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Reflexologia

Integral

Aplicada

por

SANDRO PEDROL

Terapeuta
“São nossos pés que nos sustentam...
Assim como arvores tem raízes, as nossas são nossos pés,
São estes que nos levam onde queremos chegar
Pois uma longa jornada sempre se começa com um primeiro passo.
Quanto tempo durará, nossa maior incógnita...”

“Os melhores vinhos são os feitos com os pés...de incomparável sabor!”

Sandro Pedrol

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Índice

Legislação Brasileira

História

1 . Reflexologia Científica

2 . Origens da Reflexologia

3 . Zonas de Reflexoterapia

3.1 – OS PÉS
3.2 – AS ORELHAS
3.3 – AS MÃOS
3.4 – A IRIS

Familiarizando-se

4 . O princípio da zonoterapia

Os primeiros toques

5 . Introdução à Reflexoterapia

5.1 - QUANTO TEMPO ESTIMULAR OS PONTOS


5.2 - TRATANDO O CORPO EM DESEQUILÍBRIO

Relaxamento

5.3 – MANOBRAS DE RELAXAMENTO (CD-DVD)

6 . Tocando alguns distúrbios

6.1 – CONTRA INDICAÇÕES DA REFLEXOTERAPIA


6.2 – EXPERIMENTANDO OS PRIMEIROS TOQUES
6.3 – EXERCÍCIOS

7 . Relatando os resultados
8 . Anatomia dos pés

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LEGISLAÇÃO

BRASILEIRA

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O Paradigma Holístico: Holístico, por sua vez, vindo do
grego holos, que significa totalidade, tendência atual de
abordagem em diversas áreas do saber, onde a visão de totalidade, de
síntese e de interconexão entre todos os itens se sobrepõe à análise e
"dissecação" das "partes". Exemplos: Terapia Holística*, Empresariado
Holístico (meio ambiente, qualidade de vida do empregador e do
funcionário, lucro, tudo é tido como interdependente e igualmente
importante), Educação Holística (as matérias são estudadas
interconectadas entre si).
A profissão de Terapeuta Holístico é LÍCITA, ou seja, inexiste Lei que
a preveja, limite ou impeça o seu LIVRE exercício.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
... XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
Entretanto, ela não é REGULAMENTADA, ou seja, não existe Lei ou
Decreto Federal específicos sobre o tema. A ausência de
Regulamentação pelo governo para muitas profissões tem sido
altamente benéficas, para outras, nem tanto, pois a colocam como alvo
de polêmicas e perseguições. A correta interpretação da Constituição
Federal garante que a ausência de regulamentação por Lei Federal
torna LIVRE o exercício profissional. A CBO - Classificação Brasileira
de Ocupações registra mais de 36.000 profissões e destas, cerca de 30
possuem Lei regulamentando e órgão fiscalizador próprio. Ou seja, via
de regra, a esmagadora maioria das profissões brasileiras são
desregulamentadas, cabendo à "lei de mercado" a seleção dos
trabalhadores, daí a grande importância da Auto-Regulamentação, das
Normas Técnicas Voluntárias, Certificados de Conformidade e do CRT
- Carteira de Terapeuta Holístico Credenciado, cuja adesão espontânea
por parte do profissional, possibilita ao público interessado selecioná-
los como seus escolhidos.

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CBO - Classificação Brasileira de Ocupações
3221: Acupunturistas, podólogos, quiropraxistas e afins.
Descrição sumária
Realizam prognósticos energéticos por meio de métodos da medicina
tradicional chinesa para harmonização energética, fisiológica e psico-
orgânica; aplicam estímulos físico-químicos e técnicas corporais para
tratamento de moléstias psico-neuro-funcionais e energéticas
(acupunturista). Prognosticam e tratam as patologias superficiais dos
pés e deformidades podais utilizando-se de instrumental pérfuro-
cortante, medicamentos de uso tópico, órteses e próteses (podólogo).
Realizam ações prognosticas e terapêuticas, com o emprego das
mãos, pelo uso da palpação, dinâmica e estática, bem como ajustes,
com objetivo de normalizar o sistema neuro-músculo-esquelético,
reconduzindo ao equilíbrio homeostático (quiropraxista).

Câmara dos Deputados - Projeto de Lei

Dispõe sobre a regulamentação da profissão de Terapeuta Holístico e


dá outras providências.
O Congresso Nacional decreta:
Art. 1º. Terapia Holística é uma proposta de natureza
predominantemente preventiva e não invasiva, onde o que se busca é
o equilíbrio corpóreo/psíquico/social por meio de estímulos os mais
naturais possíveis para que sejam despertos os próprios recursos do
cliente, almejando a auto-harmonização pela ampliação da consciência.
Parágrafo Único: O Terapeuta Holístico atua como um catalisador da
tendência ao auto-equilíbrio, facilitando-a por meio de diversas
técnicas, podendo, inclusive, fazer uso de instrumentos e
equipamentos não agressivos, além de produtos cuja comercialização
seja livre, bem como orientar seus clientes através do aconselhamento
profissional.

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Art. 2º. O exercício profissional como Terapeuta Holístico somente será
permitido aos indivíduos e instituições registrados e em dia com as
suas obrigações nos Conselhos Regionais de Terapia e portadores de
certificados ou diplomas da área, reconhecidos pelos órgãos
competentes do Ministério da Educação, ou no caso da inexistência
destes, na Unidade da Federação do requerente, reconhecidos pelo
órgão federal de fiscalização da classe.
Parágrafo Único: Os cargos de Terapeuta Holístico no serviço público
e na economia privada, quer como profissional liberal, quer como
assalariado, só poderão ser exercidos por profissionais legalmente
habilitados nos parâmetros desta lei e em dia com suas obrigações
perante o órgão regional de fiscalização da classe.
Art. 3º. A fiscalização do exercício da profissão de Terapeuta Holístico
compete ao Conselho Federal de Terapia e aos Conselhos Regionais
de Terapia, os quais ficam criados pela presente lei.
Parágrafo Único: Os membros do Conselho Federal de Terapia -
autarquia criada por esta lei, que exercerão, a partir da promulgação da
mesma, o primeiro mandato de 03 anos, serão os da diretoria
atualmente eleita para o exercício destas funções no já existente
Conselho Federal de Terapia (registrado no CGC sob nº.
01.080.937/0001-87)
Art. 4º. Ao Conselho Federal compete, especialmente:

I. Elaborar o seu regimento interno;


II. Criar os Conselhos Regionais;
III. Fixar as contribuições, emolumentos, multas aplicáveis e forma de
sanções, tanto pelo Conselho Federal, quanto pelos Conselhos
Regionais.
[...]
Art. 6º. A inscrição como Terapeuta Holístico será feita no Conselho
Regional de Terapia (CRT) mais próximo de sua área de atuação ou
diretamente ao Conselho Federal de Terapia.

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CÓDIGO DE ÉTICA AOS TERAPEUTAS

1 - É VEDADO AO TERAPEUTA INTERVIR EM OUTROS


TRATAMENTOS
Caso a pessoa atendida já esteja sob tratamento de saúde com outros
profissionais, este não deve ser interrompido, pois a Terapia Holística é
sem contra-indicações e casa bem com qualquer outra forma de
tratamento. Caso a pessoa atendida esteja tomando algum
medicamento, a decisão de suspender ou continuar a usá-lo compete
exclusivamente ao próprio médico que o receitou e não ao Terapeuta
Holístico. Este, simplesmente, poderá recomendar o acréscimo de
algum produto natural como complementação ao seu trabalho.
2 - INADEQUAÇÕES DO TERMO "PACIENTE" NA TERAPIA
HOLÍSTICA
Do ponto de vista técnico "paciente" designa pessoa que se submete a
uma cirurgia ou está hospitalizada. Na Terapia Holística, o
recomendável é "cliente", pois por definição, traduz-se no individuo
que confie seus interesses habitualmente a uma mesma pessoa.
3 - INADEQUAÇÃO DOS TERMOS "DOUTOR", "DOENTE",
"DIAGNÓSTICO", "RECEITA" E "CURA" NA TERAPIA HOLÍSTICA

A profissão que os Terapeutas Holísticos abraçaram requer o dobro de


cuidados das demais, inclusive no referente ao modo de se expressar,
tanto verbalmente, quanto por escrito.
Se um bacharel em Direito ou um médico, sem nunca terem feito
doutorado, são chamados de "doutor", ninguém se sente lesado. Se um
Terapeuta Holístico aceitar ser tratado como "doutor", em pouco tempo
é acusado de falsidade ideológica...
Assim sendo, um Terapeuta Holístico jamais "receita", mas sim,
"recomenda"; ele nunca "diagnostica", ele "avalia", "analisa"; jamais
"doenças", mas sim, "disfunções", "desequilíbrios energéticos",
"predisposições".
Da mesma forma, jamais usa "medicamentos" (que pressupõe, pela
própria gênese da palavra, a existência de um "médico"), recomenda,
isto sim, "remédios", "essências", "extratos".

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IMPORTANTE: jamais o Terapeuta deve alegar ter recomendado
algum produto para tratar alguma "doença" (doença é monopólio
médico), deve, isto sim, afirmar que o "recomendou" para "harmonizar,
equilibrar, etc." os "desequilíbrios energéticos, as disfunções, etc.".
4 - INADEQUAÇÃO DOS TERMOS "MASSAGEM" E
"MASSAGISTA" NA TERAPIA HOLÍSTICA
Se o profissional faz uso de técnicas corporais, jamais deverá chamar
este trabalho de "massagem", não só pelo sentido pejorativo que a
confusão com prostituição trouxe à palavra, como, também, pelo fato
de que estaria sendo enquadrado dentro de alguns requisitos
impossíveis de serem cumpridos, pois estaria sujeito às seguintes
diretrizes, dentre outras:
DECRETO-LEI 4.113 DE 14/02/1942
Regula a Propaganda de Médico, Cirurgiões Dentistas, Parteiras,
Massagistas, Enfermeiros, de Casas de Saúde e de Estabelecimentos
Congêneres, e a de Preparados Farmacêuticos
Das Parteiras, dos Massagistas e Enfermeiros (artigos 2 e 3)
ART.2 — é proibido às parteiras, aos massagistas e aos enfermeiros
fazer referências a tratamentos de doenças ou de estado mórbido de
qualquer espécie.
ART.3 — As parteiras, os massagistas e os enfermeiros estão
obrigados a mencionar em seus anúncios o nome, título profissional e
local onde são encontrados.
LEI 3.968 DE 05/10/1961
Dispõe sobre o Exercício da Profissão de Massagista, e dá outras
Providências.
ART.1 — O exercício da profissão de Massagista só é permitido a
quem possua certificado de habilitação expedido e registrado pelo
Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina após aprovação, em
exame, perante o mesmo órgão.
ART.2 — O massagista devidamente habilitado, poderá manter
gabinete em seu próprio nome, obedecidas as seguintes normas:
1—a aplicação da massagem dependerá de
prescrição médica, registrada a receita em
livro competente e arquivada no gabinete;

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2 — somente em casos de urgência, em que não seja encontrado o
médico para a prescrição de que trata o item anterior, poderá ser esta
dispensada;
3 — será, somente, permitida a aplicação de massagem manual sendo
vedado o uso de aparelhagem mecânica ou fisioterápica;
4 — a propaganda dependerá de prévia aprovação da autoridade
sanitária fiscalizadora.
Como podem perceber, será muito melhor nomear seus trabalhos
como "Terapia Corporal", evitando, assim, se enquadrarem nas
leis acima citadas, as quais só podem ter sido criadas para coibir a
prática da Massagem. Ultimamente, a expressão "massoterapia"
igualmente passou a ser sinônimo de prostituição, além de que, no
Paraná, os órgãos públicos identificam como sinônimo de
"massagem" e passaram a exigir daqueles que alegam trabalhar
com esta técnica, o cumprimento das legislações impraticáveis
(DECRETO-LEI 4.113 DE 14/02/1942 e LEI 3.968 DE 05/10/1961).
Portanto, a melhor solução é o termo "Terapia Corporal".
5 - INADEQUAÇÃO DOS TERMOS "MEDICINA" E "MÉDICO" NA
TERAPIA HOLÍSTICA
Outro tema importante a abordar é o perigo de usar expressões
definidas por lei. Por exemplo: as palavras "medicina" e "médico".
Muitos Terapeutas Holísticos, formados em outros países, de forma
ingênua, fazem uso das mesmas expressões utilizadas em outras
línguas, tais como "médico naturista", "medicina tradicional chinesa",
ignorando serem estas expressões definidas e limitadas por Lei
Federal, podendo ser acusados de exercício ilegal de medicina.
6 - INADEQUAÇÃO DOS TERMOS "NUTRIÇÃO" E
"NUTRICIONISMO" NA TERAPIA HOLÍSTICA
Certa vez, inadvertidamente, fizeram uso na propaganda de uma
conceituada profissional da área de trofoterapia ("trofo" = comida)
naturalista, da expressão "formada em nutricionismo pela antidieta",
referindo-se a um de seus inúmeros diplomas estrangeiros. No Brasil,
porém, as palavras "nutricionismo" e "dieta", são termos definidos por
Lei e privativos dos Nutricionistas, que a denunciaram à Delegacia do
Consumidor, acusando-a de "exercício ilegal de profissão"...

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7 - INADEQUAÇÃO DOS TERMOS "PSICOLOGIA" E "PSICÓLOGO"
NA TERAPIA HOLÍSTICA
É importante a abordar é o perigo de usar expressões definidas por lei.
Por exemplo: as palavras "psicologia" e "psicólogo". Muitos Terapeutas
Holísticos, formados em outros países, de forma ingênua, fazem uso
das mesmas expressões utilizadas em outras línguas, tais como
"psicólogo oriental", "psicologia indiana", ignorando serem estas
expressões definidas e limitadas por Lei Federal, podendo serem
acusados de exercício ilegal de profissão, pois tais expressões são
prerrogativas de quem estiver devidamente inscrito junto ao CRP
(Conselho Regional de Psicologia).
8 - INCONVENIÊNCIAS DOS TERMOS "NATURISTA" E
"NATURALISTA" NA TERAPIA HOLÍSTICA
Um enorme número de reportagens popularizou a expressão
"naturismo" como sinônimo de "nudismo", o que torna o uso desta
palavra, no mínimo, estranha, quando aplicada a um consultório. Além
da consagração pela mídia como sendo sempre referente ao nudismo,
o "naturismo" também é uma expressão definida em Projeto de Lei, de
autoria de Fernando Gabeira, onde igualmente se consolida, desta vez
de modo "oficial", a palavra como sinônimo de "nudismo". Holístico,
por sua vez, vindo do grego holos, que significa
totalidade, torna muito mais ampla a gama de
possibilidades de atuação do profissional.
9 - INSCRIÇÃO COMO TERAPEUTA HOLÍSTICO AUTÔNOMO —
ABERTURA DE FIRMA INDIVIDUAL — CRIAÇÃO DO CÓDIGO
ESPECÍFICO EM SEU MUNICÍPIO
Todo profissional que estabelece consultório necessita, sim, de
inscrição como autônomo e/ou empresa e/ou firma individual e
consideramos que esta é essencial para a segurança dos próprios
filiados. Quem trabalha sem registro, é "clandestino" e, como tal, fica à
total mercê e sem defesa perante qualquer tipo de fiscalização, além de
desperdiçar a oportunidade de ter mais um documento oficial que
ateste seu tempo de exercício profissional, fator que conta muito se
tiver que brigar judicialmente pelo seus direitos ao exercício da Terapia
Holística.

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Municípios de todo o Brasil, de forma majoritária, acatam a inscrição
como Terapeuta Holístico autônomo, pois, afinal, são mais impostos
entrando nos cofres públicos.
Algumas cidades ainda não possuem este código e é impossível
obrigar uma Prefeitura a criar um código específico para Terapeuta
Holístico, ficando a cargo do bom-senso. Neste caso, a melhor e mais
rápida alternativa é a abertura de Firma Individual (código — 8516-2-
Outras atividades relacionadas com a atenção à saúde), uma saída
eficiente e barata.
Como as condições de abertura variam em cada cidade, será
fundamental encontrar um Contador experiente em sua própria região.
Ao preencher a Declaração de Firma Individual, tome cuidado para
escolher um Nome Comercial que não pareça com nome de "farmácia"
ou de "consultório médico". Usem, por exemplo, "FULANO DE TAL —
Terapia Holística M.E." No campo Objeto/Atividade Econômica,
preencham com o máximo de detalhes, por exemplo: "PRESTAÇÃO
DE SERVIÇOS E ORIENTAÇÃO EM TERAPIA HOLÍSTICA,TAIS
COMO: ACUPUNTURA, SHIATSU, MASSOTERAPIA E SIMILARES."
Observação: as técnicas citadas são meramente ilustrativas; cada um
pode adaptar esta lista com as técnicas que realmente use ou pretenda
vir a usar. Se a empresa pretende crescer, talvez o ideal seja abrir uma
Sociedade Civil Com Fins Lucrativos. Neste caso, é preciso ter pelo
menos um sócio e registrarem o Contrato Social, tirar CGC junto à
Receita Federal, o DIF — Documento de Identificação Fiscal junto à
Secretaria de Fazenda e Planejamento. A Razão Social seria, por
exemplo, "Centro de Atendimento de Terapia Holística FULANO DE
TAL S/C Ltda.", Tipo de Contribuinte: Sociedade Por Quota de Resp.
Limitada, poderia ter, também, Nome Fantasia; Código de Atividade
Econômica — ISS: o nº varia para cada região. O Alvará de
Funcionamento deverá ser obtido junto à Divisão Regional de
Licenciamento / Serviço de Licenciamento de Atividades Econômicas.
Não se preocupe: para um Contador experiente isto será fácil.
MUITA ATENÇÃO: é questionável se o Terapeuta Holístico precisa de
alvará da Vigilância Sanitária para trabalhar, entretanto, a Vigilância
Sanitária em todo o país é extremamente rigorosa. Portanto, se
estiverem pretendendo atender como Terapeutas e vender os produtos
que recomendam, não convém! A Vigilância Sanitária considera
antiético este tipo de atitude e tudo fará para fechar o local. Por este
mesmo motivo é que um médico não pode ser dono de farmácia: para
não ser "tentado" a receitar cada vez mais medicamentos, já que teria

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lucro nas vendas dos mesmos... É claro que, algumas pessoas, fazem
uso de artifícios, tipo o médico tem seu consultório montado num local
e a esposa tem uma farmácia, montada em outro e ele recomenda aos
seus pacientes que comprem lá.
Convenhamos, é um assunto muito polêmico, razão pela qual não
recomendamos a ninguém que monte seu consultório junto com seu
ponto de venda de produtos naturalistas.
10 - JURISPRUDÊNCIA: ACUPUNTURA NÃO CARACTERIZA
EXERCÍCIO ILEGAL DE MEDICINA
É de conhecimento público que, na metade última do ano de 1995,
fazendo-se valer de uma simples resolução do CFM (Conselho Federal
de Medicina) sobre a Acupuntura (a qual não poderia jamais pretender
ingerir sobre outras categorias profissionais que não fosse a classe
médica), alguns médicos se dirigiram aos meios de comunicação
dizendo-se representantes do CFM, e, iniciaram uma campanha
difamatória, tentaram prejudicar seriamente os Acupunturistas,
induzindo a perseguições indevidas dos órgãos públicos tais como
Centros de Vigilância Sanitária, Secretarias de Saúde e Prefeituras de
alguns pontos do território nacional, as quais, foram levadas ao erro,
pois trataram as simples entrevistas nos meios de comunicação como
se fossem leis. Na verdade, um Conselho profissional pode
criar regras tão somente para seus próprios membros,
ou seja, o Conselho de Medicina poderia criar regras
para os médicos exercerem acupuntura, mas não tem
direito legal de criar regras para os fisioterapeutas,
nutricionistas, biomédicos, terapeutas holísticos,
nenhuma outra profissão que não a própria... Assim sendo,
tentaram lesar o Acupunturista em seus direitos constitucionais, em
especial o ARTIGO 05 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL que lhe
garante livre exercício deste ofício. Os membros dignos da classe
médica, ou seja, a sua grande maioria, estão de pleno acordo com a
nossa posição e nos apóiam, pois sabem que é moralmente
insustentável que apenas os médicos possam exercer a Acupuntura, já
que tal matéria nem sequer é estudada nos cursos de medicina.

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Esta temática já foi objeto de avaliação recente em vários colegiados,
sendo unânime a conclusão de que PRATICAR ACUPUNTURA NÃO
É ATO MÉDICO. Já houve tentativa anterior de monopolizar a técnica
para a classe médica, isto em 1993, por parte, inclusive, de alguns
indivíduos que novamente nos dias de hoje procuram o mesmo
objetivo. Tal absurdo partiu de alguns membros da Secretaria de
Vigilância Sanitária (Brasília) que emitiu um "Relatório Final e
Recomendações/ Seminário Sobre O Exercício Da Acupuntura No
Brasil", onde extrapolando as suas atribuições, procuravam, numa
atitude corporativista, monopolizar a Acupuntura como exclusividade
médica. TODOS OS CONSELHOS PROFISSIONAIS DA ÁREA DE
SAÚDE ASSINARAM DOCUMENTO DIRIGIDO AO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO DA SAÚDE ONDE
DISCORDAM DO RELATÓRIO E CONCLUEM SOBRE A
ACUPUNTURA: "A MESMA NÃO É UMA PRÁTICA MÉDICA MAS,
SIM, E TÃO SOMENTE UMA METODOLOGIA TERAPÊUTICA
APLICÁVEL EM QUALQUER CAMPO DO SABER NA SAÚDE". E
mais, afirmam OFICIALMENTE ser a Acupuntura: "Em se tratando de
uma Metodologia Terapêutica Milenar montada em bases Filosóficas
dispares de qualquer formação acadêmica, em qualquer área
profissional do campo da Saúde no país"; "Estas bases Filosóficas que
movimentaram os Métodos e as Técnicas de Acupuntura são distintos
dos princípios de diagnóstico e metodologia terapêuticas que
movimentam academicamente as práticas de Saúde do mundo
ocidental"; " Para a Acupuntura não há exigência de pré-qualificação
no campo da medicina tanto no Brasil como no exterior. A mesma
não é uma prática médica mas, sim, e tão somente uma Metodologia
Terapêutica aplicável em qualquer campo do Saber na Saúde".
Acrescentam ainda, de forma muito justa e honesta: "O Seminário
contou apenas com a participação restrita e não representativa das
profissões de Saúde, haja visto não terem sido convidados outros
profissionais e mesmo autodidatas, que sempre demonstraram grau
de responsabilidade com a questão da Acupuntura em nosso
país". Relembrando: assinam este documento os representante oficiais
dos Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Conselho
Federal de Nutricionistas, Conselho Federal de Biologia, Conselho
Federal de Odontologia, Conselho Federal de Farmácia, Conselho
Federal de Biomedicina, Conselho Federal de Psicologia, Conselho
Federal de Enfermagem, Conselho Federal de Medicina Veterinária,
Conselho Federal de Serviço Social, Conselho Federal de

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Fonoaudiologia e, até mesmo, o próprio Conselho Federal de Medicina.
Documento de teor semelhante é a Recomendação 27/93 da Comissão
Técnica de Atuação Profissional na Área de Saúde, do Ministério da
Saúde, afirmando: "Que no documento conclusivo do Seminário de
Acupuntura transparece, fortemente, a vontade da criação de reserva
mercantil para o exercício de tal atividade desconsiderando o
aprofundamento necessário das discussões científicas e acadêmicas
que envolvem a matéria". Convém lembrar que só uma lei federal pode
restringir as práticas da Acupuntura para nossos filiados ao e não há
um único projeto de lei que seja que tentasse enquadrá-la como
monopólio médico. Todos os existentes visavam incluí-la como uma
técnica distinta da classe médica. Como exemplos, podemos citar o
próprio projeto desenvolvido pelo SINTE, que propõe a regulamentação
da profissão de Terapeuta Holístico, que foi apresentado pelo ilustre
Deputado José de Abreu, além dos anteriores do então senador
Valmir Campelo que propunha a profissão de Terapeuta em Medicina
Natural (projeto de Lei do Senado número 306, de 1991), além do PLC
67/95, e, o projeto mais explícito sobre Acupuntura, de autoria do então
senador, e ex- PRESIDENTE DA REPÚBLICA, FERNANDO
HENRIQUE CARDOSO, que dispõe sobre o exercício da profissão de
Técnico em Acupuntura. Muito nos gratifica saber que o próprio
Presidente da República concorda com nosso ponto de vista.
Igualmente interessante é a jurisprudência sobre as técnicas
naturalistas serem ou não atividades lícitas e se são ou não ato
médico: TODOS os pareceres concluíram ser LIVRE o exercício
profissional. Tanto isso é verdade que o CFM abriu mão de seu direito
de se manifestar na ocasião em que o Sr. Dr. Waldir Paiva Mesquita,
M. D. Presidente do Conselho Federal de Medicina, recebeu a
Notificação do CFT — Conselho Federal de Terapia, remetida via
Cartório do 2º Ofício de Brasília, onde interpelamos: "Pretende o CFM,
de acordo com as suas resoluções, impedir o terapeuta "não-médico"
de exercer a acupuntura?". Esta Notificação, somada a outras ações do
CFT pôs fim a uma série de informações incorretas sobre o exercício
da Acupuntura, conquistando o máximo de tranqüilidade para nossos
filiados.
Curiosamente, após tanta polêmica, conforme noticiado no próprio
Jornal do CFM (Ago/Set/96), acabou não sendo validada a
"especialidade médica de acupuntura", pois, "... situações como a da
Associação Médica Brasileira de Acupuntura, que foi reconhecida pelo
CFM mas não integra a AMB, não podendo, portando, conceder título

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de especialista" (o grifo é nosso).

11 - MODELO DE AUTORIZAÇÃO DE ATENDIMENTO COM TH A


CLIENTE MENOR DE 18 ANOS
A privacidade cliente / terapeuta holístico é justificável, outrossim, se as
técnicas que utilizadas possibilitarem, melhor será a presença dos
responsáveis durante o atendimento. Em ambos os casos, é correto
obter a autorização assinada de pelo menos um dos pais ou
responsável, a qual deve ser anexada junto à ficha do cliente. Para
tanto, pode-se utilizar uma folha do BRT, com o seguinte texto:
Eu, Fulano(a) de Tal, pai, mãe ou responsável, autorizo o atendimento
com Terapia Holística, com as técnicas XXXXXXXXXXXX, ao(à) menor
Fulano(a) de Tal Júnior, com o(a) Terapeuta Holístico Sicrano de Tal —
CRT XXXXX
Local, data e assinatura.
12 - MODELO DE BLOCO DE RECOMENDAÇÃO TERAPÊUTICA —
BRT
Um fator importante para todo Terapeuta Holístico é distinguir
claramente a sua profissão das demais atividades ligadas à saúde.
Registramos inúmeros casos onde ocorreram acusações de "exercício
ilegal de medicina" e de "estar de posse e fazer uso de Receituário
Médico falsificado", pelo simples fato do Terapeuta Holístico fazer uso
de um bloco com texto e modelos de impressão completamente
desaconselháveis do ponto de vista legal. Abaixo, está o formato
recomendado por nossa organização. O BRT serve também para estas
circunstâncias: "Declaro, para os devidos fins, que a Sra. Fulana de Tal
realiza comigo sessões de Terapia Holística, por tempo indeterminado,
ao custo de R$ 50,00 cada". Lembrando que isto só é possível se o
colega for registrado como autônomo na Prefeitura e que deve declarar
isto em seu imposto de renda. Caso não queira usar seu BRT, pode
fazer uso de um recibo vendido em papelarias chamado RPA. O BRT
também pode ser utilizado para atestar presença: "Atesto para os
devidos fins que Fulano de Tal esteve em consulta na data de XX de
XX de 2000, das XXhs às XXhs" — atenção: inexiste lei que obrigue
qualquer empresa a reembolsar, a abonar faltas ou atrasos de seus
funcionários por estarem em atendimento com Terapia Holística, por

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isso, cuidado com possíveis usos indevidos de seus atestados de
presença.
13 - MODELO DE FICHA DE CLIENTE — FC
Um fator importante para todo Terapeuta Holístico é distinguir
claramente a sua profissão das demais atividades ligadas à saúde.
Registramos inúmeros casos onde ocorreram acusações de "exercício
ilegal de medicina" e de posse e uso de "Prontuário Médico falsificado",
pelo simples fato do Terapeuta Holístico fazer uso de uma ficha com
texto e modelos de impressão completamente desaconselháveis do
ponto de vista legal. Muitos colegas subestimam as implicações que
podem decorrer do uso de termos inadequados nas fichas de seus
clientes, supondo serem estas invioláveis. Entretanto há registros de
apreensão dos cadastros de clientes de profissionais, sob o pretexto de
investigar-se suposto exercício ilegal de profissão, sendo as fichas
submetidas à perícia de, é claro, médicos, os quais ao localizarem uma
simples menção a um nome de doença, darão seus pareceres
confirmando a existência do crime de exercício ilegal de medicina, pois
tanto diagnóstico, quanto tratamento de doenças é monopólio médico
segundo a legislação vigente. Como Terapeuta Holístico trabalha sobre
um paradigma absolutamente distinto, realmente inexiste justificativa
para constar este tipo de dados na FC, exceto se estiver explicitado o
médico responsável pela informação, comprovando que em momento
algum, o Terapeuta Holístico extrapolou as atribuições de sua
profissão.
14 – SOBRE O USO DE TERMOS “CURA”
No Código Penal, se observamos os Artigo 284 (CURANDEIRISMO) —
Exercer o curandeirismo: I — Prescrevendo, ministrando ou aplicando,
habitualmente, qualquer substância; II — Usando gestos, palavras ou
qualquer outro meio; III — Fazendo diagnóstico; e o Artigo 283
(CHARLATANISMO) — Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou
infalível. Ou seja, se uma pessoa má intencionada quiser prejudicar
aqueles que INADVERTIDAMENTE, utilizem expressões como "cura"
ou que utilize símbolos "secretos", bastará ir à delegacia de polícia
mais próxima e registrar queixa.

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15 - INADEQUAÇÃO QUANTO AO USO DE ROUPAS BRANCAS
Inexiste qualquer Lei que proíba o branco, ou que o torne exclusivo de
uma só profissão: açougueiros, vendedores de picolé, pais e mães-de-
santo, etc. muita gente o usa.
Outrossim, o bom-senso nos leva a desaconselhar o seu uso, tendo em
vista ser muito tênue a linha que separa o gosto pessoal pelo branco
com a acusação de falsidade ideológica e de exercício ilegal de
medicina. A recomendação expressa é higiene, bom gosto ao se vestir
e abolir o branco, cor, aliás, que nem os médicos mais estão usando:
suja muito.
16 - SIMPLIFICANDO A SELEÇÃO DOS PONTOS (T.T.C)
Dificilmente se encontrará mais que uns 5 pontos a serem equilibrados.
Se possui conhecimentos maiores de anatomia, estará bem servido
pelos mapas auriculares da escola francesa. Se a sua formação tender
mais para a "anatomia energética", um bom procedimento é fazer a
pesquisa nos órgãos equivalentes aos Cinco Movimentos Chineses:
coração e intestino delgado (Fogo), baço-pâncreas e estômago (Terra),
pulmão e intestino grosso (Metal), rim e bexiga (Água) e fígado e
vesícula biliar (Madeira). Em minha prática, opto por esta segunda
alternativa, acrescida de uma pesquisa de pontos na região
correspondente à coluna e em outras relativas às queixas do cliente ou
suspeitas devido aos sintomas apresentados.
17 - INTERFERÊNCIA DO TERAPEUTA HOLÍSTICO NA FILOSOFIA
OU RELIGIÃO DO CLIENTE?
A interpretação do material psíquico aflorado como sendo um fato real
ou meramente simbólico é de exclusivo direito do cliente, que o fará de
acordo com sua filosofia e crenças religiosas, jamais devendo o TH
impor seu ponto de vista pessoal. Quer seja interpretado como fato
concreto, quer seja considerado uma fantasia do inconsciente,
tecnicamente, o que importa é que a vivência proporciona "insight" sob
a forma de lembranças ou de imagens simbólicas a serem decifradas
em conjunto pelo cliente e TH, o que possibilita apreender na forma de
síntese uma série de fatores até então não compreendidos, os quais,
via aconselhamento, proporcionam ao cliente condições de elaborar a
vivência em auto-conhecimento.

18
18 - UTILIZAÇÃO DE MEDIDORES DE PRESSÃO ARTERIAL
É uma prerrogativa exclusiva do Médico, pois a informação se a
pressão está alta ou baixa é utilizada comumente para diagnósticos de
doenças. Até mesmo farmacêuticos já foram processados por exercício
ilegal de medicina pelo simples fato de terem medido a pressão de
seus clientes. Quem atua em nossa área profissional deve ter o dobro
de cuidados, daí a inconveniência de realizar medições de pressão no
atendimento de consultório, pois este simples ato pode ser usado
contra você.

19
História

20
1 – REFLEXOLOGIA CIENTÍFICA

O termo Reflexologia vem do termo grego (logia) , isto é, estudo dos reflexos,
ciência que estuda os efeitos reflexos no organismo humano.

As pesquisas científicas no início do século XX realizadas por Ivan Petrovitch


Pavlov (1849-1936) (figura 1) e seus companheiros na Rússia, foram
importantíssimas para as descobertas da influência dos estímulos e respostas
condicionadas nos organismos, assim ficando estabelecidas como todos os
seres vivos se adaptam no mundo que os cercam, e no caso do ser humano
como estabelece um sistema de sinais (linguagem simbólica), que indicavam
que o ser humano age e reage segundo padrões aprendidos em seu meio de
vivência, como também pelo seu próprio experenciar.

Segundo estas pesquisas, o comportamento são reações observáveis, que


podem ser captadas também por instrumentos, como no caso de reações
musculares, glandulares (i.e hormonais) e neurológicas, pois há regiões do
cérebro específicas para determinadas funções, assim, muito embora a palavra
REFLEXOLOGIA não seja sempre mencionada, ela está na base de muitas
pesquisas científicas atuais, e até mesmo de exames simples e rotineiros pelos
quais passamos.

É óbvio que os cientistas russos não pensavam em “Reflexologia” nos termos


que passaremos a explicar, mas há uma clara a relação entre a Reflexologia
Russa e a Reflexoterapia proposta , pois ambas trabalham debaixo da regra
Estímulo-Resposta (E-R) e seus efeitos, e ambas tem por objetivo tanto as
reações no organismo provocadas pelos estímulos, bem como em estabelecer
um “meio” de equilibrar todo o organismo e suas funções vitais.

“ Podemos analisar os fenômenos da adaptação em suas formas simples, apoiando-nos sobre os fatos
objetivos... Que razão teríamos para mudar de procedimento quanto ao estudo das adaptações numa ordem
mais elevada ?” I.P. PAVLOV

Figura 01

21
2 - ORIGENS DA REFLEXOLOGIA

As origens da Reflexologia remontam à antiguidade, quando as terapias de


pressão eram reconhecidas como uma forma de “medicina” preventiva e
terapêutica.

Embora não se saiba ao certo quando e como isso começou, as evidências


indicam que a massagem terapêutica nos pés, tem sido praticada por diversas
culturas ao longo da história.

De acordo com uma teoria que tem longa aceitação, a Reflexologia nasceu na
China há 5.000 anos.

Vários reflexologistas respeitados manifestam sua crença nessa teoria, muito


embora as evidências concretas sejam ambíguas. Entretanto, as culturas
egípcias e babilônica desenvolveram-se antes da chinesa, e o Egito contribuiu
com uma valiosa evidência histórica e arqueológica.

Um antigo documento que mostra a prática da Reflexoterapia foi encontrada


em escavações no Egito, quando um pictograma produzido em torno de 2500
A.C., foi descoberta numa tumba de Ankmahor, médico egípcio em Saqqaral.

Figura 02

22
Uma forma de Reflexoterapia, semelhante a atual Auriculoterapia foi praticada
na Europa até o século XIV, pois após isto com uma “demonização” realizada
contra terapias milenares dentro do “domínio cristão de Roma”, foram
expulsas todas as pessoas com conhecimentos considerados “bárbaros”,
ou então queimadas como praticantes de bruxaria, fizeram que sob o domínio
da igreja, somente seus desígnios, fossem aceitos como “santos” e
praticados dentro dos impérios “cristãos”.

Assim no ocidente, perdeu-se muito tempo, em termos de avanço das terapias


naturais, fato que só se alterou séculos mais tarde com os médicos Adamus e
Atatis escrevendo um livro sobre terapias por zonas, sendo que em Leipezig o
Dr. Ball escreveu outro livro sobre o mesmo assunto, ambos por volta de
1600.

Em 1898, Sir Henry Head (Londres-Inglaterra) demonstrou a existência


daquilo que se tornaria conhecido como “zonas de hiperalgesia”.

Na Alemanha por volta do início do ano 1900, foram desenvolvidas técnicas


denominadas como "massagem reflexa" , ficando aí esclarecidas os benefícios
destas, como reações as massagens.

Nos Estados Unidos da América o Dr. William Fitzgerald, conhecido como o


fundador da chamada “Terapia por Zonas” (figura 06) também por volta do
ano 1900, foi quem impulsionou o conhecimento e a arte da terapia reflexa no
ser humano, sendo que ele descobriu que pressionando certos pontos em uma
das 10 ZONAS em que ele dividiu o corpo humano, podia
afetar outras partes do corpo.

23
Mapa proposto pelo Dr. William Fitzgerald

Figura 03

24
Infelizmente suas técnicas não foram bem aceitas pela comunidade médica de
seu tempo, mas um médico chamado Dr. Joe S. Rilley e sua esposa,
acreditaram em seu trabalho e usaram suas técnicas durante anos. Rilley
aprimorou a técnica e fez os primeiros “mapas” e desenhos detalhados dos
pontos reflexos nos pés.

Mas foi a assistente de Rilley que provavelmente fez a maior contribuição


para o moderno tratamento de saúde através dos pés, sim, coube a uma
mulher, Eunice D. Ingham (1879-1974) as maiores descobertas para a
reflexoterapia podal.

Eunice D. Ingham

Figura 04

Ela mapeou os pontos reflexos dos pés seguindo as 10 Zonas propostas pelo
Dr. Fitzgerald, assim estabelecendo um mapa seguro para cada parte reflexa
do corpo humano nos pés.

Com seu conhecimento e sensibilidade, os quais a ajudaram a desenvolver a


Reflexoterapia, também pôde contribuir com dois maravilhosos livros;
HISTÓRIAS QUE OS PÉS PODEM CONTAR (1938) E HISTÓRIAS QUE
OS PÉS CONTARAM (1963), levando a um aprofundamento da
REFLEXOTERAPIA PODAL muito além do tratamento de doenças.

25
No Brasil o seu desenvolvimento natural parece iniciar na década de 1980,
quando passou a ser divulgada e praticada por pioneiros terapeutas.

3 – ZONAS DE REFLEXOTERAPIA

Fazem parte destes estudos as técnicas de Auriculo-reflexologia (reflexo das


orelhas), Quiro Reflexologia (reflexo das mãos) e Reflexologia Podal (reflexo
dos pés), pois são regiões com alta concentração de plexos nervosos (i.e.
parte do Sistema Nervoso), correspondentes ao corpo humano, embora não
possamos afirmar que o alcance desta forma de terapia se deva tão somente ás
funções do sistema nervoso.

Seu desenvolvimento demonstrou que há áreas e zonas de reflexo nos pés,


mãos e pavilhão auricular que tem ligação com órgãos, sistemas e estados
emocionais. São nestes “canais de energia” que esta terapia visa seu alcance,
pois quando corretamente estimulados, enviam “mensagens corretivas” que
passam a equilibrar e restabelecer a saúde global da pessoa.
A afirmação mais coerente em relação à Reflexoterapia, é que ela é uma forma
de tratamento para a pessoa, e não contra sua doença ou sintomas.

3.1 – Os pés

Nos pés há uma representação fiel de todo o organismo (figura 02),


havendo no mínimo uma zona de reflexo capaz de estimular e
equilibrar cada órgão, víscera ou glândula, bem como estados
emocionais desequilibrados.

A Imagem Humana refletida nos Pés

26
Figura 05

3.2 – As orelhas

No pavilhão auricular encontramos a semelhança de um feto invertido,


(figura 03) pesquisado pelo Dr. Paul Nogier (França 1957), onde
reavivou uma técnica usada pelos romanos desde 100 A.C .

Figura 06

A Imagem de um Feto Invertido no Pavilhão Auricular

Pesquisado pelo Dr. Paul Nogier

27
28
3.3 – As mãos

Também é possível localizarmos zonas de reflexo nas mãos, embora


se necessite um pouco mais de “profundidade” nos toques
terapêuticos
para tratarmos uma pessoa.

MAPA DE REFLEXOLOGIA DAS MÃOS

29
Figura 07

A Reflexoterapia traz diversos benefícios para a saúde e qualidade de vida da


pessoa tratada, tanto aplicada isoladamente, bem como na potencialização de
outros métodos convencionais ou ortodoxos de tratamento, pois é capaz de
restabelecer a harmonia no funcionamento global do organismo, estimulando
recursos que todo ser vivo traz dentro de si, que é a capacidade de auto-
regulação e auto-regeneração (homeoestase), trazendo com isto um
equilíbrio geral da saúde.

30
3.4 – A íris

IRIDOLOGIA

A Iridologia iniciou-se no século 19, com um jovem húngaro chamado,


Ignats Von Peczley. Quando tinha 11 anos quebrou acidentalmente a
perna de uma coruja. Ao olhar nos olhos do animal, observou uma listra
negra surgindo na íris. Von Peczley enfaixou a perna e cuidou do
pássaro até que ele se restabelecesse e restituiu-lhe a liberdade. Mas o
animal permaneceu no jardim por vários anos e Von Peczley, pode
observar o aparecimento de linhas brancas e tortuosas, onde
primeiramente havia aparecido a listra negra. Esta listra tornou-se
finalmente um pequenino ponto preto, cercado por linhas brancas e
sombras.

Quando Ignatz von Peczley cresceu tornou-se um médico. Ele jamais


esqueceu o incidente com a coruja. O trabalho em salas de cirurgia de
hospital de sua universidade deu-lhe a oportunidade de observar as íris
de seus pacientes após acidentes e precedendo cirurgias. Um estudo
sobre as transformações nos olhos coincidindo com traumatismos,
cirurgias ou doenças, convenceu von Peczley que havia um
relacionamento reflexo entre os vários sinais na íris e o resto do corpo.
Ele estudava certo que a íris reflete mudanças nos tecidos dos diversos
órgãos e criou primeiro mapa da íris¹, baseado em suas descobertas.

Em um ponto similar na história o Rev. Niels Lijequist, um clérigo


sueco, descobria a relação existente entre o uso contínuo de várias
drogas e as descolorações da íris do olho. Extremamente doente
quando jovem, Lijequist tomou maciças doses de quinina. Isto o levou a
correlacionar o descoramento amarelo everdeado de seu olho e o uso
da quinina.

A iridologia progrediu tremendamente desde o século 19, Numerosos


terapeutas e cientistas tem estudado iridologia e revisto e ampliado o
mapa da íris. Entre eles podemos destacar os trabalhos de Deck e
Vida biólogos alemães que relacionaram iridologia e genética humana
e também o trabalho de Bernard Jensen², nutricionista norte-
americano que introduziu a ciência da iridologia nos EUA e elaborou
um dos mapas mais aceitos atualmente.

31
 O que é Iridologia

Como uma forma de definição podemos dizer que é a ciência e a


prática de revelar inflamações, sua localização e estágio em que se
encontram. A íris revela as condições de saúde, determinadas
fraquezas inatas e a transição que ocorre no corpo de uma pessoa de
acordo com a forma que ela vive. Esta análise complementar permite
ao terapeuta relacionar pontos e sinais na íris com manifestações dos
vários órgãos do corpo. O olho tem sido proclamado através dos
tempos como o espelho da alma e atualmente os iridologistas o
conhecem como a janela para o corpo, permitindo visualizar estados
normais e anormais dentro corpo e seus órgãos.

Como a Íris representa tudo isso?

Contidos na íris¹ estão milhares de filamentos nervosos microscópicos.


Eles recebem mensagens virtualmente de todos os nervos do corpo por
via de concessões aos nervos óticos, tálamo e cordão espinhal.
Também microscópicas fibras musculares e finíssimos vasos
sanguíneos duplicam as alterações teciduais simultaneamente com os
órgãos refletidamente associados. Deste modo, pelo exame das
marcas descoloramentos, texturas e outras manifestações da íris, o
iridólogo está apto a analisar o grau de sanidade de todos os
constituintes do corpo humano.

32
COMO TUDO ISSO?

33
Familiarizando-se

34
4 - O PRINCÍPIO DA ZONOTERAPIA

O Dr. Fitzgerald dividiu o corpo em 10 ZONAS (figura 06), sendo que 5 zonas
(linhas imaginárias) ficam do lado esquerdo e 5 zonas do lado direito do
corpo. A zona 1 começa sempre no centro do corpo indo para o lado direito ou
esquerdo as outras 4 zonas, assim nos pés começam no hálux e nas mãos no
polegar as zonas 1 , indo para os outros dedos do lado as 4 zonas restantes,
terminando no ultimo dedo o mínimo a zona 5.

A terapeuta alemã Hanne Marquardt, identificou originalmente as ZONAS


HORIZONTAIS, dividindo-as em três partes (figura 08):

1- Cintura escapular (cabeça)


2- Cintura (tórax)
3- Cintura pélvica (pélvis) ;

Sendo que nos pés também se refere em três divisões reflexas destas áreas no
corpo, veja a figura abaixo:

A imagem das zonas no corpo e nos pés

35
Figura 08

Assim como o Dr. Paul Nogier fez uma analogia entre a orelha e a posição de
um feto invertido, a Terapeuta alemã Hanne Marquardt propôs uma analogia
entre os pés e a posição de uma pessoa sentada.

36
Os primeiros toques

37
Nossa terminologia para assegurar um entendimento
mutuo
Zonas Corporais, longitudinal ou horizontal: a “grelha” de Fitzgerald para
orientação na pessoa in situ e no microssistema dos pés.

- Em RT nós não trabalhamos apenas nos reflexos porque nós consideramos


que estes estejam somente conectados ao sistema nervoso. Nós
trabalhamos com áreas que “refletem” o “macro cosmo” da pessoa num
“micro cosmo”, os pés, mãos ou orelhas. Entretanto nós denominamos
estas de Zonas de Reflexo ou abreviada de: Zona ou Área.

Características das Zonas Anormais


Mais e mais dos denominados “microssistemas” tem sido descobertos no
ultimo século. O formato de uma pessoa sentada verticalmente é facilmente
reconhecida nos pés, e é provavelmente a forma mais bem conhecida. Os
microssistemas não são reconhecidas numa pessoa saudável, assim como uma
pessoa saudável não pode sentir a posição dos órgãos no corpo. Todavia, em
tempos de desconforto ou distúrbios, os órgãos e sistemas in situ e seus
microssistemas também podem ser reconhecidos por:

- Por dores locais, variando em intensidade e qualidade;


- Por sinais específicos do Sistema Nervoso Autônomo (SNA) e
- posteriormente, com a prática e boa observação, pela palpação.

1. Sensação de dor
Nós devemos lembrar: A dor não é nossa inimiga que devemos lutar
contra, pois ela é necessária à vida. Nós temos que aprender a ouvir o que
esta quer nos dizer. A dor, não importa onde quer que apareça, no nível
físico ou emocional, sempre significa que há uma necessidade de mudar
algo. Na RT, a dor mostra o caminho para o tratamento. Nós sempre
trabalhamos com a dor do cliente, mas nunca contra esta.

Muitos reagem aos estímulos nas zonas com disturbios (doloridas), com
sinais verbais ou de maneira muito pessoal relacionada a dor experenciada.
Estes clientes devem ser encorajados a expressar seus
sentimentos livremente. Assim, estes sinais podem ajudar os

38
iniciantes a não violar os limites pessoais, concernente a dosagem
apropriada de pressão durante o tratamento.

Sinais audíveis: Exclamações repentinas, suspiros ou um riso embaraçado.


Sinais visíveis: Lábios pressionados, testa enrugada, movimentos rápidos
das sobrancelhas. Gestos expressando incomodo, dor ou desconforto.
Tensão em vários grupos musculares ou na pessoa toda. Entretanto, deve se
ter cuidado em não subestimar a dor sentida ou expressada pela pessoa,
mas preste muita atenção, senão, mais que o normal aos sinais
„silenciosos“
do SNA. Inicialmente a dor nas zonas de reflexo é um indicador suficiente
para alterar a dosagem da pressão. Atualmente, entretanto, sinais normais
de dor são quase sempre mascarados por medicamentos ou outras
influências. Portanto, evitamos estímulos fortes demais, que são
desnecessários,mas quanto a importância dos sinais do SNA deve ser
fortemente enfatizada.

2. Irritação do SNA
Alguns clientes mostram também um SNA irritado e super ativo antes de
ser tratado.Um dos sinais mais comuns são o suor das mãos. A irritação do
SNA também pode ser causada por pressões rudes, rápidas ou fortes
demais em certas zonas de reflexo, durante a sessão terapêutica. Isto
sinaliza a necessidade de mudarmos o modo de estimularmos estas áreas,
mesmo se elas estiverem sem dor (ex. Pessoa usando antiinflamatórios,
psicotrópicos, ansiolíticos, pílulas pra dormir etc.).
Sinais de um SNA irritado pedindo por uma dosagem correta de
estímulo/pressão:

Transpiração rápida e profusa das palmas das mãos, transpiração em


outras partes no corpo pessoa.
Mudanças óbvias e espontaneas em:
- frequência do pulso, mais em direção da taquicardia
- Face: muito branca ou muito vermelha
- Temperatura corporal: Muito quente, muito frio e tremores persistentes.
- Aumento de saliva ou mesmo diminuição.
- Ritmo respiratório – pouco e muito superficial, às vezes estagnado.
- Nausea, provinda dos órgãos digestivos ou da circulação sanguínea
(raramente!).
Reações inesperadas no nível emocional como uma inquietação pessoal,
medo, desconcentração, raiva, um quase choro sem motivos aparentes.

39
Uma forte sensação de frio ou vibrações e tremores.

3. Palpação
Nós podemos testar nossas qualidades táteis, de modo a reconhecer as
zonas anormais por mudanças no tônus do tecido e/ou temperatura local.
Neste estágio nós não dependemos somente das reações do paciente para
reconhecer os limites da dosagem correta. Para adquirir esta destreza, a
empatia e um interesse no trabalho são requisitos básicos, também uma
certa quantidade de prática.

4. A dosagem apropriada
Cada sessão representa uma relação muito pessoal entre duas pessoas.
Ambos tem seus modos muito pessoais de aproximação durante o tempo de
tratamento. A dosagem apropriada é de crucial significancia para o
resultado do tratamento e demanda de uma cuidadosa observação das
reações do cliente durante o tratamento, e um empático entendimento da
situação atual da pessoa.

Acima de tudo: Não deve ser somente a boa vontade da pessoa para
cooperar com o Terapeuta, que deve determinar a dosagem correta; é
preferível que o terapeuta deva estar bem familiarizado com as regras
profissionais para tratar eficientemente o paciente.

5. Como lidar com as irritações do SNA e reações fortes durante o


tratamento
- Nós oferecemos pressões de harmonização antes, durante e/ou depois
do tratamento.
- Nós reduzimos a intensidade e velocidade do impulso terapêutico, e
encurtamos a sessão.
- Quando o cliente mostra sinais de reações fortes, não importa se foi a
dor ou sinais do SNA, é preferível para ambos que o terapeuta reestabeleça
sua propria tranquilidade, postura e ritmo respiratório e/ou
- simplismente tocar a região irritada nos pés do paciente gentilmente e
calmamente com as mãos, por um curto espaço de tempo. Isto já é o
suficiente em si mesmo.
- Nós oferecemos uma bebida quente, uma bolsa de água quente ou uma
coberta para manter a pessoa aquecida quando for necessario.

40
- Nós estamos conectados com a capacidade de auto regeneração do
cliente e não com sua irritação ou medo.
- A fase de repouso (pelo menos 15 a 20 min.) após o tratamento é de
grande importancia e valor, recomende sempre isto ao seu cliente.

5 - INTRODUÇÃO À REFLEXOTERAPIA

Ao procurarmos restabelecer o equilíbrio do organismo, sempre temos de


lembrar que ao tocar os pontos reflexos, não basta apenas pressionar o ponto
reflexo do órgão com mau funcionamento, mas sim com um conjunto de
áreas e pontos, que influenciam o funcionamento de determinado órgão e as
emoções refletidas ali, assim o terapeuta em questão, não estará se
preocupando apenas com o sintoma que afeta o órgão, mas sim com o
conjunto reflexo desequilibrado da pessoa .

Fragmento de epiderme com terminações nervosas livres (t.n.l)


Parte da terapia de reflexo tem ação direta aqui.

Figura 09

Ao tocarmos os pontos e áreas nos pés, mãos ou orelhas, podemos


utilizar ambas as mãos em especial os polegares ou instrumentos
próprios de estimulação, deslizando e parando sobre as zonas
reflexas em desequilibrio.

41
5.1 - QUANTO TEMPO ESTIMULAR OS PONTOS

Sempre ao tratarmos uma pessoa, temos de lembrar que cada


um tem um limite a ser descoberto e respeitado em
relação a dor, causadas pelos estímulos durante a sessão de
Reflexoterapia.

O Terapeuta respeitará os limites de cada pessoa, sendo


que um estímulo não precisa se prolongar mais do que alguns
segundos (em geral aproximadamente 12 segundos), aqui é
importante lembrar que a “dose faz o veneno!”, se ultrapassarmos
tempo demais ou um estímulo (i.e. toque) muito forte,
o organismo tratado poderá ter reações exacerbadas além do
necessário, assim o Terapeuta estará de todo atento a este fato,
pois observará que ao retornar ao mesmo ponto após uma série de
estímulos em ambas as áreas de reflexo nos dois pés que estamos
trabalhando, notaremos que a dor ali diminuiu, indicando um
processo de auto-regulação, e até que se alcance o equilíbrio
almejado, que é sentida ao tocarmos as áreas e pontos , onde
estas zonas gradualmente vão ficando menos sensíveis, isto é, não
serão doloridos aos estímulos dados pelo terapeuta.

Geralmente este processo acontece em cerca de 6 a 12


sessões iniciais, sendo que , tais sessões são
realizadas 1 vez por semana, com um
tempo aproximado de 45 minutos cada sessão
terapêutica, não ultrapassando 1 hora.

42
5.2 - TRATANDO O CORPO EM DESEQUILÍBRIO

Físico :

Avalia-se pelo grau da dor na zona de reflexo, a intensidade do


distúrbio, quando estas zonas de reflexo são estimuladas corretamente,
enviam informações aos órgãos e sistemas afetados, restabelecendo o
seu bom funcionamento (homeostase) e como conseqüência a saúde
global do organismo.

Emocional :

Avalia o estado geral através das zonas relacionadas às emoções,


segundo a “Somatização Pessoal” que vão se esclarecendo a cada
nova sessão realizada, auxiliando a identificar alguns possíveis
bloqueios que atrapalham o pleno desenvolvimento do ser
humano e seu vivenciar, neste caso, a pessoa pode aumentar
seu auto-conhecimento em áreas da vida que pode melhorar por sua
responsabilidade, com a possibilidade de mudança de curso na
maneira de experenciar sua vida, beneficiando assim uma real
qualidade de vida, não apenas no nível físico, mas também nas
emoções humanas.

OBS.: NESTA FASE NÃO ENTRAREMOS NOS DETALHES


EMOCIONAIS DAS ZONAS DE REFLEXO, POIS ENTENDEMOS QUE
AO TOCARMOS AS PESSOAS A QUEM TRATAMOS, JÁ
OCORRERÃO ALGUMAS REAÇÕES EMOCIONAIS EM NÍVEIS
INCONSCIENTES, FATO PELO QUAL, SEMPRE PERMITIREMOS QUE
A PESSOA A QUEM TRATAMOS EXPRESSE SEUS
SENTIMENTOS, NUNCA INTERFERINDO NISTO, EMITINDO UMA
“OPINIÃO”, MAS APENAS “OUVINDO” A PESSOA!!!

43
Relaxamento
5.3 – Manobras de relaxamento (CD-DVD)

Figura 10

44
6 - Tocando alguns distúrbios

A partir de agora passaremos da “teoria” ao “tocar”, onde você precisará da


colaboração de algum parente, amigo ou pessoa disposta, para ser dado os
primeiros toques em seus pés, pois praticamente será impossível fazer em si
mesmo, assim será muito proveitoso contar com alguns “colaboradores
dispostos”, e assim acompanhar os resultados de perto, através dos relatos
destas pessoas e das reações provocadas.

Importante:

EM NOSSA PROFISSÃO JAMAIS TRATAMOS,


DIAGNOSTICAMOS OU “CURAMOS” DOENÇAS,
POIS ESTAS SÃO LEGALMENTE DEVER DA
CLASSE MÉDICA! (veja matéria adicional no final da
apostila).

POR PRINCÍPIO E HISTORICAMENTE FALANDO,


A REFLEXOTERAPIA É UM TRATAMENTO PARA A
PESSOA, E NÃO CONTRA SEUS SINTOMAS ,
DERIVADOS DE UMA SUPOSTA DENOMINADA
DOENÇA !

6.1 – CONTRA INDICAÇÕES DA REFLEXOTERAPIA

Em qualquer situação das quais descritas abaixo, não se aplicará a


Reflexoterapia até que o problema seja sanado:

- LESÕES OU CIRURGIAS RECENTES NOS PÉS;


- FERIDAS NÃO CICATRIZADAS E RECENTES NOS PÉS;
- TROMBOSES NAS PERNAS E PÉS;
- MELANOMA (CÂNCER) NOS PÉS;
- INFECÇÕES POR MICOSES OU FUNGOS DISSEMINADO;

45
6.2 – EXPERIMENTANDO OS PRIMEIROS TOQUES

Bem, aqui chegamos a um inicial denominador comum sobre o que


se espera do(a) Terapeuta em relação a sua prática, e falando nesta
vamos ao que interessa, o “toque”.

Nos exercícios propostos, você iniciará com uma série


chamada “ZONO REFLEXOTERAPIA PODAL” , onde, mesmo
sem saber quais partes do corpo estará estimulando, teoricamente
estará estará estimulando “todo o organismo” (veja os exemplos,
figura 06 e figura 08).

Denominação das áreas dos pés:

A) PLANTAR = sola dos pés;


B) DORSAL = parte de cima dos pés;
C) LATERAL = parte de “fora” dos pés;
D) MEDIAL = parte “interna” dos pés.

Figura 11

46
ATENÇÃO!

Em relação às dores nos pés, nem sempre podem estar relacionadas a zonas de
reflexo, mas podem estar ligadas a problemas de coluna, tais como “bico de
papagaio”, “hérnia de disco” ou “subluxações”. Assim o(a) terapeuta tem de
estar atento, se não houver melhoras nas sensibilidades de tais áreas após as
sessões terapêuticas, deve-se encaminhar a um outro profissional de nossa
área, por exemplo um Quiropraxista.

Segue abaixo exemplo de áreas nos pés e sua relação com a coluna vertebral:

Onde:
L = LOMBAR
S = SACRAL

47
MAPA DE ZONAS DE REFLEXO
PROPOSTA PELA TERAPEUTA
ALEMÃ HANNE MARQUARDT

48
49
Ao colocar a pessoa a ser tratada, deitada em um local confortável,
bem como você também se colocar numa posição confortável em
relação a esta pessoa, que poderá ser seu parente, amigo(a) ou
conhecido(a), e passe a “identificar” os pés, tocando as diversas
áreas e regiões dos pés, deslizando seu “dedão” pelas linhas
imaginárias, pois isto será muito importante daqui em diante.

Após ter se certificado dos passos anteriores, comece apoiando bem


os pés em suas mãos, como por exemplo, ao começar trabalhando no
pé direito com o exemplo abaixo, procure sustentar com outra mão
como suporte, iniciando no calcanhar na área plantar na LINHA 1
e terminando na mesma LINHA 1 na área dorsal e assim de
maneira sucessiva as LINHAS 2,3,4 e 5 no pé direito e depois
iniciando o mesmo no pé esquerdo começando na LINHA 1 do
calcanhar da área plantar, e terminando na mesma LINHA 1 da área
dorsal, e assim sucessivamente as LINHAS 2,3,4 e 5 no pé
esquerdo.

50
Atenção:

Quando chegar nas áreas do Hálux (Dedão) note que há uma


Micro divisão de zonas, e assim como nos pés aqui também
comece na linha um na área plantar e termine na mesma linha 1 da
área dorsal do dedão em ambos os pés nas 5 micro zonas.
Ao encerrar a ZONOTERAPIA LONGITUDINAL, comece seus
toques nas
ZONAS TRANSVERSAIS, sempre seguindo a direção das setas,
PROCURE FAZER TODOS OS TOQUES “DESLIZANDO”
PELAS LINHAS IMAGINÁRIAS !

Ao realizar seus “exercícios de toque”, não se preocupe em saber


qual região você estará estimulando, neste momento você deve
apenas estar se familiarizando com os pés em contato com suas
mãos, e aprimorando este contato com os pés e sua forma própria
de tocá-los!

Lembre-se, não existe uma “fórmula” rígida na maneira de


abordar os pés e tocá-los, mas você terá de descobrir sua
maneira de abordar os pés e estimular os pontos e zonas de
REFLEXO.
Inicie sempre nas bases da seta seguindo suas direções deslizando
em ambos os lados dos pés, usando o DEDÃO de suas mão
para tocar.

51
ZONO REFLEXOTERAPIA PODAL
Longitudinal

52
ZONO REFLEXOTERAPIA PODAL
Transversal

53
Veja aqui a imagem refletida nos pés e nas mãos, das zonas de reflexo do
corpo humano, propostas pelo DR. RANDOLPH STONE da Alemanha
(Terapia da Polaridade) , e veja se consegue visualizar “onde” passou pelo
corpo humano, ao realizar seus primeiros toques terapêuticos.

Figura 13

54
EXERCÍCIOS

PRÁTICOS

55
Agora você fará seus toques terapêuticos de maneira
diferente, usando o mesmo “mapa” de terapia por zonas,
pois no primeiro exercício você “deslizou” seus dedos
através das linhas imaginárias, o que mudará no próximo!

Ao iniciar seus toques terapêuticos na linha 1 de cada


zona e indo em direção as demais, em cada um dos pés,
iniciando pelo pé direito e depois da mesma maneira em
todas as zonas no pé esquerdo, SEMPRE MANTENDO A
DIREÇÃO DAS SETAS, VOCÊ USARÁ UMA
PRESSÃO MAIOR COM SEUS DEDOS NESTAS
LINHAS, E QUANDO A PESSOA DIZER QUE DOEU,
NESTE PONTO VOCÊ IRÁ ESTIMULAR COM SEU
DEDO, DURANTE APROXIMADAMENTE DOZE
SEGUNDOS, E APÓS ISTO, CONTINUARÁ SEGUINDO
A MESMA LINHA IMAGINÁRIA ATÉ SEU FINAL,
REPETINDO O MESMO ESTÍMULO EM TODAS AS
ÁREAS SENSÍVEIS AO TOQUE, RESPEITANDO A
TOLERÂNCIA INDIVIDUAL EM CADA EXERCÍCIO!!!
Lembre-se de marcar o nome da pessoa que você estará
tratando em cada um dos três exercícios propostos, E VEJA
SE CONSEGUE VER AS DIFERENÇAS DE ZONAS
SENSIVEIS EM CADA UM DE SEUS CLIENTES, E
IDENTIFICAR SE ESTÃO NA ZONA DO CÍNGULO
SUPERIOR OU ESCAPULAR (CABEÇA E
PESCOÇO), NA CINTURA (TÓRAX) OU NA
CINTURA PÉLVICA (PÉLVIS), procure anotar com
uma caneta as áreas mais sensíveis no mapa, para depois
identificar em quais zonas do corpo se localizam (figura 08).
6.3 – EXERCÍCIOS

56
1 - NOME:___________________________________________________________ IDADE:____

57
58
2 - NOME:___________________________________________________________ IDADE:____

59
60
3 - NOME:___________________________________________________________ IDADE:____

61
62
7 . Relatando os resultados

No espaço abaixo passe a descrever as reações e resultados obtidos


seus primeiros toques terapêuticos e suas dúvidas para
respondermos através do canal eletrônico exclusivo que você terá
acesso durante o seu curso.

1 - DESCREVA AQUI O NOME DA PRIMEIRA PESSOA TRATADA, RESULTADOS E


DUVIDAS :

2 - DESCREVA AQUI O NOME DA SEGUNDA PESSOA TRATADA, RESULTADOS E


DUVIDAS:

3 - DESCREVA AQUI O NOME DA PRIMEIRA PESSOA TRATADA, RESULTADOS E


DUVIDAS:

63
8 . Anatomia dos pés

O pé humano é composto de 26 ossos assim distribuídos: sete ossos do tarso


(tálus , calcâneo, cubóide, navicular e os três cuneiformes); cincos ossos do
metatarso; 14 falanges (três para cada um dos dedos, exceto para o hálux , que
tem apenas duas).

Os ossos são mantidos unidos através dos ligamentos, que totalizam número
de 107, formando as articulações. No pé, as articulações são em número de
33: articulação superior do tornozelo( talocrural ), articulação subtalar,
articulação mediotársica ( calcaneocubóide e talonavicular ), articulações
tarsometatarsianas ( cubóide, cuneiformes e bases metatársicas), articulações
metatarsofalangeanas, articulações interfalangeanas.

Os músculos são classificados em extrínsecos e intrínsecos. Os músculos


extrínsecos possuem origem abaixo do joelho e inserção no pé, e realizam os
movimentos do tornozelo como dorsiflexão , a plantiflexão , a inversão e

64
eversão , além de atuarem na movimentação dos artelhos (dedos). Os
músculos intrínsecos são representados pelos que se originam abaixo da
articulação do tornozelo, podendo situar-se no dorso ou na planta do pé, estes
músculos realizam a movimentação dos artelhos.

MOVIMENTOS DO TORNOZELO E PÉ

Dorsiflexão é o movimento de aproximação do dorso do pé à parte anterior da


perna. A amplitude desse movimento é em torno de 20°. Os músculos que
atuam neste movimento são o tibial anterior, o extensor longo dos dedos e o
fibular terceiro.

Plantiflexão consiste em abaixar o pé procurando alinhá-lo em maior eixo


com a perna, elevando o calcanhar do chão. A amplitude média desse
movimento é de 50°. Esse movimento é realizado principalmente pelos
músculos sóleo e gastrocnêmios.

Inversão ocorre quando a borda medial do pé dirige-se em direção a parte


medial da perna oposta. A amplitude máxima deste movimento é de 20°.
Realizado principalmente pelo músculo tibial posterior, e auxiliado pelos
músculos gastrocnêmios , sóleo e flexor longo dos dedos.

Eversão ocorre quando a borda lateral do pé dirige-se para fora. A amplitude


máxima é de 5°. Realizado principalmente pelos músculos fibular curto e
longo, auxiliado pelos músculos extensor longo dos dedos e fibular terceiro.

Abdução é o movimento que ocorre no plano transverso, com os dedos


apontando para fora. A adução consiste no movimento oposto, de apontar os
dedos para dentro.
Pronação este movimento é triplanar, ocorre com uma combinação de
movimentos sendo formado por uma eversão do calcâneo, abdução e
dorsiflexão, onde o calcâneo move-se em relação ao tálus.

Supinação é o oposto da pronação, ocorrendo uma inversão do calcâneo,


abdução e flexão plantar.
BIOMECÂNICA DA MARCHA

Podemos dividir em duas fases. A primeira é a fase de apoio ou de

65
sustentação, que começa a partir do contato inicial no toque do calcâneo e
termina quando os dedos saem do chão. A segunda fase e a de balanço ou
recuperação. Representa o período imediatamente seguinte ao desprendimento
dos dedos. Durante o contato inicial, a articulação subtalar encontra-se
supinada. Essa supinação da articulação subtalar acarreta obrigatoriamente a
rotação externa da tíbia. À medida que o pé recebe a carga, a articulação
subtalar move-se para pronação e conseqüentemente uma rotação interna da
tíbia. A pronação do pé destrava a articulação mediotarsal e permite uma
melhor absorção de impacto. A pronação é normal e permite essa distribuição
de forças sobre o máximo de estruturas possíveis com o objetivo de evitar o
excesso de carga. A articulação subtalar permanece em pronação até que 55%
a 85% da fase de apoio sejam compatíveis com o centro de gravidade corporal
que passa sobre a base de apoio. O pé recomeça a supinar e se aproxima da
posição subtalar neutra em 70% a 90% da fase de apoio. Na supinação a
articulação mediotarsal está travada e o pé fica estável e rígido preparando-se
para a propulsão

EXCESSO DE PRONAÇÃO E SUPINAÇÃO


Destacamos que a pronação e supinação são movimentos normais da
articulação subtalar, que ocorrem na marcha. Entretanto, se forem excessivas
ou prolongadas, podem desenvolver lesões específicas importantes. Tanto a
pronação excessiva, quanto a supinação são decorrentes de alguma
deformidade estrutural ou funcional do pé ( antepé valgo, antepé varo ou
retropé varo). A pronação excessiva relaciona-se com o antepé e retropé varo.
Já a supinação decorre de um antepé valgo. A compensação geralmente
ocasiona a lesão por esforço repetitivo e não a deformidade em si. Estes são os
principais, devemos considerar outras deformidades como; tíbia vara,
tornozelo equinovaro, eversão excessiva do calcâneo etc.

2) TIPOS DE PISADA

Neutra

66
- Inicia o contato com o solo do lado externo do calcanhar e, então,
ocorre uma rotação moderada para dentro, terminando a passada no
centro da planta do pé.
- Calçado ideal: entre amortecimento e estabilidade.

Supinada
- A pisada inicia no calcanhar do lado externo e se mantém o contato do
pé com o solo do lado externo, terminando a pisada na base do dedinho.
- Pé supinado é, em geral, muito rígido.
- Calçado ideal: aumento do amortecimento e da flexibilidade.

Pronada
- Aquela em que a pisada também se inicia do lado externo do
calcanhar, ou algumas vezes um pouco mais para a parte interna, para
então ocorrer uma rotação acentuada do pé para dentro, terminando a
passada perto do dedão.
- A pronação é um problema de hipermobilidade .
- Calçado ideal: menos flexível, mais estabilidade e controle do
movimento (retropé).

3) COMO ESCOLHER O TÊNIS IDEAL?

67
Em primeiro lugar, é preciso entender que os tênis de corrida, em geral,
são agrupados em cinco categorias: estabilidade, controle de
movimento, amortecimento, performance e trilha. O que de fato vai
nos interessar são as três primeiras categorias.

CONTROLE DO MOVIMENTO
- São os mais rígidos.
- Geralmente, são mais pesados, mas muito duráveis, e têm solado
plano para oferecer maior estabilidade e suporte.
- Você deve preferir este tipo de tênis caso tenha um grau de
pronação muito acentuada.

ESTABILIDADE
- Estes tênis possuem uma boa estabilidade, mas não deixam totalmente
de lado o amortecimento. Amortecem o impacto, pelo menos no
calcanhar, e sua estrutura procura minimizar o movimento de pronação ,
estabilizando o pé após seu contato com o solo.
- Geralmente indicado para pronadores leves a moderados, mas
corredores neutros e supinadores leves podem optar por modelos
dessa categoria, desde que o nível de amortecimento seja adequado ao
seu peso.
- Solado semi-curvo.

AMORTECIMENTO
- Amortecimento: está do outro lado do espectro em relação à categoria
Controle de Movimento.
- Tem como principal objetivo amortecer o impacto com o solo.
- Os supinadores, que normalmente têm o pé mais rígido (e portanto
menos eficiente como amortecedor natural), vão encontrar aqui os
modelos mais adequados. Corredores de pisada neutra também
podem se satisfazer com esse tipo de tênis.
- Solado curvo ou semicurvo para estimular os movimentos dos pés.
4) PRINCIPAIS LESÕES ESPORTIVAS QUE PODEM OCORRER
NOS PÉS DEVIDO UMA BIOMECÂNICA INEFICIENTE, CAUSADA
POR SUPINAÇÃO OU PRONAÇÃO EXCESSIVA

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Lesões por Supinação excessiva
- Entorses por inversão do tornozelo.
- Síndrome do estresse tibial medial
- Tendinite dos fibulares .
- Síndrome do atrito no trato iliotibial.

69
- Bursite trocantérica.
- Fratura por estresse do 5º metatarso (fratura de Jones).

Lesões por Pronação excessiva


- Fratura por estresse do navicular.
- Fratura por estresse do 2º metatarso ( fratura de March).
- Joanete.
- Fasciíte plantar.
- Tendinite do tibial posterior .
- Tendinite do tendão de aquiles.
- Síndrome do estresse tibial medial (sóleo e tibial posterior).
- Dor na parte medial do joelho.
- Neuroma de morton.
- Subluxação do cubóide.
- Síndrome do túnel do tarso.

5) CUIDADOS NA PREVENÇÃO DE LESÕES.


- Avaliação médica, física e postural .
- Treinamento aeróbico e anaeróbico adequado e individualizado.
- Reforço muscular.
- Exercícios de alongamentos.
- Alimentação adequada.
- Uso de Calçados adequados à sua pisada.

MATÉRIA PARA INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR

70
As estratégias da indústria farmacêutica
para multiplicar lucros
  
As estratégias da indústria farmacêutica para multiplicar lucros
espalhando o medo e transformando qualquer problema banal de saúde numa
"síndrome" que exige tratamento.

Ray Moynihan, Alain Wasmes

Há cerca de trinta anos, o dirigente de uma das maiores empresas


farmacêuticas do mundo fez declarações muito claras. Na época, perto da
aposentadoria, o dinâmico diretor da Merck, Henry Gadsden, revelou à revista
Fortune seu desespero por ver o mercado potencial de sua empresa
confinado somente às doenças. Explicando preferiria ver a Merck
transformada numa espécie de Wringley's - fabricante e distribuidor de gomas
de mascar -, Gadsden declarou que sonhava, havia muito tempo, produzir
medicamentos
destinados às... pessoas saudáveis. Porque, assim, a Merck teria a
possibilidade de "vender para todo mundo". Três décadas depois, o sonho
entusiasta de Gadsden tornou-se realidade.

As estratégias de marketing das maiores empresas farmacêuticas almejam


agora, e de maneira agressiva, as pessoas saudáveis. Os altos e baixos da vida
diária tornaram-se problemas mentais. Queixas totalmente comuns são
transformadas em síndromes de pânico. Pessoas normais são, cada vez mais
pessoas, transformadas em doentes. Em meio a campanhas de promoção, a
indústria farmacêutica, que movimenta cerca de 500 bilhões de dólares por
ano, explora os nossos mais profundos medos da morte, da decadência
física e da doença - mudando assim literalmente o que significa ser humano.
 

Recompensados com toda razão quando salvam vidas humanas e reduzem os


sofrimentos, os gigantes farmacêuticos não se contentam mais em vender para
aqueles que precisam. Pela pura e simples razão que, como bem sabe Wall

71
Street, dá muito lucro dizer às pessoas saudáveis que estão doentes.

A fabricação das "síndromes"


   
A maioria de habitantes dos países desenvolvidos desfruta de
vidas mais longas, mais saudáveis e mais dinâmicas que as de seus ancestrais.
 
Mas o rolo compressor das campanhas publicitárias, e das campanhas de
sensibilização diretamente conduzidas, transforma as pessoas saudáveis
preocupadas com a saúde em doentes preocupados. Problemas menores são
descritos como muitas síndomes graves, de tal modo que a timidez torna-se
um "problema de ansiedade social", e a tensão pré-menstrual, uma doença
mental denominada "problema disfórico pré-menstrual". O simples fato de ser
um sujeito "predisposto" a desenvolver uma patologia torna-se uma doença em
si.

O epicentro desse tipo de vendas situa-se nos Estados Unidos, abrigo de


inúmeras multinacionais famacêuticas. Com menos de 5% da população
mundial, esse país já representa cerca de 50% do mercado de medicamentos.
As despesas com a saúde continuam a subir mais do que em qualquer outro
lugar do mundo. Cresceram quase 100% em seis anos - e isso
não só porque os preços dos medicamentos registram altas drásticas, mas
também porque os médicos começaram a prescrever cada vez mais.

De seu escritório situado no centro de Manhattan, Vince Parry


representa o que há de melhor no marketing mundial. Especialista em
publicidade, ele se dedica agora à mais sofisticada forma de venda de
medicamentos: dedica-se, junto com as empresas farmacêuticas, a criar novas
doenças. Em um artigo impressionante intitulado "A arte de catalogar um
estado de saúde", Parry revelou recentemente os artifícios utilizados
por essas empresas para "favorecer a criação" dos problemas médicos [1].
 
Às vezes, trata-se de um estado de saúde pouco conhecido que ganha uma
atenção renovada; às vezes, redefine-se uma doença conhecida há muito
tempo, dando-lhe um novo nome; e outras vezes cria-se, do nada, uma nova
"disfunção".
Entre as preferidas de Parry encontram-se a disfunção erétil, o
problema da falta de atenção entre os adultos e a síndrome disfórica pré-
menstrual - uma síndrome tão controvertida, que os pesquisadores avaliam que
nem existe.

72
Médicos orientados por marqueteiros

Com uma rara franqueza, Perry explica a maneira como as empresas


farmacêuticas não só catalogam e definem seus produtos com sucesso, tais
como o Prozac ou o Viagra, mas definem e catalogam também as condições
que criam o mercado para esses medicamentos.

Sob a liderança de marqueteiros da indústria farmacêutica,


médicos especialistas e gurus como Perry sentam-se em volta de uma mesa
para "criar novas idéias sobre doenças e estados de saúde". O objetivo, diz ele,
é fazer com que os clientes das empresas disponham, no mundo inteiro, "de
uma nova maneira de pensar nessas coisas". O objetivo é, sempre, estabelecer
uma ligação entre o estado de saúde e o medicamento, de maneira a otimizar
as vendas.

Para muitos, a idéia segundo a qual as multinacionais do setor


ajudam a criar novas doenças parecerá estranha, mas ela é moeda corrente no
meio da indústria. Destinado a seus diretores, um relatório recente de Business
Insight mostrou que a capacidade de "criar mercados de novas doenças"
traduz-se em vendas que chegam a bilhões de dólares. Uma das estratégias de
melhor resultado, segundo esse relatório, consiste em mudar a maneira como
as pessoas vêem suas disfunções sem gravidade. Elas devem ser
"convencidas" de que "problemas até hoje aceitos no máximo como uma
indisposição" são "dignos de uma intervenção médica".

Comemorando o sucesso do desenvolvimento de mercados lucrativos ligados


a novos problemas da saúde, o relatório revelou grande otimismo em relação
ao futuro financeiro da indústria farmacêutica: "Os próximos anos
evidenciarão, de maneira privilegiada, a criação de doenças patrocinadas pela
empresa".

Dado o grande leque de disfunções possíveis, certamente é difícil traçar uma


linha claramente definida entre as pessoas saudáveis e as doentes. As
fronteiras que separam o "normal" do "anormal" são freqüentemente muito
elásticas; elas podem variar drasticamente de um país para outro e evoluir ao

73
longo do tempo. Mas o que se vê nitidamente é que, quanto mais se amplia o
campo da definição de uma patologia, mais essa última atinge doentes em
potencial, e mais vasto é o mercado para os fabricantes de pílulas e de
cápsulas.
   
Em certas circunstâncias, os especialistas que dão as receitas
são retribuídos pela indústria farmacêutica, cujo enriquecimento está ligado à
forma como as prescrições de tratamentos forem feitas. Segundo esses
especialistas, 90% dos norte-americanos idosos sofrem de um problema
denominado "hipertensão arterial"; praticamente quase metade das norte-
americanas são afetadas por uma disfunção sexual batizada FSD (disfunção
sexual feminina); e mais de 40 milhões de norte-americanos deveriam ser
acompanhados devido à sua taxa de colesterol alta. Com a ajuda dos meios de
comunicação em busca de grandes manchetes, a última disfunção é
constantemente anunciada como presente em grande parte da população:
grave, mas sobretudo tratável, graças aos medicamentos . As vias
alternativas para compreender e tratar dos
problemas de saúde, ou para reduzir o número
estimado de doentes, são sempre relegadas ao último
plano, para satisfazer uma promoção frenética de
medicamentos.
Quanto mais alienados, mais consumistas
      
A remuneração dos especialistas pela indústria não significa
necessariamente tráfico de influências. Mas, aos olhos de um grande número
de observadores, médicos e indústria farmacêutica mantêm laços
extremamente estreitos.

As definições das doenças são ampliadas, mas as causas dessas pretensas


disfunções são, ao contrário, descritas da forma mais sumária possível. No
universo desse tipo de marketing, um problema maior de saúde, tal como as
doenças cardiovasculares, pode ser considerado pelo foco estreito da taxa de

74
colesterol ou da tensão arterial de uma pessoa. A
prevenção das fraturas da bacia em idosos confunde-se com a obsessão pela
densidade óssea das mulheres de meia-idade com boa saúde. A tristeza
pessoal resulta de um desequilíbrio químico da serotonina no cérebro.

O fato de se concentrar em uma parte faz perder de vista as


questões mais importantes, às vezes em prejuízo dos indivíduos e da
comunidade. Por exemplo: se o objetivo é a melhora da saúde, alguns dos
milhões investidos em caros medicamentos para baixar o colesterol em
pessoas saudáveis, podem ser utilizados, de modo mais eficaz, em campanhas
contra o tabagismo, ou para promover a atividade física e melhorar o
equilíbrio alimentar.

A venda de doenças é feita de acordo com várias técnicas de


marketing, mas a mais difundida é a do medo. Para vender às mulheres o
hormônio de reposição no período da menopausa, brande-se o medo da crise
cardíaca. 

Para vender aos pais a idéia segundo a qual a menor depressão requer um
tratamento pesado, alardeia-se o suicídio de jovens. Para vender os
medicamentos para baixar o colesterol, fala-se da morte prematura. E, no
entanto, ironicamente, os próprios medicamentos que são objeto de
publicidade exacerbada às vezes causam os problemas que deveriam evitar.

O tratamento de reposição hormonal (THS) aumenta o risco de crise cardíaca


entre as mulheres; os antidepressivos aparentemente aumentam o risco de
pensamento suicida entre os jovens. Pelo menos, um dos famosos
medicamentos para baixar o colesterol foi retirado do mercado porque havia
causado a morte de "pacientes". Em um dos casos mais graves, o
medicamento considerado bom para tratar problemas intestinais banais causou
tamanha constipação que os pacientes morreram. No entanto, neste e em
outros casos, as autoridades nacionais de regulação parecem mais interessadas
em proteger os lucros das empresas farmacêuticas do que a saúde pública.

A "medicalização" interesseira da vida

A flexibilização da regulação da publicidade no final dos anos


1990, nos Estados Unidos, traduziu-se em um avanço sem precedentes do

75
marketing farmacêutico dirigido a "toda e qualquer pessoa do mundo". O
público foi submetido, a partir de então, a uma média de dez ou mais
mensagens publicitárias por dia. O lobby farmacêutico gostaria de impor o
mesmo tipo de desregulamentação em outros lugares.

Há mais de trinta anos, um livre pensador de nome Ivan Illich*


deu o sinal de alerta, afirmando que a expansão do
establishment médico estava prestes a "medicalizar" a própria vida, minando a
capacidade das pessoas enfrentarem a realidade do sofrimento e da morte, e
transformando um enorme número de cidadãos comuns em doentes. Ele
criticava o sistema médico, "que pretende ter autoridade sobre as pessoas que
ainda não estão doentes, sobre as pessoas de quem não se pode racionalmente
esperar a cura, sobre as pessoas para quem os remédios receitados pelos
médicos se revelam no mínimo tão eficazes quanto os oferecidos pelos tios e
tias [2] ".

Mais recentemente, Lynn Payer, uma redatora médica, descreveu um processo


que denominou "a venda de doenças": ou seja, o modo como os médicos e as
empresas farmacêuticas ampliam sem necessidade as definições das
doenças, de modo a receber mais pacientes e comercializar mais
medicamentos [3].

Esses textos tornaram-se cada vez mais pertinentes, à medida que aumenta o
rugido do marketing e que se consolidas as garras das multinacionais sobre o
sistema de saúde.

(Tradução: Wanda Caldeira Brant) wbrant@globo.com

Autor recomendado pelo IPETRANS: Ivan Illich, com a Nêmesis da


Medicina, on-line.
      http://www.ivanillich.org/Principal.htm
      Mais autores recomendados:
      http://www.ipetrans.hpg.ig.com.br/IPETRANS-166.htm
      * Philippe Pignarre, "O que é o medicamento?", Ed.                   34,1999.

   
   Bibliografia complementar:

* A revista médica PLoS Medecine traz, em seu número de abril de 2006, um


importante dossiê sobre "A produção de doenças" -

76
http://medicine.plosjournals.org/

* Na França, as revistas Pratiques (dirigida ao grande público) e Prescrire


(destinada aos médicos) avaliam os medicamentos e trazem um olhar crítico
sobre a definição das doenças.

*  Jörg Blech, Les inventeurs de maladies. Manouvres et


manipulations de l'industrie pharmaceutique, Arles, Actes Sud, 2005.

* Philippe Pignarre, Comment la dépression est devenue une


épidémie, Paris, Hachette-Littérature, col. Pluriel, 2003.

[1] Ler, de Vince Parry, "The art of branding a condition ",


Medical Marketing & Media, Londres, maio de 2003.

[2] *Ler, de Ivan Illich, Némésis médicale, Paris, Seuil, 1975.

 [3] Ler, de Lynn Payer, Disease-Mongers: How Doctors, Drug Companies,


and Insurers are Making You Feel Sick, Nova York, John Wiley & Sons,
2002.

Matéria do Le Monde Diplomatique-Brasil, in


coDebate.com.br - 16/06/2006
     Os vendedores de doenças
        16/6/2006

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