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Para facilitar as explicações será visto, inicialmente, um motor com um só cilindro. Não
é o normal. Apenas alguns tipos de motores têm um só cilindro: motoneta, motocicleta,
motor de popa. O normal é ter vários cilindros.
A árvore de manivelas vira sobre dois mancais. Num dos seus extremos há uma roda
pesada de ferro, que se chama volante. A sua função é manter uniforme o movimento
da árvore de manivelas evitando os trancos. Na parte superior do cilindro existem dois
orifícios, que são abertos ou fechados por duas válvulas. Uma é a válvula de admissão;
outra, a válvula de escapamento. Ainda aí, na parte superior, perto das duas válvulas
existe uma pequena peça, a vela, cuja função é fazer saltar, no momento adequado,
uma faísca, que vai incendiar o combustível.
O caminho percorrido pelo pistão chama-se curso. É, portanto, a distância entre o PMS
e o PMI. O princípio pelo qual o motor se movimenta é o seguinte:
Como o motor tem vários cilindros que vão explodindo, de acordo com a ordem de
explosão, a árvore de manivelas aumenta o giro rapidamente, "embalando" o motor.
Tipos de Motores
Para os veículos existem vários tipos de motores. Os motores podem ser classificados
pelo seu número ou posição dos seus cilindros. Para equipar os veículos existem os
motores em linha, em V e horizontal, sendo esta denominação relativa a posição dos
seus cilindros. Podemos notar que em cada tipo a posição é diferente.
Entretanto, existem várias maneiras pelas quais se pode obter esse efeito: motor de
quatro tempos, motor de dois tempos, motor diesel, etc.
Existe também um motor chamado Wankel, de sistema rotativo. Os motores que
funcionam com o processo chamado "quatro tempos" são os mais comuns, no mundo
inteiro. São conhecidos também como “motores Otto”, porque foram imaginados, pela
primeira vez, por um engenheiro alemão chamado Nícolas Otto.
Para que o motor funcione, ele deve executar quatro fases bem características,
enquanto o pistão sobe e desce. Essas quatro fases recebem nomes especiais e são
descritas a seguir, na figura abaixo:
RESUMINDO:
1º tempo: admissão
2º tempo: compressão
3º tempo: explosão ou tempo morto ou útil
4º tempo: escape
ÁRVORE DE MANIVELAS
Por isso, se não estiverem muito bem equilibrados, o motor começa a trepidar e forçar
os mancais. Os virabrequins são equilibrados por máquinas especiais.
Existe, para isso, um mecanismo que está sincronizado com o movimento do pistão,
para se conseguir os tempos
adequados. É constituído de um jogo
de engrenagens, um eixo especial,
válvulas e, às vezes, umas varetas
especiais.
Quando o virabrequim está girando, ele obriga o eixo-comando a virar também, por
causa do jogo de engrenagens; porém, as duas engrenagens não são iguais. A
engrenagem do eixo-comando tem o dobro de dentes da que está presa no
virabrequim. Por isso, o eixo-comando vira com a metade de rotação do virabrequim.
O eixo comando possui uma porção de ressaltos que têm uma forma excêntrica. Esses
ressaltos são conhecidos por cames. Em cada came se apoia uma válvula, ou então,
uma vareta que comanda a válvula. Assim, cada vez que o eixo-
comando vira, abre cada válvula uma vez. Acertando bem a
posição do eixo-comando, podemos garantir que as válvulas
abrem no tempo certo, nem antes nem depois.
Há certos motores que mesmo com um bom funcionamento das válvulas, tendem a
armazenar partículas de carvão, assim como também existe a dificuldade de expedir a
mistura. Visando este problema e almejando uma melhor no rendimento dos motores,
foram criados os cabeçotes com mais de duas válvulas por cilindro.
Como funciona?
Por exemplo: O motor pode ter duas válvulas de admissão e uma de escape por
cilindro. Isso soluciona o problema de aspiração e o motor "respira" melhor. Soluciona
também ( mas não totalmente) o problema com os resíduos de carvão, pois com uma
maior quantidade de mistura, existe uma maior explosão, sendo expelidos com mais
força pela válvula de escape.
O motor mais divulgado é o de quatro cilindros. Metade dos carros que se fabricam no
mundo são de seis ou quatro cilindros, normalmente de dois tipos: quatro cilindros em
linha ou seis em linha ou em V.
No Motor de quatro cilindros em linha, quando dois deles estão ao PMS, os outros dois
estão no PMI.
Enquanto um dos cilindros está no tempo motor, isto é, tempo da explosão, os outros
estão em outros tempos. A sucessão dos tempos e da seqüência de ignição num motor
de quatro cilindros.
No motor de deis cilindros, também a ignição ocorre numa seqüência que visa diminuir,
ao máximo, os trancos que o motor recebe. Assim, o motor funcionará de maneira
suave.
MOTORES EM V
Todos vão ter a um mesmo virabrequim. Este possui apenas quatro manivelas, porque
a cada uma delas estão presas as bielas de dois pistões. O ângulo formado pelos dois
ramos do V é, em geral, de 90 graus. Por esse motivo, também o virabrequim tem suas
manivelas fazendo um ângulo de 90 graus.
Os motores de oito cilindros têm o funcionamento mais suave, porque, em cada duas
voltas do virabrequim, têm-se oito explosão, em vez de seis ou quatro. Além de o bloco
conter os "buracos", ou melhor, os cilindros, por onde se deslocam os pistões, serve
também como elemento estrutural, isto é, sobre ele se montam várias peças para o
funcionamento do motor.
O.H.C. são as iniciais de "Over Head Cam", significando comando no cabeçote. Os
motores com dois comandos são chamados
"D.O.H.C (Double Over Head Cam)". Esses
tipos de motores têm maior desempenho,
como foi dito, por haver dois eixos-comando
de válvulas: um para as válvulas de
admissão e outro para duas de escape.
CILINDRO - DEFINIÇÕES
Nos motores grandes e também nos pequenos em geral, às vezes se costuma utilizar
"camisas" de aço, que podem ser substituídas, quando gastas. Não é preciso trocar o
bloco inteiro, bastante substituir as "camisas".
CÁRTER
COLETORES
Zinco
Alumínio
Magnésio
K: símbolo químico do potássio
O coletor de escapamento sofre mais porque recebe os gases quentes que vêm do
cilindro. Está, por isso, mais sujeira à corrosão. O coletor de escapamento reúne as
saídas de todas as válvulas de escapamento. Os dois coletores são constituídos, em
geral, de maneira que o de escapamento passa por baixo de admissão. Assim, o seu
calor é transmitido, em parte, para o de admissão, o que facilita a partida dos motores,
conforme explicaremos mais tarde.
CABEÇOTE
Existem vários tipos de cabeçotes, para vários tipos de motores. O ideal é utilizar o
cabeçote especificado pelo fabricante. Os cabeçotes mais usados são os de simples
comando de válvulas e os de duplo comando, com duas ou mais válvulas por cilindro.
Pistões
Por essa razão os pistões são fabricados com o diâmetro da cabeça ligeiramente
menor que o da saia. Quando se dilatar, por ação do calor, ficarão com o mesmo
diâmetro.
Pode acontecer que, com o tempo, de tanto os anéis se esfregam contra a superfície
do cilindro, acabem por desgastá-la. Nesses casos aparece uma folga grande entre os
anéis e o cilindro, por onde podem escapar os gases. Se, entretanto, escaparem
gases, a pressão na cabeça do pistão ficará menor. Diminui, por conseguinte, a força
sobre o pistão e, portanto, a potência do motor. Diz-se então que o motor perdeu
compressão.
Isso ocorre em motores velhos e, nessas condições, o motor precise ser retificado. A
retífica consiste em aumentar ligeiramente o diâmetro para o qual se deve alargar o
cilindro, e as casas de autopeças já dispõem, em estoque, de pistões e anéis
compatíveis com a nova medida. O jogo de pistões e anéis, quando se compra, já vem
numa embalagem única, à qual chamamos de "Kit".
São três ou quatro os anéis utilizados. Dois ou três fazem a função de vedação. Eles
se ajustam bem às paredes do cilindro, para impedir a passagem dos gases, e o outro
tem um formato especial, que serve para lubrificar o cilindro e o pino do pistão,
conforme será visto mais adiante.
O pistão de uma ranhura ou canaleta para cada anel. Nessa canaleta é que ele se
aloja. Na ranhura corresponde ao anel de lubrificação existem também orifícios que
comunicam a parte de fora do pistão com a parte de dentro. Quando o anel de
lubrificação raspa nas paredes do cilindro, retira daí o óleo depositado, o qual se
acumulas no anel de lubrificação, e pelos orifícios assinalados caminha para dentro do
pistão lubrifica o pino e volta ao cárter do motor.
O EIXO-COMANDO DE VÁLVULAS
Os cames já são fundidos junto com o eixo, de maneira que, quando a peça fica
pronta, eixo e cames formam uma única peça. Daí se conclui que, pelo fato de um
cilindro possuir duas válvulas, uma de admissão e outra de escapamento, para cada
cilindro, o eixo-comando deve ter dois cames.
ROTAÇÃO DO EIXO-COMANDO
Por essas relações, vemos que, para duas voltas do virabrequim, o eixo-comando dá
uma volta. Com a válvula de escapamento acontece algo semelhante. Para cada ciclo
completo, a válvula de escapamento deve abrir uma vez. Ou seja, o virabrequim vira
duas vezes e obriga o eixo-comando a virar uma vez, fazendo, portanto, a válvula de
escapamento abrir uma vez também, em cada ciclo.
O eixo -comando tem, por isso, um came para a válvula de admissão e outro para a
válvula de escapamento. Entretanto, cada came tem uma posição, para abrir a válvula
no tempo certo. As duas válvulas não abrem ao mesmo tempo, mas sim defasadas.
Se o aluno lembrar que cada tempo corresponde a meia volta do virabrequim, duas
para um ciclo de quatro tempos ou seja, 1/2, (1 para 2) constará que este dará uma
volta inteira durante os tempos de compressão e explosão. Só então é que terá início a
explosão dos gases e, portanto, deverá ser aberta a válvula de escapamento. É por
esta razão que os cames ficam apontando cada um para um lado. Essa defasagem é
exatamente aquela que o motor precisa para abrir a válvula de escapamento, após a
válvula de admissão.
CAMES
Os cames são também chamados excêntricos, por causa do seu formato oval (fora do
centro). Existe um came para cada válvula sobre o came se
apoia o tucho que comanda a válvula. Quando o came vira,
esse tucho faz, portanto, um movimento de sobe e desce,
obrigando, por sua vez, a válvula a abrir e fechar. O
funcionamento do tucho será descrito mais adiante.
O tucho se apoia sempre sobre o came. Enquanto é a parte baixa do came que está
encostada no tucho, a válvula fica fechada. Quando é o ressalto que passa pelo tucho,
este é obrigado a descer e abrir a válvula. Depois que o ressalto passou, o tucho sobe
e fecha a válvula.
Se o fabricante do motor quiser que a válvula fique aberta mais tempo, ele deverá fazer
o ressalto mais largo, mais bojudo. Se quiser que a válvula abra pouco tempo, ele fará
o ressalto estreito.
Se ele desejar que a válvula abra depressa, é só fazer bem de pé; se o contrário, que a
válvula abra, o ângulo de subida do ressalto deve ser suave.
TUCHO
Tucho, conforme vimos anteriormente, é a peça que se apoia sobre o came. À medida
que o came vira, o tucho sobe e desce. O tucho, por meio de uma vareta e um
balancim, o qual também é indicado, aciona a válvula. Este motor é do tipo chamado
de válvula na cabeça, e neste tipo a válvula tem a posição indicada. Há algumas
vantagens nisso, as quais veremos mais tarde. Mas o fato é que, por causa dessa
posição, o motor precisa ter uma peça que inverta o movimento do tucho e essa peça é
o balancim.
Decorre como vantagem que a lubrificação se torna mais eficiente, além de que os
desgastes se distribuem melhor por todo o tucho. Muitos veículos usam este sistema.
O acionamento mais antigo, sendo ainda hoje utilizado é feito por meio de
engrenagem. Antigamente, eram utilizadas engrenagens metálicas. Resultava daí
sempre um sistema que não era silencioso, porque qualquer folga ou desgastes que
surgissem introduziriam ruídos no funcionamento. Os desgastes geram ruídos porque
as peças ficam esfregando umas nas outras. Quando existem folgas, também as peças
batem umas nas outras, resultando sempre em ruídos.
Mesmo que as engrenagens não possuam folga, o funcionamento pode ser ruidoso,
porque o esforço para movimentar as válvulas é muito irregular. Algumas engrenagens
são feitas de um material plástico misturado com fibra de papel. Outras, utilizam no
eixo-comando engrenagem de alumínio. A grande vantagem de ser de plástico é que
trabalha mais silenciosamente, mesmo quando surgem folgas. Alguns motores que
utilizam engrenagens para acionar o eixo-comando de válvulas, são vistos a seguir.
MANCAIS DO EIXO-COMANDO
O eixo comando tem uma posição correta de montagem. Se ele não for montado
exatamente em sua posição correta, as válvulas não abrirão no instante exato,
fazendo, portanto, cair o rendimento do motor.
Nos exemplos dados, temos o Santana com 2000 cm3 ou 2.0 litros, a S10 2200 cm3 ou
2.2 litros, o Ômega 4100 cm3 ou 4.1 litros e o Gol 1000 cm3 ou 1.0 litros.
Onde:
d = diâmetro do cilindro
Pi = Constante 3,1416
s = curso do pistão
i = número de cilindros
Vejamos um exemplo.
- Calcular a taxa de cilindrada do motor utilizado no Santana
Diâmetro = 82,50 mm
Curso = 92,80 mm
Número de cilindros = 4
Arredondando temos:
2000 cm3 ou 2.0 litros