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Escrava Isaura

Narradora – A história se passa nos “primeiros anos do reinado de Don Pedro II”,
inicialmente em uma fazenda em campos dos Goitacazes, Rio de Janero.

Cena I
(Dentro da casa de Leôncio)
Escrava Isaura, tranquilamente trabalhando, é surpreendida com uma tentativa de
estupro pelo seu mestre: Leôncio. É flagrado por sua esposa.
Malvina (brava e assustada) – O que é isso!?
Leôncio (assustado) – Não é nada, ela estava tentando me beijar! Isaura, vá à senzala
imediatamente!
Isaura sai se arrumando e brava
Malvina – Se isso ocorrer novamente, haverá conseqüências! E quero que aquela
escrava tarada seja punida!
Leôncio (agora com voz brava) – E será!

Cena II
(Na senzala)
Leôncio (bravo) – Esta vendo! Levei esporro por sua causa!
Isaura (brava) – Meu coração é livre, ninguém pode escravizá-la! Nem o próprio dono.
Leôncio (enfurecido) – Da próxima vez que você me negar seu corpo haverá
conseqüências, terei de colocá-la no tronco!!
Leôncio sai. Miguel aparece de onde estava escondido.
Miguel – Como deixas ele falar assim contigo filha?
Isaura – Não há nada que posso fazer... sou fraca, sou sua escrava e ele eis meu dono.
Miguel – Então fuja comigo para Recife! Lá serás livre!

Cena III
(Em um baile)
Narradora – Então foi isso que fizeram. Viajaram à Recife, ondeviveram por um bom
tempo. Até que um dia, decidiram ir a um baile de mascaras. Lá, a Isaura encontrou um
homem encantador qual apaixonou.
Isaura entra em uma sala mascarada e todos estão também, com musica no fundo. Anda
diretamente a uma mesa e senta, qual abaixa sua mascara. Álvaro se aproxima e senta
com ela. Começam a conversar, quando o Martinho pega ela pelo braço e, brutamente,
retira ela do baile.
Martinho – Você! Você que é essa escrava do panfleto! A escrava Isaura.
Narradora – Assim foi levada de volta à fazenda de Leôncio.

Cena IV
(Novamente na senzala)
Martinho (sorridente) – Aqui esta sua escrava! Onde esta minha recompensa?
Leôncio – Não há. No panfleto não estava escrito nada de recompensa!
Martinho sai enfurecido
Leôncio – Agora, para que não haja mais conflitos, terei de casar-la. Belchior!!! Venha
cá!!
Belchior chega correndo.
Belchior – Sim meu senhor?
Leôncio – Você irá casar com a Isaura, para que minha esposa não desconfie que estou
traindo.
Isaura (Desesperada) – NÃO!!!
Leôncio – Irá. Já convoquei até um advogado.
Dr. Geraldo chega junto com o Álvaro
Leôncio – Aí que você esta, porque demorou tanto? E quem eis esse qual troce contigo?
Dr. Geraldo – Eu estava dando uma olhada nos seus papeis, foi por isso que eu demorei.
E este é o proprietário dessas terras e desses escravos
Leôncio – Você esta ficando doido? Deixe de piadas e realize logo este casamento.
Álvaro – Ele não esta de brincadeiras, você está falido e com muitas dividas. Portanto
eu comprei suas dividas e tomei posse de todas suas propriedades para poder findar seus
débitos.
Leôncio (com um ar de desesperado) – Não é possível!
Dr. Geraldo – Pois é.
Leôncio se retira tristemente e todos festejam.

Cena V
(Novamente dentro da casa)
Leôncio – O que há de mim agora? Nada. Não há mais amor nesta vida para mim, nem
dinheiro, portanto nunca mais haverá felicidade.
Retirando uma arma.
Leôncio – Adeus mundo traiçoeiro e infeliz!
Aponta a arma a sua cabeça e se suicida. (Atira)

FIM

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