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Versão preliminar
28 de janeiro de 2004
Quando você joga uma pedra no meio de um lago, ao se chocar com a água ela
criará uma onda que se propagará em forma de um círculo de raio crescente, que se
afasta do ponto de choque da pedra. As ondas também podem se propagar em um corda
esticada, presa por suas extremidades; se introduzirmos uma perturbação num ponto
qualquer dessa ela se propagará ao longo da corda. Esses são dois exemplos de ondas
que necessitam de um meio para se propagar.
Ondas e partículas
Escrever uma carta ou usar o telefone são duas maneiras de se entrar em contato
com uma amiga numa cidade distante.
Ondas
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Prof. Romero Tavares da Silva
Um exemplo
típico de onda lon-
gitudinal é mostrado
ao lado, onde pul-
sos periódicos estão
sendo comunicados
à uma mola
Ondas progressivas
y(x,0) = f(x)
Num instante posterior t , a função que descreverá a forma da corda é dada por:
y(x,t) = f(x')
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Desse modo teremos que para uma onda progressiva que se move no sentido positi-
vo do eixo x ,
y( x , y ) = f( x - v t )
Por outro lado, se tivéssemos uma onda progressiva viajando para a esquerda (quer
dizer na direção negativa do eixo x ), ela teria uma dependência funcional em x e t da
forma:
y( x , y ) = g( x + v t )
Se tivéssemos ondas progressivas viajando nos dois sentidos, elas seriam represen-
tadas funcionalmente por:
y( x , y ) = f( x - v t ) + g( x + v t )
Se estivermos observando a λ
propagação de uma onda harmô-
nica em uma corda, denomina-
mos comprimento de onda λ
distância entre dois pontos equi-
valentes consecutivos. Na figura
ao lado consideramos o compri-
mento de onda como a distância
entre dois máximos consecutivos.
Se estivermos observando
um pequeno pedaço da corda
enquanto uma onda harmônica
se propaga, notaremos que esse
elemento de corda irá se mover T
para cima e para baixo. 1,0
Denominamos período T o
-1,0
tempo entre dois pontos equiva- t
lentes consecutivos. Na figura ao
lado consideramos o período como a distância entre dois máximos consecutivos.
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Y
0,0
0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00
No instante t = 0 a função
tem a forma da curva de traço
-0,5
contínuo e para um tempo poste-
rior ∆t a função tem a forma da
curva tracejada. -1,0
X
Chamamos a grandeza k de
número de onda (ou vetor de onda) e o definimos como:
2π
k=
λ
2π
w=
T
ϕ(x,t) = kx - wt
Um ponto de fase constante ocupa uma certa posição relativa na onda. Se marcar-
mos um certo ponto de máximo e passarmos a acompanhá-lo, iremos verificar que mes-
mo com a onda se movimentado á medida que o tempo evolui, a fase daquele máximo se
mantém constante.
Assim, se quisermos calcular a velocidade com que uma onda se propaga devemos
acompanhar um dado ponto dela, ou seja um ponto de fase constante:
ϕ(x,t) = kx - wt = constante
dx dx w λ
k −w = 0 ⇒ v = = = ∴ λ = vT
dt dt k T
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Para calcular a velocidade de uma onda em uma corda vamos considerar um pe-
queno pulso se propagando da esquerda para a direita em uma corda de densidade linear
de massa µ e que é esticada através de uma tensão T aplicada nas suas extremidades.
No sentido de facilitar a visualização apresentamos à seguir uma ampliação do pequeno
pulso que se propaga.
Como as forças que atuam na corda não se alteram devido a essa mudança de refe-
rencial, temos que é nula a resultante horizontal das forças que atuam no pedaço de cor-
da
! e é não nula a resultante vertical. E como no referencial que se move com velocidade
v o pedaço de corda descreve movimento circular, esta resultante vertical é a força cen-
trípeta que atua neste pedaço de corda.
!
v
∆L
θ !/2 θ!/2
TE TD
Logo:
θ θ
TD cos 2 − TE cos 2 = 0
θ θ
TD sen + TE sen = FR
2 2
Como a tensão da esquerda TE é igual à tensão da direita TD , ou seja: TE = TD = T te-
mos que:
θ
2T sen = FR
2
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θ ∆L ∆L
2T sen ≅ 2T = T
2 2R R
e por outro lado:
v2
FR = m
R
logo:
∆L
2
v T T T
T =m ⇒ v2 = = ∴ v=
R R m ∆L µ µ
esse elemento de corda deslocar-se-á transversalmente com uma velocidade dada por
u(x,t) :
∂y ( x, t )
u( x, t ) = = −w y M cos( kx − wt )
∂t
∂y x
FY = −T tan θ = −T
∂x
∂y ∂y
P (x, t ) = FY (x, t )u (x, t ) = −T = −T [ky M cos( kx − wt )][− wy M cos( kx − wt ]
∂x ∂t
P (x, t ) = w k T y M2 [cos( kx − wt )]
2
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Para uma análise global da propagação da onda na corda é interessante que sai-
bamos qual o valor médio da potência comunicada por um elemento ao seu vizinho, e
esse resultado é o fluxo de energia na corda por unidade de tempo.
Considerando que:
τ
[cos(kx − wt ]2 =
1
∫ dt [cos( kx − wt )] =
2 1
τ 0 2
P = P (x, t ) =
1
µ v w 2 y M2
2
O Princípio da Superposição
Vamos considerar o efeito da interação entre duas ondas que viajam no mesmo
sentido. Para simplificar a análise, sem perder muito em generalidade, vamos considerar
que essas ondas tenham mesma frequência, mesmo comprimento de onda, mesma am-
plitude, mas tenham uma defasagem. A primeira onda tem constante de fase nula e a se-
gunda onda tem constante de fase ϕ . Elas têm a forma:
y2(x,t) = yM sen(kx - wt + ϕ)
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α + β α − β
sen α + sen β = 2 sen cos
2 2
A onda resultante tem uma amplitude modificada de acordo com o valor da diferen-
ça de fase entre as ondas formadoras. Alguns casos simples podem ser analisados facil-
mente:
a. ϕ = 0
b. ϕ = π
y(x,t) = 0
α + β α − β
sen α + sen β = 2 sen cos
2 2
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Esta não é uma onda progressiva, porque não depende de x e t na forma (kx -wt)
mas no entanto a corda oscila para cima e para baixo.
Existem alguns pontos na corda onde a amplitude é máxima, e eles são localizados
quando kx assumem valores múltiplos ímpares de π/2 . Ou seja:
π 3π 5π π 1
kx = ; ; ⇒ kx = (2n + 1) = n + π ; n = 0;1; 2; 3 ;"
2 2 2 2 2
1 λ
xN = n + ; n = 0;1; 2; 3;"
2 2
Por outro lado existem pontos onde a amplitude de oscilação é sempre nula, ou
seja: a corda não se move. Esses pontos são localizados quando kx assume valores
múltiplos de π .
λ
xN = n ; n = 0;1; 2; 3;"
2
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L = λ /2
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É um padrão de oscilação
onde a onda estacionária tem
meio comprimento de onda.
L=λ
É um padrão de oscilação
onde a onda estacionária tem um
comprimento de onda.
L=λ
É um padrão de oscilação
onde a onda estacionária tem
três meios comprimentos de
onda.
L = 3 λ /2
λ 2L
L=n ⇒ λN =
2 n
v v
λ = vT = ⇒ f =
f λ
Mas para uma corda presa pelas extremidades, apenas algumas frequências especí-
ficas podem desenvolver uma onda estacionária, portanto:
n n T
fN = v ⇒ fN =
2L 2L µ
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05 Mostre que y(x,t) = yM sen(k x - w t) pode ser reescrito nas seguintes formas alterna-
tivas:
w
kx − wt = k x − t = k (x − vt )
k
2π x
kx − wt = x − 2πf t = 2π − f t
λ λ
c) y(x,t) = yM sen[w (x / v - t) ]
w x
kx − wt = x − wt = w − t
v v
2π 2π x t
kx − wt = x− t = 2π −
λ T λ T
“09” Um pulso isolado, cuja forma de onda é dado pela função h(x - 5 t) é mostrado na
figura à seguir para t = 0 , onde x é dado em centímetros e t é dado em segun-
dos.
constante na onda é
definido por: 3
ϕ(x,t) = x - 5 t = cte
h(X)
A velocidade desse 1
ponto é a velocidade da
onda, logo: 0
0 1 2 3 X 4 5 6 7
dx
v = = +5cm / s t=0
dt
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h(x-vt)
atenuação, a forma da 2
onda manter-se-á a
mesma. Assim, basta
1
calcular onde um ponto
do pulso vai estar. Va-
0
mos escolher o ponto 10 11 12 13 X 14 15 16 17
mais à esquerda da
onda que se encontra na t = 5s
posição inicial LI = 1cm.
No intervalo de tempo ∆t = 2s esse ponto move-se de ∆L, onde
∆L = v ∆t = 5 . 2 = 10cm
LF = LI + ∆L = 1 + 10 = 11cm
∆x M 3 − 1
∆t M = = = 0,4s ⇒ t M = t E + ∆t M = 2,2s
v 5
∆x D 4 − 1
∆t D = = = 0,6s ⇒ t D = t D + ∆t M = 2,4s
v 5
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“11” A equação de uma onda transversal se propagando em uma corda é dada por:
yM = 2,0mm
v = w/k = 30m/s
u ( x, t ) = (
∂y ( x, t )
∂t
) [( ) ( )]
= − 600s −1 (2,0mm )cos 20m −1 x − 600s −1 t
uM = 1200mm/s = 1,2m/s
12 A tensão num fio preso em ambos os extremos é duplicada sem que haja qualquer
mudança considerável em seu comprimento. Qual é a razão entre as velocidades das
ondas transversais nesse fio, antes e depois do aumento de tensão?
!
TF = 2 TI T1
A velocidade de propagação de !
uma onda numa fio é dada por: T2
T
v=
µ
vI TI µF
=
vF TF µI
Como o fio não foi alterado, não aconteceu mudança nas densidades de massa,
logo:
vI TI TI 1
= = = ⇒ v F = v I 2 = 1,414v I
vF TF 2TI 2
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T
v= ⇒ T = µv2
µ
T = 0,036N
“15” Prove que, se uma onda transversal está se propagando ao longo de uma corda,
então a inclinação de qualquer ponto da corda é numericamente igual à razão entre
a velocidade escalar da partícula e a velocidade da onda naquele ponto
v = velocidade da onda y
v = w/k
∂y ( x, t )
tan θ = = k y M cos( kx − wt )
∂x
k u( x, t )
tan θ = u( x, t ) =
w v
20 Na figura à seguir a corda 1 tem uma densidade linear µ1 = 3,0g/m e a corda 2 tem
uma densidade linear µ2 = 5,0g/m . Elas estão sob tensão devido a um bloco sus-
penso de massa M = 500g .
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As tensões T1 e T2 que
distendem as cordas são
iguais porque as cordas
estão conectadas e esti- Nó
cadas pela ação da mas-
sa M . Dito de outra for-
ma:
Mg M
T1 = T2 =
2
T1 M 1g Corda 1 Corda 2
v1 = =
µ1 µ1
T2 M2g
v2 = =
µ2 µ2
M2
Como v1 = v2 , temos:
M1
M1 M 2 M1 µ 3 3
= ⇒ = 1 = ∴ M1 = M 2
µ1 µ2 M2 µ2 5 5
M1 = 187,5g e M2 = 312,5g
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Por outro lado, vamos considerar que a onda tenha uma amplitude pequena
comparada com o seu comprimento, de modo que o ângulo possa ser considera-
do pequeno:
θ θ ∆L
sen 2 ≅ 2 = 2R
∆L
θ = ; se θ << 1 ⇒
R θ
cos ≅ 1
2
θ ∆L µgy µg
FX = (F1 + F2 )sen 2 = (2µ g y + µ g ∆L ) 2R = R ∆L + 2R (∆L )
2
θ
FY = (F1 − F2 )cos = F1 − F2
2
Considerando que se ∆L << 1 teremos que ∆L >> (∆L)2 , então teremos que:
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µgy
FX ≅ R ∆L
µ g ∆L
⇒ FR = FX = y
F ≅0 R
Y
v 2 µ g ∆L
FR = (µ ∆L ) = y ∴ v = gy
R R
b) Mostre que o tempo que uma onda transversal leva para percorrer o compri-
mento da corda é dado por t = 2 L .
g
dy dy t L
dy
v= = gy ⇒ dt = ∴ ∫ dt ' = ∫
dt gy 0 0 gy
1 L 1 1 1
− − − − L
t =g 2
∫y 2
dy = 2g 2 L 2
⇒ t =2
0 g
27 Duas ondas idênticas que se propagam, deslocando-se no mesmo sentido, têm uma
diferença de fase de π/2rad . Qual é a amplitude da onda resultante em termos da
amplitude comum yM das duas ondas?
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e portanto
π π
y ( x, t ) = 2y M cos sen kx − wt +
4 4
π A
A = 2y M cos = y M 2 ⇒ = 2
4 yM
32 Uma corda sob tensão TI , oscila no terceiro harmônico com uma frequência f3 , e as
ondas na corda têm comprimento de onda λ3 . Se a tensão for aumentada para
TF = 4TI e a corda for novamente levada a oscilar no terceiro harmônico,
TI
vI =
µ
TF 4TI
v F = = ∴ v F = 2v I
µ µ
λN 2L
L=n ⇒ λN =
2 n
v n n T
fN = = v ⇒ fN =
λ N 2L 2L µ
I 3
f 3 = 2L v I
3v I
I
f v 1
⇒ 3
= 2L = I = ∴ f 3F = 2 f 3I
F 3 f 3F 3v F vF 2
f 3 = 2L v F 2L
v λI3 v i f 3F v i f 3F 1
λ3 = ⇒ = = = ⋅ 2 = 1 ∴ λ F3 = λI3
f3 λF3 f 3I v F v F f3
I
2
α + β α − β
sen α + sen β = 2 sen cos
2 2
O intervalo de tempo entre os instantes em que a corda fica retilínea é igual à meio
período, logo:
∆t = T/2 = 0,50s ⇒ T = 1s
v = 10cm/s = 0,1m/s
35 Uma corda fixada em ambas as pontas tem 8,40m de comprimento, com uma mas-
sa de 0,120kg . Ela está submetida a uma tensão de 96N e é colocada em oscila-
ção.
M L = 8,4m
µ= M = 0,120kg
L
T = 96N
T LT
v= =
µ M
v = 81,97m/s
b) Qual o mais longo comprimento de onda possível para uma onda estacionária?
f = v /λMax ⇒ f = 4,87Hz
“38” Uma fonte S e um detetor de ondas de rádio D estão localizados ao nível do solo
a uma distância d , confirme a figura à seguir. Ondas de rádio de comprimento λ
chegam a D , pelo caminho direto ou por reflexão numa certa camada da atmosfe-
ra. Quando a camada está numa altura H , as duas ondas chegam em D exata-
mente em fase. À medida que a camada sobe, a diferença de fase entre as duas
ondas muda, gradualmente, até estarem exatamente fora de fase para uma altura
de camada H + h . Expresse o comprimento de onda λ em termos de d , h e H .
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d d
d1 = + = d
2 2
d
2
d 2 = 2 H + = 4H 2 + d 2
2
2
2
d 3 = 2 (H + h )2 + = 4(H + h )2 + d 2
d
2
λ = 2 4(H + h ) + d 2 − 2 4H 2 + d 2
2
40 Dois pulsos se propagam ao longo de uma corda em sentidos opostos, como na figu-
ra à seguir.
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Neste instante a corda tem a forma de uma linha reta e aparentemente não exis-
tem pulsos na corda. Mas é como se a energia dos pulsos estivesse armazenada
em forma de energia potencial.
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