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Ementa
A disciplina tem como objetivo abrir uma perspectiva global para o estudo da
metodologia científica, no sentido de atribuir significados à história da ciência, aos
seus objetivos, às suas dimensões de análise e síntese, aos seus métodos e aos
seus resultados no contexto da produção do conhecimento teórico, empírico ou de
natureza técnica. Além deste propósito, buscaremos retratar este estudo com a
finalidade de conceituar as diversas formas do trabalho científico - como projetos,
relatórios, artigos, monografia, dissertações e teses – aprendendo igualmente as
normas para a sua elaboração.
Introdução
1a) O que é ciência? De que ciência estamos falando? Quais são os objetivos da
ciência?
Em que consiste esse caminho - esse método da ciência para alcançar os seus
objetivos?
CIÊNCIA
1a) O que é ciência? De que ciência estamos falando? Quais são os objetivos da
ciência?
O que é ciência?
* O que é conhecer?
- O teológico: duas são as atitudes diante do mistério: uma, é tentar penetrar nele
com o esforço pessoal da inteligência, mediante a reflexão e o auxílio de
procedimentos científicos. A segunda, é uma atitude de fé diante de um
conhecimento revelado. (CERVO).
Mas, voltando à nossa definição, “um universo de atividade do espírito humano que
se organiza...e se desenvolve...”, pensemos um pouco a respeito dessa atividade
do espírito humano que se organiza e se desenvolve no âmbito da ciência: em que
consiste essa atividade?
=> Em outras palavras: ver e fazer ver (aos outros) a nossa compreensão da
realidade que é o nosso objeto de estudo.
“A questão não é para onde você olha, mas o que você consegue ver” (H.D.
Thoreau).
Mas estamos falando desta ciência do espaço humano, que pode ser adquirida e
aperfeiçoada pelo uso de um outro conjunto de conhecimentos científico-técnicos -
que compreende ser a geoinformação, ou geotecnologias da informação, o
geoprocessamento, o sensoriamento remoto etc. - que contribuem na produção de
diferentes espécies de informação organizadas em bancos de dados, informações
estas que constituem a base de um processo de produção de conhecimentos a
respeito de uma dada realidade.
E quais os objetivos da ciência, das ciências do espaço?
Em síntese
* Podemos dizer, então, que a ciência constitui uma visão da realidade estudada,
sendo a verdade o seu princípio ativo, o amor à verdade a sua energia
fundamental, o seu objetivo maior.
"A missão do homem de ciência é arriscada por definição. Nenhum risco, porém,
é tão grave quanto o de formular uma verdade científica como uma certeza
eterna" (p. 155).
Daí: "As teorias são sempre, e por definição, incompletas e vulneráveis e não
podem ser apresentadas como se dispusessem de um valor absoluto". A teoria
precisa ser, em constante, re-fundada na realidade, e nos processos de
mudança (p. 156).
* Daí porque P. Teilhard de Chardin afirmar ser essa a nossa condição humana por
excelência, ou seja, nos diz ele, "essencialmente, toda a vida consiste em ver. A
história do mundo vivo se resume na elaboração de olhos cada vez mais perfeitos
no seio de um Cosmo, onde é possível discernir cada vez mais". Aqui Teilhard de
Chardin se refere, segundo nota de seu tradutor brasileiro, ao aperfeiçoamento
progressivo dos instrumentos de visão desde os órgãos sensoriais (ópticos ou não)
e suas extensões técnicas até a mais refinada consciência espiritual, consciência
esta onde reside, para Teilhard de Chardin, o poder humano de síntese ou de
união.
* Dessa forma, diz ainda o autor, "procurar ver mais e melhor não é portanto uma
fantasia, uma curiosidade ou um luxo". Ou seja, "Ver ou Perecer".
* Mas diz ele também que muitas vezes nada é tão difícil de se ver quanto aquilo
que nos deveria "saltar aos olhos". Na verdade, isso se dá porque precisamos
acomodar os nossos olhos para ver o Real na sua mais completa dimensão.
* Ou seja, podemos nos perguntar: o que vemos? O que não vemos? Se do mundo
real algo nos é visível e algo nos é invisível, e se ver abrange um amplo espectro
de ações, até que ponto podemos dizer que vemos o que não está diante de nossos
olhos?
* Para isso, continua Teilhard de Chardin, no prólogo de seu livro, é preciso uma
aquisição gradual de alguns sentidos que devem revestir o nosso olhar de
capacidades, o que supõe um mais ou menos longo percurso, preparações,
exercícios, disciplina, a busca de um aperfeiçoamento ininterrupto de nosso aparato
de visão do real.
Em síntese:
* A faculdade da visão: a que se opera pela ação de ver e que compreende ser um
dado essencial de nossa condição humana. Mas para vermos mais e melhor,
precisamos acomodar os nossos olhos à realidade: precisamos nos exercitar em
constante - mediante uma aquisição gradual de certos sentidos que vão revestir a
nossa visão de capacidades - para focalizarmos esse real na sua mais perfeita
nitidez.
* Em que consiste esse caminho - esse método da ciência para alcançar os seus
objetivos?
-Toda ciência antes de tudo é a descrição de uma realidade. “ Não obstante, essa
descrição pode ser conduzida em diferentes níveis de abstração ou generalização”
(p. 71). Na descrição, não se interpreta, não se faz pergunta, não se busca
estabelecer relações...
* A ciência tem podido evoluir graças à sua busca incessante de analisar o real
desmontando-o em elementos separados, em partes divisíveis ao extremo do
possível.
Mas é a partir do final do século XVIII que podemos falar de um mundo novo:
mudanças econômicas, mudanças industriais, mudanças sociais..."Terra fumegante
de fábricas. Terras trepidante de negócios. Terra vibrante de mil radiações novas",
sim, estes seriam alguns dos sinais exteriores de um mundo em processo de
mudança de idade, e por conseguinte, uma mudança de pensamento.
Assim fala Teilhard: "parece-nos incrível que os homens tenham podido viver sem
suspeitar que as estrelas oscilam por cima de nós a séculos de luz, - e que os
contornos da Vida se delineiam a milhões de anos para trás, nos limites de nosso
horizonte".
Mas ainda aqui, tempo e espaço eram visto, por maiores que fossem, como dois
compartimentos separados ou independentes um do outro, com os objetos dentro
deles como que distribuídos ao acaso, como se "o Universo, do começo ao fim de
sua história, formasse, no Tempo e Espaço, uma espécie de vasto canteiro, cujas
flores fossem permutáveis entre si, ao gosto do jardineiro" (Nota 27, p. 256)
In: Fritjof Capra: O ponto de mutação: Na sua visão dessa revolução intelectual,
contrapõe a visão mecanicista (ou a idéia cartesiana) do mundo à visão da
totalidade desencadeada pelos avanços da nova física, desenvolvida a partir da
descoberta do espectro eletromagnético, em fins do século XIX e, sobretudo, nos
três primeiros decênios do século XX, com a teoria da relatividade e com a teoria
quântica (uma sondagem mais profunda da matéria com a exploração do nível
atômico e sub-atômico da mesma).
"O universo deixa de ser visto como uma máquina, composta de uma infinidade de
objetos, para ser descrito como um todo dinâmico, indivisível, cujas partes estão
essencialmente inter-relacionadas e só podem ser entendidas como modelos
dinâmicos de um processo cósmico" (p. 72). Dissipa-se a noção de partes
separadas ou independentes e, ao contrário, o que importa acima de tudo na
explicação das partes são as suas inter-conexões => um questionamento do
método analítico das ciências.
E nesse sentido, a divisão cartesiana entre mente e matéria não pode mais se
manter, já que a nova física conclui que "os modelos que os cientistas observam na
natureza estão intimamente relacionados com os modelos de sua mente - com seus
conceitos, pensamentos e valores" (p. 81).
O que nos importa: Capra nos sugere que a crise de nosso tempo revela uma
analogia com a crise que levou à revolução intelectual acima descrita. Ele nos diz
que há um descompasso entre a emergência de uma nova concepção do mundo e a
velha sociedade que, ainda que revestida de modernismos, revelaria tão somente
um modo cartesiano ou racionalista de ver ou pensar.
Toda ciência começa por indagação despretensiosa, mas a ciência só lida com a
realidade empiricamente observável => Definir o objeto de forma que possa ser
verificada empiricamente. Questões que possam ser demonstradas pelo exame da
realidade => O problema da informação: de seu registro, sua organização e
arquivamento => a classificação => generalizações.(Castro).
“ método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para
atingir um certo fim ou resultado desejado. Nas ciências, entende-se por método o
conjunto de processos empregados na investigação e na demonstração da
verdade”.
- Na ciência não há fato sem teoria e teoria sem fato. As teorias organizam e dão
sentido aos fatos. Os fatos são a contraparte da teoria, são o que a teoria tenta
explicar. Mas podemos ver (dar significado aos fatos de maneiras diferentes,
dependendo do seu enfoque teórico. Essas diferenças são influenciadas por seus
valores pessoais, por sua maneira de ver o mundo.(Castro).
* O que é teoria?
* Ação técnica: modo de fazer; não se preocupa em explicar, mas, sim, em fazer
algo, conseguir algum resultado.
- Na pesquisa qualitativa, por sua natureza, o processo é mais indutivo; “há menos
decisões irreversíveis, pois se trata de uma exploração permanente, em que as
dúvidas, as respostas, as pistas e os novos territórios de indagação permanecem
abertos até o fim”; mas não é um convite a vagar sem rumo, a esmo seguindo a
inspiração do momento;
O ponto de partida
- Um tema original: potencial para nos surpreender; quanto mais testada uma
teoria, menos os novos testes nos surpreenderão;
O caminho
* O plano de trabalho:
O ponto de chegada
- Buscamos encontrar nos fatos e eventos alguma ordem, algum nexo interno que
possa dar lugar a uma construção lógica, dando a eles algum sentido.(Castro).
Bibliografia