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FICHA TÉCNICA
ÍNDICE
PREFÁCIO 9
A REMBETIKA DE ATENAS 23
CANTERBURY SCENE 71
CHICAGO BLUES 75
JEREZ DE LA FRONTERA,
“O ÚTERO PRIMOGÉNITO DO FLAMENCO” 129
PREFÁCIO
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AMESTERDÃO
Período de notoriedade: A partir de 1965 e ao longo de toda a
década de 1970.
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Uma das marcas ainda hoje mais evidentes para quem visita
Amesterdão e se insinua pela cidade dentro é o insólito império das bici-
cletas na paisagem urbana, facto quase pertencente à esfera do sagra-
AMESTERDÃO
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AMESTERDÃO
século XVII). Muitos artesãos tinham-se também já instalado em
Amesterdão e contribuído decisivamente para o seu proverbial ambiente
de tolerância. Esta sensibilidade para admitir e, mais do que isso,
respeitar o que é diferente (ou mesmo o que é exoticamente chocante),
parece igualmente ter ressonância no rock progressivo da cidade, que
recorre frequente a sonoridades exóticas – marcas que o distinguem do
progressivo europeu coetâneo, genericamente mais previsível e
estereotipado.
Situada abaixo do nível do mar, protegida com diques e recorta-
da por um curioso rendilhado de canais e pontes, onde qualquer espaço
é pretexto para aí dar nova vida a uma túlipa ou glicínia, a principal
cidade holandesa parece ser o local privilegiado para todos os ritos e
celebrações de tolerância, diálogo e solidariedade. O meio físico urbano
de Amesterdão encorajou múltiplas experiências entre a população e de
que os provos foram em certa medida catalisadores, tendo-se privilegia-
do a segurança, com os diques, e a intercomunicação, quer através dos
canais quer pelas mais de 400 pontes existentes na malha urbana.
Robert-Jasper Grootveld, inspirador dos provos e filho de um
anarquista holandês, esteve também na base de Amesterdão se ter tor-
nado particularmente liberal em relação ao consumo de haxixe e mesmo
em relação às práticas sexuais, tendo edificado um museu e demolido
muitos tabus relativos aos dois casos.
Grupo charneira de todo o movimento de rock progressivo na
capital holandesa, os Focus produziram álbuns essenciais e ombrearam
com os colossos britânicos do género. Jan Akkerman parecia acoplar na
sua invulgar técnica guitarrista todo o ambiente gerado pela contracul-
tura nas margens do Amstel. E o entrelaçado tecido pelas pontes e
pelos canais da cidade pareciam repercutidos magicamente na sua fi-
ligrana acústica, que não hesitava mesmo em socorrer-se de sonori-
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Dez Álbuns:
AMESTERDÃO
Groep 1850 Amsterdam
Paradise Now (1969) Amsterdam Pink Elephant (1975)
Ekseption Brainbox
Ekseption 5 (1972) The Very Best Album Ever (2002)
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LISBOA
Período dominante: Entre 1980 e 1990.
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Mar, Linha Geral, Lobo Meigo, Luís San Payo, Melleril de Nembutal,
More República Masónica, Nuno Rebelo, Ocaso Épico, Pedro Ayres
Magalhães, Quinta do Bill, Radar Kadafi, Rádio Macau, Requiem Pelos
Vivos, Ritual Tejo, Rongwrong, Rui Reininho, Santa Maria Gasolina em
Teu Ventre, Sapo, Sétima Legião, Sitiados, THC, Xana e Xutos e
Pontapés.
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LISBOA
bandas que tiveram forte impacto e bastante popularidade, abraçando
carreiras profissionais e correspondendo a movimentos de música
moderna com abrangência europeia. Os Xutos e Pontapés adquiriram
um estatuto maior a nível nacional, tal como os fabulosos Rádio Macau,
os Heróis do Mar (navegando quase sempre acima das polémicas
semeadas), os Delfins, os urbano-depressivos Sétima Legião e, já
transbordando do espartilho da fronteira, os Madredeus. Mas foram os
nunca suficientemente reconhecidos Mão Morta, Mler Ife Dada e Pop
Dell’ Arte quem, na sua condição de “magníficos perdedores”, melhor
traduziram a cena lisboeta. Tiveram (e têm ainda) cultos a que não são
alheias as imagens carismáticas de Adolfo Luxúria Canibal, Nuno
Rebelo e João Peste. Mas o que melhor traduz o movimento foi a forma
como procuraram dar às suas músicas os mesmos traços de
modernidade que também ajudavam a dar de Lisboa uma imagem
europeia — e recuperando as tradições e a evocação dos feitos épicos
além-mar ou lançando-se na pura inovação sónica.
Lisboa era por este tempo uma cidade que se abria ao exterior e
Mário Guia, antigo elemento dessa lenda dos anos 60 que foi o grupo
Ekos, soube como ninguém captar o espírito do local e a alma do tempo
para criar uma sala de espectáculos que até 1990 foi o lugar geométrico
das realidades menos alinhadas e ortodoxas da capital.
O facto é que a geração de música alternativa de Lisboa só foi
possível por indução do próprio RRV, que funcionou não só como
catalisador mas também como estímulo que, com as suas várias
iniciativas, incluindo os concursos de música moderna e o apoio a
gravações e a apresentações públicas, permitiu e esteve na base da
formação de grupos, muitos deles de inegável qualidade.
Para Lisboa a década de 1980 foi um tempo de evidentes
mudanças no sentido da modernização e da abertura às ideias e aos
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Dez Álbuns:
LISBOA
Pop Dell’ Arte Xutos e Pontapés
Free Pop (1987) Circo de Feras (1987)
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SINES
Cidade: Sines (Portugal).
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Galp.
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SINES
terá nascido a “alma” do inspirador do caminho marítimo para a Índia.
Como se num refluxo histórico, as muralhas — em vez de rechaçar
guerreiros —, aco-lhessem agora as músicas dos “novos mundos” que
Gama ajudou um dia a conhecer melhor.
“O FMM foi criado em 1999 tendo como objectivo principal o de
valorizar o castelo, hipotético berço do navegador, através de um acon-
tecimento que tentaria evocar os contactos inter-culturais a que as via-
gens de Vasco da Gama abriram caminho”, sublinha Carlos Seixas. O
director criativo e de produção do festival, adianta ainda que a filosofia
e o conceito do festival foi apostar desde o início na world music, numa
festa singular que divulgasse a diversidade e o conhecimento de outras
culturas através de música de qualidade e capaz de criar novos públicos
disponíveis para serem o suporte principal dessa nova aventura”.
A verdade é que o FMM, considerado já por vários críticos musi-
cais como um dos três mais importantes que se realizam na Europa de-
dicados à world music, prolonga um pouco o espírito de Vasco da Gama.
Não é só uma revelação para quem o desconhece — é, como diz Carlos
Seixas, “um festival para espectadores/ descobridores”. “O público é
diferenciado, de origem social e idades distintas, e foi-se conquistando
ao longo dos anos, muitos foram passando a ‘mensagem’ aos seus ami-
gos e conhecidos, e o acolhimento caloroso quer aos músicos quer aos
visitantes são fundamentais. Mas, além disso, há o charme do local
único que é o castelo, o facto de ser praticamente mais um serviço
público que um festival com um intuito comercial e a maior exposição
mediática de que tem beneficiado de ano para ano levaram já a que dos
1500 espectadores diários do primeiro festival se tenha passado para a
média de 10 milhares que ocorreu em 2006”, esclarece o responsável
pela programação das várias edições do FMM.
A interacção da cidade com o mar tem potenciado desde sempre
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Dez Álbuns:
(Bandas presentes no FMM)
SINES
Hermeto Pascoal Mabulu
Slaves Mass (1977) Soul Marrabenta (2001)
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