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Capítulo 22

Montagem de PCs
Montando PCs novos e antigos
Todo técnico de hardware tem que ser especialista em montagem de PCs.
Primeiro porque ele pode fazer serviços de montagem, passando a ser um
pequeno produtor de computadores. Segundo porque para fazer instalações
e manutenção em PCs, é preciso saber desmontar a máquina, e montá-la
novamente de forma correta.

A configuração de um PC novo
Se você vai montar um PC novo, identifique para que ele vai ser utilizado.
Dependendo da aplicação, poderá ser necessária uma configuração mais
avançada. PCs para aplicações simples como processamento de texto e
acesso à Internet podem utilizar vídeo onboard, terem processadores mais
simples, uma modesta quantidade de memória e um disco rígido de
capacidade média. PCs utilizados para aplicações profissionais devem ter
uma placa de vídeo melhor, de resolução mais alta, e com recursos 3D, caso
sejam usados para aplicações de engenharia, CAD e computação gráfica em
geral. Esses PCs também precisam de processadores velozes e generosas
quantidades de memória, bem como um disco rígido de alto desempenho. É
fundamental o uso de um dispositivo de backup, já que em uma aplicação
profissional, dados perdidos poderão representar um grande prejuízo. PCs
para serem utilizados com jogos 3D de última geração devem ter uma
configuração também avançada, parecida com a dos PCs para uso
profissional, e preferencialmente deve ter uma boa placa de som com áudio
3D.

Qualidade dos componentes de um PC novo


22-2 Hardware Total
Se você vai montar um PC novo, outra questão importante é a qualidade dos
componentes utilizados. Existem no mercado brasileiro, componentes de alta
qualidade e preços mais elevados, e também componentes de qualidade
inferior e preços mais baixos. Se você produzir e vender um PC com peças
de má qualidade, seu cliente ficará inicialmente satisfeito com o preço baixo,
mas depois de algum tempo ficará insatisfeito com a baixa confiabilidade do
comptuador. Você irá perder este cliente. Ao usar peças de melhor
qualidade, você conseguirá apenas os clientes mais criteriosos, cientes de que
o melhor PC é um pouco mais caro. Em compensação seu cliente ficará
satisfeito e o indicará para outras pessoas.

Cuidado com a eletricidade estática


Por melhor que seja a qualidade dos componentes, tudo pode ser colocado a
perder se eles não forem manuseados corretamente. Todos os dias, milhares
de chips, placas, discos rígidos, memórias e outros componentes são
danificados por descargas eletrostáticas (ESD). Veremos portanto neste
capítulo, os cuidados que você deve tomar para não danificar as peças do
computador com a eletricidade estática.

Dificuldades mecânicas
Quem sabe montar um PC, a princípio sabe montar todos. Existem
pequenas diferenças em relação ao formato do gabinete. Encontramos
gabinetes horizontais e verticais (também chamados de desktop e torre,
respectivamente), existem diferenças nos métodos de fixação da placa de
CPU, na disposição interna dos drives. Felizmente a diversidade de gabinetes
não resulta em dificuldades muito grandes, e para a felicidade dos
montadores de PCs, a maioria das etapas da montagem são idênticas. De
qualquer forma, antes de detalhar a montagem de PCs, faremos uma
apresentação dos principais tipos de gabinetes, o que tornará a montagem
ainda mais fácil.

As etapas da montagem
Dividimos a montagem do PC em etapas independentes. São elas:

1) Preparação da placa de CPU, gabinete e drives


Nesta etapa vamos instalar as memórias, o processador e o cooler, além de
revisar os jumpers da placa de CPU. Desta forma não precisaremos fazer
alterações depois que a placa estiver instalada no gabinete.

2) Fixação da placa de CPU no gabinete


Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-3
Veremos aqui os diferentes métodos usados para fixar a placa de CPU no
gabinete. Existem os espaçadores plásticos e os parafusos metálicos, existem
formas diferentes de posicionar a placa, dependendo do tamanho do
gabinete.

3) Fixação dos drives e do disco rígido


Drive de disquetes, disco rígido, drive de CD-ROM e até um ZIP Drive
interno, devem ser aparafusados ao gabinete. Todos esses drives possuem
furos laterais para a colocação dos parafusos que os prenderão ao gabinete.

4) Fixação das placas de expansão


Esta é a hora de fixar a placa de vídeo, caso a placa de CPU não utilize
vídeo onboard. Certos conectores auxiliares que acompanham algumas
placas de CPU também devem ser instalados nesta etapa.

5) Conexão dos cabos


Cabos flat que interligam as diversas placas e drives, bem como os cabos de
alimentação e demais cabos envolvidos são ligados nesta etapa.

6) CMOS Setup
Aqui declaramos a data e a hora, os parâmetros do disco rígido e várias
opções de funcionamento do hardware.

7) Formatação do disco rígido


Somente depois de realizadas a partição e a formatação lógica o disco rígido
estará pronto para receber dados, inclusive para a instalação do sistema
operacional.

8) Ajustes finais
Esta é a hora de configurar o display digital, organizar os cabos e checar se
tudo está funcionando. O computador estará pronto para a instalação do
sistema operacional.

Logo começaremos a apresentação dessas etapas da montagem, mas antes


vamos aos tópicos preliminares, sem os quais toda a montagem pode ser
colocada a perder.

Cuidado com a eletricidade estática


As descargas eletrostáticas (ESD) correm quando os componentes são
tocados com as mãos pelos vendedores, técnicos e usuários. Elas resultam
em problemas de funcionamento. Tais problemas seriam evitados se essas
22-4 Hardware Total
pessoas tomassem os devidos cuidados, o que por sinal não dá trabalho
algum. Vejamos então o que são as descargas eletrostáticas, os problemas
que causam e como evitá-las.

Como ocorrem as descargas eletrostáticas


As descargas eletrostáticas ocorrem quando tocamos placas e chips com as
mãos. Quando o vendedor coloca uma placa na vitrine, ou quando cola e
escreve aquela etiqueta da garantia, ou quando ele retira ou coloca uma
placa, chip ou disco rígido na embalagem. Ocorre quando o técnico ou o
usuário segura as peças para fazer a instalação. Os vendedores e técnicos
deveriam tomar cuidado. Afinal as peças que estão manuseando não
pertencem a eles, e sim ao usuário que irá comprá-las.

O que são as descargas eletrostáticas


Todos se lembram de um belo dia, lá por volta da sexta série do primeiro
grau, quando na aula de ciências é apresentada uma experiência com
eletricidade estática. Esfregamos uma caneta nos cabelos ou no casaco,
tornando-a eletrificada. A caneta passa a atrair para si, pequenos pedacinhos
de papel. Os elétrons acumulados na caneta são os responsáveis por esta
atração. Quaisquer materiais, quando friccionados entre si, produzem
quantidades maiores ou menores de eletricidade estática. Ao se levantar de
uma cadeira forrada com material plástico, retirar um casaco de lã ou mesmo
ao andar por um carpete, o corpo humano acumula cargas suficientes para
gerar uma tensão de alguns milhares de volts. Certamente você já deve ter
tomado algum dia, um choque ao abrir a porta de um automóvel, ou mesmo
uma porta comum. Tensões estáticas superiores a 3000 volts são percebidas
por nós, na forma de um pequeno choque. Tensões mais baixas não chegam
a provocar choques, por isso tendemos a não acreditar nas descargas
eletrostáticas. Para danificar um chip de memória ou um processador,
bastam algumas dezenas de volts.

Os estragos causados pelas descargas eletrostáticas


Descargas eletrostáticas podem causar dois tipos de falhas: catastróficas e
latentes. As falhas catastróficas são as mais fáceis de serem percebidas. A
placa, chip ou disco rígido simplesmente não funcionam, mesmo quando
novos. O usuário compra um módulo de memória, o vendedor o toca com
as mãos. Talvez tenha queimado. O usuário vai instalar o módulo e a
memória não funciona. Sendo imediatamente percebida esta falha, o usuário
pode ir à loja e solicitar a troca (azar do dono da loja). As falhas latentes são
bem piores. O equipamento funciona aparentemente bem, mas depois de
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-5
alguns meses, semanas ou até dias, a falha é manifestada, de forma
permanente ou intermitente.

Os fabricantes avisam
Todos os chips, placas e discos rígidos possuem avisos dos seus fabricantes,
alertando sobre os perigos da eletricidade estática. Todos os fabricantes, sem
exceção, dão este aviso.

Figura 22.1
Etiquetas com advertências sobre a eletricidade
estática.

Influência da umidade relativa do ar


É errado pensar que as descargas eletrostáticas só ocorrem quando o clima é
seco. Andar em um carpete pode gerar tensões de 3500 volts se a umidade
relativa do ar estiver baixa, ou de apenas 1500 volts se a umidade estiver
alta. Esta tensão é mais que suficiente para danificar qualquer chip.

Porque não sentimos choque


Felizmente não sentimos choque na maior parte das descargas eletrostáticas.
Tendemos a não acreditar no perigo devido à ausência de choque. A
duração das descargas é tão pequena (bilionésimos de segundo) que não
permite estabelecer uma corrente elevada, mesmo sendo a tensão tão alta.
Ainda assim é suficiente para danificar os minúsculos transistores que
formam os chips.

Como proteger os circuitos


22-6 Hardware Total
É muito fácil evitar as descargas eletrostáticas. Não dá trabalho algum, é só
uma questão de cuidado. Vendedores devem manter os produtos dentro das
suas embalagens anti-estáticas. Ao retirá-los da embalagem, devem sempre
segurar as placas pelas bordas, sem tocar nos chips e conectores. Um disco
rígido deve ser segurado pela sua carcaça, e não pela placa de circuito.
Processadores devem ser seguros sem que toquemos nos contatos metálicos.
Técnicos e usuários devem tomar os mesmos cuidados, mas como
manuseiam os componentes durante muito tempo, precisam ainda realizar
uma descarga de segurança. Para isso basta tocar com as duas mãos um
corpo metálico, como o gabinete ou a fonte do computador, antes de realizar
as instalações de hardware. Um bom laboratório de manutenção deve ter
pulseiras anti-estáticas para os seus técnicos.

Figura 22.2
Pulseira anti-estática e sua utilização.

O ideal é que você utilize a pulseira anti-estática ao manusear componentes


de hardware. Além disso, é preciso seguir as regras apresentadas aqui:

1) Antes de manusear os equipamentos, toque suas duas mãos em uma


janela metálica, não pintada. Se isto não for possível, toque com as duas
mãos a fonte de alimentação do computador. Se a fonte for pintada, toque
em outra parte do interior do gabinete que seja de metal, e não pintada
(figura 3). Repita esta descarga a cada 15 minutos.
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-7
Figura 22.3
Descarregando a eletricidade estática.

2) Segure as placas pelas suas bordas laterais. A figura 4 mostra a forma


correta e a forma errada de segurar uma placa. Um disco rígido deve ser
segurado pela sua carcaça metálica. A figura 5 mostra a forma correta e a
forma errada de segurar um disco rígido. Módulos de memória e
processadores também devem ser segurados pelas laterais, sem tocar nos
seus contatos metálicos.

Figura 22.4
Forma certa e errada de segurar uma
placa.

Figura 22.5
Forma certa e errada de segurar um
disco rígido.

O que acompanha cada peça


Ao comprar as diversas peças envolvidas na montagem de um PC, é preciso
exigir os seus manuais, disquetes, cabos e demais acessórios. Este material
22-8 Hardware Total
será necessário para obter sucesso na montagem. Mesmo micros que são
vendidos prontos devem ser acompanhados dos manuais e disquetes de suas
placas. Vejamos então o que deve acompanhar cada módulo.

Placa de CPU
Este é o módulo que possui o maior número de acompanhantes. São eles:

 Manual da placa de CPU


 2 cabos flat IDE
 Cabo flat para drives
 Cabos das interfaces seriais e paralelas (nas placas padrão AT)
 Conectores VGA (em placas AT com vídeo onboard)
 Conectores de som (em placas AT com som onboard)
 CD com software de apoio e drivers da placa de CPU
 Mecanismos de fixação do processador

O manual da placa de CPU traz todas as informações necessárias à sua


montagem, instalação de memórias, instalação de um novo processador e
como realizar o CMOS Setup. São ainda fornecidos os cabos flat para dar
acesso às interfaces IDE e interface de drives. Placas padrão ATX possuem
as interfaces seriais e paralelas acessíveis por conectores na sua parte traseira,
mas as do padrão AT possuem conectores auxiliares para essas interfaces.

Placas de CPU ATX com vídeo onboard possuem um conector VGA (DB-
15) localizado na sua parte traseira. Já as placas AT com vídeo onboard
utilizam uma extensão VGA. Da mesma forma, placas ATX com som
onboard possuem na sua parte traseira as conexões de áudio e do joystick.
As placas de CPU AT, quando possuem som onboard, são acompanhadas
de um conector de som, como o mostrado na figura 6.

Figura 22.6
Conectores para som, que
acompanham placas de CPU AT com
som onboard.
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-9

As placas de CPU modernas são ainda acompanhadas de um CD-ROM com


software de apoio. Podemos encontrar diversos tipos de software:

 Drivers de vídeo para Windows e outros sistemas operacionais, no


caso de placas de CPU com vídeo onboard.
 Drivers de som, para placas de CPU com som onboard.
 Drivers de rede, para placas de CPU com “rede onboard”
 Drivers de modem, para placas de CPU com modem onboard
 Driver Ultra DMA
 AGP Miniport Driver
 Drivers do chipset
 Software para monitoração de temperatura e voltagem.

Figura 22.7
Conectores das interfaces seriais e
paralelas que acompanham as placas
padrão AT.

Assim como ocorre com qualquer placa de vídeo e placa de som, as placas
de CPU que englobam circuitos de vídeo e som necessitam de drivers
apropriados para que esses circuitos funcionem.

As placas de CPU cujas interfaces IDE são capazes de operar nos modos
ATA-33, ATA-66 e ATA-100 são acompanhadas de um driver que ativa
esses modos de operação. As versões mais recentes do Windows possuem
drivers similares, mas quando a placa de CPU possui um chipset mais novo,
não suportado pelo Windows, é preciso utilizar o driver que o fabricante
fornece neste CD.

Muitas placas são acompanhadas de um software de monitoração, através do


qual vários itens do seu funcionamento são checados: temperatura do
processador, temperatura do interior do gabinete, velocidade de rotação dos
coolers, quantidade de memória livre, espaço em disco, tensões geradas pela
22-10 Hardware Total
fonte, tensões que alimentam o processador, etc. Quando são detectadas
condições críticas, este software informa ao usuário, que pode providenciar o
fechamento dos programas em execução antes que o problema se torne mais
sério, ou até mesmo desligar o computador. Desta forma é reduzida a chance
de perda de dados.

Placa de vídeo
Esta placa em geral é acompanhada do seguinte material:

 Manual da placa
 CD-ROM com drivers SVGA e utilitários
 Algumas são acompanhadas de jogos e outros softwares

Nem sempre o manual é necessário para a montagem do computador, mas


sempre existem informações técnicas valiosas. Por exemplo, certas placas
antigas permitem a instalação de mais memória de vídeo. Podem ser
expandidas de 1 MB para 2 ou 4 MB. As instruções para esta expansão estão
explicadas no seu manual. Existem também tabelas que mostram os modos
gráficos que a placa pode utilizar. Tais informações podem ser úteis para
regular o funcionamento da placa, com o objetivo de aproveitar melhor os
recursos do monitor.

No CD-ROM que acompanha a placa de vídeo, é possível encontrar, além


de utilitários que permitem o seu controle, drivers para habilitar o seu funcio-
namento em vários sistemas operacionais.
Disco rígido
O disco rígido é em geral acompanhado de:

 Manual
 Disquete com driver LBA

O manual é sempre muito importante. Certos modelos de disco rígido pos-


suem estampadas na sua carcaça um resumo das informações mais impor-
tantes do seu manual. O disquete com o driver LBA é necessário apenas
para fazer a instalação em PCs com BIOS antigos. As antigas versões de
BIOS disponíveis não eram capazes de operar diretamente com discos
rígidos com capacidades acima de 504 MB. Os fabricantes de discos rígidos
passaram então a fornecer um disquete com um software que adiciona a
função LBA (Logical Block Address), permitindo o uso de discos IDE com
até cerca de 8 GB. As atuais placas de CPU já possuem no BIOS a função
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-11
LBA, e portanto podem acessar discos IDE acima de 504 MB, sem a ne-
cessidade do uso deste driver. Por isso, muitos fabricantes deixaram de
fornecer este disquete, mas oferecem este software através da Internet.

Depois que a função LBA foi implantada, os BIOS dos PCs passaram a
permitir acessos a discos rígidos de até 2 GB. Logo surgiram discos com
capacidades acima de 1 GB, e a nova barreira ficou próxima. Novas
alterações na função LBA tornaram o BIOS capaz de acessar discos com
capacidades maiores que 2 GB, podendo chegar até 8,4 GB. Surgiram então
discos com 2,5 GB, 3 GB, 4 GB. Já no início de 1998, discos de 4 GB eram
comuns, e começavam a chegar ao mercado, modelos de 6 GB e 8 GB,
aproximando-se então da barreira dos 8 GB. Os BIOS das placas de CPU
desta época já incluíam suporte para discos rígidos com capacidades acima
de 8 GB. Por outro lado, se for necessário utilizar um disco com capacidade
maior que esta, em PCs com BIOS que só permitem chegar a 8 GB, será
preciso instalar um software de apoio que acompanha o disco rígido. São
programas como o Disk Manager e o EZ Drive, os mesmos que no final de
1994 permitiam aos PCs com BIOS antigos, ultrapassar a barreira dos 504
MB. Se a sua placa de CPU é nova (posterior a jan/1998), certamente o seu
BIOS já permite acessar discos com mais de 8 GB, e você não precisará
utilizar o disquete que o acompanha, ou então fazer uma atualização de
BIOS.

OBS.: Os fabricantes de placas de CPU oferecem atualizações de BIOS, através da Internet.


As memórias ROM que são usadas nas placas de CPU modernas são do tipo Flash ROM, ou
seja, podem ser reprogramadas eletricamente pelo próprio usuário, através de software
apropriado, fornecido pelo seu fabricante. Se você conhece o endereço do site na Internet do
fabricante da sua placa de CPU, pode fazer o download da nova versão de BIOS para a sua
placa. Sua placa de CPU passará então a contar com novos recursos, como por exemplo, o
suporte a discos IDE com mais de 8 GB.

Drive de CD-ROM
Praticamente todos os drives de CD-ROM são acompanhados de um
manual, além de um disquete com drivers que permitem o seu
funcionamento no modo MS-DOS. Este é um erro freqüentemente cometido
por quem instala um drive de CD-ROM pela primeira vez. Não é preciso, e
nem é recomendável utilizar o driver existente neste disquete, pois o
Windows já possui seus drivers nativos para controlar o drive de CD-ROM.
Confira então o material que acompanha o seu drive:

 Manual
 Disquete com driver para MS-DOS
 Cabo de áudio
22-12 Hardware Total

 Cabo flat IDE


 Parafusos de fixação

Monitor
Junto com o monitor é fornecido um manual com características técnicas.
Em geral o monitor não requer nenhum tipo especial de configuração. Basta
conectá-lo à placa SVGA e estará pronto para funcionar. Entretanto, as
informações do seu manual são extremamente úteis. Por exemplo, existem
indicações sobre as suas freqüências horizontais e verticais de funcionamento,
o que facilita a regulagem da placa SVGA para obter a melhor imagem
possível no monitor.

Os monitores modernos são Plug-and-Play. São detectados pelo Windows, e


a seguir seus drivers são instalados. Esses drivers informam ao Windows as
freqüências e resoluções suportadas, bem como o funcionamento dos modos
de economia de energia. Alguns monitores são acompanhados de um
disquete com seus drivers. Se o Windows não tiver drivers para o seu
monitor, você pode usar os existentes neste disquete.

Mouse
Para funcionar em ambiente Windows, o mouse não requer, em geral, ne-
nhum software especial. Mesmo assim, algumas vezes o mouse é acom-
panhado de um disquete com um software que permite o uso de seus três
botões, já que os drivers para Windows em geral dão acesso a apenas dois
botões. Também é fornecido neste disquete um “driver de mouse para
DOS”. Ele é necessário para fazer com que possa ser usado sob o MS-DOS,
sem a presença do Windows, como por exemplo, em jogos antigos. Se você
não tiver um driver de mouse para o modo MS-DOS, pode utilizar o que
acompanha outro mouse, pois esses softwares em geral são compatíveis entre
si.

Gabinete
Muitos gabinetes possuem na sua parte frontal, um display digital para
indicar o clock do processador. O valor mostrado neste display deve ser
programado pelo próprio usuário, através de instruções existentes no manual
do gabinete. Normalmente este manual consiste em uma única folha com as
instruções para a ligação do display na fonte de alimentação, na placa de
CPU, e para a programação de seus números. Gabinetes sem display em
geral não possuem manual.
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-13
Drive de disquete
Drivers de disquete não são acompanhados de manual algum. Não
necessitam de configurações especiais, nem drivers.

Teclado
Teclados também não são acompanhados de manuais ou drivers, mas
existem algumas exceções. Os chamados teclados multimídia são fornecidos
com um CD-ROM contendo um software que habilita o funcionamento dos
seus botões especiais (Play, Stop, Volume, etc.).

Modem, placa de rede, placa de som


Todas essas placas são fornecidas com manual e um CD ou disquete com
drivers e utilitários. Além do driver, o modem é acompanhado de programas
de comunicação. Um cabo telefônico padrão RJ-11 também acompanha o
modem. Placas de rede são acompanhadas de drivers e em alguns casos,
programas de gerenciamento e diagnóstico de rede. Placas de som são
acompanhadas de drivers, aplicativos sonoros e em alguns casos, jogos.
Algumas placas de som são também acompanhadas de um cabo de áudio
para ligação com o drive de CD-ROM.

Conexão das partes


A conexão das partes que formam um PC é bastante simples, seja no caso
de placas de CPU AT, seja no caso de placas de CPU ATX, seja em
gabinetes horizontais ou verticais, grandes ou pequenos. Vamos inicialmente
mostrar como as diversas peças são interligadas, e na próxima seção veremos
como ficam posicionadas no gabinete.

Conexão das partes em um sistema padrão AT


Podemos ver as conexões na figura 8. Nesta figura estamos representando
um PC completo, com exceção do gabinete. No centro de tudo está a placa
de CPU. Nela estão ligados diversos dispositivos:

 Teclado
 Mouse - na interface COM1
 Impressora - na interface paralela
 Drive de disquetes
 Disco rígido
 Drive de CD-ROM
 Painel frontal do gabinete
22-14 Hardware Total

 Fonte de alimentação

*** 75%
***
Figura
22.8
Ligações em uma
placa de CPU AT

PCs mais antigos apresentam conexões bem parecidas com as mostradas na


figura 8. A principal diferença é a presença da placa IDEPLUS, na qual
ficam ligados os drives de disquetes, o disco rígido, o drive de CD-ROM, ou
mouse e a impressora.

O teclado é ligado diretamente no conector existente na parte traseira da


placa de CPU. O mouse é ligado em uma das interfaces seriais existentes na
placa de CPU (COM1 e COM2), sendo que normalmente é ligado na
COM1. A impressora é ligada na LPT1, a interface paralela existente na
placa de CPU. Tanto o drive para disquetes como o disco rígido e o drive de
CD-ROM são ligados nas respectivas interfaces existentes na placa de CPU,
através de cabos flat apropriados. O ideal é ligar o disco rígido na interface
IDE primária, e o drive de CD-ROM na interface IDE secundária.

Na placa de CPU é feita a conexão da placa SVGA, na qual é ligado o


monitor. Quando a placa de CPU tem vídeo onboard, é usado um conector
auxiliar para ligar a saída de vídeo da placa de CPU até um conector DB-15,
a ser instalado na parte traseira do gabinete.

A fonte de alimentação é ligada à tomada da rede elétrica, e possui uma


saída para a ligação da tomada do monitor. Existem saídas para fornecer
corrente para a placa de CPU, os drives e o disco rígido.
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-15

Conexão das partes em um sistema padrão ATX


Podemos ver as conexões na figura 9. Observe que as conexões são muito
parecidas com as de um sistema AT, exceto pelo formato da placa de CPU,
e pelas conexões existentes na sua parte traseira.

No centro de tudo está a placa de CPU. Nela estão ligados diversos dispo-
sitivos:

 Teclado
 Mouse
 Impressora
 Drive de disquetes
 Disco rígido
 Painel frontal do gabinete
 Fonte de alimentação

*** 100%
***
Figura
22.9
Ligações em uma
placa de CPU ATX.

O teclado é ligado diretamente no conector existente na parte traseira da


placa de CPU. Neste tipo de placa, é usado um conector de teclado padrão
PS/2. O mouse é ligado em uma das interfaces seriais existentes na placa de
CPU (COM1 e COM2), ou então na interface para mouse padrão PS/2. A
impressora é ligada na LPT1, a interface paralela existente na placa de CPU.
Tanto o drive para disquetes de 3½” como o disco rígido e o drive de CD-
ROM são ligados nas respectivas interfaces existentes na placa de CPU,
através de cabos flat apropriados.
22-16 Hardware Total
Ainda na placa de CPU é feita a conexão da placa SVGA, na qual é ligado o
monitor. Esta placa poderá ser do tipo PCI ou AGP, mas preferencialmente
AGP nos sistemas em que é necessário um bom desempenho 3D. Quando a
placa de CPU possui vídeo onboard, o monitor é ligado no conector VGA
existente na parte traseira da placa de CPU, junto aos demais conectores.

A fonte de alimentação é ligada à tomada da rede elétrica, e possui uma


saída para a ligação da tomada do monitor. Existem saídas para fornecer
corrente para a placa de CPU, os drives e o disco rígido.

Etapa 1: Preparativos
Começamos agora a montagem propriamente dita. Esta é uma etapa mais de
preparação do que de montagem. Mãos à obra!

1) Abra o gabinete, o que normalmente é feito pela remoção de parafusos


localizados na sua parte traseira.

Figura 22.10
Abrindo o gabinete.

2) Conecte a fonte de alimentação na chave liga-desliga (nos gabinetes AT).


Normalmente esta conexão já vem feita de fábrica, mas caso não esteja feita,
use as instruções existentes na etiqueta da fonte de alimentação para ligar os
4 fios da chave liga-desliga.
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-17
Figura 22.11
Ligando a fonte de alimentação AT na
chave liga-desliga do gabinete. Na fonte
de alimentação existe uma etiqueta com
as instruções.

3) Conecte o display do gabinete na fonte de alimentação.

Figura 22.12
Ligação do display na fonte de
alimentação.

4) Identifique os conectores do painel do gabinete: Reset, Speaker, etc.


Normalmente os nomes estão indicados no conector interno, mas caso não
estejam, será preciso seguir os fios até o painel para descobrir qual é o Reset,
qual é o Speaker, etc.
22-18 Hardware Total
Figura 22.13
Identificando os conectores do painel.

5) Separe os manuais das placas, do gabinete e do disco rígido.

6) Identifique no manual da placa de CPU onde estão explicadas as cone-


xões do painel frontal do gabinete. Identifique na própria placa de CPU
quais são esses pontos de conexão.

Figura 22.14
Instruções para conectar o painel do
gabinete na placa de CPU.

7) Identifique no manual da placa de CPU onde está explicado o CMOS


Setup.

8) Separe os parafusos que acompanham o gabinete. A maioria deles recai


em duas categorias distintas, que aqui chamamos de Classe 1 e Classe 2.
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-19
Figura 22.15
Parafusos do gabinete.

9) Correlacione os furos existentes no gabinete com os furos existentes na


placa de CPU. Identifique quais furos usarão parafusos hexagonais e quais
usarão espaçadores plásticos. Coloque espaçadores plásticos nos furos
apropriados da placa de CPU. Note que existem alguns espaçadores plásticos
que possuem rosca na parte inferior, como se fossem parafusos de plásticos.
Esses espaçadores devem ser instalados no gabinete, e a placa de CPU será
posteriormente encaixada sobre eles.

Figura 22.16
Furos do gabinete.

10) Prenda no gabinete os parafusos hexagonais que irão fixar a placa de


CPU.
22-20 Hardware Total
Figura 22.17
Fixando os parafusos hexagonais.

11) Retire todas as 8 lâminas que tampam as fendas da parte traseira do


gabinete, para que possam ser alojadas as placas de expansão. Em alguns
casos, esta providência pode não ser necessária, pois alguns fabricantes
fornecem as lâminas em separado, dentro da caixa onde ficam os parafusos e
demais acessórios.

*** 35% ***


Figura 22.18
Retirando as lâminas traseiras do gabinete.

12) Com a ajuda de uma chave de fenda, abra as fendas localizadas na parte
traseira do gabinete, próprias para a fixação dos conectores das interfaces
seriais e da paralela (nos gabinetes AT).
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-21
*** 35% ***
Figura 22.19
Fendas para os conectores das portas seriais e paralelas.

13) Configure os jumpers da placa de CPU que definem o clock interno e


externo, e a voltagem do processador. Cheque se os demais jumpers da
placa precisam ser reconfigurados. Habilite o jumper que ativa o
fornecimento de corrente da bateria para o CMOS.

*** 75%
***
Figura
22.20
Configure os jumpers
da placa de CPU.

14) No caso de placas de CPU para processadores em forma de cartucho


(Slot 1 ou Slot A), faça a montagem das bases de sustentação do processador
e do dissipador.
22-22 Hardware Total
Figura 22.21
Mecanismo de sustentação do cartucho.

15) Instale o processador no seu soquete.

Figura 22.22
Instalando o processador.

16) Acople o cooler no processador. Aplique um pouco de pasta térmica


entre o processador e o cooler.
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-23
Figura 22.23
Cooler acoplado no processador.

17) Identifique no manual da placa de CPU onde é explicada a instalação de


memórias. Instale as memórias na placa, de acordo com as instruções do seu
manual. Preencha inicialmente o banco 0, normalmente indicado como
DIMM-0 no manual da placa de CPU.

Figura 22.24
Instale as memórias.

18) Identifique na placa de CPU os conectores nos quais serão encaixados


cabos flat. São os conectores das interfaces IDE e da interface de drives. No
caso de placas de CPU padrão AT, existem ainda os conectores da interface
paralela e das seriais. Observe que existem dois conectores IDE, e caso você
utilize apenas uma das interfaces IDE existentes na placa de CPU, deve ser
dada preferência à interface primária. Em todos os conectores que receberão
cabos flat, identifique a posição do pino 1, através de inspeção visual direta
ou através do diagrama desenhado no manual da placa de CPU.
22-24 Hardware Total
Figura 22.25
Conectores IDE e do drive de disquetes.

19) Identifique os cabos flat que você irá usar: o da interface IDE, o da inter-
face de drives, das seriais e da paralela. Observe o fio vermelho de cada um
desses cabos, que deverão corresponder ao pino 1 dos respectivos
conectores.

Figura 22.26
Cabos flat IDE.

20) Identifique no drive de disquetes, no disco rígido e no drive de CD-


ROM, a posição do pino 1 de seus conectores. Isto pode ser feito por
inspeção visual direta. No caso do disco rígido, podemos ainda consultar o
seu manual, onde normalmente existe um desenho que traz, entre outras
informações, a localização do pino 1.
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-25
Figura 22.27
Verifique a posição do pino 1.

21) Teste os parafusos que serão usados para fixar o drive de disquetes, o
disco rígido e o drive de CD-ROM. Basta colocar os parafusos nas suas
partes laterais. Feito isto, separe esses parafusos para que sejam usados no
momento da fixação.

Figura 22.28
Teste os parafusos.

22) Teste os parafusos que serão usados para fixar as placas de expansão.
Basta colocá-los nos seus locais e depois retirá-los. Separe-os para que sejam
usados no momento oportuno.
22-26 Hardware Total
Figura 22.29
Teste os parafusos para fixar as placas de
expansão.

23) Identifique os conectores que partem da fonte de alimentação. Observe


que existem conectores de 4 pinos para alimentar os drives e o disco rígido.
No caso de fontes AT, existem dois conectores de 6 pinos para alimentar a
placa de CPU. No caso de fontes ATX, a placa de CPU é alimentada por
um conector de 20 pinos. As fontes ATX12V possuem ainda dois conectores
adicionais, um para 12V e outro para as tensões de +5V e +3,3V. Este tipo
de fonte é mais usada em PCs equipados com o Pentium 4, mas estão se
tornando bastante comuns e usadas também em outras plataformas.

Figura 22.30
Conectores da fonte de alimentação.

24) Cuidado para não cortar as mãos nas arestas metálicas do interior do
gabinete.

25) Muitas fontes de alimentação possuem na sua parte traseira uma chave
seletora 110 volts / 220 volts. Posicione esta chave de acordo com a voltagem
da sua rede elétrica. Se você esquecer este detalhe poderá perder muito
tempo quebrando a cabeça, ou na pior das hipóteses pode queimar a fonte e
as placas do computador.
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-27

*** 35% ***


Figura 22.31
Chave 110/220.

26) Em muitos gabinetes existe um display digital que serve para indicar o
clock do processador. Entretanto, este display não é um medidor de clock,
ou seja, não mostra de forma automática o clock. Programe o display de
acordo com as instruções do seu manual.

27) Será preciso abrir caminho para introduzir a placa de CPU. Em gabinetes
horizontais, podemos em geral colocá-la no lugar sem obstrução de partes do
gabinete. Em gabinetes tipo mini-torre, em geral será preciso retirar uma das
tampas da sua parte inferior, através da remoção de parafusos (figura 32). Em
certos modelos de gabinete, a tampa inferior é fixa, mas a peça onde são
alojados o disco rígido e o drive de disquetes é removível, através de um
parafuso (figura 33). Finalmente, existem gabinetes torre que possuem uma
tampa lateral removível. Esta tampa é removida para permitir a fixação da
placa de CPU (figura 34). Uma vez fixada a placa de CPU, esta tampa é
aparafusada novamente ao gabinete. Existem ainda casos de gabinetes muito
espaçosos que não requerem nenhum tipo de remoção para dar passagem à
placa de CPU. Você deverá observar o seu gabinete e verificar se a placa de
CPU pode ser introduzida diretamente ou se é preciso abrir caminho através
de um dos métodos mostrados aqui.
22-28 Hardware Total
Figura 22.32
Retirando a tampa inferior do gabinete
torre para dar espaço à introdução da
placa de CPU.

Figura 22.33
Removendo o painel interno dos drives
de 3½” para dar espaço à introdução
da placa de CPU.

Figura 22.34
Gabinete torre com tampa lateral
removível.

28) No caso de gabinetes AT, ligue o display (caso o possua) na fonte de


alimentação. Feito isto, você poderá ligar a fonte na rede elétrica e ligar o
gabinete. Verifique se o display digital está aceso. Não se preocupe com o
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-29
número que for mostrado. Caso o display acenda, significa que tanto o
display como a chave liga-desliga estão corretamente acoplados à fonte. Feito
este teste, desligue o gabinete e desconecte a fonte da rede elétrica.

29) É muito importante lembrar que a montagem deve ser feita com o
computador desligado da tomada. A tomada deve ser ligada na rede elétrica
apenas ao término da montagem. Se for necessário alterar alguma conexão,
devemos, antes de mais nada, desligar o computador através da chave liga-
desliga. Para uma segurança ainda maior, podemos desligar a tomada da
rede elétrica. Qualquer conexão ou remoção de placas, cabos e chips deve
ser realizada com o computador desligado.

Interior dos gabinetes


Nesta primeira etapa da montagem, você já estará lidando com o gabinete.
Existem gabinetes de vários tipos e tamanhos. Essas diferenças são um
pequeno obstáculo para quem quer aprender a montar um computador, mas
não chega a ser uma dificuldade séria. Apesar de todas as diferenças, os
diversos modelos de gabinetes são bastante parecidos. Os principais tipos de
gabinetes são:

AT horizontal
AT mini-torre
AT midi-torre
AT torre grande
ATX horizontal
ATX mini-torre
ATX midi-torre
ATX torre grande

Quando um gabinete é muito compacto, a montagem não chega a ficar


difícil, porém é mais trabalhosa. Ficamos com menos espaço para trabalhar,
e freqüentemente precisamos retirar peças para ter acesso às placas e
conectores. Por exemplo, em certos gabinetes é preciso retirar a fonte de
alimentação para ter acesso ao processador.
22-30 Hardware Total
*** 75%
***
Figura
22.35
Diferenças entre um
gabinete horizontal
e um vertical.

A figura 35 mostra a diferença básica entre um gabinete horizontal e um


vertical. Quando o gabinete vertical é colocado na posição deitada, ele fica
com uma disposição muito semelhante à do modelo horizontal. Em ambos
os casos, a parte esquerda é usada para alojar a placa de CPU e as placas de
expansão. Na parte direita temos a fonte de alimentação (parte traseira) e os
locais para a instalação do drive de CD-ROM, drive de disquetes e disco
rígido (parte frontal).

*** 75%
***
Figura
22.36
Diferenças entre
modelos AT e ATX

Também bastante sutis são as diferenças entre gabinetes AT e ATX. A figura


36 mostra dois modelos bastante parecidos. Observe que o modelo ATX
possui uma fenda na sua parte traseira, na qual será encaixado o bloco de
conectores existente na placa de CPU ATX. Também são diferentes as
formas de ligar a fonte de alimentação AT e a fonte ATX. A fonte AT é
ligada através de uma chave liga-desliga da qual partem 4 fios que vão
diretamente à fonte. A fonte ATX é ligada através de uma chave de baixa
corrente, da qual partem dois fios com um pequeno conector que é ligado na
placa de CPU. Você poderá ainda ficar surpreso ao encontrar uma
combinação bastante estranha, a princípio: gabinete AT com fonte ATX.
Eles são destinados a placas de CPU padrão AT que possuem dois
conectores de alimentação, sendo um AT e outro ATX. Este tipo de placa
pode portanto ser alimentada por uma fonte ATX, mesmo sendo instalada
em um gabinete AT.
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-31

Figura 22.37
Conectores de alimentação AT e ATX na
mesma placa de CPU.

Muitas vezes os gabinetes compactos oferecem dificuldades para a instalação


da placa de CPU. Em alguns modelos mini-torre é preciso remover uma
tampa inferior. Em outros casos é preciso retirar a bandeja na qual são fixos
o drive de disquetes e o disco rígido. Em outros casos é preciso remover a
chapa lateral do gabinete, na qual é montada a placa de CPU. Esses três
casos foram mostrados nas figuras 32, 33 e 34 da seção anterior.

A figura 38 mostra um outro caso. Trata-se de um gabinete mini-torre ATX,


muito baixo para comportar ao mesmo tempo a placa de CPU e a fonte lado
a lado. Para que ficasse bem compacto, seu fabricante optou por colocar a
fonte sobreposta à placa de CPU. Desta forma é preciso retirar a fonte de
alimentação para ter acesso ao processador e às memórias.

Figura 22.38
Neste gabinete é preciso retirar a fonte
de alimentação para ter acesos ao
processador.
22-32 Hardware Total
Gabinetes verticais são produzidos com diversas alturas. A diferença entre
eles é bastante sutil. O compartimento para a instalação das placas é o
mesmo. O que varia é o número de locais para a instalação de drives. Nos
gabinetes maiores, os drives e a fonte de alimentação podem ficar mais
afastados da placa de CPU. A figura 39 mostra um gabinete torre tamanho
grande (full tower). Além de apresentar maior espaço interno, este gabinete
possui locais para instalação de vários drives, além de locais para instalação
de ventiladores adicionais.

*** 75%
***
Figura
22.39
Gabinete torre
grande.

Como vemos, existem muito mais semelhanças que diferenças entre os vários
modelos de gabinetes. Por isso quem está acostumado a montar PCs com um
tipo de gabinete, certamente terá facilidade para fazer o mesmo com outros
tipos de gabinetes. Mesmo assim, não se preocupe. Neste capítulo
mostraremos as etapas da montagem ilustrando as diversas situações, em
função das pequenas diferenças entre os gabinetes.

Etapa 2: Montagem da placa de CPU


Neste ponto a placa de CPU já estará com o processador e o cooler
instalados (exceto no caso do Pentium 4, que deve ser instalado depois que a
placa de CPU já está fixa ao gabinete). As memórias já estão instaladas e os
jumpers estão corretamente configurados.

Preparação prévia do gabinete


Você também já preparou o gabinete para receber a placa de CPU. Podem
ter ocorrido diversas situações, dependendo do formato e do tamanho do
gabinete:
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-33

1) Remoção da bandeja que aloja o disco rígido e o drive de disquetes


2) Remoção do fundo do gabinete
3) Remoção da chapa onde a placa de CPU será fixada
4) Remoção da fonte para abrir caminho para a placa de CPU

*** 75%
***
Figura
22.40
Abrindo caminho
para a placa de CPU.
O processo a ser
usado depende do
tipo e do tamanho
do gabinete.

Existem gabinetes que são tão espaçosos que não precisam de providências
especiais para a colocação da placa de CPU. É o caso dos gabinetes torre
tamanho grande (full tower ou “torrão”), de alguns gabinetes torre tamanho
médio, e alguns gabinetes horizontais.

O gabinete neste ponto já deverá estar com os parafusos hexagonais


instalados. Alguns gabinetes são acompanhados de parafusos plásticos. Esses
parafusos devem ser fixados no gabinete, e a seguir a placa de CPU é
encaixada sobre os mesmos.
22-34 Hardware Total
Figura 22.41
Parafusos metálicos hexagonais e
parafusos plásticos.

Fixação da placa de CPU


Finalmente fixamos a placa de CPU ao gabinete. Normalmente nos modelos
ATX, basta apoiar a placa sobre os parafusos metálicos hexagonais e se for o
caso, encaixá-la nos parafusos plásticos. Em alguns gabinetes são usados
espaçadores plásticos, que devem ser encaixados na placa de CPU e a seguir
introduzidos em fendas existentes no gabinete. Use a seguir parafusos com
arruelas isolantes para fixar a placa de CPU. Devem ser aparafusados sobre
os parafusos metálicos hexagonais.

Figura 22.42
Espaçadores plásticos devem ser
encaixados na placa de CPU e depois
introduzidos nas fendas do gabinete.
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-35
*** 100%
***
Figura
22.43
Parafusos com
arruelas isolantes
devem ser fixados
sobre os parafusos
hexagonais.

Colocação do painel dos conectores ATX


Placas de CPU ATX possuem na sua traseira, um bloco de conectores. Esses
conectores devem ser adaptados a uma chapa metálica, contendo encaixes
para os mesmos. Em alguns gabinetes, esta chapa metálica é fixa, mas este
procedimento é raro, já que podem existir diferentes configurações de
conectores. Muitos gabinetes são acompanhados de uma, duas e até três
chapas com diferentes furações, visando compatibilidade com as diversas
configurações de conectores. Finalmente, muitas placas de CPU são
acompanhadas de uma chapa com a furação exata para os seus conectores.
Este é o tipo mais indicado a ser instalado.

Ao fixar a placa de CPU no gabinete, temos antes que verificar como este
painel será montado. Em alguns casos, o painel deve ser colocado no
gabinete pela sua parte interna, antes de ser instalada a placa de CPU. Em
outros casos o painel é montado e aparafusado pela parte traseira externa do
gabinete, o que deve ser feito depois que a placa de CPU já está montada.

*** 75% ***


Figura 22.44
A chapa metálica que cobrirá
os conectores de uma placa
ATX pode, dependendo do
caso, ser montada
internamente ou externamente.

Caminho para fixar os drives


Os drives de disquetes, disco rígido e drive de CD-ROM serão colocados na
etapa seguinte, depois que a placa de CPU já está fixa ao gabinete.
Entretanto existem alguns casos em que os drives precisam ser instalados
antes da placa de CPU. É quando o gabinete é muito compacto e a placa de
CPU é muito comprida. Isto ocorre especificamente em gabinetes torre. A
placa de CPU pode obstruir uma das partes laterais dos drives, tornando
impossível aparafusá-los adequadamente. Muitos montadores de PCs só
22-36 Hardware Total
percebem isso depois que a placa de CPU já está fixa ao gabinete, e por
preguiça, acabam aparafusando os drives apenas de um dos lados. O
procedimento correto é aparafusar os drives de ambos os lados. Portanto,
antes de instalar a placa de CPU no gabinete, verifique se depois que ela
estiver fixa será possível acessar ambas as partes laterais de todos os drives.
Se você concluir que uma das partes laterais vai ficar inacessível, então
instale os drives antes da placa de CPU.

*** 75% ***


Figura
22.45
Às vezes a placa de CPU
pode obstruir a parte
lateral dos drives. Neste
caso os drives devem ser
instalados antes da placa
de CPU.

Fixação do Pentium 4
O processador Pentium 4, seu mecanismo de retenção e seu cooler devem
ser instaldos depois que a placa de CPU está fixada no gabinete. Antes da
placa ser instalada, devem ser colocados os 4 parafusos hexagonais
mostrados na figura 46.

*** 35% ***


Figura 22.46
Os parafusos hexagonais nos quais serão presos o cooler e o mecanismo
de fixação do Pentium 4.

Depois que a placa está no seu lugar, instalamos o mecanismo de retenção e


o cooler, como mostra a figura 47.
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-37
Figura 22.47
Fixando o Pentium 4 e o seu cooler.

Conexões na placa de CPU


Se você precisou retirar a fonte para instalar a placa de CPU, pode
aparafusar a fonte de alimentação no seu local definitivo. Conecte a fonte de
alimentação na placa de CPU. A figura 48 mostra esta conexão. No caso de
fontes ATX, não há perigo de inversão, pois o conector só encaixa da forma
correta. No caso de fontes AT, é preciso tomar cuidado para não errar a
posição. Ligue os dois conectores de 6 vias que partem da fonte AT ao
conector de 12 vias existente da placa de CPU. Faça a ligação de forma que
os 4 fios pretos fiquem juntos na parte central do conector.

Figura 22.48
Conectando a fonte de alimentação na
placa de CPU.

Faça a conexão do RESET e do SPEAKER na placa de CPU. Nos modelos


ATX, ligue também o conector Power Switch. Não precisa ligar agora as
demais conexões, mas se quiser pode ligá-las também: Power LED, IDE LED
e Keylock.
22-38 Hardware Total
*** 35% ***
Figura 22.49
Ligações para o Painel frontal do gabinete.

Ligue o cooler frontal do gabinete. Este é um cooler adicional que deve ser
usado com os processadores que esquentam muito, tipicamente aqueles que
dissipam mais de 30 watts. Todas as placas de CPU modernas possuem uma
conexão Chassis FAN, que deve ser usada para este propósito. Não
confunda com o conector CPU FAN, que deve ser usado para o cooler do
processador.

Figura 22.50
Ligação do cooler frontal do gabinete.

Mesmo quando o processador dissipa menos de 30 watts, pode ser


interessante instalar um cooler frontal, caso o PC tenha outros dispositivos
que dissipam muito calor, como um gravador de CDs e uma placa 3D. No
caso de placas de CPU antigas que não possuem conexões para coolers,
você pode ligar o cooler frontal diretamente na fonte de alimentação.
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-39
*** 75% ***
Figura 22.51
Tipos de conexões para o
cooler do processador.

A figura 51 mostra na parte (A), a conexão de um cooler para processador,


ligado na placa de CPU. Todos os modelos modernos são deste tipo. Em (B)
vemos um modelo de cooler antigo, que era ligado na fonte de alimentação.

Rápida checagem e ligação do computador


O computador já pode ser ligado pela primeira vez. Ele ainda não vai
funcionar, mas você já poderá ver os ventiladores girando, e a seguir o
SPEAKER emitirá beeps, indicando a ausência de placa de vídeo. Antes de
liga-lo, verifique mais uma vez:

 Fonte de alimentação com a chave 110/220 na posição correta


 Fonte de alimentação ligada na placa de CPU
 Conectores Speaker, Reset e Power Switch ligados corretamente
 Processador instalado e cooler acoplado ao processador
 Cooler ligado no conector CPU FAN da placa de CPU
 Coolers de modelos antigos devem ser ligados na fonte de
alimentação
 Módulos de memória corretamente instalados

Feitas essas checagens, o computador pode ser conectado à rede elétrica e


ligado. Os coolers irão funcionar e ouviremos um BEEP vindo do PC
Speaker. Este BEEP é um código de erro que indica que “a placa de vídeo
não está funcionando”. Se a placa de CPU tiver vídeo onboard, outro tipo de
erro pode ser apresentado, através de uma seqüência de beeps, indicando
“teclado não conectado” ou “erro no acesso a disco”. Seja qual for o tipo de
erro, é normal neste ponto. O erro reportado através de BEEPS pelo PC
Speaker indica que a placa de CPU está funcionado. Desligue o computador
e desconecte-o da rede elétrica.

Etapa 3: Montagem dos drives


Esta etapa não depende do fato do gabinete ser AT ou ATX. As pequenas
diferenças dependem muito mais do fato do gabinete ser horizontal e
22-40 Hardware Total
vertical. Mesmo considerando gabinetes do mesmo tipo (horizontal ou
vertical), pequenas diferenças ainda podem ocorrer, como mostraremos aqui.

Gabinetes espaçosos possuem vários locais para a instalação de drives.


Gabinetes muito compactos possuem apenas um local para instalar o disco
rígido, um para o drive de disquetes e um para o drive de CD-ROM.
Escolha os locais corretos, levando em conta a melhor disposição de cabos e
a melhor dissipação de calor. Por exemplo, se você utilizar um gabinete
espaçoso, deixe um espaço livre entre o disco rígido e o drive de disquetes.
Isto facilitará a dissipação do calor gerado pelo disco rígido. Se o gabinete
for muito compacto, provavelmente você não terá escolha. O aquecimento
poderá ser maior que o ideal.

Nos gabinetes torre, o drive de disquetes e o drive de CD-ROM são


introduzidos pela parte frontal, e a seguir aparafusados pelos seus furos
laterais. A figura 52 mostra a montagem de um drive de CD-ROM em um
gabinete torre. Lembre-se que o drive de CD-ROM utiliza três cabos: cabo
de alimentação, cabo flat e cabo de áudio. Se quiser pode conectar o cabo
flat IDE e o cabo de áudio na parte traseira do drive de CD-ROM, antes de
colocá-lo no gabinete.

*** 75%
***
Figura
22.52
Fixando o drive de
CD-ROM em um
gabinete torre.

A figura 53 mostra a instalação do drive de disquetes em um gabinete torre.


Assim como ocorre com o drive de CD-ROM, o drive de disquetes deve ser
introduzido pela parte frontal e aparafusado por seus furos laterais. Se achar
conveniente pode conectar o cabo flat no drive de disquetes antes de
introduzi-lo no gabinete.
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-41
*** 75%
***
Figura
22.53
Montando o drive de
disquetes.

A figura 54 mostra a montagem do disco rígido em um gabinete torre. O


disco é introduzido pela parte interna e a seguir aparafusado pelas laterais.
Tanto para o disco rígido como para o drive de disquete e drive de CD-
ROM, devemos utilizar dois parafusos de cada lado para a fixação.

*** 75%
***
Figura
22.54
Montando o disco
rígido em um
gabinete torre.

O processo de montagem em gabinetes torre pode ter pequenas variações.


Em certos gabinetes torre muito compactos, é preciso retirar a bandeja na
qual são montados o drive de disquetes e o drive de CD-ROM, para dar
acesso à placa de CPU. Esses drives podem ser montados na bandeja, e
depois de aparafusados, podemos fixar a bandeja ao gabinete.

*** 35% ***


Figura 22.55
Fixando o drive de disquetes e o disco rígido na bandeja
removível.
22-42 Hardware Total

O processo de fixação dos drives em um gabiente horizontal também pode


apresentar pequenas variações. Muitas vezes quando fixamos um dos drives,
obstruímos o acesso aos parafusos laterais de fixação para os outros drives. É
preciso portanto, antes de fixar o disco rígido, o drive de CD-ROM e o drive
de disquetes, verificar qual é a melhor ordem para fazê-lo. A figura 56 mostra
a montagem de um drive de CD-ROM em um gabinete horizontal. Assim
como nos outros casos, usamos dois parafusos de cada lado.

*** 75%
***
Figura
22.56
Montando o drive de
CD-ROM em um
gabinete horizontal.

Na figura 57 vemos a montagem de um drive de disquetes em um gabinete


horizontal. Note que neste exemplo, quando o drive de disquetes é instalado,
os parafusos laterais do drive de CD-ROM (veja a figura 56) ficam
inacessíveis. Neste caso devemos instalar primeiro o drive de CD-ROM,
depois o drive de disquetes.

*** 75%
***
Figura
22.57
Montando o drive de
disquetes em um
gabinete horizontal.

Alguns gabinetes horizontais possuem um local para a instalação do disco


rígido, debaixo da fonte de alimentação. Não é uma boa idéia instalar o
disco rígido neste local, pois há muita interferência eletromagnética da fonte
para o disco rígido, o que pode causar problemas no seu funcionamento.
Além disso, o ventilador existente na fonte pode produzir vibrações
mecânicas que afetam o funcionamento do disco rígido. Se for inevitável
instalar o disco rígido próximo da fonte de alimentação deixe-o com a
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-43
carcaça metáloca voltada para a fonte, pois assim haverá menos interferência
eletromagnética.

*** 75%
***
Figura
22.58
Montando o disco
rígido sob a fonte de
alimentação.

Se o gabinete tiver espaço, dê preferência para montar o disco rígido em


outro local. Muitos gabinetes possuem mais de um lugar para instalar um
disco rígido. Em alguns casos existe um segundo local para instalação de
drives de CD-ROM. Você pode então montar o disco rígido em um
adaptador de 3 ½” para 5 1/4" (figura 59) e montá-lo em um local destinado
a drives de CD-ROM e outros tipos de drives de 5 1/4".

Figura 22.59
Disco rígido montado em adaptador para
5 ¼”.

Existem ainda gabinetes que possuem uma bandeja para a montagem do


drive de disquetes e do disco rígido. Monte ambos nesta bandeja (figura 60),
para depois fixá-la ao gabinete.
22-44 Hardware Total
Figura 22.60
Bandeja para fixar o drive de disquetes e
o disco rígido.

Etapa 4: Montagem das placas de expansão


Esta é mais uma etapa que independe do fato do gabinete ser horizontal ou
vertical, AT ou ATX, grande ou pequeno. Em todos os modelos a posição
relativa entre a placa de CPU, as placas de expansão e os pontos de fixação
no gabinete são semelhantes.

As principais placas de expansão que um computador pode ter são:

 Placa de vídeo
 Placa de som
 Placa de interface de rede
 Placa fax/modem
 Placa controladora SCSI

Todas as placas são instaladas fisicamente de forma semelhante. Devem ser


encaixadas no slot apropriado e a seguir aparafusadas ao gabinete. A figura
61 mostra o encaixe de uma placa de expansão, e a figura 62 mostra a
mesma placa sendo aparafusada ao gabinete.
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-45
Figura 22.61
Encaixando uma placa de expansão em
um slot.

*** 35% ***


Figura 22.62
Aparafusando uma placa de expansão no gabinete.

Neste momento devemos também instalar dispositivos que não são


exatamente placas de expansão, mas também são fixados na parte traseira
do gabinete. Por exemplo, muitas placas de CPU com dispositivos onboard
são acompanhados de conectores auxiliares que dão acesso às suas
interfaces. Podem ser simples conectores, mas em alguns casos são pequenas
placas ligadas a um pequeno cabo flat que deve ser encaixado no ponto
apropriado da placa de CPU. Siga as instruções do manual para fazer esta
conexão corretamente.
22-46 Hardware Total
*** 75% ***
Figura 22.63
Conectores auxiliares de
interfaces onboard.

No caso das placas de CPU padrão AT, instale ainda os conectores das
interfaces seriais e paralelas. Esses conectores podem ser aparafusados
diretamente ao gabinete, nos pontos onde se fixam placas de expansão, ou
então podem ser desmontados e instalados em fendas existentes na parte
traseira do gabinete.

Figura 22.64
Instale os conectores das interfaces
seriais e paralela, se estiver usando uma
placa de CPU AT.

Distribuição das placas pelos slots


A escolha dos slots a serem usados é um ponto importante. Para placas
AGP, não existe escolha, pois as placas de CPU possuem um único slot
AGP. Já os slots PCI são em maior número. Devemos tentar deixar livre o
primeiro slot PCI localizado ao lado da placa AGP, se isto for possível. As
placas 3D modernas esquentam muito, e deixar uma posição livre ajudará a
melhorar a dissipação do calor gerado por este chip.

Feche as fendas sem uso


Utilize as tampas metálicas que acompanham o gabinete para fechar as
fendas traseiras que não estiverem em uso. Se as fendas sem uso ficarem
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-47
abertas, o fluxo de ar no interior do gabinete, fundamental para a sua boa
refrigeração, será prejudicado.

Figura 22.65
Use as tampas metálicas para fechar as
fendas sem uso no gabinete.

Mais um teste rápido


Neste ponto o computador estará com todas as placas de expansão
encaixadas nos seus slots.

Figura 22.66
As placas de expansão estão instaladas
nos seus slots.

Podemos agora realizar um teste rápido. Ligue o monitor no conector DB-15


da placa de vídeo. Conecte o computador na rede elétrica e ligue-o.
Aparecerá na tela inicialmente uma mensagem do BIOS da placa de vídeo,
22-48 Hardware Total
indicando a sua marca e modelo. A seguir aparecerão mensagens do BIOS
da placa de CPU, com a indicação do processador, sua quantidade de
memória e outras informações de configuração. Neste ponto ocorrerão vários
erros, já que o computador não está pronto. Este teste serve apenas para
checar o funcionamento da placa de vídeo, do processador e da memória.
Desligue o computador e desconecte-o da rede elétrica.

Etapa 5: Conexão dos cabos


Neste ponto o computador está com todas as placas em seus lugares. Estão
fixados ao gabinete o disco rígido, o drive de CD-ROM e o drive de
disquetes. A placa de CPU já está conectada na fonte de alimentação. O
computador já foi ligado e já apareceram mensagens do BIOS na tela do
monitor. Vamos agora fazer todas as conexões de cabos.

Ligações do painel do gabinete


Já ligamos o Reset, o Power Switch e o PC Speaker. Se ainda não tiverem
sido ligados os demais conectores, ligue-os agora:

 IDE LED
 Power LED
 Keylock, se existir

Use as instruções do manual da placa de CPU para fazer essas conexões.

*** 35% ***


Figura 22.67
Ligações do painel do gabinete na placa de CPU.

Ligações na fonte de alimentação


A fonte de alimentação já foi ligada na placa de CPU. Chegou a hora de ligá-
la também no disco rígido, no drive de disquetes e no drive de CD-ROM. Se
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-49
estiver utilizando outros tipos de drives (por exemplo, um gravador de CDs
ou um drive de DVD), ligue-os também na fonte.

Figura 22.68
Ligando o disco rígido na fonte de
alimentação.

Figura 22.69
Ligando o drive de CD-ROM na fonte de
alimentação.

Figura 22.70
Ligando o drive de disquetes na fonte de
alimentação.

Cabo de áudio do drive de CD-ROM


22-50 Hardware Total
Além do cabo de alimentação e do cabo flat, o drive de CD-ROM precisa
ainda ser ligado através de um cabo de áudio até a placa de som (entrada
CD-IN). Este cabo transmitirá o som de CDs de áudio. Na maioria dos casos
este cabo transmite sons analógicos. Todos os drives de CD-ROM modernos
possuem na sua parte traseira, conectores para áudio analógico e áudio
digital. O cabo de áudio analógico é sempre fornecido juntamente com o
drive. Placas de som que possuem entrada para áudio de CD digital são
acompanhadas de um cabo de áudio apropriado que pode ser ligado na
saída de áudio digital do drive de CD-ROM.

Figura 22.71
Ligando a saída de áudio do drive de CD-
ROM na entrada correspondente da placa
de som.

No caso de placas de CPU com som onboard, o cabo de áudio que parte do
drive de CD-ROM deve ser ligado na entrada CD-IN da placa de CPU.

Cabos flat
Uma vez tendo identificado a interface IDE primária, ligue-a ao disco rígido,
utilizando o cago IDE apropriado. Para o funcionamento nos modos
superiores ao ATA-33, deve ser usado o cabo flat IDE de 80 vias. Para
operar em ATA-33, o cabo IDE de 40 fias pode ser usado, mas ele deve ter
no máximo 45 centímetros. Se esta regra não for observada, poderão ocorrer
erros de acesso ao disco rígido, e mesmo ao drive de CD-ROM. O cabo flat
IDE do disco rígido deve ser ligado no conector apropriado do próprio
disco, e também na interface IDE primária da placa de CPU.
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-51
Figura 22.72
Conectando o disco rígido na sua
interface.

A ligação do cabo flat IDE no drive de CD-ROM é feita da mesma forma.


Ligue o cabo flat no drive de CD-ROM e na interface IDE secundária, como
mostra a figura 73.

Figura 22.73
Conectando o drive de CD-ROM na sua
interface.

Lembre-se que cada interface IDE pode ser conectada a dois dispositivos.
Quando apenas um dispositivo é usado, devemos utilizar o conector
existente na extremidade do cabo. Se a extremidade de um cabo IDE ficar
sem conexão, poderão ocorrer erros no seu funcionamento. Quando dois
dispositivos IDE são ligados na mesma interface, utilizaremos os dois
conectores do cabo. O que definirá qual deles é o primeiro e qual deles é o
segundo (por exemplo, entre dois discos rígidos, qual será C e qual será D)
são os jumpers Master/Slave. A posição de cada disco no cabo não tem
influência sobre a letra ocupada.
22-52 Hardware Total
Figura 22.74
Conectando o drive de disquetes na sua
interface.

A conexão do drive de disquetes deve ser feita da mesma forma como


fizemos para o disco rígido e o drive de CD-ROM. Usamos o cabo flat de 34
vias, próprio para o drive de disquetes. O drive deve ser obrigatoriamente
ligado no conector da extremidade do cabo.

Teclado, mouse e monitor


O computador está quase pronto. Se ainda não tiver feito isso, ligue o
monitor no conector DB-15 da placa de vídeo.

Figura 22.75
Ligação do monitor na placa de vídeo.

Ligue também o teclado e o mouse nos conectores apropriados. Lembre-se


que nas placas de CPU ATX existem dois conectores PS/2, sendo um para o
teclado (lilás) e um para o mouse (verde). Se a sua placa de CPU for antiga e
não utilizar este código de cores, consulte o seu manual para checar qual é o
conector do teclado e qual é o do mouse.
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-53

Figura 22.76
Ligação do teclado.

O mouse que possui conector DB-9 pode ser ligado em uma das duas
interfaces seriais da placa de CPU (COM1 ou COM2). Quanto ao teclado,
dependendo do tipo do seu conector e do tipo do conector existente na
placa de CPU (DIN ou PS/2), pode ser necessário usar um adaptador para
esta conexão.

Figura 22.77
Ligação do mouse.

Ligar para testar


Mais uma vez ligaremos o computador para testá-lo. Desta vez será possível
realizar o boot através de um disquete. Ao ser ligado, aparecerão na tela as
mensagens do BIOS da placa de vídeo e da placa de CPU, com a indicação
do processador, seu clock e a quantidade de memória. Será feito o boot
através de um disquete. Este disquete de boot pode ser gerado com o
comando FORMAT A: /S. Se preferir pode gerar um disquete de
inicialização a partir de um computador que já possua o Windows instalado.
Use Painel de Controle / Adicionar e remover programas / Disco de
inicialização. Será feito o boot do sistema operacional Windows, no modo
MS-DOS. Ainda não será possível acessar o disco rígido, pois ele precisa ser
inicializado, como veremos mais adiante neste capítulo.
22-54 Hardware Total

Figura 22.78
Exemplo de tela apresentada ao fazer um
boot por um disquete.

Verifique ainda se todos os LEDs do painel frontal do gabinete estão


funcionando. Se um LED não acender, será preciso inverter a polaridade da
sua ligação na placa de CPU. Antes de inverter a polaridade, desligue o
computador para evitar acidentes. Verifique se o botão RESET está
operando corretamente.

Analisando a configuração de hardware

Nem todos os PCs apresentam telas como a da figura 78. Pequenas


diferenças podem surgir, mas ao analisarmos o exemplo da figura 78
estaremos conhecendo a maior parte dos casos. As informações apresentadas
nesta tela dizem respeito aos dispositivos de hardware instalados e detectados
pelo BIOS, como o processador, memória, interfaces, discos e dispositivos
PCI. Vejamos o que significa cada um desses itens.

a) CPU Type: AMD Athlon (TM)


Aqui é indicado o processador instalado na placa de CPU. No nosso
exemplo trata-se de um AMD Athlon. Em geral o nome do processador
aparece aqui de forma correta, mas em alguns casos problemas podem
ocorrer. Quando o BIOS da placa de CPU é mais antigo que o processador
utilizado, a detecção do modelo do processador pode apresentar erro ou não
ser possível. Em alguns casos o processador é indicado como desconhecido.
Em outros é indicado como sendo um modelo mais antigo. Por exemplo,
algumas placas de CPU antigas indicam o K6-2 e o K6-III como sendo
simplesmente um K6. Este tipo de problema pode ser resolvido com a
instalação de uma versão mais recente do BIOS da placa de CPU.

b) CPU ID / ucode ID: 0642/00


Todo processador possui um número que identifica o modelo e a versão.
Este número é chamado de CPU ID. Algumas placas de CPU podem
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-55
apresentar esta informação na tela inicial do boot. No nosso exemplo é ainda
indicada a versão do microcódigo, ou seja, do “software” existente dentro do
processador.

c) CPU Clock: 900 MHz


Está aqui indicado o clock do processador. No nosso exemplo são 900 MHz.
Quando o BIOS da placa de CPU é mais antigo que o processador, este
clock pode ser indicado de forma errada. O processador não é capaz de
informar o seu clock para o BIOS. O valor deste clock é determinado por
métodos indiretos. Por exemplo, o BIOS pode realizar um grande número
de multiplicações, e de acordo com o tempo total na qual essas operações
foram realizadas, o clock do processador pode ser determinado. Se uma
placa foi produzida, digamos, para processadores até 1000 MHz, e depois de
algum tempo é instalado um processador de 1500 MHz, este processador
normalmente irá funcionar, mas seu clock pode ser indicado de forma errada
pelo BIOS. Isto não terá influência alguma sobre o funcionamento e a
velocidade do processador. O que ocorre é simplesmente a indicação errada
do clock pelo BIOS na ocasião do boot.

d) Base Memory: 640k


Aqui é indicado o tamanho da memória convencional, também chamada de
memória base. São os primeiros 640 kB da memória, nos quais são execu-
tados a maioria dos programas em ambiente MS-DOS.

e) Extended Memory: 64512k


A memória estendida é toda aquela localizada acima de 1024 kB (ou 1 MB).
Nos nosso exemplo estamos usando 64 MB de memória, ou seja, 63 MB de
memória estendida (63x1024kB = 64.512 kB). Nas placas de CPU com vídeo
onboard, este valor poderá indicar a memória total, mas dependendo da
placa, poderá indicar a quantidade de memória que resta, depois de
descontada a memória de vídeo. Por exemplo, se são usados 8 MB como
memória de vídeo compartilhada, sobrarão dos 63 MB, apenas 55 MB.

f) Cache Memory: 256k


Aqui é indicada a quantidade de memória cache L2. Atualmente esta cache
fica localizada no próprio processador. Processadores antigos não tinham
cache L2, e esta era localizada na placa de CPU. Seja qual for o caso, aqui é
indicada a quantidade de cache L2, esteja ela no processador ou na placa de
CPU.
22-56 Hardware Total
g) Diskette Drive A, B
Estão aqui indicados os tipos dos drives de disquete instalados. Ao término
da montagem, muitos BIOS programam esses valores como None, e o
usuário precisa indicar manualmente, através do CMOS Setup, qual é o tipo
de drives A e B instalados. Em outros BIOS, esta programação é feita por
default, levando com conta que o drive A é de 1.44 MB, e o drive B está
ausente. A maioria dos PCs estão configurados desta forma.

h) Primary Master Disk, Primary Slave Disk


Aqui são indicados os dispositivos IDE ligados na interface IDE primária. No
caso de discos rígidos, normalmente são apresentadas diversas informações,
como a capacidade, o número de cabeças, cilindros e setores, o modo LBA,
o modo PIO ou Ultra DMA usado na transferência de dados, etc. Outros
dispositivos IDE que não sejam discos rígidos podem ser indicados de
diversas formas. Muitos BIOS fazem indicações como CD-ROM, LS-120, etc.
Outros colocam a indicação None para dispositivos IDE que não sejam
discos rígidos. Alguns BIOS detectarão automaticamente os dispositivos IDE
presentes, outros apresentarão todos os dispositivos como None, e o usuário
precisa programá-los através do CMOS Setup.

i) Secondary Master Disk, Secondary Slave Disk


Mesma função dos itens Primary Master e Primary Slave, exceto que dizem
respeito à interface IDE secundária.

j) Display Type: EGA/VGA


É indicado o tipo de placa de vídeo instalada no computador. Certamente
estaremos usando uma placa Super VGA, mas em todos os Setups, essas pla-
cas serão sempre indicadas como VGA, ou então EGA/VGA.

k) Serial Port(s)
São indicados os endereços das portas seriais existentes na placa de CPU.
Normalmente essas portas são configuradas como COM1 e COM2, ocu-
pando respectivamente os endereços 3F8 e 2F8.

l) Parallel Port(s)
Aqui é indicado o endereço da porta paralela existente na placa de CPU.
Normalmente ocupa o endereço 378, mas podemos através do Setup alterar
este endereço para 278 ou 3BC.

m) SDRAM at Bank: 0
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-57

Aqui são indicados os bancos de memória nos quais foi detectada a presença
de módulos. A placa do nosso exemplo opera com memória SDRAM,
existem também placas que operam com DDR SDRAM, RDRAM (modelos
novos), e ainda os tipos EDO e FPM (modelos antigos).

n) PCI Device Listing


São apresentadas informações sobre os dispositivos que usam o barramento
PCI. Placas de vídeo PCI, por exemplo, recairão nesta categoria. Placas de
vídeo AGP também serão indicadas aqui, pois o barramento AGP é baseado
no PCI, e as diferenças são a maior velocidade e funções específicas para o
vídeo. Também nesta lista aparecerão as interfaces IDE e USB (ambas são
ligadas internamente ao barramento PCI), bem como todas as demais placas
de expansão PCI instaladas.

o) BIOS DATE
No nosso exemplo este item não aparece, mas ele é bastante comum na
maioria das placas e CPU. Aqui é informada a data do BIOS, o que é uma
forma de indicar a sua versão. BIOS mais recentes estarão em geral
preparados para controlar os dispositivos mais modernos. Por exemplo, as
placas de CPU produzidas até meados de 1994 não eram capazes de acessar
diretamente discos rígidos com mais de 504 MB. As placas mais recentes
possuem em seu BIOS a função LBA, capaz de dar acesso a discos IDE com
até 8 GB. Placas ainda mais recentes permitem acessar discos IDE acima de
8 GB. Em geral, uma placa de CPU recém-adquirida possui um BIOS
atualizado. De qualquer forma, a maioria dos fabricantes oferece atualizações
de BIOS, através da Internet.

Etapa 6: CMOS Setup básico


Para que a placa de CPU funcione corretamente precisamos configurá-la.
Parte desta configuração é feita através de jumpers e dip switches. Opções
mais ligadas ao hardware são em geral programadas desta forma. Entretanto
a maioria das configurações da placa de CPU não são definidas desta forma,
e sim através de software. Este software é chamado CMOS Setup. Trata-se
de um programa de configuração, com o qual escolhemos entre as diversas
opções de funcionamento da placa de CPU.

O CMOS Setup fica armazenado na memória ROM da placa de CPU,


juntamente com o seu BIOS. Por isso muitos fazem confusão entre BIOS e
Setup. O BIOS é o programa que controla a maior parte dos dispositivos de
22-58 Hardware Total
hardware. O CMOS Setup é o programa de configuração que informa ao
BIOS como ele deve operar. Seria mais correto chamá-lo de BIOS Setup.

BIOS, CMOS e CMOS Setup


Todas as placas de CPU possuem um circuito especial, conhecido como
CMOS. Nas placas de CPU produzidas até meados dos anos 90, o CMOS
era um chip independente. Atualmente, o CMOS faz parte de outro chip da
placa de CPU (VLSI). Pode estar localizado no chipset ou no chip conhecido
como Super I/O. Por isso, era muito comum usar o termo chip CMOS.
Atualmente, para sermos mais precisos, é melhor dizer apenas CMOS.

No CMOS existem dois circuitos independentes:

 Um relógio permanente
 Uma pequena quantidade de memória RAM

O CMOS é conectado a uma bateria que o mantém em funcionamento


mesmo quando o computador está desligado. Nele encontramos o relógio
permanente, um circuito que permanece o tempo todo contando as horas,
minutos, segundos, dias, meses e anos, mesmo quando o computador está
desligado.

No CMOS encontramos também uma pequena quantidade de memória


RAM. Sua quantidade é mesmo pequena, em geral entre 64 e 256 bytes.
Mesmo pequena, esta área de memória é suficiente para armazenar
informações vitais ao funcionamento do computador. Essas informações são
parâmetros que indicam ao BIOS os modos de funcionamento de hardware
a serem empregados. Por exemplo, para poder controlar o disco rígido, o
BIOS precisa saber o seu número de cilindros, de setores e de cabeças, entre
outras informações.

Portanto, o BIOS precisa das informações existentes no CMOS para que


possa saber como deve funcionar. Mas como as informações vão parar no
CMOS? Cabe ao usuário, na ocasião em que monta o seu PC, preencher
essas informações. Isto é o que chamamos de fazer o Setup. Usuários que
compram micros prontos não precisam se preocupar com esta questão, pois
o Setup já foi realizado pelo produtor do computador.

Como executar o CMOS Setup


Para executar o BIOS Setup, devemos pressionar o botão Reset. Em geral
isto provocará uma contagem de memória, durante a qual é mostrada na tela
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-59
uma mensagem como “Press DEL to enter Setup”. Na figura 79, na parte
inferior da tela, vemos a indicação:

Press F1 to continue, <DEL> to enter Setup

Figura 22.79
Contagem de memória e entrada para o
CMOS Setup.

Ao pressionarmos DEL durante a contagem de memória, o BIOS Setup é


ativado, e coloca na tela as informações armazenadas no CMOS. Após
aceitar as modificações feitas pelo usuário, o Setup as grava novamente no
CMOS e dá prosseguimento ao processo de boot.

Fazendo o Setup
Ao ser ativado, o Setup entra em operação e apresenta a sua tela de aber-
tura. Esta tela pode ter uma apresentação na forma de texto, como vemos na
figura 80, ou uma apresentação gráfica, como a da figura 81. O Setup na
forma de texto é comandado através do teclado, e o Setup gráfico aceita
comandos pelo teclado e pelo mouse. Não importa qual seja o caso, as
opções existentes no Setup são muito parecidas.

Figura 22.80
Setup com apresentação em modo
texto.

O método geral para a realização do Setup é o seguinte:


22-60 Hardware Total
1) Usar a auto configuração default
2) Acertar a data e a hora
3) Indicar o tipo do drive de disquete instalado (1.44 MB, naturalmente)
4) Detectar os parâmetros do disco rígido
5) Salvar e sair

Figura 22.81
Setup com apresentação gráfica.

O programa Setup nada mais é que uma longa sucessão de perguntas de


“múltipla escolha”, para as quais devem ser fornecidas respostas. Apesar de
ser difícil responder corretamente essas perguntas, não somos obrigados a
enfrentar esta dificuldade. O fabricante da placa de CPU sempre oferece a
opção Auto Configuration, que permite o preenchimento automático de
todas as respostas (exceto as do Standard CMOS Setup) da melhor forma
possível. A auto configuração atende a maioria dos casos, e faz com que seja
obtido o melhor desempenho (ou quase tão bom quanto). Este comando
pode aparecer com diversos nomes:

 Auto Configuration with BIOS Defaults


 Load BIOS Defaults
 Optimal Defaults

Neste ponto, o Setup estará quase pronto, com a maior parte das suas opções
devidamente preenchidas. A figura 82 mostra um exemplo de uso da auto
configuração.
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-61
Figura 22.82
Usando a auto configuração.

Em tempo, os Setups mostrados nas figuras 80 e 81 são produzidos


respectivamente pela Award e pela AMI, duas das maiores produtoras de
Setups e BIOS. A outra empresa que também produz os Setups de muitos
computadores é a Phoenix, que foi incorporada pela Award.

Devemos a seguir acertar a data e hora, definir os tipos dos drives A e B, e


indicar os parâmetros do disco rígido. Essas operações são feitas através de
uma área do Setup chamada Standard CMOS Setup. As figuras 83 e 84
mostram essas áreas, nos Setups da Award e da AMI (gráfico). Em ambos os
casos, o Standard CMOS Setup é ativado a partir da tela principal do Setup.

Figura 22.83
Standard CMOS Setup da Award.

Figura 22.84
Standard CMOS Setup da AMI, em modo
gráfico.
22-62 Hardware Total

O próximo passo é acertar a data e a hora. Quando uma placa de CPU é


nova, normalmente não está com a data e a hora corretas. O comando para
acertar a data e a hora está localizado no Standard CMOS Setup. No Setup
da Award, mostrado na figura 83, basta usar as setas para selecionar o
campo a ser mudado, e depois utilizar as teclas + e -, ou então Page Up e
Page Down para alterar o campo desejado. No Setup da AMI, clicamos
sobre o item Date/Time (figura 84), e será apresentado um outro quadro para
a correção da data e hora.

O Standard CMOS Setup possui ainda outros comandos, como aquele que
define o tipo dos drives de disquete instalados. As opções oferecidas são:

 None
 360 kB, 5 1/4”
 1.2 MB, 5 1/4”
 720 kB, 3½”
 1.44 MB, 3½”
 2.88 MB, 3½”

Certamente você está utilizando a seguinte configuração:

Drive A: 1.44 MB, 3½”


Drive B: None

Depois de indicar os drives de disquetes, o próximo passo é indicar os


parâmetros do disco rígido. Os principais deles são:

 Número de cilindros
 Número de cabeças
 Número de setores
 LBA (Logical Block Addressing)

O número de cilindros, cabeças e setores são informados no manual do


disco rígido. Você em geral encontra também esses valores estampados na
sua carcaça externa. A função LBA deve estar ativada. Sem ela, a
capacidade máxima permitida para um disco rígido seria de apenas 504 MB.
Nos BIOS mais modernos, também é necessário usar a opção LBA para ter
acesso a discos com mais de 8 GB.
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-63
Existe uma outra forma bem mais simples de preencher os parâmetros do
disco rígido. Basta usar o comando Auto Detect IDE. Este comando em
alguns casos é encontrado no menu principal do Setup, em outros casos é
obtido a partir do Standard CMOS Setup, quando escolhemos para o disco
rígido, a opção AUTO. Na figura 85 vemos uma das formas na qual este
comando pode ser encontrado.

Figura 22.85
Usando o comando Auto Detect IDE em
um Setup Award.

Depois de preenchidas essas opções no Setup, temos que gravá-las no


CMOS. Isto é obtido com o comando Save & Exit. No Setup Award, você
pode também salvar e sair usando a tecla F10. No Setup gráfico da AMI,
basta teclar ESC, e no menu apresentado, escolha a opção Save & Exit.
Setups da AMI em modo texto também aceitam a tecla F10 para esta
função.

OBS.: Em alguns Setups, certos itens poderão atrapalhar ou confundir o usuário durante o processo
de instalação do disco rígido. Um deles é a Seqüência de Boot (Boot Sequence). Normalmente é usado
como default, a seqüência A: C:, ou seja, é tentado o boot pelo drive A, e caso este não possua disquete
inserido, é tentado o boot pelo drive C. No processo de inicialização do disco rígido (explicado a seguir),
será preciso executar um boot pelo drive A. O problema é que, caso a seqüência de boot esteja
configurada como C: A:, o computador tentará executar o boot pelo drive C, o que ainda não será
possível. Dependendo da situação, a impossibilidade do boot pelo drive C fará com que seja
automaticamente executado um boot pelo drive A. Em certos casos, o BIOS pode continuar tentando o
boot pelo drive C, recusando-se a usar a segunda opção (A:). Para evitar este problema, devemos procurar
no CMOS Setup um item chamado “Boot Sequence”, e programá-lo como A: C:. Isto fará com que o
boot seja executado pelo drive A, conforme precisamos que seja feito.

OBS.: Outro item que pode causar confusão durante a inicialização do disco rígido é a proteção
contra vírus (Virus Protection). Muitos Setups possuem este comando, que faz simplesmente a monitoração
das operações de gravação no setor de boot e na tabela de partições, áreas visadas pela maioria dos vírus.
Ao detectar que um programa requisitou uma gravação em uma dessas áreas, o BIOS apresenta na tela
uma mensagem alertando o usuário sobre um possível ataque por vírus. Ocorre que os programas FDISK
e FORMAT (usados na inicialização do disco rígido), bem como o programa instalador do sistema
operacional, também fazem gravações nessas áreas, sendo portanto, confundidos com vírus. Para evitar
problemas, podemos desabilitar a proteção contra vírus no Setup, habilitando-a apenas depois da
instalação completa do sistema operacional. Devemos então procurar este comando e desabilitá-lo.
Normalmente aparece com nomes como “Virus Protection”, ou “Hard Disk Virus Protection”.
22-64 Hardware Total

Etapa 7: Formatação do disco rígido


Desde a versão 2.0 do MS-DOS, o processo de inicialização do disco rígido é
feito da mesma forma, através dos programas FDISK.EXE e
FORMAT.COM. O FDISK realiza uma etapa chamada particionamento. Ela
é necessária para que o sistema operacional reconheça o disco rígido como
sendo um drive C, ou ainda um grupo de drives (podemos usar o FDISK
para dividir o disco rígido em diversos drives lógicos, como mostraremos
mais adiante). Depois que o disco rígido é dividido em um ou mais drives
lógicos, é preciso realizar a formatação lógica de cada um desses drives. Esta
etapa é realizada pelo programa FORMAT. Antes de usar os programas
FDISK e FORMAT, o disco rígido existe apenas a nível de hardware (desde
que tenha sido corretamente declarado no CMOS Setup). Se neste momento
tentarmos executar um boot pelo disco rígido, será apresentada uma mensa-
gem de erro, como:

NO ROM BASIC, SYSTEM HALTED

ou então

PRESS ANY KEY TO REBOOT

ou ainda

Boot Failure
Insert BOOT diskette in A:
Press any key when ready

Para usar os programas FDISK e FORMAT, precisamos providenciar um


disquete com o seguinte conteúdo:

O boot do sistema operacional


O programa FDISK.EXE
O programa FORMAT.COM

Você pode obter este disquete facilmente, a partir de um computador que já


tenha o sistema operacional instalado. No Windows 95, Windows 98 e
Windows ME, este disquete é gerado da mesma forma. Em um computador
que já esteja equipado com o Windows, execute o Prompt do MS-DOS sob
o Windows, coloque um disquete no drive A e use os comandos:

FORMAT A: /U /S
COPY C:\WINDOWS\COMMAND\FDISK.EXE A: /V
COPY C:\WINDOWS\COMMAND\FORMAT.COM A: /V
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-65

Utilize preferencialmente um computador com a mesma versão de sistema


operacional que você deseja instalar. Se isto não for possível, utilize ao
menos uma versão que tenha FAT32. As versões do Windows com FAT32
são:

 Windows 95 OSR2
 Windows 98
 Windows 98SE
 Windows ME
 Windows XP

Com a FAT32 podemos criar drives lógicos com mais de 2 GB, coisa que
não era possível no antigo sistema de arquivos, a FAT16.

OBS.: Se para inicializar o seu disco rígido você usar o disquete de inicialização que é fornecido junto
com o Windows, pressione a tecla SHIFT no início do boot, antes de aparecer a mensagem “Iniciando o
Windows...”. Isto fará com que sejam ignorados os arquivos CONFIG.SYS e AUTOEXEC.BAT. Será
apresentada a mensagem “O Windows está ignorando seus arquivos de inicialização”

OBS.: Pelo menos para usar o FDISK e o FORMAT, não instale neste disquete, outros programas
através do CONFIG.SYS e do AUTOEXEC.BAT. Se isto for feito, existirá menos memória convencional
disponível, e você poderá não conseguir usar o FORMAT.COM, por memória insuficiente.

Realize um boot com este disquete e só por curiosidade, tente acessar o


drive C, usando por exemplo, o comando “DIR C:”. Você poderá observar
que o drive C não estará acessível, e será apresentada a seguinte mensagem
de erro:

Especificação de unidade inválida

Isto significa que o disco rígido ainda não é reconhecido pelo sistema ope-
racional. O reconhecimento só será feito após o uso do programa FDISK.

Formatando o disco rígido com partição única


Veremos agora como usar os programas FDISK e FORMAT para preparar e
formatar o disco rígido, fazendo com que seja usado integralmente como um
único drive C. Isto é o que chamamos de partição única. Também podemos
usar o FDISK para particionar o disco rígido em dois ou mais drives lógicos.

Nas telas que se seguem, tomamos como exemplo o FDISK e o FORMAT


do Windows Millennium Edition. Se você estiver usando outra versão do
Windows, a operação do FDISK e FORMAT será idêntica.
22-66 Hardware Total

Ao executarmos o FDISK será apresentada uma tela como a da figura 86.


Nela é perguntado se desejamos usar a FAT32. Respondemos que SIM para
dar suporte a discos de maior capacidade, sem necessidade de dividi-los em
vários drives lógicos, e também para reduzir o espaço desperdiçado devido a
clusters grandes. Depois disso, o FDISK passa à tela da figura 87.

Figura 22.86
O FDISK pergunta se desejamos usar a
FAT32.

OBS.: Se as mensagens apresentadas na sua tela tiverem alguns caracteres estranhos ao invés de certos
caracteres acentuados da língua portuguesa, não se preocupe. Isto ocorre porque os programas e
mensagens do “modo MS-DOS” usado no Windows e mesmo das versões em português do MS-DOS,
fazem o uso da página de código 850 (internacional), que dá acesso aos caracteres acentuados. Esta página
de código é ativada por comandos apropriados nos arquivos CONFIG.SYS e AUTOEXEC.BAT. Como
nosso disquete não possui esses comandos, esses caracteres não aparecerão corretamente. O disco de
inicialização do Windows possui esses comandos, por isso os caracteres aparecem corretamente. Não se
preocupe, pois isto é apenas um detalhe na exibição das mensagens, e não altera em nada a inicialização
que estamos realizando.

Figura 22.87
Tela principal do FDISK.

Vejamos inicialmente o modo de operação mais simples, no qual o disco


rígido será inteiramente usado como sendo o drive C. Isto é o que chama-
mos de “partição única”. Para fazer a partição única, basta responder a todas
as perguntas do FDISK com ENTER. Por exemplo, no menu apresentado na
figura 87, ao respondermos ENTER, estaremos escolhendo a opção 1 (Criar
Partição do DOS ou Unidade Lógica do DOS). Nossa intenção é criar uma
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-67
única partição que ocupe o disco rígido inteiro. Como esta será a única
partição do disco, será chamada de Partição Primária. Quando o disco rígido
é dividido em vários drives, temos que criar uma partição primária (que será
usada como drive C) e uma partição estendida (que englobará os drives
lógicos restantes). Mais tarde veremos como fazê-lo. Ao responder à tela da
figura 87 com ENTER, será apresentada uma outra tela, mostrada na figura
88.

Figura 22.88
Comandando a criação de uma partição
primária.

Ao respondermos ENTER na tela da figura 88, estaremos escolhendo a


opção 1 (Criar Partição Primária do DOS). Será então apresentada a tela
indicada na figura 89.

Figura 22.89
Criando uma partição primária
ocupando todo o disco rígido.

É perguntado se desejamos utilizar o tamanho máximo disponível para a


partição primária, ou seja, o drive C. Ao teclar ENTER, estaremos
respondendo “Sim”, e estará pronta a partição. Será então mostrada a tela da
figura 90. Conforme a tela explica, é preciso reiniciar o computador para que
as alterações feitas pelo FDISK passem a ter efeito.
22-68 Hardware Total
Figura 22.90
Terminado o trabalho do FDISK

Depois de realizar um novo boot (obviamente através do nosso disquete de


inicialização, já que o disco rígido ainda não está totalmente preparado para
uso), podemos usar o programa FORMAT. Antes de usar o FORMAT, o
disco rígido ainda está inacessível. Observe na figura 91 o que acontece se
tentarmos acessar o drive C, usando o comando “DIR C:”.

Figura 22.91
O drive C ainda não pode ser acessado.

A mensagem de erro deve-se ao fato do drive C ainda não ter passado pela
formatação lógica. Para formatar o drive C, usamos o comando:

FORMAT C:

Será apresentada a seguinte mensagem:

AVISO:
TODOS OS DADOS NA UNIDADE NÃO-REMOVÍVEL C: SERÃO PERDIDOS!
Continuar com a formatação (S/N)?s

Respondemos “S”, e depois de alguns minutos, estará terminada a


formatação. Será apresentado um relatório como o da figura 92. Observe
que no nosso exemplo, usamos um disco rígido com cerca de 16 GB.
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-69
Figura 22.92
Terminada a formatação do disco
rígido.

Depois desta etapa, o disco rígido estará pronto para uso. Você já poderá
fazer a instalação do sistema operacional.

Formatando o disco rígido com partições múltiplas


O FDISK pode ser usado para dividir um disco rígido (drive físico) em dois
ou mais drives lógicos. Em certas situações, esta divisão pode ser
interessante. Por exemplo, podemos usar o drive lógico C para armazenar
programas, e o drive lógico D para armazenar dados. Isto facilita bastante as
operações de backup, pois teremos que fazê-lo apenas no drive D. Alguns
usuários gostam de armazenar no drive C, os programas de trabalho, e no
drive D, jogos e outras amenidades. Existem casos de PCs que são usados
por duas pessoas. Poderia ser dividido, por exemplo, em C para programas,
D para os dados do primeiro usuário, e E para os dados do segundo usuário.

Etapa 8: Ajustes finais


Erros na montagem
Provavelmente tudo correu bem e seu computador está em perfeito estado
de funcionamento. Mesmo assim, existe a probabilidade do seu computador
não funcionar. As duas principais razões que podem levar a isto são:

1) Erro em alguma das conexões realizadas


2) Peça defeituosa

Quase sempre temos uma pista que nos permite encontrar onde está a
conexão errada, ou qual a peça defeituosa. Por exemplo, suponha que
tenhamos encontrado, ao ligar o computador, a seguinte mensagem:

HDD Controller Failure


22-70 Hardware Total
Ou seja, “Falha na controladora de disco rígido”. Este erro pode ocorrer por
defeito em uma das seguintes conexões:

 Conexão do cabo flat na interface IDE da placa de CPU


 Conexão do cabo flat no disco rígido
 Conexão da fonte de alimentação no disco rígido

Devemos checar essas conexões cuidadosamente. Um cabo flat mal en-


caixado, ou encaixado de forma invertida certamente resultará em erro.
Também convém verificar se realmente fizemos a conexão na interface IDE
primária, e não na secundária. O disco IDE também funciona ao ser ligado
na interface secundária, mas muitas vezes, esta pode estar desabilitada no
CMOS Setup, e este pode ser o motivo do problema. Mesmo quando todas
as conexões estão corretas, é possível que alguma peça esteja defeituosa:

 Disco rígido defeituoso


 Interface IDE da placa de CPU defeituosa
 Cabo flat defeituoso

É raro o aparecimento de defeitos, mas eles podem ocorrer. Por exemplo, o


disco rígido pode ter sido danificado durante o transporte.

O pior tipo de erro é aquele em que não aparece imagem alguma no moni-
tor (supondo que o monitor esteja corretamente ligado), e nenhum som é
emitido pelo alto-falante. Quando este problema acontece, devemos des-
montar totalmente o computador e iniciar a montagem, passo a passo:

1) Instalar a placa de CPU, com o processador e as as memórias. Ligar o


conector (ou os conectores) da fonte de alimentação. Conectar na placa de
CPU no alto-falante e no botão de Reset. No caso de placas de CPU ATX,
devemos ligar também o conector Power Switch do painel frontal do
gabinete.

2) Neste ponto, ao ligarmos o computador, deverá ser obrigatoriamente emi-


tida uma seqüência de BEEPS pelo alto-falante. Normalmente os manuais
das placas de CPU possuem uma tabela chamada beep error code table.
Dependendo da seqüência emitida, estará sendo indicado um tipo diferente
de erro. Tais seqüências não são padronizadas. Isto significa que um BEEP
longo e contínuo poderá indicar, em uma determinada placa, um defeito na
memória DRAM, mas em outra placa poderá indicar um defeito no
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-71
processador ou no chipset. Você deverá consultar o manual da SUA placa
para identificar o defeito, em função do som emitido.

3) Todos os defeitos cuja causa suspeita seja a placa de CPU e seus compo-
nentes devem ser solucionados através da substituição da placa de CPU. A
substituição da memória pode solucionar erros relativos a esta memória.
Existem casos em que a memória não está defeituosa, e sim, mal encaixada,
ou apresentando mau contato. Uma limpeza com uma borracha nos contatos
do módulo de memória pode solucionar o problema.

4) Se o alto-falante não chega nem mesmo a emitir beeps, é possível que a


placa de CPU esteja defeituosa a ponto de não conseguir executar o BIOS.
Neste caso, devemos providenciar a substituição da placa de CPU.

5) É bom lembrar também que uma fonte de alimentação defeituosa pode


causar o mau funcionamento da placa de CPU. Desde que este defeito na
fonte não seja uma sobretensão (quando a fonte gera uma voltagem acima
do normal), a placa de CPU não ficará danificada, e a substituição da fonte
resolverá o problema. Não esqueça ainda de verificar se a chave 110/220 da
fonte está na posição correta. Se estiver em 110 e for ligada em uma rede de
220 volts, a fonte queimará. Se estiver em 220 e for ligada em uma rede de
110 volts, o computador não funcionará, ou então poderá funcionar de forma
errática.

6) Se a placa de CPU e as memórias estiverem em perfeitas condições, serão


emitidos vários beeps, que você poderá identificar (e confirmar na tabela de
beeps da sua placa de CPU) o erro como Display Memory Read/Write Error.
Este erro é causado pela ausência da placa de vídeo. Normalmente, este
erro deverá ser reportado por beeps, mas não outros erros relativos ao
processador, chipset ou memória.

7) Supondo que foram emitidos beeps que indicam ausência da placa de


vídeo, podemos agora instalar a placa de vídeo e o teclado. Conectamos o
monitor na placa de vídeo. Ligamos o computador e observamos o que
ocorre na tela. Se nada aparecer, provavelmente deve existir um defeito na
placa de vídeo ou no monitor. Devemos tentar fazer a sua substituição.

8) Se existe imagem na tela, provavelmente será apresentada uma mensagem


de erro. Neste ponto, o normal é uma mensagem como “Drive Not Ready”,
pois não teremos ainda nem o disco rígido nem os drives instalados. No
CMOS Setup usamos o comando “Auto Configuration With BIOS Defaults”,
ou então “Optimal Defaults”, ou similar. É também possível que neste ponto
22-72 Hardware Total
sejam apresentados outros tipos de erros, através de mensagens na tela.
Muitos desses erros podem ser ainda causados por defeitos na placa de CPU,
nas memórias, na placa de vídeo e até mesmo na fonte. Ou seja, o fato de
termos chegado até aqui não nos garante que esses módulos estejam perfei-
tos, apenas o BIOS não conseguiu detectar o problema. As origens desses
problemas podem ser muito variadas, e seria muito difícil descrevê-las.
Mesmo as mensagens de erro apresentadas pelo BIOS não são padronizadas,
o que torna a solução ainda mais difícil.

9) Se tudo correu bem até aqui, chegou a hora de conectar os drives de


disquete à placa de CPU, através do seu cabo flat. É também preciso ligá-los
na fonte de alimentação. Definimos no CMOS Setup o tipo dos drives de
disquete instalados e tentamos executar um boot através de um disquete.
Devemos ter a certeza absoluta de que este disquete realmente possui o boot,
para que não cheguemos a conclusões erradas. Se o boot não for realizado, é
possível que o problema esteja no próprio drive, no cabo flat, ou na interface
de drives da placa de CPU. A única forma de ter certeza é checando essas
conexões, e se não tivermos sucesso, trocando as peças com o fornecedor.
Experimente usar outro conector da fonte, pois é possível que um deles
esteja defeituoso. Não está descartada a possibilidade de um defeito na fonte
de alimentação.

10) Se os drives de disquete estiverem funcionando, devemos instalar o disco


rígido, conectando-o na fonte de alimentação e na placa de CPU, através do
cabo flat apropriado. Usamos o comando DETECT IDE do CMOS Setup.
Neste ponto, se for exibida a mensagem HDD Controller Failure significa
que algo está errado. Ou o disco rígido está defeituoso, ou está mal
conectado na fonte, ou o cabo flat está defeituoso ou conectado de forma
errada, ou existe um defeito na interface IDE da placa de CPU. A única
forma de sair deste impasse é através de substituições.

11) Se o disco rígido estiver em perfeitas condições, pode ainda ser exibida
alguma mensagem de erro, não causada por defeito, mas pelo fato do disco
rígido não estar instalado a nível de software. Por exemplo, erros como
DRIVE NOT READY e NO ROM BASIC são normais quando o disco
rígido ainda não está totalmente instalado. Use os programas FDISK e
FORMAT para realizar a sua instalação.

Tabelas de códigos de erros


Como vimos, em situações de erro muito sérias, nas quais o BIOS não
consegue nem mesmo comunicar-se com a placa de vídeo, códigos de erro
são emitidos pelo alto-falante, através de uma seqüência de beeps. Você
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-73
deve tomar como base a tabela de beeps existente no manual da sua placa
de CPU. Apenas como referência, acrescentamos aqui a tabela usada pelo
BIOS AMI. Tome cuidado, pois modificações podem ser realizadas pela
própria AMI, e você deve tomar sempre como base a tabela existente no seu
manual. O BIOS AMI emite um certo número de beeps, faz uma pausa, e
repete o mesmo número de beeps, continuando indefinidamente até o
computador ser desligado. O número de beeps indicará um dos erros da
tabela abaixo.

Códigos de erro do BIOS AMI


Beeps Erro Descrição Causa provável
1 Refresh Failure (Falha no Refresh). O circuito de Refresh Placa de CPU ou me-
da placa de CPU apresenta falha. mória DRAM.
2 Parity Error Um erro de paridade foi detectado nos Placa de CPU ou me-
primeiros 64 kB de memória. mória DRAM.
3 Base 64 k Memo- Um erro ocorreu nos primeiros 64 kB de Placa de CPU ou me-
ry Failure memória. mória DRAM.
4 Timer Not Opera- Uma falha de memória ocorreu nos Placa de CPU ou me-
tional primeiros 64 kB de memória, ou então o mória DRAM.
TIMER 1 não está operacional.
5 Processor Error O processador apresentou erro. Placa de CPU, prova-
velmente o processador.
6 8042 - Gate A20 O controlador de teclado (8042) gera o Placa de CPU.
Failure sinal A20, responsável pela entrada do
microprocessador em modo protegido.
Este erro significa que o BIOS não
consegue colocar o processador para
operar em modo protegido.
7 Processor O processador gerou uma interrupção de Placa de CPU ou
Exception exceção. processador.
Interrupt Error
8 Display Memory Ou a placa de vídeo está ausente, ou sua Placa de vídeo.
Read/Write Error memória de vídeo apresentou erro.
9 ROM Checksum Erro na memória ROM, provavelmente Memória ROM.
Error danificada.
10 CMOS Shutdown O chamado “Shutdown Register” CMOS.
Register (localizado no CMOS) apresentou erro.
Read/Write Error
11 Cache memory Falha na memória cache. Memória cache ou
bad - do not en- placa de CPU.
able cache

Nos erros com 1, 2 e 3 beeps, verifique se os módulos de memória estão


bem encaixados. Se continuarem, troque as memórias.

Para os erros com 4, 5, 7 e 10 beeps, a placa de CPU provavelmente está


defeituosa e deve ser devolvida para troca.

Para o erro de 6 beeps, encaixe melhor o chip 8042 (Keyboard controller /


Keyboard BIOS) no seu soquete. Este chip é encontrado nas placas de CPU
22-74 Hardware Total
mais antigas. Experimente também usar outro teclado. Nas placas modernas,
ele está embutido no chipset, portanto será o caso de trocar a placa de CPU
em caso de problemas.

Para o erro de 8 beeps, troque a placa de vídeo. Em placas de CPU com


vídeo onboard e memória de vídeo compartilhada, troque os módulos de
memória.

O erro de 9 beeps indica defeito na ROM que armazena o BIOS. Será


preciso trocar a placa de CPU, já que não encontramos no Brasil, BIOS
avulsos, exceto em sucatas eletrônicas.

O BIOS Award não opera com tantos códigos de erro. Utiliza apenas os
mostrados na tabela abaixo:

Código Significado
1 beep curto Sistema normal, sem erros.
Beeps longos e repetidos Memória RAM não foi detectada, pode estar
defeituosa ou mal encaixada
1 beep longo e 3 curtos Placa de vídeo não detectada, ou memória de vídeo
ruim.
Beeps agudos e irregulares Processador apresenta aquecimento excessivo. A
durante o uso normal do placa de CPU reduz a sua velocidade para reduzir
computador o aquecimento.

Os BIOS da Phoenix utilizam seqüências de beeps um pouco diferentes.


Cada série é composta de 4 mini-seqüências. Por exemplo, a série 1-2-2-3
consiste em um beep, uma pausa, dois beeps, uma pausa, dois beeps, uma
pausa, três beeps e uma pausa mais longa. A seguir estão as séries usadas:

Série Descrição da Phoenix Causa provável


1-2-2-3 BIOS ROM checksum Defeito na ROM
1-3-1-1 Test DRAM refresh Defeito na DRAM ou no chipset
1-3-1-3 Test 8742 Keyboard Controller Defeito na interface de teclado
1-3-4-1 RAM failure on address line xxxx DRAM
1-3-4-3 RAM failure on data bits xxxx DRAM
1-4-1-1 RAM failure on data bits xxxx DRAM
2-1-2-3 Check ROM copyright notice Defeito na ROM, ou ROM adulterada
2-2-3-1 Test for unexpected interrupts Defeito no chipset ou em interfaces
1-2 Search for option ROMs. One long, Defeito em ROMs de placas de expansão
two short beeps on checksum failure

Por mais que se esforcem, essas tabelas de códigos de erros não informam
com precisão a causa do erro. Devem ser consideradas apenas como pistas
Capítulo 22 – Montagem de PCs 22-75
para o solucionamento de problemas. Na prática, o troca-troca de peças é o
que mais ajuda a detectar um defeito.

Placa de diagnóstico
Para quem trabalha com montagem e manutenção de PCs, vale a pena
adquirir uma placa de diagnóstico. Esta placa é conectada a um slot da placa
de CPU, e informa em um display, um código de dois dígitos. Este código
indica qual é a operação que o BIOS está prestes a realizar. Quando o PC
trava no início do boot, antes mesmo de apresentar mensagens no monitor
ou na impossibilidade de emitir beeps, o código apresentado neste display
dá uma idéia da operação na qual ocorreu o erro. Por exemplo, se o display
indica “vou testar a memória” e a seguir trava, significa que o problema está
provavelmente na memória. Não é justificável comprar uma placa de
diagnóstico se você pretende montar apenas o seu próprio PC. Mas vale
muito a pena para quem trabalha com manutenção e para quem vai
produzir muitos PCs.

Figura 22.93
Uma placa de diagnóstico para teste de fonte de
alimentação.

Existem ainda placas de diagnóstico que testam a fonte de alimentação. Elas


mostram no seu display digital, os valores de tensão gerados pela fonte, bem
como os níveis de oscilação existentes nessas tensões. Defeitos na fonte
podem ser diagnosticados com este tipo de placa. Tanto as placas para teste
de fonte como as usadas na exibição de códigos de erro podem ser
encontradas em versões ISA e PCI. Você encontrará essas placas em
www.spider.com.br e www.trinitech.com.br.

Configurando o display digital do gabinete


22-76 Hardware Total
Já que o display digital existente nos gabinete antigos é apenas um enfeite,
você pode deixá-lo mostrando números quaisquer (888, por exemplo). Se
quiser pode configurá-los antes ou depois da montagem do PC, mas para isto
será preciso ter o manual do gabinete.

Check-up de hardware
Se você acaba de montar o computador e não encontrou problemas,
provavelmente todo o seu hardware está em perfeitas condições. Mais certo
ainda deste perfeito funcionamento você estará se instalar o sistema
operacional e tudo continuar normal, sem defeitos aparentes. A chance de
ocorrer algum problema é muito remota. Se o computador é para seu uso
pessoal, você pode começar a instalar programas e usá-los, ou seja, o
computador estará liberado para uso normal. Se um dia ocorrer algum
problema você poderá investigar, mas não vale a pena perder muito tempo,
depois da montagem e da instalação do sistema operacional, testando
exaustivamente um computador que aparentemente funciona bem.

O mesmo não podemos dizer se este computador vai ser vendido. Aquele
que monta um computador para uso próprio está preparado para resolver
eventuais futuros problemas, afinal ele é o “pai da criança”. Já o usuário que
compra um computador pronto não quer saber de problemas. Ele quer um
computador infalível, e ficará muito decepcionado se ocorrerem problemas.
Por isso, aqueles que montam computadores para vender devem testá-lo
exaustivamente antes que sejam entregues ao seu cliente.

Para realizar esses testes existem os chamados Softwares de Diagnóstico. São


programas que podem ser utilizados antes da instalação do sistema
operacional, e testam a placa de CPU, o processador, as memórias, os discos
e demais dispositivos instalados no computador. Os testes realizados por
esses programas são muito mais rigorosos (e demorados) que os efetuados
pelo BIOS, e têm condições melhores de encontrar problemas não
percebidos. Apesar de não serem totalmente infalíveis, os fabricantes de
computadores que trabalham de forma séria devem sempre realizar um
check-up de hardware usando programas de diagnóstico.

Existem vários programas de diagnóstico disponíveis no mercado. Alguns


custam caro, outros são mais baratos. Alguns podem ser encontrado nos CDs
vendidos em revistas especializadas, outros podem até ser obtidos
gratuitamente em versão demo, pela Internet. Os mais famosos programas de
diagnóstico são o AMI Diag, o Norton Diagnostics e o PC-Ckeck.

////////// FIM //////////


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