Os professores da Escola Secundária Vitorino Nemésio, reunidos em 12
de Novembro de 2008, em que analisaram o modelo de avaliação que o Ministério da Educação decidiu implementar nas escolas, verificaram que:
1. Os professores serão avaliados tendo em conta «a melhoria dos
resultados escolares dos alunos» (ponto 2, alínea a), do artigo 9.º do referido DR n.º 2/2008), nomeadamente (Despacho n.º 16872/2008, de 23 de Junho, anexo IV, parâmetro 7),
2. Os professores serão avaliados tendo por referência «a redução
do abandono escolar» (ponto 2, alínea b), do artigo 9.º do DR n.º 2/2008).
3. A avaliação dos professores titulares será feita pelos seus pares
(artigo 12.º do DR n.º 2/2008).
4. A avaliação dos professores titulares poderá ser feita por
professores de escalão inferior ao seu.
5. A avaliação dos professores poderá ser feita por professores
com habilitação académica inferior à do avaliado ou com habilitação científica diferente da do avaliado (pontos 2 a 5 do artigo 12.º do DR n.º 2/2008).
6. É possível existirem quotas («percentagens máximas» de
atribuição de Excelentes e de Muito Bons) diferentes de escola para escola (artigo 46.º, ponto 3, do Decreto-Lei n.º 15/2007, de 19/1 (Estatuto da Carreira Docente); artigo 21.º, ponto 4, do DR n.º 2/2008 e Despacho n.º 20131/2008, de 30/7).
7. A distribuição de quotas por «universos de docentes» é desigual
(ponto 6 do Despacho n.º 20131/2008, de 30 de Julho).
8. Serão avaliados professores que estão no topo da carreira,
muitos deles a menos de quatro anos do limite para atingir normalmente a idade da aposentação. 9. A complexidade e a burocratização do processo têm reflexos negativos na vida das escolas e, consequentemente, no ensino.
10. Haverá heterogeneidade de procedimentos na avaliação de
escola para escola (artigo 6.º, pontos 1 e 2 do DR n.º 2/2008).
Em suma, o actual modelo de avaliação que o Ministério da Educação
pretende implementar, para além de ser burocrático, ineficaz, ineficiente, injusto, prejudicial ao ensino e às aprendizagens e contribuir para a intranquilidade nas relações interpessoais, é um modelo não-avaliante que não tem a dignidade que a classe profissional com mais responsabilidades na construção do futuro cultural, intelectual, científico e humano do país merece.
Pelo exposto, decidem suspender a sua participação neste processo de