24 Outubro 2008 23

COMUNIDADES
Dois luso-canadianos no Parlamento Impugnação Conselho Consultivo para a Juventude
O conselheiro no Luxemburgo,
Dois luso-canadianos, Mário Silva e Keith Martin, foram reeleitos Eduardo Dias, entregou um O secretário de Estado das Comunidades afirmou que vai
para o Parlamento federal canadiano nas legislativas gerais do pedido de impugnação das empenhar-se “pessoalmente” na criação do Conselho Consultivo
país. A noite de escrutínio ficou marcada pela batalha eleições para o Conselho da Juventude portuguesa na diáspora, tema que elege como uma
protagonizada pela candidata no Quebeque, Alexandra Mendes, Permanente das Comunidades das três prioridades para o final de mandato. “Os jovens terão
que esteve à beira de se tornar na primeira deputada portuguesa por considerar que “de acordo decididamente uma abordagem neste final de mandato que nós
no Parlamento canadiano. O Partido Conservador foi o vencedor com a lei, só os conselheiros queremos sublinhar e reforçar, e por isso a urgência de criar o
destas eleições, ao garantir 143 dos 308 deputados no eleitos podem votar”, mas Conselho Consultivo da Juventude no contexto do Conselho
Parlamento federal (37,7 por cento da votação), face ao que irá votaram 64 pessoas, quando Consultivo das Comunidades é total e empenhar-me-ei
formar o seu segundo governo minoritário. só há 63 eleitos. pessoalmente nos próximos tempos para que seja constituído”.

Capacidade de atendimento do Consulado

de Londres caiu quase para metade num ano
A capacidade de atendimento do consulado de Na carta, os conselheiros António Cunha, A carta para Cavaco Silva segue-se a
Portugal em Londres caiu quase para metade Augusto Nunes, Elisabete Silva e António Choça denúncias de má gestão e listas de espera de
num ano, embora as solicitações continuem a alertam para “a particularmente grave” situação cerca de seis meses para renovação de

Pacto para crescer, denunciam os conselheiros das

comunidades do Reino Unido, em carta aberta
dos serviços consulares no Reino Unido” e
apelam ao Chefe de Estado para que “interceda
documentos feitas por vários portugueses no
início de Setembro.

a Imigração ao Presidente da República.

Os chefes de Estado e de
governo dos 27 adoptaram
formalmente em Bruxelas o
Pacto para a Imigração, uma
das principais iniciativas do
semestre da presidência
francesa da União Europeia.
O texto sobre o qual os
Estados-membros chegaram
finalmente a acordo em
Setembro passado, acaba por
ser uma síntese da abordagem
global e integrada sobre
imigração que tem vindo a ser
adoptada pela UE e também
um compromisso dos 27 no
sentido de trabalharem em
conjunto numa área onde
impera a soberania nacional.
De acordo com o projecto de
conclusões do Conselho
Europeu, o Pacto “constitui
doravante, para a União e os
Estados-membros, a base de
uma política comum de
imigração e asilo, norteada por
um espírito de solidariedade
entre os Estados-membros e
de cooperação com os países
terceiros”.
Segundo dados avançados pelos conselheiros,
em 2007 foram realizados no Consulado de
Portugal em Londres 28.589 atendimentos,
número que representa uma quebra no
atendimento na ordem dos 41,7 por cento em
relação ao ano anterior.
“Em 2004, o Consulado Geral de Portugal em
Londres prestou um pouco mais de 36 mil
serviços, em 2005 cerca de 48 mil (aumento de
30 por cento) e, em 2006, cerca de 49 mil. Em
2007, foram praticados 28.589, ou seja, uma
quebra de 41,7 por cento relativamente a 2006”,
lê-se na carta.
“Em paralelo, as solicitações mostram-se
continuamente crescentes, ano após ano”,
acrescenta.
Secretário de Estado das Comunidades apela a maior participação dos emigrantes
O secretário de Estado das Comunidades
apelou para uma maior mobilização para o
recenseamento e participação política dos
portugueses residentes no estrangeiro, admitindo
que este é “um problema” que o Governo tenta
resolver.
“Temos este problema: a mobilização para o
recenseamento e a participação eleitoral”, disse
António Braga na sessão de abertura do plenário
do Conselho das Comunidades Portugueses
(CCP), que decorreu em Lisboa.
De acordo com António Braga, dos 5,5
junto do Governo” para que este “repense a sua
política consular”.
Os representantes da comunidade mostram-se
ainda preocupados com a sistemática mudança
do titular do consulado.
“Entre Agosto de 2006 e Setembro de 2008 o
consulado de Portugal em Londres já viu passar
na sua gestão cinco cônsules”, refere o texto,
lembrando que o cônsul que assumiu o posto há
cerca de um mês foi apresentado como
temporário pela assessora de imprensa da
Embaixada portuguesa.
Em meados de Setembro, o então cônsul
Miguel Simão Pires foi substituído pelo cônsul
que estava em Manchester, José Eduardo
Macedo de Leão, tendo aquele posto ficado sem
titular.
milhões de portugueses e luso-descendentes no
estrangeiro, apenas 200 mil estão recenseados e
só 80 mil é que votam.
“Há que incentivar a participação ao voto e
aumentar o número de votantes”, apelou o
secretário de Estado. Na sua intervenção,
António Braga falou ainda da alteração à Lei
Eleitoral para a Assembleia da República, que
acaba com o voto por correspondência, para
garantir que “as mesas de votos serão criadas
onde fazem falta”.
“O número de mesas de voto será realizado em
Também o deputado do PSD pelo círculo da
Europa, Carlos Gonçalves, questionou nessa
altura o Governo em requerimento sobre o
funcionamento do consulado de Portugal em
Londres.
Na carta ao Presidente da República, os
conselheiros recordam que decidiram apelar à
intervenção do Cavaco Silva depois de terem
exposto, sem sucesso, em Fevereiro de 2007, a
situação ao secretário de Estado das
Comunidades, António Braga.
Contactado pela agência Lusa, o gabinete de
António Braga escusou-se a comentar a situação
do Consulado de Portugal em Londres.
De acordo com dados oficiais, estão registados
no Reino Unido 250 mil portugueses, mas o
número real de emigrantes é muito superior.
função das necessidades”, assegurou António
Braga, que defendeu que o voto presencial vai
“reforçar” a participação dos portugueses no
estrangeiro.
Relativamente ao CCP, disse acreditar que o
novo conselho será mais dinâmico e mais
participativo.
“O CCP tem agora uma organização mais
dinâmica e mais desenvolvida através das
comissões temáticas”, defendeu.
O CCP é o órgão de consulta do Governo
português para as questões ligadas à emigração.
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