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Metropolizao. Como de costume, ele saiu de casa no mesmo horrio de sempre: por volta das sete horas da manh.

Percebeu, porm, que o caminho at o seu local de trabalho j no era mesmo de outrora: a cidade lhe parecia diferente. De repente, se viu pensando em quanta coisa mudara nos ltimos meses. Sim, no eram anos, mas, meses. As mudanas iam surgindo como numa construo fictcia, onde tudo se levanta ao sabor das vontades. Aquele cenrio lhe parecia to inspito ao mesmo tempo em que lhe acenava to interessante: era a metropolizao. Ela parecia seguir-lhe a passos largos. Era inevitvel o encontro e suas conseqncias... Apesar de assustador, Curitiba ainda no perdia o jeito interiorano de ser, pensava ele, pois ainda era possvel perceber certos costumes tpicos daquelas cidades onde o tempo parece no passar: o sotaque com o r mais carregado; a conversava ao p da janela ou porto; aquele bate-papo na varanda regado a chimarro - nos dias gelados - e limonadas nos dias quentes. , Curitiba est crescendo e apesar disso, no perde o jeito caboclo de ser. Alguns a comparam com a gigantesca So Paulo, a cidade do concreto. Pode ser que at se paream, no ntimo de seus vergalhes e toneladas de cimento que compes suas construes. So Paulo cosmopolita. Curitiba, nem tanto. Apesar disso, ele percebe que sua cidade seu mundo, seu reino.

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