir ao seu sermão. Meus médicos não
acreditavam que pudesse alcançar nenhum dos dois. Eles não achavam qu
eu teria energia suficiente. Eles me deram alta, sob os cuida dos de meus pais... Estes são
meu pai e minha mãe.
Meus olhos encheram-se de lágrimas; fiquei paralisado;'! Perdi o equilíbrio. Estava
totalmente comovido. Limpei a garganta, sorri e disse:
- Você e seus familiares são nossos convidados. Obrigado por terem vindo. - Nos
abraçamos, esfregamos os olhos e nos separamos.
Eu assistira a muitos seminários de cura nos Estados Unidos, Canadá, Malásia, Nova
Zelândia e Austrália. Observara os melhores curandeiros trabalhando e estudei,
pesquisei,
ouvi, ponderei e questionei o que funcionava, por que e como.
Naquela tarde de sábado, conduzi o seminário a que Amy e seus pais assistiram. O auditório
estava transbordando, com mais de mil presentes ansiosos por aprender,
crescer e se tornar mais humanos.
Humildemente, perguntei ao público se gostaria de aprender um processo de cura que
poderia lhes ser útil por toda a vida. Do palco, parecia que todas as mãos estavam
levantadas bem alto no ar. Eles unanimemente queriam aprender.
Ensinei ao público a esfregar vigorosamente as mãos, separa-las cinco centímetros e sentir a
energia da cura. Então, formei pares para que sentissem a energia de
cura que emanava de seus parceiros, de um para o outro. Eu disse:
- Se você precisa de cura, aceite-a aqui e agora.
O público estava em fila e foi um sentimento extasiante. Expliquei que todos temos energia
de cura e potencial de
• 56
cura. Cinco por cento de nós temos essa energia e potencial fluindo tão dramaticamente de
nossas mãos que poderíamos fazer dessa habilidade uma profissão. Eu Aias
- Esta manhã fui apresentado a Amy Graham, de dezessete anos, cujo último desejo era estar
presente a este seminário. Quero trazê-la aqui à frente e pedir a todos
que
lhe enviem sua energia vital. Talvez possamos ajudar. Ela não pediu isso. Estou fazendo isso
espontaneamente, porque acho que é certo.
O público entoou:
- Sim! Sim! Sim! Sim!
O pai de Amy conduziu-a até o altar. Ela parecia frágil devido à quimioterapia, devido ao
longo tempo no leito e à total falta de exercícios. (Os médicos não haviam
permitido que ela andasse durante as duas semanas anteriores a este seminário.)
Pedi ao grupo que esquentasse as mãos e lhe enviasse energia de cura; em seguida, de pé, as
pessoas fizeram-lhe uma aclamação cheia de lágrimas.
Duas semanas depois, Amy telefonou-me para dizer que seu médico lhe dera alta depois de
uma remissão total da doença. Dois anos depois, ela ligou novamente para
dizer que se casara.
Aprendi a nunca subestimar a força de cura que todos possuímos. Está sempre ali para ser

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usada para o maior dos bens. Precisamos apenas nos lembrar de usa-la.
Mark V. Hansen
57
Uma história para o dia dos namorados
Larry e Jo Ann eram um casal comum. Viviam numa casa comum, numa rua comum. Como
qualquer outro casal comum, lutavam para equilibrar o orçamento e para educar
corretamente
os filhos.
Eram comuns ainda em outro aspecto - tinham seus desentendimentos. A maioria de suas
conversas dizia respeito ao que estava errado em seu casamento e de quem era
a culpa.
Até um dia em que o mais extraordinário evento ocorreu. - Sabe, Jo Ann, tenho uma
cômoda com gavetas mágicas. Toda vez que abro as gavetas, elas estão cheias de
meias e cuecas - Larry disse. - Quero agradecer-lhe por abastecê-las todos estes anos.
Jo Ann fitou o marido por cima dos óculos. - O que você está querendo Larry?
- Nada. Apenas quero que você saiba o quanto aprecio aquelas gavetas mágicas.
Essa não era a primeira vez que Larry fazia algo estranho, assim Jo Ann afastou o incidente
de sua mente até alguns dias depois.
• 58
- Jo Ann, obrigado por anotar tantos números de cheque corretamente no canhoto do talão
de cheques este mês. Você acertou quinze dos dezesseis números. E um recorde.
Não acreditando no que acabara de ouvir, Jo Ann desviou os olhos de sua costura.
- Larry, você está sempre reclamando sobre eu anotar os números dos cheques errados. Por
que parar agora?
- Por nenhum motivo. Apenas queria que você soubesse que aprecio o esforço que está
fazendo.
Jo Ann balançou a cabeça e voltou para sua costura. - O que deu nele? - murmurou para si
mesma. Contudo, no dia seguinte, ao fazer um cheque no merca do, Jo Ann
deu uma olhada no canhoto para ver se havia anotado o número certo.
- Por que é que de repente me importo com esses estúpidos números de cheque? -
perguntou a si mesma. Tentou desconsiderar o incidente, mas o comportamento de Larry
se intensificou.
- Jo Ann, esse foi um grande jantar - disse ele certa noite. - Aprecio todo o seu empenho.
Posso apostar que, nos últimos quinze anos, você serviu mais de 14.000
refeições para mim e para as crianças.
E depois:
- Nossa, Jo Ann, a casa está linda. Você deu um duro danado para deixá-la tão bonita.
E até:
- Obrigado, Jo Ann, apenas por ser você mesma. Eu realmente gosto da sua companhia.
Jo Ann estava ficando preocupada.
- Onde estão o sarcasmo, o criticismo?-perguntava-se. Seus temores de que algo peculiar
estivesse acontecendo ao seu marido foram confirmados por Shelly, de dezesseis
anos, que reclamou:
- O papai pirou, mamãe. Ele simplesmente me disse que eu estava bonita. Com toda essa
maquiagem e essas rou
• 59
pas desleixadas, mesmo assim ele disse que eu estava boni Aquele não é o papai, mãe. O que
há de errado com ele? Independente do que estivesse errado, Larry não

20
se orou do erro. Dia após dia, ele continuava a se concentrar positivo.
As semanas se passavam, e Jo Ann se acostumava ca vez mais ao estranho comportamento
de seu companheir ocasionalmente, ela até lhe rosnava um "Obrigada'. Ela s
orgulhava de enfrentar a situação com calma e serenidad até que um dia aconteceu algo tão
peculiar que ela ficou completamente perturbada:
- Quero que você descanse um pouco - disse Larry Vou lavar os pratos. Por favor, largue
esta frigideira e saia d cozinha.
(Longa, longa pausa).
- Obrigada, Larry. Muito obrigada!
Os passos de Jo Ann estavam agora um pouco mais leves sua autoconfiança mais elevada e,
de vez em quando, ela cantarolava. Parecia que não tinha mais tantos ataques
de tristeza.
-Prefiro o novo comportamento de Larry-pensou. Este seria o final da história se outro
evento ainda mais extraordinário não tivesse ocorrido. Desta vez, foi Jo Ann
quem falou.
- Larry - disse ela. - Quero agradecer-lhe por trabalhar e nos sustentar durante todos estes
anos. Acho que eu nunca lhe disse o quanto aprecio isso.
Larry nunca revelou a razão de sua dramática mudança de comportamento, por mais que Jo
~~nn tenha insistido numa resposta, e assim, esse continuará sendo mais um
dos mistérios da vida. Mas é um mistério com o qual sou grata em conviver.
Como você pode ver, eu sou Jo Ann.
n
Jo Ann Larsen Desert New's
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Carpe diem!
Um brilhante exemplo de expressão de coragem é John Keating, o professor revolucionário
interpretado por Robin Williams em Sociedade dos Poetas Mortos. Neste filme
magis tral, Keating toma um grupo de estudantes espiritualmente impotentes,
arregimentados e reprimidos num internato rígido e os inspira a tornarem suas vidas
extraordinárias.
Estes jovens, como Keating lhes faz ver, perderam de vista seus sonhos e ambições. Estão
automaticamente vivendo os planos e expectativas de seus pais em relação
a eles. Pla nejam se tornarem médicos, advogados e banqueiros porque isso é o que seus
pais lhes disseram que irão fazer. Mas estes rapazes sem vida dificilmente
dedicaram qualquer pensamento ao que seus corações lhes clamam a expressar.
Uma das primeiras cenas do filme mostra o Sr. Keating descendo com os meninos até o
saguão da escola, onde um quadro de troféus exibe fotos de turmas anteriores
de alunos. Olhem para estas fotos, meninos' - Keating diz aos estudantes. - "Os jovens que
vocês contemplam possuíam a mesma chama que vocês possuem nos olhos. Planejavam
revolucionar o mundo e transformar suas vidas em algo magnífico. Isso foi há setenta anos.
Agora estão todos mortos.
Quantos deles realmente viveram seus sonhos? Quantos zeram o que estavam determinados
a realizar?" Então, o Keating se inclina para o grupo de rapazes e murmura
modo que todos possam ouvi-lo: "Carpe diem! Aproveitem oportunidades!"
No início os estudantes não sabem o que fazer com es estranho professor. Mas logo
ponderam a importância suas palavras. Passam a respeitar e reverenciar o Sr. Keatin
que deu a eles uma nova visão - ou devolveu-lhes suas sões originais.
d

21
Todos nós carregamos algum tipo de cartão de aniversário quego~ taríamos de presentear a
alguém - uma expressão de alegr criatividade ou vivacidade que escondemos
sob a camisa.
Uma das personagens do filme, Knox Overstreet, é pe didamente apaixonado por uma bela
garota. O único probl ma é que ela é a garota de um famoso atleta. Knox está
enfe
tiçado por essa adorável criatura até a raiz dos cabelos, m não tem autoconfiança para se
aproximar dela. Então, ele s lembra do conselho do Sr. Keating: "Aproveite
as oportun dades!" Knox percebe que não pode simplesmente continu ar sonhando - se ele a
quer, terá que fazer algo a respeito. faz. Corajosa e poeticamente, ele
lhe declara seus mais puro sentimentos. Durante sua declaração, ela o manda embora, ele
leva um soco no nariz do namorado dela e enfrenta em baraçosos contratempos.
Mas Knox não quer desistir do se sonho e, assim, segue o desejo de seu coração. No final, el
percebe que o amor dele é verdadeiro e abre seu coração Apesar de Knox
não ser especialmente bonito ou popular, garota é conquistada pela força de sua intenção
sincera. El tornou sua vida extraordinária.
Eu mesmo tive uma chance de praticar o "Aproveite a oportunidades!" Apaixonei-me por
uma garota atraente que conheci numa loja de animais de estimação. Ela era mais
jo-'
vem do que eu, levava um estilo de vida muito diferente e
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não tínhamos muito sobre o que conversar. Mas, de alguma forma, nada disso parecia
importar. Eu gostava de estar com ela e sentia uma chama na sua presença. E,
aparentemente,
ela também gostava de minha companhia.
Quando soube que o aniversário dela estava chegando, decidi convidá-la para sair. Antes de
lhe telefonar, sentei-me e fiquei olhando para o telefone durante mais
ou menos meia hora. Então discava e desligava antes que tocasse. Sentia-me como um
garoto de colégio, oscilando entre a ansiedade e excitação e o medo da rejeição.
Uma voz diabólica insistia em me dizer que ela não gostava de mim e que seria muito
atrevimento convidá-la. Mas eu estava entusiasmado demais com a idéia de sair
com ela para deixar que esses receios me detivessem. Finalmente, tomei coragem e a
convidei. Ela me agradeceu e disse que já tinha outros planos.
Senti-me nocauteado. A mesma voz que me dissera para não telefonar me advertiu para
desistir antes de ficar ainda mais envergonhado. Mas eu estava decidido a ver
no que ia dar essa atração. Havia algo mais dentro de mim querendo vir à tona. Eu tinha
sentimentos por aquela mulher, e precisava expressá-los.
Fui a uma loja e comprei-lhe um lindo cartão de aniversário no qual escrevi uma mensagem
poética. Dobrei a esquina em direção à loja de animais. Sabia que ela estava
lá traba
lhando. Ao me aproximar da porta, a mesma voz perturbadora me aconselhou cautela: "E se
ela não gostar de você? E se ela o rejeitar?" Sentindo-me vulnerável, meti
o cartão embaixo da camisa. Decidi que se ela me mostrasse sinais de afeição, eu o daria; se
ela fosse fria comigo, manteria o cartão escondido. Dessa forma eu não
correria riscos e evitaria a rejeição ou vergonha.
Conversamos durante alguns momentos e não recebi sinal algum de sua parte, numa ou
noutra direção. Sentindome constrangido, fui saindo.
No entanto, ao me aproximar da porta, uma outra voz me falou. Era um sussurro, como a

22
voz do Sr. Keating. A voz me
• 63
estimulou "Lembre-se de Knox Overstreet... Carpe diem! Neste momento, estava diante de
minha aspiração em ex pressar totalmente meus sentimentos e de minha resistênci
em enfrentar a insegurança de me despir emocionalmente Como posso sair por aí dizendo às
pessoas que vivencie
seus sonhos, perguntei a mim mesmo, quando eu não esto vivenciando os meus? Além disso,
qual a pior coisa que p deria acontecer? Qualquer mulher adoraria receber
um poé tico cartão de aniversário. Decidi aproveitar a oportunidade Ao fazer essa escolha,
senti uma onda de coragem correr pe Ias minhas veias. De fato, havia força
na intenção.
Senti-me mais satisfeito e em paz comigo mesmo do que havia m sentido durante muito
tempo... Precisava abrir meu coração e da amor sem esperar nada em troca.
Retirei o cartão de dentro da camisa, virei-me, fui até balcão e entreguei-o a ela. Ao entregá-
lo senti um vigor e uma excitação incríveis - além de medo. (Fritz
Perls disse
que o medo é "uma excitação sem fôlego".) Mas entreguei cartão.
E sabe o que aconteceu? Ela não ficou especialmente im-¡, pressionada. Disse "obrigada" e
colocou o cartão de lado, sem nem abri-lo. Meu coração afundou. Senti-me
desapon tado e rejeitado. A ausência de resposta parecia ainda pior do que um fora direto.
Despedi-me educadamente e saí da loja. Então, algo interessante aconteceu. Comecei a me
sentir estimulado. Uma enorme onda de satisfação interna se acumulou dentro
de mim e fluiu para todo o meu ser. Eu havia expressado meus sentimentos e isso me
trouxera uma sensação fantástica! Eu havia vencido o medo e partido para a pista
de dança. Sim, eu fora um pouco desajeitado, mas havia conseguido. (Emmet Fox disse:
"Faça-o tremendo se precisa fazê-lo, mas faça-o!") Eu havia mostrado meus sentimentos
sem exigir garantias de
• 64
resultados. Não dei para receber algo em troca. Abri meus sentimentos a ela sem
compromisso com uma determinada resposta.
A dinâmica necessária para que qualquer relacionamento funcione. basta continuar
demonstrando seu amor.
Minha animação aprofundou-se, transformando-se num morno contentamento. Senti-me
mais satisfeito e em paz comigo mesmo do que me sentira em muito tempo. Per
cebi o propósito de toda a experiência: eu precisava aprender a abrir meu coração e dar
amor sem exigir nada em troca. Não era uma experiência de criar um relacionamento
com aquela mulher. Era o aprofundamento de meu relacionamento comigo mesmo. E eu
consegui. O Sr. Keating teria ficado orgulhoso. Mas, acima de tudo, eu estava orgulhoso.
Desde então não vi mais a garota. Mas aquela experiência mudou minha vida. Através
daquela simples interação, pude ver claramente a dinâmica necessária para fazer
qual quer relacionamento, e até mesmo o mundo inteiro, funcionar: Basta continuar
demonstrando seu amor.
Acreditamos que nos magoamos quando não recebemos amor. Mas não é isso que nos
magoa. Nosso sofrimento vem quando não damos amor. Nascemos para amar. Você poderia
dizer que somos máquinas de amar criadas por Deus. Funcionamos com mais potência
quando estamos dando amor. O mundo nos levou a acreditar que nosso bem-estar depende
do amor de outras pessoas. Mas este é o tipo de pensamento às avessas, que tem causado
tantos de nossos problemas. A verdade é que nosso bem-estar depende de nossa

23
capacidade de dar amor. Não tem nada a ver com o que volta; tem a ver com o que vai!
Alan Cohen
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Conheço você, você é igualzinho a mim!
Um de nossos amigos mais chegados é Stan Dale. St ministra um seminário sobre amor e
relacionamentos cha coado Sexo, Amor e Intimidade. Há alguns anos, numa ten
tativa de descobrir como era realmente o povo da União S viética, ele levou para lá, durante
duas semanas, 29 pessoas: Quando escreveu sobre a experiência em seu
boletim, fica mos profundamente tocados pelo seguinte caso.
Ao caminharmos por um parque na cidade industrial de;; Cracóvia, vi um senhor russo,
veterano da Segunda Guerra Mundial. Os veteranos são facilmente identificáveis
pelas medalhas e fitas que exibem orgulhosamente em suas camisas e jaquetas. Não é um ato
de vaidade. É a forma de seu país homenagear aqueles que ajudaram a salvar
a Rússia, embora vinte milhões de russos tenham sido mortos pelos nazistas. Fui até este
senhor, sentado ao lado de sua esposa, e disse: "Droozhba, emir (paz e amizade).
O homem, fitandome com descrença, apanhou o broche que havíamos feito para a viagem,
que dizia ~mizadé em russo e mostrava um mapa dos Estados Unidos e da União
Soviética seguros por mãos amorosas, e disse: Americanski? Respondi: Da, Americanski.
Droozhba, emir." Ele apertou ambas as minhas mãos,
• 66
como se fôssemos irmãos há muito separados, e repetiu novamente: Americanski! Desta vez
havia reconhecimento e amor na sua afirmação.
Durante os próximos minutos, ele e a esposa falaram em russo como se eu entendesse tudo,
e eu falei inglês como se soubesse que ele entenderia. E sabe de uma coisa?
Nenhum de nós entendia uma palavra, mas com certeza compreendíamos um ao outro. Nos
abraçamos, rimos e choramos, dizendo todo o tempo Droozhba, emir, Americanski.
"Eu te amo, estou orgulhoso de estarem seu país, não queremos a guerra. Eu amo você!"
Mais ou menos cinco minutos depois, nos despedimos e os sete de nosso pequeno grupo se
foram. Cerca de quinze minutos depois, já a uma distância considerável, este
mesmo senhor veterano nos alcançou. Ele veio até mim, tirou sua medalha da Ordem de
Lenin (provavelmente sua mais alta condecoração) e prendeu-a à minha jaqueta.
Então me beijou nos lábios e me deu um dos abraços mais calorosos e fraternos que já
recebi. Ambos choramos, nos olhamos nos olhos durante um longo tempo e nos dissemos
Dossvedanya (adeus).
A história acima simboliza toda a nossa viagem de "diplomacia civil" à União Soviética.
Todos os dias conhecíamos e tocávamos centenas de pessoas, em todos os locais
possí
veis e impossíveis. Nem os russos, nem nós, americanos, jamais seremos os mesmos. Hoje,
há centenas de crianças nas três escolas que visitamos que não concordarão
imediatamente que os americanos são pessoas que querem destruílos. Dançamos, cantamos
e brincamos com crianças de todas as idades, e depois nos abraçamos, nos beijamos
e trocamos presentes. Elas nos deram flores, bolos, broches, pinturas, bonecas, mas, mais
importante que tudo isso, abriram seus corações e mentes.
Mais de uma vez, fomos convidados a participar de festas de casamento, e nenhum membro
da famlia poderia ter
• 67
sido mais calorosamente aceito, acolhido e festejado do nós fomos. Nos abraçamos, nos
beijamos, dançamos e to mos champagne, schnapps e vodka com o noivo e a noiva,

24
a sim como Momma e Poppa e o resto da família.
Em Kursk, fomos recepcionados por sete famílias russ que se apresentaram como
voluntárias para nos recebere para uma noite maravilhosa de comida, bebida e conve:
Quatro horas mais tarde, nenhum de nós queria partir. N so grupo tem agora uma família
completa na Rússia.
Na noite seguinte, recebemos "nossa família" em noss hotel. A banda tocou até quase meia-
noite, e sabem o que mais? Mais uma vez, comemos, bebemos, conversamos,
dará çamos e choramos quando chegou a hora de dizer adeus Dançamos cada dança como
amantes apaixonados, e er exatamente o que éramos.
Eu poderia me estender para sempre sobre nossas expe riências, mas ainda assim não haveria
como transmitir vocês exatamente como nos sentimos. Como você se sentiri
ao chegar ao seu hotel em Moscou, se houvesse uma mensa gem telefônica o aguardando,
escrita em russo, do escritório de Mikhail Gorbachev, dizendo que ele lamentava
muito não poder encontra-lo naquele fim de semana, pois estaria fora da cidade, mas que,
em lugar desse encontro, providenciara um outro de duas horas entre todo
o grupo e cerca de meia-dúzia de membros do Comitê Central para uma mesaredonda?
Tivemos um debate extremamente franco sobre tudo, inclusive sexo.
Como você se sentiria se mais de uma dúzia de senhoras de idade, usando babushkas,
descessem as escadas de seus prédios de apartamentos e o abraçassem e o beijassem?
Como se sentiria se suas guias, Tanya e Natasha, lhe dissessem e a todo o grupo, que nunca
haviam conhecido ninguém como vocês? E, quando partimos, todos os trinta
choramos, porque havíamos nos apaixonado por essas mulheres fabulosas, e elas por nós.
Sim, como se sentiria? Provavelmente, exatamente como nós.
q.
• 68
Cada um de nós teve sua experiência própria, é claro, mas a experiência coletiva certamente
nos faz uma revelação: a única forma de garantir algum dia a paz neste
planeta
é adotar o mundo inteiro como "nossa família". Teremos que abraça-los e beija-los. E dançar
e brincar com eles. E teremos que nos sentar e conversar e caminhar e
chorar com eles. Pois, quando o fizermos, poderemos ver que, de fato, todos são belos,
todos nos complementamos uns aos outros de uma forma tão bela, e todos seríamos
mais pobres sem o outro. Então, os dizeres: "Eu conheço você, você é igualzinho a mim!"
passarão a ter o mega-sentido de "Esta é'minha família e eu ficarei ao seu
lado, não importa o que houver!"
Stan Dale
• 69
I A mais nobre necessidade
No mínimo uma vez ao dia, nosso velho gato preto ve até um de nós, de uma forma que
todos passamos a ver iss como um pedido especial. Não que ele queira ser alimenta
do ou que o deixem sair ou algo do gênero. Sua necessidad é de algo bem diferente.
Se você tem um colo acessível, ele saltará para ele; se não,' é provável que permaneça ali, de
pé, olhando-o suplicante, até que você libere seu colo para ele. Uma
vez ali, ele começa
a vibrar, quase antes de você afagar suas costas, coçar seu queixo e repetir várias vezes o
quanto ele é um bom gatinho. Então, seu motor entra em rotação de verdade;
ele se contorce para ficar confortável; ele se esparrama. De vez em quando, um de seus
ronrons lhe foge ao controle e se transforma num ronco. Ele olha para você

25
com olhos bem abertos de adoração e lhe dá aquela longa e demorada piscadela de
confiança definitiva, própria dos gatos.
Depois de algum tempo, aos poucos, ele se aquieta. Se achar que pode, talvez fique no seu
colo para uma soneca aconchegante. Mas é igualmente provável que salte
para o
chão e vá perambular por aí e cuidar dos seus afazeres. Em qualquer das hipóteses, ele está
se sentindo bem.
70
Nossa filha coloca tudo isso numa frase simples: "Blackie precisa ser afagado."
Em nosso lar ele não é o único que tem essa necessidade: eu a compartilho e minha esposa
também. Sabemos que essa necessidade não é exclusiva de nenhuma faixa etária.
Ainda
assim, uma vez que sou professor e pai, eu a associo especialmente aos jovens, com sua
rápida e impulsiva necessidade de um abraço, de um colo quente, uma mão segura,
uma coberta bem arrumada, não porque algo esteja errado, não porque algo precise ser
feito, apenas porque este é o seu jeito de ser.
Há uma porção de coisas que eu gostaria de fazer por todas as crianças. Se eu pudesse
realizar apenas uma, seria esta: garantir a cada criança, em todos os lugares,
pelo menos um bom afago todos os dias.
As crianças, como os gatos, precisam de tempo para serem afagadas.
Fred T. Wilhelms
Bopsy
A mãe de 26 anos olhou em direção ao filho que estav morrendo de leucemia grave. Apesar
de ter seu coração car regado de tristeza, ela também tinha um sentimento
de forte,
determinação. Como qualquer mãe ou pai, desejava que seu filho crescesse e realizasse
todos os seus sonhos. Agora isso não era mais possível. A leucemia se encarregaria
disso. Mas ela ainda queria que os sonhos de seu filho se realizassem.
Pegou a mão do filho e perguntou:
-Bopsy, você alguma vez pensou no que gostaria de ser quando crescesse? Você já sonhou
ou imaginou o que faria de sua vida?
- Mamãe, eu sempre quis ser bombeiro quando cresces
se.
A mamãe sorriu para ele e disse:
- Vamos ver se podemos transformar seu desejo em realidade.
Mais tarde, naquele dia, ela foi ao Corpo de Bombeiros em Phoenix, Arizona, onde
conheceu o bombeiro Bob, que tinha um coração tão grande quanto a cidade de Phoenix.
Ela
explicou o último desejo do filho e perguntou se seria possível dar uma volta ao redor do
quarteirão com o menino de seis anos num carro de bombeiros.
72
O bombeiro Bob disse:
- Olhe, podemos fazer mais que isso. Se seu filho estiver pronto às sete horas da manhã de
quarta-feira, faremos dele um bombeiro honorário por um dia. Ele poderá
vir ao Corpo de Bombeiros, comer conosco, sair em todas as chamadas de incêndio,
acompanhar todo o nosso trabalho! E, se nos der suas medidas, conseguiremos um uniforme
de bombeiro para ele, com um chapéu de bombeiro de verdade - não de brinquedo - com o
emblema do Corpo de Bombeiros de Phoenix, um impermeável amarelo como o nosso

26
e botas de borracha. São fabricados aqui mesmo em Phoenix, e, portanto, podem ser feitos
rapidamente.
Três dias depois, o bombeiro Bob apanhou Bopsy, vestiuo em seu uniforme de bombeiro e
escoltou-o de seu leito de hospital ao caminhão com guincho e escada que os
aguarda
va. Bopsy sentou-se na parte traseira do caminhão e ajudou a conduzi-lo de volta ao posto
de bombeiros. Ele estava nas nuvens.
Naquele dia, houve três chamadas de incêndio em Phoenix, er Bopsy saiu em todas elas. Ele
andou em vários carros de bombeiro, na caminhonete dos paramédicos e até
no carro do chefe dos bombeiros. Além disso, também foi filmado para o telejornal local.
Tendo realizado seu sonho, com todo o amor e atenção que foram derramados sobre ele,
Bopsy ficou tão profundamente tocado que viveu três meses além do que qualquer
médico julgara possível.
Uma noite, todos os seus sinais vitais começaram a cair drasticamente e a enfermeira chefe,
que acreditava no conceito Hospice de que ninguém deve morrer só, começou
a
chamar os membros da família ao hospital. Lembrou-se então do dia que Bopsy havia
passado como bombeiro e telefonou ao chefe do Corpo de Bombeiros, perguntando se
poderia enviar um bombeiro uniformizado ao hospital, para estar com ele em seus últimos
instantes de vida. O chefe respondeu:
• 73
- Podemos fazer mais que isso. Estaremos aí em ci minutos. A senhora me faria um favor?
Quando ouvir sirenes soando e vir as luzes piscando, poderia anunciar
sistema de alto-falantes que não se trata de um incêndio apenas o Corpo de Bombeiros que
veio ver um de seus lhores membros mais uma vez. E a senhora poderia ab
janela do quarto dele? Obrigado.
Cerca de cinco minutos depois, um caminhão com g,u; cho e escada chegou ao hospital,
estendeu a escada até a j nela aberta do quarto de Bopsy no terceiro andar e
14 h mens e 2 mulheres do Corpo de Bombeiros subiram e ente ram no quarto de Bopsy.
Com a permissão de sua mãe, ab çaram-no, seguraram-no e disseram-lhe o quanto
o amava
Com seu último suspiro, Bopsy olhou para o chefe d bombeiros e disse
- Chefe, sou mesmo um bombeiro agora? - Sim, Bopsy, você é.
Com aquelas palavras, Bopsy sorriu e fechou os olh pela última vez.
Jack Canfield e Mark V Hans
• 74
~MPçAO REPF
R$ 0,50
Z~88y © Ziggy and Friends. Dtstributdo pelo Universal Press Sindicate. Reimpressão
autorizada, Todos os direitos reservados.
..:... .•: .:•...s,
• 75
-¡~,~,. W ~g+,.
Filhotes à venda
Um lojista estava fixando na porta de sua loja um cari onde se lia "Filhotes à Venda".
Cartazes como esse têm o p der de atrair crianças pequenas e, na verdade,
um garotinha
apareceu sob o cartaz do lojista.

27
- Por quanto o senhor vai vender os filhotes? -pergun tou ele.
O dono da loja respondeu: - Entre 30 e 50 dólares.
O garotinho enfiou a mão no bolso e tirou uns trocados. - Tenho 2,37 dólares - disse ele. -
Posso dar um olhada neles?
O dono da loja sorriu, assobiou e, do canil, saiu Lady, qu veio pelo corredor seguida de
cinco pequeninas e miúda bolinhas de pêlo. Um dos filhotes tinha ficado
consideravel mente para trás. Imediatamente, o garotinho indicou o filhote atrasado, que se
movia com dificuldade, e disse:
- O que há de errado com aquele cachorrinho?
O dono da loja explicou que o veterinário havia examinado o filhotinho e descobrira que ele
não possuía uma articulação do quadril. Ele mancaria para sempre. Seria
defeituoso para sempre. O garotinho ficou animado.
. 76 •
Este é o filhotinho que quero comprar. O dono da loja disse:
- Nãó, você não pode comprar este cachorrinho. Se você realmente o quiser, eu o darei a
você.
O garotinho ficou muito aborrecido. Olhou diretamente nos olhos do dono da loja, com o
dedo em riste, e disse:
- Eu não quero do senhor um presente. Aquele cachorrinho vale exatamente tanto quanto os
outros e eu pagarei o preço real. Na verdade, eu lhe darei 2,37 dólares
agora, e cinqüenta centavos por mês, até que tenha pago tudo.
O dono da loja se opôs:
- Você não quer realmente comprar esse cãozinho. Ele nunca será capaz de correr, saltar e
brincar com você como os outros filhotes.
Diante disso, o garotinho abaixou-se e enrolou a perna da calça, revelando uma perna
esquerda gravemente deformada e aleijada, amparada por um grande braço de metal.
Olhou para o dono da loja e replicou suavemente:
-Bem, eu também não corro tão bem, e o filhotinho precisará de alguém que compreenda
isso!
Dan Clark
Weathering the Storm
. 77
2
APRENDENDO A AMAR A SI PRÓPRIO
Certa vez, Oliver Wendell Holmes participou de uma reunião na qual, entre os presentes, ele
era o homem mais baixo. - Dr.Holmes -gracejou um amigo -eu deveria julgar
que o senhor se sente um tanto pequeno entre nós, grandes sujeitos. - Realmente- retrucou
Holmes - sinto-me como uma moeda de dez centavos de dólar, entre uma porção
de moedas de um centavo.
0 Buda de ouro
E agora, eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é
invisível para os olhos.
Antoine de Saint-Exupéry
No outono de 1988, minha esposa Georgia e eu fomos convidados a fazer uma palestra
sobre auto-estima e desempenho máximo numa conferência em Hong Kong. Como nunca
havíamos estado no Extremo Oriente, decidimos estender nossa viagem e visitar a Tailândia.
Ao chegarmos a Bangkok, resolvemos fazer uma visita aos mais famosos templos budistas
da cidade. Naquele dia, juntamente com nosso intérprete e motorista, eu e Georgia

28
visitamos vários templos budistas, mas, depois de algum tempo, todos eles começaram a se
confundir em nossa memória.
No entanto, um dos templos deixou uma indelével impressão em nossos corações e mentes.
Chama-se o "Templo do Buda de Ouro". O templo em si é muito pequeno, prova
velmente não mais do que 10 X 10 metros. Mas, ao entrarmos, ficamos atordoados com a
presença de um Buda de ou
ro maciço de 3,5 metros de altura. Ele pesa mais de duasneladas e meia, e está avaliado em
aproximadamente c e noventa e seis milhões de dólares! Foi uma visão extre
mente impressionante - o Buda de ouro maciço, gen. bondoso, embora imponente, sorrindo
para nós. Enqu estávamos envolvidos com as atividades normais dos t tas (tirar
fotografias e fazer exclamações de admiração di da estátua), caminhei até uma vitrine que
continha um de pedaço de barro com cerca de oito polegadas de espes ra
por doze polegadas de largura. Ao lado da vitrine ha uma página datilografada descrevendo
a história desta ma, nífica peça de arte.
Nos idos de 1957, um grupo de monges de um mon tério precisava transferir um Buda de
barro de seu teme para um novo local. O monastério teria que ser transferi
para ceder espaço à construção de uma auto-estrada q atravessaria Bangkok. Quando o
guindaste começou a su pender o ídolo gigantesco, seu peso era tamanho que ele
c meçou a rachar. E, como se isso não bastasse, começou a ch ver. O monge superior, que
estava preocupado com os d nos que pudessem ocorrer ao Buda sagrado, resolveu
devo ver a estátua ao chão e cobri-la com um grande encerado d lona para protegê-la da
chuva.
Mais tarde, naquela noite, o monge foi verificar como e tava o Buda. Acendeu sua lanterna
sob o encerado para ve se o Buda continuava seco. Conforme a luz incidiu
sobre
rachadura, o monge notou um pequeno brilho e achou e tranho. Ao olhar mais de perto o
reflexo da luz, perguntou se se poderia haver algo sob o barro. Foi buscar
um cinzel um martelo no monastério e começou a retirar o barro. medida que derrubava
fragmentos do barro, o pequeno brilho se tornava maior e mais forte. Muitas
horas de trabalho se passaram até que o monge se deparou com o extraordinário Buda de
ouro maciço.
Os historiadores acreditam que algumas centenas de anos antes da descoberta do monge, o
exército dos birma
e,
• 82
peses estava prestes a invadir a Tailândia (chamada então de pião). Os monges siameses,
percebendo que seu país seria logo atacado, cobriram seu precioso Buda de
ouro com uma cansada externa de barro, a fim de evitar que seu tesouro fosse roubado
pelos birmaneses. Infelizmente, parece que os birmaneses massacraram todos os
monges siameses, e o bem-guardado segredo do Buda de ouro permaneceu intacto até
aquele fatídico dia em 1957.
Voltando para casa no avião da Cathay Pacific Airlines, pensei comigo mesmo: "Somos
todos como o Buda de barro, recobertos por uma concha de resistência criada pelo
medo e
ainda assim, dentro de cada um de nós, há um 'Buda de ouro', um'Cristo de ouro' ou
uma'essência de ouro', que é o nosso eu verdadeiro. Em algum lugar ao longo do
caminho, entre as idades de dois e nove anos, começamos a encobrir nossa 'essência de
ouro', nosso eu natural. E, assim como o monge, com o martelo e o cinzel, nossa

29
tarefa agora é descobrir mais uma vez a nossa verdadeira essência."
Jack Canfield
• 83
Comece consigo mesmo
As palavras a seguir foram escritas na tumba de um bis anglicano (1100 A.D.), nas criptas da
abadia de Westminste
Quando era jovem e livre, e minha imaginação não tinha limites, eu sonhava em mudar o
mundo. Quando fiquei mais velho e mais sábio, descobri que o mundo não mudaria,
e assim reduzi um pouco os limites de meu ideal e decidi mudar apenas meu país.
Porém este, também, parecia imutável.
À medida que chegava ao crepúsculo, numa última e desesperada tentativa, procurei mudar
apenas minha família, aqueles mais próximos a mim, mas, ai de mim, eles não
mudaram.
E agora, deitado em meu leito de morte, subitamente percebo: se eu tivesse apenas mudado
a mim mesmo primeiro, então, pelo exemplo, eu teria mudado minha família.
Com sua inspiração e estímulo, eu poderia ter melhorado meu país e, quem sabe até, ter
mudado o mundo.
Anônimo
• 84
Nada além da verdade!
David Casstevens, do Dallas Morning News, conta uma história sobre Frank Szymanski,
centroavante do Notre Dame nos anos 1940, que foi chamado para servir de testemunha
numa ação civil em South Bend.
- O senhor está no time de futebol este ano? - perguntou o juiz.
- Sim, Excelência. - Em que posição? - Centroavante, Excelência. - Um bom centroavante?
Szymanski contorceu-se na cadeira, mas disse com firmeza:
- Senhor, sou o melhor centroavante que o Notre Dame já teve.
Frank Leahy, treinador do time, que estava no tribunal, ficou surpreso. Szymanski sempre
fora modesto e despretensioso. Assim, quando a audiência terminou, ele puxou
Szy manski de lado e perguntou-lhe porque tinha feito tal afirmação. Szymanski corou.
--- Detestei fazê-lo, treinador - disse ele. - Mas, afinal, eu estava sob juramento.
85
Cobrindo todas as bases
Um garotinho falava consigo mesmo ao transpor corre do o quintal de sua casa, boné de
beisebol a postos, carrega do bola e taco.
- Sou o maior jogador de beisebol do mundo - dizi orgulhosamente.
Então, lançou a bola no ar, girou o taco, e errou. Impávt do, ele pegou a bola, j ogou-a no
ar e disse a si mesmo:
- Sou o maior jogador de todos os tempos!
Ele girou o taco novamente, e novamente errou. Fez u pausa e examinou cuidadosamente o
taco e a bola. Então ~tma vez mais lançou a bola no ar e disse:
- Sou o maior jogador de beisebol que já existiu. Girou fortemente o taco e novamente
perdeu a bola.
-Uau! Que lançador!
Fonte desconhecida
Lima criança pequena estava desenhando e sua professora disse: - É um desenho
interessante. Fale-me sobre ele.
- É um retrato de Deus.

30
- Mas ninguém sabe como é Deus.
- Vão saber quando eu tiver terminado.
• 86
Minha declaração de auto-estima
O que eu sou só será suficientemente bom, se eu o for abertamente.
Carl Rogers
O trecho seguinte foi escrito em resposta à pergunta de uma garota de 15 anos: "Como
posso me preparar para uma vida de plena satisfação?"
Sou eu mesma.
No mundo inteiro, não há ninguém mais exatamente como eu. Há pessoas que possuem
algumas partes que eu também possuo, mas o todo nunca é exatamente igual ao meu.
Portanto, tudo que vem de mim é autenticamente meu, porque eu o escolhi sozinha.
Sou dona de tudo o que diz respeito a mim - meu corpo, inclusive tudo o que ele faz; minha
mente, inclusive todos os meus pensamentos e idéias; meus olhos, inclusive
as imagens de tudo o que eles contemplam; meus sentimentos, independente de quais sejam
- raiva, alegria, frustração, amor, desapontamento, excitação; minha boca
e todas as palavras que saem dela - gentis, doces ou rudes, corretas ou incorretas; minha
voz, estridente ou suave; e todas as minhas ações, sejam elas para os outros
ou para mim mesma.
• 87
Possuo minhas próprias fantasias, meus sonhos, min esperanças, meus medos.
Possuo todos os meus triunfos e sucessos, todos os me fracassos e erros.
Uma vez que sou dona de tudo em mim, posso me nhecer intimamente. Assim fazendo,
posso me amar e s amigável com todas as minhas partes. E então possibili que todo
o meu eu trabalhe em favor dos meus maiores int resses.
Sei que há aspectos em mim que me confundem, e o tros que não conheço. Mas desde que
seja cordial e bondo para comigo mesma, posso corajosa e esperançosament
procurar soluções para os problemas, e meios para descob mais a meu respeito.
Seja lá com o que eu pareça ou como soe, o que eu di ou faça e o que eu pense ou como me
sinta em determinad momento no tempo, sou eu. Isso é autêntico e represent
onde estou naquele momento no tempo.
Revendo mais tarde aquilo com que pareci e como soei, que eu disse ou fiz, e o que pensei e
como me senti, algum partes talvez pareçam desajustadas. Posso descartar
o que
desajustado e manter o que se encaixa, e inventar algo nov para o que descartei.
Posso ver, sentir, pensar, dizer e fazer. Tenho as ferra-" mentas para sobreviver, para estar
próxima dos outros, para ser produtiva, para dar sentido e organizar
o mundo de coisas e pessoas fora de mim.
Sou dona de mim e, portanto, posso me planejar. Sou eu mesma e estou bem.
Virginia Satir
88
A mendiga
Ela costumava dormir na agência dos correios de Fifth Street. Eu podia sentir seu cheiro
antes de contornar a entrada que levava até onde ela dormia, de pé, ao lado
dos telefones públicos. Eu sentia o cheiro da urina que passava através das várias camadas
de roupas sujas e da decomposição da sua boca quase sem dentes. Se ela
não estava dormindo, murmurava palavras incoerentes.
Agora, fecham-se os correios às seis para manter os semteto do lado de fora, e assim ela se

31
enrola na calçada, falando sozinha, sua boca aberta oscilando, como que
se desconjuntando, seus odores minorados pela suave brisa.
Certo dia de Ação de Graças, tivemos tantas sobras de comida que eu as embrulhei, pedi
licença aos outros e fui de carro até Fifth Street.
Era uma noite fria. As folhas rodopiavam e quase ninguém estava nas ruas, a não ser alguns
desafortunados em alguma casa ou abrigo aquecido. Mas eu sabia que a encontraria.
Ela estava vestida como sempre, mesmo no verão. As camadas quentes da lã disfarçando seu
corpo velho e curvo. Suas mãos ossudas seguravam o precioso carrinho de
com
. 89
pras. Acocorara-se contra uma cerca de arame em frente playground ao lado da agência dos
correios. "Por que não colheu algum lugar mais protegido do vento?", pensei,
e s pus que ela já não tivesse juízo para se encolher em algo porta.
Encostei meu carro novo no meio-fio, abaixei o vidro janela e disse:
- Mãe... A senhora gostaria... - e fiquei chocada ante palavra "mãe'. Mas, ela era... é... de
alguma forma que ná consigo compreender.
Eu disse novamente:
- Mãe, eu trouxe um pouco de comida para a senho A senhora gostaria de um pouco de peru
recheado e torta maçã?
Diante disso, a velha mulher me olhou e disse com mui clareza e distinção, seus dois dentes
inferiores, frouxos, b lançando enquanto ela falava:
- Ah, muito obrigada, mas estou bastante satisfeita ag~ ra. Por que não a leva para alguém
que realmente necessit Suas palavras foram claras, suas maneiras graciosas.
E tão, fui dispensada: sua cabeça afundou novamente entr seus farrapos.
Bobbie Probstei
• 90
As regras para ser humano
1. Você receberá um corpo.
Você pode gostar dele ou odiá-lo, mas ele será seu enquanto durar seu tempo por aqui.
2. Você fará um aprendizado.
Você está inscrito por tempo integral numa escola informal chamada Vida. A cadã dia nesta
escola você terá a oportunidade de aprender lições. Você pode gostar das
lições ou achá-las estúpidas ou irrelevantes. 3. Não existem erros, apenas lições.
Crescer é um processo de tentativa e erro: experimentação. Os experimentos "fracassados"
são parte do processo, tanto quanto o experimento que efetivamente "funciona".
4. Uma lição será repetida até que seja aprendida.
Uma lição lhe será apresentada de formas variadas, até que você a tenha aprendido. Quando
a tiver aprendido, você poderá passar à lição seguinte.
5. O aprendizado nunca termina.
Não há parte da vida que não contenha suas lições. Enquanto você estiver vivo, haverá
lições a serem aprendidas.
6.
7.
S.
9.
"Lá" não é melhor do que "aqui".
Quando o seu "lá" tiver se tornado um "aqui", v simplesmetne obterá um outro "lá", que
novamen parecerá melhor do que "aqui".

32
Os outros são meramente seus espelhos.
Você não pode amar ou odiar algo em outra pessoa, menos que isso reflita algo que ama ou
odeia em mesmo.
O que você faz de sua vida é escolha sua.
Você possui todas as ferramentas e recursos de qu precisa. O que fará com eles depende de
você. A esc lha é sua.
Suas respostas estão dentro de você.
As respostas às questões da Vida estão dentro de voc Tudo que você precisa fazer é ver,
ouvir e confiar. Você se esquecerá de tudo isto.
Você poderá se lembrar quando quiser.
Anôni
92
3
SOBRE A PATERNIDADE
Talvez o maior serviço social que possa ser prestado por alguém ao país e à humanidade seja
educar uma família.
George Bernard Shaw
os filhos aprendem o que vivenciam
Se os filhos vivem com críticas, aprenderão a condenar.
Se os filhos vivem com hostilidade, aprenderão a brigar.
Se os filhos vivem com medo, -aprenderão "a ser apreensivos.
Se os filhos vivem com piedade, aprenderão a sentir pena de si mesmos.
Se os filhos vivem com o ridículo, aprenderão a ser tímidos.
Se os filhos vivem com ciúmes, aprenderão o que é a inveja.
Se os filhos vivem com vergonha, aprenderão a se sentir culpados.
Se os filhos vivem com tolerância, aprenderão a ser pacientes.
Se os filhos vivem com estímulo, aprenderão a ser confiantes.
• 95
Se os filhos vivem com elogios, aprenderão a apreciar.
Se os filhos vivem com aprovação, aprenderão a gostar de si mesmos.
Se os filhos vivem com aceitação,
aprenderão a encontrar o amor no mundo.
Se os filhos vivem com reconhecimento, aprenderão a ter um objetivo.
Se os filhos vivem com partilha, aprenderão a ser generosos.
Se os filhos vivem com honestidade e imparcialidade, aprenderão o que são a verdade e a
justiça.
Se os filhos vivem com segurança, aprenderão a ter fé em si mesmos e naqueles ao seu
redor.
Se os filhos vivem com benevolência, aprenderão que o mundo é um lugar agradável de se
viver.
Se os filhos vivem com serenidade, aprenderão a ter paz de espírito. Com que estão vivendo
seus filhos?
• 96
Dorothy L. Nol
Por que escolhi meu pai para ser meu papai
Cresci numa bonita e ampla fazenda no Iowa, criada por pais que são freqüentemente
descritos como o "sal da terra e a espinha dorsal da comunidade". Eles foram tudo
o que sa bemos que bons pais são: amorosos, comprometidos com a tarefa de educar seus

33
filhos segundo altas expectativas e com uma noção positiva de amor-próprio.
Esperavam que cumpríssemos as tarefas matinais e vespertinas, que chegássemos
pontualmente na escola, tivéssemos notas decentes e fôssemos boas pessoas.
Somos seis filhos. Seis filhos! Nunca achei que devêssemos ser tantos, mas também ninguém
me consultou. Para piorar as coisas, o destino me jogou no coração dos
Estados Unidos, no clima mais rigoroso e frio. Como todas as crianças, eu achava que
houvera um grande engano universal e eu havia sido colocada na família errada
- mais seguramente no estado errado. Eu não gostava de enfrentar as forças da natureza. O
inverno no Iowa é tão frio que é preciso fazer rondas no meio da noite
para ver se o gado não está preso em algum lugar e que pode congelar até a morte. Animais
recém-nascidos têm que ser levados para o celeiro e, às vezes, até aquecidos
para que possam se manter vivos. O inverno é frio de verdade no Iowa!
• 97
Papai, um homem incrivelmente belo, forte, carismáti, e vigoroso, estava sempre em
movimento. Meus irmãos e más e eu o admirávamos. Nós o respeitávamos e nutríam
por ele a mais alta estima. Agora entendo por quê. Não ha incoerências em sua vida. Ele era
um homem honrado, princípios elevados. A fazenda, o trabalho que escolheu,
e sua paixão; ele era o melhor. Ficava em casa criando e dando dos animais. Sentia-se parte
da terra e tinha enor prazer em semear e colher as plantações. Recusava-se
a caç fora de estação, apesar dos cervos, faisões, codornas e outr caças perambularem pelas
nossas terras em abundância. R cusava-se a usar aditivos químicos no
solo ou a alimentar animais com qualquer outra coisa que não fossem grãos n turais.
Ensinou-nos por que fazia isso e por que deveríam abraçar os mesmos ideais. Hoje
posso ver o quanto ele e consciencioso, porque isso foi na metade dos anos cinqüe ta, antes
que houvesse alguma tentativa de compromiss universal para com o meio
ambiente.
Papai também era um homem muito impaciente, ma não no meio da noite, enquanto
verificava seus animais, du rante as rondas feitas bem tarde. O relacionamento que
de
senvolvemos nesses momentos que passamos juntos foi sim plesmente inesquecível. Foi
extremamente importante em minha vida. Aprendi muito sobre ele. Freqüentemente
ouça homens e mulheres dizerem que passaram muito pouco! tempo com seus pais. De fato,
a essência das conversas que; ocorrem hoje nos grupos de homens é a busca
em vão de um, pai que nunca conheceram realmente. Eu conheci o meu.
Na época, sentia-me como se, secretamente, eu fosse sua filha favorita, apesar de ser bem
possível que nós seis nos sentíssemos da mesma forma. Isso tinha, ao mesmo
tempo,
um lado bom e um ruim. O ruim era que eu havia sido eleita por papai para sair com ele
naquelas verificações da meianoite e da madrugada, e eu absolutamente detestava
me levantar e abandonar uma cama quente para sair no ar gélido.
• 98
Mas meu pai sempre estava no melhor dos humores e extremamente amável nessas ocasiões.
Mostrava-se extremamente compreensivo, paciente, gentil e um bom ouvinte.
Sua voz era tranqüila e seu sorriso me fez entender a paixão de minha mãe por ele.
Nessas horas, ele era um professor exemplar - sempre se concentrando nos porquês, nas
causas. Falava sem parar pela hora ou hora-e-meia que as rondas duravam. Falava
de suas experiências na guerra, dos porquês da guerra na qual havia servido e sobre a
região, seu povo, os efeitos da guerra e suas conseqüências. Repetidas vezes

34
ele contou sua história. Na escola, eu achava História a matéria mais excitante e familiar.
Ele falava do que adquiriu em suas viagens e da importância de ver o mundo. Incutiu em nós
a necessidade e o amor pelas viagens. Aos trinta anos eu já trabalhara
em ou visitara uns trinta países.
Ele falava sobre a necessidade e o amor pelo aprendizado e na importância de uma educação
formal, e falava sobre a diferença entre a inteligência e a sabedoria.
Queria tanto que eu fosse além do meu diploma de colégio. "Você é capaz" , ele dizia
repetidamente. "Você é uma Burres. Você é brilhante, tem uma cabeça boa e, lembre-se,
você é uma Burres." De forma alguma eu haveria de decepcioná-lo. Eu possuía mais que
confiança suficiente para abraçar qualquer carreira. Finalmente, completei meu
Ph.D. e mais tarde concluí um segundo doutorado. Embora o primeiro doutorado tenha sido
para papai e o segundo para mim, havia definitivamente um senso de curiosidade
e investigação que fez com que os dois fossem fáceis de conquistar.
Ele falava sobre padrões e valores, sobre o desenvolvimento do caráter e seu significado no
curso da vida de uma pessoa. Eu escrevo e ensino um tema semelhante.
Ele falava sobre como tomar e avaliar decisões, quando contabilizar as perdas e desistir e
quando se manter firme, mesmo em face
• 99
da adversidade. Falava sobre o conceito de ser e tornar-se não apenas ter e conseguir. Eu
ainda uso essa frase. "Nun traia seu coração", dizia ele. Falava em intuição
e em co distinguir entre a intuição e as fraudes emocionais, e como evitar ser tapeado pelos
outros. Ele dizia: "Ouça se pre a sua intuição e saiba que todas as
respostas de que pr cisará estão dentro de você. Reserve algum tempo à solidão ao silêncio.
Seja firme o suficiente para encontrar as respo tas lá dentro, e então
ouça-as. Encontre algo que goste de zer e então viva uma vida que demonstre isso. Seus
objetiv devem derivar de seus valores, e assim seu trabalho irradi rã o desejo
de seu coração. Isso a afastará de todas as distr ções tolas que apenas servirão para fazê-la
perder tempo sua vida pra valer é com o tempo -, o quanto puder cresce.
em quantos anos lhe forem dados. Interesse-se pelas pess as", ele dizia, "e sempre respeite a
mãe natureza. Onde que que você viva, certifique-se de que tem uma
vista total de ár vores, céu e terra."
Meu pai. Quando reflito sobre como ele amava e valoriza va seus filhos, sinceramente
lamento por aqueles que nun conhecerão seus pais desta forma ou nunca sentirão
a for
de seu caráter, ética, conduta e sensibilidade, tudo numa só pessoa - como eu sinto no meu.
Meu pai planejava o que dizia. Sei que ele considerava meu valor, e queria
que eu visse esse valor.
A mensagem de papai fez sentido para mim porque eu nunca vi nenhum conflito na forma
como ele vivia sua vida. Ele havia refletido sobre sua vida e a vivia diariamente.
Ele°
comprou e pagou várias fazendas em todos esses anos (é tão ativo hoje quanto o era então).
Está casado e amou a mesma mulher durante toda sua vida. Minha mãe e ele,
agora casados há aproximadamente 50 anos, ainda são namorados inseparáveis. São os
maiores amantes que conheço. E ele amou muito sua família. Eu pensava que ele
fosse exageradamente possessivo e protetor com seus filhos, mas agora que sou mãe
• 100
posso entender essas necessidades e vê-los como são. Apesar de ter achado que podia nos
salvar do sarampo, e quase ter conseguido, ele se recusava veementemente

35
a nos perder para vícios destrutivos. Vejo também o quanto ele estava determinado a que
nós fôssemos adultos responsáveis e interessados.
Até hoje, cinco de seus filhos moram a apenas algumas milhas de distância dele, e
escolheram uma versão de seu estilo de vida. São devotados esposos e pais e a agricultura
é o trabalho que escolheram. Eles são, sem dúvida, as espinhas dorsais de suas comunidades.
Há um desvio nisso tudo, e suspeito que seja por ter me levado com ele
naquelas rondas da meia-noite. Eu tomei uma direção diferente da dos outros cinco filhos.
Comecei uma carreira como educadora, advogada e professora universitária,
tendo finalmente escrito vários livros para pais e filhos, a fim de partilhar o que aprendi
sobre a importância de se desenvolver a auto-estima na infância. Minhas
mensagens para minha filha, embora um pouco diferentes, são os valores que aprendi com
meu pai, temperados pelas minhas experiências de vida, é claro. Eles continuam
a ser transmitidos.
Devo lhes falar um pouco sobre minha filha. Ela é um "mulherão", uma bela atleta que se
inscreve em três esportes a cada ano, se aborrece com a diferença entre um
A- e um B,
e acaba de ser eleita finalista no concurso de Miss Califórnia Adolescente. Mas não são seus
dotes externos e talentos que me lembram meus pais. As pessoas sempre
me dizem que minha filha possui uma enorme bondade, uma espiritualidade, uma chama
interior profunda e especial, que se irradia. A essência de meus pais está personificada
em sua neta.
As recompensas por estimarem seus filhos e serem pais dedicados também teve um efeito
extremamente positivo nas vidas de meus pais. No momento em que escrevo este
artigo, meu pai está na Clínica Mayo, em Rochester, Minnesota, para se submeter a uma
bateria de testes, programados
• 101
para levar de seis a oito dias. É dezembro. Por causa do verno rigoroso, ele reservou um
quarto num hotel próxim clínica (como um paciente de ambulatório). Devido
a co promissos em casa, minha mãe só pôde estar com ele d
te os primeiros dias. E assim, na noite de Natal, eles estav separados.
Naquela noite, telefonei primeiro ao meu pai e Rochester para desejar Feliz Natal. Ele
pareceu deprimid desanimado. Então, liguei para minha mãe no Iowa. Ela tava
triste e mal-humorada. "Esta é a primeira vez que s pai e eu passamos as festas separados",
lamentou-se e "simplesmente não parece Natal, sem ele."
Eu esperava quatorze convidados para o jantar, tod prontos para uma noite de festa. Voltei
para a cozinha, sem conseguir tirar completamente da cabeça o dilema
meus pais, telefonei para minha irmã mais velha. Ela lig para meus irmãos. Conferenciamos
por telefone. Ficou co binado, determinado que meu pais não passariam a
noite d Natal separados. Meu irmão mais moço dirigiria duas hor até Rochester, apanharia
meu pai e o levaria para casa se dizer nada à minha mãe. Liguei para meu
pai para contar lhe os planos. "Oh, não", ele disse, "é perigoso demais sa numa noite como
esta." Meu irmão chegou a Rochester e b teu à porta do quarto de hotel
de meu pai. Telefonou-me d quarto de papai para dizer que ele não queria ir. "Você te que
falar com ele, Bobbie. Você é a única que ele ouvirá."
"Vá, papai", eu disse gentilmente.
Ele foi. Tim e meu pai partiram para o Iowa. Nós acom panhávamos seus progressos, a
jornada e o clima, faland com eles pelo telefone do carro de meu irmão. A essa
altura; todos os meus convidados haviam chegado e todos tomavam parte da provação.

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Quando o telefone tocava, nós ativavamos o viva-voz, para que pudéssemos saber
das últimas! Passava das 9:00 quando o telefone tocou e era papai no telefone do carro:
"Bobbie, como eu posso ir para casa sem um
• 102
presente para sua mãe? Seria a primeira vez em quase cinqüenta anos que não lhe dou um
perfume no Natal!" A essa altura todos os convidados do meu jantar já estavam
arquitetando este plano. Ligamos para minha irmã para saber os nomes dos centros de
compras abertos nas proximidades, para que eles pudessem parar para comprar o
único presente que meu pai cogitaria dar à mamãe - a mesma marca de perfume que sempre
deu a ela, todos os anos, no Natal.
Naquela noite, às 9:52 meu irmão e meu pai deixaram um pequeno shopping center em
Minnesota para retomarem a viagem para casa. As 11:50 entraram na fazenda. Meu
pai agindo como um garoto risonho em idade escolar, correu para trás da casa e se
escondeu.
-Mamãe, fui visitar o papai hoje e ele me disse que lhe trouxesse a roupa suja - disse meu
irmão ao entregar as malas à minha mãe.
- Oh - ela disse suave e tristemente. - Estou com tantas saudades dele que bem poderia fazer
isso agora.
Saindo de seu esconderijo, meu pai disse:
- Você não terá tempo de lava-las esta noite.
Depois que meu irmão me telefonou para contar esta cena tocante entre nossos pais - estes
dois amantes e amigos - telefonei para minha mãe.
- Feliz Natal, Mamãe!
- Oh, vocês, garotos... - disse ela numa voz engasgada, sufocando as lágrimas. Ela não pôde
continuar. Meus convidados brindaram.
Mesmo estando a 2.000 milhas de distância deles, foi um dos Natais mais especiais que
compartilhei com meus pais. E é claro, até hoje meus pais nunca estiveram separados
na noite de Natal. Essa é a força dos filhos que amam e honram seus pais e, é claro, do
maravilhoso e fiel casamento que meus pais compartilham.
- Bons pais - Jonas Salk me disse uma vez -dão a seus filhos raízes e asas. Raízes para que
saibam onde é seu lar, asas para partir voando e exercitar o que lhes
foi ensinado.
• 103
Se a aquisição das habilidades necessárias para cond uma vida cheia de propósitos, ter um
ninho seguro e bem-vindo de volta a ele é a herança dos pais, então acre
que escolhi bem meus pais. Foi no Natal passado que co
preendi mais profundamente por que era necessário que sas duas pessoas fossem meus pais.
Apesar de minhas me terem levado ao redor do mundo e finalmente a me nhar
na adorável Califórnia, as raízes que meus pais me ram serão, para sempre, alicerces
indestrutíveis.
d
Bettie B. Youn
• 104
A escola dos animais
Certa vez, os animais decidiram que deveriam fazer algo heróico para resolver os problemas
de "um novo mundo'. Assim, organizaram uma escola.
Adotaram um currículo de atividades que compreendia corrida, alpinismo, natação e vôo.
Para ministrar o currículo mais facilmente, todos os animais teriam todas

37
as matérias.
O pato era excelente em natação, na verdade era até melhor do que seu instrutor, mas teve
apenas notas satisfatórias em vôo e era bem ruim na corrida. Como era lento
na corrida, precisou treinar depois das aulas e também abandonar a natação para praticar a
corrida. Continuou fazendo isso até seus pés palmados ficarem gravemente
feridos e passou a ter um aproveitamento apenas regular em natação. Mas, como regular era
aceitável na escola, ninguém se preocupou com isso, a não ser o próprio
pato.
O coelho começou como o melhor da classe em corrida, mas teve um colapso nervoso por
causa de tantos treinos de natação.
O esquilo era excelente em alpinismo até ficar frustrado com seu aproveitamento nas aulas
de vôo, quando sua professora mandou que partisse do chão para cima, e
não do
• 105
topo da árvore para baixo. Além disso, desenvolveu cãï, devido a uma estafa e então tirou
um C em alpinismo e D em corrida.
A águia era uma criança problema e foi severamente ciplinada. Na aula de alpinismo, venceu
todos os outros direção ao topo da árvore, mas insistiu em utilizar seu
prio caminho para chegar lá.
Ao final do ano, uma excepcional enguia que sabia na_ extremamente bem, além de correr,
subir e voar um pou obteve a melhor média e foi a melhor da turma.
As marmotas ficaram fora da escola e protestaram con as mensalidades, porque a
administração não quis incluir , cavação e construção de tocas no currículo. Matriculara
seus filhos como aprendizes de um texugo e mais tarde ju. taram-se aos porcos-da-terra e
aos geômios para fundare uma bem-sucedida escola particular.
Qual a moral da história?
George H. Rea
• 106
Tocado
Ela é minha filha e está imersa na turbulência de seu décimo sexto ano de vida.
Imediatamente após um recente episódio de doença, ela soube que sua melhor amiga
logo esta ria se mudando. A escola não estava indo tão bem quanto ela esperava, nem tão
bem quanto minha mulher e eu esperávamos. Ela.exalava tristeza pelo abafado
dos cobertores, ao se encolher na cama, procurando conforto. Queria me aproximar dela e
arrebatar todas as tristezas que haviam se enraizado em seu jovem espírito.
Ainda assim, mesmo consciente do quanto me importava com ela e queria acabar com sua
infelicidade, sabia da importância de proceder com cautela.
Como terapeuta familiar fui bem instruído a respeito de expressões de intimidade impróprias
entre pais e filhas, basicamente por clientes cujas vidas foram arrasadas
por abuso sexual. Tenho consciência também de quanto o cuidado e a proximidade podem
ser facilmente sexualizados, especialmente pelos homens que consideram o campo
emocional um território estrangeiro, e que confundem qualquer expressão de afeição com
convite sexual. Quão mais fácil era segurá-la e confortá-la quando ela tinha
dois, ou três, ou mesmo sete anos. Mas agora, seu corpo, nossa sociedade e
• 107
minha masculinidade, pareciam todos conspirar contra fato de eu confortar minha filha.
Como eu poderia consolá e ainda respeitar os limites necessários entre um
pai e u filha adolescente? Escolhi oferecer-lhe uma massagem costas. Ela consentiu.

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Massageei suavemente sua coluna e ombros nodos enquanto me desculpava por minha
ausência recente. Exp quei-lhe que acabava de voltar das finais internacionais concurso
de massagem dorsal, onde obtivera o quarto lu, Assegurei a ela que é difícil derrotar a
massagem dorsal um pai preocupado, especialmente se ele é um massagista excelência
mundial. Contei a ela tudo sobre o concurso e outros concorrentes enquanto minhas mãos e
dedos proc ravam relaxar seus músculos contraídos e libertar as tensõ de
sua juventude.
Contei a ela sobre o concorrente asiático, um senhor mi rado e idoso, que obtivera o terceiro
lugar no concurso. D pois de estudar acupuntura e acupressão a vida
inteira, el
era capaz de concentrar toda sua energia em seus dedo transformando a massagem dorsal
numa arte. "Ele calcava espetava com precisão de prestidigitador", expliquei,
dand à minha filha uma pequena amostra do que eu aprender, com o velho senhor. Ela
gemeu, embora eu não tivesse a certeza se em resposta à minha aliteração ou ao
meu toque. En tão, contei a ela sobre a mulher que tirara o segundo lugar Era da Turquia e
desde sua infância praticara a arte da danaá do ventre, e assim podia
fazer os músculos se moverem e ondularem num movimento fluido. Com sua massagem
dorsal, seus dedos despertaram, em músculos cansados e corpos exaustos, uma ânsia
de vibrar, dançar e palpitar. "Ela deixava que seus dedos caminhassem e os músculos os
seguissem", disse, demonstrando.
"Isso é extraordinário", emanou fracamente de um rosto abafado por um travesseiro. Teria
sido o movimento ou meu toque?
• 108
Então apenas massageei as costas de minha filha e ficamos em silêncio. Depois de algum
tempo ela perguntou: - E então, quem ficou com o primeiro lugar?
- Você não acreditaria! - eu disse. - Foi um bebê!
E expliquei como os toques suaves e confiantes de uma criança explorando um mundo de
pele, odores e sabores era como nenhum outro toque. Mais suave que o suave.
Imprevisível, gentil, investigador. Mãos pequeninas dizendo mais do que as palavras jamais
poderiam expressar. Sobre posse. Sobre confiança. Sobre o amor ingênuo.
E então, com leveza e suavidade, a toquei como aprendera com a criança. Relembrei
vividamente sua própria infância - segurando-a, embalando-a, vendo-a tatear e crescer
no mundo. Compreendi que ela, na verdade, era a criança que me ensinara o toque de uma
criança.
Depois de outro período de leve massagem dorsal e silêncio, eu disse que estava contente
por haver aprendido tanto com os peritos mundiais em massagens dorsais.
Expliquei como havia me tornado um massagista ainda melhor para uma filha de dezesseis
anos, que se alongava dolorosamente em direção à sua forma adulta. Ofereci
uma oração silenciosa de agradecimento que tal vida me tivesse sido colocada nas mãos e
que eu tivesse sido abençoado com o milagre de tocar ao menos uma parte sua.
Victor Nelson
• 109
Eu te amo, filho
Pensamentos no carro, enquanto levo meu filho à esc Bom dia, filho. Você está bem elegante
em sua roupa Lobinho, não tão gordo quanto o seu velho quando era e teiro.
Acho que meu cabelo nunca foi tão comprido até e trar na faculdade, mas acho que eu o
reconheceria de quer forma pelo que você é: meio peludo em volta das o: lhas,
dedos dos pés arranhados, joelhos enrugados... N acostumamos um com o outro...

39
Agora que você tem oito anos, eu noto que não o v mais tanto assim. No dia do
descobrimento da América vo saiu às nove da manhã. Vi-o por 42 segundos na hora do
moço e você reapareceu para o jantar às cinco. Sinto saud des suas, mas sei que você tem
negócios sérios a tratar. Co certeza tão sérios quanto os que as outras
pessoas na estra estão tratando, se não mais importantes.
Você tem que crescer e se desenvolver, e isso é mais i portante do que emitir cupons,
organizar opções de ações o vender a descoberto. Você precisa aprender do que
éed
que não é capaz - e como lidar com isso. Você preci aprender sobre as pessoas e como elas
se comportam quan do não se sentem bem consigo mesmas-como os valentõ
que ficam no depósito de bicicletas provocando os garotos menores. É, você vai ter até que
aprender a fingir que apelidos não magoam. Sempre magoam, mas você terá
que usar uma `fachada' ou eles o chamarão de nomes piores da próxima vez. Apenas espero
que você se lembre do quanto é ruim - caso alguma vez você resolva atormentar
um garoto menor do que você.
Quando foi a última vez que eu disse que estava orgulhoso de você? Acho que se não
consigo me lembrar, tenho que trabalhar muito. Lembro-me da última vez que gritei
com você - disse que íamos nos atrasar se você não corresse - mas, no geral, como Nixon
costumava dizer, não te acariciei tanto quanto gritei com você. Fica registrado,
caso você leia isso, que me orgulho de você. Gosto especialmente de sua independência, do
modo como cuida de si, mesmo quando isso me assusta um pouco. Você nunca
foi chorão e isso faz de você um garoto superior no meu conceito.
Por que é que pais demoram tanto a perceber que os de oito anos precisam de tantos
abraços quanto os de quatro anos? Se eti não prestar atenção, logo, logo eu estarei
lhe dando um soco no braço e dizendo: "E aí, garoto?!", em vez de abraçá-lo e dizer-lhe que
o amo. A vida é muito curta para se esconder a afeição. Por que é que
os de oito anos demoram tanto a perceber que os de 36 precisam de tantos abraços quanto
os de quatro?
Será que eu me esqueci de lhe dizer que fiquei orgulhoso de você voltar ao lanche da
merendeira depois de uma semana de indigestos lanches especiais? Fico contente
que você valorize seu corpo.
Queria que o percurso não fosse tão curto... queria falar sobre ontem à noite... quando seu
irmão menor estava dormindo e nós deixamos você ficar acordado e assistir
ao jogo
dos Yankees. Esses momentos são tão especiais. Não há forma de planejá-los. Todas as
vezes que tentamos planejar algo juntos, nunca é bom, ou valioso, ou caloroso
o suficiente. Por
alguns minutos, curtos demais, foi como se você já tive crescido e nos sentássemos e
conversássemos telepaticam te sobre "Como vai indo na escola, filho?" Eu já
verifiquei lição de matemática da única forma que podia - com u calculadora. Você é melhor
com os números do que eu mais serei. Então, conversamos sobre o jogo e
você sabia sobre os jogadores do que eu e eu aprendi com você. E bos ficamos felizes
quando os Yankees venceram.
Bem, lá está o guarda da escola. Provavelmente ele vi rá mais do que todos nós. Eu queria
que você não tivesse ir à escola hoje. Há tantas coisas que eu quero dizer.
Você desceu do meu carro tão depressa. Quero reco rar o momento, mas você já avistou
dois de seus amigos. queria apenas dizer: "Eu te amo, filho."
a

40
Victor B. Mit
"Oque você é" é tão importante quanto "o que você faz"
O que você é fala tão alto, que não consigo ouvir o que você está dizendo.
Ralph Waldo Emerson
Era uma tarde ensolarada de sábado em Oklahoma City. Meu amigo e pai orgulhoso, Bobby
Lewis estava levando seus dois garotos para jogar minigolfe. Ele foi até o
sujeito na bilheteria e disse:
- Quanto é a entrada? O jovem respondeu:
- Três dólares para o senhor e três dólares para cada garoto acima de seis anos. A entrada é
livre para as crianças de seis anos ou menos. Quantos anos eles têm?
Bobby respondeu:
- O advogado tem três e o médico tem sete, então, acho que eu lhe devo seis dólares.
O homem da bilheteria disse:
-Ei, o senhor acabou de ganhar na loteria ou coisa parecida? O senhor poderia ter
economizado três cobres. Poderia ter dito que o mais velho tinha seis anos; eu
não saberia a diferença.
Bobby replicou:
- É, pode ser; mas os garotos saberiam.
Como Ralph Waldo Emerson disse, "o que você é fala alto, que eu não consigo ouvir o que
você está dizendo". tempos desafiadores, quando a ética é mais importante
que nunca, certifique-se de dar um bom exemplo a to com quem trabalha e vive.
Patricia F;
• 114
A perfeita família americana
São 10:30 de uma perfeita manhã de sábado e somos, no momento, a fanuilia americana
perfeita. Minha esposa levou nosso filho de seis anos à sua primeira aula de
piano. Nosso filho de quatorze ainda não acordou. O de quatro assiste na outra sala a
pequeninos seres antropomórficos arremessando uns aos óutros de penhascos.
Eu me sento em frente à mesa da cozinha lendo o jornal.
Aaron Malachi, o de quatro, aparentemente entediado pela carnificina do desenho animado e
animado pelo considerável poder pessoal de segurar o controle remoto da
televisão, adentra meu espaço.
- Estou com fome - diz. - Quer mais sucrilhos? - Não.
- Quer um pouco de iogurte? - Não.
- Quer ovos?
- Não. Posso tomar um pouco de sorvete? - Não.
Pelo que sei, sorvete pode ser até mais nutritivo do que cereais processados ou ovos
carregados de antibióticos, mas,
de acordo com meus valores culturais, é errado tomar so te às 10:45 de uma manhã de
sábado.
Silêncio.
Cerca de quatro segundos.
- Papai, temos muito tempo de vida ainda, não temo - Sim, temos muito tempo de vida,
Aaron.
- Eu, você e mamãe? - Isso mesmo.
- E Isaac? - Sim. - E Ben? - Sim. Você, eu, mamãe, Isaac e Ben.
- Temos muito tempo de vida. Até que todas as pesso morram.
- Como assim?

41
-Até que todas as pessoas morram e os dinossauros vo tem.
Aaron senta-se na mesa, pernas cruzadas como um Bud no meio do meu jornal.
- O que você quer dizer, Aaron, com "até que todas pessoas morram"?
- Você disse que todas as pessoas morrem. Quando t dos morrerem, os dinossauros
voltarão. Os homens das ca, vernas viviam em cavernas, cavernas de dinossauros. Entãd
os dinossauros voltaram e acabaram com eles.
Percebo que para Aaron a vida já é uma economia limita da, um recurso com começo e fim.
Ele imagina a si mesmo e nós em algum lugar nessa trajetória, uma trajetória
que ter mina em incerteza e perda.
Defronto-me com uma decisão ética. O que eu deveria fazer agora? Deveria tentar dar a ele
Deus, salvação, eterni dade? Deveria aborrecê-lo com um discurso do tipo
"seu cor-, po é apenas uma concha e depois que você morrer estaremos todos eternamente
juntos em espírito"?
Ou deveria deixa-lo com sua incerteza e sua ansiedade porque acho que é verdadeira?
Deveria tentar transforma-lo
num existencialista ansioso ou deveria tentar fazê-lo sentirse melhor?
Não sei. Olho para o jornal. Os Celtics estão perdendo consecutivamente nas noites de
sexta-feira. Larry Bird está zangado com alguém, mas eu não consigo ver quem,
porque o pé de Aaron está na frente. Não sei, mas minha sensibilidade de classe média,
neurótica e viciada, está me dizendo que este é um momento muito importante,
um momento em que Aaron está começando a construir seu mundo. Ou talvez seja apenas
minha sensibilidade de classe média, neurótica e viciada, que esteja me fazendo
achar isso. Se vida e morte são uma ilusão, por que eu deveria perder tempo com a forma
pela qual outra pessoa as compreende?
Sobre a mesa Aaron brinca com um soldado, levantando seus braços e equilibrando-o sobre
suas pernas trêmulas. Era com Kevin Machale que Larry Bird estava zangado.
Não, não Kevin Machale, era com Jerry Sichting. Mas Jerry Sichting não está mais no
Celtics. O que houve com Jerry Sichting? Tudo morre, tudo tem um fim. Jerry Sichting
está jogando no Sacramento ou no Orlando ou desapareceu.
Eu não deveria brincar com a forma de Aaron compreender a vida e a morte, porque quero
que ele tenha uma noção sólida de estrutura, uma noção de permanência das
coisas. É óbvio o bom trabalho que as freiras e padres fizeram comigo. Era agonia ou
bênção. Céu e inferno não estavam conectados por serviço discagem direta a distância.
Ou você estava no time de Deus, ou estava no caldo, e o caldo era quente. Não quero que
Aaron se queime, mas quero que ele tenha uma estrutura forte. A ansiedade
neurótica, porém, inevitável, pode vir depois.
Isso é possível? É possível ter a percepção de que Deus, espírito, karma, Y*W*H, sei lá - é
transcendente, sem traumatizar o presente de uma pessoa, sem incutir
isso den tro dela? Podemos guardar nosso bolo e comê-lo ao mesmo tempo,
ontologicamente falando? Ou sua frágil sensibilidade, sua existência, fica dividida por tal
ato?
Sentindo um leve crescer de agitação sobre a mesa, cebo que Aaron está começando a se
aborrecer com seu co panheiro. Numa atitude teatral propícia ao momento, lim
a garganta e começo num tom profissional.
-Aaron, a morte é algo em que algumas pessoas acre tam...
- Papai - interrompe Aaron - podemos jogar vide game? Não é um jogo muito violento -
explica ele, gesti lando com as mãos. -Não é como um jogo de matar. Os ras só
tombam.

42
- Sim - digo com certo alívio -, vamos jogar vide game. Mas, antes vamos fazer outra coisa.
- O que? - Aaron pára e se volta, lá no lugar para ond correu, já na metade do caminho em
direção à galeria.
- Primeiro, vamos tomar sorvete.
Outro sábado perfeito para uma família perfeita. Por e quanto.
Michael Murp
Seu problema, Sheldon, é falta de autoconfiança.
Reproduzido com Permissão Especial da revista Playboy: Copyright © 1971 by Playboy.
Apenas diga!
Se você fosse morrer logo e pudesse dar apenas um telefonema, quem ligaria e o que diria?
E o que está esperando?
Certa noite, depois de ler um dos mais de cem livros sobre paternidade que já li, me senti um
pouco culpado, por-, que o livro descrevia algumas estratégias que
eu não usava'
há algum tempo. A principal era falar com seu filho e usar as três palavras mágicas: "Eu amo
você." O livro ressaltava repetidamente que as crianças precisam saber
que você real-' mente as ama, inequívoca e incondicionalmente.
Subi até o quarto do meu filho e bati na porta. Ao bater, tudo que pude ouvir foi a sua
bateria. Eu sabia que ele estava lá, mas ele não respondia. Então, abri a
porta, e ele estava re
almente lá, sentado com seus fones de ouvido, ouvindo uma fita e tocando bateria. Depois
de me inclinar para chamar sua atenção, disse a ele:
- Tem um segundo, Tim? Ele disse:
-Ah, claro, papai. Sempre tenho.
• 120
Nos sentamos e depois de 15 minutos e uma porção de conversa fiada e gagueira, eu
simplesmente olhei para ele e disse:
- Tini, adoro como você toca bateria. Ele disse:
- Obrigado, papai, eu agradeço. Saí pela porta e disse:
-Te vejo mais tarde!
Enquanto descia as escadas me ocorreu que eu fora lá em cima com uma determinada
mensagem e não a entregara. Senti que era realmente importante voltar lá e ter uma
outra chance de dizer aquelas três palavras mágicas.
Subi novamente as escadas, bati na porta e abri. - Tem um segundo, Tim?
- Claro, papai. Sempre tenho um ou dois. O que é?
- Filho, a primeira vez que subi até aqui queria compartilhar com você uma mensagem, mas
acabei falando outra coisa. Não era realmente o que eu queria compartilhar
com você. Tim, lembra-se de quando você estava aprendendo a dirigir, que me causou um
monte de problemas? Escrevi três palavras e as coloquei sob o seu travasseiro
na esperança de que fosse suficiente. Fiz meu papel de pai e expressei meu amor por meu
filho.
Finalmente, depois de um pouco de conversa fiada, olhei para Tim e disse:
- O que quero que saiba é que nós o amamos. Ele me olhou e disse:
- Ah, obrigado, papai. Refere-se a você e à mamãe? Eu disse:
- É, ambos, nós não dizemos isso o suficiente. Ele disse:
- Obrigado, isso significa muito. Eu sei que vocês me amam.
Virei-me e saí pela porta. Enquanto descia as escadas, comecei a pensar: "Não acredito.
Subi duas vezes - sei qual é

43
a mensagem - e mesmo assim acabo falando uma outra sa."
Resolvi voltar lá e dessa vez dizer a Tim o que eu mente sinto. Ele ouvirá diretamente de
mim. Não faz que ele tenha 1,80 metro de altura! Lá vou eu de volta, na
porta e ele grita:
- Espere um minuto. Não me diga quem é. Seria v papai?
Eu disse:
- Como sabe? E ele respondeu: - Conheço-o desde que é pai, papai. Então eu disse:
-Filho, você tem só mais um segundo?
- Você sabe que eu sempre tenho, então entre. Supon que você não tenha me dito o que
queria?
Eu disse:
- Como sabe?
- Conheço-o desde quando eu ainda usava fraldas. Eu disse:
- Bem, aí está, Tim, o que eu tenho hesitado em dize Apenas quero expressar o quanto você
é especial para nos família. Não pelo que você faz, e não pelo que tem
feit
como tudo que está fazendo pelos garotos do ginásio. É po você ser quem você é. Eu o amo
e queria apenas que voc soubesse que o amo, e não sei por que hesito em
relação algo tão importante.
Ele me olhou e disse:
- Ei, papai, eu sei que você me ama, e é realmente espe cial ouvir você me dizer isso. Muito
obrigada por seus sentimentos, assim como pela intenção.
Quando eu saía pela porta, ele disse:
- Oh, ei, papai. Tem mais um segundo?
Comecei a pensar: "Oh, não. O que ele vai me dizer?" Mas disse:
• 122
É claro. Sempre tenho.
Não sei onde os garotos conseguem isso -tenho certeza ~e não poderia ser com seus pais,
mas ele disse:
. Papai, queria apenas lhe fazer uma pergunta. Eu disse:
r Qual?
Ele me olhou e disse:
Papai, você esteve num workshop ou algo assim?
Eu pensei: "Oh, não, como qualquer outro garoto de dezoito anos, ele me pegou', e eu
disse:
-Não, eu estava lendo um livro que falava no quanto é impo ante dizer a seus filhos o que
você realmente sente por eles.
- Ei, obrigado pela resposta. Falo com você depois, pa
pai.
Acho que, acima de tudo, o que Tim me ensinou naquela noite é que a única maneira de se
entender o verdadeiro significado e o propósito do amor é pagando o preço.
Você tem que ir lá e se arriscar a compartilhá-lo.
Gene Bedley
• 123
4
SOBRE OAPRENDIZADO
Aprender é descobrir o que já se sabe. Praticar é demonstrar o que se sabe. Ensinar é
lembrar aos outros que eles sabem tanto quanto você. Todos são alunos, praticantes,

44
professores.
Richard Bach
Qerida profeçora.
Oje a mamoe xorou. Mamae perguntou mim Jody vose sabe de verdade por que vai a
escola. Eu disse nao sei Por que? Ela disse que é porque
vamos costruir meu futuru. Eu disse o que é futuru e como é? - -
Momoe disse eu não sei Jody, níngem pode ver todo o seu futuru, so vose. Nao se preocupe
vose vai vê vai vê. Foi ai qe ela xorou e disse Jody eu te amo tanto.
Mamae dis qe todos presísam trabalha duro para nos crianças podermos fazer do poço
futuro o melhor qe o mundo pode oferesser.
Profeçora podemos comesor oje a costruir meu futuru? Vose pode tentar fazer um bem
legou so pra momoe e eu?
Eu te amo profeçora
amor
ghank TruIillo
© 1990' Pr'Teach PubIicgtíons. Todos os diremos reservados.
127 .
Jody
Agora gosto de mim
Quando vir a auto-imagem de uma criança começar a se aperfi ar, você verá significativos
progressos na área das realizações, mais importante, verá uma criança que
está começando a apr mais a vida.
Tive uma grande sensação de alívio quando comecei entender que um jovem precisa de mais
do que apenas u' assunto. Sei bem matemática, e a ensino bem. Eu achava q
isso era tudo o que precisava fazer. Agora, ensino crianças, não matemática. Aceito o fato de
que posso ter sucesso ap nas parcial com algumas. Quando não tenho
que saber tod as respostas, parece que consigo ter mais respostas do q quando tentava ser o
especialista. O jovem que realmen me fez entender isso foi Eddie. Certo
dia, perguntei-lhe p que achava que estava muito melhor do que no ano anterio Ele deu
sentido a toda minha nova conduta. "É porque ag~ ra gosto de mim quando estou
com você', disse ele.
LIm professor citado p
Everett Shostrom em Man, The Manipulato
• 128
Todas as melhores coisas
Ele estava na classe de terceira série em que eu ensinava, na Escola Saint Mary, em Morris,
Minnesota. Eu gostava de todos os meus 34 alunos, mas Mark Eklund era
um em um milhão. Muito elegante na aparência, ele tinha aquele comportamento de quem
está feliz-por-estar-vivo que tornava deliciosas até suas ocasionais travessuras.
Mark também falava sem parar. Tentei lembrá-lo várias vezes que não se podia falar sem
permissão. O que me impressionava muito, no entanto, era a resposta sincera
todas as vezes que eu tinha que corrigi-lo por seu mau comportamento. "Obrigado por me
corrigir, Irmã!" No início eu não sabia bem o que fazer com aquilo, mas logo
me acostumei a ouvir a mesma resposta muitas vezes ao dia.
Certa manhã, minha paciência já estava se esgotando enquanto Mark falava sem parar.
Cometi um erro de professora principiante. Olhei para Mark e disse: "Se você
disser mais uma palavra, vou colar sua boca com fita adesiva!"
Menos de dez segundos depois, Chuck deixou escapar: ~~Mark está conversando de novo:'

45
Eu não havia pedido a nenhum dos alunos que me ajudasse a vigiar Mark, mas,
uma vez que tinha estabelecido a punição na frente da classe, tinha que agir de acordo com
ela.
• 129
Lembro-me da cena como se ela tivesse ocorrido e manhã. Fui até minha mesa, abri a gaveta
decididament retirei um rolo de fita adesiva. Sem dizer uma palavra, fui
a mesa de Mark, cortei dois pedaços da fita e fiz um grand sobre sua boca. Então voltei para
a frente da sala. Quando olhei para Mark para ver como ele estava se
indo, ele piscou para mim. Foi o suficiente! Comecei a rir. classe toda aplaudia enquanto eu
voltava até a mesa Mark, removia a fita e encolhia os ombros. Suas primei
palavras foram: "Obrigado por me corrigir, Irmã!"
Ao final do ano, fui convidada para ensinar matemáti para o ginásio. Os anos voaram e antes
que eu me desse co ta, Mark estava em minha classe novamente. Ele estava
belo do que nunca e tão educado quanto antes. Como pre sava ouvir atentamente minhas
instruções sobre a "no matemática", ele não conversava tanto na nona série.
Numa sexta-feira, as coisas simplesmente não pareci bem. Havíamos trabalhado arduamente
um novo concei durante toda a semana, e eu sentia que os alunos estavam
cando cada vez mais frustrados consigo mesmos- e impa entes uns com os outros. Tinha que
combater esse mau h mor antes que ele fugisse ao meu controle. Assim, pedi
a el que listassem os nomes dos outros alunos da sala em du folhas de papel, deixando um
espaço entre cada nome. E di se a eles que pensassem na melhor coisa que
pudessem di zer a respeito de cada um de seus colegas e a escrevessem. Levou o resto do
período para que terminassem a taref mas, ao deixarem a sala, cada um dos
alunos me entrego seu papel. Chuck sorriu. Mark disse: "Obrigado por me ensi nar, Irmã.
Tenha um bom final de semana."
Naquele sábado, escrevi o nome de cada aluno numa f lha separada e listei o que todos os
outros haviam dito sobr cada um deles. Na segunda-feira, entreguei a cada
aluno su lista. Alguns deles tinham duas páginas. Logo, a classe toda
estava sorrindo. "Verdade?", ouvi cochicharem. "Nunca
• 130
achei que isso significasse algo para alguém!" "Eu não sabia que os outros gostavam tanto
de mim!"
Ninguém jamais mencionou aqueles papéis novamente em sala de aula. Eu nunca soube se
eles conversaram sobre aquilo depois da aula ou com seus pais, mas não importa.
O exercício havia alcançado seu propósito. Os alunos estavam novamente felizes consigo
mesmos e com os outros.
Aquele grupo de alunos prosseguiu. Vários anos mais tarde, ao retornar de férias, meus pais
foram me encontrar no aeroporto. A caminho de casa, mamãe me fez as pergun
tas comuns sobre a viagem: sobre o tempo, sobre minhas experiências de modo geral.
Houve uma leve pausa na conversa. Mamãe lançou a papai um olhar de soslaio e disse
simplesmente: "Papai?" Meu pai limpou a garganta. "Os Eklunds ligaram ontem à noite",
começou ele.
- É mesmo? - eu disse. - Não os vejo há vários anos. Gostaria de saber como está Mark
Papai respondeu calmamente:
- Mark foi morto no Vietnã - ele disse. - O funeral será amanhã e os pais dele gostariam
muito que você comparecesse.
Até hoje ainda posso indicar o ponto exato na estrada I494 onde papai me contou sobre
Mark

46
Eu nunca vira um soldado num caixão militar. Mark estava tão bonito, tão amadurecido. Eu
só conseguia pensar "Mark, eu daria toda a fita adesiva do mundo apenas
para que você pudesse falar comigo".
A igreja estava repleta de amigos de Mark. A irmã de Chuckcantou "O Hino de Batalha da
República". Por que teve que chover no dia do funeral? Já estava bem difícil
ao lado da sepultura. O pastor disse as orações costumeiras e o corneteiro tocou o toque de
silêncio. Um a um, aqueles que amavam Mark passaram pelo caixão e salpicaram
água benta sobre ele.
Eu fui a última a abençoar o caixão. Enquanto permanecia ali, de pé, um dos soldados que
carregara o féretro veio até mim.
- A senhora era a professora de matemática de M - Fiz que sim enquanto continuava a olhar
o caixão. - Mark falava muito na senhora - ele disse. Depois do enterro,
a maioria dos ex-colegas de Mark guiram para a fazenda de Chuck para almoçar. A mãe e o
de Mark estavam lá, obviamente esperando por mim. - Queremos mostrar-lhe
algo - o pai dele disse, tir do uma carteira do bolso. -Acharam isso com Mark quan ele foi
morto. Achamos que a senhora poderia reconhecê-1 Abrindo a carteira de
notas, ele cuidadosamente retir dois pedaços gastos de folha de caderno que haviam si
obviamente colados, dobrados e redobrados muitas vez Sem precisar olhar, eu
soube que eram as folhas nas quais listara todas as qualidades que cada um dos colegas de
Ma dissera a seu respeito.
- Muito obrigada por ter feito isso - a mãe de Mark di se. - Como pode ver, Mark guardava
esses papéis como u tesouro.
Os colegas de Mark começaram a se juntar à nossa vol Chuck sorriu bastante timidamente e
disse:
- Eu ainda tenho a minha lista. Está em casa, na gave de cima de minha escrivaninha.
A esposa de John disse:
- John me pediu que pusesse a sua em nosso álbum casamento.
- Eu também tenho a minha - disse Marilyn. - no meu diário.
Então, Vicky, uma outra colega, pegou sua bolsa, tirou carteira e mostrou sua surrada e
esfarrapada lista ao grupo. -Eu carrego isso comigo o tempo todo - disse
Vicky se pestanejar. -Acho que todos nós guardamos nossas listas. Foi quando finalmente eu
me sentei e chorei. Chorei po Mark e por todos os seus amigos que nunca
mais o veriam.
d
Helen P. Mrosla
• 132
Você é uma maravilha
Cada segundo que vivemos é um momento novo e único do universo, um momento que
nunca mais existirá... E o que é que ensinamos aos nossos filhos? Ensinamos a eles
que dois mais dois são quatro, e que Paris é a capital da França. Quando ensinaremos a eles
o que eles são?
Deveríamos dizer a cada um deles: Sabe o que você é? Você é uma maravilha. Você é único.
Em todos os anos que se passaram, nunca houve outra criança como você. Suas
pernas, seus braços, seus dedos inteligentes, a maneira como você se move.
Você pode se tornar um Shakespeare, um Michelangelo, um Beethoven. Você tem
capacidade para qualquer coisa. Sim, você é uma maravilha. E quando crescer, como então
poderá fazer mal a uma outra pessoa que, como você, é uma maravilha?
Você deve trabalhar - todos devemos - para tornar o mundo digno de suas crianças.

47
Pablo Casals
• 133
Este livro foi digitalizado por Raimundo do Vale Lucas, com a
intenção de dar aos cegos a oportunidade de apreciarem mais uma
manifestação do pensamento humano..
Aprendemos fazendo
Há alguns anos, nem tantos, comecei a tocar violoncelo, A maioria das pessoas diria que
estou "aprendendo a tocar' violoncelo. Mas essas palavras despertam em nossa
mente a idéia estranha de que existem dois processos diferentes: (1) aprender a tocar_
violoncelo e (2) tocar violoncelo. Implicam que eu realizarei a primeira atividade
até concluí-la, e então interromperei esse primeiro processo e iniciarei o segundo. Em suma,
continuarei "aprendendo a tocar" até que tenha "aprendido a tocar",
e então começarei a tocar. Evidentemente, isso não faz sentido. Não existem dois processos,
mas um único. Aprendemos a fazer uma coisa fazendo-a. Não existe outra
maneira.
• 134
#A mão
Um editorial pelo Dia de Ação de Graças no jornal falava
de uma professora que pediu aos alunos de sua classe de pri
wa série que desenhassem alguma coisa pela qual fossem os. Ela pensou em como estas
crianças de vizinhanças
s tinham realmente pouco pelo que agradecer. Mas saque a maioria delas desenharia perus
ou mesas com co
. A professora ficou surpresa com o desenho que Dou
entregou... uma mão, desenhada de forma simples e infil.
Mas mão de quem? A classe ficou encantada com a ima
abstrata. "Acho que deve ser a mão de Deus que nos dá 'mento", disse uma criança. "Um
fazendeiro", disse ou"porque cria os perus". Finalmente, quando os outros já
m voltado ao trabalho, a professora se inclinou sobre a
de Douglas e perguntou de quem era a mão.
-É a sua mão, professora - murmurou ele.
Ela lembrou-se de que, várias vezes, no recreio, ela havia
do Douglas, um garoto raquítico e desamparado, pela o. Ela fazia isso freqüentemente com
as crianças. Mas
o significava muito para Douglas. Talvez essa devesse
• 135
#ser a Ação de Graças de todos, não pelas coisas materiais que nos são dadas, mas pela
chance, de todas as pequenas formas, de dar aos outros.
Fonte desconhecida

i1
• 136
ez vrn
um garotinhobem pequeno. E era uma escola bem grande. Mas quando o garotinho
Descobriu que podia ir para sua sala, Entrando diretamente pela porta da rua, Ficou feliz.
E a escola não lhe pareceu mais Tão grande assim.
Certa manhã,
Quando o garotinho já estava na escola havia algum tempo, A professora disse:

48
"Hoje vamos fazer um desenho".
Que bom!", pensou o garotinho. Ele gostava de desenhar.
Sabia fazer desenhos de todos os tipos: Leões e tigres,
Galinhas e vacas,
Trens e barcos -
• 137
Mas a professora disse:
"Esperem! Não é hora de começar!"
E esperou até que todos estivessem prontos.
Ele sabia fazer toda a sorte de coisas de argila: Cobras e bonecos de neve, Elefantes e ratos,
Carros e caminhões -
E ele começou a puxar e apertar Sua bola de argila.
E puxou seu estojo de lápis de cera E começou a desenhar.
"Agora", disse a professora,
"Vamos fazer flores".
"Que bom!", pensou o garotinho, Ele gostava de fazer flores. E começou a fazer umas
lindas,
Com seus lápis de cera rosa, laranja e azul.

Mas a professora disse:


"Esperem! Eu lhes mostrarei como".
E ela desenhou uma flor no quadro-negro. Era vermelha, com um caule verde. "Aí está",
disse a professora. "Agora podem começar".
Num outro dia,
Quando o garotinho abriu A porta da rua sozinho A professora disse
"Hoje vamos fazer um trabalho com argila". "Que bom!", pensou o garotinho. Ele gostava
de argila.
Mas a professora disse:
"Esperem! Não é hora de começar!"
E esperou até que todos parecessem prontos.

"Agora", disse a professora, "Vamos fazer um prato".


"Que bom!", pensou o garotinho, Ele gostava de fazer pratos. E ele começou a fazer alguns,
De todas as formas e tamanhos.

Mas a professora disse:


"Esperem! Eu lhes mostrarei como". E ela mostrou como fazer Um prato fundo.
"Aí está", disse a professora, "Agora podem começar".
O garotinho olhou para a flor da professora.
Depois olhou para a sua própria flor.
Ele gostava mais da sua do que da flor da professora, mas não disse isso. Apenas virou sua
folha de papel, E fez uma flor como a da professora. Era vermelha, com
um caule verde.
O garotinho olhou para o prato da professora
Depois olhou para os seus.
Ele gostava mais dos seus do que do prato da professora, Mas ele não disse isso,
Apenas enrolou sua argila numa grande bola novamente, E fez um prato como o da
professora. Era um prato fundo.

49
138
• 139
E logo
o garotinho aprendeu a esperar E a prestar atenção,
E a fazer coisas como a professora. E logo
Ele não fazia mais coisas à sua maneira.
Então aconteceu
Que o garotinho e sua família Mudaram-se para outra casa, Em outra cidade, E o garotinho
Teve que ir para outra escola.
-o que vamos fazer?"
"Não vou saber até que você faça", disse a professora. "Como devo fazê-lo?", perguntou o
garotinho "Ora, como você preferir', disse a professora. "E de qualquer
cor?", perguntou o garotinho. "De qualquer cor", disse a professora, "Se todos fizessem o
mesmo desenho, E usassem as mesmas cores, Como eu saberia quem fez o quê,
E qual era qual?"
"Eu não sei", disse o garotinho.
E começou a fazer flores cor-de-rosa, laranja e azuis.
Esta escola era ainda maior Do que a outra, E não havia porta da rua Para a sua sala.
Ele tinha que subir uns enormes degraus, E descer um grande corredor Para chegar à sua
sala.

E no primeiro dia
De aula, a professora disse
"Hoje vamos fazer um desenho".

`Que bom!", pensou o garotinho,


E esperou que a professora Lhe dissesse o que fazer,
Mas a professora não disse nada. Apenas caminhava em volta da sala.

Quando passou pelo garotinho,


fla disse: "Você não quer desenhar?" "Sim", disse o garotinho.
Ele gostou de sua nova escola, Mesmo que não tivesse uma porta Direto da rua!
Helen E. Buckley
• 140
141
Sou professor
Sou professor.
Nasci no momento exato em que uma pergunta saltou boca de uma criança.
Fui muitas pessoas em muitos lugares.
Sou Sócrates, estimulando a juventude de Atenas a de
cobrir novas idéias através de perguntas.
Sou Anne Sullivan, extraindo os segredos do universo
mão estendida de Helen Keller.
Sou Esopo e Hans Christian Andersen, revelando a ve
dade através de inúmeras histórias.
Sou Marva Collins, lutando pelo direito de toda a crian
à Educação.
Sou Mary McCloud Bethune, construindo uma grand universidade para meu povo,

50
utilizando caixotes de laranj como escrivaninhas.
Sou Bel Kaufman, lutando para colocar em prática o U
The Down Staircase.
Os nomes daqueles que praticaram minha profissã soam como um corredor da fama para a
humanidade.. Booker T. Washington, Buda, Confúcio, Ralph Waldo Emer son, Leo
Buscaglia, Moisés e Jesus.
Sou também aqueles cujos nomes foram há muito esquecidos, mas cujas lições e o caráter
serão sempre lembrados nas realizações de seus alunos.
Tenho chorado de alegria nos casamentos de ex-alunos, gargalhado de júbilo no nascimento
de seus filhos e permanecido com a cabeça baixa de pesar e confusão ao lado
de suas sepulturas cavadas cedo demais, para corpos jovens demais.
Ao longo de cada dia tenho sido solicitado como ator, amigo, enfermeiro e médico,
treinador, descobridor de artigos perdidos, como o que empresta dinheiro, como
motorista de táxi, psicólogo, pai substituto, vendedor, político e mantenedor da fé.
A despeito de mapas, gráficos, fórmulas, verbos, histórias e livros, não tenho tido, na
verdade, nada o que ensinar, pois meus alunos têm apenas a si próprios para
aprender, e eu sei que é preciso o mundo inteiro para dizer a alguém quem ele é.
Sou um paradoxo. É quando falo alto que escuto mais. Minhas maiores dádivas estão no
que desejo receber agradecido de meus alunos.
Riqueza material não é um de meus objetivos, mas sou um caçador de tesouros em tempo
integral, em minha busca de novas oportunidades para que meus alunos usem seus
talentos e em minha procura constante desses talentos que, às vezes, permanecem
encobertos pela autoderrota.
Sou o mais afortunado entre todos os que labutam.
A um médico é permitido conduzir a vida num mágico momento. A mim, é permitido ver
que a vida renasce a cada dia com novas perguntas, idéias e amizades.
Um arquiteto sabe que, se construir com cuidado, sua estrutura poderá permanecer por
séculos. Um professor sabe que, se construir com amor e verdade, o que construir
durará para sempre.
Sou um guerreiro, batalhando diariamente contra a pressão dos colegas, o negativismo, o
medo, o conformismo, o
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• 143
#preconceito, a ignorância e a apatia. Mas tenho grandes ali dos: Inteligência, Curiosidade,
Apoio paterno, Individu dade, Criatividade, Fé, Amor e Riso, todos correm
a to meu partido com apoio indômito.
E a quem mais devo agradecer por esta vida maravilh sa, que sou tão afortunado em
experimentar, além de vocês, ao público, aos pais? Pois vocês me deram a grau honra
de confiar-me suas maiores contribuições para com eternidade, seus filhos.
E assim, tenho um passado rico em memórias. Tenho u presente de desafios, aventuras e
divertimento, porque mim é permitido passar meus dias com o futuro.
Sou professor... e agradeço a Deus por isso todos os dia
5
VIVA
SEU
SONHO
As pessoas que dizem que não

51
pode ser feito, não deveriam

interromper as que estão

fazendo.
Acho que posso!
Seja pensando que é capaz ou que não é capaz, você está certo. Henry Ford
Rocky Lyons, filho do ponta de defesa do New York Jets, Marty Lions, tinha cinco anos
quando passava de carro pelo interior do Alabama com sua mãe, Kelly. Ele dormia
no banco da frente da caminhonete, com os pés sobre o colo dela.
Dirigindo cuidadosamente pela estrada de terra, sua mãe entrou numa ponte estreita. Ao
fazê-lo, a caminhonete caiu num buraco e deslizou para fora da estrada; a
roda dianteira direita ficou presa no sulco dos pneus. Temendo que a caminhonete tombasse,
ela tentou jogar o carro de volta na estrada pisando fortemente no acelerador
e virando o volante para a esquerda. Mas o pé de Rocky ficou preso entre sua perna e a
direção, e ela perdeu o controle da caminhonete.
A caminhonete rolou por um barranco de vinte pés. Quando bateu lá embaixo, Rocky
acordou.
- O que aconteceu, mamãe? - ele perguntou. - Nossas rodas estão apontando para o céu.
Kelly estava coberta de sangue. O câmbio de marchas se comprimira contra o seu rosto,
cortando-o dos lábios até a
147
testa. Suas gengivas foram arrancadas, suas bochechas trituradas, seus ombros esmagados.
Com um osso da axila despedaçado e exposto, ela foi imprensada contra a
porta esmagada.
- Vou tirá-la daí, mamãe - anunciou Rocky, que milagrosamente não sofrera ferimentos. Ele
escorregou para fora passando por baixo de Kelly, esgueirou-se pela janela
aberta e tentou puxar sua mãe para fora. Mas ela não se movia.
- Deixe-me dormir - implorava Kelly, que oscilava entre a consciência e a inconsciência.
- Não, mamãe, você não pode dormir.
Rocky entrou de volta na caminhonete e conseguiu empurrar Kelly para fora dos destroços.
Então, disse a ela que subiria até a estrada e pararia um carro para pedir
ajuda. Temendo que ninguém pudesse ver seu garotinho no escuro, Kelly não deixou que
fosse sozinho. Em vez disso, arrastaram-se pelo aterro, com Rocky usando seus
parcos dezoito quilos para empurrar os cinqüenta da mãe. Rastejaram cada centímetro. A
dor era tamanha que Kelly pensou em desistir, mas Rocky não deixava. Para
animar sua mãe, Rocky disselhe para pensar "naquele trenzinho" da história, que consegue
subir uma montanha tão íngreme. Para lembrá-la, Rocky repetia sua versão
da inspiradora frase da história: "Sei que você pode, sei que você pode".
Quando finalmente chegaram à estrada, Rocky pôde ver claramente, pela primeira vez, o
rosto dilacerado da mãe. Começou a chorar. Agitando os braços e protestando
"Pare! Por favor, pare!", o garoto atraiu a atenção de um caminhão.
- Leve minha mãe a um hospital - implorou ao motorista.
Foram necessários oito horas e 344 pontos para reconstruir o rosto de Kelly. Hoje ela está
bem diferente - "eu tinha um nariz longo e reto, lábios finos e maxilares
altos; agora tenho nariz arrebitado, maxilares achatadas e lábios muito mais grossos" - mas
tem poucas cicatrizes visíveis e se recuperou dos ferimentos.
148

52
O heroísmo de Rocky virou notícia. Porém, o jovem corajoso insiste em que não fez nada de
extraordinário.
- Não planejei - explica ele -, só fiz o que qualquer um teria feito.
Sua mãe diz:
- Se não fosse Rocky, eu teria sangrado até a morte.
Ouvido pela primeira vez de Michele Borba
• 149
A turma de quarta série de Donna parecia-se com muitas outras que eu vira antes. Os alunos
sentavam-se em cinco fileiras de seis carteiras. A mesa do professor era
na frente, virada para os alunos. O quadro de avisos exibia trabalhos dos alunos. Em muitos
aspectos, parecia uma sala de escola primária tipicamente tradicional.
Mesmo assim, algo me pareceu diferente naquele primeiro dia em que entrei ali. Parecia
haver uma corrente subterrânea de excitação.
Donna era uma professora veterana de uma cidadezinha de Michigan, e faltavam apenas dois
anos para sua aposentadoria. Além disso, era voluntária ativa num projeto
municipal de desenvolvimento de equipes que eu organizara e auxiliara. O treinamento se
concentrava em idéias artísticas de linguagens, capazes de estimular os alunos
a se sentirem bem consigo mesmos e assumirem a responsabilidade sobre suas vidas. O
trabalho de Donna era assistir às sessões de treinamento e implementar os conceitos
apresentados. Meu trabalho era visitar as salas de aula e encorajar a implementação.
Tomei um lugar vazio no fundo da sala e assisti. Todos os alunos estavam trabalhando numa
tarefa, preenchendo uma folha de caderno com idéias e pensamentos. Uma
aluna de
• 150
dez anos, mais próxima de mim, estava enchendo a folha de
11não consigos".
"Não consigo chutar a bola de futebol além da segunda base."
"Não consigo fazer divisões longas com mais de três nú
meros.-"Não consigo fazer com que Debbie goste de mim."
Sua página já estava pela metade e ela não mostrava sinais de parar. Trabalhava com
determinação e persistência.
Caminhei pela fileira olhando as folhas dos alunos. Todos estavam escrevendo sentenças que
descreviam o que não conseguiam fazer.
"Não consigo fazer dez flexões."
"Não consigo acertar uma por cima da cerca do campo esquerdo."
"Não consigo comer um biscoito só."
A esta altura, a atividade despertara minha curiosidade, e assim decidi verificar com a
professora o que estava acontecendo. Ao me aproximar dela, notei que ela
também estava ocupada escrevendo. Achei melhor não interromper.
"Não consigo trazer a mãe de John para uma reunião de professores."
"Não consigo fazer com que minha filha abasteça o carro."
"Não consigo fazer com que Allan use palavras em vez de murros."
Frustrado em meus esforços em determinar por que os alunos estavam trabalhando com
negativas, em vez de escrever frases mais positivas, ou "eu consigo", voltei para
o meu lugar e continuei minhas observações. Os estudantes escreveram por mais dez
minutos. A maioria encheu sua página. Alguns começaram outra.
"Terminem a página em que estiverem e não comecem outra", foram as instruções que
Donna usou para assinalar o final da atividade. Os alunos foram então instruídos

53
a dobrar
Descanse em paz:

o enterro do "não consigo".


suas folhas ao meio e trazê-las para a frente da classe. Quan do os alunos chegaram à mesa
da professora, depositaram frases "não consigo" numa caixa de sapatos
vazia.
Quando as folhas de todos os alunos haviam sido reco lhidas, Donna acrescentou as suas.
Ela pôs a tampa na caixa, enfiou-a embaixo do braço e saiu pela porta, pelo
corredora Os alunos seguiram a professora. Eu segui os alunos.
Na metade do corredor a procissão parou. Donna entrou na sala do zelador, remexeu um
pouco e saiu com uma pá. Pá numa das mãos, caixa de sapatos na outra, Donna
saiu para o pátio da escola, conduzindo os alunos até o canto mais distante do playground.
Ali começaram a cavar.
Iam enterrar seus "Não consigos"! A escavação levou mais de dez minutos, pois a maioria
dos alunos queria sua vez. Quando o buraco chegou a cerca de um metro de
profundidade, a escavação terminou. A caixa de "não consigos" foi depositada no fundo do
buraco e rapidamente coberta de terra.
Trinta e uma crianças de dez e onze anos permaneceram de pé, no local da sepultura recém-
cavada. Cada um tinha no mínimo uma página cheia de "não consigos" na caixa
de sapatos um metro abaixo. E a professora também.
Neste ponto, Donna anunciou: "Meninos e meninas, por favor dêem-se as mãos e baixem
suas cabeças." Os alunos obedeceram. Rapidamente, dando-se as mãos, formaram
um círculo ao redor da sepultura. Baixaram as cabeças e esperaram. Donna proferiu os
louvores.
"Amigos, estamos hoje aqui reunidos para honrar a memória do 'Não consigo'. Enquanto
esteve conosco na Terra, ele tocou as vidas de todos nós, de alguns mais do
que de outros. Seu nome, infelizmente, foi mencionado em cada instituição pública - escolas,
prefeituras, assembléias legislativas e, sim, até mesmo na Casa Branca.
Providenciamos um local para o seu descanso final e uma lápide que contém seu epitáfio.
Ele vive na memória de seus
irmãos e irmãs 'Eu consigo', 'Eu Vou' e 'Eu vou imediatamente'. Estes não são tão
conhecidos quanto seu famoso parente e certamente ainda não tão fortes e poderosos.
Talvez algum dia, com sua ajuda, eles tenham uma importância ainda maior no mundo.
Que'Não Consigo' possa descansar em paz e que todos os presentes possam retomar
suas vidas e ir em frente na sua ausência. Amém."
Ao escutar as orações entendi que aqueles alunos jamais esqueceriam esse dia. A atividade
era simbólica, uma metáfora da vida. Foi uma experiência direta que ficaria
gravada no consciente e no inconsciente para sempre.
Escrever os "Não Consigos", enterrá-los e ouvir a oração. Aquele havia sido um esforço
maior da parte daquela professora. E ela ainda não terminara. Ao concluir
a oração ela fez com que os alunos se virassem, encaminhou-os de volta à classe e
promoveu uma festa.
Eles celebraram a passagem de "Não Consigo" com biscoitos, pipoca e sucos de frutas.
Como parte da celebração, Donna recortou uma grande lápide de papelão. Escreveu
as palavras "Não Consigo" no topo, "Descanse em Paz" no centro e a data embaixo.
NÃO CONSIGO

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Descanse em Paz

28/3/80
A lápide de papel ficou pendurada na sala de aula de Donna durante o resto do ano. Nas
raras ocasiões em que um aluno se esquecia e, dizia "Não Consigo", Donna simples
. 153
• 152
mente apontava o cartaz Descanse em Paz. O aluno então lembrava que "Não Consigo"
estava morto e reformula frase.
Eu não era aluno de Donna. Ela era minha aluna. Ain assim, naquele dia aprendi uma lição
duradoura com ela.
Agora, anos depois, sempre que ouço a frase "Não Co go", vejo imagens daquele funeral da
quarta série. Como alunos, eu também me lembro de que "Não Consigo" es
morto.
• 154
A história do 333
Estava ministrando um seminário de final de semana no Hotel Deerhust, norte de Toronto.
Na noite de sexta-feira, um tornado varreu uma cidade ao norte da nossa,
chamada Barrie, matando dezenas de pessoas e causando prejuízos de milhões de dólares.
Na noite de sábado, voltando para casa, parei o carro quando cheguei a Barrie.
Desci do carro no acostamento e olhei em volta. Estava uma confusão. Em todos os lugares
para onde eu olhava havia casas destruídas e carros de cabeça para baixo.
Naquela mesma noite, Bob Templeton dirigia pela mesma estrada. Ele parou para olhar a
tragédia assim como eu, só que seus pensamentos foram diferentes dos meus.
Bob era vice-presidente da Telemedia Communications, dona de uma cadeia de estações de
rádio em Ontário e Quebec. Ele achou que devia haver algo que pudéssemos fazer
por aquelas pessoas através de suas estações de rádio.
Na noite seguinte, estava ministrando um outro seminário em Toronto. Bob Templeton e
Bob Johnson, outro vicepresidente da Telemedia, entraram e ficaram de pé no
fundo da sala. Ambos compartilhavam a convicção de que devia haver algo que pudessem
fazer pelas pessoas em Barrie. Ter
155
minado o seminário, voltamos para o escritório de Bob. Agora ele estava comprometido
com a idéia de ajudar as pessoas que haviam sido afetadas pelo tornado.
Na sexta-feira seguinte, ele chamou todos os executivos da Telemedia em seu escritório. No
alto de um flipchart, ele escreveu três 3. E disse a seus executivos:
- Vocês gostariam de levantar 3 milhões de dólares, em apenas 3 horas, daqui a 3 dias, a
contar de hoje, e dar esse dinheiro à população de Barrie?
Não houve nada além de silêncio na sala.
Finalmente alguém disse:
- Templeton, você está louco. Não há como fazer isso.
Bob disse:
- Espere um minuto. Eu não perguntei se poderíamos ou se deveríamos. Perguntei apenas se
vocês gostariam. Todos eles disseram:
- É claro que gostaríamos.
Então ele desenhou um grande T embaixo do 333. De um lado ele escreveu "Porque não
podemos". Do outro, "Como podemos".
- Vou fazer um grande X no lado do "Porque não podemos". Não vamos perder tempo com

55
idéias de "Porque não podemos". Isso é inútil. Do outro lado vamos escrever todas
as idéias que tivermos sobre "Como podemos". Não vamos sair da sala até chegar às
soluções.
Houve silêncio novamente.
Finalmente, alguém disse:
Poderíamos fazer um show de rádio e transmiti-lo a todo o Canadá.
Bob disse:
- Esta é uma grande idéia - e anotou-a.
Antes que tivesse terminado de escrever, alguém disse: - Não podemos fazer um show de
rádio e transmiti-lo a
todo o Canadá. Não temos estações em todo o Canadá. Aquela foi uma objeção bastante
válida. Eles tinham es
tações apenas em Ontário e Quebec.
Templeton replicou:
- Isso é "porque podemos". Isso fica.
Mas essa era uma objeção realmente forte, porque as estações de rádio são muito
competitivas. Normalmente, elas não trabalham juntas e conseguir que o fizessem seria
praticamente impossível, de acordo com os padrões estabelecidos de raciocínio.
De repente alguém sugeriu:
- Poderíamos convidar Harvey Kirk e Lloyd Robertson, os maiores nomes da radiodifusão
canadense, como âncoras do show. (Isso seria como ter Tom Brokaw e Sam Donaldson
ancorando o show. Eles são âncoras na televisão nacional. Eles não irão ao rádio.) Àquela
altura foi absolutamente espantoso a rapidez e a fúria com que as idéias
criativas começaram a fluir.
Isso foi numa sexta-feira. Na quinta-feira seguinte, cinqüenta estações de rádio do país
inteiro haviam concordado em transmitir o show. Não importava de quem seriam
os créditos desde que as pessoas em Barrie recebessem o dinheiro. Harvey Kirk e Lloyd
Robertson ancoraram o show e conseguiram levantar 3 milhões de dólares, em
três horas, dentro de um período de três dias úteis!
Veja só, você pode fazer qualquer coisa se concentrar sua energia em "Como pode" fazer, e
não em "Porque não pode".
Bob Proctor
• 156
• 157
A atual maior vendedora do mundo não se importa q a chamem de menina. Isso porque
Markita Andrews gero mais de oitenta mil dólares vendendo os biscoitinhos G* Scout
desde que tinha sete anos.
Batendo de porta em porta após a escola, Markita, em rã terrivelmente tímida, transformou-
se num dínamo d vender biscoitos quando descobriu, aos treze anos, o segr
do de vender.
Tudo começou com um desejo. Um desejo abrasador incandescente. O sonho de Markita e
sua mãe, que trabalha vã como garçonete desde que seu marido a deixara, quando
Markita tinha oito anos, era dar a volta ao mundo. "Vou trabalhar duro para conseguir
dinheiro suficiente para mandála à faculdade", sua mãe lhe disse certo dia
- "Você irá para a faculdade e, quando se formar, ganhará bastante dinheiro para nos levar a
uma volta ao mundo. Está bem?"
Assim, aos treze anos, quando Markita leu na revista Girl Scout, a revista das bandeirantes,
que a bandeirante que vendesse mais biscoitos ganharia uma viagem para

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dois ao redor do mundo, com todas as despesas pagas, decidiu vender todos os biscoitos
Girl Scout que conseguisse - mais do que qualquer outra pessoa no mundo jamais
vendera.
Mas desejo apenas não basta. Para transformar seu sonho em realidade, Markita sabia que
precisava de um plano.
- Use sempre o equipamento correto, seu uniforme profissional -aconselhou sua tia. -
Quando estiver trabalhando, vista-se como se estivesse fazendo negócios. Use
seu uniforme de bandeirante. Quando subir nos prédios para visitar as pessoas em seus
apartamentos às 16:30 ou 18:30, e especialmente às sextas-feiras à noite, peça-lhes
que façam grandes encomendas. Sorria sempre, seja sempre agradável. E não lhes peça para
"comprar" seus biscoitos, peça-lhes para investir.
Muitas outras bandeirantes podem ter desejado aquela viagem ao redor do mundo. Muitas
outras bandeirantes podem ter planejado essa viagem. Mas apenas Markita saiu,
vestida com seu uniforme, todos os dias após a escola, pronta para pedir - e continuar
pedindo - às pessoas que investissem nos seus sonhos.
- Olá. Eu tenho um sonho. Ganharei uma viagem ao redor do mundo para mim e minha mãe
vendendo os biscoitos Girl Scout - dizia ela à porta. - Gostaria de investir
em uma ou duas dúzias de caixas de biscoitos?
Markita vendeu 3.526 caixas de biscoitos Girl Scout naquele ano e ganhou sua viagem ao
redor do mundo. Desde então, vendeu mais 42.000 caixas de biscoitos Girl Scout,
deu palestras em convenções de vendas no país inteiro, estrelou um filme na Disney sobre
sua aventura e foi co-autora do
best-seller How to Sell More Cookies, Condor, Cadillacs, Computers... And Everything
Else.
Markita não é mais esperta ou mais extrovertida do que milhares de outras pessoas, jovens
ou idosas, que têm seus próprios sonhos. A diferença é que Markita descobriu
o segredo de vender: Pedir! Pedir! Pedir! Muitas pessoas fracassam mesmo antes de
começar, porque não conseguem pedir o que querem. O medo da rejeição leva muitos
de nós a rej eitar a nós mesmos e aos nossos sonhos, muito antes que qual
Pedir, pedir, pedir
158
159
quer um tenha jamais tido a chance de fazer isso - não porta o que estejamos vendendo.
E todos estamos vendendo algo.
"Vendemos a nós mesmos todos os dias - na escola,, patrão, às novas pessoas que
encontramos - disse Mar aos 14 anos. - Minha mãe é garçonete: ela vende a refei do
dia. Prefeitos e presidentes tentando angariar votos es vendendo... Uma de minhas
professoras favoritas foi a Chapin. Ela fez com que Geografia se tornasse uma mat
interessante, e isso, na verdade, é vender... Vejo vendas p toda parte. Vender faz parte do
mundo.
É necessário coragem para pedir ó que se deseja. Cor gem não é ausência de medo. É fazer
o que é necessário ap sar do medo.. E, como Markita descobriu, quanto mais
pede, mais fácil (e mais divertido) isso se torna.
Uma vez, na televisão, ao vivo, o produtor resolveu pr por a Markita seu maior desafio de
vendas. Pediram-lhe q vendesse os biscoitos Girl Scout a um outro convidado
d programa.
- Gostaria de investir em uma ou duas dúzias de caix de biscoitos Girl Scout? -perguntou
ela.

57
- Biscoitos Girl Scout?! Eu não compro nenhum biscoito Girl Scout! - respondeu ele. - Sou
diretor da Penitenciári Federal. Coloco na cama dois mil raptores, ladrões,
crimino-a sos, desordeiros e corruptores de menores todas as noites.
Tranqüila, Markita rapidamente replicou:
- Senhor, se aceitar alguns destes biscoitos, talvez não se sinta tão indisposto, zangado e
mau. E acho que também seria uma boa idéia levar alguns biscoitos para
cada um dos seus dois mil prisioneiros.
Markita pediu.
O diretor fez um cheque.
160
Você já fez a terra se mover?

Angela, de onze anos, foi acometida por uma doença debilitante envolvendo seu sistema
nervoso. Ela não podia andar e também havia outros tipoçde restrições em seus
movimentos. Os médicos não tinham muita esperança de que ela algum dia se recuperasse
dessa doença. Previram que ela passaria o resto de sua vida numa cadeira de
rodas. Disseram que poucos, talvez ninguém, seriam capazes de voltar à vida normal depois
de contrair essa doença. A garotinha era destemida. Ali, deitada em seu
leito de hospital, ela prometia a quem quisesse ouvir que, definitivamente, um dia voltaria a
andar.
Foi transferida para um hospital especializado em reabilitação, na região da baía de São
Francisco. Todas as terapias que podiam ser aplicadas ao seu caso foram
usadas. Os terapeutas ficaram encantados pelo seu espírito inabalável. Eles a ensinaram a
técnica de "criação de imagens" - visualizar a si mesma caminhando. Se
não ajudasse em mais nada, ao menos lhe daria esperança e alguma coisa positiva para fazer
durante as longas horas em que permanecia acordada na cama. Angela dedicou-se
com o maior afinco à fisioterapia, hidromassagens e em sessões de exercícios. Mas de
dicou-se com o mesmo afinco à prática fervorosa da "construção de imagens", visualizando
a si mesma se m do, movendo, movendo!
Um dia, quando se esforçava ao máximo para ima suas pernas se movendo novamente,
aconteceu uma c que pareceu um milagre: A cama se moveu! E começou a mover pelo
quarto! Ela gritava:
- Olhem o que estou fazendo! Olhem! Olhem! Eu co go! Eu me movi! Eu me movi!
É claro que, neste momento, o hospital inteiro tam estava gritando e correndo em busca de
abrigo; pessoas tavam, equipamentos caíam e vidros se quebravam. Veja era
o recente terremoto de São Francisco. Mas não conte Angela. Ela está convencida de que
fez aquilo sozinha. E a ra, apenas alguns anos depois, está de volta à escola.
Sob suas próprias pernas. Sem muletas, sem cadeiras de ro Veja só, uma pessoa capaz de
fazer a terra tremer entre Francisco e Oakland pode vencer uma doencinha trivial,
n pode?
Um garotinho da nossa igreja em Huntington Beach veio me procurar depois de me ouvir
falar sobre o Banco das Crianças. Ele apertou minha mão e disse:
- Meu nome é Tommy Tighe, tenho seis anos e quero um empréstimo do seu Banco das
Crianças.
Eu disse:
- Tommy, este é um dos meus objetivos, emprestar dinheiro aos garotos. E até hoje todos
eles me pagaram de volta. O que quer fazer?

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Ele disse:
-Desde que eu tinha quatro anos tenho o sonho de que eu poderia trazer paz ao mundo.
Quero fazer um adesivo que diga: "PAZ, POR FAVOR! PAZ POR NÓS, CRIANÇAS!",
assinado
Tommy.
- Posso apoiar sua idéia - eu disse. Ele precisava de US$454,00 para produzir mil adesivos.
O Fundo pelos Livres Empreendimentos das Crianças Mark Victor Hansen
fez um cheque à gráfica que estava imprimindo os adesivos.
O pai de Tommy cochichou em meu ouvido:
- Se ele não lhe pagar o empréstimo, você vai executar a bicicleta dele?
O adesivo de Tommy
• 162
• 163
#Eu disse:
- Não, bata na madeira, todo garoto nasce com hon dade, moral e ética. É preciso ensiná-los
outras coisas. Acr dito que ele nos pagará.
Se você tem um filho de mais de nove anos, deixe-o t-r b-a-l-h-a-r e ser r-e-m-u-n-e-r-a-d-o
por algo honesto, mo e ético, para que aprenda o princípio desde cedo.
Demos a Tommy uma cópia de todas as minhas fitas, e ouviu 21 vezes cada uma e assumiu a
propriedade do mat rial. As fitas dizem: "Comece sempre a vender do topo
Tommy convenceu seu pai a levá-lo até a casa de Ronald Reagan. Tommy tocou a
campainha e o porteiro veio ateu der. Tommy fez uma irresistível apresentação de dois
minu tos da venda de seus adesivos. O porteiro enfiou a mão no bolso, deu US$1,50 a
Tommy e disse:
-Aqui está, quero um desses. Espere e eu chamarei o expresidente.
Perguntei:
- Por que pediu a ele que comprasse o adesivo? Ele disse:
- Você disse nas fitas para pedir a todo mundo para comprar.
Eu disse:
- É, eu disse, disse. A culpa é minha.
Ele enviou um adesivo a Mikhail Gorbachev com uma conta de US$1,50 em fundos norte-
americanos. Gorbachev enviou-lhe os US$1,50 e uma fotografia com a dedicatória
,
va em frente pela paz, Tommy" e assinava "Mikhail Gorbachev, Presidente".
Já que coleciono autógrafos, eu disse a Tommy:
Eu lhe darei US$500,00 pelo autógrafo de Gorbachev. Ele disse:
- Não, obrigado, Mark
Eu falei:
- Tommy, sou dono de muitas empresas. Quando você crescer gostaria de contratá-lo.
Está brincando? Quando eu crescer, eu vou contratar
você.
A edição de domingo do Orange County Register fez um especial com a história de Tommy,
o Banco pelos Livres Empreendimentos das Crianças e eu. Marty Shaw, o jornalista,
entrevistou Tommy durante seis horas e escreveu uma reportagem fenomenal. Marty
perguntou a Tommy que impacto ele esperava causar sobre a paz mundial. Tommy disse:
- Acho que ainda não tenho idade suficiente; acho que você tem que ter oito ou nove anos
para parar todas as guerras no mundo.
Marty perguntou:

59
- Quem são seus heróis?
Ele disse:
- Meu pai, George Burns, Wally Joiner e Mark Victor Hansen.
Tommy tem bom gosto para ídolos.
Três dias depois, recebi um telefonema da empresa de cartões Ha1knark Uma das franquias
da Hallmark havia passado por fax uma cópia do artigo do Register. Eles teriam
uma convenção em São Francisco e gostariam que Tommy falasse. Afinal, eles viram que
Tommy tinha nove metas:

1. Resgatar os custos (caução do cartão de beisebol).


2. Imprimir os adesivos.
3. Fazer plano para um empréstimo. 4. Descobrir como falar às pessoas. 5. Conseguir
endereços de líderes.
6. Escrever uma carta a todos os presidentes e líderes de
outros países e enviar-lhes um adesivo gratuito.
7. Falar a todos sobre paz.
8. Ligar para a banca de j ornais e falar sobre o meu negó
cio.
9. Ter uma conversa na escola.
164
• 165
A Hallmark queria que a minha empresa, Look Talking, agendasse a palestra de Tommy.
Embora a pales não tenha acontecido, porque o intervalo de duas se
era pequeno demais, as negociações entre a Hallmark, eu Tommy foram divertidas,
estimulantes e poderosas.
Joan Rivers chamou Tommy Tighe para seu programa televisão. Alguém também lhe passara
uma cópia via fax entrevista de Tommy ao Register.
- Tommy - Joan disse - aqui é Joan Rivers e quer você no meu programa, que tem milhões
de espectadores.
- ótimo! - disse Tommy. Ele não tinha a menor idé' de quem era ela.
- Pagarei a você US$300,00 - disse Joan.
- ótimo! - disse Tommy.
Tendo ouvido repetidamente as minhas fitas Sell Yoursel Rich e se transformado num mestre
de vendas, Tommy continuou a vender a Joan dizendo:
-Tenho apenas oito anos, então não poderei ir sozinho. Você poderia custear a ida de minha
mãe também, não é Joan?
- Sim! - respondeu Joan.
- Falando nisso, acabei de assistir a um programa Estilos de Vida dos Ricos e Famosos, que
dizia que se deve hospedar no Trump Plaza quando se vai a Nova York, Pode
providenciar isso, não é, Joan?
- Sim! - ela respondeu.
- O programa também disse que, uma vez em Nova
York, deve-se visitar o Empire State Building e a Estátua da
Liberdade. Pode conseguir ingressos, não é? - Sim...
- Ótimo. Eu lhe disse que minha mãe não dirige? Então, podemos usar sua limousine, não
podemos? - Claro - disse Joan.
• 166
Tommy foi ao programa de Joan Rivers e fez um enorme sucesso com Joan, a equipe de

60
cinegrafistas, o público ao vivo e o da televisão. Ele estava bonito, interessante,
autêntico e um excelente exemplo de alguém que se lança por conta própria. Contou
histórias tão cativantes e persuasivas que o público se viu puxando imediatamente
o dinheiro da carteira para comprar os adesivos.
Ao final do programa, Joan se inclinou e perguntou:
- Tommy, você realmente acha que seu adesivo trará a paz ao mundo?
Tommy disse entusiasticamente, com um sorriso radiante:
- Até agora, trabalhei apenas dois anos e já consegui derrubar o muro de Berlim. Estou indo
bem, não acha?
Mark V. Hansen
Se não pedir, você não consegue -

mas se pedir, consegue!


Até hoje Tommy vendeu mais de 2.500 adesivos e devolveu ao Banco pelos - vres
Empreendimentos das Crianças Mark Victor Hansen seu empréstimo de US$454,00. Se
você
gostaria de obter um dos adesivos de Tommy, envie US$3,00 a Tommy Tighe,17283 Ward
Street, Fountain Valley, CA 92708.
Linda, minha esposa, e eu moramos em Miami, na Flórida. Quando havíamos apenas
começado nosso programa de treinamento em auto-estima, chamado Little Acorns, para
ensinar às crianças como dizer não às drogas, à promiscuidade sexual e a outros
comportamentos autodestrutivos, recebemos o prospecto de uma conferência sobre
Educação
em San Diego. Ao lermos o prospecto, percebemos que todas as pessoas importantes
estariam lá e percebemos que tínhamos que ir. Mas não víamos como. Estávamos apenas
começando, trabalhando em casa, e tínhamos acabado de exaurir nossas economias com os
primeiros estágios do trabalho. Não havia forma de pagarmos as passagens aéreas
ou quaisquer outras despesas. Mas sabíamos que deveríamos estar lá, e assim começamos a
pedir.
A primeira coisa que fiz foi telefonar aos coordenadores da conferência em San Diego,
explicar por que simplesmente tínhamos que estar lá e perguntar-lhes se nos
dariam duas admissões para a conferência. Quando expliquei nossa situação, o que
estávamos fazendo e por que tínhamos que estar lá, eles disseram sim. Portanto,
tínhamos os ingressos.
Contei a Linda que já tínhamos os ingressos e podíamos entrar na conferência. Ela disse:
168
• 169
#- Ótimo! Mas estamos em Miami e a conferência é San Diego. O que faremos agora?
Então eu disse:
- Temos que conseguir transporte.
Liguei para a Northeast Airlines, uma companhia a que eu sabia que estava em ótima
situação na época. Coi dentemente, a mulher que atendeu era a secretária do pr
dente, então eu disse a ela o que precisava. Ela me colos diretamente em contato com o
presidente, Steve Quinto. pliquei-lhe que acabara de falar com os conferencistas
e San Diego, que eles nos tinham ofertado as entradas para conferência, mas que não
podíamos ir porque não tnham como chegar lá e, por favor, será que ele poderia
nos do duas passagens de ida e volta de Miami a San Diego?
Ele disse:

61
- É claro que sim - e foi exatamente assim. Foi assa rápido, e o que disse em seguida
realmente me surpreende Ele disse:
- Obrigado por pedir.
Eu disse:
- Como?
Ele disse:
- Não é sempre que tenho a oportunidade de fazer o melhor que posso pelo mundo, a não
ser que alguém me peça. Esta é uma ótima oportunidade e quero agradecer a você
por ela.
Fiquei desconcertado, mas agradeci e desliguei o telefone.
Olhei para minha esposa e disse:
- Querida, temos as passagens aéreas! Ela falou:
- Ótimo. Onde vamos ficar?
A seguir telefonei para a Holliday Inn Downtown Miarru e perguntei:
- Onde é a sua sede?
• 170
Eles me disseram que era em Memphis, Tennessee. Ligt1ei para o Tennessee e eles me
passaram para a pessoa com quem eu precisava falar. Era alguém de São Francisco.
Ele dirigia todas os Holiday Inns na Califórnia. Expliquei-lhe que tínhamos conseguido as
passagens aéreas com uma empresa e perguntei se ele poderia nos auxiliar
de alguma forma com a hospedagem durante três dias. Ele perguntou se estaria bem se nos
colocasse em seu novo hotel no centro de San Diego como seus convidados.
Eu disse:
- Sim, isso seria ótimo.
Ele então disse:
- Espere um minuto. Tenho de preveni-los, o hotel fica a cinqüenta quilômetros de carro do
campus onde a conferência será realizada e terão que achar um meio de
chegar lá.
Eu disse:
- Darei um jeito mesmo que eu tenha que comprar um cavalo.
Agradeci a ele e disse a Linda:
- Bem, querida, temos as entradas, conseguimos as passagens aéreas e lemos um lugar para
ficar. Precisamos agora de um meio para ir do hotel ao campus e voltar,
duas vezes ao dia.
Em seguida, liguei para a National Car Rental, conteilhes a história e perguntei se poderiam
me ajudar. Eles disseram:
- Um Olds 88 estaria bem?
Eu disse que estaria.
Num único dia tínhamos conseguido tudo.
Acabamos pagando nossas próprias refeições parte do tempo, mas, antes do término da
conferência, levantei-me, contei esta história numa das assembléias gerais e
disse:
- Seremos extremamente gratos desde já a qualquer um que queira ser voluntário para nos
levar para almoçar.
Cerca de cinqüenta pessoas levantaram e se candidataram, e assim terminamos conseguindo
também algumas refeições.
Foi uma experiência maravilhosa, aprendemos nau conhecemos gente como Jack Canfield,
que ainda es nosso conselho consultivo. Quando retornamos, lança programa e

62
ele vem crescendo cerca de 100% ao ano. timo mês de junho, formamos a turma número
2.250 do namento Little Acorn. Também realizamos duas impo tes conferências para
educadores chamadas Tornand Mundo Seguro para as Crianças, para as quais convida
pessoas do mundo inteiro. Milhares de educadores vie a fim obter idéias sobre como
realizar treinamentos em au estima em suas salas de aula.
Da última vez que patrocinamos a conferência, convi mos educadores de 81 países.
Dezessete países enviaram presentantes, inclusive ministros da educação. Além di
surgiram convites para que levássemos nosso programa a seguintes lugares: Rússia, Ucrânia,
Bielorrússia, Gelara Kazaquistão, Mongólia, Taiwan, Ilhas Cook e Nova
Zelâ dia.
Assim, como você vê, é possível conseguir o que você qw ser; basta pedir a um número
suficiente de pessoas.
A busca de Rick Little
Às cinco horas da manhã, Rick Little dormiu no volante de seu carro, foi arremessado sobre
um barranco de três metros de altura e bateu contra uma árvore. Passou
os seis meses seguintes engessado, com a coluna quebrada. Rick teve tempo de sobra para
pensar profundamente sobre sua vida - algo para o que seus treze anos de
formação não o haviam preparado. Certa tarde, ao voltar para casa, apenas duas semanas
depois de receber alta no hospital, encontrou sua mãe deitada no chão, semiconsciente,
devido a uma overdose de pílulas para dormir. Rick enfrentou mais uma vez a
inadequabilidade de sua educação formal em preparálo para lidar com os aspectos sociais
e emocionais de sua vida.
Durante os meses que se seguiram, Rick começou a formular uma idéia -o desenvolvimento
de um curso que desse aos alunos auto-estima, habilidade de relacionamento
e de administração de conflitos. Ao começar a pesquisar o possível conteúdo de um curso
como esse, deparou com um estudo do Instituto Norte-Americano de Educação,
no qual 1.000 indivíduos de trinta anos foram questionados se achavam que seus cursos de
segundo grau os haviam preparado
173
• 172
com as habilidades necessárias para enfrentar a vi Mais de oitenta por cento responderam
"Definitiva não".
Esses indivíduos de trinta anos também foram quer dos sobre quais habilidades eles
gostariam que lhes tiv sido ensinadas.
A maior parte das respostas referiu-se a habilidad relacionamento: Como conviver melhor
com as pessoas quem se vive. Como encontrar e manter um trabalho. lidar com
um conflito. Como ser um bom pai. Como e der o desenvolvimento normal de uma criança.
Como a nistrar financeiramente o dia-a-dia. E como intuir o sen da vida.
Inspirado em seu sonho de criar um curso que pud ensinar essas coisas, Rick deixou a
faculdade e se lançou país, entrevistando alunos de segundo grau.
Em sua busca de informações sobre o que deveria ser cluído no curso, ele fez a mais de
2.000 estudantes de 120 colas as mesmas duas perguntas:
1. Se você tivesse que desenvolver um programa para s curso de segundo grau que o
auxiliasse a enfrentar situações que está vivenciando hoje e as que acha encontrará
no futuro, o que este programa incluiria?
2. Liste os dez principais problemas em sua vida, os você gostaria que fossem tratados
melhor em casa e escola.
Fossem estudantes de escolas particulares abastadas

63
de guetos de cidades do interior, rurais ou suburbanos, respostas foram surpreendentemente
idênticas. Solidão falta de adaptação encabeçavam a lista de problemas.
Alé do mais, a lista das habilidades que gostariam de ter apren dido era a mesma mencionada
pelos indivíduos de trinta anos.
Rick dormiu em seu carro por dois meses, vivendo de um total de sessenta dólares. Na
maioria dos dias comeu biscoito
com pasta de amendoim. Alguns dias não comeu absolutaniente nada. Rick tinha poucos
recursos, mas estava comprometido com seu sonho.
Seu próximo passo era fazer uma lista dos principais educadores e líderes nacionais em
aconselhamento e psicologia. pecidiu visitar todas as pessoas dessa lista
e pedir sua contribuição e apoio. Embora impressionadas com sua iniciativa - perguntar
diretamente aos alunos o que gostariam de aprender - elas não ofereceram grande
ajuda. "Você é muito jovem. Volte para a faculdade. Tire seu diploma. Faça um curso de
pós-graduação e então poderá ir atrás disso." Não se pode dizer que foram
encorajadores.
Mesmo assim, Rick persistiu. Quando completou 20 anos, havia vendido seu carro, suas
roupas, tomara dinheiro emprestado de amigos e tinha uma dívida de 32 mil dólares.
Alguém sugeriu que ele procurasse uma fundação e pedisse
dinheiro.
Sua primeira entrevista numa fundação local foi uma enorme decepção. Ao entrar no
escritório, Rick literalmente tremia de medo. O vice-presidente da fundação era
um homem enorme, de cabelos escuros e com um rosto frio e inflexível. Durante meia hora,
ele ficou sentado sem pronunciar uma só palavra, enquanto Rick contava sobre
sua mãe, os dois mil alunos e seus planos de um novo tipo de curso para os garotos do
segundo grau.
Quando ele terminou, o vice-presidente puxou uma pilha de pastas.
- Filho - ele disse. - Estou aqui há quase vinte anos. Fundamos todos estes programas
educacionais. E todos falharam. O seu também falhará. As razões? São óbvias.
Você tem vinte anos, não tem experiência, não tem dinheiro, não tem diploma. Nada!
Ao deixar o escritório da fundação, Rick jurou provar que aquele homem estava errado.
Iniciou uma pesquisa sobre as instituições que estavam interessadas em financiar
progra
• 174
• 175
mas de estudo para adolescentes. Então, passou meses gindo propostas para subvenções -
Rick trabalhou
um ano laboriosamente, desde a madrugada até tarde noite, redigindo grandes propostas,
cada uma cuidad mente talhada conforme os interesses e exigências de fundação.
Todas partiram com grandes expectativas e to voltaram - rejeitadas.
Uma após a outra, suas propostas foram enviadas e rej tadas. Finalmente, depois que a
centésima güinquagési quinta proposta de subvenção foi recusada, todo o apoio
Rick começou a desmoronar. Os pais de Rick implorav que ele voltasse para a faculdade e
Ken Greene, um edu dor que abandonara o emprego para ajudar Rick a redigir
propostas, disse:
- Não tenho mais dinheiro e tenho esposa e filhos p sustentar. Esperarei mais uma única
proposta. Mas, se f uma recusa, terei que voltar a Toledo para lecionar.
Rick tinha uma última chance.
Movido por desespero e convicção, ele conseguiu pass por varas secretárias e agendar um

64
almoço com o Dr. Ru Mawby, Presidente da Fundação Kellogg. A caminho do moço,
eles passaram por uma banca de sorvetes.
- Gostaria de um? - perguntou Mawby.
Rick assentiu. Mas sua ansiedade lhe pregou uma pe Ele apertou a casquinha na mão e, com
sorvete de chocola escorrendo-lhe entre os dedos, ele fez um esforço furtivo
maÊ frenético de soltá-lo antes que o dr. Mawby pudesse notar que acontecera. Mas Mawby
vira, e desatando a rir, voltou ao sorveteiro e trouxe um maço de guardanapos
de papel para Rick
O jovem rapaz entrou no carro, corado e infeliz. Como poderia pedir financiamento para um
novo programa educacional quando não sabia nem segurar uma casquinha de
sorvete?
Duas semanas mais tarde Mawby telefonou.
- Você pediu US$55.000. Sentimos muito, mas os membros do conselho votaram contra. -
Rick sentiu lágrimas a lhe pressionarem os olhos. Por dois anos ele trabalhara
por u,n sonho, que agora ia por água abaixo.
- No entanto - disse Mawby -, os membros do conselho votaram unanimemente a favor de
conceder-lhe
US$130.000.
Então, sim, vieram as lágrimas. Rick mal podia balbuciar um "obrigado".
Desde então, Rick Little levantou mais de US$100.000.000 para financiar seu sonho. Os
Programas de Habilidades Quest são ensinados atualmente em mais de 30 mil escolas
de todos os cinqüenta estados norte-americanos e em 32 países. Anualmente, três milhões de
crianças aprendem habilidades importantes para sua vida porque um rapaz
de 19 anos de idade se recusou a receber um "não" como resposta.
Em 1989, devido ao incrível sucesso do Quest, Rick Little expandiu seu sonho e foi
recompensado com US$65.000.000, a segunda maior doação jamais feita na história
norte-americana, para a çriação da Fundação Internacional da juventude. O propósito desta
fundação é identificar e expandir pelo mundo programas de sucesso para
a juventude.
A vida de Rick Little é testemunho do poder de um compromisso com um ideal elevado,
aliado à disposição de continuar pedindo até que alguém manifeste o sonho.
Adaptado de Peggy Mann
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A magia de acreditar
Não tenho idade suficiente para jogar futebol ou beisebol. Ainda não tenho oito anos. Minha
mãe me disse que "quando começar a jogar beisebol, você não vai ser muito
veloz, porque sofreu uma operação". Eu disse à mamãe que não precisarei correr tanto.
Quando jogar beisebol, vou lançar para fora do campo. Então, poderei simplesmente
caminhar.
Edward J. McGrath, Jr.
"Uma Visão Excepcional da Vida
O livro de metas de Glenna
Em 1977 eu era uma mãe solteira com três filhas pequenas para criar, as prestações de uma
casa e de um carro para pagar e uma necessidade de recuperar alguns sonhos.
Certa tarde, assisti a um seminário e ouvi um homem falar sobre o princípio do I + V = R
(Imaginação mais Nitidez igual a Realidade). O orador mostrava que a mente
pensa em imagens, e não em palavras. E que se fotografarmos em nossas mentes o que

65
desejamos, isso se tornará realidade.
Esse conceito acendeu uma veia criativa em meu coração. Eu conhecia a verdade bíblica de
que Deus nos proporciona "os desejos de nosso coração" (Salmos 37:4) e que
"um homem é o que pensa em seu coração" (Provérbios 23:7). Estava determinada a tomar
minha lista escrita de orações e transformá-la em imagens. Comecei a recortar
velhas revistas e a reunir fotografias que ilustrassem os "desejos de meu coração". Eu as
organizei num caro álbum de fotografias e esperei ansiosamente.
Minhas imagens eram bastante específicas. Elas incluíam:
1. Um homem bonito.
2. Uma mulher vestida de noiva e um homem de smoking. 3. Buquês de flores (sou
romântica).
• 179
• 178
4. Belas jóias com diamantes (eu pensei: Deus ama
David e Salomão, e eles foram duas das pessoas
ricas que já existiram).
5. Uma ilha no azul cintilante caribenho. 6. Uma linda casa.
7. Mobília nova.
8. Uma mulher que recentemente se tornara vice-presa dente de uma grande empresa. (Eu
trabalhava p uma empresa que não tinha mulheres como diretoras, Queria ser
a primeira mulher vice-presidente daque empresa.)
Cerca de oito semanas depois, estava dirigindo numa auto-estrada na Califórnia, pensando
na vida, às 10:30 d manhã. De repente um lindo Cadillac branco e vermelh
passou por mim. Olhei para o carro porque era um carro bonito. O motorista me olhou e
sorriu, e eu correspondi porque sempre sorrio. Aí me vi em má situação. Alguma
vez você já fez isso? Tentei fingir que não tinha olhado. "Quem, eu? Eu não olhei para
você!" Ele me seguiu durante quinze minutos. Quase morri de medo! Dirigi algumas
milhas, ele dirigiu algumas milhas. Estacionei, ele estacionou ... e, finalmente, me casei com
ele!
No dia seguinte ao nosso primeiro encontro, Jim me enviou uma dúzia de rosas. Então,
descobri que ele tinha um passatempo. Seu passatempo era colecionar diamantes.
Dos grandes! E ele estava procurando alguém para embelezar! Eu me ofereci! Namoramos
durante mais ou menos dois anos e todas as segundas-feiras eu recebia dele uma
rosa vermelha de caule longo com uma mensagem de amor.
Cerca de três meses antes de nos casarmos, Jim me disse: "Descobri o lugar perfeito para
irmos em nossa lua-de-mel. Iremos à Ilha de St. John, no Caribe.
E eu disse risonhamente:
- Eu jamais teria pensado nisso!
• 180
Só confessei a verdade sobre meu livro de imagens quando eu e Jim já estávamos casados há
quase um ano. Foi quando estávamos nos mudando para nossa nova e linda
casa e mobiliando-a com a elegante mobília que eu havia imaginado. (Jim era distribuidor
atacadista, na Costa Oeste, do fabricante de uma das mais belas linhas de
móveis.)
Por falar nisso, o casamento foi em Laguna Beach, Califórnia, com o vestido de noiva e o
smoking de verdade. Oito meses depois de eu ter criado meu livro de sonhos,
tornei-me vice-presidente de Recursos Humanos da empresa
onde trabalhava.

66
De certa forma, isso soa como um conto de fadas, mas é absolutamente real. Jim e eu
fizemos muitos outros "livros de imagens" desde que nos casamos. Deus preencheu
nossas vidas com as demonstrações desses poderosos princípios de fé no trabalho.
Decida o que quer em cada área de sua vida. Imagine nitidamente. Então, represente seus
desejos criando seu próprio livro de metas. Transforme suas idéias em realidades
concretas através deste simples exercício. Não há sonhos impossíveis. E, lembre-se, Deus
prometeu dar a seus filhos os desejos de seus corações.
Glenna Salsbury
#Mais um item assinalado na lista

Certa tarde chuvosa, um inspirado garoto de quinze anos chamado John Goddard sentou-se
em frente à mesa da cozinha em sua casa em Los Angeles e escreveu as seguintes
palavras no alto de um bloco de anotações: "Minha Lista de Vida". Sob este título, escreveu
127 metas. Desde então, cumpriu 108 delas. Veja a lista dos objetivos
de Goddard apresentada a seguir. Não são metas simples ou fáceis. Incluem escalar as
montanhas mais altas do mundo, explorar vastos cursos d'água, correr um quilômetro
e meio em cinco minutos, ler as obras completas de Shakespeare e toda a Enciclopédia
Britânica.
Explorar
1/1. Rio Nilo
1/2. Rio Amazonas 1/3. Rio Congo
1/4. Rio Colorado
5. Rio Yang-tsé, China 6. Rio Negro 7. Rio Orinoco,
Venezuela
1/8. Rio Coco, Nicarágua
Estudar Culturas Primitivas em
1/ 9. Congo
1/10. Nova Guiné 1/11. Brasil 1/12. Borneo
1/13. Sudão (John quase foi en
terrado vivo durante uma
tempestade de areia) 1/14. Austrália
1/15. Kênia
s/16. Filipinas
r/17. Tanganica (agora
Tanzânia) V18. Etiópia V19. Nigéria r/20. Alaska

Escalar
21. Monte Everest
22. Monte Aconcágua,
Argentina
23. Monte McKinley
1/24. Monte Huascaran, Peru 1/25. Monte Kilimanjaro 1/26. Monte Ararat, Turquia 1/27.
Monte Kênia
28. Monte Cook, Nova
Zelândia
1/29. Monte Popocatepetl,
México

67
1/30.0 Matterhorn 1/31. Monte Rainer 1/32. Monte Fuji 1/33. Monte Vesúvio 1/34. Monte
Bromo, Java 1/35. Grand Tetons
V36. Monte Baldy, Califórnia x/37. Desenvolver carreiras em
Medicina e exploração
(fez um curso de inicia
ção na área de Medicina e
trata doenças entre tribos
primitivas)
38. Visitar todos os países do
mundo (faltam trinta)
V39. Estudar os índios Navaho
e Hopi
x/40. Aprender a pilotar um
avião
x/41. Montar a cavalo em Rose
Parade
Fotografar
x/42. Cataratas do Iguaçu,
Brasil
x/43. Cataratas do Vitória,
Rodésia (perseguido por
um javali no percurso) 1/44. Cataratas de Shuterland,
Nova Zelândia
1/45. Cataratas de Yosemite 1/46. Cataratas do Niágara 1/47. Retraçar as viagens de
Marco Polo e Alexandre,
o Grande
Exploração Subaquática
1/48. Recifes de corais da
Flórida
1/49. A Grande Barreira de
Recifes, Austrália (foto
grafado com um molusco
de 120 quilos)
1/50. Mar Vermelho 1/51. Ilhas Fiji 1/52. Bahamas
1/53. Explorar Okefenokee
Swamp e os Everglades
182 -
183 -
#Visitar
54. Pólos Norte e Sul

x/55. Grande Muralha da


China
x/56. Canais de Suez e do
Panamá
x/57. Eastem Island x/58. Ilhas Galápagos
x/59. Cidade do Vaticano (viu o
Papa)

68
x/60. Taj Mahal x/61. Torre Eiffel x/62. Gruta Azul
x/63. Torre de Londres x/64. Torre inclinada de Pisa x/65. Poço Sagrado de
Chichen-ltza, México x/66. Escalar a Pedra Ayers na
Austrália
67. Acompanhar o Rio Jordão
desde o Mar da Galiléia
até o Mar Morto

Nadar em
W/68. Lago Vitória
s/69. Lago Superior x/70. Lago Tanganica
x/71. Lago Titicaca, América do
Sul
x/72. Lago Nicarágua

Realizar
v/73. Tomar-me um Escoteiro da Águia s/74. Andar de submarino
V75. Pousar e levantar vôo
num porta-aviões
x/76. Voar num pequeno bala( -
dirigível de ar quente e
planador
x/77. Montar um elefante, um
camelo, um avestruz e
um potro xucro (Oeste
dos E.U.A.)
V78. Mergulhar a 12 metros de
profundidade e prender
a respiração por 2,5
minutos embaixo d'água x/79. Pegar uma lagosta de
cinco quilos e achar uma
concha de vinte centíme
tros.
V80. Tocar flauta e violino x/81. Datilografar 50 palavras
por minuto
x/82. Saltar de pára-quedas x/83. Aprender a esquiar na
água e na neve.
V84. Sair em missão eclesiásti
ca
V85. Seguir a Trilha de John
Muir
õ/86. Estudar remédios nativos
e relançar os úteis.
V87. Obter troféus fotográficos
de um elefante, leão,
rinoceronte, cheetah,
búfalo e baleia x/88. Aprender hipismo V 89. Aprender jiu-jitsu
r/ 90. Lecionar um curso superior

69
~/ 91. Assistir a uma cerimônia de cremação em Bali
~/ 92. Explorar as profundezas do mar
93. Aparecer num filme do Tarzan (este sonho ele considera agora como um irrelevante
sonho da infância de um menino)
94. Ter uri cavalo, um chimpanzé, um guepardo e um coiote (ainda não tem o chimpanzé e o
guepardo)
95. Tornar-se um operador de radio amador
r 96. Construir o próprio telescópio
* 97. Escrever um livro (sobre a viagem ao Nilo)
* 98. Publicar um artigo na revista National Geographic
* 99. Saltar uma altura de 1,5 metro
x/100. Saltar uma distância de
4,5 metros
x/101. Correr um quilômetro e
meio em cinco minutos
x/102. Pesar 70 quilos despido
(ainda pesa)
V103. Fazer 200 agachamentos
e 20 flexões
V104. Aprender francês, espanhol e árabe
105. Estudar lagartos na ilha Komodo (o barco quebrou a 32 quilômetros da ilha)
V106. Visitar o local de nascimento do avô Sorenson na Dinamarca
x/107. Visitar o local de nascimento do avô Goddard na Inglaterra
/108. Viajar a bordo de um navio cargueiro como marinheiro
109. Ler toda a Enciclopédia Britânica (leu partes extensas de cada volume)
x/110. Ler a Bíblia do começo ao fim
VI 11. Ler as obras de Shakespeare, Platão, Aristóteles, Dickens, Thoreau, Poe, Rosseau,
Bacon, Hemingway, Twain, Burroughs, Conrad, Talmage, Tolstoi, Longfellow,
Keats, Whittier e Emerson (não leu todas as obras de todos esses autores)
VI 12. Familiarizar-me com as composições de Bach,
• 184
• 185
Beethoven, Debussy, Ibert, Mendelssohn, Lalo, Rimsky-Korsakov, Respighi, Liszt,
Rachmaninov, Stravinsky, Toch, Tchaikovsky, Verdi
j/113. Tornar-me proficiente no uso de um avião, motocicleta, trator, prancha de surf, rifle,
pistola, canoa, microscópio, bola de futebol, bola de basquetebol,
arco e flecha, laço e bumerangue
x/114. Compor músicas
VI 15. Tocar Clair de Lune ao
piano
VI 16. Assistir a cerimônia de caminhar sobre brasas (em Bali e no Suriname)
VI 17. Extrair veneno de uma cobra (mordido por uma cascavel durante uma sessão de
fotografias)
I18. Acender um fósforo um rifle calibre 22
v4119. Visitar um estúdio de cinema
x/120. Escalara pirâmide d Quéops
V121. Tornar-me membro Clube dos Explorado
e Clube dos Aventurei. ros

70
x/122. Aprender a jogar pólo
/123. Viajar pelo Grand Canyon a pé e de bano
x/124. Dar a volta ao mundo

(quatro vezes)
125. Visitar a lua ("Algum dia, se Deus quiser')
/126. Casar-me e ter filhos (tem cinco filhos)
127. Viver para ver o século 21 (terá 75 anos)
Preste atenção, benzinho,

eu sou seu amor

É melhor estar preparado para uma oportunidade e não ter nenhuma, do que ter uma
oportunidade e não estar preparado.
Whitney Young, Jr.
• 186
Les Brown e sëu irmão gêmeo foram adotados por Mamie Brown, funcionária de cozinha e
empregada doméstica, logo depois de seu nascimento, num bairro miserável de
Miami.
Devido à sua hiperatividade e tagarelice incessante, Les foi colocado em classes de educação
especial para deficientes durante todo o segundo grau.
Depois da formatura, tornou-se funcionário do departamento de saneamento em Miami
Beach. Porém sonhava ser disc jockey.
A noite, levava um rádio transístor para a cama, onde ouvia os DJs locais e seus jargões.
Criou uma estação de rádio imaginária em seu pequeno quarto de piso gasto
de vinil. Uma escova de cabelos lhe servia de microfone enquanto ele praticava sua gíria,
apresentando discos para seus ouvintes fantasmas.
• 187
Sua mãe e seu irmão podiam ouvi-lo através das p finas e gritavam para ele que parasse de
tagarelar e fosse mir. Mas Les não os ouvia. Estava envolvido em seu pró
mundo, vivendo um sonho.
Certo dia, Les foi à estação local de rádio durante seu h rário de almoço do serviço de
cortador de grama da cidad Entrou no escritório do gerente da estação e disse
a ele queria ser disc jockey.
O gerente observou aquele jovem desalinhado de ma
cão e chapéu de palha e perguntou:
- Tem alguma experiência em radiodifusão? Les respondeu:
- Não, senhor.
- Bem, filho, então temo que não tenhamos um trabalh para você.
Les agradeceu-o educadamente e saiu.
O gerente da estação supôs ter visto aquele rapaz pela primeira e última vez. Mas
subestimou a profundidade d compromisso de Les Brown e sua meta. Veja bem, Les
tinha um propósito maior do que o simples desejo de ser disc jockey. Queria comprar uma
casa melhor para sua mãe adotiva, a quem amava profundamente. O trabalho
como disc jockey era somente um passo em direção a seu objetivo.
Mamie Brown ensinara Les a perseguir seus sonhos, e ele tinha certeza que conseguiria um
emprego naquela estação de rádio, a despeito do que o gerente havia dito.

71
Assim, Les voltou à estação todos os dias durante uma semana, perguntando se havia
alguma vaga. Finalmente o gerente da estação desistiu e contratou-o como contínuo
- sem salário. No início ele servia café ou comprava almoço e jantar para os DJs que não
podiam sair do estúdio. Finalmente, seu entusiasmo pelo trabalho dos disc
jockeys acabou conquistando sua confiança e ele começou a dirigir os Cadillacs que
buscavam celebridades como The Temptations, Diana Ross ou The Supremes. Mal sabiam
eles que o jovem Les não
tinha carteira de motorista.
Les fazia tudo que lhe pedissem na estação - e mais. Quando estava com os DJs, imitava
seus movimentos de lnão no painel de controle. Permanecia nas salas de controle
e aprendia o que podia, até que lhe pedissem para sair. Então, de volta ao seu quarto, à
noite, praticava e se preparava para a oportunidade que sabia que surgiria.
Numa tarde de sábado, enquanto Les estava na estação, um DJ chamado Rock estava
bebendo no ar (durante a programação). Les era a única outra pessoa no prédio, e
percebeu que Rock estava se embriagando e certamente arranjaria problemas. Les ficou por
perto. Andava de um lado para o outro em frente à janela da cabina de Rock.
E, enquanto espreitava, dizia a si mesmo: "Beba, Rock, beba!"
Les estava faminto, e estava pronto. Teria corrido rua abaixo por mais bebida se Rock lhe
tivesse pedido. Quando o telefone tocou, Les se lançou sobre ele. Era aquele
gerente da estação, como sabia que seria.
- Les, é o Sr. IQein.
- Sim - disse Les. - Eu sei.
- Les, acho que Rock não conseguirá terminar seu programa.
- Sim, senhor, eu sei.
- Poderia ligar para um dos outros DJs e pedir-lhe que o substitua?
- Sim, senhor. Vou ligar.
Mas, quando desligou o telefone, Les disse a si mesmo: "Ele deve achar que sou maluco."
Les discou o telefone, mas não para chamar outro DJ. Telefonou para sua mãe e para sua
namorada.
- Vocês todos, vão para a varanda da frente e liguem o rádio porque estou entrando no ar! -
disse ele.
Esperou quinze minutos antes de ligar para o gerente geral.
- Sr. IQein, não consigo encontrar ninguém - disse Les.
O Sr. Klein então perguntou:
• 188
189
- Rapaz, sabe usar os controles no estúdio?
- Sim, senhor - respondeu Les.
Les voou para dentro da cabine, afastou delicada Rocle para o lado e sentou-se em frente ao
toca-discos. pronto. E ávido. Ligou o botão do microfone e disse:
- Atenção! Aqui quem fala é LB, o Fera do Disco. houve ninguém antes de mim e não
haverá ninguém d de mim. Isso faz de mim o único e eterno. Jovem e soli cheio de
amor para dar. Registrado, de boa fé, indu velmente qualificado para trazer-lhe satisfação e
muita Preste atenção benzinho, eu sou seu amoo-o-or!
Com essa estréia, Les estava pronto. Surpreendeu o blico e o gerente geral. Daquele
começo fervoroso, Les p para uma carreira de sucesso na radiodifusão, em poli
oratória e televisão.
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72
Quando eu e minha esposa Maryanne estávamos construindo nosso salão de cabeleireiro em
Greenspoint Mall, há treze anos, um vietnamita passava no salão todos os dias
para nos vender rosquinhas. Ele quase não falava inglês, mas era sempre simpático e, por
meio de sorrisos e mímica, ficamos nos conhecendo. Seu nome era Le Van Vu.
Durante o"dia ele trabalhava numa padaria, e à noite ele e a esposa ouviam cassetes para
aprender inglês. Mais tarde fiquei sabendo que eles dormiam em sacas de
serragem no chão do quarto dos fundos da padaria.
No Vietnã, a família Van Vu era uma das mais abastadas do Sudeste da Ásia. Possuíam
quase um terço do Vietnã do Norte, incluindo enormes complexos industriais e
propriedades imobiliárias. No entanto, depois que seu pai foi brutalmente assassinado, Le
mudou-se para o Vietnã do Sul com sua mãe, onde freqüentou a escola e finalmente
tornou-se advogado.
Como seu pai fez antes dele, Le prosperou. Vislumbrou uma oportunidade de construir
prédios para acomodar a sempre crescente presença norte-americana no Vietnã do
Sul e logo tornou-se um dos construtores mais bem-sucedidos do país.
Disposto a pagar o preço
Em viagem ao norte, no entanto, Le foi capturado vietnamitas do norte e jogado na prisão
por três anos. pou, matando cinco soldados, e voltou para o Vietnã onde
foi preso novamente. O governo do Vietnã do pôs que ele fosse "informante" do Norte.
Depois de cumprir pena na prisão, Le saiu e com uma empresa de pesca, finalmente
tornando-se o maio bricante de conservas do Vietnã do Sul.
Quando soube que as tropas norte-americanas e o p al da embaixada estavam prestes a sair
de seu país, tom decisão de mudar de vida.
Pegou todo o ouro que acumulara, carregou com ele u de suas embarcações de pesca e
navegou com sua esposa os navios americanos no porto. Então, trocou todos os bens
pela passagem livre do Vietnã às Filipinas, onde ele sua esposa foram recebidos num campo
de refugiados.
Depois de ter acesso ao presidente das Filipinas, L convenceu a transformar uma de suas
embarcações em p queiro e lá estava ele novamente nos negócios. Dois an depois,
antes de deixar as Filipinas a caminho da Améri seu maior sonho, Le havia desenvolvido,
com sucesso, to a indústria pesqueira das Filipinas.
Mas a caminho da América, Le ficou deprimido e desanimado quanto a ter que recomeçar
novamente do nada. Sua esposa conta como o encontrou perto da murada do navio
prestes a se lançar ao mar.
- Le - disse ela - se você saltar, o que será de mim? Estamos juntos há tanto tempo,
passamos por tantas coisas. Podemos fazer isso juntos.
Era todo o estímulo que Le Van Vu precisava.
Quando ele e sua esposa chegaram a Houston, em 1972 estavam "falidos" e não falavam
inglês. No Vietnã, família cuida de família, e Le e sua esposa se viram abrigados
no quarto dos fundos da padaria de seu primo em Greenspoint Mall. Estávamos construindo
nosso salão a apenas sessenta metros de distância.
Agora, como eles dizem, aqui vai a "mensagem' desta
história:
p primo de Le ofereceu a ele e a sua esposa emprego na padaria. Deduzidos os impostos, Le
levaria para casa US$175 por semana, e sua esposa, US$125. Em outras palavras,
sua renda anual total seria US$15.600. Além disso, seu primo ofereceu vender-lhes a padaria
quando pudessem dar US$30.000 de entrada. O primo financiaria o restante
com uma promissória de US$90.000.

73
Aqui está o que Le e sua esposa fizeram:
Mesmo com uma renda de US$300 semanais, resolveram continuar morando no quarto dos
fundos. Durante dois anos, mantinham-se limpos tomando banho com esponjas nos
banheiros dos shoppings.
Durante dois anos, sua dieta compreendeu quase inteiramente mercadorias da padaria. A
cada ano, durante dois anos, sobreviveram com um total de, é isso mesmo, US$600,
economizando US$30.000 para o pagamento da entrada.
Le depois explicou seu raciocínio:
- Se alugássemos um apartamento, que poderíamos pagar com US$300 por semana,
teríamos que pagar o aluguel. Então, é claro, teríamos que comprar a mobília. Depois,
teríamos que pagar o transporte de ida e volta para o trabalho, e assim teríamos que
comprar um carro. Então, teríamos que comprar gasolina para o carro e fazer
seguro. E, provavelmente, iríamos querer visitar lugares de carro e precisariamos comprar
roupas e artigos de toalete. Assim, eu sabia que, se alugasse o apartamento,
nunca conseguiríamos juntar os US$30.000.
Agora, se você pensa que já sabe tudo a respeito de Le, deixe-me dizer-lhe uma outra coisa:
depois que ele e sua esposa economizaram os US$30.000 e compraram a padaria,
Le sentou-se novamente com a esposa para uma conversa séria. Ainda deviam US$90.000 a
seu primo, disse, e por mais difíceis que tivessem sido os dois últimos anos,
teriam que conti
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• 193
#nuar a viver no quarto dos fundos da padaria durante um ano.
Tenho orgulho de lhe contar que, em um ano, meu go e mentor, Le Van Vu, e sua esposa,
economizando camente cada níquel do lucro do negócio, pagaram a pro sova de
US M.000. E que, em apenas três anos, eram d de um negócio extremamente lucrativo, livre
e sem dí '
Então, e somente então, os Van Vu arrumaram seu meiro apartamento. Até hoje, continuam
a economizar regularidade, vivem de um percentual extremamente queno de sua
renda e, é claro, sempre pagam em dinh por qualquer de suas aquisições.
Você acha que Le Van Vu é milionário hoje em dia?
Fico feliz em lhe dizer que é muito mais que isso.
Todo mundo tem um sonho
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Há alguns anos, aceitei uma atribuição numa cidade do sul para trabalhar numa obra
assistencial do governo. O que eu queria era mostrar que todo mundo tem capacidade
de ser auto-suficiente, basta que essa capacidade seja ativada. Pedi à cidade que selecionasse
um grupo de pessoas da obra assistencial, pessoas de diferentes grupos
raciais e famílias. Assim, eu veria essas pessoas, em grupo, durante três horas, todas as
sextas-feiras. Pedi também uma pequena quantia em dinheiro para o trabalho,
conforme minha necessidade.
A primeira coisa que eu disse depois de apertar as mãos de todos foi: "Quero saber quais são
seus sonhos." Todos me olharam como se eu fosse alguma desequilibrada.
- Sonhos? Não temos sonhos.
Eu disse:
- Bem, o que aconteceu quando você era criança? Não tinha algo que queria fazer?
Uma mulher me disse:
-Não sei para que servem os sonhos. Os ratos estão comendo meus garotos.

74
- Oh - eu disse. - Isso é terrível. Não, é claro, você está muito envolvida com os ratos e seus
garotos. Como se pode resolver isto?
• 195
- Bem, eu poderia utilizar uma nova porta de tela que há buracos na minha.
Perguntei:
- Há alguém aqui que saiba consertar uma porta tela?
Havia um homem no grupo, que disse:
-Eu costumava fazer coisas assim há muito tempo, mas agora tenho uma terrível dor nas
costas. No entanto, vos tentar.
Eu disse a ele que tinha algum dinheiro, se ele iria até a loja comprar um pouco de tela para
consertar a porta da senhora.
- Acha que pode fazer isso? - Sim, vou tentar.
Na semana seguinte, quando o grupo se sentou, eu disse: - Bem, sua porta de tela está
consertada? - Oh, sim - ela disse.
- Podemos então começar a sonhar, não podemos? Ela deu um meio sorriso.
Eu disse ao homem que havia feito o trabalho: - Como se sente?
Ele disse:
-Bem, sabe, é muito engraçado. Estou começando a me sentir muito melhor.
... Aquilo ajudou o grupo a começar a sonhar. Estes aparentemente pequenos sucessos
permitiram que o grupo visse que os sonhos não eram insanos. Estes pequenos passos
começaram a fazer as pessoas sentirem que algo podia realmente acontecer.
Comecei a perguntar a outras pessoas sobre seus sonhos. Uma mulher contou que sempre
quisera ser secretária. Eu disse:
- Bem, o que a impede? (Esta é sempre a minha próxima pergunta.)
Ela disse:
- Tenho seis filhos e ninguém que tome conta deles enquanto estou fora.
- Vamos ver - eu disse. - Há alguém aqui que tome conta de seis crianças por um dia ou dois
na semana enquanto esta mulher faz um treinamento na faculdade da comunidade?
Uma mulher disse:
- Também tenho filhos, mas poderia fazer isso.
- Mãos à obra - eu disse. Então criou-se um plano e a mulher foi para a escola.
Todos encontraram algo. O homem que instalou a porta de tela tornou-se faz-tudo. A
mulher que tomou conta das crianças transformou essa atividade em profissão. Em
doze semanas, todas aquelas pessoas estavam fora da obra assistencial. E eu não fiz isso
uma única vez, tenho feito muitas
vezes.
Virgínia Satir
• 196
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Siga seu sonho
Tenho um amigo, chamado Monty Roberts, que tem unr° rancho em San Isidro. Ele me
emprestou sua casa para reali-? zar eventos com a finalidade de levantar dinheiro
para programas em prol dos jovens em perigo.
Da última vez em que estive lá, ele me apresentou dizendo:
- Quero dizer-lhes porque deixo Jack usar minha casa. Isso remonta a uma história de um
jovem rapaz, filho de um treinador de cavalos itinerante, que vivia de estrebaria
em estrebaria, de pista de corridas em pista de corridas, de fazenda em fazenda e de rancho
em rancho, treinando cavalos. Conseqüentemente, o curso de segundo grau

75
do garoto era constantemente interrompido. Quando estava no último ano, lhe pediram que
escrevesse sobre o que queria ser e fazer quando crescesse.
"Naquela noite, ele escreveu sete páginas sobre seu objetivo de algum dia possuir um rancho
de cavalos. Descreveu seus sonhos com riqueza de detalhes e até fez o
desenho de
um rancho de oitenta hectares, mostrando a localização de todos os prédios, as estrebarias e
a pista. Então, desenhou em detalhes a planta baixa de uma casa de quatrocentos
metros
quadrados, que edificaria nos oitenta hectares do rancho de seus sonhos.
"Ele colocou seu coração no projeto e no dia seguinte entregou-o ao professor. Dois dias
depois recebeu sua folha de volta. Na página frontal havia um grande F vermelho
e uma mensagem que dizia: 'Procure-me depois da aula."'
O garoto do sonho foi ver o professor depois da aula e perguntou:
- Por que recebi um F?
O professor disse:
- Este é um sonho irreal para um rapaz como você. Você não tem dinheiro, vem de uma
família itinerante. Não tem recursos. Ter um haras requer muito dinheiro. Você
tem que comprar a terra. Tem que comprar os primeiros animais e, mais tarde, terá que
pagar impostos enormes. Não há como você possa realizar isso algum dia. - E
o professor acrescentou: - Se reescrever estas folhas com um objetivo mais realista,
reconsiderarei sua nota.
O garoto foi para casa e pensou muito naquilo. Perguntou a seu pai o que deveria fazer. Seu
pai disse:
- Olhe, filho, você tem que decidir isso sozinho. No entanto, acho que é uma decisão muito
importante para você.
Finalmente, depois de sentar-se diante do trabalho por uma semana, o garoto devolveu o
mesmo papel, sem fazer nenhuma mudança. E declarou:
- Pode ficar com seu F, que eu ficarei com meu sonho.
Monty voltou-se para o grupo e disse:
- Estou lhes contando esta história porque estão sentados em minha casa de quatrocentos
metros quadrados, bem no meio de meu haras de oitenta hectares. Ainda tenho
aquele trabalho escolar emoldurado em cima da lareira.
E acrescentou:
-A melhor parte da história é que, há dois verões, aquele mesmo professor trouxe trinta
garotos para acampar no meu rancho durante uma semana. Quando estava indo
embora, o professor disse:
• 198 -
• 199
#- Olhe Monty, posso dizer-lhe isso agora. Quando
seu professor eu era um tip d ldã d ,oearoe sonhos .
aqueles anos, roubei os sonhos de uma porção de alu
P01;' I.
men e você teve jífii seus.,uzo sucente para não desistir Não deixe que ninguém roube seus
sonhos. Siga seu c
ração não importa o que at
,coneça.
• 200
A caixa

76
Quando estava no último ano da faculdade, fui para casa nos feriados de Natal prevendo
quinze dias cheios de diversão com meus dois irmãos. Estávamos tão agitados
por estarmos juntos, que nos oferecemos para tomar conta da loja para que meu pai e minha
mãe pudessem tirar seu primeiro dia de folga em anos. Um dia antes que
meus pais fossem para Boston, meu pai me puxou silenciosamente de lado e me levou ao
quartinho atrás da loja. O quarto era tão pequeno que só comportava um piano
e uma cama embutida. De fato, quando se puxava a cama para fora, ela enchia o quarto e
podia-se sentar aos pés dela para tocar piano. Papai estendeu a mão e retirou
de trás do piano uma caixa de cigarros. Abriu-a e mostrou-me uma pilha de artigos de jornal.
Eu havia lido tantas histórias de detetive de Nancy Drew que fiquei
excitada e de olhos arregalados quando vi a caixa de recortes escondida.
- O que são? - perguntei
Papai respondeu seriamente:
- São artigos que escrevi e foram publicados e algumas cartas ao editor.
Ao começar a ler, observei, no final de cada artigo cuidadosamente recortado, o nome
Walter Chapman.
201
- Por que não me disse que fez isso? - perguntei.
- Porque não queria que sua mãe soubesse. Ela sena me disse que como eu não tinha uma
boa formação, não veria tentar escrever. Eu também queria me candidatar a gum
cargo público, mas ela me disse que eu não deveria te tar. Acho que ela tinha medo de ficar
envergonhada se perdesse. Eu só queria tentar para me divertir. Vi que
pod escrever sem que ela soubesse, e assim fiz. Quando cada ite era publicado, eu o
recortava e escondia nesta caixa. Eu sabià que algum dia mostraria a alguém,
e esse alguém é você.
Ele me olhava enquanto eu passava os olhos pelos arti, gos e, quando olhei para cima, seus
grandes olhos azuis estavam úmidos.
- Acho que tentei algo grande demais desta vez - ele acrescentou.
- Escreveu alguma outra coisa?
- Sim, enviei algumas sugestões para a revista da nossa igreja sobre como melhor conduzir a
seleção para a nomeação do comitê nacional. Já faz três meses que as
enviei. Acho que tentei algo grande demais.
Este era um aspecto tão novo do meu pai, um homem que gostava de se divertir, que eu
quase não sabia o que dizer, então arrisquei:
- Talvez ainda saia.
- Pode ser, mas não espere demais.
Papai deu um sorrisinho e uma piscadela para mim, e então fechou a caixa de cigarros e
enfiou-a no espaço atrás do piano.
Na manhã seguinte, nossos pais partiram no ônibus para Haverhill Depot, onde tomaram um
trem para Boston. Jim, Ron e eu cuidávamos da loja e eu pensava na caixa.
Eu nunca soubera que meu pai gostava de escrever. Não contei a meus irmãos, era um
segredo entre meu pai e eu. O Mistério
da Caixa Oculta.
À noitinha, naquele dia, olhei pela janela da loja e vi minha mãe descer do ônibus - sozinha.
Ela cruzou a praça e atravessou a loja rapidamente.
-- Onde está o papai?
- Seu pai morreu - disse ela, sem lágrimas.
Descrentes, nós a seguimos para a cozinha onde ela nos contou que estavam andando na

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estação do Metrô de Park Street, em meio a multidões de pessoas, quando papai
caíra ao chão. Uma enfermeira se inclinara sobre ele, olhara para mamãe e dissera
simplesmente:
- Está morto.
Mamãe permanecera de pé ao seu lado, desorientada, sem saber o que fazer, enquanto as
pessoas saltavam sobre ele em sua pressa para chegar ao metrô. Um padre disse:
- Vou chamar a polícia - e desaparecera.
Mamãe guardou o corpo de papai durante mais ou menos uma hora. Finalmente, uma
ambulância chegou e levou os dois ao único necrotério da cidade, onde mamãe teve que
revistar seus bolsos e remover seu relógio. Ela voltara sozinha no trem, e depois no ônibus
local para casa. Mamãe contou-nos a chocante história sem derramar sequer
uma lágrima. Não demonstrar emoções sempre fora para ela uma questão de disciplina e
motivo de orgulho. Nós também não choramos e nos revezamos para aguardar os
fregueses.
Um freguês assíduo perguntou:
- Onde está o velho senhor esta noite?
- Morreu - respondi.
- Oh, que pena! - e foi embora.
Eu nunca pensara nele como velho, e fiquei louca com a pergunta, mas ele tinha setenta anos
e mamãe apenas cinqüenta. Ele sempre fora saudável e alegre, cuidara
da minha frágil mãe sem reclamar, e agora se fora. Acabaram-se os assobios, os hinos
cantados enquanto ele abastecia as prateleiras. O "velho" se fora.
Na manhã do funeral sentei-me à mesa na loja abrindo cartões de pêsames e colando-os num
álbum de recortes,
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203
#quando notei a revista da igreja sobre a pilha. Normalmen eu não teria aberto o que julgava
uma estúpida publica religiosa, mas talvez aquele artigo sagrado estivesse
lá estava.
Levei a revista para o quartinho, fechei a porta e explodi em lágrimas. Eu havia sido valente,
mas ver as corajosas re. comendações de papai para a convenção nacional
publicai das foi mais do que eu podia suportar. Li e chorei, e reli. Pu xei a caixa de trás do
piano e sob os recortes encontrei ume carta de duas páginas de Henry
Cabot Lodge para meu pai, agradecendo as sugestões para sua campanha.
Não contei a ninguém sobre minha caixa. Permaneceu um segredo.
Estímulo
Alguns dos maiores sucessos da história seguiram-se a uma palavra de estímulo ou a um ato
de confiança de uma pessoa amada ou de um amigo confiável. Se não fosse
por uma esposa confiante, Sophia, poderíamos não ter incluído na lista dos grandes nomes
da literatura o de Nathaniel ~thorne. Quando Nathaniel, de coração partido,
foi para casa para contar à sua esposa que era um fracasso e havia sido demitido de seu
emprego na alfândega, ela o surpreendeu com uma exclamação de alegria.
- Agora - disse ela triunfante - você pode escrever seu livro!
- Sim - replicou o homem, com prudência - e de que viveremos enquanto eu estiver
escrevendo?
Para seu espanto, ela abriu uma gaveta e tirou uma quantia considerável de dinheiro.
- Onde foi que você conseguiu isso? - exclamou ele.
- Eu sempre soube que você era um homem genial - ela lhe disse. - Eu sabia que algum dia

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você escreveria uma obra de arte. Assim, toda a semana, eu economizava um
pouquinho do dinheiro que você me dava para as despesas

• 205
• 204
#da casa. E aqui há o suficiente para nos mantermos durante um ano inteiro.
De sua confiança surgiu um dos maiores romances da literatura norte-americana, The
Scarlett Letter.
Walt Jones

A grande questão é se você será capaz de dizer um sincero sim à sua aventura.
Joseph CampbA
Ninguém é prova maior de que o sucesso é uma jornada e não um fim, do que aquelas
pessoas sempre viçosas e em crescimento constante que não permitem que a idade
impeça suas realizações. Florence Brooks juntou-se ao Corpo da Paz quando tinha 64 anos
de idade. Gladys Clappison viveu no dormitório da Universidade de louva enquanto
trabalhava em sua tese, aos 82 anos. E Ed Stitt, aos 87, trabalhou no programa de cursos
universitários comunitários em Nova Jersey. Ed disse que isso evitava que
ele se contaminasse com a doença "da velha guarda" e mantinha seu cérebro vivo.
Provavelmente, em todos esses anos, ninguém despertou mais minha imaginação do que
Walt Jones, de Tacoma, Washington. Walt sobreviveu à sua terceira esposa com quem
estava casado há 52 anos. Quando ela morreu, alguém disse a Walt que devia ter sido triste
perder uma companheira de tantos anos. Sua resposta foi:
206
• 207
- Bem, é claro que foi, mas, mais uma vez, talvez isso nha sido pelo seu bem.
- Por quê?
- Não quero ser negativo ou dizer algo que deponha contra a maravilhosa personalidade de
minha esposa, ma na última década, ela estava me consumindo.
Quando lhe pediram que explicasse, ele prossegw acrescentando:
- Ela simplesmente nunca queria fazer nada, tornou-se retrógrada. Há dez anos, quando
tinha 94 anos, eu disse minha esposa que nunca tínhamos viajado para lugar
ai gum, exceto para o belo nordeste do Pacífico. Ela me perguntou o que eu tinha em mente,
e eu lhe disse que pensava em comprar uma casa sobre rodas e que talvez
pudéssemos visitar todos os 48 estados norte-americanos.
"O que você acha disso?"
Ela disse:
-Acho que você perdeu o juízo, Walt.
- Por que você diz isso? - perguntei.
- Seríamos assaltados. Morreríamos e não seríamos
nem velados.
Então ela me perguntou:
- Quem vai dirigir, Walter?
- Eu, Lambie - respondi.
- Você vai nos matar! - ela disse.
Eu queria deixar pegadas nas areias do tempo antes de me retirar, mas não se pode deixar

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pegadas nas areias do tempo quando se fica o tempo todo com o traseiro sentado...
a não ser que se queira deixar "traseiradas" nas areias do tempo.
- E agora que ela se foi, Walt, o que pretende fazer?
- O que pretendo fazer? Enterrei a minha velha garota e comprei uma casa sobre rodas para
mim. Estamos em 1976 e pretendo visitar todos os 48 estados para comemorar
nosso bicentenário.
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Walt foi a 43 dos estados naquele ano vendendo antigui
dades e souvenirs. Quando lhe perguntaram se pegava ca
ronistas, ele disse:
- De jeito nenhum. A maioria deles o acertarão bem na
cabeça por qualquer micharia ou o processarão por alta velo
cidade se você se meter em algum acidente.
Walt tinha sua casa sobre rodas há alguns meses apenas
e sua esposa havia sido enterrada há apenas seis meses,
quando foi visto descendo a rua com uma senhora bastante
atraente, de 62 anos, ao seu lado.
- Walt? - perguntaram-lhe. - Sim - respondeu ele.
- Quem era a mulher sentada ao seu lado? Quem é essa
sua nova amiga, Walt?
Ao que ele respondeu: - Sim, ela é. -Ela é o quê? - Minha amiga.
- Amiga? Walt, você foi casado três vezes, você tem 104
anos de idade. Essa mulher deve ter quatro décadas a menos
que você.
- Bem - respondeu ele. - Logo descobri que um ho
mem não pode viver sozinho numa casa sobre rodas.
- Compreendo, Walt. Provavelmente você sente falta de
alguém com quem conversar, depois de ter uma companhei
ra por todos estes anos.
Sem hesitar, Walt replicou:
- Eu sinto falta daquilo também.
- Também? Você está insinuando que tem um interesse
romântico?
- Bem, eu poderia. - Walt...
- O quê? - ele disse.
- Há um tempo na vida em que se dispensa esse tipo de
coisa.
209
- Sexo? - respondeu ele.
- Sim.
- Por quê?
- Bem, porque esse tipo de esforço poderia ser preju
ciai à saúde.
Walt considerou a questão e disse:
- Bem, se ela morrer, morreu.
Em 1978, com uma inflação de dois dígitos esquentar o país, Walt foi um dos principais
investidores no desenv vimento de um prédio de apartamentos. Quando lhe p
guntaram por que estava tirando seu dinheiro de uma cor bancária segura e colocando-o

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num empreendimento imo liário, ele disse:
- Não ouviu dizer? São tempos de inflação. Você te que investir em bens imobiliários para
que seu dinheiro se valorize e esteja aí anos depois, quando você realmente
precisar.
Que tal essa afirmação como pensamento positivo?
Em 1980, ele vendeu grande parte de suas propriedades ao redor de Pierce County,
Washington. Muitas pessoas pensaram que Walt estivesse batendo as botas, mas ele
vendera as propriedades para ter fluxo de caixa.
- Fiz um depósito pequeno e um contrato de 30 anos. Terei mil dólares por mês até os 138
anos.
Ele comemorou seu centésimo décimo aniversário no programa de Johnny Carson. Estava
resplandescente com sua barba branca e seu chapéu preto, parecendo-se um pouco
com o recente Coronel Sanders, e Johnny disse:
- É muito bom tê-lo aqui conosco, Walt.
- É bom estar em qualquer lugar quando se tem 110 anos, Johnny.
- 110?
-110.
-1-1-0?
-210
- Qual é o problema, Carson, está perdendo a audição? Foi o que eu disse. É a minha idade.
Qual é a grande novidade?
- A novidade é que daqui a três dias você será duas vezes mais velho do que eu.
Isso lhe chamaria a atenção, não é? Cento e dez anos de idade - um homem viçoso e em
crescimento. Walt aproveitou a deixa e rapidamente devolveu a Johnny.
- Quantos anos você teria se não soubesse sua data de nascimento e não houvesse nenhum
para deprimi-lo uma vez por ano? Nunca ouviu falar em gente deprimida por
causa de uma data do calendário? Ai, meu Deus, cheguei ao meu trigésimo aniversário.
Estou tão deprimido, estou em cima do muro. Meu Deus, cheguei aos quarenta.
Todos os membros de minha equipe de trabalho se vestiram de preto e mandaram um carro
fúnebre me apanhar. Meu Deus, tenho cinqüenta anos. Meio século de idade. Enviaram-me
rosas murchas com teias de aranha. Johnny, quem disse que uma pessoa deve se virar de
lado e morrer aos 65 anos? Tenho amigos que prosperaram mais depois dos 75.
E como conseqüência de um pequeno investimento que fiz num condomínio há alguns anos,
ganhei mais dinheiro dos 105 anos para cá do que jamais ganhara. Posso dar-lhe
minha definição de depressão, Johnny?
- Vá em frente.
- Deixar passar o aniversário.
Que a história de Walt Jones possa nos inspirar a todos para que permaneçamos viçosos e
em crescimento todos os dias de nossas vidas.
Bob Moawad
Você é suficientemente forte para

agüentar críticas?
Correndo riscos
O valor não está no crítico, nem naquele que aponta a falha do forte ou mostra de que forma
uma pessoa poderia ter feito algo melhor. O crédito pertence àquele que
está de fato na arena, cujo rosto está marcado pela poeira, pelo suor e pelo sangue, que luta
valentemente, que tenta muitas vezes sem alcançar, pois não há esforço

81
sem tentativa e dificuldades, que conhece a verdadeira devoção, que se esgota por uma
causa valiosa, e que sabe que, na melhor das hipóteses, conhecerá a alta realização
do triunfo, e que, na pior, se fracassar com coragem, seu lugar jamais será junto das frias e
tímidas almas que desconhecem vitória ou derrota.
Theodore Roosevelt
Duas sementes descansam lado a lado no solo fértil da primavera.
A primeira semente disse:
- Eu quero crescer! Quero enviar minhas raízes às profundezas do solo e fazer meus brotos
rasgarem a superfície da terra... Quero abrir meus botões como bandeiras
anunciando a chegada da primavera... Quero sentir o calor do sol em meu rosto e a bênção
do orvalho da manhã em minhas pétalas!
E assim ela cresceu.
A segunda semente disse:
- Tenho medo. Se eu enviar minhas raízes às profundezas, não sei o que encontrarei na
escuridão. Se rasgar a superfície dura, posso danificar meus brotos... e se
eu deixar que meus botões se abram e um caracol tentar comê-los? E se abrir minhas flores e
uma criança me arrancar do chão? Não é muito melhor esperar até que eu
me sinta segura?
212•
213•
#E assim ela esperou.

Uma galinha ciscando no solo da primavera recent procura de comida, encontrou e


rapidamente co a semente à espera de segurança.

MORAL DA HISTÓRIA
Os que se recusam a correr riscos e crescer

são engolidos pela vida.


Um homem escreveu uma carta para um pequeno hotel de uma cidade do centro-oeste que
planejava visitar em suas férias. Escreveu:
Gostaria muito de levar meu cachorro comigo. Ele é muito bem-cuidado e muito bem-
educado. Seria possível que ficasse comigo em meu quarto à noite?
Uma resposta imediata veio do dono do hotel, que disse:
Administro este hotel há muitos anos. Em todo este tempo, nunca hospedei um cachorro
que tivesse roubado as toalhas, as roupas de cama, os talheres ou os quadros
das paredes.
Nunca tive que expulsar um cachorro no meio da noite por estar bêbado e fazendo
desordem. E nunca hospedei um cachorro que tivesse fugido sem pagar a conta.
Portanto, seu cachorro é bem-vindo em meu hotel. E, se seu cachorro garantir, o senhor
também será bem-vindo para se hospedar aqui.
• 214
215•
Karl Albrecht e Ron Zenke Service America
6
VENCENDO
OBSTÁCULOS

82
Obstáculos são aquelas coisas

tenebrosas que vemos quando

desviamos os olhos de nossos

objetivos.
Henry Ford
Obstáculos
Nós, que vivemos nos campos de concentração, lembramo-nos dos homens que passavam
pelas tendas confortando os outros, dando-lhes seu último pedaço de pão. Podem
ter sido poucos, mas são prova suficiente de que se pode tirar tudo de um homem, menos
uma coisa: a última de suas liberdades -.a de escolher seu comportamento em
quaisquer circunstâncias; a de escolher seu próprio caminho.
Viktor E. Frankl
Man 's Search for Meaning
219•
Considere isto:
• Após o primeiro teste cinematográfico de Fred Astaire, o memorando do diretor de
testes da ~, datado de 1933, dizia: "Não sabe representar! Ligeiramente
calvo! Dança um pouco!" Astaire conservou este memorando pendurado sobre a lareira em
sua casa de Beverly Hills.
• Um perito comentou sobre Vince Lombardi: "Possui conhecimentos mínimos sobre
futebol. Falta-lhe motivação."
• Sócrates foi chamado de "corruptor imoral da juventude".
• Quando Peter J. Daniel estava na quarta série, sua professora, Sra. Phillips, dizia
constantemente: "Peter J. Daniel, você é imprestável, uma maçã bichada,
e nunca chegará a lugar algum." Peter foi totalmente analfabeto até os 26 anos. Um amigo
ficou acordado com ele a noite toda, e leu para ele uma cópia de Think and
Grow Rich. Agora ele é dono das esquinas das ruas onde costumava brigar e acaba de
publicar seu mais recente livro: Mrs. Phillips, You Were Wrong! (Sra. Phillips,
a senhora estava errada!)
• Louisa May Alcott, autora de Little Women, foi aconselhada por sua família a
procurar trabalho como servente ou costureira.
• Beethoven segurava o violino desajeitadamente e preferia tocar suas próprias
composições ao invés de aperfeiçoar sua técnica. Seu professor julgava-o um
compositor sem futuro.
• Os pais do famoso cantor de ópera Enrico Caruso queriam que ele fosse engenheiro.
Seu professor lhe disse que ele não tinha voz e não poderia cantar.
• Charles Darwin, pai da Teoria da Evolução, abandonou a carreira médica e ouviu de
seu pai: "Você não se importa com nada além de cães, caçar ratos e atirar."
Em sua autobiografia, Darwin escreveu: "Fui considerado, por todos os meus mestres e por
meu pai, um garoto muito comum, bem abaixo do padrão intelectual normal."
• Walt Disney foi despedido pelo editor de um jornal por falta de idéias. Walt Disney
também faliu várias vezes antes de construir a Disneylãndia.
• Os professores de Thomas Edison disseram que ele era burro demais para aprender
alguma coisa.
• Albert Einstein não falou antes dos quatro anos de idade e não leu ant• es dos sete.

83
Seu professor o descreveu como "mentalmente lento, insociável e eternamente
mergulhado em seus sonhos imbecis". Foi expulso e sua admissão na Escola Politécnica de
Zurich foi recusada.
• Louis Pasteur foi apenas um aluno medíocre nos estudos de primeiro grau; ficou em
décimo quinto lugar entre os 22 alunos de química.
• Isaac Newton foi muito mal na escola.
• O pai do escultor Rodin disse: "Tenho um filho idiota." Descrito como o pior aluno da
escola, Rodin foi reprovado três vezes no exame de admissão da escola
de artes. Seu tio chamava-o de "ineducável".
• Leon Tolstoi, autor de Guerra e Paz, foi afastado da escola por incompetência.
Descreveram-no como "incapaz e sem vontade de aprender".
• O dramaturgo Tennessee Williams se enfureceu quando sua peça Me, Vasha não foi
escolhida num concurso na
• 221
Considere isto
• 220
Universidade de Washington, onde estava inscrito no so Inglês XVI. O professor recorda
que Williams ques nou as escolhas dos juízes e sua inteligência.
• Os funcionários de F.W. Woolworth's que trabalhavam depósito disseram que ele não
tinha sensibilidade p atender os fregueses.
• Henry Ford fracassou e faliu cinco vezes antes de ser finai: mente bem-sucedido.
• Babe Ruth, considerado pelos historiadores do esporte co--fij mo o maior atleta de
todos os tempos e famoso por estabelecer o recorde do honre run, também
mantém o recorde bolas fora.
• Winston Churchill repetiu a sexta série. Só foi Primeiro-No nistro da Inglaterra aos 62
anos e, mesmo assim, depois dê uma eternidade de derrotas e retrocessos.
Deu suas maiores contribuições quando se tornou um "cidadão idoso".
• Dezoito editores recusaram a história de 10.000 palavras de Richard Bach sobre a
gaivota sublime, Fernão Capelo Gaivota, até que a Macmillan finalmente
a publicou em 1970. Em 1975, já havia mais de sete milhões de cópias vendidas apenas nos
Estados Unidos.
• Richard Hooker trabalhou por sete anos em M*A*S*H, seu romance satirizando a
guerra, recusado simplesmente por 21 editores antes que a Morrow decidisse
publicá-lo. Tornou-se um best-seller, dando origem a um filme de sucesso estrondoso e a um
seriado de televisão altamente bem-su-, cedido.
Desde quando John Corcoran podia se lembrar, as palavras zombaram dele. As letras das
sentenças trocavam de lugar, os sons das vogais se perdiam nos túneis de seus
ouvidos. Na escola, ele se sentava em sua carteira, ignorante e silencioso como uma pedra,
sabendo que seria diferente de todos os outros, eternamente. Se simplesmente
alguém tivesse se sentado ao lado daquele garotinho, colocado o braço em torno de seus
ombros e dito "Vou ajudá-lo. Não tenha medo"...
. Mas, até então, ninguém ouvira falar em dislexia. E John não podia lhes dizer que o seu
lado esquerdo do cérebro, o lobo que os seres humanos usam para organizar
os símbolos numa seqüência lógica, sempre falhara.
Em vez disso, na segunda série, colocaram-no na fila dos "burros". Na terceira série, uma
freira entregava uma régua às outras crianças quando John se recusava a
ler ou a escrever e deixava que cada aluno lhe desse uma reguada nas pernas. Na quarta
série, seu professor o chamava para ler e fazia com que todos esperassem em

84
silêncio, minuto após minuto, até que a criança pensasse que ia sufocar. E então ele passava
para a série seguinte e para a outra. John Corcoran nunca repetiu de
ano na vida.
e,
John Corcoran -

O homem que não sabia ler


• 222
223
No último ano, John foi eleito rei da turma, portoucom segurança como orador e foi a
estrela do time de bas. quete. Na formatura, sua mãe o beijou - e continuou
falara_ do sobre a faculdade. Faculdade? Seria uma loucura só pen sar. Mas, finalmente, ele
se decidiu pela Universidade da Texas em El Paso, onde poderia tentar
o time de basquete. Respirou fundo, fechou os olhos... e tornou a cruzar as linhas inimigas.
No campus, John perguntava a cada novo amigo: quais os professores que faziam questões
dissertativas? Quais os que usavam testes de múltipla escolha? No exato momento
em que pisava fora da sala de aula, ele arrancava as páginas de rabiscos do caderno, para o
caso de alguém pedir para ver suas anotações. A noite, ficava olhando
para grossos livros de textos, para que seu companheiro de quarto não desconfiasse. E
deitava-se na cama, exausto, porém sem coraseguir dormir, incapaz de deixar
sua mente perturbada descansar. John prometeu que iria à missa durante trinta dias seguidos
ao raiar do dia se Deus apenas lhe permitisse tirar seu diploma.
Conseguiu o diploma. Pagou a Deus seus trinta dias de missas. E agora? Talvez estivesse
viciado. Talvez o motivo maior de sua insegurança - sua mente - fosse o que
precisava ter admirado mais. Talvez por isso, em 1961, John se tornou professor.
John lecionava na Califórnia. Todos os dias ele fazia um aluno ler o livro de textos para a
classe. Ele usava testes padronizados que poderiam ser corrigidos com
um gabarito perfurado nas questões corretas e, nas manhãs dos fins de semana, ficava horas
deitado na cama, deprimido.
Foi então que ele conheceu Kathy, enfermeira e uma aluna que só tirava A. Não uma tábua,
como John. Uma pedra.
- Há algo que preciso te contar, Kathy - disse ele certa noite, em 1965, antes de se casarem.
- Eu... eu não sei ler.
"Ele é professor", pensou ela. "Deve estar querendo dizer que não sabe ler bem." Kathy não
compreendeu até anos
mais tarde, quando viu que John não conseguia ler um livro infantil para sua filha de dezoito
meses. Kathy preenchia seus formulários, lia e escrevia suas cartas.
Por que ele simplesmente não pedia a ela que o ensinasse a ler e a escrever? Ele não
acreditava que alguém pudesse ensiná-lo.
Aos 28 anos, John tomou emprestados US$2.500, comprou uma segunda casa, consertou-a
e alugou-a. Comprou e alugou outra. E mais outra. Seu negócio cresceu e cresceu
até que ele precisou de uma secretária, um advogado e um sócio.
Então, certo dia, seu contador contou-lhe que ele estava milionário. Perfeito. Quem iria
notar que um milionário sempre puxava as portas onde estava escrito "EMPURRE",
ou que se detinha antes de entrar em banheiros públicos, esperando para ver de qual deles
saíam os homens?
Em 1982, as coisas começaram a degringolar. Suas propriedades começaram a se esvaziar, e
os investidores a se afastar. Ameaças de execução de hipotecas e processos

85
judiciais saltavam dos envelopes. Parecia-lhe que a todo o momento estava negociando com
banqueiros para estender os prazos de seus empréstimos, persuadindo os construtores
a permanecerem no trabalho, tentando dar sentido à pirâmide de papéis. Logo soube que
estaria no banco das testemunhas e o homem de vestes negras lhe diria: "A verdade,
John Corcoran. Você nem sabe ler?"
Finalmente, no outono de 1986, aos 48 anos, John fez duas coisas que prometera não fazer
jamais. Hipotecou sua casa para obter um empréstimo para uma última construção.
E entrou na Biblioteca da Cidade de Carlsbad e disse à encarregada do programa de
instrução:
- Eu não sei ler.
E então, chorou.
Foi colocado junto a uma avó de 65 anos de idade chamada Eleanor Condit.
Cuidadosamente - letra por letra, foneticamente - ela começou a ensiná-lo. Em 14 meses,
sua
- 225 -
-224
empresa de loteamentos começou a reviver. E John Corcoran estava aprendendo a ler.
O passo seguinte foi uma confissão: uma palestra para uma platéia de duzentos executivos
estupefactos em San Diego. Para curar-se, era preciso se sentir limpo. Ele
foi colocado no conselho diretor do Conselho de Alfabetização de San Diego e começou a
viajar pelo país fazendo palestras.
- O analfabetismo é uma forma de escravidão! - lamentava ele. -Não podemos perder tempo
culpando ninguém. Precisamos tornar-nos obsessivos em ensinar as pessoas
a ler!
Ele lia todos os livros e revistas que lhe caíam nas mãos, cada sinal de trânsito por que
passava, em voz alta, enquanto Kathy pudesse suportar. Era glorioso, como
cantar; e agora ele conseguia dormir.
Então, certo dia lhe ocorreu - ainda havia algo que ele poderia finalmente fazer. Sim, aquela
caixa empoeirada em seu escritório, aquele maço de papéis presos por
um laço... um quarto de século depois, John Corcoran pôde ler as cartas de amor de sua
esposa.
Parcela Truax
• 226
Abraham Lincoln não desistiu
O senso do dever de continuar está presente em todos nós. A obrigação de lutar é obrigação
de todos nós. Eu senti o apelo desta obrigação.
Abraham Lincoln

Provavelmente o maior exemplo de persistência é o de Abraham Lincoln. Se você quiser


aprender sobre alguém que não desistiu, não procure mais.
Nascido na miséria, Lincoln defrontou-se com a derrota ao longo de toda sua vida. Perdeu
oito eleições, fracassou duas vezes nos negócios e teve um colapso nervoso.
Poderia ter desistido muitas vezes -mas não desistiu e, por não ter desistido, tornou-se um
dos maiores presidentes na história dos Estados Unidos.
Lincoln era um vencedor e jamais se entregou. Aqui está um resumo do caminho percorrido
por Lincoln até a Casa Branca:
1816 Sua família foi forçada a sair de sua casa. Ele teve que

86
trabalhar para sustentá-la. 1818 Sua mãe morreu. 1831 Fracassou nos negócios.
227
1832 Concorreu a deputado estadual - perdeu.
1832 Perdeu também o emprego - quis entrar na escola d
Direito, mas não conseguiu ser admitido.
1833 Tomou dinheiro emprestado com um amigo para co
meçar um negócio e, por volta do final do ano, estava
falido. Passou os dezessete anos seguintes de sua vida
pagando essa dívida.
1834 Candidatou-se novamente a deputado estadual -ga
nhou.
1835 Estava noivo, sua noiva morreu e ele ficou desolado. 1836 Teve um colapso nervoso e
ficou de cama durante seis meses.
1838 Indicado para porta-voz da Câmara Estadual - der- -
rotado.
1840 Indicado para o Colégio Eleitoral - derrotado.
1843 Candidato ao Congresso - perdeu.
1846 Candidato ao Congresso novamente-desta vez ganhou
- foi a Washington e fez um bom trabalho.
1848 Candidato à reeleição para o Congresso - derrotado. 1849 Indicado para o Cartório de
Registro de Imóveis em seu
estado - rejeitado.
1854 Candidato ao Senado dos Estados Unidos - perdeu. 1856 Solicita a indicação para
Vice-Presidente na convenção
nacional do seu partido - obteve menos de cem votos. 1858 Candidato ao Senado dos
Estados Unidos novamente
- novamente perdeu.
1860 Eleito presidente dos Estados Unidos.
O caminho foi difícil e escorregadio. Um de meus pés escorregou, empurrando o outro para
fora da estrada, mas eu me levantei e disse a mim mesmo: "É apenas um deslize
e não uma queda. "
Abraham Lincoln
Depois de perder uma candidatura ao Senado
Licão de um filho

A paixão de meu filho Daniel pelo surf começou aos treze anos. Antes e depois da escola,
ele vestia sua roupa de borracha, remava para além da linha da arrebentação
e esperava ser desafiado por suas companheiras de um a dois metros. O amor de Daniel pelo
esporte foi posto à prova em certa tarde decisiva.
- Seu filho sofreu um acidente - o salva-vidas disse a meu marido Mike ao telefone.
- Feriu-se muito?
- Bastante. Quando subiu para a superfície da água a ponta da prancha estava apontada para
o seu olho.
Mike correu com ele para um pronto socorro, de onde foram mandados para o consultório
de um cirurgião plástico. Ele recebeu 26 pontos do canto do olho ao alto do
nariz.
Eu estava dentro de um avião, voltando de uma palestra, enquanto o olho de Dan estava

87
sendo costurado. Mike foi diretamente ao aeroporto depois que deixaram o consultório
do médico. Ele veio ao meu encontro no portão e me disse que Dan estava esperando no
carro.
- Daniel? - estranhei. Lembro-me de ter pensado que as ondas deveriam estar ruins naquele
dia.
• 228
• 229
- Ele sofreu um acidente, mas vai ficar bem.
O pior pesadelo de uma mãe em viagem de negócios via se realizado. Corri tão depressa
para o carro que o salto meu sapato se quebrou. Eu quase arrebentei a porta
do
e meu filho mais novo, com um curativo no olho, inclinoupara a frente, com ambos os
braços esticados em minha dir' ção, chorando: "Oh, Mãe, que bom que você voltou."
Solucei em seus braços dizendo a ele como me sen mal por não estar lá quando o salva-
vidas telefonara.
- Tudo bem, mamãe - ele me confortou. - Você nã sabe surfar, de qualquer jeito.
- O quê? - perguntei, confusa diante da sua lógica. -Vou ficar bem. O médico disse que
posso voltar para água dentro de oito dias.
Estaria ele fora de si? Eu quis dizer a ele que estava proibido de se aproximar da água
novamente antes dos 35 anos, mas, em vez disso, mordi a língua e rezei para
que ele esquecesse o surf para sempre.
Durante os sete dias seguintes, ele ficou me pressionando para deixá-lo voltar a subir na
prancha. Um dia depois de eu lhe ter repetido enfaticamente "Não" pela
centésima vez, ele me venceu no meu próprio jogo.
- Mamãe, você nos ensinou a nunca desistirmos do que amamos.
E me entregou um suborno - um poema emoldurado de Langston Hughes que havia
comprado "porque o poema me lembrou você".
De mãe para filho
Bem, filho, eu te digo:
A vida para mim não tem sido nenhuma escadaria de cristal.
Ela tem preguinhos.
E lascas,
E tábuas arrancadas,
E lugares sem tapete no chão - Desertos.
Mas, todo tempo,
Tem sido uma escalada, E várias aterrissagens,
E um dobrar de esquinas,
E algumas vezes penetrar na escuridão Onde não há luz.
Assim, filho, não se volte, Não se detenha nos degraus,
Por achar que são muito difíceis para uma criança. Não caia agora -
Pois eu continuarei prosseguindo, querido, Eu continuarei escalando,
E a vida para mim não é nenhuma escadaria de cristal.
Eu entreguei os pontos.
Daniel era apenas um garoto apaixonado pelo surf. Agora ele é um homem com uma
responsabilidade. Ele está entre os 25 maiores surfistas profissionais do mundo.
Fui posta à prova em minha própria casa quanto a um importante princípio que ensino ao
público em cidades distantes: "Pessoas apaixonadas abraçam o que amam e nunca
desistem".

88
Danielle Kennedy
230
• 231
Fracasso? Não!

Só dificuldades temporárias
Ver as coisas na semente, isso é gênio. Lao-tse
Ziggy © Ziggy and Friends. Distribuído por Universal Press Syndicate Inc. Reimpressão
autorizada. Todos os direitos reservados.
232
Se você pudesse vir hoje ao meu escritório na Califórnia para me visitar, notaria de um lado
da sala um belo e antigo balcão de mogno com ladrilhos espanhóis, e
nove banquinhos forrados de couro (do tipo que se costumava ter nas velhas farmácias).
Estranho? Sim. Mas, se aqueles banquinhos pudessem falar, eles lhe contariam
uma história sobre o dia em que eu quase perdi as esperanças e desisti.
Era um período de recessão após a Segunda Guerra Mundial e os empregos estavam
escassos. Cowboy Bob, meu marido, havia comprado um pequeno negócio de lavagem a
seco com um dinheiro emprestado. Tínhamos dois bebês
adoráveis, as prestações de uma casa, um carro e todos os pagamentos periódicos
costumeiros. Foi então que as coisas degringolaram. Não tínhamos dinheiro para as
prestações da casa ou para qualquer outra coisa.
Senti que não tinha nenhum talento especial, nenhum
treinamento, nenhuma formação universitária. Eu não pen
• 233
sava muito em mim mesma. Mas me lembrei de alguém
no passado achava que eu tinha alguma capacidade
nha professora de inglês na Escola Secundária de Alham
Ela me estimulava a cursar jornalismo e me nomeou geres
de propaganda e editora de reportagem do jornal da escola,
Pensei: "Agora, se pudesse escrever uma 'Coluna de Com,
pras' para o pequeno jornal semanal de nossa cidade, talvez
pudesse conseguir as prestações da casa."
Eu não tinha carro nem babá. Assim, saí empurrando
meus dois filhos num frágil carrinho de bebês, com um gran
de travesseiro amarrado atrás. A rolinha vivia caindo, mas
eu a colocava de volta batendo com o salto do meu sapato e seguia em frente. Eu estava
determinada a que meus filhos não perdessem sua casa como eu freqüentemente
havia perdido a minha quando criança.
Porém, não havia empregos disponíveis no escritório do jornal. Recessão. Então tive uma
idéia. Perguntei se poderia comprar anúncios por atacado e vendê-los no varejo
para uma "Coluna de Compras". Eles concordaram. Mais tarde, disseram-me que,
secretamente, haviam me dado no máximo uma semana para continuar empurrando aquele
carrinho
pelas estradas até que eu desistisse. Mas estavam errados.
A idéia da coluna no jornal funcionou. Consegui dinheiro suficiente para as prestações da
casa e para comprar um velho carro usado que Cowboy Bob encontrara para
mim. Em seguida, contratei uma garota do segundo grau para tomar conta dos meus filhos,
das três às cinco, todas as tardes. Quando o relógio batia três horas, eu

89
passava a mão nas minhas amostras de jornal e voava pela porta em direção aos meus
compromissos.
Porém, certa tarde escura e chuvosa, todos os clientes com os quais eu havia trabalhado
desistiram dos anúncios quando fui buscá-los.
- Por quê? - perguntei.
Eles disseram que haviam notado que Ruben Ahlman, Presidente da Câmara de Comércio e
dono da Drogaria Rexall, não anunciava comigo. Sua loja era a mais popular da
cidade. Eles respeitavam seu julgamento.
- Deve haver algo errado com sua propaganda - eles explicaram.
Meu coração afundou. Aqueles quatro anúncios teriam pago a prestação da casa. Então,
pensei, vou tentar falar com o Sr. Ahlman mais uma vez. Todos gostam dele e
o respeitam. Seguramente, ele me ouvirá. Todas as vezes que eu havia tentado me aproximar
dele antes, ele se recusara a me ver. Estava sempre "fora" ou ocupado.
Eu sabia que se ele publicasse seus anúncios comigo, os outros comerciantes da cidade
seguiriam sua iniciativa.
Desta vez, ao entrar na Drogaria Rexall, ele estava lá, atrás do balcão de remédios. Sorri o
meu melhor sorriso e empunhei minha Coluna de Compras" cuidadosamente
assinalada com o lápis de cera verde de meus filhos. Eu disse:
- Todos respeitam a sua opinião, Sr. Ahlman. Poderia apenas olhar meu trabalho por um
momento, para que eu possa dizer aos outros comerciantes o que o senhor acha?
Sua boca ficou perpendicular, formando um "U" de cabeça para baixo. Sem dizer uma
palavra, ele sacudiu enfaticamente a cabeça, num gesto negativo e desalentados.
- NÃO!
Meu coração nocauteado foi ao chão, fazendo tanto barulho que pensei que todo mundo
tivesse ouvido.
De repente, todo o meu entusiasmo desapareceu. Consegui chegar ao belo balcão na frente
da drogaria, sentindo-me sem energia para dirigir até em casa. Eu não queria
me sentar sem comprar algo, então puxei meus últimos dez centavos e pedi uma Cherry
Coke. Pensava desesperadamente no que fazer. Será que meus bebês perderiam sua
casa, como eu, que perdera a minha tantas vezes durante a infância? Minha professora de
jornalismo estaria errada? Talvez aquele talen
234
235
to de que ela falava fosse apenas um embuste. Meus olhos encheram de lágrimas.
Uma voz suave vinda do banco ao lado disse:
- O que houve, meu bem?
Olhei para o rosto solidário de uma simpática senhora de cabelos grisalhos. Desabafei
contando-lhe minha estória, e terminei:
- Mas o Sr. Ahlman, a quem todos respeitam tanto, não quer ver meu trabalho.
- Deixe-me ver essa "Coluna de Compras" - disse ela, Pegou nas mãos meu exemplar
assinalado do jornal e leu-o cuidadosamente do começo ao fim. Então, virou-se no
banquinho, levantou-se e olhou novamente para o balcão de receitas, e numa voz de
comando que poderia ter sido ouvida por todo o quarteirão, disse:
- Ruben Ahlman, venha aqui! Era a Sra. Ahlman!
Ela disse a Ruben que comprasse meu anúncio. Sua boca virou-se em sentido contrário,
abrindo-se num amplo sorriso. Então ela me perguntou os nomes dos comerciantes
que haviam se recusado a comprar os anúncios. Foi até o telefone e ligou para cada um
deles. Abraçou-me e disse-me que eles estavam me aguardando; que eu voltasse

90
para pegar os anúncios.
Ruben e Vivien Ahlman se tornaram nossos amigos queridos, além de clientes fixos dos
anúncios. Fiquei sabendo que Ruben era um homem amável, que comprava de todo
mundo. Ele havia prometido a Vivian não comprar mais nenhum anúncio. Estava apenas
tentando manter sua palavra. Se tivesse perguntado às outras pessoas na cidade,
eu descobriria que deveria ter falado com a Sra. Ahlman desde o começo. Aquela conversa
no balcão foi o momento decisivo. Minha empresa de propaganda prosperou e
hoje tem quatro escritórios, com 285 funcionários servindo a 4.000 contas com contratos
permanentes de propaganda.
Mais tarde, quando o Sr. Ahlman modernizou a velha drogaria e tirou o balcão, meu doce
marido Bob comprou-o e instalou-o no meu escritório. Se você estivesse aqui
na Califórnia, nos sentaríamos juntos nos bancos em frente ao balcão. Eu lhe serviria uma
Cherry Coke e lhe recomendaria que nunca desistisse, que se lembrasse que
a ajuda está sempre mais próxima do que pensamos.
Então eu lhe diria que, se não consegue se comunicar com uma determinada pessoa, procure
outras informações. Tente outro caminho. Procure alguém que possa se comunicar
em seu nome, o endosso de uma terceira pessoa. E finalmente, eu lhe serviria estas palavras
iluminadas e renovadoras de Bill Marriot, dos Hotéis Marriot:
Fracasso? Nunca o enfrentei. Só me deparei com dificuldades temporárias.
Dottie Walters
236
• 237
1. Inspiração
2. Permissão
3. Reafirmação
4.0 café ficar pronto
5. Minha vez
6. Alguém que abra caminho
7.0 restante das regras
8. Alguém para mudar
9. Passagens mais amplas 10. Vingança
11. Riscos menores 12. Mais tempo
13. Que um relacionamento
significativo:
a. melhore
b. termine
c. aconteça
14. A pessoa certa 15. Um desastre
16. Tempo para quase acabar 17. Um óbvio bode-expiatório
18. Que as crianças saiam de
casa
19. Um Dow-Jones de 1500 20. Que o leão se deite com o
carneiro
21. Acordo mútuo
22. Um tempo melhor
23. Um horóscopo mais favorá
vel
24. Minha juventude retornar 25.0 aviso de dois minutos 26. A reforma legal 27. Que

91
Richard Nixon seja
reeleito
28. Que a idade me conceda o
direito à excentricidade 29. Amanhã
30. Três-coarias ou melhor 31. Meu check-up anual 32. Um melhor círculo de
amizades
33. Que os riscos aumentem 34. Que o semestre comece 35. Caminho livre
36.0 gato parar de arranhar o
sofá
37. A ausência de riscos 38. Que o cão que late no
vizinho deixe a cidade

39. Meu tio retornar do serviço


militar
40. Alguém me descobrir 41. Mais garantias
42. Uma taxa mais baixa de
ganhos de capital
43.0 estatuto das limitações
perder o valor
44. Meus pais morrerem!
(brincadeirinha!)

45. A cura da herpes/Aids

46. Que as coisás que não


entendo ou não aprovo
desapareçam
47. Que as guerras acabem 48. Meu amor se reacender 49. Alguém para observar
50. Um conjunto de instruções
claramente redigidas

51. Melhor controle de natali


dade
52. Que a ERA termine
53. Um fim para a pobreza,
injustiça, crueldade, falsida
de, incompetência, pesti
lência, crime e sugestões
ofensivas
54. Uma patente rival expirar 55. A volta do Chicken Little
56. Meus subordinados amadu
recerem
57. Meu ego se aperfeiçoar 58.0 bule ferver
59. Meu novo cartão de crédito 60.0 afinador do piano 61. Esta reunião terminar 62. Os
meus créditos serem
liberados
63. Os cheques do seguro
desemprego expirarem 64. A primavera 65. Meu temo voltar do

92
tintureiro
66. Minha auto-estima se
recuperar
67. Um sinal dos céus
68. Os pagamentos da pensão
alimentícia terminarem 69. Que as preciosidades de
inteligência ocultas em
meus primeiros esforços
vaidosos de ser reconheci
do, sejam aplaudidas e
substancialmente recom
pensadas, para que eu
possa trabalhar a segunda
versão confortavelmente 70. Uma reinterpretação de
Robert's Rules of Order 71. Que várias dores e sofri
mentos cedam
72. Filas menores no banco
Para ser mais criativo, estou esperando...
• 238
• 239
#73. Que o vento aumente
74. Meus filhos se tornarem ponderados, arrumados, obedientes e auto-suficientes
75. A próxima estação
76. Outra pessoa para tomar coragem
77. Minha vida ser declarada ensaio geral, com algumas mudanças no roteiro permitidas
antes da estréia
78. Que a lógica prevaleça
79. A próxima vez
80. Que você saia de frente da luz
81. Que o meu navio chegue
82. Um desodorante melhor
83. Que minha dissertação esteja terminada
84. Um lápis apontado
85. Que o cheque seja liberado
86. Que minha mulher, filme ou bumerangue voltem
87. A aprovação do meu médico, a permissão do meu pai, a bênção do meu pastor ou o Ok
do meu advogado
88. A manhã
89. Que a Califórnia caia no
mar
90. Um tempo menos turbul
to
91.0 Iceman to Cometh
92. Uma oportunidade para
ligar a cobrar
93. Escrever melhor
94. Que minha vontade de
fumar desapareça

93
95. Que as cotações caiam 96. Que as cotações subam
97. Que as cotações se estabili
zem
98. Que a herança do meu avô
seja estabelecida

99. As cotações do fim de


semana
100. Uma senha
101. Que você vá primeiro
Todo mundo pode fazer alguma coisa

A diferença básica entre um homem comum e um guerreiro é que um guerreiro toma tudo
como desafio, enquanto um homem comum toma tudo ou como bênção ou como castigo.
Don Juan
David B. Campbell
Roger Crawford tinha tudo o que precisava para jogar tênis - menos duas mãos e uma
perna.
Quando os pais de Roger viram seu filho pela primeira vez, viram um bebê com uma
projeção parecida com um polegar saindo diretamente de seu antebraço direito e um
polegar e um dedo saindo de seu antebraço esquerdo. Ele não tinha palmas. Os braços e
pernas do bebê eram encurtados, e ele tinha apenas três dedos no mirrado pé
direito e uma perna esquerda seca, que mais tarde viria a ser amputada.
O médico disse que Roger sofria de ectrodactilismo, um raro defeito de nascença que afeta
uma entre 90.000 crianças nascidas nos Estados Unidos. O médico disse que
Roger provavelmente nunca andaria ou poderia cuidar de si mesmo.
Felizmente, os pais de Roger não acreditaram no médico.
- Meus pais sempre me ensinaram que eu só seria defeituoso o quanto quisesse ser - disse
Roger. - Eles nunca
- 240
• 241
#permitiram que eu sentisse pena de mim mesmo ou ti vantagem das pessoas por causa do
meu defeito. Certa tive problemas porque meus trabalhos de escola estav sempre
atrasados- explicou Roger, que tinha que segurar lápis com ambas as "mãos" para escrever
devagar. - Pedi papai que escrevesse um bilhete para os meus professo pedindo
que o prazo de minhas tarefas fosse adiado d dias. Em vez disso, papai me fez começar a
escrever os tra lhos com dois dias de antecedência!
O pai de Roger sempre o encorajou a se envolver nos e portes, ensinando Roger a receber e
a lançar uma bola d voleibol e a jogar futebol no quintal depois da escola.
Aos anos, Roger conseguiu ser destaque no time de futebol escola.
Antes de cada jogo, Roger visualizava seu sonho de faz um touchdown. Então, um dia, teve
sua chance. A bola caiu em seus braços e ele correu o mais rápido que pôde
com sua perna artificial em direção ao gol, seu treinador e seus colegas torcendo
loucamente. Porém, antes dele chegar lá, um garoto do outro time agarrou seu tornozelo
esquerdo. Roger, tentou libertar sua perna artificial, mas, em vez disso, ela acabou se
soltando.
- Eu ainda estava em pé - relembra Roger. - Eu não sabia mais o que fazer e então comecei a

94
saltar de um pé só até o gol. O juiz correu e lançou as mãos para o ar.
Touchdownl Sabe, melhor ainda que os seis pontos, foi ver a expressão no rosto do garoto
que ficou segurando minha perna artificial.
O amor de Roger pelos esportes cresceu e também sua autoconfiança. Mas nem todos os
obstáculos abriam caminho para a determinação de Roger. Comer no refeitório,
com os outros garotos observando a bagunça que ele fazia com a comida, era muito
doloroso para Roger, assim como seus fracassos sucessivos na aula de datilografia.
-Aprendi uma boa lição na aula de datilografia - disse Roger. - Não se pode fazer tudo; é
melhor nos concentrarmos naquilo que podemos fazer.
Uma das coisas que Roger podia fazer era manejar uma raquete de tênis. Infelizmente,
quando o fazia com força, sua fraca empunhadura geralmente lançava a raquete
no espaço. Por sorte, Roger encontrou uma raquete de tênis estranha numa loja de esportes
e, acidentalmente, enfiou o dedo entre as duas partes do seu cabo duplo
quando a empunhou.
O formato da raquete possibilitou a Roger bater, sacar e lançar como um jogador sem
nenhuma deficiência. Ele praticava todos os dias e logo estava jogando - e perdendo
-
partidas.
Mas Roger persistiu. Praticou e praticou, e jogou e jogou. Uma cirurgia nos dois dedos de
sua mão esquerda permitiu a Roger empunhar melhor sua raquete especial,
aperfeiçoando enormemente seu jogo. Apesar de não ter um modelo para copiar, Roger
ficou obcecado pelo tênis e com o tempo começou a vencer.
Roger continuou a jogar na faculdade, terminando sua carreira com 22 vitórias e 11
derrotas. Mais tarde, tornou-se o primeiro jogador de tênis deficiente fisico
a ser reconhecido como professor profissional pela Associação Norte-Americana de Tênis
Prófissional. Agora Roger viaja pelo país, dando palestras sobre o que é necessário
para ser um vencedor, não importa quem você seja.
-A única diferença entre vocês e eu é que vocês podem ver minhas deficiências, mas eu não
posso ver as suas. Todos nós as temos. Quando as pessoas me perguntam como
fui capaz de superar minhas deficiências físicas, eu lhes digo que não superei nada.
Simplesmente aprendi o que não posso fazer - como tocar piano ou comer com palitinhos
- mas, mais importante, aprendi o que posso fazer. E assim, faço o que posso, com todo meu
coração e toda a minha alma.
Jack Canfield
• 242
• 243
Sim, você pode
Experiência não é aquilo que acontece a um homem. É o que um homem faz com o que lhe
acontece.
Aldous Huxley
O que aconteceria se, aos 46 anos, você se queimasse num terrível acidente de motocicleta a
ponto de ficar irreconhecível e, quatro anos mais tarde, ficasse paralítico
da cintura para baixo num acidente aéreo? Então você poderia se imaginar tornando-se um
milionário, um respeitado orador, um feliz recém-casado e um bem-sucedido
homem de negócios? Poderia se imaginar praticando canoagem? Sky diving? Concorrendo a
uma carreira política?
W. Mitchell fez tudo isso e muito mais, depois que dois horríveis acidentes deixaram seu
rosto como uma colcha de retalhos, de tantos enxertos de pele, suas mãos

95
sem os dedos e suas pernas finas e sem os movimentos, preso a uma cadeira de rodas.
As dezesseis cirurgias que Mitchell enfrentou após o acidente de motocicleta que queimou
mais de 65% do seu corpo, deixaram-no impossibilitado de segurar um garfo,
discar
• 244
o telefone ou ir ao banheiro sem ajuda. Mas Mitchell, ex-fuzileiro naval, nunca acreditou que
estivesse derrotado.
- Eu sou o capitão da minha nave espacial. Eu digo "para cima" e "para baixo". Eu poderia
ter escolhido essa situação como um retrocesso ou como um ponto de partida.
Seis meses depois, ele estava novamente pilotando um avião.
Mitchell comprou uma casa em estilo vitoriano no Colo- 19 rado, alguns imóveis, um avião
e um bar. Mais tarde, juntouse a dois amigos e os três fundaram uma madeireira
que progrediu até se tornar a segunda maior empresa privada de Vermont.
Quatro anos depois do acidente de motocicleta, o avião que Mitchell pilotava espatifou-se
na pista durante a decolagem, esmagando 12 de suas vértebras torácicas
e paralisando-o permanentemente da cintura para baixo.
- Eu me perguntava que diabos estaria acontecendo comigo? O que eu fiz para merecer isso?
Impávido, Mitchell trabalhou noite e dia para recuperar ao máximo sua independência.
Elegeu-se Prefeito de Crestem Butte, no Colorado, para salvar a cidade da mineração,
o que arruinaria sua beleza natural e o meio ambiente. Mais tarde candidatou-se ao
Congresso, transformando sua estranha aparência em vantagem, com slogans como
"Não apenas mais um belo rosto".
A despeito de sua aparência a princípio chocante, e de seus desafios, Mitchell começou a
praticar canoagem, apaixonou-se e casou-se, fez mestrado em administração
pública e continuou a pilotar, a participar de atividades ligadas ao meio ambiente e a falar em
público.
A atitude mental inabalável de Mitchell renderam-lhe aparições no Today Show e no Good
Morning América, assim como reportagens nas revistas Parade, Time, no The
New York Times e outras publicações.
- Antes de ficar paralítico, havia dez mil coisas que eu podia fazer- diz Mitchell. -Agora há
nove mil. Posso ficar
• 245
#com as mil que perdi, ou me concentrar nas nove mil que me restam. Digo às pessoas que
tive dois enormes solavancos em minha vida. Se escolhi não usá-los como uma
desculpa para desistir, talvez algumas das experiências que vocês estejam vivendo e que os
estejam desestimulando, possam ser colocadas sob uma nova perspectiva.
Você pode recuar, ter uma visão mais ampla e a oportunidade de dizer "Afinal, talvez isso
não seja tão ruim assim".
Lembre-se: "Não é o que lhe acontece, é a sua atitude em relação ao que lhe acontece."

Iack Canfield e Mark V. Hansen


Corra, Patti, corra
Jovem de tenra idade, Patti Wilson soube através de seu
médico que era epilética. Seu pai, Jim Wilson, costumava fa
zer jogging pela manhã. Um dia, sorrindo através de seu apa- 1~
relho de adolescente, ela disse: ~
- Papai, eu gostaria mesmo era de coper com você todos os dias, mas tenho medo de ter
uma crise.

96
Seu pai lhe disse:
- Se tiver, sei como controlá-la, então gamos começar a correr!
E foi o que fizeram, todos os dias. Foi ~ experiência maravilhosa que os dois
compartilharam, e Patti não teve nenhuma crise durante as corridas. Depois de algumas
se- ii manas, ela disse a seu pai:
- Papai, o que eu gostaria mesmo era de quebrar o recorde mundial de corrida de longa
distânciâ Para mulheres.
Seu pai consultou o livro Guiness de recordes mundiais e descobriu que o máximo que uma
mulhei já correra haviam sido 128 quilômetros. Como caloura do colégio, Patti
declarou:
- Vou correr do Município de Orange até São Francisco (uma distância de 640 quilômetros).
No segundo ano - con-
• 246
247
tinuou -, vou correr até Portland, Oregon (mais de 2.400 quilômetros). No terceiro ano
correrei até St. Louis (cerca de 3.200 quilômetros). E, no último, vou correr
até a Casa Branca (mais de 4.800 quilômetros de distância).
Em vista de sua deficiência, Patti era tão ambiciosa quanto entusiasta, mas disse que via sua
epilepsia simplesmente como "uma inconveniência". Concentrava-se não
no que havia perdido, mas no que lhe restava.
Naquele ano, completou seu percurso até São Francisco vestindo uma camiseta que dizia
"Amo os epiléticos". Seu pai correu cada milha a seu lado, enquanto sua mãe,
enfermeira, seguia atrás deles numa motor honre, para o caso de algo sair errado.
No segundo ano, os colegas de Patti a seguiram. Fizeram um poster gigante onde se lia
"Corra, Patti, Corra!" (Desde então, este se tornou seu lema e o título de
um livro que ela escreveu.) Em sua segunda maratona, a caminho de Portland, ela fraturou
um osso do pé. Um médico disse-lhe que ela teria que parar a corrida. Ele
disse:
- Tenho que engessar seu tornozelo para que você não sofra um dano permanente.
-Doutor, o senhor não compreende-disse ela. -Este não é apenas um dos meus caprichos, é
uma grande obsessão! Não estou fazendo isso por mim, estou fazendo para romper
as correntes que aprisionam o cérebro de tantos outros. Não há uma forma de eu continuar
correndo?
Ele deu a ela uma alternativa. Ele poderia enfaixá-la com esparadrapo em vez de engessá-la.
Advertiu-a de que seria incrivelmente doloroso, e disse-lhe: "Seu tornozelo
ficará cheio de bolhas." Ela pediu ao médico que enfaixasse.
Ela terminou o percurso até Portland, completando o último quilômetro com o governador
do Oregon. Vocês devem ter visto as manchetes: "Super Corredora, Patti Wilson,
Termina Maratona Pela Epilepsia Em Seu 17° Aniversário!"
Depois de quatro meses de corrida quase contínua da Costa Oeste até a Costa Leste, Patti
chegou à Casa Branca em Washington e apertou a mão do presidente dos Estados
Unidos. Ela lhe disse:
- Queria que as pessoas soubessem que os epiléticos são seres humanos normais com vidas
normais.
Há pouco tempo, contei esta história num de meus seminários e, em seguida, um homem
grande com os olhos cheios d'água me procurou, estendeu a mão enorme e carnuda
e disse:
-Mark, meu nome é Jim Wilson. Você estava falando de minha filha, Patti.

97
Os nobres esforços de Patti, como seu pai me contou, ajudaram a levantar dinheiro
suficiente para abrir dezenove centros multimilionários para epiléticos por todo
o país.
Se Patti Wilson pode fazer tanto com tão pouco, o que você, com sua saúde perfeita,
poderia fazer para superar seu próprio desempenho?
Mark V. Hansen
248
249
O poder da determinação
A casinha da escola rural era aquecida por um velho e bo! judo forno a carvão. Um
garotinho tinha a função de ir mais,, cedo à escola todos os dias, para acender
o fogo e aquecer o recinto antes que a professora e seus colegas chegassem.
Certa manhã, eles chegaram e encontraram a escol engolida pelas chamas. Retiraram o
garotinho inconsciente do prédio em chamas, mais morto do que vivo. Tinha queimaduras
profundas na parte inferior do corpo e foi levado para o hospital do município vizinho.
De seu leito, o semiconsciente e pavorosamente queimado garotinho ouviu ao longe o
médico que conversava com sua mãe. O médico dizia a ela que seu filho seguramente
morreria- o que na realidade, até seria melhor-pois o terrível fogo devastara a parte inferior
de seu corpo.
Porém o bravo garoto não queria morrer. Ele se convenceu de que sobreviveria. De alguma
maneira, para surpresa do médico, ele realmente sobreviveu. Quando o risco
de morte havia passado, ele novamente ouviu o médico e sua mãe falando baixinho. A mãe
foi informada de que, uma vez que o fogo destruíra tantos músculos na parte
inferior de seu corpo, quase que teria sido melhor que ele tivesse morrido, já que estava
condenado a ser eternamente inválido e não fazer uso algum de seus membros
inferiores.
Mais uma vez o bravo garoto tomou uma decisão. Não seria inválido. Ele andaria. Mas,
infelizmente, da cintura para baixo, ele não tinha nenhuma capacidade motora.
Suas pernas finas pendiam inertes, quase sem vida.
Finalmente, ele teve alta do hospital. Todos os dias sua mãe massageava suas perninhas, mas
não havia sensação, controle, nada. Ainda assim, sua determinação de
andar era mais forte do que nunca.
Quando ele não estava na cama, estava confinado a uma cadeira de rodas. Num dia
ensolarado, sua mãe o conduziu até o quintal para tomar um pouco de ar fresco. Neste
dia, ao invés de ficar sentado na cadeira, ele se jogou no chão. Arrastou-se pela grama,
puxando as pernas atrás de si.
Arrastou-se até a cerca de estacas brancas que limitava o terreno. Com grande esforço,
levantou-se apoiando-se na cerca. E então, estaca por estaca começou a arrastar-se
ao longo da cerca, decidido a andar. Começou a fazer isso todos os dias até que um caminho
se formou ao lado da cerca, e em volta de todo o quintal. Não havia nada
que ele desejasse mais do quedar vida àquelas pernas.
Finalmente, com as massagens diárias, com sua persistência de ferro e com sua resoluta
determinação, ele foi capaz de ficar em pé, depois de andar mancando, e então,
de andar sozinho. Mais tarde, de correr.
Começou a caminhar para a escola, depois passou a correr para a escola, e a correr, pura e
simplesmente, pela alegria de correr. Na faculdade, integrou o time de
corrida com obstáculos.
Depois, no Madison Square Garden, aquele rapaz sem esperanças de sobreviver, que

98
seguramente não andaria nunca mais, e que jamais poderia esperar correr - aquele
rapaz determinado, o Dr. Glenn Cunningham, foi o corredor mais rápido do mundo na
corrida de uma milha!
Burt Dubin
250
251

Nós, os quadraplégicos, somos seres fortes. Se não fôssemos, não estaríamos por aí
atualmente. Sim, somos uma espécie resistente. De muitas formas, fomos abençoados
com doses de sabedoria e humor que não são concedidas a todos.
E, permitam-me dizer, toda essa recusa de aceitação total ou completa da deficiência de
alguém está conectada a uma única coisa - fé, uma fé quase divina.
Lá em baixo, na recepção do Instituto de Medicina Física e Reabilitação em East River, Rua
34, East 400, na cidade de Nova York, há uma placa de bronze pregada à
parede. Durante os meses em que freqüentei o Instituto para tratamento - duas ou três vezes
por semana - passei por aquela recepção muitas vezes - indo e vindo.
Mas nunca parei o suficiente para me afastar para o lado e ler as palavras que estão escritas
naquela placa, segundo dizem, proferidas por um soldado confederado
anônimo. Então, certa tarde, li a placa. Li e reli. E, quando terminei de ler pela segunda vez,
estava a ponto de explodir - não de desespero, mas de uma força interior,
que me fazia querer arrancar os braços de minha cadeira de rodas. Gostaria de compartilhar
com vocês essas pa
lavras..

• 252
Um credo para os que sofrem

Pedi a Deus força, para que pudesse realizar.


Fui feito fraco, para que aprendesse a obedecer humildemente...
Pedi saúde, para que pudesse realizar grandes feitos.
Me foi dada a enfermidade, para que eu pudesse fazer coisas melhores...
Pedi riquezas, para que pudesse ser feliz.
Me foi dada a pobreza, para que eu fosse sábio...
Pedi poder, para que eu pudesse exercê-lo sobre os homens.
Me foi dada a fraqueza, para que eu pudesse sentir a necessidade de Deus...
Pedi todas as coisas, para que pudesse aproveitar a vida.
Me foi dada a vida, para que eu pudesse aproveitar todas as coisas...
Não obtive nada do que pedi - mas tudo por que ansiava.
Quase a despeito de mim mesmo, minhas orações silenciosas foram atendidas.
Sou, entre os homens, o mais plenamente abençoado!

Roy Campanella
• 253
A Sra. Betty Tisdale é uma heroína de categoria mundial. Quando a guerra no Vietnã
esquentou, em abril de 1975, ela, soube que precisava salvar os quatrocentos órfãos

99
que estavam para ser jogados nas ruas. Ela e seu marido, o ex-pediatra Coronel Patrick
Tisdale, que era viúvo e já tinha cinco filhos, já haviam adotado cinco garotas
vietnamitas órfãs.
Em 1954, como médico da marinha dos Estados Unidos no Vietnã, Tom Dooley ajudou
refugiados a escaparem dos comunistas do norte. Betty diz:
- Realmente acho que Tom Dooley era um santo. Sua influência mudou minha vida para
sempre.
Por causa do livro de Dooley, ela pegou todas as suas economias e viajou para o Vietnã
quatorze vezes em férias, para visitar e trabalhar em hospitais e orfanatos
que ele fundou. Em Saigon, apaixonou-se pelos órfãos do An Lac (Lugar Feliz), dirigido por
madame Vu Thi Ngai, e que, mais tarde, no dia em que o Vietnã caiu, foi
evacuado por Betty, que voltou à Geórgia levando as crianças para viver com ela e seus dez
filhos.
Quando Betty, uma pessoa do tipo "faça já" e "invente soluções conforme os problemas vão
surgindo", percebeu o
drama das quatrocentas crianças, entrou em ação a toda velocidade. Telefonou para
Madame Ngai e disse: "Sim! Irei buscar as crianças e adotarei todas." Não sabia
como o faria. Apenas sabia que faria. Mais tarde, num filme sobre a desocupação, The
Children of An Lac, Shirley Jones retratou Betty.
Em instantes, ela começou a mover montanhas. Usou vários expedientes para levantar o
dinheiro necessário. Simplesmente decidiu fazê-lo e fez. Ela disse:
- Eu visualizava todas aquelas crianças crescendo em bons lares cristãos na América, e não
sob o comunismo.
Isso a manteve motivada.
Ela partiu para o Vietnã de Fort Benning, na Geórgia, num domingo, chegou na terça-feira
em Saigon e, sem dormir, venceu milagrosamente cada obstáculo para embarcar
quatrocentas crianças para fora de Saigon até a manhã de sábado. No entanto, no momento
de sua chegada, o chefe do serviço social vietnamita, Dr. Dan, anunciou repentinamente
que só aprovaria a saída de crianças menores de dez anos e que todas deveriam ter certidão
de nascimento. Rapidamente, ela descobriu que órfãos de guerra têm apenas
a sorte de estarem vivos. Eles não têm certidões de nascimento.
Betty foi ao departamento pediátrico do hospital, obteve 225 certidões de nascimento e
criou rapidamente datas e locais de nascimento para os 219 recém-nascidos,
bebês e crianças. Ela diz:
- Não tenho idéia de quando e onde nasceram e quem eram seus pais. Meus dedos apenas
criaram certidões de nascimento. Certidões de nascimento eram a única esperança
que as crianças tinham de deixar o lugar a salvo e terem um futuro viável com liberdade. Era
agora ou nunca.
Agora ela precisava de um local para alojar os órfãos, uma vez que haviam sido
despejados... Os militares em Fort Benning resistiram, mas Betty persistiu com inteligência
e tenacidade. Por mais que tentasse, não conseguia falar com o General Comandante ao
telefone, então ligou para o escritó
• 255
Ela salvou 219 vidas
• 254 -
rio do Secretário do Exército, Bo Callaway. Ele também tinhã dado uma ordem de que as
chamadas de Betty não seriam atendidas, não importava o quanto fossem urgentes
e de i" portância vital. No entanto, Betty não seria derrotada. Havia chegado muito longe

100
para ser detida agora. Como ele também era da Geórgia, ela ligou para a
mãe dele e contou-lhe seu caso. Betty a envolveu com seu coração e pediu que intercedesse.
Praticamente do dia para a noite, o Secretário do Exército, seu filho,
respondeu e providenciou para que uma escola em Fort Benning fosse usada como casa
provisória para os órfãos de An Lac.
Mas o desafio de retirar as crianças ainda estava por ser realizado.
Ao chegar em Saigon, Betty dirigiu-se imediatamente ao Embaixador Graham Martin e
pleiteou algum tipo de transporte para as crianças. Ela tentara fretar um vôo da
Pan Am, mas o Lloyds de Londres aumentara tanto o seguro que se tornara impossível
negociar àquela altura. O embaixador concordou em ajudar se todos os documentos
fossem liberados pelo governo vietnamita. O Dr. Dan assinou a última declaração,
literalmente, enquanto as crianças embarcavam em dois aviões da força aérea.
Os órfãos estavam subnutridos e doentes. Muitos nunca haviam saído do orfanato. Estavam
assustados. Ela recrutara soldados e a equipe da ABC para ajudar a segurá-los,
transportá-los e alimentá-los. É incrível de que forma permanente e profunda os corações
daqueles voluntários ficaram tocados naquele lindo sábado em que 219 crianças
foram transportadas para a liberdade. Todos os voluntários choraram de alegria e satisfação
por terem contribuído tangivelmente para a liberdade do próximo.
Os vôos fretados das Filipinas para casa criaram uma grande controvérsia. O custo do avião
da United Airlines foi de US$21.000.0 Dr. Tisdale garantiu o pagamento
por amor aos órfãos. Se Betty tivesse tido mais tempo, provavelmente
conseguiria de graça! Mas o tempo era o principal, então ela agiu rapidamente.
Aproximadamente um mês depois de sua chegada aos Estados Unidos, todas as crianças
haviam sido adotadas. A agência Tresler Lutheran, em York, Pennsylvania, especializada
em adoções de crianças deficientes, encontrou um lar para cada órfão.
Betty provou repetidas vezes que, definitivamente, se pode fazer qualquer coisa, basta ter
disposição para pedir, para não se acomodar diante de um "não", para fazer
o que for necessário e perseverar.
Como disse o Dr. Tom Dooley certa vez: "São necessárias pessoas comuns para fazer coisas
extraordinárias."
Jack Canfield e Mark V. Hansen
257
256
Em 1989, um terremoto de 8.2 graus quase nivelou a Armênia, matando mais de 30 mil
pessoas em menos de quatro minutos.
Em meio à completa devastação e ao caos, um pai deixou sua esposa a salvo em casa e
correu para a escola onde seu filho deveria estar, descobrindo simplesmente que
o prédio tinha sido achatado como uma panqueca.
Depois do traumático choque inicial, ele lembrou a promessa que fizera a seu filho:
- Haja o que houver, eu sempre estarei com você!
E lágrimas começaram a encher seus olhos. Olhando para a pilha de escombros que antes
havia sido a escola, parecia sem esperança, mas ele continuava recordando seu
compromisso com o filho.
Começou a se concentrar nos caminhos que percorria para conduzir o filho à classe todas as
manhãs. Lembrandose que a classe de seu filho ficava no canto direito
ao fundo do prédio, ele correu para lá e começou a cavar no meio do entulho.
Enquanto cavava, outros pais desesperados chegaram com os corações apertados e dizendo:
- Meu filho!

101
- Minha filha!
Outros pais bem-intencionados tentavam retirá-lo de
cima do que sobrara da escola dizendo:
- Tarde demais! - Estão mortos!
-Você não pode ajudar! - Vá para casa!
- Vamos, encare a realidade, não há nada que você pos
sa fazer!
- Você só vai piorar as coisas!
E a cada um ele respondia com apenas uma frase:
- Você vai me ajudar? - e continuava cavando em bus
ca de seu filho, pedra por pedra.
O chefe do corpo de bombeiros apareceu e tentou afastá
lo das ruínas da escola dizendo:
- Há incêndios começando e explosões em toda a parte.
O senhor está em perigo. Nós cuidaremos de tudo. Vá para
casa.
Ao que este pai armênio, amoroso e cuidadoso, respon
dia:
- Você vai me ajudar?
A polícia chegou e disse:
- O senhor está revoltado, decepcionado e arrasado. O
senhor está colocando outras pessoas em risco. Vá para casa.
Nós cuidaremos disso!
A quem ele replicou: - Você vai me ajudar? Ninguém o ajudou.
Corajosamente, ele prosseguiu sozinho, porque precisa
va ver com seus próprios olhos: "Meu garoto estará vivo ou
morto?"
Cavou por oito horas... 12 horas... 24 horas... 36 horas... e
então, na trigésima oitava hora, removeu uma enorme pedra
• 259
Você vai me ajudar?
258
#e ouviu a voz de seu filho. Gritou seu nome "ARMAND!" E ouviu em resposta:
- Papai?! Sou eu, papai! Eu disse aos outros garotos que não se preocupassem. Disse a eles
que se estivesse vivo, você me salvaria, e quando me salvasse, todos estariam
salvos. Você prometeu "Haja o que houver, estarei sempre com você!" Você cumpriu, papai!
- O que está acontecendo aí? Como está? - perguntou o pai.
- Restaram quatorze da nossa turma de 33, papai, Estamos assustados, com fome, com sede,
e gratos por você estar aqui. Quando o prédio caiu, formou-se uma cunha,
como um triângulo, e isso nos salvou.
- Saia daí, garoto!
- Não, papai! Deixe os outros garotos saírem primeiro, porque sei que o senhor vai me
esperar! Haja o que houver, sei que estará sempre comigo!
Há um romance do século dezenove que se passa numa pequena cidade gaulesa, na qual,
durante os últimos quinhentos anos, a cada ano, na noite de Natal, o povo todo
se reúne na igreja para orar. Pouco antes da meia-noite, eles acendem velas e, cantando
cânticos e hinos, descem alguns quilômetros por um caminho de terra, em direção
a uma velha choupana de pedra abandonada. Lá montam um presépio, com manjedoura e

102
tudo. E, em simples devoção, se ajoelham e rezam. Seus hinos aquecem o ar gelado
de dezembro. Todos da cidade, podendo caminhar, estão lá.
Há um mito naquela cidade, uma crença de que se todos os habitantes estiverem presentes
na noite de Natal, e se todos rezarem com fé verdadeira, então, e só então,
ao bater da meia-noite, o Messias retornará. E durante quinhentos anos, o povo tem ido
àquela ruína de pedra e rezado. Entretanto, o retorno do Messias os iludiu.
Pergunta-se a uma das principais personagens neste romance:
- Você acredita que Ele voltará para a nossa cidade na noite de Natal?
-Não -ele responde, balaçando tristemente a cabeça não acredito.
Só mais uma vez
Mark V. Hansen
260•
• 261
- Então, por que vai todos os anos? - pergunta
- Ah - diz ele sorrindo. - E se eu for o único a não tar lá quando acontecer?
Sua fé é bem pequena, não é? Mas, ainda assim é algo
fé. Como foi dito no Novo Testamento, basta uma fé do ta. manho de um grão de semente
de mostarda para entrar no reino dos céus. E, algumas vezes, ao trabalharmos
com crianças perturbadas, jovens que correm perigo, adolescentes pra blemáticos, parceiros,
amigos ou clientes alcoólatras, corruptos ou depressivos... é nesses
momentos que precisamos daquele pouquinho de fé que fazia aquele homem retornar à ruína
de pedra na noite de Natal. Só mais uma vez. Só esta próxima vez, talvez
aconteça.
Às vezes, somos chamados a trabalhar com pessoas que outros já perderam todas as
esperanças de recuperar. Talvez nós também cheguemos à conclusão de que não há
possibilidade
de mudança ou crescimento. É nesta hora que, se conseguirmos encontrar o menor resíduo
de esperança, dobramos a esquina e conseguimos uma melhoria considerável,
salvamos alguém que vale a pena ser salvo. Por favor volte, amigo, só mais uma vez.
Hanoch McCarty
Há muitas pessoas que poderiam ser campeãs olímpicas; todos os norte-americanos que
nunca tentaram. Estimo que cinco milhões de pessoas poderiam ter me vencido nos
anos em que ganhei a competição de salto com vara; cinco milhões, no mínimo. Homens
mais fortes, maiores e mais velozes do que eu poderiam tê-lo feito, mas nunca
pegaram uma vara; nunca fizeram o menor esforço para tirar as pernas do chão e tentar
passar por cima da barra.
A grandeza está ao nosso redor. É fácil ser grande porque as grandes pessoas o ajudarão. O
fantástico em todas as convenções a que vou é que as pessoas mais importantes
da área comparecem e compartilham suas idéias, métodos e técnicas com todos os outros.
Tenho visto os maiores homens de vendas se abrirem e mostrarem aos jovens
vendedores exatamente como fizeram. Eles não escondem. Também descobri que isso
acontece ainda no mundo dos esportes.
Nunca me esquecerei de quando estava tentando bater o recorde de Dutch Warmer Dam. Eu
estava cerca de uns 30 centímetros abaixo de sua marca; então, telefonei para
ele. Disse-lhe:
- Dutch, você me ajudaria? Parece que estou estacionado. Não consigo saltar mais alto.

263

103
Há grandeza ao

seu redor - aproveite-a


262
I
Ele disse:
-Claro, Bob, venha me visitar e eu lhe transmitirei tudo que sei.
Passei três dias com o mestre, o maior do mundo. Por três dias, Dutch me ensinou tudo que
sabia. Havia coisas que eu estava fazendo errado e ele as corrigiu. Para
encurtar a história, saltei 16 centímetros mais do que sua marca. Aquele grande sujeito me
deu o melhor que podia. Descobri que campeões do esporte e heróis fazem
isso de boa vontade, apenas para que você também se torne grande.
John Wooden, o grande treinador de basquete da UCLA., tem a filosofia de que todos os
dias se deve ajudar alguém que nunca possa lhe retribuir. Este é o seu dever.
Quando estava na faculdade, trabalhando em sua tese sobre futebol defensivo e explorador,
George Allen redigiu um questionário de trinta páginas e enviou-o para
os melhores treinadores do mundo. Oitenta e cinco por cento responderam todo o
questionário.
Os grandes compartilham; foi o que fez de George Allen um dos maiores técnicos de futebol
do mundo. Os grandes contam seus segredos. Procure-os, telefone-lhes ou
compre seus livros. Vá onde eles estão, fique em volta deles, converse com eles. É fácil ser
grande quando se está ao lado dos grandes.
Bob Richards
Atleta Olímpico
264•
7
SABEDORIA
ECLÉTICA
Esta vida é um teste.

É só um teste.

Se fosse de verdade

Você teria recebido

Mais instruções sobre

Onde ir e o que fazer!

Retirado de um
quadro de avisos
#Negócio fechado!

Quando Marita tinha treze anos, as meninas usavam camisetas tingidas e jeans rasgados.
Embora tivesse crescido durante a Depressão e não tivesse dinheiro para roupas,
eu nunca havia me vestido de forma tão desleixada. Um dia, vi Manta na rua esfregando a

104
bainha de seus jeans novos com poeira e pedras. Fiquei furiosa quando a vi
estragando as calças que eu havia acabado de pagar e corri para lhe dizer isso. Ela continuou
a triturar as calças enquanto eu recomeçava minha novela de privações
da infância. Quando terminei, sem conseguir levá-la às lagrimas de arrependimento,
perguntei por que ela estava arruinando seus jeans novos. Ela respondeu sem me
olhar:
-Não se pode usar jeans novos.
- Por que não?
- Porque não, por isso estou esfregando para que pareçam velhos.
Uma total falta de lógica! Como poderia ser moda estragar roupas novas?
Todas as manhãs, quando ela saía de casa para a escola, eu olhava para ela e suspirava:
• 267
- Minha filha, com essa aparência.
Lá estava ela com a velha camisa do pai, tingida com
grandes manchas e tiras azuis. Perfeita para pano de chão,
pensei. E os jeans - tão baixos que eu temia que se ela respi
rasse fundo eles desceriam de seu traseiro. Mas para onde
eles iriam? Eram tão justos e duros que não poderiam se mo
ver. As bainhas, com a ajuda das pedras, tinham fios que se arrastavam atrás dela à medida
que andava.
Um dia, depois que ela saiu para a escola, foi como se Deus chamasse minha atenção e
dissesse:
- Você percebe quais são suas últimas palavras a Marita todas as manhãs? "Minha filha, com
essa aparência." Quando ela chega à escola e seus amigos falam de suas
mães antiquadas que reclamam o tempo todo, ela terá seus comentários constantes para
contribuir. Você já olhou para as outras garotas da classe dela? Por que você
não dá uma olhada?
Naquele dia, fui buscá-la na escola e observei que muitas das outras meninas tinham uma
aparência ainda pior. No caminho para casa, mencionei minha reação exagerada
aos seus jeans arruinados. Assumi um compromisso:
- De agora em diante, você pode usar o que quiser para ir à escola e sair com seus amigos; e
eu não vou mais importuná-la.
- Será um alívio.
- Mas quando você for comigo à igreja ou ao shopping
ou à casa de meus amigos, gostaria que se vestisse do jeito
que você sabe que eu gosto sem precisar dizer uma palavra. Ela pensou no acordo.
Então acrescentei:
- Isso significa 95% do seu jeito e 5% do meu. O que você acha?
Seus olhos brilharam e ela estendeu sua mão e apertou a minha.
-Negócio fechado!
Daquele dia em diante, passei a despedir-me dela alegremente pela manhã, sem importuná-la
a respeito de suas roupas. Quando saíamos juntas, ela se vestia adequadamente,
sem estardalhaço. Negócio fechado!
Florence Littauer
• 268
• 269
#Reserve um momento para

105
ver de verdade

Todos nós já ouvimos a expressão: "Lembre-se de parar e sentir o perfume das rosas." Mas
com que freqüência realmente reservamos tempo das nossas vidas agitadas
para perceber o mundo à nossa volta? Comumente, somos prisioneiros de nossos horários
ocupados, de pensamentos sobre nosso próximo compromisso, do trânsito ou da
vida em geral, tanto que não nos damos conta de que há outras pessoas por perto.
Sou tão culpado quanto qualquer um por dessintonizar o mundo dessa forma, especialmente
quando estou dirigindo pelas ruas exageradamente cheias da Califórnia. Há
pouco tempo, no entanto, testemunhei um acontecimento que me mostrou o quanto o fato
de ser prisioneiro de meu pequeno mundo me impedia de estar completamente consciente
da imagem maior do mundo ao meu redor.
Eu dirigia o carro a caminho de um compromisso de negócios e, como de costume,
planejava em minha mente o que iria dizer. Cheguei a um cruzamento muito movimentado
onde o sinal acabara de ficar vermelho.
- Tudo bem - pensei comigo mesmo -, posso passar o próximo sinal se arrancar à frente dos
outros.
Minha mente e meu carro estavam no pilotoauto%prontos para sair quando, de repente, meu
transe E01 ~i
rompido por uma visão inesquecível. Um joveP casa, bos cegos, caminhava de braços dados
atrave9sandq cruzamento movimentado, cheio de carros zunindo 1 das as direções.
O homem segurava a mão de uWSar~t; e a mulher apertava um "porta-bebês" contra o
se10"~~~ fiando obviamente uma criança. Ambos levavam n , gala branca à frente,
tateando pistas que os gviose ~ cruzamento.
Eles estavam superando
A princípio fiquei tocado. eu achava uma das deficiências mais temerosas-
a cai
- "Não seria horrível ser cego?" -pensei. Meus pense
. tos foram subitamente interrompidos por horror/ 9ua
que o casal não caminhava pela faixa de ped&tres,
desviava na diagonal, em direção ao meio do a hP Sem perceberem o perigo que corriam
estavann nq
, TF,
Ao bem na direção dos carros que se aproximavam' 1 eles, pois não sabia se os outros
motoristas havíamc~V i endido o que estava acontecendo. É,
Olhando da primeira fila de trânsito (eu estava hpi~, lhor lugar da casa), vi um milagre se
manifestar d'ahr`
meus olhos. Todos os carros, em todas as direções, Mktkt )
multaneamente Não ouvi ruídos de freadas, nem ° v,11 . buzinas. Ninguém sequer gritou:
"Saiam do carYlinhol~
o tempo parece0 Ya W congelou. Naquele momento,
aquela família. ar i
Surpreso, olhei para os carros à minha volta F c z1~
J
car se estávamos todos vendo a mesma coisaa rotei
b¿,
das as atenções também se haviam fixado no Ga ' ~J ,I~i mente, o motorista à minha direita

106
reagiu. Estica"'p ) coço para fora do seu carro, gritou:
- Para a direita! Para a direita! P?
Outras pessoas o seguiram, em uníssono, gïltando ~I a direita!"
• 270
• 271
#Sem perder o ritmo, o casal ajustou o curso seguindo as instruções. Confiando em suas
bengalas brancas e nos gritos de alguns cidadãos preocupados, eles conseguiram
chegar ao outro lado da rua. Ao atingirem o meio-fio, algo me intrigou - estavam ainda de
braços dados.
Fiquei surpreso pelas expressões sem emoção em seus rostos e julguei que eles não tivessem
idéia alguma do que estava acontecendo ao seu redor. Senti ainda, imediatamente,
os suspiros de alívio de todos que estavam parados no cruzamento.
Ao olhar para os carros à minha volta, pude ver que o motorista à minha direita pronunciava
as palavras "Uau, você viu isso?!" O motorista à minha esquerda dizia
"Não acredito!" Acho que todos ficamos profundamente tocados com o que havíamos
acabado de testemunhar. Ali estavam seres humanos esquecendo-se de si mesmos por
um momento, a fim de ajudar quatro pessoas em dificuldades.
Voltei a refletir sobre essa situação várias vezes, e dela aprendi diversas lições poderosas. A
primeira é: "Diminua a velocidade e sinta o perfume das rosas" (algo
que eu raramente fizera até então). Reserve um tempo para olhar à sua volta e realmente ver
o que está acontecendo neste exato momento, diante de você. Faça isso
e perceberá que este momento é tudo o que há, e mais importante, este momento é tudo que
você tem para tornar sua vida diferente.
A segunda lição que aprendi é que os objetivos que estabelecemos para nós podem ser
alcançados, através da fé que depositamos em nós mesmos e nos outros, a despeito
de obstáculos aparentemente insuperáveis.
O objetivo do casal de cegos era simplesmente chegar ao outro lado da rua intactos. Seu
obstáculo eram oito filas de carros apontados diretamente para eles. Mesmo
assim, sem pãnico ou dúvida, eles foram em frente até atingir seu objetivo.
Nós também podemos ir em frente para alcançar nossos objetivos, colocando vendas nos
olhos para os obstáculos
que se colocarem em nosso caminho. Apenas precisamos confiar em nossa intuição e aceitar
as instruções de outras pessoas que tenham maior discernimento.
Finalmente, aprendi a apreciar de verdade o meu dom da visão, algo que eu ignorava com
muita freqüência. Você pode imaginar o quanto a vida seria diferente sem seus
olhos? Tente se imaginar, por um momento, caminhando num cruzamento movimentado sem
poder enxergar. Com que freqüência nos esquecemos das dádivas simples, porém
incríveis, que recebemos na vida.
Ao me afastar daquele cruzamento movimentado, eu dirigia mais consciente da vida e com
mais compaixão pelos outros do que possuía ao chegar ali. Desde então, tomei
a resolução de enxergar a vida de verdade ao realizar minhas atividades diárias e usar meus
talentos, concedidos por Deus, para ajudar outras pessoas menos afortunadas.
Enquanto caminha pela vida, faça um favor a si mesmo: diminua a velocidade e reserve um
tempo para ver de verdade. Reserve um momento para ver o que está acontecendo
à sua volta, neste exato instante, bem onde você está. Você pode estar perdendo algo
maravilhoso.
J. Michael Thomas
272

107
273
Se eu pudesse começar

tudo novamente
Fui uma dessas pessoas que nunca vão a lugar algum sem
um termômetro, uma garrafa térmica, uma capa de chu
va e um pára-quedas.
Se eu pudesse viver novamente, viajaria mais leve da próxi
ma vez.
Se eu pudesse viver novamente, tiraria os sapatos no começo
da primavera e ficaria descalço até o final do outono. Dançaria mais.
Subiria em mais carrosséis. Colheria mais margaridas.
Entrevistas com doentes terminais e idosos não revelam se as pessoas se arrependem das
coisas que fizeram, mas a maioria fala sobre o que se arrependeu de não ter
feito.
Eu me arriscaria mais da próxima vez. Relaxaria. Seria flexível.
Seria mais bobo do que fui nesta viagem. Levaria as coisas menos a sério.
Aproveitaria mais oportunidades. Viajaria mais.
Subiria mais montanhas e nadaria em mais rios.
Tomaria mais sorvete e comeria menos feijão.
Talvez eu tivesse mais problemas reais, mas teria menos ima
ginários.
Veja, sou dessas pessoas que vivem de forma sensata todas as horas, todos os dias.
Oh, tive meus momentos, e se pudesse começar novamente, teria mais alguns. Na verdade,
tentaria não ter nada mais. Só momentos.
Um após o outro, em vez de viver tantos anos à frente de cada dia.
Nadine Stair
(85 anos)
• 274
• 275
Dois monges
Dois monges em peregrinação iam passando por um rio. Lá avistaram uma menina vestida
com toda a elegância, obviamente sem saber o que fazer, já que o rio estava
alto e ela não queria estragar suas roupas. Sem mais cerimônias, um dos monges levou-a nas
costas, atravessou-a e depositou-a em solo seco do outro lado.
Então os monges continuaram seu caminho. Porém o outro monge, depois de uma hora,
começou a reclamar:
- Com certeza não é certo tocar uma mulher; é contra os mandamentos ter contato íntimo
com mulheres. Como você pôde ir contra as leis dos monges?
O monge que carregara a menina seguia em frente em silêncio, mas finalmente observou:
- Eu a deixei no rio há uma hora, por que você ainda a está carregando?
Logo após o nascimento de seu irmão, a pequena Sachi começou a pedir a seus pais que a
deixassem a sós com o bebê. Temendo que, como a maioria das crianças de quatro
anos, ela pudesse sentir ciúmes e o quisesse machucar, eles disseram não. Porém, ela não
mostrava sinais de ciúmes. Tratava o bebê com carinho e seus apelos para
que fosse deixada a sós com ele começaram a se intensificar. Eles decidiram permitir.
Alvoroçada, ela entrou no quarto do bebê e fechou a porta; mas uma fresta se abriu - o
suficiente para que seus curiosos pais espiassem e ouvissem. Eles viram a

108
pequena Sachi andar devagarinho até seu irmãozinho, aproximar seu rosto para bem junto
do dele e dizer baixinho:
- Bebê, diga-me como é Deus. Estou começando a me esquecer.
Irmgard Schloegl
The Wisdom of The Zen Masters
Dan Millman
• 276
• 277
Estava a cerca de doze metros de profundidade na água, sozinha. Sabia que não devia ter
ido sozinha, mas era bastante hábil e apenas estava aproveitando a oportunidade.
Não havia muita correnteza, e a água estava morna, clara e atraente. Ao ter uma cãibra,
percebi logo como havia sido tola. Não fiquei alarmada, mas estava completamente
dobrada de cãibras no abdômen. Tentei remover meu cinturão de peso, mas estava tão
dobrada que não conseguia alcançar a fivela. Fui afundando e comecei a ficar mais
amedrontada, incapaz de me mover. Eu podia enxergar meu relógio e sabia que havia apenas
mais um pouco de tempo no tanque, até que ficasse sem ar. Tentei massagear
meu abdômen. Eu não estava de roupa de borracha, mas não conseguia me esticar para
alcançar os músculos retesados com as mãos.
Pensei: "Não posso terminar assim! Tenho coisas a fazer!" Eu simplesmente não podia
morrer daquela forma, anonimamente, sem que ninguém ao menos soubesse o que me
acontecera. Chamei mentalmente "Alguém, alguma coisa, socorro!"
Eu não estava preparada para o que aconteceu. De repente, senti um cutucão por trás de
mim sob a axila. Pensei: Oh, não, tubarões!" Fiquei realmente aterrorizada
e entrei
em desespero. Mas meu braço estava sendo levantado energicamente. No meu campo de
visão entrou um olho - o olho mais maravilhoso que eu jamais poderia imaginar.
Eu juro que sorria. Era o olho de um enorme golfinho. Olhando dentro daquele olho, eu
soube que estava salva.
Ele veio mais para a frente, cutucando e enganchando sua barbatana embaixo da minha axila,
deixando meu braço sobre suas costas.
Relaxei, abraçando-o, aliviada. Senti que o animal estava me transmitindo segurança, que
estava me curando ao mesmo tempo que me levava para a superfície. Minhas
cãibras passaram, conforme subíamos e eu relaxava em segurança, mas senti que ele também
me curara.
Na superfície, ele me puxou até a praia. Levou-me a águas tão rasas que comecei a temer
que encalhasse e puxeio de volta um pouco mais para o fundo, onde ele esperou,
me observando, acho que querendo ver se eu estava bem.
Foi como se eu tivesse renascido. Quando tirei o cinturão de peso e o tanque de oxigênio,
tirei simplesmente todo o resto e voltei nua para dentro do oceano e para
o golfinho. Eu me sentia tão livre e leve e viva, que queria apenas brincar ao sol e na água,
gozando de toda aquela liberdade. O golfinho me levou de novo para
o fundo e brincou comigo na água. Notei que havia uma porção de golfinhos ali, mais
distantes.
Depois de um tempo ele me levou de volta para a praia. Eu estava muito cansada, quase
desmaiando, e ele se certificou de que eu estivesse a salvo em águas mais rasas.
Depois, virou-se de ambos os lados, com um olho fitando os meus. Permanecemos assim
pelo que me pareceu muito tempo, uma eternidade, eu acho, quase que em transe,
com pensamentos pessoais sobre o passado atravessando minha mente. Depois, ele apenas

109
emitiu um som e foi para o fundo se juntar aos outros. E todos partiram.
Elizabeth Gawain
O presente do golfinho
-278
279
O toque da mão do mestre
"Estava maltratado e amassado, e o leiloeiro
Pensou que quase nem valia a pena Perder tanto tempo com o velho violino, Porém,
segurou-o com um sorriso.
"Quanto me oferecem, meus amigos?" - falou - "Quem dará o primeiro lance?" "Um dólar,
um dólar", e então, dois! Apenas dois? "Dois dólares, e quem oferecerá três?
Três dólares, dou-lhe uma; três dólares, dou-lhe duas; Dou-lhe três..." Mas, não,
Do salão, lá no fundo, um homem grisalho Veio à frente e tomou do arco: Então, tirando a
poeira do velho violino, E afinando as cordas frouxas, Tocou uma doce e
pura melodia Como canta um anjo que gorjeia.

Cessa a música, e o leiloeiro,


Em voz suave e calma,
Diz: "O que me oferecem pelo velho violino?" E segura-o no alto juntamente com o arco.
280•
"Mil dólares, e quem oferecerá dois?
Dois mil! Alguém dá três?
Três mil, dou-lhe uma; três mil, dou-lhe duas; Dou-lhe três, vendido", diz ele.

A pessoas aplaudem, mas algumas gritam


"Não compreendemos nada.
O que alterou seu valor?" A resposta vem imediata: O toque da mão de um mestre.

E muitas vezes um homem com a vida fora de tom E judiado e marcado pelo destino, É
vendido barato para a multidão descuidada, Assim como o velho violino. Um prato
de sopa, um cálice de vinho; Um jogo - e ele segue viajando. Vai "uma", e vão "duas", Vai a
"terceira" e "foi".
Mas, vem o Mestre, e a tola multidão Nunca compreende
O valor de uma alma e a mudança operada Pelo toque da mão do Mestre.
Myra B. Welch
• 281
Mais canja de galinha?
Abra seu coração para o resto do mundo. Se você tem uma história, poema ou artigo
(próprio ou de outra pessoa) e acha que poderia ser incluído em um próximo volume
de Canja de Galinha para a Alma, por favor, envie-nos.

Jack Canfield e Mark Victor Hansen

Self-Esteem Seminars (Seminários de auto-estima)

6035 Bristol Parkway

Culver City, California 90230

110
FAX: 310-337-7465
CONTRIBUIÇÕES
Nos certificaremos de que você e o autor recebam os créditos pela contribuição. Obrigado!
Palestras, seminários e workshops
Você também pode entrar em contato conosco no endereço acima para palestras ou para
informações sobre circulares, outros livros, fitas de aúdio, workshops e programas
de treinamento.
Nós lhe desejamos muito amor! Jack e Mark
• 282
..r
#Muitas das histórias deste livro foram retiradas de livros que lemos. As fontes são
declaradas na seção de Agradecimentos. Algumas das histórias e poemas foram
contribuições de nossos amigos que, como nós, são oradores profissionais. Se quiser entrar
em contato com eles para informações sobre seus livros, gravações e seminários,
poderá encontrá-los nos endereços e telefones fornecidos abaixo.
Wally "Famous" Amos é fundador do Famous Amos Cookies e autor do livro e do álbum de
cassetes The Power...In You. Wally mora em Maúi, Havaí. Para entrar em contato
com ele, escreva para 215 Lanito Drive, Kailua, Hawaü 96734 ou ligue para (808) 261-
6075.
Joe Batten C.P.A.E. é orador profissional e homem de negócios de sucesso, que sabe como
inspirar autoconfiança em organizações nos bons e nos maus tempos da economia.
Seus trinta e cinco anos de experiência como autor, consultor e orador rendeu-lhe o título de
Mentor de Empresas. Joe foi autor do best-seller: Tough Minded Management.
Joe é um homem que ama a vida e as risadas, e transmite essa ternura e essa paixão a
qualquer público. Você poderá se comunicar com joe escrevendo para 2413 Grand
Avenue, Des Moines, Iowa, 50312 ou ligando para (515) 244-3176.
Gene Bedley é o diretor da Escola Elementar de El Rancho, em Irvine, Califórnia, ganhador
do prêmio PTA de 1985 como Educador Nacional do Ano e autor de inúmeros
livros sobre como criar um ambiente positivo em sala de aula. Pode-se entrar em contato
• 285
#com ele em 14252 East Mall, Irvine, Califórnia 92714 ou pelo telefone (714) 551-3090.
Michele Borba é uma criativa autora que escreve sobre o desenvolvimento de auto-estima
em salas de aula de cursos elementares. É membro do Conselho Nacional pela
Auto-estima. Seu melhor livro é Esteem Builders, coletânea de 379 atividades de sala de
aula. Pode-se entrar em contato com ela escrevendo para 840 Proseou Drive,
Palco Springs, Califórnia 92262 ou pelo telefone (619) 323-5387.
Helice Bridges é uma considerada e dinâmica oradora e instrutora, que viaja
internacionalmente, realizando treinamentos e workshops em escolas, organizações e
empresas.
É presidente da Board for Difference Makers, Inc., e pode-se entrar em contato com ela pela
P.O. Box 2115, Del Mar, Califórnia 92014 ou pelo telefone (619) 481-6019.
Les Brown é um orador altamente aclamado que fala às 500 empresas da Fortune e conduz
seminários particulares e profissionais por todo o país. É bastante conhecido
do público da televisão americana por seus especiais para a PBS, todos os quais podem ser
encontrados em vídeo e audiocassetes. Para entrar em contato com ele, escreva
para Les Brown Unlimited, 2180 Penobscot Building, Detroit, Michigan 48226 ou pelo
telefone (800) 733-4226.
Dan Clark é orador motivacional profissional, que conduziu milhares de palestras para

111
estudantes de colégio, pais e corporações. Pode ser contatado através da P.O.
Box 8689, Salt Lake City, Utah 84108 ou pelo telefone (801) 532-5755.
Alan Cohen é um orador criativo e dinâmico e escritor. Entre seus livros o nosso favorito é
The Dragou Doesn't Live Here Anymore. Pode-se entrar em contato com ele
na P.O. Box 450, Kula, Hawaü 96790 ou pelo telefone (808) 572-4500 ou (808) 878-2803.
Roger Crawford é orador motivacional dinâmico. Seu livro chamase Playing froco The
Heart. Pode ser contactado escrevendo-se para 1050 St. Andrews Drive, Byron, Califórnia
94514 ou pelo telefone (510) 634-8519.
Stan Dale, anteriormente a voz do The Shadow e apresentador e narrador dos programas de
rádio The Lone Ranger, Sgt.Preston e The Green Hornet, é diretor-fundador
do Human Awareness Instituto em San Mateo, Califórnia, uma organização dedicada a "criar
um mundo onde todos sejam vencedores". Conduz os workshops "Sexo, Intimidade
e Amor" ao redor do mundo. É autor de Fantasies Can Set You Free e My Child, My Self:
How to Raise The Child You Always Wanted To Be. Ambos também disponíveis em
cassete no The Human Awareness Institute,1720 S. Amphlett B1vd. Suite 128, San Mateo,
Califórnia 94402 ou pelo telefone (800) 800-4117 ou (415) 571-5524.
Burt Dubin é o criador do Speaking Sucess System, um poderoso instrumento para ajudar
aspirantes a oradores a desenvolverem presença no palco e a mágica do marketing.
Um especialista em marketing e posicionamento, Burt transmite suas habilidades dos
palanques quando se dirige às associações e organizações atacadistas e varejistas.
Pode ser encontrado no Management Achievement Instituto, Box 6543, Kingman, Arizona
86402-6543 ou telefonando-se para (800) 321-1225.
Patricia Fripp,,C.S.P, C.P.A.E. é a "oradora para todas as ocasiões". Foi presidente da
National Speakers Association e é uma das oradoras mais dinâmicas que conhecemos.
Pode ser contactada em 527 Hugo Street, San Francisco, Califórnia 94122 ou telefonando
para (415) 753-6556.
Bobbie Gee, C.S.P. é considerada como uma das oradoras americanas mais destacadas. É
autora do livro Winning the Image Game (Pagemill Press) e de dois álbuns de
cassetes Life Doesn't Have To Be A Struggle e Image Power. Você poderá entrar em contato
com ela através da Bobbie Gee Enterprises, 1540 S. Coast Highway, Suite
206, Laguna Beach, Califórnia 92651 ou pelo telefone (800) 4624386 ou (714) 497-1915.
Rick Gelinas é presidente da Lucky Acorns Delphi Foundation em Miami, Flórida. Tem
Mestrado em Educação e dedica sua vida a ser útil às crianças. Pode-se contactá-lo
através de 5888 S.W. 77 Terrace, Miami, Flórida 33143 ou pelo telefone (305) 667-7756.
• 286
• 287
John Goddard é aventureiro, explorador e orador motivacional de categoria mundial. Pode
ser contactado em 4224 Beulah Drive, La Canadá, Califórnia 91101 ou pelo
telefone (818) 790-7094.
Patt Hansen é esposa de Mark e diretora administrativa da Look Whó s Talking. Pode ser
contactada pela P.O. Box 7665, Newport Beach, Califórnia 92658 ou pelo telefone
(714) 759-9304.
Danielle Kennedy, M.A. é autora famosa, instrutora de vendas de nível internacional,
sugestiva e premiada vendedora. Possui diploma honorário em Humanidades da Faculdade
de Clarke e Doutorado em Redação Profissional da Universidade da Califórnia do Sul. Faz
palestras sobre vendas, marketing e liderança em 100 cidades por ano. Seus
livros mais vendidos incluem How To List and Sell Real Estate in The '90s (Prentiee Hall) e
Kennedy On Doubling Your Incorre in Real State Sales Qohn Wiley). É casada

112
e tem oito filhos. Pode ser contactada em 219 S. El Camino Real, San Clemente, Califórnia
92672 ou pelo telefone (714) 498-8033.
Florente Littauer, C.S.P., C.P.A.E., é uma das pessoas mais maravilhosas que conhecemos. É
professora e escritora inspirada. Entre seus livros, nosso favorito é
Little Silver Boxes. Pode ser contactada em 1645 Rancho Fe Rd., San Marcos, Califórnia
92069 ou pelo telefone (619) 744-9202.
Rick Little nos últimos dezesseis anos tem participado de ampla gama de esforços em prol
da melhoria das condições econômicas e sociais das crianças e da juventude.
Em 1975 fundou a Quest International, da qual foi presidente por 15 anos. O Sr. Little foi
coautor de livros com autoridades em juventude, incluindo Bill Cosby e
o Dr. Charlie W. Shedd. Em 1990, Rick Little fundou a International Youth Foundation com
apoio maior da Fundação W.K. Kellogg. Agora é Secretário Geral da International
Youth Foun
dation, cujo objetivo é identificar e financiar programas para a juventude que tenham
demonstrado sucesso e sejam reaplicáveis. A fundação geralmente se concentra
em programas no Sul da África, Polônia, Equador, México, Bangladesh, Tailândia e
Filipinas.
Hanoch McCa^ Ed.D., é orador profissional, instrutor e consultor especializado em
motivação, produtividade e aperfeiçoamento da auto-estima. Hanoch é um dos mais
procurados oradores da
nação, pois combina humor e histórias comoventes a habilidades práticas que podem ser
trabalhadas imediatamente. Seus livros e programas em fitas de vídeo incluem
Stress and Energy e SelfEsteem: The Bottom Line. Para entrar em contato com ele, escreva
para P.O. Box 66, Galt, Califórnia 95632 ou pelo telefone (800) 2317353.
Dan Millman é autor de inúmeros livros sobre tomar-se um vencedor espiritual. É ex-
campeão mundial de ginástica, treinador na universidade e um professor de faculdade
cuja desilusão para com a vida "normal" levou-o ao redor do mundo e para dentro das
profundezas de seu coração e sua mente. Suas experiências geraram uma visão da
vida que ele chama de "o caminho do guerreiro pacifista". Seus livros incluem Way Of The
Peaceful Warrior, The Warrior Athlete, e No Ordinary Moments. Pode ser contactado
através da Peaceful Warrior Services, P.O. Box 6148, San Rafael, Califórnia 94903 ou pelo
telefone (415) 491-0301.
W. Mitchell, C.P.A.E., é dos mais inspirados oradores que já conhecemos. Seu programa
gravado chama-se It's Not What Happens To You, It's What You Do About It. Pode
ser contactado em 12014 W. 54th Drive, #100, Arvada, Colorado 80002 ou pelo telefone
(303) 425-1800..
Robert Moawad é dirigente e diretor-executivo do Edge Leaming Instituto com escritórios
em Tacoma, Washington e Tempo, Arizona. A Edge é uma firma de desenvolvimento
profissional dedicada a auxiliar organizações a atingirem melhores níveis de produtividade,
qualidade e satisfação do cliente. Bob é um "educador-apresentador" dinâmico.
Tem impressionante capacidade de inspirar e impacto sobre o público ao misturar ilustrações
coloridas a sólidos princípios. Isso o tornou um dos mais procurados
oradores de diretrizes do país. Desde 1973 ele assistiu mais de 2 milhões de pessoas,
incluindo alguns dos líderes mais respeitados dos negócios, governo e educação.
Pode ser contactado escrevendo-se para a Edge Learning Instituto, 2217 N. 30th, #200,
Tacoma, Washington 98403 ou pelo telefone (206) 272-3103.
Chick Moorman é diretor do Institute for Personal Power, empresa de consultoria dedicada
a promover atividades de desenvolvi

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• 288
mento profissional de alta qualidade para educadores e pais. Todos os anos ele cruza o país
conduzindo mais de cem workshops sobre aprendizado cooperativo, aperfeiçoamento
da auto-estima e desenvolvimento de comportamentos positivos. Sua missão é auxiliar
pessoas a experimentar um maior sentimento de poder pessoal em suas vidas para
que possam, por sua vez, dar poder ao outros. Seu último livro, que tem como co-autora
sua esposa, Nancy, é Teacher Tal: What it Really Means. Teacher Talk explora
as formas pelas quais os professores falam às crianças e examina as "mensagens silenciosas"
implícitas que acompanham a palavra falada. Pode ser pedido por $11.95
dólares ao The Instituto for Personal Power, P.O. Box 1130, Bay City, Michigan 48706 ou
pelo telefone (517) 686-3251.
Michael Murphy, Ed.D., é diretor da Family Consultation Team no Northern Berkshire
Counseling Conter, 85 Main Street, Suite 500, North Adams, Massachusets 01247.
Victor H. Nelson, S.T.M., é terapeuta e conselheiro pastoral particular. Seu endereço é 505
Evergreen Street West, Lafayette, Indiana 47906.
Price Pritchett, Ph.D., tem doutorado em psicologia e foi presidente da Dallas Psychological
Association. É diretor-executivo da Pritchett e Associates, Inc., uma
empresa de consultoria especializada em mudança organizacional sediada em Dallas. Dr.
Pritchett é autor de onze livros sobre eficiência individual e organizacional,
incluindo: You:z: A High Velocity Formula For Multiplying Your Personal Effeetiveness In
Quantum Leaps. Você poderá contactálo pelo endereço 200 Crescem Court, Suite
1080, Dallas, Texas 75201 ou pelo telefone (214) 855-8999.
Bobbie Probstein é escritora e fotógrafa e seu novo livro, Healing Now, foi amplamente
elogiado. É indispensável para qualquer um que sofra de doença ou esteja se
preparando para uma cirurgia. Seu primeiro livro, uma autobiografia, Return to Conter, está
na terceira edição. Pode ser contactada através da P.O. Box 1433, Santa
Mônica, Califórnia, 90401.
Bob Proctor é presidente dos Seminários Bob Proctor e fundador do Million Dollar Forum
em Ontário, Canadá. Bob é autor de You
Were Born Rich e conduz os Born Rich Seminais pelo mundo todo. Os seminários de Bob
dão força às pessoas para que possam ter a vida com que sempre sonharam. Você
pode contactá-lo através da Million Dollar International, 211 Consumeis Road, Suite 201,
Willowdale, Ontário, Canadá M2J 4G8 ou pelo telefone (416) 4986700.
Nido Qubein, C.S.P., C.P.A.E., é ex presidente da National Speakers Association e
destacado orador nas áreas de vendas, gerenciamento e marketing. Entre seus muitos
livros estão Get The Best From Yourself, Communicate Like A Pro e Professional Selling
Teehniques. Pode ser contactado pela Creative Services, Inc., P.O. Box 6008,
High Point, North Carolina 27262-6008 ou pelo telefone (919) 889-3010.
Anthony Robbins, nacionalmente conhecido como o líder no campo dos treinamentos de
desenvolvimento humano, é autor de dois best-sellers, Unhmited Power e Awaken
The Giant Within: How to Take Immediate Control of Your Mental, Emotional, Physical e
Financial Destiny.! Durante os últimos dez anos, mais de um milhão de pessoas
investiram e se beneficiaram de seus seminários, audio cassetes, fitas de vídeo e livros. Ele é
fundador de nove empresas, consultor para negócios e governadores
nos Estados Unidos e no exterior, e filantropo comprometido com a criação da Anthony

114
Robbins Foundation. Para maiores informações sobre produtos e serviços, ligar
para Robbins Research International, Inc. no número 1-800445-8183 ou escrever para a
empresa em 9191 Towne Centre Drive, Suite 600, San Diego, Califórnia 92122.
Parcela Rogers fez doutorado em Educação na Universidade de Pennsylvania em 1990 e
ensina o segundo grau na Reynolds Elementary School em Filadélfia. Estuda teatro
quando não está lecionando.
Glenna Salsbury. C.S.P., C.P.A.E., formada pela Northwestern University em Evanston,
Illinois, obteve seu mestrado na UCLA e dezesseis anos depois um mestrado em
Teologia do Fuller Seminary. Em 1980, Glenna fundou sua própria empresa que promove
apresentação de diretrizes e seminários de crescimento pessoal. Na vida pessoal
Glenna é casada com Jim Salsbury, ex-Detroit
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• 290
#Lion e Green Bay Packer e tem três filhas. Telefone ou escreva para obter seu poderoso
álbum de seis cassetes chamado Passion, Pozver and Purpose. Pode ser contactada
em 9228 North 64th Placo, Paradise Valley, Arizona 85253 ou pelo telefone (602) 483-
7732.
Jack Schlatter, ex-professor, é atualmente orador motivacional. Pode ser contactado em P.O.
Box 577, Cypress, Califórnia 90630 ou pelo telefone (714) 772-1974
Lee Shapiro é ex-advogado e juiz que deixou de exercer o Direito por que nunca recebeu
uma aclamação de pé de nenhum júri! Agora ele é orador e professor especializado
em ética e gerência, definição de diretrizes e habilidades pessoais. Pode ser encontrado em
5700-12 Baltimore Drive, La Mesa, Califórnia 91942 ou pelo telefone (619)
668-9036.
Frank Siccone, Ed.D., é diretor do Instituto Siccone em São Francisco. É consultor de
várias escolas e negócios. Seus livros incluem
Responsibility: The Most Basie R e 101 Ways to Develop Students SelfEsteem And
Responsibility com Jack Canfield (Allyn & Bacon). Pode ser contactado através do Siccone
Instituto, 2551 Union Street, São Francisco, Califórnia 94123 ou pelo telefone (415) 922-
2244.
Cindy Spitzer é escritora free-lancer que nos auxiliou a reescrever várias de nossas mais
difíceis e importantes histórias. Pode ser contactada em 5027 Berwyn Road,
College Park, Maryland 20740.
Jeffrey Michael Thomas é vice-presidente regional da Van Kampen Merritt, empresa de
administração de investimentos. É membro da National Speakers Association e fala
sobre tópicos que abrangem desde administração financeira até levantamento de fundos para
obras de caridade através de sua empresa, a J. Michael Thomas & Associates.
O Sr. Thomas vive e trabalha em Tustin, Califórnia, e está atualmente pleiteando uma
cadeira no Conselho Municipal de Tustin. Pode ser contactado pelo telefone (714)
5441352.
Pamela Truax é autora de Small Business Pitfalls And Bridges. Pode ser contactada através
do endereço 2073 Columbia Way, Vista, Califórnia 92083 ou pelo telefone
(619) 598-6008.
Francis Xavier Trujillo, Ed.D., é fundador e presidente da Pro Teach Publications, firma
especializada na criação e produção de posters, cartões e materiais relativos
à motivação e construção da estima para estudantes e professores. Seus escritos,
inicialmente em formato de cartazes, podem ser vistos enfeitando as paredes de praticamente
todas as escolas dos Estados Unidos. Entre seus títulos se incluem Who Builds The

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Builders?, The Power to Teach, A Letter to My Students e Giver of a Lifelong Gift.
Frank fala sobre uma variedade de assuntos relacionados à auto-estima, sobre o poder do
professor e reforma educacional. Pode ser contactado através da Pro Teach
Publications, P.O. Box 19262, Sacramento, CA 95819 (800) 233-3541. Escreva ou telefone
para adquirir seu catálogo colorido que exibe Building Me a Fewchr e dezenas
de posters e materiais de motivação afins. Building MeA Fewchr se tornou a base para o
projeto Build Me A Future Project, campanha de correspondência apartidária
de nível nacional, em que garotos de todas as idades enviaram cartas ao Presidente Clinton
sugerindo formas pelas quais todos poderiam trabalhar juntos para ajudar
a construir um futuro melhor.
Dottie Walters é presidente da Walters International Speakers Bureau, na Califórnia. Ela
envia oradores remunerados ao mundo inteiro e está altamente envolvida no
treinamento de apresentação. É autora, juntamente com sua filha Lilly, do novo livro da
Simon and Schuster, Speak and Grow Rich, e fundadora e administradora do
International Group of Agents and Bureaus. Dottie publica a Sharing Ideas, a maior revista
do mundo para oradores profissionais. Pode-se escrever para ela para P.O.
Box 1120, Glendora, Califórnia 91740 ou telefonar para (818) 335-8069 ou fax (818) 335-
6127.
Bettie Youngs é presidente do Instruction & Professional Development, Inc., empresa de
consultoria e recursos que presta serviços para escolas distritais. Bettie
foi eleita Professora do Ano do louva, atualmente é professora na Universidade Estadual de
San Diego e diretora-executiva da Phoenix Foundation. Autora de 14 livros
in
cluindo The Educator's Self-Esteem: It's Criteria #1, The 6 Vital Ingrediente of Self-Esteem
And How To Develop Them In Students e Safeguarding Your Teenager From
The Dragons Of Life. Pode ser con
tactada pela P.O. Box 22588, Del Mar, Califórnia 92014 ou pelo telefone (619) 481-6360.
• 292
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#Agradecimentos (continuação)
Gostaríamos de agradecer aos seguintes editores e indivíduos pela permissão de reeditar o
material. (Nota: As histórias que foram escritas anonimamente, que são
de domínio público ou foram escritas por Mark Victor Hansen ou por Jack Canfield, não
estão incluídas nesta lista.)
Sobre a coragem e Sachi, de Sacred Journey of the Peaceful Warrior de
Dan Millman © 1991 Dan Millman - Reimpresso com a permissão do autor e H.J. Kramer,
Inc., P.O. Box 1082, Tiburon, CA 94920. Todos os direitos reservados.
A mais nobre necessidade. Reimpresso por Fred T. Wilhelms. Reimpresso com a permissão
do autor e Educational Leadership, 48, 1:51. © ASDC.
Minha declaração de auto-estima e Todo mundo tem um sonho reim
pressos com a permissão expressa por escrito da AVANTA Network, que foi fundada por
Virgina Satir e herdou os direitos de toda sua propriedade intelectual. Para
informações sobre direitos dos materiais de Virgínia Satir elou AVANTA Network, entre em
contato com: Avanta Network, 310 Third Avenue N.E., Ste.126, Issaquah, WA
98027 ou telefone para (206) 391-7310.
Por que escolhi meu pai para ser meu papai de The Six Ingrediente of SelfEsteem and How
They are Developed in Your Children de Bettie B.
Youngs. ©1992 Rawson Assoc.

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Sobre a paternidade de O Profeta de KahW Gibran. © 1923 de Kahhl Gibran e renovado em
1951 por Administrators C.T.A. of Kahld Gibran Estate and Mary G. Gibran. Reimpresso
com a permissão de Alfred A. Knopf, Inc.
Costruindo meu futuru. Copyright © 1990. Pro Teach Publications. Autoria de Frank
Trujillo. Todos os direitos reservados. (800) 2333541.
Disposto a pagar o preço, de Self Made in America de John McCormack. Reimpresso com a
permissão de Addison-Wesley Publishing Co., Inc., e do autor. © 1990 de The
Visible Changes Educational Foundation e David R. Legge.
Dois monges, de Wisdom of the Zen Masters de Irmgard Schloegl. Reimpresso com a
permissão de New Directions Publishing Corporation. ©1975 Irmgard Schloegl.
Amor: A única força criativa. Reimpresso com a permissão de Eric Butterworth. © 1992
Eric Butterworth.
Tudo de que me lembro e A mendiga. Reimpressos com a permissão de Bobbie Probstein.
©1992 Bobbie Probstein.
O verdadeiro amor. Reimpresso com permissão de Barry Vissel. 1992 Barry Vissel.
Isso pode acontecer aqui? Reimpresso com a permissão de Pamela Rogers. ©1992 Pamela
Rogers.
Você é importante. Reimpresso com a permissão de Helice Bridges. ©1992 Helice Bridges.
Um irmão como esse. Reimpresso com a permissão de Dan Clark. 1992 Dan Clark.
Grande Ed. Reimpresso com a permissão de Joe Batten. ©1989 de AMACOM Books.
O amor e o taxista. Reimpresso com a permissão de Art Buchwald. ©1992 Art Buchwald.
Um gesto simples e Sou professor. Reimpressos com a permissão de John Wayne Schlatter.
© 1992 John Schlatter.
O sorriso, Você já fez a terra se mover? e Só mais uma vez. Reimpressos
com a permissão de Dr. Hanoch McCarty. ©1991 Hanoch McCarty and Associates.
Uma história para o dia dos namorados. Reimpresso com a permissão de Jo Ann Larsen.
©1992 Jo Ann Larsen.
Carpe diem , de Dare to Be Yourself de Alan Cohen. Reimpresso com a permissão de Alan
Cohen. ©1991 Alan Cohen Publications. Para obter gratuitamente um catálogo
dos livros, fitas e programa de workshops de Alan Cohen, escreva para P.O Box 98509, Des
Moines, WA 98198 ou telefone para (800) 462-3013.
Eu conheço você, você é igualzinho a mim. Reimpresso com a permissão de Human
Awareness Instituto. © 1992 Stan V. Dale.
• 294
295•
#Filhotes à venda. Reimpresso com a permissão de Dan Clark. ©1989 Dan Clark.
Eu acho que posso! Reimpresso com a permissão de Michele Borba. ©1992 Michele Borba.
Nada além da verdade! Reimpresso com a permissão de David Casstevens.
As crianças aprendem o que vivenciam. Reimpresso com a permissão de Dorothy Law
Nolte.
Tocado. Usado com a permissão de Victor H. Nelson. ©1990 Victor H. Nelson. Este artigo
apareceu primeiramente na edição de maio/ junho de Family Therapy Networker.
Eu te amo, filho! de Victor Brook Miller. Usado com a permissão de The Instituto for
Humanistic and Transpersonal Education. ©1977 IHTE.
"O que você é"é tão importante quanto "o que você faz". Reimpresso com
a permissão de Patricia Fripp. © 1992 Patricia Fripp.
A perfeita família americana. Reimpresso com a permissão de Michael Murphy, Ed.D.
©1992 Michael Murphy, Ed.D.

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Apenas diga! Reimpresso com a permissão de Gene Bedley. ©1992 Gene Bedley.
Um legado de amor. Reimpresso com a permissão de Bobbie Gee. 1992 Bobbie Gee.
Agora gosto de mim, de Man, The Manipulator de Everett L. Shostrom. Usado com
permissão. © 1967 Abington Press.
Todas as coisas boas. Reimpresso com a permissão de Helen P. Mrosla. OSF, e
Shippensburg University © 1991 Shippensburg University. Este artigo apareceu
originalmente
em Proteus: A Journal of Ideas, primavera de 1991. Reimpresso com a permissão de
Readers Digest, outubro de 1991.
O garotinho de Helen E. Buckley. Reimpresso com a permissão de "Glad To Be Me -
Building Self-Esteem in Yourself and Others". © 1989 Dov Peretz Elkins. (Princeton,
NJ: Growth Associates).
Transforme em realidade. Reimpresso com a permissão de Dan Clark. ©1992 Dan Clark.
Descanse em paz: o funeral do "não consigo". Reimpresso com a permissão de Chicle
Moorman. ©1992 Chicle Moorman.
A história do 333. Reimpresso com a permissão de Robert C. Proctor. ©1992 Robert C.
Proctor.
Se não pedir, você não consegue - mas se pedir, consegue! Reimpresso
com a permissão de Rick Gelinas. ©1992 Rick Gelinas.
A magia de acreditar. Reimpresso com a permissão de Dale Madden, presidente da Island
Heritage Publishing, uma divisão da The Madden Corporation. ©1992 Dale Madden.
O livro de metas de Glena. Reimpresso com a permissão de Glena Salsbury. ©1991 Salsbury
Enterprises.
Um outro item assinalado na lista. Reimpresso com a permissão de John Goddard. ©1992
John Goddard.
Veja, bonzinho, eu sou seu amor. Reimpresso com a permissão de Les Brown e Look Whó s
Talking.
A caixa e Negócio fechado! Reimpressos com a permissão de Florence Littauer. ©1992
Florence Littauer, presidente da CLASS Speakers, Inc., autora de 20 livros, inclusive:
Silver Boxes, Dare to Dream e
Personality Plus.
Estímulo. Reimpresso com a permissão de Nido R. Qubein. ©1992 Nido R. Qubein.
Walt Jones. Reimpresso com a permissão de Edge Learnig instituto, Inc. ©1992 Bob
Moawad, presidente/diretor-executivo.
Serviço e um sorriso, de Service America, página 128. Reimpresso com a permissão de Dow
Jones/Irwin. ©1985 Karl Albrecht & Ron Zenke.
Obstáculos. Reimpresso com a permissão de Beacon Press. © 1992 Victor E. Frankl.
John Corcoran - o homem que não sabia ler. Reimpresso com a permissão de John
Corcoran. © 1992 John Corcoran.
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Fracasso? Não!- Só dificuldades temporárias. Reimpresso com a permissão de Dorothy
Walters. ©1992 Dorothy Walters.
Para ser mais criativo, estou esperando... Reimpresso com a permissão de Center for
Creative Leadership, Greensboro, NC ©1992, Issues and Observations. O centro
é um instituto educacional sem fins lucrativos que trabalha para adaptar as teorias e idéias
das ciências comportamentais às preocupações práticas dos gerentes e
lideres. Para receber informações sobre o trabalho do centro ou uma assinatura gratuita de

118
Issues and Observations, escreva para: Center for Creative Leadership,
P.O Box 26300, Greensboro, NC 27438-6300 ou telefone para (919) 288-7210.
O poder da determinação. Reimpresso com a permissão de Burt Dubin. © 1992 Burt Dubin.
Ela salvou 219 vidas. Reimpresso com a permissão de Betty Tisdale. ©1992 Betty Tisdale.
Há grandeza ao seu redor-aproveite-a! Reimpresso com a permissão de Bob Richards.
©1992 Bob Richards.
Reserve um momento para ver de verdade! Reimpresso com a permissão de Jeffrey M.
Thomas. ©1992 Jeffrey M. Thomas.
Se eu pudesse começar tudo novamente de Nadine Stair. Este poema, que foi distribuído e
reimpresso durante anos, foi atribuído a Nadine Stair. Foi supostamente escrito
quando ela tinha 85 anos. O consenso geral é de que ela vivia no estado de Kentucky
quando escreveu o poema. Não conseguimos entrar em contato com sua família para
verificar essas alegações.
O presente do golfinho. Extraído de The Dolphin's Gift © 1980. Reimpresso com a
permissão de New World Library, San Rafael, CA 94903.
Jack Canfield é presidente dos Seminários Self-Esteem e do Canfield Training Group,
empresa de seminários e treinamento dedicada a dar assistência a indivíduos e
organizações para que vivam de acordo com seus mais altos propósitos e aspirações. Jack
ministra treinamentos em corporações, agências governamentais, escolas distritais
e seminários públicos individuais. Também faz palestras em conferências e convenções
estaduais regionais e na
cionais.
Os seguintes workshops, seminários e serviços de consultoria
estão disponíveis no Canfield Training Group:
Self-Esteem and Peak Performance
Self Esteem: The Bottom Line To Sucess Self-Esteem: Learning to Love And Express
Yourself Self-Esteem In The Classroom: A Workshop For Teachers
And Counselors
How To Build High Self-Esteem Parenting For High Self-Esteem The Ten Steps to Success
Visionary Selling: How To Become A World Class
Salesperson
The Couples Seminar: How To Have An Affair With Your
Spouse
The Self-Esteem Facilitating Skills Seminar: Training The
Trainers
The STAR programa A Video-Based Corporate Training
Program.
The Gonu Programa A Video-Based Training For At-Risk
Adults.
Jack também tem ampla variedade de livros, cassetes e programas de vídeo cassete
disponíveis. Se você deseja receber um prospecto ou discutir possíveis datas para
um workshop ou palestra, favor entrar em contato através do telefone (310) 337-9222 ou 1-
800
2-ESTEEM.
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Os clientes de Mark Victor Hansen o chamam de o "motivador das empresas norte-
americanas". As 500 empresas da Fortune e suas associações profissionais têm requisitado

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Mark por mais de dezoito anos para compartilhar seus amplos talentos e recursos nas áreas
de estratégia e excelência em vendas, empowerment e desenvolvimento pessoal.
Mark tem dedicado toda sua vida à missão de influenciar profunda e positivamente a vida
das pessoas. A cada ano mais pessoas em todo o mundo conhecem Mark, já que
ele viaja mais de 400 mil quilômetros internacionalmente e faz mais de duzentas palestras
por ano. Ao longo de sua carreira, tem inspirado centenas de milhares de
pessoas a criarem para si mesmas um futuro mais promissor e cheio de propósitos ao mesmo
tempo em que estimula a venda de milhões de dólares em mercadorias e serviços.
Seu livro Future Diary é lido por milhares de pessoas em todo o país. Dare to Win, seu livro
mais recente, foi altamente recomendado por Norman Vincent Peale e Og
Mandino, ambos mitos na área do desenvolvimento pessoal. Além disso, escreveu How to
Achieve Total Prosperity e o Miracle Of Tithing, todos na lista de mais vendidos.
Além de falar e escrever, Mark produziu uma biblioteca completa de cassetes sobre
empowerment pessoal e programas de vídeo, que permitiram a seus ouvintes reconhecer
e usar suas capacidades inatas em seus negócios e em sua vida pessoal. Sua mensagem
também o tomou uma personalidade popular no rádio e na televisão. O "Mark Victor
Hansen Show" levado ao ar na Califórnia do Sul, na HBO, assim como um programa piloto
para a PBS entitulado "Build A Better You". A revista Success Magazine relatou
suas realizações na capa de seu exemplar de agosto de 1991.
Mark é um grande homem, com um grande coração e um grande espírito, inspiração para
todos que buscam aperfeiçoar a si próprios.
Comunique-se com Mark pelo telefone (714) 759-9304 ou, fora da Califórnia, (800) 433-
2314.
• 300
ESTA OBRA, COMPOSTA EM PALATINO 11/13,5,

FOI IMPRESSA NO PARQUE GRÁFICO

DA EDIOURO, COM MIOLO EM CHAMBRIL, 75G,

E CAPA EM CARTÃO SUPREMO 250 G


Este livro foi digitalizado por Raimundo do Vale Lucas, com a
intenção de dar aos cegos a oportunidade de apreciarem mais uma humano.

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