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Introdução à temática1:
As Linhas Orientadoras para Serviços de Bibliotecas para jovens da IFLA dizem a este
respeito:
“As actividades dos jovens na vida cultural, na educação e na vida social devem ser
coordenadas de forma que as instituições locais não entrem em competição, antes
cooperem em benefício dos jovens. Muitos bibliotecários têm os recursos e a
experiência para serem os profissionais coordenadores desta rede em benefício dos
jovens. (...) O planeamento cooperativo entre as bibliotecas escolares e as bibliotecas
públicas pode satisfazer as necessidades e os interesses dos jovens de uma forma mais
adequada. (...) A cooperação entre as instituições educacionais pode oferecer:
- empréstimo inter-bibliotecas
- programas de formação de pessoal e de formação de utilizadores
- campanhas de promoção da leitura
- programas para a literacia da informação
- programas culturais.”2
A educação formal e a educação não formal não são pois concorrentes, mas sim
complementares, ambas fazendo parte de um conceito alargado de educação. A
aquisição de hábitos de leitura, de competências de informação, de conhecimentos,
atitudes e valores necessários à formação integral do indivíduo diz, portanto, respeito a
todas as bibliotecas, as quais devem posicionar-se numa perspectiva de convergência de
interesses e reconhecimento mútuo.
É este o princípio que anima a parceria entre as bibliotecas escolares e as bibliotecas
municipais, no quadro do Programa RBE. Os municípios são parceiros naturais e
imprescindíveis no processo de construção de uma Rede de Bibliotecas Escolares de
incidência concelhia, que se pretende num quadro de cooperação com a Rede de Leitura
Pública.
1
Introdução baseada e adaptada a partir do texto da comunicação apresentada por E. Conde e A. Runkel
na Conferência Anual da IASL de 2001, em Auckland, intitulada: “Bibliotecas Escolares: uma rede
assente em parcerias”
2
IFLA – Linhas Orientadoras para Serviços de Biblioteca para jovens. Trad. José António Calixto e
Fernanda Eunice Figueiredo. Setúbal: LIBERPOLIS, 1998, p.6-7
1
O nosso país apresenta níveis muito baixos de literacia, fracos hábitos de leitura, um
mercado editorial e livreiro frágil e uma tradição quase inexistente do uso de
bibliotecas. É por isso natural que a Rede de Leitura de Pública e a Rede de Bibliotecas
Escolares, ambas de criação e desenvolvimento mais ou menos recentes se tenham
constituído como parceiros naturais indispensáveis a qualquer política que se pretenda
desenvolver de promoção do livro, da leitura e das literacias.
Os municípios são os elementos estruturantes da Rede de Bibliotecas Escolares e da
Rede de leitura Pública.
À medida que o número de concelhos que fazem parte da RBE vai crescendo, que o
número de bibliotecas escolares em cada município vai aumentando e que se vão
reforçando as ligações entre si, vão-se estruturando, segundo um princípio de integração
das bibliotecas escolares numa rede local de equipamentos do mesmo tipo, redes
concelhias de bibliotecas escolares que constituem a unidade-base da rede nacional de
bibliotecas escolares em construção. Esta Rede articula-se, por sua vez, com a Rede de
Leitura Pública, de que fazem parte a Biblioteca Municipal e os seus serviços
descentralizados (Pólos, Bibliobuses, Empréstimo de fundos, etc.) e liga-se ainda,
porventura, com outros centros de informação e documentação de âmbito local ou
regional, consoante os contextos específicos de cada zona geográfica. A cooperação das
Bibliotecas Escolares com as Bibliotecas Públicas e respectivos SABE’s (Serviços de
Apoio às Bibliotecas escolares) constitui, contudo, a principal pedra de toque do
desenvolvimento sustentado da RBE, uma vez que assentam sobre estas bibliotecas e
serviços, boa parte das responsabilidades sobretudo em matéria de apoio técnico e
documental às escolas.
2
estabelecimentos de ensino de uma mesma localidade se articulem em rede,
potenciando os seus recursos próprios e complementando as suas actividades. Para
além disso, é desejável que a ligação em rede não fique confinada às escolas e
acompanhe a evolução das políticas educativas que procurem fazer do estabelecimento
de ensino um equipamento integrado com outros equipamentos sociais da localidade.
Nesta ligação a outros equipamentos sociais é de privilegiar a biblioteca pública, que
deve incluir uma função de “serviço de apoio às bibliotecas escolares”.4
A formalização desta cooperação é realizada em cada concelho e depois de identificados
os estabelecimentos de ensino a apoiar em cada ano, com a celebração entre o
Ministério da Educação (através das escolas e das respectiva Direcção Regional de
Educação), e o Município (através da Câmara Municipal), de um Acordo de
Cooperação5 que consagra o envolvimento das partes na concretização dos projectos
apresentados. Só com base na colaboração e partilha de responsabilidades entre estas
entidades é possível mobilizar e rentabilizar o conjunto de recursos necessários à
realização e desenvolvimento continuado dos projectos, propiciando às escolas os meios
indispensáveis, a nível financeiro, técnico-pedagógico e de recursos humanos.
4
idem, p. 30
5
http://www.rbe.min-edu.pt/candidaturas/acordo_cooperacao.htm
3
promoção e oferta de formação na área das bibliotecas escolares para professores e
auxiliares de acção educativa, a qual vem sendo realizada, no quadro da lei geral,
por diferentes entidades: Centros de Formação de Associações de Escolas,
instituições de Ensino Superior, Serviços centrais e regionais do Ministério da
Educação e associações científicas e profissionais.
Para que esta cooperação seja bem sucedida há, contudo, que ter em conta um conjunto
de condições, que Shirley A.Fitzgibbons6 tão bem identifica:
4
• Comunicação e interacção activas
7
http://www.natlib.govt.nz/services/get-advice/school-libraries/school-library-guidelines-framework
8
http://www.natlib.govt.nz/services/access-to-items/curriculum-resources
9
http://www.northyorks.gov.uk/public/site/NYCC/menuitem.72980bf1db3dfb9fd7428f1040008a0c/?
vgnextoid=8b58a6cd3facbf00VgnVCMServer0d6519acRCRD
10
http://www.cde.state.co.us/index_library.htm