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CENSO DA ARBORIZAÇÃO DA

REGIÃO CENTRAL DA CIDADE


D E H O R I Z O N T I N A , RS.

Santa Rosa, 2004.

CONSELHO
MUNICIPAL
P R E F E I T U R A
DE MEIO M U N I C I P A L D E
AMBIENTE HORIZONTINA
CENSO DA ARBORIZAÇÃO DA REGIÃO CENTRAL DA
CIDADE DE HORIZONTINA, RS.
___________________________________________________________________________

P R E F E I T U R A M U N I C I P A L D E H O R I Z O N T I N A
P R E F E I T O M U N I C I P A L
I r i n e u C o l a t o
SECRETÁRIO M U N I C I P A L DA AGRICULTURA E MEIO AMBIENTE
A i r t o n J o s é M a t t j i e
C O O R D E N A Ç Ã O
J o s é E m í l i o K r u e l
Engenheiro Agrônomo
___________________________________________________________________________

C O N S E L H O M U N I C I P A L D E M E I O A M B I E N T E
A l e s s a n d r o d o s S a n t o s
Presidente
___________________________________________________________________________

A N O R G S – A S S O C I A Ç Ã O D E E D U C A Ç Ã O , P E S Q U I S A E
P R O T E Ç Ã O A M B I E N T A L D O N O R O E S T E D O E S T A D O D O
R I O G R A N D E D O S U L

E Q U I P E E X E C U T O R A

ORGANIZAÇÃO, PROJETO E EXECUÇÃO:


Eduardo Pagel Floriano1

IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES:
Cibele Rosa Gracioli2

BANCO DE DADOS E SISTEMAS:


Amarílio Motta Floriano3

ARTE E ANÁLISE ESTÉTICA:


Rosana Motta Floriano4

C O L A B O R A D O R E S

Prof. Dr. Solon Jonas Longhi5 - Identificação de espécies por exsicatas.


Prof. Ms. Nara R. Zamberlan dos Santos6 - Critérios para avaliação de arborização urbana.
Prof. Eleandro José Brun7 - Critérios para avaliação de arborização urbana.

1 Engenheiro Florestal - Presidente da ANORGS - Especialista em Gestão Ambiental-UNIJUÍ; Mestre.


Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Engª Florestal da UFSM; bolsista da CAPES.
2 Engenheira Florestal, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Engª Florestal da UFSM; bolsista da

CAPES.
3 Técnico em Informática - Acadêmico Sistemas de Informações-UNIJUÍ.

4 Licenciada em Artes Plásticas - Especializando em arte e design-UNIJUÍ.

5 Engenheiro Florestal - Dr. em Ciências Florestais, Professor de Dendrologia e Fitossociologia-UFSM.

6 Engenheira Agrônoma - Mestre em Agronomia, Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Engenharia

Florestal da UFSM. Professora de Paisagismo-UFSM, dos cursos de Arquitetura e Agronomia.


7 Engenheiro Florestal – Mestre em Manejo Florestal-UFSM, Professor de Paisagismo-UFSM, do curso de

Engenharia Florestal.
Censo da Arborização da Região Central
da Cidade de Horizontina, RS.

Série Trabalhos Técnico-Científicos

ANORGS
ASSOCIAÇÃO DE PESQUISA, EDUCAÇÃO E PROTEÇÃO AMBIENTAL DO NOROESTE DO
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Fundada em 17 de maio de 2002.

A ANORGS é uma associação civil sem fins lucrativos;


Tem como principais objetivos: a pesquisa ambiental, a educação ambiental, a proteção
ambiental e a melhoria da qualidade de vida do ser humano desta e para as próximas gerações;
A ANORGS atende a todos sem discriminação, realizando e apoiando projetos ambientais.

PREFEITURA MUNICIPAL DE HORIZONTINA

CONSELHO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE – HORIZONTINA, RS.

Floriano, Eduardo Pagel et al.


Censo da arborização da região central
da Cidade de Horizontina, RS. – Trabalho técnico-científico
nº 2, 1ª ed. / Eduardo Pagel Floriano, Cibele Rosa Gracioli,
Amarílio Motta Floriano, Rosana Maria Motta Floriano.
Santa Rosa, 2004.
69 p.
ANORGS
PREFEITURA MUNICIPAL DE HORIZONTINA
CONSELHO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE

1. Arborização urbana. 2. Ambiente urbano. 3. Censo das


árvores. 4. Série trabalhos técnico-científicos nº 2. II.
Título.

ii
..
..
..

CONTEÚDO

INTRODUÇÃO ......................................................................................... 1

JUSTIFICATIVAS..................................................................................... 2

REVISÃO DE LITERATURA.................................................................... 3

MUNICÍPIO DE HORIZONTINA ............................................................... 5


HISTÓRICO ................................................................................................. 5
AMBIENTE NATURAL .................................................................................... 6

METODOLOGIA....................................................................................... 8
OBJETIVOS ................................................................................................. 8
LOCAL DE ESTUDO ....................................................................................... 8
IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES ........................................................................ 8
VARIÁVEIS .................................................................................................. 9
Árvores.............................................................................................................................. 9
CONFLITOS EXISTENTES............................................................................. 12
LOCALIZAÇÃO DAS ÁRVORES ...................................................................... 12
BANCO DE DADOS ..................................................................................... 13
RECOMENDAÇÕES ..................................................................................... 15
Substituição..................................................................................................................... 15
Remoção......................................................................................................................... 16
Poda................................................................................................................................ 16
Manutenção da situação atual ........................................................................................ 17
ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................. 17

RESULTADOS ....................................................................................... 18
ESPÉCIES, NÚMERO DE ÁRVORES E ÁREA VERDE.......................................... 18
Porte das árvores............................................................................................................ 20
Origem das espécies: ..................................................................................................... 22
Uso principal das espécies ............................................................................................. 22
SANIDADE ................................................................................................. 22
RISCOS .................................................................................................... 24
DANOS ..................................................................................................... 24
RECOMENDAÇÕES ..................................................................................... 24

ESPÉCIES ARBÓREAS EXISTENTES ................................................. 25

RECOMENDAÇÕES GERAIS ............................................................... 59


MUDAS ..................................................................................................... 60
COVAS ..................................................................................................... 61
ADUBAÇÃO................................................................................................ 62
PLANTIO ................................................................................................... 62
ESPAÇAMENTO .......................................................................................... 63
TUTORAMENTO.......................................................................................... 63
REPOSIÇÃO............................................................................................... 63
PODA ....................................................................................................... 64
Poda de formação ...........................................................................................................64
Poda de limpeza..............................................................................................................64
Poda de adequação para manter o porte........................................................................65
Poda de regeneração ......................................................................................................65
Época de poda ................................................................................................................66
Ferramentas para a poda ................................................................................................66
Técnica de podar.............................................................................................................66
Tratamento dos ferimentos..............................................................................................67

BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 68

iv
INTRODUÇÃO

A população mundial vive cada vez mais em cidades e o município de


Horizontina segue esta tendência, apresentando uma taxa de urbanização de 79%.
Marcadas pelo desenvolvimento urbano, as cidades começam a perceber a
necessidade do uso da vegetação para enriquecer a paisagem e melhorar a qualidade
ambiental.
As cidades nascem de suas ruas, com linhas retas e duras, enquanto as árvores
representam nossos modelos de beleza e suavizam os ângulos e o ambiente de uma
forma geral, tornando-o mais agradável.
Os benefícios advindos da arborização urbana são inúmeros. Em termos gerais,
a vegetação urbana contribui para a melhoria da qualidade do ar, para a redução da
poluição sonora e visual, para amenizar o clima, bem como para o embelezamento das
cidades. Todos estes benefícios contribuem, fundamentalmente, para a melhoria da
qualidade da vida urbana.
Tanto a administração pública, quanto os cidadãos, sempre se preocuparam com
a arborização, mas com objetivos que não são exatamente os mesmos e, às vezes,
entram em conflito.
Para planejar adequadamente a arborização urbana, é necessário conhecer os
objetivos das empresas e órgãos que administram os recursos urbanos e, também, a
população. Cidades que recebem muitos visitantes devem considerar as necessidades
destes, pois também são usuários da arborização urbana.
Este trabalho pretende ser a base para um futuro planejamento da arborização
do município de Horizontina, tendo como objetivo principal censoriar as árvores
plantadas na região central da cidade e identificar os principais conflitos visíveis
existentes com os sistemas e mobiliário urbano.

1
JUSTIFICATIVAS

Todas as atividades desenvolvidas em um município devem ser planejadas a fim


de se evitar problemas e obter resultados mais satisfatórios.
De acordo com este raciocínio, a arborização urbana merece atenção especial.
Ruas arborizadas sem nenhum critério, trazem, invariavelmente, prejuízo ao poder
publico municipal e não atende adequadamente os objetivos de seus usuários
(população local e visitantes).
São inúmeros os transtornos causados pela falta de planejamento e
conhecimento dos elementos que norteiam a arborização de ruas.
A prática constante de realizar podas drásticas, que tanto desagradam à
comunidade, pode ser evitada mediante a seleção de espécies compatíveis com o
espaço físico disponível. Um plantio correto permite a coexistência das árvores com as
redes aéreas, facilitando sua manutenção. Danos às calçadas ocasionados pelas
raízes, assim como danos às canalizações, também podem ser evitados com o uso de
espécies adequadas e plantio em locais que não criem risco de conflito.
Dentro do planejamento urbano, as praças e parques também precisam receber
atenção especial. Como áreas de lazer e descanso, estes locais devem resgatar sua
função social e devem ser agradáveis e que estimulem as pessoas a freqüentá-los.
Com relação a esse aspecto, a arborização é também fundamental. As árvores têm a
capacidade de suavizar as duras linhas do ambiente urbano, formando um conjunto
estético e belo, com efeitos no bem-estar psíquico da população.
Toda a série de benefícios que a arborização gera para a população, com
certeza justifica a execução deste censo, para que se proceda a uma avaliação da
situação atual e o futuro possa ser planejado a partir da mesma.

2
..
..
..
REVISÃO DE LITERATURA

Cada cidade é um complexo paisagístico onde se aliam elementos


naturais e culturais. Podem não ser proporcionais, mas certamente, não
são indissociáveis (Santos & Teixeira, 2001).
Segundo Hillman (1993) as cidades nascem de baixo: nascem de
suas ruas, enquanto as árvores representam nossos modelos de beleza
e, portanto refúgios para a alma.
Para Santos & Teixeira (2001), as árvores através de sua
diversidade de formas, cores e aromas, identificam os locais e qualificam
os espaços. O convívio harmonioso entre a população e o “verde”
somente se concretizará quando as planificações dos espaços permitir a
presença da vegetação e as arborizações forem, efetivamente,
implementadas, monitoradas e preservadas. As árvores urbanas são um
patrimônio cujo zelo compete a todos, pois elas contam a história e dela
fazem parte.
A cidade do Recife foi o primeiro núcleo urbano brasileiro a dispor
de arborização de rua, em pleno século XVII, sendo retomada esta
atividade no século XIX com forte influência européia (Mesquita,1996).
Registros dão conta que, até início do século XX, a organização
urbana da cidade de Salvador obedeceu a um padrão estético
harmonioso, sempre em consonância com a paisagem natural, mantendo
esta característica até a década de 50, quando a urbanização
desenfreada cedeu lugar a uma reestruturação viária e à arborização
exótica (Britto, 1996).
Em Porto Alegre, foram iniciados na metade do século passado os
trabalhos de arborização de vias públicas, intensificadas, conforme
Sanchotene (2000), a partir da década de 30, salientando-se a
identificação de bairros pelo predomínio de uma espécie arbórea.
As folhas das árvores podem absorver gases poluentes e prender
partículas sobre sua superfície, especialmente se estas forem pilosas,
cerosas ou espinhosas. No entanto, a capacidade de retenção ou
tolerância a poluentes varia entre espécies e mesmo entre indivíduos da
mesma espécie (Schubert, 1979).

3
A maioria das cidades brasileiras não contaram com planejamento
prévio da arborização e, em conseqüência, apresentam sérios problemas
de manejo; nas cidades em que a arborização foi previamente planejada,
pela insipiência de pesquisas e planejamento nesta área, geralmente
também apresentam problemas; considerando-se ainda que o
planejamento é um processo dinâmico, mesmo aquelas cidades com
arborizações previamente planejadas devem sofrer avaliação constante e,
quando necessário, atualização do plano estabelecido, ou seja, sofrer
replanejamento periodicamente (Milano & Dalcin, 2000).
Dentre as principais características que as árvores devem
apresentar para arborização de ruas, destaca-se a rusticidade para
suportar as precárias condições do meio e a resistência a pragas e
doenças (Souza, 1973).
É fundamental que se faça uma seleção de espécies desejáveis e
se elimine as com características indesejáveis. Para Miranda (1970),
algumas características indesejáveis são o rápido crescimento, as folhas
grandes e caducas, as flores e frutos grandes ou carnosos e as raízes
superficiais. Souza (1973), acrescenta ainda que as árvores para fins
urbanos nunca devem apresentar princípios tóxicos ou capazes de causar
reações alérgicas nas pessoas.
Embora considere necessária a variação de espécies de árvores
para o plantio de uma rua para outra, Miranda (1970) recomenda que
cada rua deva ser plantada com uma única espécie vegetal. No entanto
Souza (1973) considera que a distribuição de árvores pelas ruas das
cidades, de modo estético e paisagístico, é obtida pelo plantio de lotes
homogêneos, arborizando-se cada quadra com uma espécie.
Como práticas de manejo mais comuns relaciona-se: o plantio,
replantio, irrigação, adubação, poda, controle fitossanitário, reparo de
danos físicos e remoção (Miranda 1970).
Tanto quantitativamente, quanto qualitativamente, a arborização de
ruas é fundamentalmente dependente das condições gerais do
planejamento urbano e, em especial, do sistema viário e sua adequação
de uso. A largura das calçadas, bem com a situação das instalações de
infraestrutura como pavimentação, redes de distribuição de energia
elétrica, telefone, água e esgotos, influenciam tanto na possibilidade de
plantio de árvores como na própria seleção de espécies (Miranda, 1970 e
Souza, 1973).

4
MUNICÍPIO DE HORIZONTINA

HISTÓRICO
Em 1928 surgiu a localidade de Belo Horizonte, no então Município
de Santo Ângelo. Há indicações de que a povoação tenha surgido de uma
colonização particular, provocada pela dívida do Estado a um cidadão,
que foi paga com a área onde se encontra a Cidade. Emancipando-se de
Santa Rosa em 1931, Belo Horizonte também se desligou de Santo
Ângelo, ficando anexada ao novo Município. Em 1938, a sede foi elevada
ao status de vila e o nome mudado para Horizonte. Um movimento
popular levou a nova mudança do nome, pelo Decreto nº. 720 de 29 de
dezembro de 1944, passando a se chamar Horizontina. Depois de
consulta em plebiscito, o Município de Horizontina é criado pela Lei nº.
2556 de 18 de dezembro de 1954, com as áreas do Distrito do mesmo
nome e parte de Tucunduva, ambos desmembrados de Santa Rosa. A
colonização foi feita por imigrantes alemães, italianos e poloneses a partir
da criação da colônia de Santa Rosa.
O Município situa-se na Região da Fronteira Noroeste do Estado
do Rio Grande do Sul, Brasil.
População Total (2002): 17.622 habitantes.
Área (2002): 228,8 km².
Densidade Demográfica (2002): 77,0 hab/km².
Taxa de urbanização (2002): 79,0 %.
Taxa de analfabetismo (2000): 4,95 %.
Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 72,47 anos.
PIB Municipal (2001): R$ 339.264.404,00.
PIB per capita (2001): R$ 19.173,00.
Data de criação: 18/12/1954 (Lei Nº 2556).
Município de origem: Santa Rosa.
Limites: Nova Candelária, Três de Maio, Crissiumal, Dr. Maurício
Cardoso, Novo Machado e Tucunduva.

5
Economia: Indústria metalúrgica e de máquinas agrícolas; pecuária
leiteira, piscicultura, suinocultura, agricultura e comércio.

AMBIENTE NATURAL
O histórico da formação do ambiente natural do planalto
riograndense inicia com a deposição de materiais arenosos seguido de
um derrame de lavas durante mais de 100 milhões de anos. Depois, a
floresta tropical atlântica avançou sobre os solos que se formaram pela
decomposição do basalto. Não há ocorrência de araucárias nesta região
do planalto devido à altitude, mas há ocorrências a cerca de 150 km de
distância para nordeste. A região foi habitada por uma fauna gregária
muito rica e por alguns migrantes como as andorinhas, tesourinhas e
falcão peregrino, mas raramente há visita de aves aquáticas como as
marrecas, por ser uma região de raros lagos que há um século era
coberta integralmente por florestas. Os animais de maior porte, extintos
ou já raros na região, eram o veado mateiro e o leão baio. Há indícios da
presença de animais maiores no passado, como a onça pintada. O clima
é ameno, subtropical, úmido todo o ano. Os solos são de cor vermelho-
escuro devido ao ferro do basalto e foram formados pelo processo de
latossolização, exceto nas baixadas e alagados, onde a hidromorfização
predomina. Ocorrem desde regossolos, até solos com profundidade de 10
metros, mas a maioria possui 3-5 metros de profundidade. O basalto é
razoavelmente rico em potássio e pobre em fósforo e os latossolos não
têm grande capacidade de retenção de nutrientes lixiviáveis como
nitrogênio e cálcio neste tipo de clima; o pH natural fica em torno de 5,5. A
topografia é ondulada, formada por coxilhas largas com pouca
declividade.
Solos: Latossolo roxo em geral, dos tipos Santo Ângelo (71%),
Charrua (1%), Ciríaco-Charrua (28%).
Embasamento: rochas basálticas.
Região geológica: planalto meridional do Brasil sobre o derrame
basáltico que cobre o oeste dos estados brasileiros desde o Rio Grande
do Sul até Goiás.
Cobertura original: floresta subtropical semidecídua (100% da
superfície) pertencente ao domínio da Mata Atlântica brasileira.

6
Cobertura atual aproximada: floresta subtropical original (5%),
floresta subtropical em regeneração (2%), florestas artificiais (2%),
lavouras (79%), pastagens (11%), outros (1%).
Clima: Subtropical mesotérmico superúmido. Mês mais frio: Junho.
Mínima absoluta: - 4ºC. Mês mais quente: Janeiro. Máxima absoluta:
42ºC. Temperatura média anual: em torno de 19°C. Média de geadas por
ano: ocorrem cerca de 9 geadas anualmente. Precipitação média anual:
em torno de 1600 mm.

7
METODOLOGIA

OBJETIVOS
A metodologia adotada neste trabalho foi escolhida para permitir
atingir os seguintes objetivos:
• Identificar as espécies arbóreas existentes;
• Localizar, quantificar e dimensionar as árvores existentes;
• Avaliar o espaço disponível em relação ao porte
característico das espécies;
• Avaliar os tratamentos aplicados;
• Identificar os conflitos visíveis com as redes urbanas, muros
construções, etc.

LOCAL DE ESTUDO
O espaço para este trabalho foi limitado às oitenta e uma quadras
centrais da cidade de Horizontina, RS.
Os logradouros limitantes, circundando de Leste para Oeste, Sul e
Norte, são: Avenida dos imigrantes, Rua Osvaldo Cruz, Rua Três de
Maio, Rua Santa Cruz, Rua Bento Gonçalves, Rua 7 de Setembro, Rua
Duque de Caxias, Avenida Perimetral e Rua Chafariz.

IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES
As espécies existentes serão identificadas no campo pelo nome
vulgar e quando isso não for possível, serão coletadas amostras
(exsicatas) numeradas, identificando-se o local da coleta, para posterior
tentativa de identificação por especialistas.

8
VARIÁVEIS
As variáveis coletadas no levantamento são relacionadas às
próprias árvores e ao local em que se encontram.

ÁRVORES

Dimensões
As dimensões das árvores deverão ser avaliadas pelo seu DAP
(diâmetro à altura do peito = 1,3 m de altura do solo) e pela classe de
altura.
O DAP será medido diretamente com suta diamétrica.
A altura das árvores será estimada e será registrada apenas a
classe de altura à que a árvore pertence:
• Classe 1: árvores com até 3 metros de altura – plantas que
normalmente não apresentam conflitos por serem ainda
pequenas;
• Classe 2: árvores com mais de 3 e até 6 m de altura –
plantas que podem apresentar conflito com meio-fio, calçada
e rede de comunicação;
• Classe 3: árvores com mais de 6 e até 9 m de altura –
plantas que podem apresentar conflito com meio-fio, calçada
e rede de comunicação e rede de eletricidade de baixa
tensão, mas podem estar em calçadas largas sem presença
de redes urbanas, de ruas largas;
• Classe 4: árvores com mais de 9 metros de altura - plantas
que não devem estar em ruas, mas poderiam estar em
praças e alamedas ou avenidas largas com calçadas largas
sem presença de redes.
Variáveis medidas: DAP em centímetros e classe de altura.
Observação: árvores plantadas em série, que apresentam
características semelhantes, são levantadas em grupos e é anotado o
DAP e a classe de altura médios do grupo e o número de indivíduos que
compõe o grupo.

9
Sanidade
A sanidade das plantas é determinada principalmente por fatores
ambientais e reflete-se na presença de doenças, pragas e injúria
mecânica.
Variáveis observadas: presença ou ausência de doenças, pragas e
injúria mecânica.

Tratamentos
Os tratamentos geralmente dispensados às plantas são o
tutoramento quando jovens e podas, além da adubação e tratamentos
sanitários. Como numa primeira avaliação, não se verificou preocupação
com tutoramento das plantas na arborização da Cidade, este não foi
levantado. Também, não se pôde observar plantio e cuidados sanitários e
estes não foram avaliados.
Variável observada: presença ou ausência de poda.

Riscos em relação ao espaço físico


A adequação ao local em que uma árvore se encontra relaciona-se
com seu porte final e espaço disponível para seu tronco e raízes,
crescimento aéreo vertical e crescimento aéreo horizontal.
Os conflitos que devem ser avaliados são a presença de meio-fios,
calçadas, muros, edificações, de redes urbanas como as de eletricidade,
comunicações, de água e esgoto e com impedimentos para o trânsito de
pessoas e automóveis e a obstrução da visibilidade para deslocamento e
sinalização.
Variáveis observadas: altura de rede aérea (telefone ou elétrica),
distância de muro ou edificação, presença de obstáculos a 2 m de
distância ou menos e existência de área livre para o crescimento
horizontal do colo da planta (base do tronco).
Os riscos relacionados com o porte das árvores e o espaço
disponível foram classificados em uma escala de 1 a 10 e convertidos em
percentual, multiplicando-se os resultados por 10, para apresentação de
relatório, sendo utilizados os seguintes critérios em seqüência:
• Se Porte="Muito grande" então faça; se distância de
edificação ou muro<3,5 então Risco=7; se distância de
edificação ou muro<2,5 então Risco=8; se distância de

10
edificação ou muro<2,5 então Risco=9; se distância de
edificação ou muro<2,0 então Risco=10;fim;
• Se Porte="Grande" então faça; se distância de edificação ou
muro<3,5 então Risco=5; se distância de edificação ou
muro<3 então Risco=6; se distância de edificação ou
muro<2,5 então Risco=7; se distância de edificação ou
muro<2,0 então Risco=8;fim;
• Se Porte="Médio" então faça; se distância de edificação ou
muro<3,5 então Risco=4; se distância de edificação ou
muro<3 então Risco=5; se distância de edificação ou
muro<2,5 então Risco=6; se distância de edificação ou
muro<2,0 então Risco=7;fim;
• Se Porte="médio" então faça; se distância de edificação ou
muro<3,5 então Risco=3; se distância de edificação ou
muro<3 então Risco=4; se distância de edificação ou
muro<2,5 então Risco=5; se distância de edificação ou
muro<2,0 então Risco=6;fim;
• Se Porte="Pequeno" então faça; se distância de edificação
ou muro<3,5 então Risco=2; se distância de edificação ou
muro<3 então Risco=3; se distância de edificação ou
muro<2,5 então Risco=4; se distância de edificação ou
muro<2,0 então Risco=5;fim;
• Se Porte="Arbusto" então faça; se distância de edificação ou
muro<3,5 então Risco=1; se distância de edificação ou
muro<3 então Risco=2; se distância de edificação ou
muro<2,5 então Risco=3; se distância de edificação ou
muro<2,0 então Risco=4;fim;
• Se Copa="Estreita" então Risco=Risco x 0,9;
• Se Copa="Média" então Risco=Risco x 1;
• Se Copa="Larga" então Risco=Risco x 1,1;
• Se Copa="Muito larga" então Risco=Risco x 1,2;
• Se Porte="Muito grande" e rede aérea="existente" então
Risco1=10;
• Se Porte="Grande" e rede aérea="existente" então
Risco1=10;
• Se Porte="Médio" e rede aérea="existente" então
Risco1=10;

11
• Se Porte="Pequeno" e rede aérea="existente" então faça; se
altura de rede aérea<9 então Risco1=7; se altura de rede
aérea<6 então Risco1=9; se altura de rede aérea<5 então
Risco1=10;fim;
• Se Porte="Arbusto" e rede aérea="existente" então faça; se
altura de rede aérea<9 então Risco1=1; se altura de rede
aérea<6 então Risco1=4; se altura de rede aérea<5 então
Risco1=7;fim;
• se Risco1>Risco então Risco=Risco1.

A análise de risco foi realizada com auxílio do sistema SAS.

CONFLITOS EXISTENTES
Os conflitos são os danos que já existem, provocados pelas
plantas, ou conflitos com a manutenção da mobília urbana (bancos de
praças, sinalização, paradas de ônibus, postes, etc) e com o tráfego ou
com a visibilidade.
Os danos mais freqüentes causados pelas árvores nas cidades são
relacionados aos meio-fios, calçadas, muros e edificações, postes, bocas
de lobo, drenagem, etc; podendo ser classificados em três tipos: a) meio-
fio ou calçada; b) muro ou edificação e; c) outros: postes, boca de lobo,
drenagem, conflitos com a visibilidade e tráfego, conflitos com a
manutenção da mobília urbana, etc.
Variáveis observadas: danos ou conflitos com meio-fio ou calçada,
muro ou edificação e outros.

LOCALIZAÇÃO DAS ÁRVORES


A localização das árvores é realizada pela seqüência: Logradouro,
quadra e número de ordem, sendo este último no mesmo sentido do
aumento da numeração das edificações da rua, iniciando por 1 em cada
nova quadra.

12
BANCO DE DADOS
O banco de dados foi desenvolvido com as seguintes
características:
• Ambiente: Windows;
• Sistema: MS-Access;
• Conteúdo das tabelas de dados:
Tabela 1 : Cadastro de Árvores
Nome da coluna de dados Tipo Tamanho
OrdemGeral Inteiro longo 4
LogradouroCodigo Simples 4
Quadra Texto 50
Ordem Inteiro longo 4
Local Texto 50
codsp Texto 50
DAP Inteiro 2
AlturaClasse Inteiro 2
PodaAnterior Sim/Não 1
SanidadeInjuriaMecanica Sim/Não 1
SanidadeDoenca Sim/Não 1
SanidadePraga Sim/Não 1
NumeroExemplares Inteiro 2
RedeAereaAltura Inteiro 2
EdificacaoDistancia Simples 4
AreaLivre Sim/Não 1
OutrosObstaculos2m Sim/Não 1
DanoRaizMeioFioCalcada Sim/Não 1
DanoRaizMuroEdificacao Sim/Não 1
DanoRaizOutros (Conflitos em geral) Sim/Não 1
Recomendacao Texto 50
Observacao Texto 240

Tabela 2 : Cadastro de Especies


Nome da coluna de dados Tipo Tamanho
codsp Texto 50
NomeVulgar Texto 50
NomeCientifico Texto 50
Porte Texto 50
Copa Texto 50
Raiz Texto 50
Descrição geral Memorando -
Imagens Hyperlink -
Origem Texto 50

13
UsoPrincipal Texto 50

Tabela 3 : Cadastro de Logradouros


Nome Tipo Tamanho
LogradouroCodigo Simples 4
TipoLogradouro Texto 50
Nome Texto 50

Uma quarta tabela foi incluída sem dados, que deverá ser
preenchida por serviço especializado de topografia com as características
de cada uma das quadras de cada rua. A não inclusão de dados nesta
tabela não impede o uso pleno do sistema, mas se tratam de informações
que poderão vir a enriquecer o sistema no futuro.
Os relacionamentos entre as tabelas do banco de dados são
demonstrados na Figura 1.

Figura 1 – Relacionamentos entre as tabelas

14
RECOMENDAÇÕES
As recomendações são realizadas por observação (linha de dados
da tabela de cadastro das árvores). Os tipos de recomendações são
relacionados a seguir:
• ( R ) = Remover;
• ( S ) = Substituir;
• ( P ) = Poda geral;
• ( PL ) = Poda de limpeza;
• ( PF ) = Poda de formação;
• (PLF) = Poda de limpeza e formação
• ( ) = Manter a situação atual.
Os critérios utilizados para efetuar as recomendações foram
baseados nas observações de campo sobre a saúde, conflitos e riscos
que as árvores possam representar.

SUBSTITUIÇÃO
Estados sanitários que implicam em recomendação de
substituição:
• Árvores velhas e doentes, com tronco e galhos em
apodrecimento;
• Árvores com excesso de poda, completamente desfiguradas
e descaracterizadas, com aspecto grotesco;
• Árvores debilitadas por ataque de praga ou doença.
Conflitos existentes que implicam em recomendação de
substituição:
• Raízes causando grandes danos de qualquer tipo;
• Proximidade excessiva de construções;
• Árvores muito grandes para o local;
• Árvores de copa larga que impeçam a circulação de veículos
altos;
• Árvores de copa larga plantadas em calçadas contíguas a
local de estacionamento para carga e descarga, ou parada
de ônibus;
• Árvores de médio porte, ou maiores, sob rede aérea de
distribuição de eletricidade ou de comunicações.

15
Riscos que as árvores representam e que implicam na
recomendação de substituição:
• Existência de rede subterrânea no raio de alcance das
raízes (semelhante ao diâmetro da copa, de uma árvore não
podada, da mesma espécie e tamanho);
• Incompatibilidade do porte ou diâmetro da copa da espécie
com o espaço disponível;
• Árvores tóxicas plantadas em locais de grande circulação de
crianças, próximas a hospitais, etc, ou que provocam danos
à saúde humana e de animais domésticos;
• Árvores que possuem galhos quebradiços, como o
guapuruvu, ou frutos grandes, como a flamboyant e a
jaqueira, plantadas em local de circulação de pessoas ou
veículos.

REMOÇÃO
Conflitos existentes e riscos que implicam em recomendação de
remoção:
• Presença de poste, boca de lobo, rede subterrânea, saída
de água, ou de qualquer mobiliário urbano em raio de 2
metros, exceto aqueles que possam ser movidos para
eliminar o conflito com a planta;
• Impedimento da visibilidade para o trânsito de pessoas e
veículos;
• Bloqueio da visibilidade de sinais de trânsito e semáforos;
• Árvores plantadas em local inadequado que impedem o
tráfego de pessoas e veículos;
• Árvores em esquinas, ou em até 5 metros da esquina,
medindo-se a partir do meio-fio da calçada ortogonal.

PODA
A poda destina-se a adequar a planta ao espaço, dar uma forma
adequada ao local e aspecto paisagístico e à limpeza de galhos
debilitados que roubam força do crescimento provocando mau aspecto. É
realizada, também, com o intuito de corrigir podas anteriores mal-feitas.
Os tipos de podas mais comuns são:
• Poda geral – abrange todos os objetivos citados acima;

16
• Poda de limpeza – destina-se a remover galhos debilitados;
• Poda de formação – tem como objetivo adequar a forma da
planta ao local e a melhorar seu aspecto;
• Poda de limpeza e formação – inclui as duas finalidades
anteriores.
A recomendação de podar, portanto, é realizada por avaliação
visual, no momento do levantamento dos dados, do aspecto da árvore e
com base na experiência do técnico.

MANUTENÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL


É recomendada a manutenção da situação atual quando a planta
apresenta aspecto saudável, não provoca conflitos graves, sua presença
e seu crescimento não representam riscos em médio prazo.

ANÁLISE DOS DADOS


Foram utilizados dois sistemas para análise dos dados: MS-Access
e SAS (Statistic Analisys System). Sempre que possível a análise foi
realizada através do MS-Access, sistema utilizado para a criação do
banco de dados. As estatísticas mais elaboradas foram realizadas através
do SAS. Os resultados gerais são apresentados neste relatório. Os
detalhes estão disponíveis no próprio banco de dados.

17
RESULTADOS

ESPÉCIES, NÚMERO DE ÁRVORES E ÁREA VERDE


Espécies identificadas = 73.
Espécies com exsicatas para identificação = 18.
Total de espécies: 91.
Número total de árvores encontrado: 3160.
Número de quadras (aproximado): 81.
Densidade por quadra: 39 árvores por quadra considerando os 4
lados e incluindo as praças.
Espaçamento médio entre as árvores: há cerca de uma árvore a
cada 7,14 metros lineares de calçada (índice aproximado).

Tabela 4: Freqüência por espécie


Nome Vulgar Nome Cientifico Exemplares

Ligustro Ligustrum japonicum 746


Sibipiruna Caesalpinia peltophoroides 628
Mangueira Mangifera indica 309
Figueira benjamim Ficus benjamina 271
Canela Cinnamomum zeylanicum 150
Extremosa Lagerstroemia indica 124
Canforeira Cinnamomun comphora 106
Tuia Thuja occidentalis 51
Goiabeira Psidium guajava 47
Ipê amarelo Tabebuia chrysotricha 47
Jambolão Syzygium cuminii 45
Ipê-roxo Tabebuia heptaphylla 40
Laranjeira Citrus aurantium 33
Nespereira Eriobotrya japonica 33
Plátano Platanus hispanica 33
Cipreste chorão Chamaecyparis funebris 29
Pereira Pyrus communis 28
Acer Acer pseudoplatanus 26
Grevilea Grevilea robusta 26
Figueira Ficus sp. 23
Ingá Inga spp. 21

18
Jacarandá mimoso Jacaranda mimosifolia 20
Flamboyant Delonix regia 19
Pitangueira Eugenia uniflora 19
Cinamomo Melia azedarach 19
Palmeira imperial Roystonea oleraceae 18
Manduirana Senna macranthera 17
Espatódea Spathodea campanulata 16
Uva-do-japão Hovenia dulcis 15
Limoeiro Citrus aurantifolia 14
Palmeira Espécie de Arecaceae 13
Canafístula Peltophorum dubium 12
Guabiju Myrcianthes pungens 11
Pinus Pinus elliottii 9
Angico Vermelho Parapiptadenia rigida 7
Abacateiro Persea americana 7
Bergamoteira Citrus reticulata 6
Cipreste dourado Cupressus sp. 6
Cerejeira Eugenia involucrata 6
Seringueira de jardim Ficus elastica 5
Chuva-de-ouro Senna spp. 5
Coleta 36 5
Pata-de-vaca Bauhinia fortificata 4
Braquiquito Brachychiton pupulneum 4
Primavera Brunfelsia uniflora 4
Amoreira Chlorophora tinctoria 4
Louro-pardo Cordia trichotoma 4
Pessegueiro Prunus domestica 3
Cipreste 3
Coleta 30 3
Não identificado 3
Pau-ferro Caesalpinia ferrea 2
Embaúba Cecropia sp. 2
Cedro Cedrela fissilis 2
Cipreste italiano Cupressus sempervirens 2
Astrapéia Dombeya sp. 2
Caroba Jacaranda micrantha 2
Junípero Juniperus communis 2
Magnólia Magnolia grandiflora 2
Tarumã Mitex montevidensis 2
Guajuvira Patagonula americana 2
Ariticum Rollinia silvatica 2
Guapuruvu Schizolobium parahyba 2
Tipuana Tipuana speciosa 2
Coleta 09 2
Coleta 10 2
Coleta 31 2

19
Coleta 35 2
Coleta 40 2
Coleta 41 2
Sete-sangrias 2
Butiazeiro Butia spp. 1
Pau-brasil Caesalpinia echinata 1
Escova de garrafa Callistemon viminalis 1
Guabirobeira Campomanesia xanthocarpa 1
Algodoeiro Cochlospermum regium 1
Eucalipto citriodora Eucalyptus citriodora 1
Eucalipto Eucalyptus sp. 1
Figueira mata-pau Ficus sp. 1
Magnólia amarela Michelia champaca 1
Espirradeira Nerium oleander 1
Álamo Populus nigra 1
Romã Punica granatum 1
Quaresmeira Tibouchina spp. 1
Coleta 01 1
Coleta 19 1
Coleta 23 1
Coleta 24 1
Coleta 25 1
Coleta 26 1
Coleta 27 1
Coleta 33 1
Coleta 34 1
Coleta 37 1
Número total de árvores: 3160

PORTE DAS ÁRVORES


A média de porte das árvores não é muito grande, considerando-se
bastante adequado à situação urbana, embora tenha sido obtido através
de podas radicais, como se comprova pelas Tabelas 5 e 6.
Tabela 5: Dimensões das árvores
Altura
Parâmetro DAP
Classe média Valor
Média 15,6 cm 2,1 cerca de 6,3 m
CV% 64,7% 40,8%

20
A Organização Mundial de Saúde tem programas em países
asiáticos para que se atinja um total de 25 metros quadrados de área
verde por habitante das cidades, incluindo áreas de gramados, floríferas e
de cobertura arbórea (WHO, 1994). Este é um índice que se determina,
em geral, através de fotointerpretação de aerofotos verticais, ou de
imagens spot com resolução de 1 m.
Através dos dados que foram levantados só é possível fazer uma
aproximação grotesca deste índice, como segue:
A área somada das duas praças no setor da Cidade que foi
censoriado é de 17.200 m². Considerando-se que as árvores
inventariadas nos demais logradouros somam 3.005 indivíduos e
têm uma média de DAP de 15,6 cm, que as copas são pequenas,
portanto, na média não passam de 7 m² por unidade, estas
somariam mais 21.035 m², resultando num total de 38.235 m² de
área verde entre praças e ruas. Não estão aqui computadas as
áreas verdes dos lotes, o que somente é possível encontrar por
interpretação de imagens aéreas ortogonais. A área total
aproximada da região levantada é de 120 hectares e representa
cerca de um quinto da área da Cidade. Horizontina tem 17.622
habitantes e uma taxa de urbanização de 79%, o que resulta em
13.921 habitantes urbanos. Em se considerando uma densidade
de arborização semelhante à parcela deste estudo para toda a
Cidade, seriam 191.175 m² de área verde, ou 13,7 m² por
habitante. A este valor se deveria somar a área verde dos lotes,
para se encontrar um índice aproximado, mas o resultado
encontrado leva a concluir que o valor total deve ser próximo ao
desejado pelos programas da WHO.

O porte das espécies de árvores é um indicativo da inadequação


ao ambiente urbano, sendo que em sua maioria são árvores de médio e
grande porte como se vê pela Tabela 6.

Tabela 6 : Número de árvores por porte da espécie


Porte da espécie Número de árvores
Arbusto (não foram incluídos com altura <3m) 2
Árvore de pequeno porte 253
Árvore de médio porte 1255
Árvore de grande porte 1518
Árvore de muito grande porte 97
Não identificado 35
Total 3160

21
Como há rede de distribuição de energia em 50% das calçadas, no
mínimo deveriam haver 50% de árvores de pequeno porte.

ORIGEM DAS ESPÉCIES:


Cerca de 2047 árvores são de espécies exóticas e 1064 de
espécies nativas, sendo que 35 árvores não tiveram a sua origem
identificada.

USO PRINCIPAL DAS ESPÉCIES


Este indicador apresenta-se adequado, pois cerca da metade das
árvores é ornamental, um terço é de sombra e um quinto são frutíferas,
uma combinação apropriada para o ambiente urbano, embelezando a
Cidade, reduzindo as oscilações de temperatura e alimentando a
avifauna, conforme a Tabela 7.

Tabela 7 : Número de árvores por porte da espécie


Uso principal da espécie Número de árvores
Ornamental 1558
Espécie de sombra 795
Frutífera 588
Medicinal 112
Madeira 56
Não identificado 51
Nome 3160

SANIDADE
O excesso de podas e suas conseqüências para a sanidade das
plantas são observados através da Tabela 8.

Tabela 8 : Poda e sanidade das árvores


Variável observada Porcentagem das árvores
Poda 75,9%
Injúria 64,3%
Doença 30,5%
Praga 3,5%

22
Observou-se que a maioria das plantas sofreu poda sem técnica ou
cuidados, levando à injúria dos ramos e do tronco, criando feridas que
permitiram a entrada de patógenos, causando podridão. Sendo, este, o
principal problema sanitário observado sobre todas as espécies.
Constatou-se que mesmo na classe 1 de altura (até 3 m) foram
podados 41% dos indivíduos, na classe 2 foram 88%, na 3 foram 94% e
na 4 foram 81%, o que é excessivo. Isto demonstra que a escolha das
espécies foi realizada sem critério em relação ao seu porte e espaço
disponível. Deve-se considerar que podas são traumáticas e geralmente
resultam em um aspecto estético indesejável para paisagismo.
Outras doenças foram observadas como um ligustro com folhas
atacadas por patógenos não identificados na Rua Bento Gonçalves, o que
poderia ser objeto de trabalho científico, pois é rara a ocorrência deste
tipo de doença nesta espécie exótica que praticamente não tem
patógenos em nosso país, exceto os que causam podridão do tronco.
Limoeiros e laranjeiras foram observados com fumagina associada à
ocorrência de cochonilhas e raros casos de cancro dos citrus. Ipês
amarelos, em vários casos, apresentavam debilidade geral, sem ser
possível identificar se a causa primária é uma praga ou uma doença; é
uma espécie que apresenta problemas sanitários em cidades e
dificilmente se adapta ao ambiente urbano.
A grande freqüência observada, de árvores com injúria, está
associada à poda realizada de maneira incorreta, dificultando a
recuperação das árvores. Foram observados raros casos de injúria
mecânica provocada deliberadamente, ou por acidentes; estes casos
mostraram-se associados a áreas de carga e descarga e àquelas
causadas às árvores de praças para fixação de objetos em épocas de
eventos.
As pragas mais observadas foram as brocas de tronco com
associação à injúria mecânica. Durante todo o levantamento foram
observadas somente duas árvores sendo cortadas por saúvas, o que é
uma ocorrência muito baixa e significa que há combate das mesmas,
provavelmente pela própria população.

23
RISCOS
O risco de conflitos causados pelo porte das espécies de plantas,
relacionado ao espaço disponível para seu crescimento, foi de 88% em
média, o que significa que em geral foram plantadas árvores de espécies
de porte maior do que o espaço disponível no local.
Foi observado que cerca de 60% das árvores não tem área livre
suficiente para o desenvolvimento da base de seu tronco, criando conflito
com calçadas e meio-fios.

DANOS
O maior problema de danos está relacionado à falta de área livre
para desenvolvimento da base dos troncos das árvores e cerca de 42%
das árvores apresentaram danos às calçadas e meio-fios. Somente 4%
apresentam danos à muros ou edificações, mas este é um problema mais
sério pois atinge as propriedades particulares ou bens públicos. Outros
tipos de danos e conflitos observados são apresentados por menos de
1% de todas as árvores e geralmente são associados ao plantio de
árvores nas esquinas, dificultando a visibilidade e o próprio trânsito de
pessoas e veículos.

RECOMENDAÇÕES
Os problemas existentes, sejam de sanidade das plantas, danos,
riscos e de outros conflitos, resultaram num total de recomendações de
substituição de 1410 árvores (45%), poda de 417 árvores (13%), remoção
de 233 árvores (7%) e a inexistência de problemas, ou de riscos em
médio prazo, resultaram na recomendação da manutenção da situação
atual de 1100 plantas (35%).

24
ESPÉCIES ARBÓREAS EXISTENTES

ABACATEIRO ..............................................................................................26
ACER ........................................................................................................27
AÇOITA-CAVALO ........................................................................................27
ÁLAMO ......................................................................................................28
AMOREIRA .................................................................................................28
ANGICO VERMELHO ....................................................................................29
ARITICUM ..................................................................................................29
BERGAMOTEIRA .........................................................................................30
BRAQUIQUITO ............................................................................................30
CABREÚVA ................................................................................................30
CANAFÍSTULA ............................................................................................31
CANELA.....................................................................................................31
CÂNFOREIRA .............................................................................................32
CANJERANA ...............................................................................................32
CAROBA ....................................................................................................33
CEREJEIRA ................................................................................................33
CHUVA-DE-OURO ......................................................................................34
CINAMOMO ................................................................................................34
CIPRESTE-CHORÃO ....................................................................................34
CIPRESTE-ITALIANO....................................................................................35
CRIPTOMÉRIA ............................................................................................35
EMBAÚBA ..................................................................................................36
ESPATÓDEA ...............................................................................................36
EXTREMOSA ..............................................................................................36
FIGUEIRA ...................................................................................................37
FIGUEIRA BENJAMIM ...................................................................................37
FIGUEIRA MATA-PAU ..................................................................................37
FLAMBOYANT .............................................................................................37
GOIABEIRA ................................................................................................38
GREVÍLEA ..................................................................................................38
GUABIJU ....................................................................................................39
GUABIROBEIRA ..........................................................................................39
GUAJUVIRA ................................................................................................40
GUAPURUVU ..............................................................................................40
INGAZEIRO .................................................................................................41
IPÊ AMARELO.............................................................................................41
IPÊ-ROXO ..................................................................................................42
JABUTICABEIRA ..........................................................................................42
JACARANDÁ-MIMOSO .................................................................................43
JAMBOLÃO .................................................................................................43
JUNÍPERO ..................................................................................................44

25
LARANJEIRA .............................................................................................. 44
LIGUSTRO ................................................................................................. 45
LIMEIRA .................................................................................................... 45
LIMOEIRO ................................................................................................. 46
LOURO-PARDO.......................................................................................... 46
MAGNÓLIA ................................................................................................ 47
MANDUIRANA ............................................................................................ 47
MANGUEIRA .............................................................................................. 47
NESPEREIRA ............................................................................................. 48
PALMEIRA IMPERIAL ................................................................................... 48
PATA-DE-VACA .......................................................................................... 49
PAU-BRASIL .............................................................................................. 49
PAU-FERRO .............................................................................................. 50
PESSEGUEIRO ........................................................................................... 50
PINUS....................................................................................................... 51
PITANGA ................................................................................................... 52
PLÁTANO .................................................................................................. 52
QUARESMEIRA .......................................................................................... 53
ROMÃZEIRA .............................................................................................. 53
SERINGUEIRA-DE-JARDIM ........................................................................... 53
SETE-CAPOTES ......................................................................................... 54
SIBIPIRUNA ............................................................................................... 54
TARUMÃ ................................................................................................... 55
TIMBAÚVA ................................................................................................. 56
TIPUANA ................................................................................................... 56
TUIA ......................................................................................................... 57
UVA-DO-JAPÃO.......................................................................................... 57
UVALHA .................................................................................................... 58

ABACATEIRO
Nome comum: abacateiro, abacate.
Nome Científico: Persea americana Mill.
Família: Lauraceae
Árvore de casca pardacenta que pode atingir até 20 m de altura.
Folhagem sempre verde. Flores pequenas e de coloração branco-
esverdeadas, possui odor acentuado e característico e por isso são
atrativas para abelhas. Fruto com casca de coloração verde-oliva e
brilhante, com polpa espessa e cremosa, de coloração creme-amarelada,
rica em óleos vegetais. O caroço duro é envolto pela polpa de

26
consistência mole. Pode ser cultivado em todo o Brasil sendo conveniente
plantá-lo no interior do pomar para evitar que o sol forte atinja o tronco.
Deve ser plantado preferencialmente no inicio da estação chuvosa em
solos permeáveis profundos e adubados. A propagação mais indicada é
por enxertia. Frutifica o ano todo.

ACER
Nomes comuns: Acer, acer real.
Nome científico: Acer platanoides
Família: Aceraceae
Árvore caducifólia. Folhas opostas, palmadas, lóbulos dom dentes
dispersos, agudos, acuminados. Flores em corimbo* ereto, precoces.
Fruto esquizocarpo, mericarpos samaróides completamente divergentes.

AÇOITA-CAVALO
Nomes Comuns: açoita cavalo, açoita, açoita cavalo miúdo, açoite
de cavalo, açouta cavalo, açoita cavalos, açoita cavalo vermelho,
biatingui, caoveti, estribeiro, estriveira, guaxima do campo, ibatingui,
ibitinga, ivatingui, mutamba, pau de canga, salta cavalo, soita, soita
cavalo, ubatinga, ivitinga, francisco alvarez, sota caballo.
Nome Científico: Luehea divaricata Mart.
Família: Tiliaceae
Árvore oportunista com ocorrência na floresta estacional
semidecídual, floresta ombrófila densa e mata ciliar. Os principais usos
são na construção, resina, Arborização Urbana, Medicina, Melífera,
Fibras, Paisagismo. Apresenta copa irregular. A ramificação é irregular. A
copa é larga e densa, com folhagem característica. Flor rosa em cachos,
folhas do tipo simples e ovalada e consistência corácea com certa
pilosidade. Fruto seco do tipo cápsula de cor marrom. Pode apresentar
danos leves causados por besouros (Coleóptera, Scolytidae) e os
“serradores” Oncideres saga, O. dejeani e O. ulcerosa (Coleóptera,
Cerambycidae).

27
ÁLAMO
Nomes comuns: álamo, choupo.
Nome científico: Populus nigra
Família: Salicaceae
Altura: 20 a 30 metros. Tronco grosso, ramagem esguia, irregular e
aberta, casca gretada longitudinalmente, gemas ovóides, com escamas
viscosas e glabras.Folhas alternas, pecioladas, glabras, brilhantes, mas
claras na página inferior, delicadamente crenadas e limbo triangular.
Esta árvore projeta os primeiros ramos para baixo e abre a
ramagem para poder captar bastante luz. É uma planta dióica, visto que
existem pés masculinos e femininos. Pode viver 300 anos. O Choupo-
negro é uma árvore frágil, exposta a doenças causadas pelo visco, por
diversos cogumelos e certos insetos que escavam galerias no interior do
tronco e nos ramos.

AMOREIRA
Nomes Comuns: amarelinho, amora, amora branca, amora de
espinho, amora do mato, amoreira, amoreira amarela, amoreira branca,
amoreira brava, amoreira de espinho, amoreira do campo, amoreira do
mato, espinheiro branco, espinheiro bravo, itajubá, jataíba, jataúba,
limãorana, limãorana amarelo, limorana, mora, mora de espinho,
moratana, moreira, moreira branca, pau amaralo, pau brasil, pau de cores,
pau de fogo, runa, taíuba, taiúva, taiúva vermelha, tajaúba, tajiba, tajuba,
tajuba de espinho, tajuva, tajuvão, tataíba, tataiúva, tatajiba, tatajuba,
tatajuba de espinho, tatajuva, tatané, tatarema, taúba
Nome Científico: Chlorophora tinctoria (L.) Gaud.
Família: Moraceae
Árvore oportunista com ocorrência na floresta estacional
semidecídual , floresta ombrófila densa, floresta de araucária. Dispersão
por zoocoria, possui floração de cor amarela em setembro e outubro e
frutificação em dezembro e janeiro. Copa irregular, o caule apresenta
espessura de até 15 mm, sendo que a sua textura é arenosa e levemente
amarga, que quando cortada exsuda látex amarelo e resina branca. Folha
simples e lanceolada. Fruto do tipo drupa.

28
ANGICO VERMELHO
Nomes Comuns: gurucaia, angelim amarelo, angico, angico
amarelo, angico branco, angico cambi, angico cedro, angico curtume,
angico fava, angico ferro, angico preto, angico rosa angico roxo, angico
sujo, angico verdadeiro, angico vermelho, angico da mata, angico de
curtume, angico de banhado, angico de campo, angico do curtume,
angico do mato, angico dos montes, brincos de sauí, cambuí, corocaia,
curupaí, frango assado, gorocaia, gorucaia, guaiçara, guarucaia,
monjoleiro, picará.
Nome Científico: Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan
Família: Mimosaceae
Árvore oportunista com ocorrência na floresta estacional
semidecídual , floresta de araucária. Com dispersão anemocoria, floração
de cor amarela nos meses de janeiro a março e de setembro a dezembro,
frutificação do tipo vagem de março a setembro. Tipo de Copa
corimbiforme, casca interna dura, parda avermelhada, exuda goma
quando ferida. Quando nova a casca apresenta uma goma amarelada,
que pode substituir a goma arábica. Sua casca é rica em resina. Folhas
do tipo imparipenada composta, contendo glândulas na nervura principal.

ARITICUM
Nomes comuns: Ariticum, araticum, araticum-do-mato, embira,
etc.
Nome científico: Rollinia silvatica
Família: Annonaceae
Árvore perenifólia, heliófila, de 6 – 8 m de h, com 30 – 40 cm de
DAP (diâmetro à altura do peito), folhas de 8 - 12 cm de comprimento, e 3
a 6 cm de largura. Freqüente na floresta semidecídua de altitude,
ocorrendo até altitudes de 800 m. Pode apresentar-se em significativa
freqüência em alguns capões de mato. Produz anualmente grande
quantidade de frutos, com 10 a 20 sementes envoltas em camada de
polpa adocicadas, apreciadas e disseminadas pela fauna e pelo homem.

29
Uma curiosidade, é que entre setembro e outubro, as flores que
são amarelas e no formato de uma hélice de três pás, caem ao anoitecer,
liberando seu perfume característico. Frutificação de janeiro a abril.

BERGAMOTEIRA
Nomes comuns: Bergamoteira, bergamoteira, bergamota,
tangerina, mexerica.
Nome científico: Citrus reticulata
Família: Rutaceae
Árvore de pequeno porte, perenifólia, copa arredondada,
espinhosa. Folhas alternas, estreitamente elípticas ou lanceoladas,
coriáceas, lustrosas, aromáticas. Flores solitárias ou em grupos
reduzidos. Estames com filamentos soldados em grupos.

BRAQUIQUITO
Nomes comuns: Perna de moça, Braquiquito
Nome científico: Brachychiton populneum (Schott) R. Br. –
whiteflower kurrajong
Família: Sterculiaceae
Árvore de folhas perenes. Apresenta problemas de estabilidade em
calçadas.

CABREÚVA
Nomes comuns: cabriúva, bálsamo, bálsamo caboríba, bálsamo
cabureíba, braúna, braúna parda, caboré, caboreíba, caboretinga,
cabreúva, cabriúna, cabriúna preta, cabriúva amarela, cabriúva parda,
cabriúva preta, cabriúva vermelha, cabrué, caburé, cabureíba, cabureira,
conduru de sangue, gabriúva, jataúba, miroé, óleo de cabureíba, óleo de
caboreíba, óleo pardo, pau bálsamo, pau de bálsamo, pau de óleo, pau
de óleo verdadeiro.
Nome Científico: Myrocarpus frondosus Fr. All.

30
Família: Fabaceae
Árvore oportunista com ocorrência na floresta estacional
semidecídual, floresta ombrófila densa , floresta de araucária. Dispersão
do tipo anemocoria, floração de cor amarela de maio a outubro e
frutificação de novembro a abril. Utilizada para: Construção - Carvão -
Resina - Arborização Urbana - Melífera - Madeira Nobre. Tipo de copa
globosa. A planta exsuda um líquido aromático, bálsamo, ao se perfurar o
tronco com um trado. A presença de óleo é pouco intensa na casca,
porém, muito intensa no lenho. Resina e goma-resina são extraídas
principalmente da casca. Folha composta imparipenada contendo
glândulas.

CANAFÍSTULA
Nomes comuns: canafístula, acácia amarela, amendoim,
amendoim bravo, amendoim falso, angico, angico amarelo, angico bravo,
angico cangalha, angico vermelho, barbatimão, cabeça de negro, cambuí,
camurça, canafiste, canafrista branca, canafrístula, cancença, canela de
veado, canhafístula, caobi, cássia amarela, farinha seca, faveira, faveiro,
favinha, guarucaia, ibirá, ibirá puitá, jacaranda de flor amarela, madeira
nova, monjoleiro, pau vermelho, quebra serra, sobrasil, tamboril, tamboril
branco, tamboril bravo, tambori.
Nome Científico: Peltophorum dubium (Spreng.) Taub.
Família: Caesalpinieae
Árvore oportunista com ocorrência na floresta estacional
semidecídual , cerrado , floresta estacional decidual. Dispersão:
anemocoria
Floração de cor amarela de dezembro a fevereiro. Frutificação do
tipo vagem de março e abril. Utilizada para: Construção - Celulose –
Paisagismo. Tipo de Copa: globosa. Folha paripinada composta de
consistência coriácea.

CANELA
Nomes comuns: Canela, canela de ceião, caneleiro

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Nome Científico: Cinnamomum zeylanicum-Breye
Família: Lauraceae
Árvore de porte médio, atingindo de 8 a 15 metros de altura por 40
cm de diâmetro. Casca pálida e sem pêlos; folhas simples, opostas,
ovadolanceolada, contendo três nervuras salientes; apresentam
consistência coriácea, e aspecto luzídio na página superior; flores
pequenas, branco-amareladas, formando pequenas panículas.

CÂNFOREIRA
Nomes comuns: Canforeira, cânfora, bálsamo, canforeiro,
alcanforeira.
Nome científico: Cinnamomum comphora (L.) J. Presl , Laurus
camphora L.
Família: Lauraceae
A canforeira é extremamente decorativa, indicada para
ornamentação de vias públicas e também para quebra-ventos e como
medicinal. Uso medicinal: utilizada na terapêutica, a cânfora vem sendo
substituída por outras substâncias, algumas de constituição química
análoga. Da madeira triturada dos troncos e submetida a manufaturações
oportunas, extrai-se o produto conhecido pelo nome de cânfora, cujas
qualidades anti-sépticas, estimulantes, excitantes lhes são atribuídas.

CANJERANA
Nomes comuns: canjarana, canjerana, canjerana de prego,
cajarana, canharana, cedro canjerana, pau de santo, caieira, canjarana do
litoral, caja espúrio
Nome Científico: Cabralea canjerana (Vell) Mart
Família: Meliaceae
Árvore pioneira com ocorrência na floresta estacional semidecídua
de altitude, flor. ombrófila densa. Dispersão do tipo zoocorica. Floração de
cor branco-amarelada de setembro a outubro, frutificação de agosto a
novembro. Usos:Construção-Paisagismo - Fauna - Madeira Nobre. Tipo

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de copa irregular. Folha composta e glabra de consistência foliácea e
imparipenada. Árvore de 20-30 m, decídua.

CAROBA
Nomes comuns: Caroba, Carobinha
Nome científico: Jacaranda micrantha Cham. , Jacaranda caroba
Família: Bignoniaceae
Árvore de médio porte (10-15m) do estrato intermediário, não
pioneira, heliófita. Flores roxas de Junho a julho e Outubro a novembro.
Usos: Móveis, instrumentos muscais, obras internas.

CEREJEIRA
Nomes comuns: Cerejeira, cerejeira-do-mato, cerejeira-do-rio-
grande.
Nome científico: Eugenia involucrata
Família: Myrtaceae
Árvore semidecídua, heliófila e seletiva higrófila, de 10 – 15 m de h,
com 30 – 40 cm de DAP, folhas simples, de 5-9 cm de comprimento por 2-
3 cm de largura. A folhagem apresenta face superior verde-escuro e
brilhosa.
O tronco é escamante de cor cinza-amarronzado e verde. Formam
um conjunto de grande beleza paisagística, como as demais da Família
Myrtaceae, é especialmente indicada para arborização urbana, pela sua
beleza, alimentação da fauna, lento crescimento, etc.
Seus frutos maduros são oblongos, medindo em torno de 1,5 a 2
cm de comprimento, de coloração brilhante negro-vináceo. Nascem nos
ramos finos, na ponta dos galhos, após floração branca que enfeita seu
caule. São doces, delicados. Apreciadíssimos pela fauna. O Homem
também dele se utiliza in natura ou para doces, geléias, licores, etc.
Floresce entre setembro e novembro e frutifica entre outubro e
dezembro.

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CHUVA-DE-OURO
Nome comum: chuva-de-ouro, Pau-formiga, Aleluia.
Nome científico: Senna multijuga (Rich.) Irwin et Barn.
Família: Leguminosae – Caesalpinoideae.
Espécies de árvores de médio porte com forte floração amarela e
flores geralmente pendentes. A copa é do tipo globulosa. Tronco curto,
casca áspera, acinzentada e com manchas claras. Folhagem decídua,
folhas compostas com folíolos elípticos de cor escura. Floração de
dezembro a abril de cor amarela. Os frutos são legumes longos e
achatados. Espécie de grande valor ornamental.

CINAMOMO
Nomes comuns: Cinamomo, Cinamão, Contas-de-Santa-Barbara,
Paraíso.
Nome científico: Melia azedarach
Família: Meliaceae
Folhas duplamente compostas, alternas, imparipenadas, com 25 a
60 cm de comprimento. Folíolos membranosos com 2,5 a 5 cm de
comprimento, triangulares, verde-brilhantes, macios e glabros . Flores
lilás, pequenas, aparecendo depois das folhas na primavera. Frutos
redondos em cachos, beje quando maduros,com 1 a 2,5 cm de diâmetro.
Galhos quebradiços, verdes com numerosas lenticelas. Casca: marrom,
sulcada.

CIPRESTE-CHORÃO
Nomes comuns: cipreste-chorão, cipreste fúnebre.
Nome científico: Chamaecyparis funebris (Endl.) Franco,
Cupressus funebris Endl.
Família: Cupressaceae
Este cipreste é uma árvore de grande porte, monóica, em geral
atingindo até l5m de altura. Os ramos são alternos, aplanados, flexuosos

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e pêndulos, dando à árvore o porte do chorão ou do salgueiro, também
usados em paisagismo. Folhas opostas, apressas no ramo e cor verde-
acinzentada. Os cones masculinos e femininos são globosos e castanho-
escuros, medem de 5 a 7mm de diâmetro, e são constituídos por 8
escamas. Os ramos pendentes (“chorões”) preconizam seu cultivo nos
cemitérios, tanto no exterior como no Brasil, sendo também muito utilizada
para ornamentação de parques e jardins.

CIPRESTE-ITALIANO
Nomes comuns: cipreste-mediterrâneo, dedo-de-Deus, cipreste-
agulha, cipreste-da-itália.
Nome científico: Cupressus sempervirens L.
Família: Cupressaceae
O cipreste italiano é uma árvore grande, de até 25m de altura, com
copa piramidal ou colunar, monóica. A casca é fina, castanha e seus
ramos são curtos, densos, tendendo a verticais, com folhas verde-
escuras, escamiformes, pequenas, aromáticas, fortemente apressas e
revestindo todo o ramo. Os cones estão dispostos no ápice dos ramos,
sendo os masculinos amarelos e cilíndricos, medindo de 3 a 6 mm de
comprimento e os femininos globosos, com 2 a 4 cm de diâmetro.

CRIPTOMÉRIA
Nome comum: criptoméria, cedro do Japão.
Nome científico: Cryptomeria japonica
Família: Cupressaceae
Árvore perefinifólia, copa cônica, tronco marrom escuro. Casca
desprende-se em escamas largas. Ramos aroxeados, dispostos em
verticilos irregulares com acículas alternas dispostas em 5 fileiras.
Estróbilos fem. com 20-30 escamas e escamas con 4-6 espinas retas ou
curvas.

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EMBAÚBA
Nomes comuns: Embaúba, Umbaúba, Imbaúba, Embaúva.
Nome científico: Cecropia sp.
Família: Cecropiaceae
As plantas do gênero Cecropia são características de solos
úmidos, beira de rios, córregos, brejos e lagoas. Ocorre também em
bordas e clareiras de matas em processo de regeneração, e tem
preferência pelos locais ensolarados. É rara no interior de matas
fechadas.
Florescem de setembro a outubro e frutificam de maio a junho. O
desenvolvimento das plantas no campo é rápido. Os frutos são
procurados pelas aves e servem de alimento à várias espécies de peixes.

ESPATÓDEA
Nomes comuns: Espatódea, espatódia, bisnagueira, tulipeira
africana.
Nome científico: Spathodea campanulata P. Beauv.
Família: Bignoniaceae.
Árvore de até 15 metros de altura. Flores: grandes e vermelhas, em
forma de tulipa, tóxicas para abelhas. Floresce quase o ano todo,
preferencialmente em regiões de clima quente e úmido. Espécie de rápido
crescimento, folhagem permanente e floresce durante vários meses
seguidos. Suporta solo mais seco, podendo ser regada apenas uma vez
por semana durante o seu crescimento. Prefere solo arenoso ou bem
drenado, que não acumule água em excesso. A árvore é muito
ornamental e com floração exuberante. É tida como tóxica, provocando
alucinações.

EXTREMOSA
Nome comum: Extremosa.
Nome científico: Lagerstroemia indica

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Família: Lytraceae.
Árvore de pequeno porte de até 6m de altura, com tronco liso
marmorizado de 15 a 20 cm de diâmetro. As flores desabrocham em
cachos nas pontas dos ramos, em cores róseas, lilás, carmim ou branca.
Os galhos são fracos e quebradiços e devem ser podados no inverno
para estimular a floração e dar bom aspecto à planta. Floresce no verão, à
pleno sol. Por seu pequeno porte, vai bem até em jardins pequenos e na
arborização urbana. Em grandes áreas pode ser usada em maciços.

FIGUEIRA
Nome comum: Figueira.
Nome científico: Ficus sp.
Família: Moraceae
Árvore de porte muito grande e folhas grandes.

FIGUEIRA BENJAMIM
Nome comum: Figueira benjamim.
Nome científico: Ficus benjamina L.
Family: Moraceae
Árvore perene de grande porte e folhagem densa, com tronco
ramificado cujas ramificações se soldam a medida que engrossam.

FIGUEIRA MATA-PAU
Nome comum: Figueira mata-pau, mata-pau, figueira.
Nome científico: Ficus sp.
Family: Moraceae

FLAMBOYANT
Nome comum: Flamboyant.

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Nome científico: Delonix regia.
Família: Leguminosae.
Árvore de até 15 m de altura.Floração: Primavera. Copa larga,
sombra rala e folhas semi-decíduas (floresce com a planta parcialmente
em folhas). Prefere clima tropical e solo bem drenado. As flores são muito
vistosas em vermelho-alaranjado característico. É indicada para plantio
como espécie isolada em ampla área, onde possa dominar a paisagem.
Não deve ser cultivada em ruas estreitas ou sob fiação elétrica. As
sementes reproduzem-se facilmente e seu desenvolvimento é
relativamente rápido, desde que em clima quente.

GOIABEIRA
Nomes comuns: goiaba-pera, goiaba-branca, goiaba-vermelha,
goiaba do campo.
Nome científico: Psidium guajava L., Psidium pomiferum L.,
Psidium sapidissimum Jacq., Psidium pyroformis Gartn., Psidium
pyriferum L.
Família: Myrtaceae
Árvore de pequeno porte de 3 a 10 m de altura. Tronco tortuoso e
ramificado, muito liso e descamante em placas, de coloração cinza-
avermelhada ou castanha. Folhas simples, opostas, oblongas, ápice
arredondado ou levemente agudo, base arredondada, pecíolo curto e
canaliculado, pilosas na face inferior e glabras na superior, nervura
proeminente na face inferior, com até 13 cm de comprimento. Flores
solitárias, brancas, terminais ou axilares, vistosas. Fruto baga casca
amarelada ou verde amarelada quando madura, polpa branca ou
vermelha, mucilaginosas, sementes numerosas, pequenas e muito duras.
Espécie que perde parcialmente as folhas secas. Floração de Setembro a
novembro e frutificação de Dezembro a março.

GREVÍLEA
Nome comum: Grevílea
Nome científico: Grevillea robusta

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Família: Proteaceae
Árvore com altura de até 18 m, com copa piramidal.Origem e
ocorrência: Austrália. No Brasil não se encontra de forma nativa, mas é
bem aclimatado na região sul (resiste bemao frio e tolera geadas).Folhas
grandes e recortadas,prefere sol pleno. Floresce na primavera e suporta
bem as podas (só não se deve podar a ponteira superior da árvore).Pode
ser utilizada em grupos ou isolada, formando barreiras contra o vento ou
barreiras visuais.

GUABIJU
Nome comum: guabiroba-açu; guabigu-guaçu
Nome científico: Myrcianthes pungens (Berg) Legr
Família: Myrtaceae
Árvore com até 20 m de altura com tronco tortuoso e nodoso, de
casca lisa acinzentada. Folhas com ápice pontiagudo. Flores de coloração
creme que surgem de outubro a dezembro. Fruto: Grandes, globosos, de
coloração roxo-avermelhada, com I ou 2 sementes. Frutifica de janeiro a
fevereiro. Folhas: pequenas, duras, de coloração verde profunda, as
folhinhas do guabiju terminam por finos, curtos e pontiagudos espinhos,
parecidos com pequenas pontas de agulha. Frutos: escuros e de polpa
consistente, constituem-se de uma massa açucarada, aromática,
adstringente. O guabiju demora a frutificar, o que ocorre pela primeira vez
apenas 10 anos após o plantio. Quando novo, tem frutificação bastante
farta, embora esta se manifeste apenas de 2 em 2 anos,
aproximadamente. Os frutos saborosos do guabiju são apreciados tanto
pelos homens como pelas aves silvestres e pela fauna em geral, sendo
ótimo chamariz para os pequenos animais. Por esse motivo, o guabiju é,
algumas vezes, encontrado em cultivo em pomares domésticos.

GUABIROBEIRA
Nome comum: guabiroba; guabiroba-da- mata
Nome científico: Campomanesia xanthocarpa Berg
Família: Myrtaceae

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Árvore que pode atingir até 15 m de altura, tronco ereto com casca
levemente sulcada e copa densa. Folhas verde-claras, que exalam aroma
característico quando maceradas. Flores pequenas de coloração creme-
esbranquiçada. Florescem de setembro a novembro. Fruto: Arredondados
de coloração verde- amarelada. Polpa esverdeada, suculenta, envolvendo
numerosas sementes. Frutifica de dezembro a maio.

GUAJUVIRA
Nomes Comuns: guajura, apé branco, goarapovira, guaiabi,
guaiabi branco, guaiaibira, guaibi, guaijibira, guaiuíra, guaiuvira, guaiuvira
branca, guajibira, guajivira, guajubira, guajubira branca, guajuvira branca,
guajuvira preta, guaraiúva, guarajuva, guarapovira, guarapuvira,
guatuvira, pau- d’arco, schwarz herz (nome dado pelos colonos alemães
em Santa Catarina).
Nome Científico: Patagonula americana L.
Família: Boraginaceae
Árvore oportunista com ocorrência na floresta estacional
semidecídual, floresta de araucária, floresta estacional decidual. Com
dispersão anemocorica. Floração de cor branca de julho a novembro e
frutificação de outubro a fevereiro. Tipo de Copa: piramidal. Folha simples
de inserção alterna e consistência coriácea. Fruto do tipo cápsula.

GUAPURUVU
Nomes Comuns: guapuruvu, baageiro, bacumbú, bacuparu,
bacuru, bacurubu, bacurubu ficheira, bacuruva, espanador-do-céu, fava
divina, bacuruvu, bageiro, bandarra, beri, birosca, bocurubu, breu,
bucuruva, faveira, faveiro, ficha, ficheira, ficheiro, gabiruvu, garapuava,
garapuvu, guaburuvu, guaperubu, guaperuvu, guapiruvu, guapivuçu,
guaporuva, guapububu, guapurubu, guapururru, guarapuvu, igarapobu,
paricá, pataqueira, pau vintém, pau de canoa, pau de tambor, pau de
vintém, pinho, pinho branco, pino, pirosca.
Nome Científico: Schizolobium parahyba(Vell.) Blake
Família: Caesalpinaceae

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Árvore oportunista de ocorrência na floresta ombrófila densa,
floresta estacional decidual. Dispersão: anemocoria. Floração de cor
amarela de julho a dezembro.
Frutificação de maio a outubro. Casca externa cinzenta quando
adulta e verde quando jovem, providas de leves marcas conspícuas
transversais ovaladas em relevo, deixadas pela queda das folhas e com
presença de lenticelas. Casca interna esbranquiçada com textura fibrosa.
Possui tanino na casca, usado para curtir couro. Folha paripinada
composta de consistência foliácea. Tipo do Fruto: vagem.

INGAZEIRO
Nomes comuns: ingazeiro, Ingá, Ingá-feijão.
Nome científico: Inga spp.
Família: Leguminosae - mimosoidae
Planta arbórea de formato globoso. Tronco levemente tortuoso,
revestido de casca marrom-escura de textura áspera. Folhagem
persistente, folhas alternas, paripenadas de coloração verde-escura.
Florescimento na primavera, na cor branca. Frutos: legumes verde-
amarelados. Excelente para arborização urbana, apresenta sistema
radicular superficial. Apreciado pela avifauna.

IPÊ AMARELO
Nomes comuns: pau-d‘arco-amarelo, ipê-do-morro, ipê-tabaco,
ipê-amarelo-cascudo, ipê-açu, aipe.
Nome científico: Tabebuia chrysotricha (Mart ex A. DC.) Standl.,
Tecoma chrysotricha Mart. ex A. DC., Handroanthus chrysotrichus (Mart.
ex A. DC. Mattos
Família: Bignoniaceae
Árvore com cerca de 10 m de altura. Tronco com casca parda,
grossa e irregularmente sulcada. Ramos novos com pêlos densos cor de
ouro (daí o nome chrysotricha). Folhas opostas, digitadas, 5 folíolos
oblongos, que medem até 8 cm de comprimento. Inflorescências com
flores de corola amarela, pétala ornada de traços vermelhos, cálice com

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pêlos densos, cor de ouro velho. Apresenta fruto cápsula, seco,
deiscente, com pêlos cor de ouro velho, de 15 a 30 cm de comprimento e
com sementes aladas brancas. Madeira: acinzentada, clara, dura, muito
resistente ao tempo, flexível e difícil de serrar. Essa espécie é
considerada como a árvore símbolo brasileira. Floração de Agosto a
Outubro, com a planta despida de sua folhagem. Frutificação de Outubro
a Novembro.

IPÊ-ROXO
Nomes comuns: ipê-roxo, pau-d’arco-roxo, ipê-roxo-de-sete-
folhas, ipê-rosa.
Nome científico: Tabebuia heptaphylla (Vell.) Toledo, Bignonia
heptaphylla Vell., Tecoma ipe Mart. ex K. Schumann, Tabebuia ipe (Mart.
ex K. Schumann) Standley, Handroanthus heptaphyllus (Mart.) Mattos
Família: Bignoneaceae
Espécie secundária tardia. Árvore decídua com 10 a 20 m de
altura. Tronco roliço revestido de casca parda-acinzentada, rugosa,
finamente fissurada vertical e transversalmente, gerando placas
persistentes. Ramos novos cobertos de pêlos. Folhas digitadas, 5 a 7
folíolos oblongos, coriáceos, com margem com pequenos dentes. Flores
arroxeadas. Fruto cápsula, de 9 a 47 cm de comprimento, sinuoso,
estriado e com sementes aladas e delicadas. Floração de junho a agosto,
com a árvore totalmente desfolhada. Frutificação de junho a outubro.

JABUTICABEIRA
Nome comum: Jabuticabeira.
Nome científico: Myrciaria trunciflora
Família: Myrtaceae
Árvore perenifólia, mesófila ou heliófila e seletiva higrófila, de 10 –
15 m de h, com 30 – 40 cm de DAP, folhas simples, de 6-7 cm de
comprimento por 2-3 cm de largura. Existem outras espécies de
jabuticabeiras, inclusive com variação regional, mas todas possuem
características semelhantes.

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Quando cresce em ambiente aberto (fora do mato), apresentam
densa copa arredondada, cujo verdor é quebrado apenas nas épocas de
formação de novas ramagens, quando estas comumente apresentam
coloração avermelhada.
A folhagem é sustentada por abundante galharia ascendente, que
junto com o tronco formam um claro conjunto contrastante.
Seus frutos maduros são esféricos, com diâmetro entre 2-3 cm, de
coloração brilhante roxo-escura à preta. Nascem no tronco e galhos, após
típica floração branca que enfeita seu caule. São doces, e lembram
grandes uvas, porém de casca mais resistente. Muito apreciados pelos
animais e pelo homem. Este último serve-se dos frutos in natura, ou
produzindo geléias, doces, licores, etc.
Frutifica geralmente duas vezes ao ano, entre agosto a outubro e
entre janeiro a março (varia conforme a região).

JACARANDÁ-MIMOSO
Nomes comuns: jacaranda, jacarandá-mimoso, carola-guaçu,
palissandra, jacaranda-caroba.
Nome científico: Jacaranda mimosifolia D. Don, Sinon.: Jacaranda
ovalifoia R. Br. Jacaranda chelonia Griseb.
Família: Bignoniaceae
É espécie pioneira. Árvore de até 15 m de altura, com casca fina e
acinzentada. Folhas opostas, compostas bipinada, de 10 a 25 cm de
comprimento, com folíolos pequenos, glabros e de bordo serrado. Flores
azulado-lilás, arranjadas em panículas piramidais densas. Fruto cápsula
lenhosa, muito dura, oboval, achatada, com numerosas sementes aladas.
Floração de Agosto a Novembro e Frutificação de Maio a
Setembro, com a planta despida de sua folhagem.

JAMBOLÃO
Nomes comuns: jambolão, jamelão, jalão, jambuí, oliva, oliveira.

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Nome científico: Syzygium cuminii (L.) Skeels, Myrtus cuminii L.,
Eugenia jambolana Lam., Sysygium jambolanum (Lam.) DC.
Família: Myrtaceae
Árvore com cerca de 15m de altura. Copa com folhagem
abundante, ramos de coloração acinzentada-claro, com fissuras escuras e
cicatrízes foliares bastante aparentes. Folhas simples, opostas,
lanceoladas ou lanceoladas-oblongas até elípticas, curtamente
acuminadas, com a nervura central bastante saliente na face inferior e
nervuras laterais numerosas, unidas em uma nervura marginal muito
próxima do bordo da folha. Inflorescência com flores numerosas,
pequenas, de coloração creme, hermafroditas. Frutos numerosos,
ovóides, carnosos, negro-arroxeados, de 2 a 3 cm de comprimento, que
possuem uma única semente. É muito cultivada como planta ornamental,
além de seus frutos também serem comestíveis. Floração de Setembro a
Novembro e Frutificação de Dezembro a Fevereiro.

JUNÍPERO
Nome comum: junípero.
Nome científico: Juniperus communis
Família: Cupressaceae.
Árvore pequena, dióica, perenifólia. Casca pardo arroxeada.
Acículas verticiladas em grupos de três.

LARANJEIRA
Nome comum: laranja-doce; laranja-de-umbigo; laranja-pêra;
laranja-baia; laranja-valência; laranja-natal
Nome científico: Citrus aurantium L.
Família: Rutaceae
Arvore de porte médio, podendo atingir até 8 m de altura, tronco
com casca castanho-acinzentada, copa densa de formato arredondado.
Folhas de textura firme e bordos arredondados, exala um aroma
característico quando maceradas. Flores pequenas, de coloração branca,

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aromáticas e atrativas para abelhas. Fruto: De formato e coloração
variável de acordo com a variedade. Frequentemente com casca de
coloração alaranjada, envolvendo uma polpa aquosa de coloração que
pode variar de amarelo-clara a vermelha. Sementes arredondadas e
achatadas, de coloração verde esbranquiçada. Frutificação ao longo do
ano, concentrando-se de abril a setembro.

LIGUSTRO
Nome comum: Ligustro.
Nome científico: Ligustrum japonicum Thunb., Ligustrum
japonicum (Thunb.) Spach; Ligustrum japonicum Thunb. forma pubescens
(Koidz.) Murata; Ligustrum japonicum Thunb. var. pubescens Koidz;
Ligustrum kellerianum Vis.; Ligustrum rotundifolium (Blume) Hatus. var.
pubescens (Koidz.) Hatus.; Ligustrum taquetii H. Lev.
Família: Oleaceae
Árvore de médio a rápido crescimento, médio porte, sempreverde.
É invasora de espaços abertos, bordadura de rios e de bordas das
florestas. Frutos persistentes e servindo de alimento para pássaros na
américa do norte. Folhas opostas, 5-10 cm ovais alongadas, bordas lisas,
coriáceas com 4 a 5 pares de veios, verde-brilhantes.Flores pequenas,
bracas ou creme-claro em grupos terminais. Floração no final da
primavera ou início do verão, atrativas para abelhas, abundante e
podendo causar irritação das vias respiratórias. Frutificação abundante.
Frutos elíptico-oblongos, conspícuos, verdes no início e passando para
marrom quando maduros com 6-12 mm de diâmetro.Aceita poda
frequente e emite ramificações longas de todos os ramos cortados, retas
e eretas.

LIMEIRA
Nomes comuns: Lima, Limeira, Limeira-da-persia.
Nome científico: Citrus auratium var. bergamia Risso.
Família: Rutaceae.

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Pequena árvore espinhosa, perenifólia, glabra. Folhas alternas,
elíptico-ovais, obtusas, pecíolo estreitamente alado. Flores em rácimos,
hermafroditas, actinomorfas, pentâmeras; estames em número de 4-5
vezes o de pétalas. Fruto: hesperídio* verde-amarelado.
(*) Variedade de baga multicarpelar, cujo endocarpo apresenta
numerosos pêlos, cheios de suco.

LIMOEIRO
Nome comum: limão-verde
Nome científico: Citrus aurantium Swing var. taiti
Família: Rutaceae
Arvore de pequeno porte, atingindo 4 m de altura, tronco reto, copa
densa e arredondada. Flores com botões avermelhados e pétalas branco-
amareladas, reunidas em grupos de 2 a 20 flores. Fruto: Formato
arredondado, com casca lisa ou ligeiramente rugosa, de coloração
esverdeada. Polpa esbranquiçada, suculenta, que envolve um líquido
translúcido. Sementes ausentes nesta variedade.

LOURO-PARDO
Nomes Comuns: ajuí, amora do mato alto, cambará uçú, canela
batata, canela branca do brejo, canela louro, canela parda, capoeira,
cascudinho, claraíba parda, folha larga, frei jorge, freijó, frejó, ipê louro,
ipê de tabaco, jurutê, laurel, louro amarelo, louro amargoso, louro
anhinha, louro batata, louro branco, louro cabeludo, louro mutamba, pau
cachorro, pereiro malva
Nome Científico: Cordia trichotoma (Vell.) Arrabida ex Steudel
Família: Boraginaceae
Árvore oportunista de ocorrência na floresta estacinal semidecídual
, floresta ombrófila densa , floresta de araucária , caatinga. Dispersão:
anemocoria. Floração de cor branca de dezembro a maio e frutificação de
abril a setembro.Tipo de Copa: globosa. Apresentam um fenômeno que
os botânicos dão o nome marcesdentes e são perfumadas. A

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inflorescência tem até 20 cm de comprimento. Folha simples de
consistência coriacea contendo pilosidade. Tipo do Fruto: aquênio.

MAGNÓLIA
Nome comum: magnólia.
Nome científico: Magnolia grandiflora
Família: Magnoliaceae
Árvore perenifólia. Cálice com 3 sépalas, corola com 6 a 12 pétalas
em hélice. Folhas alternas, ovo-oblongas, acuminadas, coriáceas, verde-
lustrosas. Estípulas largas rodeando o talo no início e logo caducas
deixando uma cicatriz característica. Receptáculo floral cilindrico-cônico.
Androceu com numerosos estames dispostos em espiral, filamentos
purpúreos. Carpelos numerosos, livres, dispostos em hélice.
Infrutescência em polifolículo. Sementes sustentadas por um funículo
prolongado com uma cobertura seminal carnosa.

MANDUIRANA
Nome popular: Cassia, Manduirana, Aleluia, chuva de ouro.
Nome científico: Senna macranthera (Collad.) Irwin et Barn.
Família: Leguminosae-Caesalpinoideae.
Altura de 6 a 8 m, com tronco de 20 a 30 cm de diâmetro.Floresce
abundantemente entre Dezembro e Abril. Os frutos são favas que
amadurecem em Julho a Agosto. A árvore é extremamente ornamental,
perde as folhas total ou parcialmente durante o inverno. Desenvolve-se a
pleno sol principalmente em regiões de altitude.

MANGUEIRA
Nome comum: mangueira, manga.
Nome científico: Mangifera indica L.
Família: Anacardiaceae

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Árvore de grande porte que pode chegar até 30 m de altura com
copa densa e frondosa. Folhas coriáceas, de coloração avermelhada
quando jovem e verde-escura posteriormente. Flores pequenas alvas,
róseas ou esverdeadas. Fruto: De forma alongada, ovóide ou
arredondada, casca esverdeada com manchas pretas, amarelas ou
róseas quando maduro. Polpa carnosa, suculenta comestível, de
coloração amarela ou amarelo-alaranjada, fibrosa em algumas
variedades. Semente achatada de tamanho variável.

NESPEREIRA
Nomes comuns: nêspera, ameixa amarela, ameixa americana,
ameixa japonesa, ameixa-do-Japão.
Nome científico: Eriobotrya japonica (Thunb.) Lind., Photinia
japonica Gray, Nespilus japonica Thunb.
Família: Rosaceae
Árvore que atinge até 8 m de altura, tronco avermelhado, casca
fina desprendendo placas onde aparecem manchas mais claras. Folhas
alternas, pecíolo quase ausente, lanceoladas com ápice afilado e
acuneadas na base, bordo dentado no terço final, cobertas por lanugem
no lado de baixo, até 30 cm de comprimento. Flores branco-amareladas,
aromáticas numerosas dispostas numa inflorescência ramificada terminal,
cobertas de pêlos finos e curtos. Fruto baga, amarelada, piriforme com 1 a
5 sementes grandes. Muito usadas em pomares domésticos e até como
ornamental, na arborização de ruas e jardins. Floração de Dezembro a
abril. Frutificação de Junho a julho.

PALMEIRA IMPERIAL
Nome comum: palmeira imperial, palmeira caribenha, palmeira
real sulamericana.
Nome científico: Roystonea oleraceae (Jacq.) Cook, Areca
oleraceae Jacq., Oreodoxa oleracea (Jacq.) Mart.
Família: Palmae

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Palmeira monóica de grande longevidade, com altura de até a 50 m
de altura. O estipe quando novo, é dilatado na base, passando quando
adulto, a ser regularmente cilíndrico, com um diâmetro (DAP) próximo a
60 cm. Suas folhas são pinadas, muito longas, com cerca de 5 m de
comprimento. Quando adulta, a coroa de folhas não esconde a região do
palmito, que é plenamente visível, característica fundamental para a
identificação da espécie, a campo. A inflorescência é infrafoliar, de 1 m de
comprimento, produzida quase que o ano todo e protegida por uma
espata esverdeada que se desprende no início da abertura das flores, que
são de coloração creme. Os frutos são globosos, pequenos e pretos,
amadurecendo desde o final da primavera até os meses de maio a junho.
Nas regiões de origem, o estipe e as folhas são usadas em construções
rústicas e o palmito serve como alimento. No Brasil é usada apenas como
planta ornamental.

PATA-DE-VACA
Nomes Comuns: casco de vaca, bauínia, mão de vaca, miroró,
mororó, mororó de espinho, pata de boi, pata de vaca branca, pata de
vaca com espinho, unha danta, unha de boi, unha de vaca, unha de vaca
de espinho.
Nome Científico: Bauhinia forficata Link
Família: Caesalpinaceae
Árvore pioneira de ocorrência na floresta estacional semidecídual ,
floresta ombrófila densa , floresta de araucária , cerrado. Dispersão:
autocoria. Floração de cor branca de outubro a janeiro e frutificação de
julho a outubro. Usada no paisagismo. Tipo de Copa: globosa. Tipo de
estrutura: raiz superficial.Folha tipo simples de consistência: coriácea
contendo glândulas. Tipo do Fruto: vagem.

PAU-BRASIL
Nomes Comuns: pau-brasil, ibirapitanga, arabutã, brasilete, pau-
rosado, pau-vermelho, pau-de-pernambuco, árvore-do-brasil, ibiripitinga,
sapão, imirá-piranga, muirapiranga, orabutã, pau-pernambuco.
Nome Científico: Caesalpinia echinata Lam.

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Familia: Caesalpinaceae
Árvore tolerante com ocorrência na floresta estacional
semidecídual , floresta ombrófila densa. Dispersão: autocoria. Floração de
cor amarela de setembro a dezembro e frutificação de outubro a janeiro.
Tipo de copa globosa, raízes tabulares. A madeira, de coloração
avermelhada, é atualmente muito utilizada na fabricação de arcos de
violinos. Na época colonial era extraído um corante, muito utilizado para
tingir tecidos. O tronco possui acúleos grossos, densamente distribuídos.
Folha do tipo imparipenada composta de consistência foliácea. Há
presença de pequenos acúleos abaixo da ráquis da folha. Fruto do tipo
vagem totalmente coberto por acúleos curtos e finos.

PAU-FERRO
Nome comum: Pau-ferro.
Nome cientifico: Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul. var. leiostachya
Benth., Caesalpinia leiostachya (Benth.) Ducke
Família: Caesalpiniaceae (Leguminosae-Caesalpinioideae)
Espécie semidecídua, secundária tardia. Ocorre preferencialmente
em várzeas e fundo de vales onde o solo é fértil e úmido, possui de 20 a
30 m de altura.mTronco cilíndrico.mCasca marrom, lisa, descamante,
resultando em trechos de coloração esbranquiçada, aparentando tronco
de goiabeira.mFolhas bipinadas, terminando em número par de
folíolos.mFlores com pétalas amarelas.mFruto legume indeiscente, reto,
seco e de coloração marrom-escuro a negra.mMadeira muito pesada e
dura.mUsada na confecção de móveis e principalmente na fabricação de
arcos para violinos.mUsada também, como ornamental, pela beleza de
seu tronco e sua copa. Floração demjaneiro a maio e frutificação de maio
a dezembro.

PESSEGUEIRO
Nome comum: Pessegueiro
Nome científico: Prunus persica (L.) Batsch.
Família: Rosaceae.

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O pessegueiro é oriundo da China, tendo se adaptado muito bem
aos países de clima sub tropical e mesmo ás regiões mais temperadas de
Verão quente. As suas flores são de cor rosa. Como em todas as plantas
de cultura, há também pessegueiros de diversas variedades.

PINUS
Nomes comuns: pinus, slash pine (EUA), pinheiro-americano
(Brasil), pinheiro-da-Flórida.
Nome científico: Pinus elliottii Engelm.
Família: Pinaceae
É árvore de grande porte, apresentando muitos galhos, rápido
crescimento e atinge cerca de 25-30m de altura, 90-120cm de DAP e 10-
15m de diâmetro de copa. A casca é marrom-acinzentada escura,
fortemente sulcada e escamosa. Cresce de sol pleno à meia-sombra em
solos argilosos até arenosos, de levemente alcalinos à ácidos, bem
drenados e ocasionalmente úmidos; é tolerante à solos pobres e
moderadamente tolerante às secas e solos salinos; solos úmidos com pH
alto são danosos para a espécie. Apresenta derrama natural dos galhos e
a copa é aberta criando uma sombra clara, sendo suas raízes muito
agressivas, competindo intensivamente com as plantas ao redor; a queda
de acículas é constante e forma uma manta espessa de acículas abaixo
de si. As sementes espalham-se na paisagem, podendo tornar-se
invasora. Sua copa apresenta silhueta irregular, entre oval e piramidal
com pouca densidade de galhos esparsos e de espessura média. Tem
folhagem alternada a espiralada, acículas sempre verdes, fragrantes,
simples e filiformes, de margem inteira, de veios paralelos, com 10 a 30
cm de comprimento. As inflorescências são amarelas não vistosas,
inconspícuas. Os cones femininos são ovo-alongado, marrom-
avermelhados, com 8 a 15 cm de comprimento por 2,5 a 7,5 cm de
diâmetro, persistentes, vistosos, atrativos para mamíferos roedores. Os
estróbilos masculinos são cilíndricos, pequenos com 2 a 3 cm de
comprimento, vermelhos a amarelos, inserindo-se em grupos nas pontas
dos ramos laterais.

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PITANGA
Nome comum: pitanga-vermelha
Nome científico: Eugenia uniflora L., Eugenia pitanga
Família: Myrtaceae
Árvore que pode atingir até 10 m de altura com tronco irregular,
muito ramificado, de coloraçao avermelhada e casca que pode
desprender-se ocasionalmente. Folhas ovais avermelhadas quando
jovens e de coloração verde-intensa posteriormente, brilhantes, com
aroma característico quando maceradas. Flores brancas aromáticas que
florescem de agosto a novembro. O fruto é arredondado, achatado nas
extremidades com sulcos longitudinais, de coloração alaranjada a
vermelho-intenso na maturação. Polpa vermelho e carnosa, envolvendo
urna semente de coloração esverdeada. Frutifica de outubro a janeiro. Por
seu porte, pela facilidade de manejo, de cultivo e pela boa resistência às
condições urbanas, a pitangueira pode muito bem ser plantada em
praças, parques e calçadas, contribuindo, ainda, para o embelezamento
das cidades e para a manutenção mínima da avifauna remanescente.

PLÁTANO
Nomes comuns: plátano, plátano de sombra.
Nome científico: Platanus x acerifolia (espécie híbrida)
Família: Platanaceae
Árvore caducifólia, monóica. Tronco com casca que se rompe em
placas de ritidoma de diferentes tonalidades de verde e cinza. Folhas
alternas, estipuladas, pubescentes cundo jovens e glabras quando
adultas, palmatífidas em 3-6 lóbulos agudos.mGemas ovóideo-cônicas,
revestidas por uma escama densamente tomentosa, envolta pela base
dilatada do pecíolo. Inflorescências masculinas globosas, capituliformes,
largamente pedunculadas e em grupos de 2. Flores masculinas com
perianto duplo, sepalóideo, com 4-8 estames.mInflorescências femininas
globosas, capituliformes, largamente pedunculadas e em grupos de 2.
Flores femeninas com perianto duplo, sepalóideo, con 3-9 carpelos livres.
Fruto aquenio, roedado por um penacho de pelos em sua base, reunidos
em infrutescências globosas.

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QUARESMEIRA
Nome popular: quaresmeira, manacá-da-serra.
Nome científico: Tibouchina spp.
Família: Melastomataceae.
Altura de 8 a 12 m, tronco de 30 a 40 cm de diâmetro. Floresce no
fim do verão e na primavera (duas vezes no ano). Existe uma espécie que
produz flores roxo intenso e outra que produz flores rosa suave. Copa
densa e encorpada. Planta perenifólia (não perde as folhas) e de pleno
sol. Pode ser utilizada em maciços mesclando as duas espécies de cores
róseas e violetas, o aspecto é deslumbrante e as floradas são muito
intensas.

ROMÃZEIRA
Nome comum: Romãzeira, romã.
Nome científico: Punica granatummL.
Família: Punicaceae
Espécie de porte arbustivo, perenifólia com floração no mês de
Janeiro e frutificação em fevereiro. A romãzeira é uma árvore de pequeno
porte originária da região mediterrânea, cultivada como ornamental e
frutífera, que possui folhas pequenas e membranáceas e flores vistosas
de cor vermelha; seu fruto, denominado romã, é uma grande baga, com
muitas sementes que se acham envolvidas em arilo polposo, de um sabor
peculiar e agradável ao paladar, reunidas em câmaras independentes
entre si, mas interligadas umas às outras, e sua casca encerra alcalóide
medicinal.

SERINGUEIRA-DE-JARDIM
Nomes comuns: seringueira, seringueira-de-jardim, figueira-de-
jardim.
Nome científico: Ficus elastica Roxb. ex Hornem.
Familia: Moraceae

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Árvore perene com até 30 m de altura. Desenvolve raízes aéreas
descendentes que formam uma cortina. Todas as partes contém
abundância de látex. A planta inicia com o desenvolvimento de um tronco
ereto, mas em seguida lança muitos galhos desde pouca altura. Os ramos
são finamente rugosos marrom acinzentados e envoltos por cicatrizes das
folhas que já caíram. As folhas com 7-20 cm de comprimento são
pontiagudas, oblongas, coriáceas, grossas, verde-brilhantes com a
nervura principa e as pontas vermelhas no início e, depois são totalmente
verdes.
Na Índia, produs figos aos pares nos galhos das árvores velhas,
entre as folhas, oblongos verde amarelados com cerca de 2 cm de
comprimento. As sementes podem germinar ainda na árvore; são
disseminadas pelos pássaros. Requer uma vespa específica para
polinização.

SETE-CAPOTES
Nomes comuns: sete-capotes, sete-capas, capoteira, sete-cascas.
Nome científico: Campomanesia guazumaefolia
Família: Myrtaceae
Planta decídua, mesófila e higrófila, de 6 – 10 m de h, com 20 – 30
cm de DAP, folhas simples, de 7-14 cm de comprimento, por 3-6 de
largura, com superfície bastante típica, pois suas nervuras formam baixo
relevo. O tronco é um pouco tortuoso, de cor clara com abundante
descamação macia. A floração entre os meses de outubro a dezembro é
branca e medianamente vistosa. Produz frutificação abundante de
fevereiro a maio. Seus frutos maduros são arredondados e um pouco
achatados, pilosos e ficam ainda com cor verde, porém mais claros,
quase amarelados. Com tamanho entre 2 a 3 cm.m Nascem nos ramos
finos, na ponta dos galhos. Bastante apreciados pela fauna, e para a
produção de doces caseiros. Muito indicada para praças e jardins, para
atração da fauna e alegria da criançada.

SIBIPIRUNA
Nomes comuns: sibipiruna, sibipira, coração-de-negro

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Nome científico: Caesalpinia peltophoroides
Família: Leguminoseae
Árvore que atinge até 18 metros de altura,adapta-se muito bem ao
clima sub-tropical e tropical. Sua copa é arredondada, podendo chegar a
15 metros de diâmetro. Não é muito exigente com solos, mas prefere o
ligeiramente ácido. Podas: não são necessárias. Vive por mais de um
século e é muito confundida com o pau-brasil e o pau-ferro, pela
semelhança da folhagem. A sibipiruna perde parcialmente suas folhas no
inverno e a floração ocorre de setembro a novembro, com as flores
amarelas dispostas em cachos cônicos e eretos. Os frutos, que surgem
após a floração, são de cor bege-claro, achatados, medem cerca de 3 cm
de comprimento e permanecem na árvore até março. A árvore é muito
utilizada no paisagismo urbano em geral, sendo também indicada para
projetos de reflorestamento pelo seu rápido crescimento e grande poder
germinativo. A floração da espécie ocorre geralmente 8 anos após o
plantio e cada exemplar, cultivado em condições adequadas, pode viver
por mais de 100 anos.

TARUMÃ
Nomes comuns: azeitona do mato, azeitona brava, sombra de
touro, tarumã romã, cinco folhas, copiúba.
Nome científico: Vitex montevidensis Cham., Vitex taruma Mart.,
Vitex bignonioides H.B.K., Bignonia megapotamica Spreng., Vitex
megapotamica (Spreng.) Mold.
Família: Verbenaceae
Árvore de 3 a 10 metros de altura, semi-caducifólia, com casca
acinzentada escura, que desprende-se com lâminas longitudinais. Folhas
compostas, digitadas, em geral com 5 folíolos elípticos-ovalados e de
ápice agudo, pecíolo longo. Flores numerosas, pequenas terminais ou
axilares, branco arroxeadas no centro do tubo. Frutos drupas carnosas,
arroxeadas quando maduras, mucilaginosos, arredondadas ou ovalados,
de 1 a 2 cm de comprimento.mFloração de Setembro a janeiro e
frutificação de Dezembro a fevereiro.

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TIMBAÚVA
Nomes Comuns: orelha-de-negro, araribá, árvore-das-patacas,
cambanambi, chimbó, chimbuva, flor-de-algodão, orelha-de-macaco,
orelha-de-onça, orelha-de-preto, pacará, pau-sabão, pau-de-sabão,
tamboi, tambor, tambori, tamboril, tamboril-do-campo, tamboril-pardo,
tamborim, tamburé, tamburil, tamburiúva, tambuvé, tambuvi, timbaíba,
timbaúva, timbaúba, timbaúva-branca , timbaúva-preta, timbó, timboíba,
timborana, timbori, timboril, timboúba, timbouva, timbuíba, timburi, timburil,
timbuva, ximbiuva, ximbó, ximbuva
Nome Científico: Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morongm
Familia: Mimosaceae
Árvore pioneira de ocorrência na floresta estacional semidecídual ,
floresta ombrófila densa , floresta estacional decidual. Dispersão:
zoocoria.
Floração de cor branca de agosto a janeiro e frutificação de maio a
outubro.Tipo de Copa: cimosa. As raízes são grossas e longas, servem
para jangadas. Porcentagem elevada de saponina na casca e nos frutos,
servindo para fabricação de sabão caseiro. Folha paripinada e
compostamde consistênciamfoliácea contendo glândulasmentre os
folíolos e no pecíolo comum e apresentando pilosidade na nervação.
Fruto do tipo vagem.

TIPUANA
Nomes comuns: Tipa, Tipuana.
Nome científico: Tipuana speciosa Benth., Machaerium tipu
Benth., Tipuana tipu.
Familia: Fabaceae (Papilionidae)
Árvore de grande porte semi-caducifólia, 10-20 metros de altura,
copa ampla, tronco grosso com casca escura fissurada. Ramos novos
pendentes. Folhas copostas, imparipenadas, 10 a 20 cm de comprimento,
com 11 a 29 folíolos oblongos de 4 a 7 cm de comprimento, verde
amarelados, com ápice emarginado. Inflorescências em racimos axilares
e terminais de 5-11 cm de comprimento, com flores de cor amarelo-laranja

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de uns 2 cm de diâmetro. Florece de Junho a Agosto. Fruto em sâmara de
uns 4-7 cm de comprimento, indeiscente, contendo 1-3 sementes roxas.

TUIA
Nomes Comuns: ciprestes, tuia-americana, cedrinho.
Nome científico: Thuja occidentalis L..
Família: Cupressaceae
A tuia é uma árvore monóica, de 15 a 20 m de altura, com a copa
piramidal.mPossui ramos horizontais, voltados para cima na porção
terminal.mAs folhas são escamiformes e verde-escuras, palmadas,
providas de glândulas de óleo com formato cônico, especialmente nos
ramos centrais.mSeus cones masculinos e femininos apresentam de 4 a 5
pares de escamas e são oblongos, castanhos e pendentes quando
maduros, medindo de 8 a 14 cm de comprimento.mEspécie bastante
similar ao cipreste-fúnebre (Chamaecyparis funebris (Endl.) Franco).mÉ
uma árvore ornamental, com mais de 120 cultivares, o que demonstra seu
intenso uso em paisagismo, sendo bastante valorizada em jardins por seu
crescimento lento e compacto, o que as torna próprias para cultivo em
vasos e para composições paisagísticas.

UVA-DO-JAPÃO
Nome comum: uva-do-japão
Nome científico: Hovenia dulcis
Familia: Rhamnaceae
Árvore pequena caducifólia, até 15 m de altura. Folhas ovais em
forma de coração com 10-17 cm de comprimento, trinérvias, margem
serrada, pecíolo longo, parte inferior pubescente, especialmente as
nervuras. Flores de cor verde amarelada. Pedúnculos depois da queda
das flores engrossam e tornam-se carnosos e doces. Fruto seco
subgloboso, de 6-8 mm de diâmetro, sustentando e às vezes embebido
no pedúnculo carnoso.

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UVALHA
Nome comum: Uvaieira, uvaia, uvalha, uvalheira, uvalha-do-
campo.
Nome Científico: Eugenia Uvalha, Eugenia pyriformis
Família: Myrtaceae
Árvore semidecídua, heliófila e seletiva higrófila, de 5 – 15 m de h,
com 20 – 40 cm de DAP, folhas simples, de 4-7 cm de comprimento. A
folhagem apresenta-se em ramagens finas, sendo róseo-avermelhada ao
brotar, e estabilizando no verde-claro, compondo uma copa esparsa. O
tronco é escamante de cor clara, deixando cicatrizes ainda mais claras.
Formam um conjunto de grande beleza paisagística. Produz frutificação
abundante. Seus frutos maduros são arredondados e relativamente
grandes para esta Família (de 2-4 cm de diâmetro), e sua coloração varia
entre o amarelo e o alaranjado. Nascem nos ramos finos, na ponta dos
galhos, após farta floração branca que contribui para a grande beleza
desta árvore. São doces, e possuem uma casca muito delicada.
Apreciadíssimos pela fauna. Floresce entre agosto e setembro no norte
da sua distribuição, e entre novembro e dezembro no sul. Frutos maduros
entre setembro e fevereiro.

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RECOMENDAÇÕES GERAIS

A recomendação principal, resultante deste trabalho, é a de que a


Municipalidade elabore um plano de arborização urbana. Como auxílio,
sugere-se uma série de critérios e cuidados com a arborização, que são
considerados básicos e que serão de extrema importância na implantação
do projeto. Portanto, deverão ser seguidas sempre que possível.
Eventuais adaptações a serem feitas deverão ser discutidas com técnicos
da área.
A arborização de uma rua deve ser executada em uma única etapa
para se obter a homogeneidade do porte das mudas, obtendo o mesmo
efeito para toda a extensão da rua.
A substituição das espécies indesejáveis já existentes na
arborização das ruas da cidade deve ser feita de forma gradativa. As
espécies devem ser plantadas em espaçamento adequado ao seu porte.
A remoção da espécie indesejada só deve ser feita quando a árvore
adequada tenha atingido altura de cerca de 3 metros.
Esse processo de substituição deve ser precedido de ampla
divulgação através de veículos de comunicação disponíveis na cidade.
Deve ser realizada uma campanha de esclarecimentos da população
sobre o novo plano de arborização da Cidade e de seus objetivos. A
comunidade precisa estar ciente dos trabalhos que estão sendo
executados e, principalmente, ter conhecido os motivos que norteiam a
substituição das espécies.
As mudas de uma quadra devem ser selecionadas de forma que
todas apresentem o mesmo porte. A quadra seguinte pode receber
mudas de porte um pouco maior ou um pouco menor que a anterior, já
que obter todas as mudas com exatamente 2,0m de altura é praticamente
impossível, porém, também devem apresentar porte semelhante entre si.
De acordo com Vieira & Negreiros (1989), a substituição de
Ligustrum japonicum (Sin. Ligustrum lucidum) se fundamenta nos
problemas que essa espécie causa. Estudos realizados durante 4 anos
demonstraram ser o Ligustrum japonicum responsável por 50,3% dos
casos de polinose nos pacientes analisados; a polinose, denominada

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genericamente “febre do feno”, é uma doença alérgica estacional devido à
sensibilização de polens alergizantes e que se caracteriza por sua
periodicidade, ocorrendo os sintomas sempre na mesma época do ano,
quando ocorre polinização. Esse mesmo trabalho recomenda a proibição
da utilização dessa espécie em arborização urbana .
Ruas não pavimentadas não devem ser arborizadas no momento.
Essa recomendação serve também para ruas cujos passeios não
apresentam pavimentação em sua maior parte. Em ambos os casos,a
arborização deve ser feita quando rua e passeios estiverem com
pavimentação, executando-se, nessa situação, o mesmo tratamento
utilizado para as demais ruas do setor ao qual pertencem. É interessante
que os moradores das ruas, nesse caso, recebam orientação para não
realizar o plantio por conta própria, antes da pavimentação destas ruas.
Uma sugestão é incentivar a confecção de calçadas, pelos
moradores, de ruas com potencialidade para arborização.
As calçadas junto às praças não devem receber arborização,
somente o interior das praças devem receber uma arborização que
beneficie os seus usuários, podendo-se utilizar árvores de médio e até de
grande porte em alguns casos.
A prática de pintar a base do caule das árvores não deve ser
utilizada, pois se constitui num agente de poluição visual. Além disto, não
traz nenhum benefício para as árvores.
Um dos maiores problemas detectados na Cidade é a forma de
condução da prática de poda. Com a finalidade de evitar danos ás árvores
e efeito estético desagradável, indicações mais detalhadas serão
fornecidas para a condução desta operação.

MUDAS
As mudas para o plantio nas ruas deverão possuir, no mínimo 2,0
m de altura, com ramificações a partir de 1,8 m de altura, nunca menos do
que isso, para não criar problemas ao tráfego. Devem ser bem
conformadas, com fustes retos, vigorosas e estarem livres de pragas ou
doenças.
Estas mudas, quando adquiridas de terceiros, poderão passar por
um período de acondicionamento e desenvolvimento em viveiro. Durante

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este período, ficam expostas às condições dos fatores climáticos,
desenvolvendo-se em condições semelhantes àquelas do local definitivo,
adquirindo, desta maneira, resistência natural contra as adversidades do
clima. Devem ser embaladas em recipientes grandes, de pelo menos 20
litros ou em raiz nua. Procedendo-se desta maneira, consegue-se ainda,
diminuir os custos na aquisição de mudas, pois se pode adquirir mudas de
menor porte e conduzi-las em viveiro através de podas de formação, para
posterior utilização na arborização de ruas e praças. Para as mudas de
raiz nua conduzidas em viveiro, deve-se ter o cuidado de conservar boa
quantidade de terra junto as suas raízes, quando estas forem
desenterradas. Em seguida deve-se envolver o sistema radicular com o
bloco de terra em saco de aniagem, umedecendo-o bem. Outro modo, é
envolver as raízes em uma mistura de argila e água após desenterra-las.
A qualidade das mudas responde por grande parte do sucesso da
arborização de ruas, avenidas e praças.

COVAS
As covas deverão ter 0,6 m x 0,6 m x 0,6 m distanciadas de 0,5 m
do meio fio da calçada e serem preparadas alguns dias antes do plantio.
A terra escavada da cova deverá ser substituída por outra de melhor
qualidade, visando proporcionar semelhança de condições para o
crescimento das mudas. Nesse sentido, recomenda-se o uso da mistura
de uma parte de matéria orgânica, uma parte de terra vegetal e uma parte
de esterco curtido. O formato da cova deve ser quadrado para direcionar
o desenvolvimento das raízes; covas arredondadas devem ser evitadas
pois podem provocar o enovelamento das raízes e o estrangulamento do
colo da planta.
Ao redor da muda, é recomendável que se reserve uma área livre
com dimensões apropriadas ao porte da planta para permitir o
crescimento e a drenagem da água da chuva. As mudas devem ser
plantadas no centro da área livre.
Arbustos devem ter área livre de 0,60 m x 0,60 m.
Árvores de pequeno porte devem ter área livre de 0,70 m x 0,70 m.
Árvores de médio porte devem ter área livre de 0,80 m x 0,80 m.
Árvores de grande porte devem ter área livre de 1,00 m x 1,00 m.

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Árvores de porte muito grande devem ter área livre de 1,20 m x
1,20 m.
Covas em praças: Deverão apresentar dimensões de 0,8m x 0,8m.
Aconselhando-se, ainda, escarificar a região em torno da muda num raio
mínimo de 2m das bordas da cova e numa profundidade de 30 cm. A terra
escavada da cova pode ser substituída, valendo, para tanto, as mesmas
considerações efetuadas para a arborização de ruas.
Covas de pequena profundidade dificultam o desenvolvimento
pivotante das raízes que passam a se desenvolver superficialmente
causando danos às calçadas. Manilhas ao redor das mudas fazem com
que as raízes se desenvolvam enoveladamente, impedindo seu
desenvolvimento normal, podendo levar as plantas à morte em poucos
anos. O segredo, então, é fazer as covas o mais profundo possível e de
forma cúbica, nunca cilíndrica, com área livre adequada e sem
impedimentos para o desenvolvimento das raízes como manilhas,
plásticos ou latas.

ADUBAÇÃO
Em cada cova devem ser usados 200 g de NPK (5-20-20) e 250 g
de calcário que deverão ser misturados com a terra da cova. Não há
necessidade de repetir a adubação, exceto se as plantas apresentarem
debilidade.
Nas praças usa-se a mesma quantidade e deve-se repetir a
adubação de 200 g de NPK (5-20-20) anualmente, até que tenham
atingido um porte acima de 5 m.

PLANTIO
O plantio deverá ocorrer, preferencialmente, nos meses de inverno.
Além disto, a muda deve ser irrigada imediatamente, ocasionando o
encharcamento do solo. Nos primeiros meses, as mudas deverão ser
irrigadas com certa freqüência, de acordo com as condições climáticas, de
maneira a se manter úmida a terra da cova.
A muda, antes de ser plantada, deve ser irrigada, para evitar que o
bloco de terra que envolve a raiz se destorroe. Após o acondicionamento

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da muda na cova, deve-se colocar a terra em quantidade suficiente para
nivelar o colo da muda com o terreno circundante. Completa-se a cova,
em seguida, com a mistura de terra ao redor da muda, tomando-se o
cuidado de pressionar a camada de terra que vai sendo colocada e de
manter o caule sempre reto, mas evitando a compactação excessiva do
solo.
A embalagem da muda deve ser retirada, principalmente
embalagens plásticas, pois prejudicam a formação do sistema radicular.
Antes de retirar o saco plástico, corte-o e retire com cuidado para não
danificar o torrão.

ESPAÇAMENTO
O espaçamento mínimo recomendado entre árvores é de 8,0m;
entre postes e árvores é de 5,0m. As mudas deverão, ainda, distar 5,0m
das esquinas e 0,5m de meio-fios.

TUTORAMENTO
Todas as mudas devem receber tutor com o fim de garantir um
crescimento retilíneo e de oferecer proteção contra agentes, como o
vento, que possam danifica-las. Esse deverá ser de madeira serrada, ou
outro material com resistência semelhante, com dimensões mínimas de
3,5 cm x 3,5 cm x 3,0m enterrado 1,0m dentro do solo, ficando 2 m para
sustentação aérea da muda.
A muda deve ser presa ao tutor através de amarras de sisal ou
ainda outro material degradável que não cause lesão ao tronco.

REPOSIÇÃO
As mudas que não vingarem devem ser substituídas por outras de
mesma espécie e porte, com a maior brevidade possível.

63
PODA
A poda das árvores nas áreas urbanas deve ser uma prática
permanente para garantir um conjunto de árvores vitais, seguras e de
aspecto visual agradável e, se não efetuada adequadamente, acaba por
prejudicar a planta.
Cada espécie arbórea apresenta um padrão de crescimento
próprio, definido geneticamente. Assim sendo, a maior preocupação deve
ser a de utilizar espécies adequadas ao espaço físico que se dispõe,
evitando, desta forma, podas drásticas que mutilam as plantas.
Nos casos em que a poda é necessária, deve-se conhecer
algumas regras fundamentais que regem a atividade, bem como os tipos
de poda mais empregados.
Árvores de praças e parques não devem ser podadas, devendo-se
deixar que se desenvolvam naturalmente, de acordo com seu padrão de
crescimento.
Nas demais árvores, é preferível realizar duas ou três podas de
adequação por ano, do que apenas uma poda drástica.

PODA DE FORMAÇÃO
Nas árvores nativas, de copa arredondada, a poda de formação é
necessária. Ela deve ser feita desde o inicio do crescimento nos viveiros,
cortando o ramo mais fraco da bifurcação. Nos anos seguintes, quando
ocorrer nova brotação, os ramos menores da bifurcação deverão ser
podados até que se obtenha um tronco de 1,8 a 2,0m de altura. Assim, o
ramo que ficou, crescerá em direção vertical, sem galhos laterais que
incomodam pedestres e veículos, quando plantados na rua. Para que o
tronco não fique tortuoso, os ramos perpendiculares ao ramo principal e
aqueles que desequilibram a copa em virtude do crescimento desigual,
devem ser rebaixados, conservando sempre a simetria natural. As árvores
piramidais, como os pinheiros e ciprestes, praticamente não necessitam
de poda de formação.

PODA DE LIMPEZA
A poda de limpeza deve ser feita quando a árvore estiver atacada
por alguma praga ou apresentar partes mortas, atrofiadas, ramos

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quebrados pelo vento, galhos mal formados que cruzam o interior da copa
impedindo a penetração dos raios solares. Também devem ser podados
os galhos paralelos e pesados que representam perigo para pedestres e
veículos.
Essa poda deve ser feita no inverno, porque os ramos doentes,
secos e fracos geralmente são mais visíveis nas de folhas perenes e as
de folhas caducas estão com o crescimento estagnado nesta estação.

PODA DE ADEQUAÇÃO PARA MANTER O PORTE


Não é necessária poda nas árvores já adultas e bem formadas.
Apenas cortes nas extremidades de galhos com desenvolvimento
exagerado, que atingem edificações e fiação, deverão ser feitos para
conservar a forma da copa e o seu equilíbrio.
Nos casos em que há um crescimento desigual dos ramos, ficando
um mais desenvolvido que o outro, o operador deve rebaixar o ramo
causador deste desequilíbrio.
As árvores, cujas copas atingem as edificações, devem ser
podadas, iniciando-se por este ponto. A partir daí devem ser contornadas,
retirando-se porções proporcionais, de forma a manter a sua simetria.
Uma prática que provoca mais problemas do que resolve é podar apenas
um lado da copa, pois a torna mais suceptível aos ventos, além de causar
um aspecto estético desagradável.

PODA DE REGENERAÇÃO
Uma árvore fraca, de aspecto ruim, sendo bem podada, pode
adquirir mais vigor e melhorar suas condições.
Essa poda é feita cortando-se os galhos até 1/3 do seu tamanho e
provoca uma brotação vigorosa nas extremidades cortadas. Estes brotos
devem ser deixados crescer até 2 anos, quando então, deve ser feito o
raleio, deixando-se apenas um broto bem desenvolvido na extremidade.
Este broto deve ser rebaixado novamente no ano seguinte, vindo com
mais vigor. No próximo ano, nova intervenção deverá ser feita, deixando
um ou mais galhos que tiverem direção ascendente na parte externa da
copa.

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ÉPOCA DE PODA
Sempre que possível, as plantas devem ser podadas na época de
seu repouso vegetativo, que na maioria das vezes coincide com o inverno.
Plantas de folhas caducas, que são plantas cujas folhas caem
durante uma certa época do ano, devem ser podadas na sua fase de
repouso, ou seja, durante o período em que ocorre a perda das folhas.
Quando os ramos a serem podados apresentarem pequenas
dimensões (até 2,0 cm de diâmetro), a poda pode ser feita em qualquer
época do ano.
A poda de limpeza deve ser executada preferencialmente no
inverno, pois os ramos doentes, mortos e fracos são mais visíveis nesta
época.
A poda de regeneração deve ser feita, sempre que for necessária,
ao final do inverno.

FERRAMENTAS PARA A PODA


As ferramentas utilizadas na operação de poda devem estar
sempre limpas e afiadas.
Para poda de galhos finos, pode-se utilizar podão ou tesoura de
mão. Galhos mais grossos podem ser podados com serrote, ou moto-
serra nos casos em que o diâmetro dos mesmos é muito grande.
O custo da poda é menor quando feito em árvores ainda jovens,
podendo-se moldar a forma desejada da copa. Além disso, a cicatrização
é mais rápida e as ferramentas a serem utilizadas serão mais simples e
leves, facilitando o trabalho.
Não se deve utilizar ferramentas cortantes de impacto, como facão
ou machado para realizar poda de árvores.

TÉCNICA DE PODAR
O corte dos ramos na operação de poda deve ser feito com muito
cuidado para não prejudicar a árvore, procurando evitar que os mesmos
rachem ou que a casca seja arrancada.
O processo mais fácil e sem inconvenientes para podar ramos
grossos, consiste em se fazer cortes provisórios, sendo um na parte

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superior e outro na parte inferior, próximos um do outro, para depois
cortar definitivamente o toco restante. Nos ramos mais finos, se o
diâmetro dos galhos for bastante reduzido, somente um corte é
necessário. Os cortes devem ser lisos e executados próximos à base do
ramo, não deixando tocos, para facilitar a cicatrização e evitar que o
tronco fique oco mais tarde por apodrecimento causado pela esposição
da madeira sem casca por muitos anos aos patógenos da madeira.
Quando se deixa uma parte do ramo, o corte deve ser em bisel (oblíquo),
formando um ângulo de 45º com a direção do ramo.

TRATAMENTO DOS FERIMENTOS


A poda produz ferimentos dos mais graves nas árvores. Aos
poucos e naturalmente, a casca vai reagindo e fechando as feridas.
Os ferimentos pequenos cicatrizam rapidamente se a superfície for
lisa. Os maiores necessitam de proteção contra pragas e doenças que
entrariam pelos ferimentos, causando freqüentemente o apodrecimento
do lenho.
O ideal é cobrir a ferida com substância protetora, que pode ser:
parafina, pintura a óleo, calda bordalesa, etc. Cera de enxertar e
substâncias como alcatrão ou piche não devem ser usadas, pois corroem
e matam os tecidos na área do corte.

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