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Doenças da tireóide
Conceitos
Hipotireoidismo
1) O que é hipotireoidismo?
O hipotireoidismo é a situação em que há uma quantidade insuficiente
de hormônios tireoidianos circulantes no organismo. Isto leva a
alteração no metabolismo dos diversos órgãos do corpo levando a
sintomas clínicos e alterações laboratoriais.
6) O hipotireoidismo é comum?
O hipotireoidismo é extremamente comum e estima-se que acometa
cerca de 5 milhões de brasileiros. Muitas pessoas não sabem que
apresentam a doença porque seus sintomas são confundidos com
cansaço, desânimo e sintomas de stress.
Uma pesquisa mostra que a incidência de hipotireoidismo entre as
mulheres brasileiras é a mais alta do mundo, chegando a 12,3%,
sendo que apenas um sexto sabe de sua doença O hipotireoidismo
pode ser encontrado em homens e mulheres. Sua incidência aumenta
com a idade, sendo sete vezes mais freqüentes nas mulheres,
principalmente após os 50 anos.
Hipertireoidismo
1) O que é hipertireoidismo?
É uma condição clínica causada pelo excesso de hormônios
tireoidianos circulantes, devido a um aumento da produção ou da
liberação destes.
Câncer de Tireóide
Introdução
Pré operatório
Riscos
Alterações da Voz
Um a cada 10 pacientes que são operados da glândula tireóide
apresentam alguma alteração temporária na voz, enquanto que 1 em
cada 250 pode evoluir com alterações definitivas.Isto ocorre devido a
proximidade da glândula com os nervos responsáveis pelos
movimentos das cordas vocais.
Estas mudanças na voz podem ser rouquidão, dificuldade em alcançar
notas agudas ou cansaço ao falar que normalmente regridem em
algumas semanas, mas que podem perdurar por vários meses. A
recuperação vocal é melhorada com fonoterapia através da orientação
de uma fonoaudióloga.
Hematoma
É uma complicação temida pelos cirurgiões pois pode por em risco a
vida do paciente.
Apesar da grande preocupação do médico para que não haja
sangramento no pós operatório, pode ocorrer um acúmulo de sangue
no local operado(hematoma), podendo levar a dor e dificuldade de
respirar. Esta é uma condição que tem de ser avaliada imediatamente
pelo cirurgião, que pode decidir reoperar em caráter de urgência
Hipocalcemia
Cicatriz
Jejum
Cirurgia
Tipo de anestesia
Dreno
Curativo
Pós operatório
Náuseas e vômitos
Dor
A tireoidectomia é uma cirurgia que apresenta um pós-operatório
pouco doloroso, porém é comum sentir uma sensação de garganta
inflamada por até uma semana após a cirurgia. A cada dia que passa
espera-se uma melhora gradual.
Tosse
Os pacientes freqüentemente apresentam tosse no período pós-
operatório devido a manipulação da traquéia e por inflamação das
cordas vocais pela intubação durante a anestesia geral. Este sintoma
tende a regredir espontaneamente e medidas como inalação e
xaropes podem aliviar os sintomas.
Retorno ao consultório
Pontos
Alimentação
Restrições
Medicações
Antiinflamatórios: São normalmente prescritos por 3 a 7 dias no pós-
operatório. Evitam que o paciente sinta dor. Podem causar incômodos
como queimação no estômago.
Analgésicos: Apesar da cirurgia evoluir com pouca dor, estes
medicamentos complementam o controle da dor que os
antiinflamatórios propiciam.
Cálcio: Seu médico orientará o uso de cálcio, principalmente após
cirurgia de tireoidectomia total. Ele é prescrito para evitar ou tratar os
sintomas desagradáveis da hipocalcemia, como formigamentos e
câimbras. São utilizados quase sempre temporariamente, e serão
retirados conforme a função das glândulas paratireóides se
restabelecerem.
Av. Brigadeiro Luís Antônio, 278 - 6º andar - Sala 05, Bela Vista - CEP
01318-901 - São Paulo/SP - Telefax: (11) 3107-9529
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1. IBCC
O tipo de cirurgia, ou seja, tireoidectomia total ou parcial, irá depender de ...
Contudo, dificilmente as cicatrizes de tireoidectomia produzem cicatrizes ...
www.ibcc.org.br/hospital/especialidadesMedicas_orientacoes3.asp?question=4
&topicName=Pré...1&site... - 7k
Hospital > Especialidades Médicas > Orientações Cirúrgicas > Pré-
operatório
Pré-operatório
Cirurgia de Cabeça e Pescoço
Riscos
Toda cirurgia envolve risco de complicações. Apesar de a cirurgia de tireóide
ter índice muito baixo de complicações, aqui serão relatadas as mais
importantes que o paciente deverá saber.
Alterações da voz
Um em cada 10 pacientes que são operados da glândula tireóide apresenta
alguma alteração temporária na voz, enquanto que um em cada 250 pode
evoluir com alterações definitivas. Isso ocorre por causa da proximidade da
glândula com os nervos responsáveis pelos movimentos das cordas vocais.
Hipocalcemia
Junto à glândula tireóide, existem as glândulas paratireóides, que em geral
são quatro. Elas são responsáveis pela produção de um hormônio (PTH) que
regula o nível de cálcio no sangue.
Cicatriz
Todo corte sobre a pele produz cicatriz. Contudo, dificilmente as cicatrizes
de tireoidectomia produzem cicatrizes com mau resultado estético; ao
contrário, são normalmente discretas.
ultra-som da tireóide;
avaliação cardiológica;
raios X de tórax;
exames de sangue.
1. SBEM Reporter
Isso porque, ao fazer a tireoidectomia total, o cirurgião remove todos os focos
... A tireoidectomia total tem índices de recorrência e de mortalidade muito ...
www.endocrino.org.br/folhasbem/materia.php?id=3 - 13k
Edição nº 001 - Dezembro / 2002
Cirurgião indica tireoidectomia total
Folha da SBEM - Pelo que o senhor colocou na palestra, para qualquer lesão,
seja pequena ou grande, a indicação é de tireoidectomia total. O senhor não
vê outra solução, mesmo nos pequenos nódulos?
Dr. Lenine - Essa questão não está fechada, pois existem grupos que sempre
fazem tireoidectomia parcial em lesões abaixo de dois centímetros. Mas há
muitos trabalhos na literatura médica mostrando lesões pequenas com alto
potencial de invasibilidade, inclusive com metástases à distância. Em nosso
grupo no Hospital das Clínicas sempre foi feita a tireoidectomia total e os
resultados são extremamente favoráveis. Então nós não abrimos mão desse
tipo de cirurgia, pelos resultados obtidos em benefício dos pacientes. E nós
pegamos pacientes que vêm de outros serviços, onde foram feitas cirurgias
parciais, com complicações importantes.
Nomes alternativos:
tireoidectomia parcial, tireoidectomia, tireoidectomia total
Definição:
É a cirurgia para a remoção total ou parcial da glândula tireóide.
Descrição:
É feita uma incisão na parte frontal do pescoço enquanto o paciente está
sob anestesia profunda e sem dor (anestesia geral). A glândula tireóide é
então removida. Até 90% da glândula pode ser removida embora essa
porcentagem possa variar de acordo com as condições.
Indicações:
A glândula tireóide é uma parte do sistema endócrino (hormonal) e
desempenha um papel importante na regulação do metabolismo corporal.
Algumas doenças afetam a glândula tireóide por meio da redução da
produção de seus hormônios (hipotireoidismo), ao passo que outras causam
uma superprodução desses hormônios (hipertireoidismo). As desordens da
tireóide são mais comuns em crianças maiores e adolescentes
(principalmente em garotas) do que em bebês. Na maioria das vezes são
situações em que é possível fazer o tratamento com medicamentos, mas
ocasionalmente pode haver a necessidade de cirurgia.
1. ]
COMPLICAÇÕES DE TIREOIDECTOMIAS
Formato do arquivo: PDF/Adobe Acrobat - Ver em HTML
Com relação aos tipos de tireoidectomia, a conduta ado-. tada na Disciplina
de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hos-. pital das Clínicas da Faculdade de
...
sbccp.netpoint.com.br/ojs/index.php/revistabrasccp/article/view/64/60 - Páginas
Semelhantes
COMPLICAÇÕES DE TIREOIDECTOMIAS
COMPLICATIONS OF THYROIDECTOMY
ALBERTO R. FERRAZ1
CLÁUDIO ROBERTO CERNEA2
VERGILIUS J. FURTADO DE ARAÚJO FILHO3
REGIS TURCANO4
Palavras-chave: Tireoidectomia, complicações
Key words: Thyroidectomy, complications
Submetido: 06/08/2003
Aprovado: 23/08/2003
Endereço para correspondência:
Alberto R. Ferraz
Av. Brig. Luis Antonio, 2367
Cj. 203 - 01401-000
Fone (11) 288-5788 - São Paulo - SP
1 - Professor Titular e Chefe da DCCP HC - FMUSP
2 - Livre Docente da DCCP HC - FMUSP
3 - Médico da DCCP HC - FMUSP
4 - Médico Preceptor da DCCP HC - FMUSP
RESUMO
Os autores reviram as principais complicações das tireoidectomias.
Foi dado ênfase à alterações da mobilidade das
cordas vocais e no hipoparatireoidismo.
ABSTRACT
The authours review the main complications of thy
roidectomy. Impairment of vocal cords mobility and hypoparathyroidism
were the most significant complications.
INTRODUÇÃO
Desde o século XIX após a descrição de Kocher para a
tireoidectomia notou-se uma queda considerável na morbidade
e principalmente na mortalidade observada no procedimento,
chegando a níveis considerados baixos. A partir de
então a literatura médica tem recebido contribuições de Serviços
de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, distribuídos por todos
os continentes, que atestam resultados relativamente semelhantes
quanto as complicações específicas do procedimento,
sobretudo com referência à lesão do nervo laríngeo
recorrente, hipoparatireoidismo e hipotireoidismo. Desta forma,
a experiência do Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço
do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo ( HC – FMUSP), com uma
casuística de mais de 10000 tireoidectomias em 46 anos, foi
analisada e seus resultados foram semelhantes ao esperado,
como será apresentado.
O procedimento cirúrgico da tireóide envolve uma equipe
de cirurgiões habilitados ao procedimento, bem como
anestesista, centro cirúrgico e equipe de enfermagem, cada
qual capacitado para a realização da tireoidectomia, além da
identificação e tratamento de suas complicações. Assim sendo
tal procedimento é realizado por cervicotomia, seguida
de abertura por planos e identificação da tireóide, segue-se
então a identificação com preservação do nervo laríngeo recorrente
e das paratireóides ipsilaterais ao lobo a ser retirado,
ou bilateralmente em caso de tireoidectomia total. Neste tempo
faz-se a retirada do lobo tireoidiano e em continuidade o
istmo, através da ligadura e secção dos pedículos vasculares.
A próxima etapa é a revisão da hemostasia, acompanhada ou
não de drenagem da loja tireoidiana e fechamento por planos
até a sutura da pele.
As complicações as quais o paciente será exposto diviREVISTA
BRASILEIRA DE CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO - VOL. 32 / Nº 3 /
JUL./AGO./SET. 2003 32
dem-se em comuns a qualquer tratamento médico, como reações
medicamentosas por exemplo, e específicas a procedimento
cirúrgico (como hematoma, cicatriz hipertrófica,
seroma, infecção, choque etc), ou ainda relacionadas à
tireoidectomia(lesão do nervo laríngeo recorrente, hipoparatireoidismo
e hipotireoidismo), que será alvo deste estudo.
As principais lesões nervosas são do nervo laríngeo recorrente
e do ramo externo do nervo laríngeo superior. O
primeiro, ramo do nervo vago, recorre do mediastino pelo
sulco traqueo-esofágico em sentido cranial, estabelecendo
íntima relação com as glândulas paratireóides, a artéria
tireóidea inferior e com a face posterior do lobo tireoidiano
até a inserção junto ao ligamento de Berry na musculatura
cricotireoidea, onde inervará grande parte da musculatura
intrínseca do laringe. Algumas variações anatômicas, a relação
com as estruturas citadas e alterações patológicas de
qualquer destas estruturas ( como invasão carcinogênica de
tecidos e órgãos) poderá contribuir com a lesão propositada
ou acidental deste órgão, acarretando paresia ou paralisia da
prega vocal ipsilateral. Outra estrutura exposta ao procedimento
é o ramo externo do nervo laríngeo superior, que tem
relação com os vasos do pedículo superior do lobo tireoidiano
e inerva o músculo cricotireóideo, envolvido com a emissão
de sons agudos (principalmente em mulheres).
As glândulas paratireóides freqüentemente em número
de 4, mas podendo existir 3 a 9 glândulas na mesma pessoa,
possuem aproximadamente 6 milímetros de diâmetro e podem
localizar-se na superfície tireóidea, intra-tireoidea ou
em algum ponto entre os nervos laríngeos recorrentes. No
entanto, sua vascularização é precária e vulnerável à manipulação
cirúrgica, podendo evoluir com hipofunção do órgão
temporariamente, ou definitivamente(se persistir por
mais de 6 meses no pós operatório) caso haja retirada desta
glândula, ou ainda devida a simples manipulação cirúrgica
do órgão. Nestes casos, o hipoparatireoidismo causa a hipocalcemia,
que é a complicação mais freqüente da tireoidectomia.
Temos ainda a possibilidade de hipotireoidismo relacionado
à quantidade de parênquima restante e a sua capacidade
funcional, obviamente esperado em todos os casos de
tireoidectomia total.
Os prontuários dos pacientes submetidos a tireoidectomia
nos últimos seis anos, no Serviço de Cirurgia de Cabeça e
Pescoço do HC – FMUSP, foram analisados retrospectivamente
quanto aos seguintes aspectos: idade e sexo dos doentes,
diagnóstico clínico, indicação cirúrgica, tipo da
tireoidectomia, anatomopatologia e complicações. Nos últimos
seis anos, de 1997 a março de 2003, foram realizadas
816 tireoidectomias. Esta série foi composta por 664 mulheres
e 82 homens (relação de 7,2 1: 1) com idades variando
entre nove e 86 anos (média de 45 anos).
Com relação aos tipos de tireoidectomia, a conduta adotada
na Disciplina de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo (DCCP HC-FMUSP) as divide em:
Tireoidectomia Total (TT), Tireoidectomia Subtotal (TST),
Tireoidectomia Subtotal Funcional para os portadores de
Doença de Basedow-Graves (TSTF), Lobectomia Total (LT),
Tireoidectomia Atípica (TA – tumorectomias, biópsias,
tireoidectomia ampliada e aquelas associadas a outros procedimentos,
tais como laringectomia), e outras (O – incluindo
istmectomias, nodulectomias e lobectomias subtotais).
As principais complicações analisadas nesta casuística foram
a paresia e paralisia unilateral de prega vocal, a paralisia
bilateral de pregas vocais, o hipoparatireoidismo transitório
(aquele com sintomas até 6 meses após a operação), o hipoparatireoidismo
persistente e o hipotireoidismo. A análise
estatística foi realizada com os testes qui-quadrado e de Fisher
com nível de significância estatística de p<0,05.
COMPLICAÇÕES
Em nosso Serviço observamos que a principal indicação
de tireoidectomia nos operados nos últimos seis anos foi a
suspeita de malignidade, em 59% dos casos, seguida da compressão
de estruturas adjacentes em 16%. A suspeita de malignidade
deveu-se essencialmente ao emprego da punçãobiópsia
aspirativa com agulha fina (PBAAF) e do exame
citológico do aspirado. O exame foi empregado em 79,6%
de todos os operados de 1997 a 2003. A maior parte das
operações realizadas nesta série foi bilateral, tanto por neoplasia
maligna quanto por doenças benignas da tireóide com
comprometimento de ambos os lobos da glândula. Assim,
nos últimos seis anos, mais da metade dos pacientes submetidos
a tireoidectomia em nosso Serviço tinham suspeita de
malignidade como uma das indicações do procedimento, e
38,7 % de todos os casos tiveram confirmação anatomopatológica
de neoplasia maligna.
Na Tabela 1 estão relacionadas as complicações observadas
nos diferentes grupos de pacientes distribuídos conforme
o tipo de cirurgia . Tanto a paresia unilateral como a
paralisia bilateral de pregas vocais foram significativamente
mais freqüentes no grupo de pacientes submetidos a TA do
que no grupo de pacientes submetidos a TT. Ainda que a
paresia unilateral tenha ocorrido com maior freqüência em
pacientes submetidos a procedimento bilaterais, a paralisia
unilateral foi bastante rara nestes pacientes e semelhante ao
encontrado (Bhattacharyya e Fried). Da mesma forma, a incidência
de paralisia bilateral de pregas vocais foi muito rara
nestas séries, com exceção dos pacientes submetidos a procedimentos
atípicos e ampliados, justificado pela indicação
oncológica de radicalidade, devido a composição de um grupo
com tumores, na maioria das vezes, avançado.
A incidência de hipoparatireoidismo foi baixa, semelhante
aos dados históricos desta instituição (Ferraz e Brandão),
mesmo em pacientes submetidos a procedimentos bilaterais.
Estes valores estiveram abaixo dos apresentados em vários
Trabalhos semelhantes (Rosato e colaboradores), podendo
ser justificado pela investigação em nosso Serviço apenas
nos casos com hipocalcemia sintomática. Consideramos
como procedimento padrão o reimplante de paratireóides
caso haja remoção, ou desvascularização significativa da
mesma.
REVISTA BRASILEIRA DE CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO - VOL. 32 / Nº 3 /
JUL./AGO./SET. 2003
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Analisando o hipotireoidismo pós-operatório nos diferentes
grupos, observou-se incidência significativamente
superior desta complicação nos últimos seis anos nos pacientes
submetidos a LT (p < 0,0001), quando comparado à
estatística prévia do mesmo grupo.
A lobectomia total (lobectomia + istmectomia) apresentou
incidência inferior de hipoparatireoidismo transitório e
persistente, bem como de hipotireoidismo e paralisia bilateral
de pregas vocais, como era de se esperar.
Quanto às lesões do ramo externo do nervo laríngeo superior,
outro estudo prospectivo realizado em nosso Serviço
(Cernea e colaboradores) mostrou, em subgrupo restrito a
76 pacientes desta série, que a incidência de lesão deste ramo
nervoso variou entre 3% e 12%, sendo possível a sua prevenção
apenas por meio da identificação e dissecção do mesmo
com o auxílio de neuro-estimulador durante a tireoidectomia,
no entanto, sabe-se que tal complicação tem seus níveis diminuídos
quanto é realizado ligadura do pedículo vascular
superior próximo à tireóide.
DISCUSSÃO
Desde os importantes trabalhos de Kocher, as operações
sobre a glândula tireóide se tornaram procedimentos bastante
seguros. A identificação rotineira com preservação dos
nervos laríngeos inferiores e das paratireóides, ainda que as
custas do reimplante destas, possibilitou índices de morbidade
e mortalidade pequenos.
Estas séries de pacientes apresentaram taxas de complicação
compatíveis com a literatura, em especial considerando-
se uma instituição assistencial universitária.
A lesão unilateral do nervo laringeo recorrente, em geral,
não traz sintomas de risco para o paciente, exceto pela
alteração de voz, porém a lesão bilateral, apesar de rara,
pode ocasionar insuficiência respiratória podendo ser necessária
uma traqueostomia. Nos primeiros dias ou semanas
não é possível dizer se a disfonia causada pela paralisia da
prega vocal trata-se de paresia ou paralisia. Caso haja paralisia
a mesma pode ser tratada clinicamente, com fonoterapia,
ou necessitar de procedimentos cirúrgicos, sobretudo em
situações de insuficiência respiratória ou disfonia importante.
Apesar de ser a complicação mais freqüente o hipoparatireoidismo
está relacionado muitas vezes à fragilidade das
glândulas paratireóides e na maioria reversível espontaneamente
em algumas semanas ou meses, devendo ser tratado
apenas com aumento da oferta de cálcio e calcitriol. Em alguns
casos, 1 a 2% dos pacientes conforme a literatura, os
sintomas de hipocalcemia, relacionado ao hipoparatireoidismo
será definitivo.
Os casos de hemorragia ou hematoma com repercussão
clínica para o paciente podem ser evitados com técnicas de
hemostasia e uso de dreno. Em caso de falha destes métodos
um hematoma poderá causar sintomas compressivos de via
aérea e, portanto, indicar a necessidade de nova abordagem
cirúrgica.
A tireoidectomia é procedimento seguro com risco de
complicações baixos, quando realizado com técnica adequada.
As complicações são clinicamente identificadas e na
maioria das vezes tratadas sem danos para o paciente.
Tabela 1 - Complicações das tireoidectomias DCCP HCFMUSP
Complicação LT TST TT
Paresia unilateral PV 6,3 % 5,6 % 9,6 %
Paralisia unilateral. PV 0,8 % 2,2 % 1,5 %
Hipoparatireoidismo transitório 0,5 % 4,1 % 11 %
Hipoparatireoidismo definitivo 0 1,2 % 1,6 %
Hipotireoidismo 14,8 % 17 % 100 %
LT = lobectomia total
TST = tireoidectomia subtotal
TT = tireoidectomia total
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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nerve in thyroid surgery. Ann Surg 1948, 108 : 545-62.
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bócio multinodular. Rev Hosp Clin Fac Med S Paulo 1979,
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Ferraz AR. Cirurgia de Cabeça e Pescoço. São Paulo, Roca
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6. Thompson NW, Harness JK. Complications of total thyroidectomy
for carcinoma. Surg Gynecol Obstetr 1970, 131 : 861-8.
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hypoparathyroidism after surgery for carcinoma of the
thyroid. Head Neck 1990, 12 : 321-5.
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external branch of the superior laryngeal nerve during
thyroidectomy. Am J Surg 1992, 164 : 634-9.
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10. Rosato L, Avenia N, De Palma M, Gulino G, Nasi PG,
Pezzullo L. Complications of total thyroidectomy: incidence,
prevention and treatment. Chir Ital. 2002, 54(5): 635-42,
Set-Oct;
Exames laboratoriais
Nos últimos anos, com o refinamento dos instrumentos cirúrgicos, têm sido
incorporadas algumas novidades tecnológicas, que têm proporcionado muito
sucesso e baixas taxas de complicações cirúrgicas: videocirurgias, bisturi
harmônico, as mini incisões e o monitoramento eletrônico do nervo laringeo
recorrente, conhecido como nervo da voz. O bisturi harmônico trata-se de um tipo
especial de bisturi elétrico que, comparado ao bisturi elétrico convencional, é um
instrumento de fácil manuseio que está associado à diminuição do tempo de
cirurgia e da necessidade de utilização de fio cirúrgico.
Por André C Silva*, Marcílio J C Cardoso, Sandro de O Mendes, João S Almeida Jr - CET do Hospital da Beneficência
Portuguesa de São Paulo Rua Potenji, 188 – Saúde - 04139-020 São Paulo-SP
Introdução – É de extrema importância profissional conhecer as possíveis causas de insuficiência respiratória (IR) do pós-
operatório (PO). Este caso reflete a necessidade de estrutura adequada em sala de recuperação pós-anestésica (SRPA) para
promoção de terapêutica eficiente.
Relato de caso – Paciente do sexo feminino, 53 anos, 47 kg, estado físico ASA I, em programação cirúrgica de tireoidectomia
total com esvaziamento cervical bilateral por carcinoma papilífero. Foi monitorizada com PANI, cardioscopia, SpO2 e
capnografia. Após venoclise, foi administrado anestesia geral total endovenosa com propofol, remifentanil e atracúrio, sendo
submetida a intubação oro-traqueal sem traumatismos. Decorrido tempo cirúrgico habitual sem intercorrências, mostrou-se a
todo o tempo com sinais vitais dentro da normalidade. Desintubada e em condições de transporte, foi encaminhada para SRPA ,
local em que elevou o nível de consciência e permaneceu assintomática. Na terceira hora de recuperação apresentava 8 pontos
do escore de Aldrete, tendo perdido 2 pontos para circulação: a pressão arterial que se mantinha na faixa da normalidade,
subitamente declinou para níveis importantes, refratária à infusão de líquidos. Observando-se gradativa dificuldade respiratória,
queda dos níveis da saturação de O2 e estertores creptantes difusos, foi instalado O2 suplementar, com posterior intubação
oro-traqueal por piora do quadro. A necessidade de assegurar a hemodinâmica foi a indicação para cateterização de artéria
radial e para acesso venoso profundo. A instabilidade do caso foi o bastante para encaminhá-la para UTI recebendo drogas
vaso ativas. No terceiro pós-operatório apresentava melhora hemodinâmica e ventilatória destituindo-se a ventilação mecânica
e medicações vaso ativas. Os exames complementares realizados nesse período evidenciaram ECG com retificação do
segmento ST e inversão de onda T em parede lateral, elevação de troponina T, CPK , CK-Mb, DHL, D-dímero. Os demais
exames mostraram-se normais.
Discussão - De um modo geral, os pacientes submetidos a anestesia apresentam risco de IR no PO, tendo causas diversas.
Especificamente nas tireoidectomias as causas mais lembradas são hipocalcemia (24-48 horas de PO), lesões nervosas,
traqueomalácia, hematomas e edema agudo de pulmão ex vaccum. Os pacientes merecem sempre ser recuperado em
ambiente equipado e com pessoal treinado para eventuais complicações habituais ou não.
Referências – 01. Colle GG & Cullen DJ - Airway Problems in the Postanesthesia Care Unit. em: Roberts JT - Clinical
Management of the Airway. Philadelphia, WB Saunders. 1994,449.
© 2004 - SEMESP - Todos os direitos reservados - Criação e Desenvolvimento LEGU - Tecnologia CHILLI CMS
1.
2.
3. ] APNEIA-NA-SALA-RECUPERAÇÃO-POS-ANESTESICA-RELATO-
CASO
RELATO DO CASO: Paciente do sexo feminino, 50 anos, 60 kg, estado físico
ASA I, submetida à tireoidectomia sob anestesia geral induzida com propofol
(140 ...
biblioteca.universia.net/ficha.do?id=271282 - 32k -
Rev. Bras. Otorrinolaringol. vol.74 no.1 São Paulo Jan./Feb. 2008
doi: 10.1590/S0034-72992008000100016
ARTIGO ORIGINAL
I
Professor Associado do Departamento de Oftalmologia,
Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço (chefe do
serviço de cirurgia de cabeça e pescoço do HCFMRP-USP)
II
MD. Pós-graduando do Departamento de Oftalmologia,
Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço do HCFMRP-
USP
RESUMO
OBJETIVOS
CASUÍSTICA E MÉTODOS
Análise Estatística
RESULTADOS
Ao se comparar os grupos segundo as variáveis: idade, peso
corporal e altura, o resultado não foi significante. Pela Tabela 1,
observa-se que a permanência hospitalar e o custo da diária não
foram estatisticamente significantes, porém encontrou-se
significância ao se comparar os custos das drogas e do
tratamento, tendo sido maior para a AG.
DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Davies MJ, Silbert BS, Scott DA, Cook RJ, Mooney PH, Blyth
C. Superficial and deep cervical plexus block for carotid artery
surgery: a prospective study of 1000 blocks. Reg Anesth,
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to local anesthesia for endarterectomy of the carotid artery
[letter]. Surg Ginecol Obstet 1993;177(3):308-10. [ Links ]
© 2008 SBORL
revista@sborl.org.br
A cada ano surgem cerca de 11.000 novos casos de câncer da tireóide nos Estados
Unidos. O sexo feminino é mais freqüentemente atingido, na taxa de 3 mulheres para 1
homem. O câncer da tireóide pode ocorrer em qualquer faixa etária, porém, é mais
freqüente abaixo dos 25 e acima dos 65 anos de idade. A maioria dos pacientes que
apresentam nódulos na tireóide não apresentam sintomas.
É importante ressaltar que cerca de 10% da população tem nódulos tireoidianos, e que a
grande maioria são benignos. Somente cerca de 5 a 10% dos nódulos da tireóide são
malignos.
Nas fases iniciais, geralmente não surge sintomas como rouquidão, dor no pescoço,
aumento dos linfonodos cervicais, dificuldade para engolir ou respirar. Os nódulos que
aparecem como hipofuncionantes na cintigrafia da tireóide tem mais chances de serem
malignos, apesar de que a grandiosa maioria destes são BENIGNOS.
Prognóstico
A grande maioria dos tumores malignos da tireóide são de baixa
malignidade, portanto, curáveis.Nos pacientes jovens que tenham
desenvolvido tanto adenocarcinoma papilífero quanto folicular, quando
adequadamente tratados, tem cura em cerca 95% das vezes. O tratamento
cirúrgico é um pouco controverso quanto a sua extensão devendo diversos
fatores serem considerados. Em regra geral é realizado tireoidectomia total
para evitar recidivas e facilitar o acompanhamento pós operatórios. Muitos
serviços preferem, em especial nos carcinomas papilíferos, a retirada do
lobo comprometido, istmo e grande parte do lobo contra-lateral. Com isso
diminuiria o índice das complicações operatórias.