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RESPOSTA TÉCNICA

Título

Reprodução induzida do tambaqui

Resumo

Informa sobre reprodução induzida do tambaqui.

Palavras-chave

Criação; peixe; piscicultura; reprodução; tambaqui

Assunto

Criação de peixes em água doce

Demanda

Gostaria de informações sobre reprodução induzida do tambaqui.

Solução apresentada

Antigamente, o tambaqui era uma espécie abundante nas proximidades da cidade de Manaus,
atualmente é capturada num raio de 500 a 2.500km de distância desse devido a pesca seletiva
praticada na região.

O tambaqui é um peixe reofílico (não desova naturalmente em cativeiro) e um dos peixes mais
importantes na piscicultura brasileira sendo o segundo maior do peixe de escamas encontrado
no Rio Solimões na Amazônia. Por ser um, se faz necessária que a sua ovulação seja induzida
artificialmente.

Muniz (2006) ressalta que para superar esse problema na reprodução os peixes reófílicos
criado em cativeiro, são feitas induções hormonais empregando-se os seguintes hormônios:
extrato bruto de hipófise e carpas (EBHC), LHRH (hormônio liberador do hormônio luteinizante,
nonapeptídio, superativo) e LHRH comum (decapeptídio), síntese do análogo do LHRH natural.

Segundo a Dra. Cheila de Lima Boijink, pesquisadora em Sanidade de Espécies Aqüicolas da


Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Amazônia Ocidental
(http://www.cpaa.embrapa.br), o tambaqui atinge a maturidade sexual com 3 a 4 anos de idade.
A reprodução geralmente ocorre de outubro a março.

Na seleção dos reprodutores para a indução da desova deve-se escolher os machos que
liberam sêmen de cor branca e de aspecto denso após uma leve pressão no abdômen, são os
mais adequados para a reprodução. Com relação às fêmeas, devem ser selecionadas aquelas
com o abdômen volumoso e macio ao toque, geralmente com a papila genital avermelhada.

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Indução

Para indução, o procedimento mais comum é a aplicação de extrato de hipófise. Geralmente


são usadas hipófises de carpa (normalmente importadas). Nas fêmeas geralmente são
aplicadas duas doses espaçadas entre 8 e 12 horas.

Na primeira dose é aplicado 0,5mg de extrato de hipófise/kg e, na segunda, são aplicados 4,5 a
5,0mg/kg. No macho, uma única dose de 1,0 a 2,0mg/kg é aplicada no mesmo momento da
segunda dose nas fêmeas.

O momento da ovulação e desova geralmente ocorre após acumuladas 220 a 280 horas-grau,
ou seja, entre 8 a 10 horas após a aplicação da segunda dose de extrato de hipófise nas
fêmeas com a temperatura média da água ao redor de 27°C.

Para fazer a extrusão, o corpo dos reprodutores deve estar seco no momento da coleta dos
óvulos e do sêmen. Os óvulos são coletados diretamente em uma bacia plástica. O sêmen
pode ser coletado previamente em um copo plástico ou béquer para depois ser usado na
fertilização, ou mesmo ser gotejado diretamente sobre os óvulos na bacia.

Imediatamente após a adição do sêmen, os óvulos devem ser gentilmente revolvidos (com o
uso de uma pena ou de uma espátula de plástico), permanecendo com os espermatozóides
por cerca de 3 minutos nessa solução para assegurar uma boa fecundação. Após a
fecundação os ovos devem ser incubados em incubadoras do tipo cônicas ou funil (mais
adequadas). A vazão de água deve ser regulada entre 2 a 10 litros de água/minuto, de acordo
com o volume das incubadoras (entre 60 e 200 litros).

No que se refere à reprodução induzida, Muniz (2006) orienta que a mesma ainda está
“atrelada ao uso do hormônio hipofisário que, além de possuir alto valor de mercado”
apresentando “o inconveniente de não possuir uma quantidade definida de gonadotropina, de
modo que assegure um padrão na metodologia”. Com isso, continua o autor, “o uso de
hormônios sintéticos, como o LHRH comum, poderá ser uma saída a estes contrapontos para a
indução hormonal de peixes de grande significância econômica como o tambaqui, pois são
adquiridos em dosagens definidas, são práticos, de fácil aquisição e valor de mercado
compensador”.

A Dra. Vera Val, doutora em Biologia de Água Doce e Pesca Interior e pesquisadora do
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA (<http://www.inpa.br>), complementa que
de acordo com GOMES (2005, p. 175-193) a reprodução induzida do tambaqui é feita com a
utilização de hormônios sintéticos, como LHRH (gonadorelina) e HCG (gonadrotropina
coriônica humana).

Entretanto, os hormônios mais utilizados no Brasil são gonadotropinas encontradas no extrato


de glândulas pituitárias de peixes. O extrato, feito com hipófises secas ou preservadas no
etanol, é injetado nos peixes em solução salina ou em glicerina. As glândulas são dissolvidas
em solução salina (0,6% NaCl) na proporção 1mg de glândula /0,1mL de solução, e injetadas
sob a nadadeira ventral em duas doses. A primeira dose, ou preparatória, é de apenas 0,5mg
de glândula seca/kg de fêmea. A segunda dose é de 5mg/Kg para fêmeas pesando até 7kg e
adicionando 1mg/kg para cada 2 kg de fêmea acima deste valor. A fêmea desova após 200 a
300 horas-grau. Machos normalmente são injetados em dose única (2,5mg/kg), junto com a
segunda dose da fêmea, mas podem ser utilizadas duas doses: 0,5 e 2,5 mg/kg.

Conclusões e recomendações

Recomenda-se que o cliente busque informações complementares através de todos os


pesquisadores e sites citados nessa resposta técnica. É importante, se possível, contar com o

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apoio de um profissional especialista na área, para elaboração de um projeto adequado, pois a
orientações dependem das condições específicas de cada estabelecimento.

Como complemento, ressalta-se, no entanto, que já existe publicada em nosso Portal


(<http://sbrt.ibict.br>) Resposta Técnica sobre o tema solicitado. Basta digitar a palavra
tambaqui no campo palavra-chave e clicar em busca. Ou acessá-la através do link abaixo:

Deseja informações sobre normas aplicadas à criação de tambaqui.


Site: <http://www.sbrt.ibict.br/upload/sbrt5175.html >.

Informações adicionais

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Amazônia Ocidental


Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
End.: Rod. AM-010, km 29. Manaus – AM. CEP: 69010-970.
Contato: Dra. Cheila de Lima Boijink.
Pesquisadora - Sanidade de Espécies Aqüicolas.
Tel. (92) 3621 0411
E-mail: <sac@cpaa.embrapa.br >
Site: <http://www.cpaa.embrapa.br >.

Fontes consultadas

GOMES, Araújo-Lima e. Tambaqui (Colossoma macropomum). In: Espécies Nativas para


aqüicultura no Brasil. Org.: Bernardo Baldiosserotto e Levy de Carvalho Gomes. 2005. p.
175-193.

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Unidade Amazônia Ocidental.


Disponível em: <http://www.cpaa.embrapa.br >. Acesso em: 12 jul. 2007.

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA. Disponível em: <http://www.inpa.br>.


Acesso em: 16 jul. 2007.

MUNIZ, José Antônio Salgado de Moura. Influência do LHRH da ovulação induzida do


tambaqui Colossoma macropomum (cuvier) (characiforme, characidae), em diferentes
fotoperíodos. Recife: UFRPE, 2006. Disponível em:
<http://www.pgpa.ufrpe.br/Trabalhos/2006/T2006jasmm.pdf >. Acesso em: 13 jul. 2007.

Elaborado por

Dra. Cheila de Lima Boijink - Pesquisadora Embrapa Amazônia Ocidental


Dra. Vera Val - Doutora em Biologia de Água Doce e Pesca Interior
Patricia Regina Cardoso da Silva

Nome da Instituição respondente

Rede de Tecnologia da Bahia - RETEC/BA

Data de finalização

17 jul. 2007

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