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nova concepste do sujeito individual e sua idemidade sto nto significa que nos tempos pré- rmodernos as pessoas nto eram individuos mas «que a individualidade era tanto *vivida” quanto “eoneeptualizada” de forma diferente. As Uuansformagbes associadas & modernidade bertaram o individu de seus apoio extvei na teadigds nas ecruuras. Antes se acreditava que casas cram divinamente estabelecidas; to feslavam ‘jets, portanto, a mudangas fundamentas, O tus aclasifcngto es porgto dle uma pesson na "grande cadein do atx” = a fordem secular diving das coisas ~predominavam ‘abre qualquer sentimenta de que'a pestos Tose tim individuo soherano, Onascimento de Sindividuo soberano", entre 9 Humenisine Renaseentsta do séealo XVI e o Thiminisma do sécalo XVII, ropeesentou un reptra importante ‘como passado,Alguns argumentam que ele foe ‘motor que eolocou todo o sistema social da “mnodernidale” em movimento Raymond Willams obeerva que shistiria moderna do sujeito individual retne dois sSgnificados distatos: por um lado, 0 sujet & indivseal”~ uma entidade que &uniicads no ‘eu proprio interior endo pode ser dividida além isso; por utr lado, 6 também ume entidade quod “singular, distin, nies” (ve Wiliams, 1976: pp. 18855: verhete individual). Mites ‘movimentos importantes no pensamento © na 5 ISESSFEAI Aree cultura ocidentais contbutram para aemergtnea essa nova concepeto: a Reforma eo Protestantismo, que lbertaram a conscitneia individal das instiuiges reigns da Igreia © txpuseram diretamente aos olhos de Deus, 0 lumanismo Renascentsta, que loco o Homem (tic) n0 centro do wniverso; ay revolugtes clentficas, que conform ao Homer afaeuldade fas eapacidades para inqui,invertiga decir (os mistrios da Natures: Taminismo, entrada faa imagem do Homem racional, cientficn, libertado do doginae da intlerdnci,e diane do ‘qual se cctondia a totalidade da histria humans, para ser eompreendida e dominada Grande parte da histéria da filosofia ocidenal consite de reflexes ou refinamentos dessa coneopeio do sujeito, seus poder ¢ suas teapacidades. Uma figura important, que dea a fara concepedo sua formulagio primis, foi o Flgsfo Traneés René Descartes (1596-1650). Algumas yezes visio como 9 “pai da Filosofia moderna", Descartes foi um matematico ¢ tents, fandador da geometia anata e da ‘ica, foi profundamsent inlueciado pela “nova tincia” do sfeulo XVII. Ele fi atingdo pela profunda divida que se seguin ao desloesmento {e Deus do centro do universo Eo fat de que o Sujit moderno “nascea” no meio da dvida e Go eoticismo metafsico nos fz lembrar que ele ‘nunc estabelecio euniSeado como ese forma de deverevélo parece sugerir (yeja Forester, 1087). Descartes acertou as contes com Deus 26 ‘orn o Primero Movimentador de oda cing; dal em diante, le explicou o resto do mundo ‘material intiramente em termos mecinicas ¢ rmatemitios. Descartes postulow duas substancia isiotas ~ a substinela espacial (matéria) substincia pensante (mente). Ele refecalizou, ‘sim, aque grande dualismo entre “mente” © ‘"matéria”™ que tem afigido a Filosfa desde tentio, As cosas devem ser explicadas, ole screditiva, por uma redugso aos seus elementos tessencai & quantade minima de elements e, fm dima adlise, aos seus clementosiredutives. No centro da “mente” ele colocow o sujet individual, consituido por sua eapacidade para raciocinar e pensar. “Cogito, ego sum” era a palavra de ordem de Descartes: “Penso, logo fxiato™ (Gnfase minka). Desde entdo, esta eoneepeao do sujeito racional, pensante € feonsciete, stuado no centro do conhecimento, tem sido conhecida como 0 "sujeio artesian” nts contribuig eva fa fia por John Lock, o qual, em seu Ensaio sobre acompresnsoo ‘humana, definia o individuo em termos da “mmesmidade (amenes de um se racional” ist. uma identidade qe permanecia 4 mesma & ‘que era continua com seu sujet: “a idemtidade ‘da pesoa aleanga a exata exenato em que #3 a BEES conseiincia pode i para ts, para qualquer agio ‘ pensamentopassulo” (Locke, 1967, pp. 212 213). Este figura (ou dispositive conecitial) ~ “%ndviduo soberana”~ ost nserta em cada um dos processose prticas cena que fieram muntlo moderno. Ele (ic) era 0 “sujeto” da mmodornidade em dois sentidos: a origem ou “exjeito” da ranto, do conecimente eda pdtcs, fe aquele que toria as conseqUGncise dessas prdcas —aquele que esta “sujitado” a elas {veja Foucault, 1986 ¢ também Penguin Diationary of Sociology: verbete*ubjed” Algumas pessoas tem questionado se 0 apitalismo realmente exigin uma eoncepea0 de Indisiduo saberano desse tipo (Abercrombie et alli, 1986), Entrewanto, a emergéncia do uma coneepgfo mais individualisia do sujeito & mplamente aceta, Raymond Wilkams sntetzou ‘essa imersto do sujeito moderno nas priticas © ‘iscursos da modernidade na seguinte pasagem: Aomori de nods de indus 20 tera moderna, poder reacinadssseains (sce wid cote Same meta No movimento pl cnr 9 eelnne hoe ‘elsr lt m ctcs peadds hme, ‘i ce Ses agar es gts ama "iis scedade Bein, Houre una nie ‘ly, ne Poeun on reap Sta © Inada do homes com Dew pono ‘els medida pla pea fh 0 nada ela XVI ¢ wo ole XVIM gues 20 oromotn dani Ligioone Maen, [sna ind come endear ee mde” do Lab a prt de ga ue stops (opeciinete ete cle am derivaden 0 penoamento police de Tso sepia pricpalment ete ede. (regu eogee cme nin, ‘inka um exo primi ei i fu horas decd dab echt fe etian core on Hakim por Ss ‘ comsentimenty pla na verso le ‘rl ww pemamesta bra Ne economia ‘lime, occ es daria de et noel qe spun inborn sia poi e Sesian m ln to de pari, rar om sen eosin ‘gerne cule an emits dt ‘age gue eles ert spe (Wiens 1976, pp 185), Ainda era possivel, no séeulo XVIII, Jmaginar os grandes process da vida moderma ‘como etande cetrados no individ “eee da Serio": Mas i medida em que as seciedates ‘modetnas se tornavam mais eomplenas, elas ‘sdguiriam sma forma mais collie social. Ax teotias elissica liberais de gover, baseadas ros direitos ¢ consentimente individusis, foram brig a dar conta den eataturaa do estado hago e das grandes massas que fazem una ‘demncrsciamadeima Asli clfaseas de economia allica da propridade, do contate da tea tinham ‘Setua depois da indtaligo,enee a rans 2 formagdes de classe do eaptalsmo moderno (Ocmpreendador individual da Riquera das “ages de Adam Smith 00 mesmo dO copia de Mars foi twansformado nos conglomeradosempresriais da ‘sonoma modema O cided indivival toro te enredado nas maquinarias buroertieas & ‘slminitratvas do eta dere. ‘Emerg entio, uma concep mais social 4 suit, O individue pass a sr visto corn ‘mais localirada “defiide” no interior dessas _onids esruturaseformagiesnuntentadoras da Sociedade moderna. Dois importantes cventos comtributeam para aeticular um conjunto mais Soplo de fundamentos coneepuaisparno suelo ‘mademo, O primeira fo biologie darwiniana. O ‘ijeito humane foi “bilogiada” — a ao nha tama base na Natirea es mente um Tadamenta™ 0 desenvolvimento fst do eérebro humo, O segundo evento fo osurgimento das novas iciassociais Entetanto,astransformagies que sso pbs om agio fram desiguais +) O "individu sara ca ax sua (dele) vontades, necessidedes, dessjoa © Interesses, permancccu a figura cental tunto nos discurse da economia moderna ‘quanto nos da Tei moderna. + Odlismotpiondopemamento cartesian fojinaiteionaido nadiviso das eiénias socials entre a peieologia e as outras 20 iscpins.O ext do indviduo ede cous pracessos mentais trmot-ee 0 objeto de tudo especial privegiado da palo. ‘A eociologia, entretanto, frneceu uma ‘do “indvidualisino raconal” de rocessos de gropo © nas norm ‘aletivas as quas, rgumentars,eubjeciam fa qualquer contrato entre sujeitor individuas. Em consequénea, desenvolveu ‘uma expicago altrwaivado modo camo ‘ws indvduos so formas cubjetivamente através de sua paricipagio em rlagdes Sociais mais amplas ,inversament, do ‘modo como os processs © as eatruturas So sustentados pelos paptis que oo individuos neles desempenhem. Essa “internalizacio" do exterior no sito, ¢ essa “entenalizagzo™ do interior, aust és ‘da ago no mundo social (como disci, ants), eonttuem a doserggococalgica primaria do syjeito moderna e estio fompreendidas na teora da soiliasio (Como foi observadoacima, G-H. Mead e cninterseonistas sibiosadotaram uma, Visto radicelmente interativa deste processo. A integragfo do individuo na ‘ciedade tnka sido uma preocupapto de louga data da socologia. Teéricos como Goffman estan profundaimente stentes 2 0 modo como 0 “en” & apresentado em AiferentessitsgBes sociais, ¢ como ob confit entre estes diferentes papéis acai sto negoiados. Eo un nivel mais macrossociologico, Parsons estudou 0 “ajaste” ou eamplementaridade entre "0 ‘ex eo sbtema cial. io obstant, alguns triticos alegariam que a sociologia couvencional mantvers ago do dualism tte Descartes, especialmente em sua tendéncia para eonseuiro problems como fama relagdo entre duss entidades cconectadas mas separadas: aqui, 0 “individuo a sociedad” Ente modelo socolgico interalivo, com sua reciprocidade estivel ente“intrin”o "exterior", em grande parte, um produto da primeira ‘metade do séeulo XX, quando at cincas socials ‘csumem sua forma discplinar staal Eneetanto, fxatamente no mesmo period, um quadro mais pperturbado ¢ perturbador do sujeito ¢ da Identidade stave comecando a emergic dos ‘movimento exten einteectsis assorado com ‘8 surgimento do Moderismo. Bnoontrames, aqui, «figura do individuo ‘salad, exlado ow aienado, colocado contro ppano-defunde da multidao ou da metripole ‘ndrima e impessoal. Exemplos disso incluem 2 famos desri do poeta Baudeaive em "Pintor da vida moderna”, que orgue ua cass “no eoragio ‘nico da muldao, em meio ao ie e vir dos ‘movimento, em meio ao figido ao infinite” & aque “se torna um inico corpe com « muito", fntra na mulidae "como se fose um imenso reseratrio de energia eles: o lane foto ‘agabundo}, que vaguela ene as novasarcadas das lojas, abservando o passagero espeticulo da ‘metrépele, que Walter Benjamin colcbrow no seu temsaio sobre a Paris de Baudelaire, © cuja contrapartida na modernidade tardia 6, provavelmente,o tart ef Uny, 1990); °K", & ‘ima andaima,confrontado por uma burocracia ‘samoeto, nanovelade Kafka, 0 Prowso;eaquala ogi de igaras alienadas da iterstura eda xia socal do séeulo XX que visavam represent ‘experinela singular da modernidade. Vérias Alesse "hancian exemplares da modernidade”, como as chama Frisby. povoam as piginas dos Drineipais tericos socials da vicede do steulo, como George Simmel, Alfred Schutee Sigiried KKracauer (odos of quai tentaram eapturar as caraceriticas essencnis da moderidade em fensaios famesos, tals como The Siranger ou Outsider) (veja Frisby, 1985, p.109). Estas imagens mostraram-se proféticas do que itia Acontecer ao sujeito earesiano 20 sujeto secoligice na moderiade tard, 2

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