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Ainda lembro Eu vivia em Nova York quando aconteceu. Eu as vi tombarem.Eu estava l.

Era uma manh de tera-feira e eu me preparava para sair quando meu amigo ligou e disse para que eu no sasse de casa e ligasse a TV, pois algo muito ruim tinha acontecido, mas ningum ainda sabia o que era. Minutos depois eu estava na minha janela vendo as torres irem ao cho. Chorei. Medo, depois o terror. Caos, depois o pnico. E assim ficamos por meses; a maior e mais pulsante cidade do mundo estava catatnica. Ningum saa de casa. Nada tinha graa. O comrcio do entorno do World Trade Center foi definhando at que a cidade pudesse se reerguer e enxergar uma nova esperana. O dio se transformou em aceitao, que o ltimo estgio psquico de um paciente terminal, pois no houve tempo para negao ou barganha. Uma parte de sua alma fora amputada. Passaram-se dez anos e estou novamente nos EUA, desta vez em Orlando, de frias com minha famlia. As pessoas sorriem e so simpticas. Na TV do hotel, enquanto tomo meu caf, assisto a uma homanagem s vtimas do maior atentado terrorista da histria e me emociono a ponto de ter que deixar o restaurante e ir pro quarto orar. Quando tenho meu equilbrio de volta, escrevo este artigo que no um artigo... um depoimento... ou at uma pequena ode esperana. Estamos em um parque cheio de atraes e magia e as crianas se divertem alheias a tudo que no seja festa. Observo a capacidade de recuperao daquele paciente terminal, que teve membros amputados, mas volta vida querendo que essa seja plena de gozo. Sou lembrado por uma fora maior de que a esperana sim uma atitude e que a vida tambm uma escola com severos e amorosos instrutores. Essa mesma vida nos ensina a acreditar, e eu vejo o sorriso do meu filho e percebo que possvel. 11/09/2011 - In memorian

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