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5ª.
edição revista
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SOBRE O AUTOR
Dr. Márcio Bontempo é médico, sociólogo e escritor. Bacharel em Medicina pela
Universidade Sul Fluminense, Estado do Rio de Janeiro. Especialista em Saúde
Pública pela Universidade São Camilo, São Paulo. Presidente da Associação
Brasileira de Medicina Integral. Presidente do Grupo de Defesa do Consumidor
Naturalista (PRONACON). Criador do Movimento Médicos Pés Descalços na
cidade de São Lourenço, Minas Gerais. Autor do Projeto de Medicina Alternativa
para Comunidades Carentes. Autor das seguintes obras, entre outras:
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INTRODUÇÃO
Este livro foi escrito para ensinar o digníssimo leitor a sofrer das
doenças modernas da nossa civilização. Pode parecer
estranho que um médico escreva isto, mas sobram razões
para tanto.
Há muitos anos dedicamo-nos ao esclarecimento da população
quanto às causas ambientais das doenças, seja no tocante à
alimentação industrializada, às condições de trabalho, à
neurose, à poluição em todos os níveis (atmosférica, sonora,
informativa, cultural, ideológica etc), seja quanto aos fatores
sócio-econômicos, políticos, culturais e até hereditários. Temos
tentado mostrar como a nossa sociedade desenvolveu um
sofisticado sistema de exploração e manutenção da doença,
com a criação do famigerado complexo médico industrial-
hospitalar.
Também é fato conhecido que a medicina oficial é envolvida
por interesses multinacionais de lucro e que tenta desviar a
atenção das causas sócio-econômicas e culturais das doenças
para etiologias específicas, "biologizando" e individualizando o
problema. Deste modo, recomenda o uso de medicamentos
geralmente paliativos, caros e quase sempre perigosos, que
oneram violentamente a já combalida economia brasileira. Não
existe um programa eficaz que esclareça a população quanto
às causas reais das doenças. Toda tentativa de estabelecer
medidas de caráter preventivo não vinga, devido às "forças
ocultas" que comandam surdamente a economia,
principalmente no Terceiro Mundo.
Nesse processo, a classe médica, principal responsável pelo
esclarecimento da população, é frenada em sua ação graças a
uma falsa ideologia que é injetada no aluno desde o primeiro
ano de faculdade. Esta, por sua vez, não forma um profissional
da saúde, mas um técnico, um soldado contra a doença,
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treinado para ser um inconsciente vendedor de medicamentos
disfarçado de branco.
Sendo assim, as técnicas alternativas de medicina, mais
baratas, eficazes e geralmente inofensivas, representam
enorme perigo para os lobbies multinacionais, que exploram a
doença em nome da boa saúde da coletividade.
Escrever, então, um manual que ensine a ficar doente é uma
variação de estilo que se encaixa bem com a inversão de
valores que caracteriza a nossa civilização. Talvez assim o
alcance seja maior do que tem sido até hoje, através dos
manuais práticos de medicina natural, alimentação natural,
denúncias e assim por diante, que são escritos de forma direta
e logram resultados apenas parciais, limitados e temporários.
Ficar doente é hoje um privilégio, é sentir-se normal, é
participar da situação de todos, é ser igual. Os naturalistas,
macrobióticos, médicos alternativos, os que não usam o
perigoso e traiçoeiro açúcar branco, os vegetarianos, os iogues
etc. são vistos como seres estranhos. Desde que a medicina
oficial exigiu que o médico assumisse uma posição de poder e,
através do uso e do abuso do monopólio do conhecimento
científico, impusesse aos seus pacientes as suas ordens e
determinações, o doente perdeu sua auto-suficiência, sua
autopercepção e a dignidade de conhecer o seu próprio corpo
e as causas dos seus males. A utilização de drogas e cirurgias,
unicamente, apenas perpetua o processo. Raríssimos são os
médicos que se preocupam com as causas alimentares da
maioria das doenças modernas, estando eles próprios
sujeitos às mesmas, pois também alimentam-se
pessimamente e não conhecem a composição dos alimentos
industrializados, que constituem causas de 85% das doenças
degenerativas.
Então, dada a condição contraditória da nossa civilização e os
valores hoje considerados normais e aceitos, ensinaremos aqui
como adoecer. Talvez assim esclareçamos melhor nossa gente,
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acostumada a seguir conselhos esdrúxulos e absurdos
difundidos por uma imprensa manipulada por interesses
escusos, que induzem ao consumo desenfreado, controlando
a opinião pública ao seu bel-prazer.
Se o digníssimo leitor sentir algum toque de ironia neste
trabalho, não se preocupe; a realidade e a condição humanas
são muito mais irônicas do que se possa imaginar.
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Vivemos num mundo cercado pela doença. Seja ela física,
psíquica, mental, congênita ou hereditária, seu fantasma
ronda solto. Em cada época da história da humanidade, a
ameaça de uma ou mais doenças sempre esteve presente: no
passado, a peste, a lepra e as infecções; hoje, o câncer, o
enfarte e outras. Mas é necessário lembrar, no entanto, que
hoje é muito mais frequente a morte por acidentes de trânsito,
guerras e guerrilhas, por efeito dos agrotóxicos e uso de
medicamentos do que por todas as doenças que a
humanidade possa ter tido. As causas da morte são geradas
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pelo homem, e não pela vida em si.
O homem moderno tem um novo componente no seu crítico
quadro de anomalias e desequilíbrios, que são as doenças
psíquicas e mentais. Há muito se sabe que os estados
emocionais e as tensões podem gerar doenças físicas ou
orgânicas (doenças psicossomáticas), mas até bem pouco
tempo quase nada se sabia a respeito da origem dessas
tensões e males psíquicos agora tão comuns. Apesar das
muitas teorias a respeito, devemos concluir que o homem
criou uma sociedade repressora e opressora, que tiraniza o
próprio criador. O homem de hoje praticamente perdeu sua
liberdade individual e segue valores e padrões de
comportamento que não são legitimamente seus. Sem saber,
persegue ideais e objetivos como o poder, a fama, o sucesso e
a fortuna, que não lhe trazem nenhum sentido pessoal. São
formas alienantes de existir. Quando o indivíduo-consegue
atingir esses ideais, cai em depressão, pois percebe que a
felicidade não está ali. Frequentemente, nessa situação, busca
ansiosamente mais e mais: mais poder, mais fama, mais
dinheiro, continuando, assim, a alimentar um processo ilusório
que traz apenas desgaste e o distanciamento de si mesmo.
Quando não consegue atingir seus objetivos, fica pelo
caminho, acreditando que não é feliz por não ter "chegado lá".
São poucas as pessoas neste mundo que vivem intensamente
o momento; geralmente vivemos voltados para o futuro ou
para o passado. Pensamos que é no futuro que estaremos
bem ou felizes. Lutamos para atingir certas metas que
geralmente não nos trazem prazer ou aquilo que esperávamos.
Isso faz com que frequentemente a pessoa, após anos e anos
de luta, ao se ver frustrada, entristecida e sem energia, se
volte para o passado, acreditando que "naqueles tempos, sim,
era feliz e não sabia".
Nossa cultura está estruturada de modo a dominar o indivíduo
e a submetê-lo às suas exigências. Infelizmente, quem assim
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se submete, total e incondicionalmente, só conhece a tristeza,
o desgaste, o envelhecimento doentio e a neurose. Substituiu-
se o "ser" pelo "ter" e valorizou-se preferencialmente o poder
ao prazer de existir, pura e simplesmente. Sabemos que a
maior parte dos suicídios ocorrem no auge do sucesso, do
poder, da riqueza ou em sociedades ultra-organizadas. Isto
acontece porque o indivíduo vivência a angústia de não ver
mais a saída do labirinto existencial enganoso em que entrou.
Não vê mais sentido em prosseguir naquele caminho e
desconhece outros.
A neurose e a psicose são talvez as piores doenças, pois nada
deve ser pior do que viver em ansiedade intensa, deprimido,
inseguro, angustiado e triste. Pior talvez que uma dor aguda,
pois o indivíduo perde os seus próprios valores e persegue a si
próprio, sendo atormentado a cada instante pelo seu ego, num
processo infernal. Isto ocorre devido à repressão das forças
espontâneas de prazer que emanam do inconsciente. Parece
que o início do processo se dá na vida intra-uterina e na tenra
infância, quando os moldes neuróticos dos pais e da sociedade
começam a exercer sua influência sobre a criança, de modo a
ajustá-la às prerrogativas e exigências do status quo. A criança
aprende desde cedo a reprimir seus impulsos naturais e a
submeter-se a vontades que não são propriamente as suas.
Com isto, acaba por formar uma personalidade e estruturar
seu caráter de acordo com o que lhe ensinam ou forçam. Este
processo cria os primeiros bloqueios energéticos, que refletem,
nas características individuais, a repressão sofrida pela pessoa.
Quanto mais repressão, tanto maior a ansiedade, a angústia, o
ódio, a revolta, a melancolia e o distanciamento de si mesmo.
É fato corrente que o ser humano nasce para amar. Nasce com
pleno e total potencial de amor, mas, se não pode dar ou
receber amor de modo conveniente, acaba por bloquear-se.
Passa a desenvolver a antítese do amor, que é o ódio. O
mesmo ódio que fez do homem um ser fratricida, genocida,
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agressivo e destrutivo.
Nossa cultura possui valores alienantes, pois ensina o indivíduo
a voltar-se para o mundo exterior, objetivo e "real". Quando o
indivíduo não age de acordo com aquilo que se considera
"comportamento normal", voltando-se mais para o seu interior
e buscando compreender seus próprios valores, passa a ser
visto como uma pessoa estranha, louca ou desequilibrada.
Assim sendo, a sociedade cerceia o legítimo direito que o
cidadão tem de conhecer o seu próprio mundo interno, onde
residem a serenidade, a calma, o prazer, o discernimento e a
espiritualidade. O homem moderno, ao contrário, está alienado
dos lídimos valores fundamentais para a sua evolução. Passa
pela vida sofrendo, fazendo do trabalho um meio escravizante
de se manter; é influenciado pelos mais diversos estímulos,
que o impulsionam ao consumismo, à superficialidade, à
exterioridade, ao imediatismo e à praticidade. Vive perseguindo
a felicidade e o bem-estar, mas por caminhos indevidos.
Goethe retratou bem a situação humana em Fausto. Fausto
vendeu a alma a Mefistófeles, que em troca lhe prometeu
coisas que nunca poderiam ser cumpridas.
Esta condição neurótica acaba influenciando o indivíduo em
todos os sentidos. A sexualidade humana parece ser a área
mais aflitiva. O prazer é perseguido ansiosamente, no entanto,
o cidadão é treinado desde a infância para reprimi-lo.
Confunde-se também liberdade sexual com libertinagem, amor
com paixão, esta última, destrutiva e escravizante. Poucos são
aqueles que possuem uma sexualidade satisfatória, obtendo
dela um prazer calmo, relaxante e profundo. As relações
humanas estão controladas. Vários são os elementos que
influenciam na questão do sexo. Wilhelm Reich foi perseguido
e preso por ter apontado as causas sociais da neurose e seus
reflexos na sexualidade. Ele mostrou que grande parte da
energia que poderia ser convertida em prazer sexual é
desviada para alimentar uma determinada organização ou
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para criar e manter um tipo de personalidade forjada pelas
exigências do meio social. Assim surgem os desvios da
sexualidade, o medo inconsciente do prazer, as proibições, o
falso moralismo, a depravação, a pornografia etc.
Escravo de si mesmo, o homem moderno desenvolveu a
capacidade de negar-se e adaptar-se. Vítima de grande
ansiedade, suas tensões transparecem em seus atos e
decisões, provocando, em última instância, as revoltas sociais,
o controle do homem pelo homem, a luta de classes, os
desníveis sociais, a fome, a pobreza, a violência e a guerra.
Todos esses fenômenos têm causas muito complexas e, para
que se possa compreendê-las, deve-se estudar bem o
inconsciente do homem, onde as forças se acham reprimidas
por um ego despótico, criado, desenvolvido e estimulado pela
própria sociedade.
Existe uma relação dialética entre o homem e o seu meio. O
equilíbrio entre ambos é indispensável para que haja saúde
emocional e uma vida serena, isto é, o homem deve manter
uma certa conduta em grupo ao mesmo tempo que cultiva
também o seu mundo interno. Uma vez que é o próprio homem
que cria as regras da sociedade, quanto mais neurótico ele for,
mais o será também o seu meio social. Uma sociedade
repressora, divisionista e fragmentária é a própria expressão
da condição dos indivíduos que a compõem.
Sendo assim, o ser humano vive atualmente uma imensa
contradição. Para alcançar a almejada felicidade, deve rejeitar
os valores básicos da sociedade. Se viver conforme os padrões
socialmente aceitos, fica verdadeiramente alienado, até e
principalmente de si mesmo. Portanto, está dividido, em
constante conflito com o mundo externo.
Existe assim uma interação e uma interdependência entre o
indivíduo e a sociedade. Contraditoriamente, aquele que aceita
todos os valores da sociedade é, de fato, um alienado (dos
seus próprios valores e dos valores relacionados a princípios
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universais superiores, altruísticos e humanísticos), pois a
sociedade é moldada a partir de bases neuróticas. Por outro
lado, quando o indivíduo questiona as regras e os valores da
sociedade em que vive, é considerado um alienado, um
desequilibrado. Quer dizer, para ser feliz é necessário que o
indivíduo (etimologicamente: não dividido) se torne um
"divíduo", ou seja, dividido, separado. Não é à toa que os
grandes movimentos sociais que questionaram mais
profundamente os valores burgueses da sociedade industrial
tenham sido chamados de loucos pelas classes dominantes
bem comportadas. Ironicamente, a sociedade desenvolveu
técnicas que procuram reajustar a pessoa que não segue os
padrões de comportamento aceitos. Por meio da psiquiatria
medicamentosa ou por métodos psicoterapêuticos baseados
em sistemas interpretativos e explicativos procura-se ajustar a
teoria ao caso, e não o contrário. Estas técnicas vêem o caso
através de um conjunto de informações e dados previamente
estabelecidos pelos próprios valores sócio-culturais. As
interpretações baseiam-se em teorias geralmente inflexíveis,
procurando ajustar o indivíduo doente ao próprio meio gerador
da doença, seja ela física, psíquica ou mental.
Como resultado de todo esse processo, temos a vasta gama
dos chamados sintomas emocionais, como a ansiedade, a
angústia e a depressão, já considerados normais pelo cidadão
do nosso século. Quem não possui esses sintomas deve ser
um estranho, principalmente se vive numa sociedade que
existe e se mantém graças ao cerceamento do prazer
individual, que tece a trama do mecanismo de controle social e
da escravização do homem.
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"A tecnocracia mutilou a personalidade dos discípulos de
Hipócrates."
Dr. Nelson Senise
em Medicina e Impunidade
(Edward Saouma).
— 500 milhões de pessoas vivem em absoluta pobreza no
mundo inteiro.
— 0,5% da população mundial é epiléptica, índice que
vem aumentando.
— 10% da população mundial sofre de algum tipo de psicose.
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— Mais de 50% da população mundial é neurótica.
— 1/3 da população mundial tem ou terá diabete.
10/11/83).
— 10 milhões têm deficiência mental (Folha de S. Paulo,
9/9/84).
— 20 milhões são anêmicos (Jornal da Tarde, 27/11/84).
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— Só no Nordeste há 47% de desnutridos (SUDENE).
— A cada 1 minuto e 42 segundos morre uma criança (O
12/7/82).
— A cada 5 minutos morre 1 pessoa de problemas cardíacos
(INPS).
— 10% da população é alcoólatra (OPAS).
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Só recentemente a humanidade vem se preocupando com o
aumento da poluição ambiental. Também é recente a
preocupação das autoridades sanitárias e dos governos em
relação ao assunto, mas é bem mais antiga a ação de degradar a
natureza com poluentes, numa paradoxal atividade de sujar e
envenenar a própria casa onde se mora.
A poluição do ar é aquela que mais chama a atenção e também
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a forma mais comum de degradação ambiental. Ocorre
constantemente, tanto nos grandes centros urbanos como nos
campos, sendo levada pelos ventos pelo fenômeno da dispersão e
concentrando-se mais nas zonas industriais, onde é
potencializada pelo fenômeno da inversão térmica.
O ar aquecido impede a elevação dos agentes poluentes para as
camadas atmosféricas superiores, mantendo-os próximos do solo.
Deste modo, o ar vai sendo progressivamente contaminado por
substâncias tóxicas que perturbam profundamente o equilíbrio
orgânico e a saúde. Quando a concentração de poluentes atinge
níveis elevados, a situação fica bem mais crítica, e a ameaça à
saúde passa a ser bem maior. Existem episódios célebres de
mortes por poluição atmosférica, como o de Londres em 1952,
com 4.000 mortes em uma semana. Também em Londres, quatro
anos depois, ocorreram mais 1.000 mortes por poluição do ar; na
Bélgica (Vale do Mosa), em 1930, 60 mortes; no México (Posa
Rica), em 1950, 22 mortes. Mas o problema principal ocorre
silenciosamente, através da intoxicação e da degradação lenta e
invisível decorrentes da poluição.
No Brasil, os casos de morte por intoxicação e inversão térmica são
frequentes, mas pouco notificados. Cerca de dez pessoas
morreram em 1985 na cidade paulista de Bauru, e dezenas de
outras sofreram intoxicações. É também a poluição atmosférica
que causa intoxicações e mortes na cidade de Cubatão, em São
Paulo, onde são comuns os casos de nascimentos com anomalias
congénitas, como a anencefalia, tendo sido elevada à categoria
de cidade mais poluída do mundo.
Os principais poluentes atmosféricos são o dióxido de enxofre, o
monóxido de carbono, os hidrocarbonetos, os óxidos de nitrogênio,
os oxidantes fotoquímicos e a matéria fragmentada em
suspensão. Cerca de 25% dos poluentes no Brasil são oriundos
das fábricas; 30% da queima de óleos combustíveis com elevado
teor de enxofre; 40% dos escapamentos dos automóveis com
motores a gasolina, e 5% da incineração de lixo.
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Nos campos e áreas mais distantes, principalmente agrícolas, os
agentes poluentes são os esgotos, os resíduos das atividades
agrícolas, pecuárias e de mineração, que exterminam os peixes e
outras formas de vida animal. Os esgotos contaminam as águas e
disseminam várias doenças, como a hepatite, a salmonelose, as
doenças de pele e outras infecções. Os esgotos que recebem
tratamento não propagam estas doenças, mas carregam grande
quantidade de poluentes, como os detergentes, que destróem
completamente a vida aquática, permitindo apenas o crescimento
exagerado de algas. Consequentemente, há destruição do
plâncton e diminuição do oxigênio livre, eliminando a vida animal e
vegetal.
Os motores de explosão a álcool eliminam aldeídos, sobretudo o
formaldeído, que é altamente irritante para os olhos, nariz,
garganta e pulmões, e constitui fator cancerígeno, podendo
causar o carcinoma nasal. Estes motores eliminam também o
perigoso etilnitrito, capaz de produzir anomalias genéticas.
A poluição atmosférica age no organismo provocando irritação,
inflamação e constrição das vias respiratórias. Em decorrência
disso, ocorre aumento da produção de muco, desenvolvimento
excessivo das células de revestimento respiratório, perda dos
cílios da árvore brônquica e indução da metaplasia escamosa
como fase prévia do câncer.
A contaminação dos alimentos por agrotóxicos, cada vez mais
utilizados, é outra importante fonte de doenças. Só nos Estados
Unidos são produzidas anualmente 600.000 toneladas de
pesticidas, herbicidas, agentes desfolhantes etc. Essa quantidade
equivale a 30% de toda a produção mundial de agrotóxicos. Se
distribuída entre os cidadãos dos Estados Unidos, chega-se à
absurda cifra de três quilos por habitante.
Segundo a FAO (Field and Agriculture Organization), os países
subdesenvolvidos são a principal vítima do uso indiscriminado de
agrotóxicos, decorrendo daí doenças, degenerações e mortes. O
Terceiro Mundo utiliza-se anualmente de mais de 400.000
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toneladas de agrotóxicos.
Só em 1982 ocorreram 375.000 casos de intoxicação nos países
subdesenvolvidos, com cerca de 10.000 mortes. Os dados da
FAO não fazem referência aos casos não notificados, que devem
ser de igual monta.
A produção mundial de agrotóxicos aumentou de 200.000 para
quase 2 bilhões de libras (1 libra = 454 gramas) em trinta anos,
representando a terceira principal fonte de incomensuráveis lucros
(Friends of Earth, Califórnia, EUA).
O Congresso dos Estados Unidos emitiu em 1982 um importante
relatório, apontando que 80% dos agrotóxicos em uso não
haviam sido adequadamente testados quanto aos seus efeitos
cancerígenos; 90% quanto aos danos genéticos, e 65% quanto à
capacidade de gerar anomalias congénitas. Os agrotóxicos
contaminam a cultura, o solo, as plantas e os animais, os rios,
lagos, cachoeiras e lençóis freáticos, chegando a atingir até o
oceano, que já apresenta elevados níveis de agentes poluentes
oriundos da agropecuária, tendo sido detectado DDT em
pinguins, baleias e focas. No entanto, não são tão eficazes no
combate às pragas, como propalado pelas indústrias. Há trinta
anos atrás, os Estados Unidos usavam 25.000 toneladas de
agrotóxicos e perdiam apenas 7% da lavoura antes da colheita;
hoje usam doze vezes mais agrotóxicos e perdem o dobro do que
perdiam antes (Institute for Food & Development Policy, São
Francisco, EUA).
No Brasil, que hoje é o terceiro importador mundial de
agrotóxicos, o número de pragas aumentou para 22 espécies por
ano, apesar de intensificar-se cada vez mais o uso de
agrotóxicos (professor Adilson Paschoal, do departamento de
zoologia da Universidade de São Paulo).
O DDT, proibido nos Estados Unidos, continua sendo o inseticida
do grupo dos organoclorados mais usado no mundo todo, sendo
utilizado em outras áreas além da agricultura. Possui uma longa
vida residual e fixa-se no tecido gorduroso. A intoxicação aguda
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pelo DDT produz um quadro neurológico característico, mas seu
principal problema é sua ação crônica e insidiosa por
acumulação. E um agente cancerígeno, teratogênico (provoca
distúrbios congênitos) e capaz de provocar esterilidade. Além
disso, está relacionado à degeneração gordurosa do coração e
fígado. Este inseticida está tão presente em nosso meio
ambiente que a Organização Mundial de Saúde e a FAO
estabeleceram o valor de 0,005 mg por quilo como ingestão diária
aceitável para cada cidadão.
No entanto, a concentração de DDT no leite materno variava de
0,05 a 0,2 mg já em 1951 (Lang e cols., 1951; Egan e cols., 1965;
Heydricky e Mães, 1969), o que fazia com que uma criança
ingerisse cerca de duas a quatro vezes mais DDT que o
estabelecido pelas autoridades sanitárias internacionais.
O professor Domingos de Paola, titular de patologia da faculdade
de medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, afirma
em seu livro Câncer e meio ambiente (Medsi, 1ª. ed., 1985) que o
uso do DDT é tão comum que se está chegando à possibilidade de
definir a nacionalidade de uma pessoa pela dosagem quantitativa
de DDT em seu organismo. Os norte-americanos apresentam
doze ppm (partes por milhão) e os europeus, de um a dois ppm.
Infelizmente, o estudo não aponta dados para os países
subdesenvolvidos.
Ainda na lista dos inseticidas, temos os compostos
organofosfatados, como o paration, o malation, o pirofosfato
tetraetílico e outros. Estes são derivados de gases neurotóxicos
letais empregados na Segunda Guerra Mundial, como o tabum, o
sarim e o diisopropil-fluorfosfato. São menos estáveis e têm vida
residual mais curta, porém são extremamente tóxicos e
mortíferos. A morte dá-se pela falta de respiração como resultado
da constrição dos brônquios, do excesso de secreção brônquica
e da paralisia dos músculos respiratórios.
Existem também os compostos fluorados, utilizados na fabricação
de venenos para baratas, formigas e ratos, capazes de intoxicar o
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homem, causando fibrilação ventricular, alucinações, convulsões
epileptiformes e morte. Os carbamatos, derivados do ácido
carbâmico, são inseticidas de efeitos semelhantes aos dos
organofosforados.
Na vasta lista de agrotóxicos potentes estão os herbicidas,
compostos usados para eliminar as plantas indesejáveis à
cultura. Entre os mais usados estão o sulfato de amônia, o ácido
tricloroacético, 2,4 do ácido clorofenoxiacético, os óleos
derivados do petróleo e os compostos creosotados, o arseniato de
sódio, o acetato de fenolmercúrio, o tiróxido de arsênio e o temível
pentaclorofenol, responsável pelo famoso acidente da Union
Carbide, em Bopal, na Índia, vitimando milhares de pessoas
inocentes. Os herbicidas são considerados os principais
poluentes do solo. No homem, grande parte deles produz lesões
cutâneas e das mucosas, age sobre o sistema nervoso e sobre a
medula óssea. Estudos epidemiológicos associam o uso de
herbicidas à incidência de câncer em várias regiões do mundo.
Devemos também considerar a importância de diversos resíduos
e partículas comumente encontrados em ambientes insalubres de
trabalho, como o cimento, a sílica livre, o asbesto, o pó de ferro, o
carvão, o berilo etc, que podem provocar fibrose pulmonar, câncer
e alterações sanguíneas. Sendo assim, uma das melhores
receitas para padecer destes males é trabalhar num local onde
qualquer destes compostos esteja presente, como minas,
indústrias, pólos extrativos, ferrovias, porões de navios, portos e
no transporte dos mesmos.
O problema dos agrotóxicos cresceu tanto que várias entidades
ambientalistas e governamentais uniram-se no combate a eles.
Como não é possível evitar o uso dos mesmos, foram
selecionados os doze agrotóxicos mais perigosos, cognominados
de "a dúzia suja", cuja maioria já foi proibida em muitos países.
São eles:
1. Endrin, Aldrin e Dieidrin 7. Parathion
2. DDT 8. Monocrotofos
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3. Clordane 9. Aldicarb (Temik)
4. Heptacloro 10. 2,3,5 T
5. Lindane e BHC 11. Paraquat
6. Endossulfan 12. Mercuriais
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QUADRO GERAL DO PROCESSO DE
ADOECIMENTO
O quadro que se segue apresenta uma síntese dos principais
fatores determinantes de doenças ligados a causas ambientais.
Pode também ser chamado de quadro etiopatogênico ambiental.
Contrariamente à postura da ciência oficial analítica, que
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geralmente busca uma causa isolada para uma determinada
doença, procuramos dar aqui uma ideia geral dos variados
elementos causadores de doenças presentes em nosso meio
ambiente. Sabemos que, comumente, qualquer doença tem
causas multifatoriais e seu surgimento ou não depende de um
amplo e complexo mecanismo.
Uma visão geral do seguinte quadro permite entender isso.
Contudo, isto não quer dizer que determinado fator, agindo
intensamente sobre um órgão, não possa ser causa exclusiva de
um problema específico. Por exemplo: a ação de substâncias
corrosivas sobre a pele provoca um mal imediato, sem
necessidade da ação de outras possíveis determinantes, como os
fatores genético, alimentar etc.
Uma das tendências mais fortes da medicina moderna, de cunho
mais eclético, é entender que a doença é o resultado de um ou
mais agentes causais incidindo sobre um organismo suscetível
ou prediposto. Na seguinte fórmula:
D= S+ Fd
Setor 13-GERMES
Os microorganismos são hoje responsabilizados pela maioria das
doenças existentes, assim como antes da teoria microbiana o
eram as entidades mórbidas dos astros e humores. A cada época
o homem adquire crenças "oficiais" e as impõe como verdades
universais eternas. Atualmente, a ciência, devido ainda a esta
tendência, transformou-se num conglomerado de dogmas, uma
vez que continua a persistir nos mesmos erros históricos que
acabam por ridicularizar o homem.
Um dos erros principais é atribuir ao germe a responsabilidade
exclusiva de provocar doenças. Claude Bernard, o pai da
fisiologia, já declarava em seu tempo que "o germe não é nada, o
terreno é tudo". Deu-se mais importância ao germe, esquecendo-
se que mesmo uma infecção grave só ocorre se existirem
condições propícias. Essas condições dependem da resistência e
do equilíbrio do "terreno", que é o organismo. A imunologia já
avança célere dentro deste raciocínio, para agonia dos cientistas
e médicos mais atrasados, que necessitam fixar-se em uma
teoria sólida e imutável como se isso fosse possível.
Citamos os germes neste setor, apresentando-os apenas como
oportunistas. Basta olhar para o Quadro Geral e ver a proporção de
influência destes na determinação das enfermidades.
Para se ter uma idéia da quantidade de doenças que a medicina
atribui aos micróbios, mostramos no Quadro 2 a lista das principais
enfermidades que se acredita serem por eles provocadas.
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Setor 14 - MÁS-FORMAÇÕES CONGÊNITAS
Este setor é apresentado num círculo tracejado e interrompido,
pois as doenças congênitas não são fatores determinantes de
doenças, mas resultado da influência mórbida dos elementos
referidos no Quadro Geral, isto é, ocorrem devido à poluição
ambiental que age nos organismos dos fetos e embriões durante
a vida intra-uterina, via mãe.
Apesar da medicina oficial não acreditar e negar o fato, as
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doenças congênitas, as anormalidades no nascimento, as
teratogenias e as más-formações estão aumentando no mundo
todo, como expressão da degeneração biológica que a raça
humana vem sofrendo.
Em 1900, a incidência de tais doenças era de 3,3% da população
mundial; em 1964 ela já alcançava 25% (Bearn, A. — Cornell
University Medical College, Nova Iorque); hoje estamos beirando
os 30%. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 7% das
crianças do orbe terrestre sofrem de más-formações congênitas.
Mesmo com estas evidências, a maioria dos médicos assume
uma posição cética quanto aos perigos dos agentes ambientais.
Simplesmente não acreditam nisso e negam-se, baseados em
observações parciais e dados isolados, a aceitar que os
elementos estranhos que hoje fazem parte da nossa biosfera
possam provocar doenças hereditárias ou congênitas.
Vemos autoridades mundiais da medicina fazerem citações
absurdas e incongruentes, como é o caso do professor Alexander
G. Bearn, catedrático do departamento de medicina da Cornell
University Medical College e clínico-chefe do New York Hospital,
no seguinte texto:
"A importância dos medicamentos como possíveis agentes
etiológicos das más-formações foi talvez supervalorizada após a
tragédia da talidomida."
A talidomida foi um medicamento usado como calmante para
gestantes, provocando uma terrível deformidade nos fetos
denominada focolemia, que consiste em grave atrofia dos
membros. O fato foi marcante e chocou toda a humanidade. Os
laboratórios fabricantes suspenderam imediatamente a produção
e tiveram de pagar vultosa indenização, o que absolutamente
não remedia o mal provocado. Na época, os efeitos da
talidomida fizeram com que as autoridades dispensassem maior
atenção aos efeitos congênitos dos medicamentos. Mas o
professor Bearn acha que esta atenção foi excessiva. Da mesma
forma, as autoridades médicas menosprezam os determinantes
45
alimentares, aditivos e agrotóxicos como elementos capazes de
produzir más-formações, mesmo que já tenham demonstrado o
seu potencial teratogênico em animais de laboratório. Eles diferem
da talidomida apenas por não produzirem resultados imediatos e
agirem mais silenciosamente através de pequenas doses
presentes nos alimentos. Durante os testes da talidomida, ela
demonstrou baixo potencial para provocar más-formações em
animais de laboratório. Mas o professor Bearn, representando
aqui a opinião da classe médica norte-americana, vai mais
adiante:
"A suposição de que um medicamento nocivo a uma espécie
animal seja necessariamente prejudicial ao homem é tão errada
quanto supor que um medicamento inofensivo aos animais o
seja também ao homem."
De acordo com esta citação, não se deveria nunca ingerir
nenhum remédio alopático, pois eles são testados em cobaias
primeiro. Se as respostas e efeitos não são os mesmos para os
organismos humano e animal, não se pode ter certeza dos
efeitos experimentais e do potencial dos mesmos para provocar
más-formações.
Parece que o doutor Bearn prega aqui a total anarquia e
desconhecimento em termos de farmacologia. Decerto esqueceu-
se que em biologia a célula humana é igual à dos animais,
possuindo as mesmas organelas, tendo as mesmas necessidades
nutricionais e respondendo de forma semelhante ao ambiente.
Nos primeiros anos do curso primário aprende-se que o homem é
classificado como um animal mamífero. Talvez o doutor Bearn
tenha estudado tanto a medicina que se esqueceu das primeiras
lições da escola. Mas o pior é negligenciar a possibilidade de
ocorrerem más-formações por agentes e medicamentos para os
quais ainda não foram observados efeitos teratogênicos, como
ocorreu antes com a talidomida, que foi considerada inocente.
Prossegue o doutor Bearn:
"É importante acentuar que, se a talidomida, ao invés de
46
provocar graves más-formações, tivesse apenas aumentado a
ocorrência daquelas mais comuns, como o lábio leporino ou a
fenda palatina, o reconhecimento da correlação causal poderia
ter passado despercebido ou ter sido postergado por muito
tempo."
O referido médico quer dizer que a talidomida poderia muito bem
ter ficado quietinha, produzindo efeitos mais brandos e
silenciosos, assim ela permaneceria, talvez, entre os
medicamentos teratogênicos até hoje usados, que não são
retirados de circulação por não ter sido possível provar os seus
efeitos negativos. Pergunta-se: por que não se evita um
medicamento enquanto não se tem plena certeza de seus
efeitos, ao invés de usá-lo à vontade? O raciocínio dos médicos é
exatamente o oposto: usa-se o remédio (de modo irresponsável)
até que, de repente, ele apresente o seu efeito nefasto.
O doutor Bearn parece também entender que lábio leporino e
fenda palatina são más-formações comuns, simples, sem
problemas. Será que se ele tivesse lábio leporino ou um filho com
fenda palatina continuaria a ter a mesma opinião?
É o próprio doutor Bearn que aponta que 7.000 crianças no mundo
inteiro foram afetadas pela talidomida durante os três anos em
que a droga foi usada. Ele diz também que apenas a talidomida e o
aminopterin (antineoplásico) foram relatados como
comprovadamente teratogênicos para a espécie humana.
Esqueceu-se de que já em 1973 a FAO apontava cerca de
dezesseis agentes comprovadamente teratogênicos. Diante de
tais fatos, pergunta-se: qual o motivo deste comportamento
alienado da classe médica e dos catedráticos? Por que tanta
omissão? Por que se defende tanto a indústria farmacêutica? Por
que não se procura, ao invés disso, proteger de todas as formas a
saúde das pessoas? Por que as opiniões académicas são cercadas
de tanta certeza, como o foram aquelas relacionadas à segurança
do uso da talidomida? Pode-se confiar neste tipo de autoridade?
Mas há uma resposta só para todas estas questões, que é o tema
47
básico deste trabalho: tudo isso ocorre porque a doença é uma
coisa necessária; todos devem adoecer; todos querem adoecer;
todos vão adoecer.
Para refrescar a memória daqueles que compartilham das
mesmas idéias e teorias do doutor Bearn, é que apresentamos o
Quadro 3, que se refere às más-formações congênitas e sua
frequência em cada 1.000 nascimentos.
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51
1 — Ao primeiro sinal ou sintoma, qualquer que seja, procure o seu
médico, de preferência da rede pública de atendimento, e siga
estritamente as suas orientações, sem discutir o tratamento com ele.
Se por acaso ele perguntar sobre a sua alimentação, o que é muito
raro, não lhe dê atenção e diga-lhe que isso não tem nada a ver
com o seu problema.
2 — Faça uso somente de remédios de farmácia, evitando a
homeopatia, as ervas medicinais, a alimentação integral etc.
3 — Procure levar uma vida sempre agitada, intensa e ansiosa, pois
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mais vale viver pouco, mas intensamente, do que ter uma vida
longa, mas monótona.
4 — Fume bastante tabaco e faça largo uso de drogas.
proteínas animais.
6 — Coma a toda hora, principalmente ao deitar-se. Se possível,
acorde de madrugada para "fazer uma boquinha".
7 — Nunca resista às suas vontades. Não se reprima quanto aos
sorvetes, doces e assim por diante, pois, deste modo, estará
aumentando a sua ansiedade. Viva a liberdade!
8 — Em caso de problemas emocionais e existenciais, não procure a
psicoterapia eclética. Siga as ordens do psiquiatra clássico, que
receitará drogas psicotrópicas que abafarão os sintomas
psíquicos. A psicanálise arcaica, conduzida por mãos inábeis,
pode ser uma boa opção.
9 — Habite os grandes centros e evite o campo.
10 — Assista e acompanhe todas as novelas. Você conseguirá
sentir-se alienado o suficiente para ser enquadrado dentro do
chamado "comportamento normal".
11 — Leia apenas gibis de super-heróis espaciais e jogue vídeo
game o tempo todo com as crianças.
12 — Evite exercitar-se e estar em contato com o ar puro.
AÇÚCAR BRANCO
Este é um dos mais recentes produtos utilizados pelo homem. Há
pouco mais de 200 anos era desconhecido, sendo que se usava
o açúcar mascavo muito raramente e, mesmo assim, buscando
os seus efeitos medicamentosos. Hoje há um consumo
exagerado de doces, balas, refrigerantes, sorvetes e do próprio
pó branco e "puro". Só nos Estados Unidos, a média de consumo
diário por pessoa é de 300 gramas, o que equivale a cerca de
nove quilos mensais ou aproximadamente cem quilos ao ano por
pessoa. Lembramos que o açúcar é totalmente desnecessário e
supérfluo para o organismo e, se ingerido em excesso, é
considerado muito prejudicial por médicos, nutricionistas e
dentistas judiciosos. Mas as autoridades competentes
aconselham o consumo de açúcar para aqueles que desejam
adquirir as seguintes doenças:
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Arteriosclerose Diabetes mellitus
Câncer Hipoglicemia
Cáries dentárias Leucemia
Deficiência imunológica Obesidade
Depressão Osteoporose
Efeitos decorrentes da ingestão diária de açúcar branco e/ou
seus derivados:
Perda (depleção) lenta e constante de magnésio — infecções,
câncer
Perda (depleção) lenta e constante de cálcio — cáries e
osteoporose
Precipitação e retenção de sais de cálcio — arterio e
aterosclerose
Perda (depleção) lenta e constante de vitaminas do complexo B
Formação de placas bacterianas no sulco gengival — doença
periodontal
Acidificação constante do sangue — desequilíbrio imunológico
Perturbação do metabolismo glicídico — hipoglicemia e diabete
Perturbação do metabolismo lipídico — obesidade,
arteriosclerose
CARNE DE VACA
Enganam-se muitos médicos e nutricionistas quando julgam que
a carne bovina é apenas composta de proteínas, gorduras, sais e
vitaminas. Hoje ela pode ser causa de doenças, pois é
enriquecida com alguns produtos tóxicos, tais como:
Ácido úrico — aumentado pelo tempo de congelamento
DDT — resultante da aplicação de carrapaticidas
Dietiletilbestrol — hormônio sintético feminino para engordar
Indol, escatol, cadaverina e putrecina — toxinas naturais
Nitrato de sódio ou potássio — para dar aspecto saudável
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Parasitas intestinais
Sulfito de sódio — para dar cor vermelha
FRUTAS E LEGUMES
Nossas frutas e legumes, comprados nos supermercados e feiras
livres, estão saturados de agrotóxicos, sendo infectados desde a
produção até a venda ao público. Os próprios distribuidores
acrescentam venenos para evitar a deterioração e o ataque de
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insetos. Mas as maiores quantidades de compostos tóxicos são
encontrados nas frutas fora de estação e frutas secas. Nestas, a
quantidade de substâncias tóxicas pode ser muito grande e vários
conservantes são usados, como:
SAL REFINADO
O sal de cozinha, industrializado e refinado, faz parte do grupo
conhecido como "três assassinos brancos", do qual fazem parte
também o açúcar e a farinha branca. O sal refinado é produzido a
partir do sal natural, chamado sal marinho, que é um produto rico
e benéfico, portanto não deve ser usado pelas pessoas que
querem ficar doentes. Dele são retirados industrialmente cerca
de oitenta elementos naturais e acrescidos os seguintes
compostos químicos:
ÁLCOOL
Não é preciso dizer que o alcoolismo é um fato comum a toda a
humanidade. Só no Brasil são consumidos anualmente perto de
dois bilhões de litros de cachaça, o que supera a produção
mundial de uísque. Trata-se de um vício que acaba não afetando
apenas quem bebe, mas a família e a sociedade. Quem bebe está
sujeito a sofrer de diversos problemas, entre eles:
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Arteriosclerose Infarto do Miocárdio
Câncer da vesícula biliar Infecções
Câncer do estômago Inflamações dos órgãos
Digestivos
Câncer do fígado Irritação da mucosa digestiva
Câncer do pâncreas Morte súbita
Cirrose hepática Neurite alcoólica
Convulsões epilépticas Pancretite aguda e crônica
Delirius tremem Perda da coordenação motora
Diminuição da resistência Perturbação da função renal
Orgânica Pressão alta
Diminuição do apetite Tuberculose
Distúrbios da conduta
Distúrbios psíquicos
variados
Hepatite
TABACO
Apesar de todas as campanhas no sentido de diminuir o
consumo de cigarros e seus similares, o número de fumantes no
mundo vem aumentando a cada dia. Isto mostra que as pessoas
optaram definitivamente por ficarem doentes. Em breve o cigarro
será responsável por aproximadamente trinta milhões de mortes
em todo o orbe terrestre, gerando problemas orgânicos em mais
de trezentos milhões de pessoas. Só no Brasil existem perto de
trinta milhões de fumantes (muitos deles são médicos...), com
100.000 mortes anuais. Metade dos homens e 1/3 das mulheres
fumam. A questão do tabagismo não afeta apenas os fumantes,
mas também quem está próximo deles, provocando irritação nos
olhos, tosse, dor de cabeça, problemas respiratórios, ajudando a
piorar casos de bronquite, asma, rinite, infecções das amígdalas,
adenóides e afetando também o crescimento. Fumando
ajudamos também uma criança a ser doente, principalmente se
é uma gestante que fuma. Quem acredita que o problema do
62
cigarro está apenas na nicotina, está muito enganado. Eis o resto
dos componentes:
Ácido cítrico Amoníaco
Ácido málico Benzopireno
Ácido nítrico Extratos azotados
Ácido oxálico Nicotina
Ácido tânico Proteínas insolúveis
Alcatrão Solamina
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REMÉDIOS ALOPÁTICOS
A indústria farmacêutica desenvolveu nos últimos cinquenta anos
vários milhares de drogas para uso médico e veterinário. Pode-se
dizer que, paralelamente, a medicina foi-se adaptando e, hoje,
está praticamente limitada à utilização de drogas ou cirurgias
como recursos terapêuticos. A filosofia médica parece entender
que para cada doença ou problema orgânico tem que haver uma
ou mais drogas que realizem o "milagre da cura". Embora tenham
sido criadas drogas que ajudaram e ajudam a tratar de muitas
doenças, surgiu, como consequência dos mesmos, o fantasma do
efeito colateral e da doença iatrogênica. Se não houver o devido
cuidado, os medicamentos farmacêuticos podem provocar mais
danos que os "benefícios" propalados pela propaganda. As bulas
dos remédios, mesmo omitindo alguns fatores, mostram-nos um
mundo de perigos e efeitos indesejáveis. De um modo geral,
pode-se concluir que os medicamentos provocam mais danos do
que benefícios. São conhecidas as situações em que o doente
toma remédios, não se cura, e acaba morrendo em decorrência
do tratamento. Vamos conhecer uma das formas mais fáceis de
adoecer, que é justamente a de usar os próprios remédios que a
humanidade criou para combater os seus males.
Segundo informe do Momento Terapêutico, documento oficial
publicado pela Central de Medicamentos (Ministério da
Previdência Social — 1983/84), as reações adversas e os agentes
farmacológicos determinantes são os seguintes:
Medicamentos que podem provocar ou piorar uma doença
renal
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Acetazolamida
Amitriplina
Antineoplásicos
Ácido etacrínico
Anfotericina B
Arsina e arsênico
Aminonucleotídios
Anilina
Bacitracina
Benzeno
Berílio
Bismuto
Cádmio
Canta ridina
Clormerodrin
Clorotiazida
Colchicina
Colistin
Compostos de antimônio
Compostos de cobre
Contrastes
Corticosteróides
Cresol
Dietileno glicol
Diuréticos em geral
Espirolactona
Estreptomicina
Éter
Etileno glicol
Fenacetina
Fenilbutazona
Fenindiona
Fenobarbital
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Furosemida
Gentamicina
Hidralazina
Hidroclortiazida
Inibidores da anidrase carcônica
Kanamicina
Manitol
Melaruride
Mercaptomerin
Mercúrio
Mersalil
Metil álcool
Metoxofluorano
Monóxido de carbono
Neomicina
Nitrofuranos
Paradiona
PAS
Penicilina
Polimixina B
Probenecida
Propileno glicol
Sais de chumbo
Sais de ouro
Sais de prata
Salicilatos
Tetraciclinas
Tetracloreto de carbono
Trimatereno
Trimetadiona
Vancomicina
Zaxozolamina
Acetanilida
Acetazolanida
Acetofenedina
Acido acetil salicílico
Ácido amino salicílico
Aminopirina
Anfetaminas
Anilinas
Antineoplásicos em geral
Arsênico
Barbitúricos
Benzol
Carbamazepina
Cimetidine
Citarabine
Clofibrato
Cloranfenicol
Clorotiazida
Clorpropamida
Difenilhidantoina
Drogas radioativas
Estreptomicina
Fenacemida
Fenelzine
Fenilbutazona
Fenilhidrazina
Metildopa
Metimazol
Metofenobarbital
Metrotrexato
Neomicina
Penicilina
Pirimetamina
Quinacrina
Quinidina
Tiosemicarbazona
Tolbutamida
Trimetadiona
Ácido etacrínico
Acido flufenâmico
Ácido trimetilcolchicínico
5-fluoracil
Cloreto de potássio
Corticosteróides
Duazomicina
Fenacetina
Fenilbutazona
Fluorodeoxiuridina
Hidroxiuréia
Ibufemac
Indometacina
lodetos
Metrotexate
Pirazolônicos
Reserpina
Salicilatos
Thiotepa
Vincristina
Medicamentos que causam queda de cabelo e alopecia
ACTH
Atofan
Aureomicina
Barbitúricos
Brometos
Bromossulfaleína
Cloranfenicol
Codeína
Dextrans
Digital
Enzimas
Eritromicina
Estreptomicina
Fenolftaleina
Griseofulvina
Hidantoinas
Insulinas
lodetos
Meperidina
Meprobamato
Mercuriais
Nitrofurantoina
Novobiocina
Opiáceos
Penicilina
Procarbamazina
Propoxifeno
Salicilatos
Tetraciclinas
Tiamina
Tiouracil
Viomicina
Drogas que diminuem acentuadamente os batimentos
cardíacos
Acetilcolina Pilocarpina
Digital Quinina
Muscarina Sais de bário
Parassimpaticominnéticos Sais de chumbo
Cicutoxina Morfina
Cloro Muscarina
Codeína Nicotina
Diazepina Pilocarpina
Drogas que provocam convulsões
Álcool metílico Cardiazol
Anilinas Estricnina
Arsênico Picrotoxina
Atropina Sais de chumbo
Drogas que provocam estados de agitação
Aconitina Fenóis
Álcool etílico Hipnóticos
Álcool metílico Monóxido de carbono
Anestésicos Morfina
Atropina
Drogas que provocam vômitos
Ácidos Colchicina
Álcool metílico Fenóis
Benzina Fósforo
Benzol Metais pesados
Drogas que provocam taquicardia
Anfetaminas Digital
Atropina Fenproporex
Cafeína Monóxido de carbono
Cocaína Tálio
a luz do sol.
9 — Não praticar exercícios e evitar saunas e passeios ao ar livre,
para a gravidez.
9 — Procurar manter uma vida sedentária, evitando as
caminhadas.
10 — Tomar bastante vitaminas sintéticas, que contenham flúor,
conforme recomendado por muitos obstetras.
11 — Fumar bastante, pois assim o bebê estará fumando
Dicas especiais:
— Jamais faça exercícios.
— Fume bastante.
— Evite o lazer.
3 ovos
3ª. camada
12 gemas
3 claras
250 g de açúcar branco
1 colher de sopa de semolina
5 cravos-da-índia
4ª. camada
500 g de açúcar branco
1 xícara bem cheia de margarina
4 gemas
1 pacote de coco ralado
2 copos de água
Modo de preparar:
Para a primeira e a quinta camadas, bater os ovos inteiros,
acrescentando açúcar aos poucos, até dobrar de volume. Juntar
as especiarias e a farinha já com o fermento. Misturar tudo sem
bater e dividir em duas formas redondas forradas com papel.
Assar em forno moderado e reservar.
Para a segunda camada, levar tudo ao fogo, mexendo bem até
formar uma pasta cremosa, e reservar.
Para a terceira camada, bater as gemas com as claras até
dobrarem de volume. Retirar da batedeira e misturar a semolina,
batendo a massa com um garfo. Levar ao forno quente em forma
redonda como a que foi utilizada para a primeira camada, forrada
com papel e bem untada. Levar ao fogo o açúcar, a água e os
cravos-da-índia. Deixar ferver até o ponto de fio, despejar sobre a
massa sem tirá-la da forma e reservar.
Para a quarta camada, levar ao fogo o açúcar e a água até
atingirem o ponto de pasta fina. Retirar, juntar a margarina, o
coco, as gemas e levar ao fogo mexendo sempre, até engrossar.
Reservar.
Para arrumar a torta, coloque a primeira camada de bolo no prato
escolhido, cubra com doce de ameixa e sobre este coloque a
terceira camada (papo de anjo). Depois, acrescente a camada de
doce de coco, terminando com a quinta camada. Enfeite com
creme chantilly, preparado com os ingredientes referidos na 6ª.
camada, que é a superior.
Efeitos:
Se o papai comer sempre este delicioso bolo, feito com tanto
carinho, não vai sobreviver por muito tempo. São quase três
quilos de açúcar, 30 ovos, margarina, farinha e outros produtos
nutritivos. É sem dúvida uma receita bastante rica em
colesterol e carboidratos, o suficiente para que se acumulem
nas artérias do papai uma boa quantidade de placas
ateromatosas. Também vai provocar nele desequilíbrios no
metabolismo de açúcares, favorecendo a hipoglicemia, a
diabete e a obesidade.
É bom que a mamãe faça esta torta no dia dos pais. Se ele
aprovar esta receita, ela poderá repeti-la com frequência. Mas
é bom avisá-la de que este bolo também ajuda a provocar
desinteresse sexual e impotência.
Efeitos:
Deliciosa sobremesa, que atrai muito as crianças por ser uma
mistura de bolo com sorvete e biscoitos. Favorece muito o
surgimento de cáries dentárias, a fermentação intestinal e é
muito eficiente para inibir o apetite das crianças para os
alimentos naturais. Se ingerida com frequência, diminui a
resistência às infecções e viroses, estimula a amigdalite e
provoca infecção nos ganglios linfáticos. Atrapalha também o
metabolismo do cálcio e interfere negativamente no cres-
cimento. Pode ocasionar problemas visuais e dificuldade de
memorização, além de fazer com que as crianças menores
urinem na cama à noite.
FEIJOADA SUCULENTA
Ingredientes:
200 g de focinho de porco
200 g de rabo de porco
200 g de pé de porco
350 g de costela salgada de porco
250 g de paio
250 g de linguiça de porco
200 g de linguiça de vaca
400 g de carne seca
350 g de toucinho fresco de porco
100 g de toucinho defumado de porco
(Obs.: Não seria melhor colocar um porco inteiro?)
Modo de preparar:
Deixar de molho, de véspera, as carnes salgadas, separadas
umas das outras. No dia seguinte, fervê-las separadamente,
para tirar bem o sal. Numa panela grande, preparar um quilo
de feijão preto de modo tradicional. Numa panela maior, juntar
as carnes, acrescentando como tempero alho, louro, cheiro
verde, cebola e pimenta-do-reino a gosto. Servir com arroz,
couve picada, laranja e caipirinha com bastante açúcar e gelo.
Efeitos:
Se a feijoada não provocar indigestão, diarréia, cólicas e
tenesmo logo após a refeição, vai ajudar a causar outros
problemas. O excesso de gorduras polissaturadas e pesadas,
quando não ataca de imediato a vesícula e o fígado, enriquece o
sangue de matérial graxo ultrapesado, favorecendo a deposição
de gorduras nas artérias, no coração, no fígado, nos rins e assim
por diante. Podemos dizer que a feijoada é o prato mais rico do
mundo em matérias gordurosas. Meia hora após a ingestão de
uma feijoada, se retirarmos uma amostra de sangue venoso, ele
estará esbranquiçado, devido à grande quantidade de partículas
de gordura dissolvidas. Se este mesmo sangue for colocado em
um recipiente para descansar, as partículas gordurosas tenderão
a se juntar, formando uma imensa gota de sebo.
Basta ingerir semanalmente este delicioso prato para contrair as
seguintes doenças: obesidade, distensão abdominal, putrefação
intestinal, arteriosclerose cerebral, aterosclerose coronariana,
aterosclerose generalizada, infarto do miocárdio, angina pectoris,
reumatismo, artrite, gota, lipomatose, cistos sebáceos,
envelhecimento precoce, discinésia vesicular, gastrite, colite,
enterite, hemorróidas, varizes, pressão alta, retenção de líquidos,
glaucoma e outras.
Bom apetite!