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RETORNO DE CONDENSADO

Até agora temos falado repetidamente da importância que tem a eliminação correta do condensado
dos espaços destinados ao vapor. Já vimos como, caso se deseja a máxima efetividade do
equipamento, se deve instalar o purgador mais conveniente para cada caso.

Também já consideramos sobre a possibilidade da utilização do vapor flash. Porém, vale uma
pergunta: Que se deve fazer com o condensado residual?

Há diversas razões que demonstram que o condensado não deve ser desperdiçado. Uma delas é o
calor que se mantém no condensado, mesmo após haver-se aproveitado o vapor flash. Pode-se
utilizá-lo como água quente de processo, porém, a melhor solução é devolvê-lo ao tanque de
alimentação da caldeira, para que possa ser utilizado sem a necessidade de tratamento com o que
se economiza combustível, água de reposição e custos com tratamento químico. Estes últimos,
em alguns casos podem ser mais expressivos que os que se derivam do aproveitamento do calor.
O seguinte exemplo ilustra sobre os benefícios que se podem obter da recuperação do condensado,
conforme mostram as figuras abaixo:

184 °C 184 °C
2000 kJ 2000 kJ
Entalpia de Entalpia de
evaporação evaporação
Entalpia
184 °C de vapor 184 °C
saturado 489 kJ 70 °C
740 kJ Entalpia de Entalpia de
10 °C água água 293 kJ
0 °C 42 kJ saturada saturada 0 °C

Na figura acima verificamos como se dá a formação do vapor a 10 barg produzidos com água fria
a 10°C. A zona inferior (ondulada) indica a quantidade de calor contida na água fria. Deve-se
adicionar 177 kcal/kg de energia calorífica para alcançar a temperatura de saturação à pressão de
10 barg. A figura à direita mostra a formação do vapor a mesma pressão em uma caldeira
alimentada com água a 70°C.

A quantidade de calor na água fria é maior, sendo que serve-se adicionar apenas 117 kcal/kg para
atingir a temperatura de saturação. Isso representa uma economia de combustível de 9,2%.

Nesse caso, o ideal é utilizar-se de uma bomba mecânica operada com vapor ou ar comprimido,
pelos motivos expostos na unidade que trata sobre BOMBEAMENTO DO CONDENSADO.

O consumo de vapor ou ar, nesse caso, é muito baixo, sendo que, através de um contador de
batidas, podemos mensurar a quantidade de condensado recalcado. A figura abaixo mostra uma
instalação típica desse tipo de bomba:
BOMBEAMENTO DO CONDENSADO

A utilização de bombas convencionais, tipo centrífugas, para o bombeamento do condensado,


pode trazer alguns inconvenientes, principalmente por efeito da cavitação. Por ser um fluído
quente, o condensado pode sofrer reevaporação nas áreas de baixa pressão da bomba produzindo
choques que provocam erosão nos internos, diminuindo sensivelmente sua vida útil.

Para os casos vistos anteriormente, a utilização de uma bomba com acionamento mecânico auto
operado vem a atender todas as necessidades. A figuras abaixo mostra o detalhe interno desse tipo
de bomba:
A bomba deve ser instalada conforme mostra a figura abaixo, onde demonstramos também seu
princípio de funcionamento:

INSTALAÇÃO TÍPICA DE BOMBA AUTO OPERADA

Inicialmente, o condensado escoa para dentro da bomba a partir de um coletor elevado (tanque de
alimentação). Com o aumento do volume interno da bomba, a bóia movimenta-se para cima, uma
vez que a válvula de exaustão localizada na parte superior da bomba encontra-se aberta. O
condensado não passa pela válvula de retenção na saída, pois a contrapressão a mantém fechada.
No momento em que a bóia atinge seu nível máximo, o comando de operação das válvulas inverte
a posição de abertura, bloqueando a válvula de exaustão e abrindo a válvula de admissão de vapor
ou ar comprimido. Essa admissão permite a pressurização da câmara da bomba, forçando o fluido
para baixo. A válvula de retenção na entrada não permite o retorno, fazendo com que o recalque se
estabeleça no sentido do tanque de água de alimentação da caldeira. Quando a bóia atinge seu
nível mínimo, haverá nova inversão no comando das válvulas; fecha-se a válvula de admissão e
abre-se a válvula de exaustão, permitindo a despressurização da bomba e iniciando um novo ciclo.
As vantagens desse sistema são:
- Atuam com vapor, ar comprimido ou qualquer fluido compressível, com baixos consumos.
- São ideais para aplicações em atmosferas explosivas (não não necessitam de alimentação
elétrica).
- Possuem baixo índice de manutenção.
- Não sofrem danos por ação cavitante

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