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Anotação de Responsabilidade Técnica ­ ART 

ART – A Serviço do Profissional
Uma peculiaridade da prática da engenharia, da arquitetura, da agronomia e das áreas afins é que qualquer atividade, projeto, 
obra ou serviço nestas profissões devem ser precedidos de uma Anotação de Responsabilidade Técnica – ART.
Diz a Lei nº 6.496/77 em seu artigo 1º: “Todo contrato, escrito ou verbal, para a execução de obras ou prestação de quaisquer 
serviços   profissionais   referentes   à   engenharia,   à   arquitetura   e   à   agronomia   fica   sujeito   à   Anotação   de   Responsabilidade 
Técnica (ART)”.
A ART é o documento que define para os efeitos legais o(s) responsável(eis) técnico(s) pela obra/serviço.
Assim, quando o profissional prestar um serviço, desde uma simples consulta até uma grande obra, deverá fazer previamente 
um   ART.   Da   mesma   forma,   a   ART   deve   ser   feita   para   o   desempenho   de   cargo   ou   função   técnica   dos   órgãos   públicos, 
instituições de ensino, empresas em geral. O desempenho de cargo ou função técnica, seja por nomeação, ocupação ou 
contrato de trabalho ou sua alteração, obriga a Anotação de Responsabilidade Técnica.

O que é ART
Por força da própria Lei 6.496/77, a ART é um instrumento formal pelo qual o engenheiro, o arquiteto, o engenheiro agrônomo 
ou qualquer outro profissional do sistema Confea/Crea registram os seus contratos profissionais junto ao Crea, mediante o 
pagamento de uma taxa.
A ART é feita por intermédio de um formulário próprio, onde são declarados os dados principais do contrato escrito ou verbal, 
firmado entre o profissional e seu cliente. É, assim, a súmula de um contrato firmado entre eles para a execução de uma obra 
ou prestação de um serviço.
Além das obrigação contratuais, a ART define a identificação do(s) responsável(eis) técnico(s) pelo serviço ou obra, bem como 
a delimitação clara desta responsabilidade.

Utilidade da ART para o profissional
• Das ART’s pessoais extrai­se o seu acervo técnico. O acervo técnico é um documento oficial onde consta em detalhes toda 
sua atividade profissional e constitui­se num comprovante idôneo para seu “Curriculum Vitae”
• Pela exigência da ART, o Crea pode coibir o exercício ilegal da profissão por leigos, o que é uma garantia das prerrogativas 
profissionais, constituindo­se, também, num instrumento de defesa do seu mercado de trabalho.
• A ART é uma forma de defesa de direitos autorais de planos e projetos dos profissionais que a elaboram. Pela ART fica 
anotado o que a lei assegura ao profissional em termos de direitos de autoria e co­autoria.
• Sendo a ART uma expressão fiel do acordo entre o profissional e o cliente, por seus termos estabelecem­se os limites da 
responsabilidade que o profissional terá no seu trabalho. Nela estará anotado exatamente o que se propôs a fazer para seu 
cliente e qual o seu nível de responsabilidade.
• Da mesma forma, ficam documentadas na ART as obrigações contratuais de ambas as partes. A ART é documento hábil para 
a garantia de sua remuneração por serviços ou obras prestados, mesmo que contratados verbalmente.
• Nenhum profissional pode exercer atividades para as quais não tenha habilitação específica. Pela ART, o Crea pode controlar 
as   atribuições   profissionais   e   coibir   a   exorbitância,   evitando   que   a   sua   prerrogativa   profissional   seja   assumida   por   outro 
profissional não legalmente habilitado.

ACERVO TÉCNICO 
À   medida   que   o   profissional   vai   efetuando   suas   anotações   de   responsabilidade   técnica,   o   seu   acervo   técnico   vai   sendo 
construído. No momento em que houver necessidade ou simplesmente vontade de obtê­lo, bastará ao profissional dirigir­se ao 
Crea e requerer uma certidão de seu acervo técnico.
Considera­se acervo técnico do profissional toda a experiência por ele adquirida ao longo de sua vida profissional, compatível 
com as suas atribuições, desde que anotada a respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica – ART no Crea.
O acervo técnico de uma pessoa jurídica é representado pelos acervos técnicos dos profissionais de seu quadro técnico e de 
seus consultores técnicos devidamente contratados.
Nas licitações, tanto no setor público como no privado, é cada vez mais freqüente a exigência de comprovação das atividades 
técnicas desempenhadas, quer por profissionais, quer por pessoas jurídicas, por meio de certidões emitidas pelos Creas.
Assim, é da maior conveniência que o profissional mantenha em dia as ART’s das atividades exercidas, sobretudo aquelas 
referentes à co­participações e ao desempenho de cargos ou funções técnicas. É bom lembrar que a comprovação futura, além 
de difícil, nem sempre é possível.
Quando da participação em licitações ou concorrência, a documentação relativa à qualificação técnica, determinada pela Lei 
8.666/93, resume­se em:
• Registro ou inscrição na entidade profissional competente;
• Comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente, fornecida por atestados devidamente registrados nos 
Creas e acervo técnico dos profissionais do quadro técnico da pessoa jurídica, que comprovem a execução de obras ou 
serviços de características semelhantes.
ACOMPANHAMENTO DE OBRA
Muitos profissionais, quando são contratados, se empenham em realizar o projeto da melhor maneira possível. Findo trabalho, 
entregam o “desenho” para o cliente e simplesmente “dão as costas”. O que a maioria não sabe, ou talvez ignore, é que seu 
trabalho não acabou por aí. 
Durante a execução surgem muitos erros e imprevistos que, na maioria das vezes, são mal solucionados ou por falta de 
compreensão do projeto, por incompatibilidade de detalhamentos ou simplesmente pela sua inexistência. Por isso é muito 
importante que o arquiteto acompanhe a execução da obra que ele projetou. Se ele não o faz, gera a possibilidade de que 
outros profissionais assumam seu papel e interfiram em seu projeto, fazendo alterações sem seu consentimento, na tentativa 
de solucionar o problema ou imprevisto surgido. Situações como essas podem levar o arquiteto a assumir responsabilidades 
quanto a erros técnicos dos quais ele não é autor.
Para assegurar ao arquiteto a possibilidade de acompanhar a execução da obra cujo projeto é de sua autoria, o Confea criou a 
Resolução 221 de 29 de agosto de 1974. Esta resolução garante ao autor, autores ou co­autores declarações comprovando que 
a obra foi realizada de acordo com o projeto ou com as alterações aprovadas pelas partes interessadas; e o(os) exonera de 
sua(s) responsabilidade(s) quando a obra é executada diferentemente do projeto e sem sua(s) aprovação(ões), ou quando a 
ele(s) é negado o direito de acompanhá­la.

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