You are on page 1of 4

Memorando sobre quantitativos de resíduos a

depositar no Aterro Sanitário do Oeste (ASO)


Neste memorando são apresentadas diversas estimativas de quantitativos
de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) produzidos na região Oeste e a depositar no
ASO constantes em diversos documentos, verificando-se que em todos os
documentos anteriores à publicação do Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio,
que aprova o regime jurídico da Avaliação de Impacto Ambiental, são sempre
superiores a 150.000 toneladas/ano, a 28 de Junho de 2000, a RESIOESTE
entrega no Instituto dos Resíduos o Projecto de Execução onde
surpreendentemente, a quantidade de resíduos prevista para deposição no
aterro diminui drasticamente, para 140.000 toneladas/ano.
Deste modo a RESIOESTE, com a cumplicidade das entidades oficiais
“fugiu” à avaliação de impacte ambiental.
Desde o início da exploração do aterro, ano 2002, até actualmente foi
sempre excedida a deposição de 150.000 toneladas/ano, situando-se na ordem
das 170.000 toneladas/ano. (Ler mais)

1998
23 de Julho – É lançado o Concurso Público Internacional de Concepção,
Construção do Aterro Sanitário do Oeste, no âmbito da União Europeia. Estimava-
se, que esse quantitativo fosse de 180 757 toneladas/ano, em 1999.
Neste documento, prevê-se que a quantidade de resíduos vá sempre
aumentando ao longo dos 23 anos de exploração do aterro.
Julho – É realizado o Estudo de Incidências Ambientais do Aterro Sanitário do
Oeste.
No capítulo 3 deste estudo consta que para o ano de 1997, a produção total
de RSU na região Oeste tinha sido de 154 606 toneladas e prevê-se que a
produção anual de resíduos na área de intervenção da RESIOESTE, para os anos
de 2001, 2011 e 2023, seja de aproximadamente 207 405 ton., 275 900 ton. e 349
907 ton., respectivamente, prevendo-se portanto o aumento da quantidade de
resíduos produzidos ao longo de 23 anos.
Estes dados têm por base a pesagem dos resíduos em báscula em 7
dos 14 concelhos que integram o sistema multimunicipal do Oeste.

1999

Morada: Edifício da Junta de Freguesia do Vilar, Largo 16 de Dezembro, n.º 2 2550-069 VILAR CDV

Tel. / Fax: (+351) 262 771 060 – E-mail: mpicambiente@gmail.com – Web: http://mpica.info
O Instituto dos Resíduos publica uma brochura com o título – Produção de
Resíduos Sólidos Urbanos/1999.
Nessa brochura, o total de RSU produzidos, em 1999, na área da
concessão da RESIOESTE, é de 148 006 toneladas.
Aplicando a este valor a taxa de crescimento anual de 3%, prevista no
Plano Estratégico Sectorial de Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU),
da responsabilidade do Instituto dos Resíduos, verifica-se que a quantidade de
RSU será de 152 446 toneladas, em 2000, e de 157 019 toneladas, em 2001, ano
em que a RESIOESTE pretende que o aterro comece a funcionar.

2000

Janeiro – É realizado, por solicitação da Assembleia Municipal de Cadaval, o


Estudo de Localização do Aterro Sanitário do Oeste, onde se repetem os dados
do estudo de Incidências Ambientais.

Abril – Dá entrada no Instituto dos Resíduos o Estudo Prévio de Concepção


Construção do Aterro Sanitário do Oeste.
No volume I é dito que “a vida útil da obra será de 24 anos, de acordo
com o estabelecido no Processo de Concurso. Deste modo, admitindo o início de
exploração do aterro sanitário em 2000, o horizonte do projecto será o ano de
2023”.
Nas projecções de evolução de produção de resíduos sólidos a depositar
em aterro, em 2001, a quantidade de RSU prevista para 2001 é de 191 850
toneladas.
Na quantidade de RSU a enviar para Aterro é dito que “a quantidade a
enviar para aterro corresponde à totalidade de RSU produzidos.”
Admitindo que seria cumprido o Decreto-Lei n.º 366-A/97, de 20 de
Dezembro, que transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva Comunitário nº
94/62/CE, do Parlamento e do Conselho da União Europeia, de 20 de Dezembro,
o que é colocado apenas como hipótese no Estudo Prévio, dever-se-ia valorizar,
até 31 de Dezembro de 2001, 25%, em peso, dos resíduos de embalagens.
De acordo com o PERSU, cerca de 42,8% dos RSU correspondem aos
resíduos de embalagens. Assim, e mesmo considerando a hipótese de valorizar
25 % dos resíduos de embalagens, o resultado final seria:

42,8% de 191 850 toneladas/ano = 82 112 toneladas.


25% de 82 112 = 20 528 toneladas

Morada: Edifício da Junta de Freguesia do Vilar, Largo 16 de Dezembro, n.º 2 2550-069 VILAR CDV

Tel. / Fax: (+351) 262 771 060 – E-mail: mpicambiente@gmail.com – Web: http://mpica.info
Resultado final: 191 850 – 20 528 = 171 322 toneladas, valor ainda
superior às 150.000 toneladas referidas no DL 69/2000

Acresce que, segundo o próprio Instituto dos Resíduos, na sua publicação


“Produção de Resíduos Sólidos Urbanos / 1999”, a recolha selectiva, nos sistemas
já em funcionamento onde a Empresa Geral do Fomento tem capital maioritário
nas empresas concessionárias respectivas, atinge valores pouco significativos e
muito abaixo dos 25 %, como são os exemplos da Ersuc (1,99%), da Suldouro
(1,86 %), da Valorlis (2,48 %), da Amarsul (3,28%), da Braval (1,07 %), da
Resulima (1,43 %), da Valorminho (1 %), da Algar (5,6 %) e Amave (0 %).

Maio – Publicação no Diário da República do Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de


Maio, que aprova o regime jurídico da Avaliação de Impacto Ambiental, transpondo
para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 85/337/CEE, com as alterações
introduzidas pela Directiva n.º 97/11/CE, do Conselho, de 3 de março de 1997.
De acordo com o Anexo II, n.º 11 alínea c) do DL 69/2000, ficam sujeitos a
Avaliação de Impacte Ambiental os Aterros Sanitários de Resíduos Sólidos
Urbanos com capacidade igual ou superior a 150.000 toneladas por ano.
Junho – A 28 de Junho de 2000, a Resioeste entrega no Instituto dos Resíduos o
Projecto de Execução. Surpreendentemente, diminui drasticamente, para
140.000 toneladas / ano, a quantidade de resíduos prevista para deposição
no aterro a construir. Para além disso, mantém constante este valor durante os 14
anos correspondentes à primeira fase de exploração do aterro. Contrariando
assim todos os dados disponíveis até ao momento.
No Projecto de Execução – Quantidade de Resíduos Sólidos Urbanos a
Enviar para Aterro volta a afirmar-se que “a quantidade a enviar para aterro
corresponde à totalidade de RSU produzidos.”
Sobre o Decreto-Lei n.º 366-A/97, de 20 de Dezembro, reafirma-se o
exposto anteriormente quanto à valorização dos resíduos de embalagens.
Foi concedida à RESIOESTE, a 20/9/2001, a Licença Ambiental LA n.º
1/2001, ao abrigo do DL 194/2000, de 21 de Agosto, em que é licenciada a
deposição das 140.000 toneladas/ano.
Tal como era expectável, desde o início da exploração do ASO foi sempre
excedido esse quantitativo.

Morada: Edifício da Junta de Freguesia do Vilar, Largo 16 de Dezembro, n.º 2 2550-069 VILAR CDV

Tel. / Fax: (+351) 262 771 060 – E-mail: mpicambiente@gmail.com – Web: http://mpica.info
Resíduos depositados no ASO (toneladas)

ANO RSU de origem TOTAL RSU


doméstica

2002 171.145 174.469

2003 175.896 176.979

2004 175.896 177.556

2005 164.591 (desviados 167.296,3


10.051)
Fonte : RESIOESTE

Em 2005 iniciou-se o desvio de RSU para cumprimento da deposição de


140.000 toneladas de resíduos por ano, imposto pela Comissão Europeia, tendo o
Secretário de Estado do Ambiente emitido despacho no sentido do cumprimento
faseado durante um período de 3 anos.

Morada: Edifício da Junta de Freguesia do Vilar, Largo 16 de Dezembro, n.º 2 2550-069 VILAR CDV

Tel. / Fax: (+351) 262 771 060 – E-mail: mpicambiente@gmail.com – Web: http://mpica.info

You might also like